Dimensão ética, metodológica e política Tema 02

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Dimensão ética, metodológica e política
Prof.° Cesar Cabral
Descrição
Psicologia comunitária e social. Processos e comportamentos éticos no trabalho com a
comunidade. Processos metodológicos. Psicologia e políticas públicas.
Propósito
Compreender os principais pressupostos, problemas, características e história da psicologia
comunitária e social, conhecendo comportamentos éticos da profissão e discutindo a necessidade
de abordagens metodológicas, além da discussão de conceitos pertinentes, se trata de aspectos
enriquecedores e indispensáveis para a atuação do profissional psicólogo.
Objetivos
Módulo 1
O processo ético e a psicologia comunitária
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Reconhecer a necessidade de reflexão sobre uma atuação profissional ética dentro da psicologia
comunitária.
Módulo 2
Psicologia sócio-histórica e políticas públicas
Identificar as relações sociais e sua importância para a construção de políticas públicas pelo
psicólogo.
Módulo 3
Aspectos metodológicos do trabalho comunitário
Identificar a necessidade de uma metodologia para o trabalho do psicólogo comunitário.
Módulo 4
Psicologia na comunidade e psicologia social
Analisar o conceito de comunidade e as características da psicologia social comunitária.
O trabalho do psicólogo social em comunidades tem crescido muito nas últimas décadas no
Brasil, abrindo um leque de oportunidades profissionais, uma vez que a sociedade vem
demandando profissionais da Psicologia para atuação em várias frentes sociais e
comunitárias. Dessa forma, neste conteúdo abordaremos aspectos, problemas e
características da psicologia social e comunitária, bem como refletiremos sobre a
necessidade de metodologias e da formação de uma atuação profissional ética.
Veremos também construtos pertinentes, como o conceito de comunidade e a necessidade
de compreensão de toda a terminologia relativa, refletindo sobre as relações entre a
Introdução
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1 - O processo ético e a psicologia comunitária
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a necessidade de re�exão sobre
uma atuação pro�ssional ética dentro da psicologia comunitária.
Psicologia comunitária
Perspectiva histórica
Psicologia e as políticas públicas, área essa que vem crescendo muito nas últimas décadas
e abrindo inúmeras opções de trabalho para os psicólogos. Com isso, buscamos alcançar
um aprofundamento para o futuro profissional, de forma que ele desenvolva as
competências necessárias na metodologia e no planejamento de intervenções e planos de
ação adequados.
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Falar em psicologia comunitária pode levar a algumas confusões, pois a ideia de "comunidade" é
capaz de provocar conclusões precipitadas. A prática da psicologia comunitária não se restringe
apenas aos grupos sociais mais pobres ou com baixa infraestrutura e inserção social, atuando
principalmente por meio da compreensão do homem sob o seu viés socio-histórico, ou seja, do
homem inserido no contexto social e histórico ao qual ele pertence. Com isso, ela busca
compreender toda a rede social, econômica, política, cultural e histórica na qual esse homem está
inserido, fazendo parte de uma comunidade mais ampla.
Nesse sentido, o psicólogo deve estar atento ao contexto geral em que esse indivíduo está
envolvido, levando em consideração aspectos sistêmicos mais amplos. Afinal, é no contato com
esse ambiente amplo que o indivíduo produz e constrói as concepções acerca de si próprio.
Mas como surgiu a psicologia comunitária?
O seu surgimento está ligado ao desenvolvimento do capitalismo no Brasil entre as décadas de
1960 e 1980, período em que houve um processo de industrialização e o aumento da população
urbana. Dessa forma, surgia a necessidade do desenvolvimento de trabalhos de psicólogos sociais
comunitários como forma de responder à existência de uma exclusão social de parte expressiva da
população brasileira por conta de vários fatores econômicos, políticos e sociais do país, incluindo a
ditadura militar iniciada na década de 1960.
Nos anos 1960, aliás, surge uma preocupação com a educação popular, o que propicia a criação de
instrumentos de conscientização por meio dos trabalhos de Paulo Freire e de psicólogos. Essas
atividades levam a um engajamento do psicólogo em questões sociais e de cidadania, contribuindo
para o surgimento da psicologia comunitária (SANDOVAL, 2000).
Contexto socio-histórico
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Como forma de reparar as injustiças sociais, a psicologia comunitária desenvolveu um viés crítico
com o propósito de contribuir com o indivíduo para que ele desenvolva o seu potencial. Isso é feito
levando em conta todo o contexto socio-histórico no qual ele está inserido como forma de
compreensão do próprio contexto a fim de que a sua superação seja possibilitada.
É nesse contexto geral que a psicologia comunitária surge. Envolta nesses problemas
sociopolíticos e com base em uma perspectiva histórica também, ela busca a compreensão ampla
do sujeito dentro de seu universo social, político, econômico, cultural e, de maneira geral, histórico.
Dessa maneira, é importante para o psicólogo conhecer aspectos gerais da história da sua área de
atuação, uma vez que isso lhe permite um olhar diferenciado na sua prática, pois contribui para
criar uma conscientização no próprio profissional. Graças a isso, ele pode saber, por exemplo, que a
psicologia comunitária tem um viés social forte, trabalhando próximo dos seguintes grupos:
Marginalizados
Socialmente excluídos
Periféricos
Tendo conhecimento da história da disciplina, o psicólogo comunitário, portanto, saberá que se
trata de uma área com um viés político social forte na qual as metodologias aplicadas devem estar
de acordo com esse público específico.
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Nesse sentido, o psicólogo comunitário acaba buscando se inteirar de uma perspectiva social e
histórica da comunidade ou do indivíduo, analisando a história de vida das pessoas, o meio no qual
estão inseridas, as convivências culturais e os aspectos sociais e econômicos, entre outros que
entram em um campo mais pessoal de história de vida da comunidade ou dos indivíduos.
É partindo desse princípio da função específica do psicólogo comunitário que devemos
compreender a ética como um caminho necessário e obrigatório. Veremos a seguir que a
compreensão da ética dará um suporte ao psicólogo como forma de gerar autorreflexão e uma
atuação mais segura, profissional e técnica. Além disso, ela leva em conta os parâmetros
metodológicos, buscando afastar possíveis conflitos entre as crenças e os valores do profissional e
da comunidade, o que gera respeito e confiança entre ambos.
Ética
Ética e a vida em sociedade
Sabemos que a ética permeia toda a vida em sociedade, seja no âmbito pessoal, como cidadãos e
familiares, e principalmente no ambiente profissional. Dessa forma, é preciso haver o
aprofundamento e a reflexão sobre o que é a ética. Compreendendo o conceito, conseguiremos ter
uma apropriação melhor e, assim, refletir sobre as ações éticas práticas na atuação profissional.
A ética é um conceito da Filosofia desenvolvido desde a Antiguidade para a reflexão sobre as
práticas e os comportamentos humanos (BARROCO, 2010). Ou seja, a ética constitui a análise
comportamental dos indivíduos. Mas ela não para por aí.
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O campo da ética trata de analisar as razões que causam, alteram ou orientam a
maneira de agir do ser humano.
Além disso, a ética também é o campo de análise dos conjuntos de valores e de normas presentes
nos indivíduos.
Todos temos os nossos valores morais, culturais e religiosos, assim como conjuntos de princípios,
valores políticos e demais valores que funcionam como uma espécie de “bússola” que guia e
norteia nosso comportamento e nossas decisões. Dessa maneira, compreender a ética como o
campo de estudos desses conjuntos de valores e do comportamento humano contribui para a
reflexão da própria atuação profissional.
Graças a isso, é possível buscar a autorreflexão e uma atuação mais equilibrada, segura, eficaz e
técnica, seguindo preceitos teórico-metodológicos e buscando identificar comportamentos que
possam afastar o psicólogo comunitário de uma atuação mais profissional e isenta.
Também é necessário lembrar que existem conjuntos de regras e comportamentos éticos que
permeiam toda a sociedade e acabam por se tornar “regras gerais” do comportamento ético.
Vejamos a seguir dois exemplos:
Evitar assuntos impróprios no ambiente de trabalho
É visto como uma “regra geral” da ética para toda a sociedade, mesmo que algumas pessoas não
consigam cumprir esse tipo de decoro.
Fazer ou não sexo antes do casamento
É um comportamento ético que varia em cada indivíduo segundo suas concepções pessoais, os
ensinamentos recebidos pelos pais, a religião ou o colégio no qual estudou.
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Assim, podemos notar que os comportamentos éticos podem variar na sociedade. Qualquer
profissional precisa ter clareza sobre isso, sabendo que certas condutas e valores fazem parte de
determinada comunidade, mas não necessariamente pertencem a toda a sociedade ou a outra
comunidade.
Ética e aperfeiçoamento humano
Sendo assim, como afirma Montero (2004), a dimensão da ética está fundamentada na relação
com os outros, o que pressupõe um entendimento de que um comportamento ético não se trata de
uma afirmação dos próprios interesses, e sim de considerar o interesse comum acima do bem-
estar individual. Esse comportamento exige uma clareza de ações, metas e objetivos bem
estruturados e definidos.
É importante que o psicólogo passe essa visão ética para a comunidade e os indivíduos,
demonstrando a importância da justiça social, do respeito às diferenças e da igualdade. Clotet
afirmou que:
A ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser
humano chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa
[...] A ética se ocupa e pretende a perfeição do ser humano.
CLOTET, 1982, p. 84
Assim, como afirma Clotet, a ética possui esse caráter de aperfeiçoar o ser humano. Nesse sentido,
todas as profissões precisam de um desenvolvimento e uma reflexão ética como forma de
aperfeiçoamento humano. Ao mesmo tempo que o ser humano (como cidadão) é aperfeiçoado, o
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profissional também cresce em perfeição, tornando a sua ação profissional mais correta, humana,
respeitosa e digna.
Dentro dessa perspectiva é que o estudo e o aprofundamento da ética se tornam muito
importantes, identificando-a como o campo da Filosofia próprio para pensar e refletir os
comportamentos humanos e suas decisões e tornando a prática profissional mais clara, intencional
e técnica. Com isso, evitam-se possíveis conflitos de interesses e problemas que poderão acarretar
o mau andamento da atuação do psicólogo ou baixos resultados efetivos.
Ética e a psicologia comunitária
Ética e atuação pro�ssional
Atualmente, as discussões em torno da ética têm permeado todos os âmbitos profissionais. No
trabalho do psicólogo comunitário, isso não é diferente: a ética tem o seu papel de grande
relevância e deve ser reconhecida como um aspecto a ser compreendido, ou seja, como uma forma
de levar o profissional a uma atuação segura que potencialize o seu trabalho pessoal.
O psicólogo que atua em uma intervenção social comunitária deve ter em mente, em um primeiro
momento, a necessidade de haver uma separação entre os próprios valores morais e os valores
morais do indivíduo ou da comunidade como forma de garantir uma atuação ética que não misture
a busca pela emancipação dos indivíduos locais com a quebra de determinados valores morais que
pertencem àquela comunidade. Nem sempre isso é fácil de identificar; por isso, uma atenção
constante do psicólogo ao longo da sua prática profissional se faz tão necessária.
Uma dica é que o profissional possa anotar o trabalho realizado, detalhando suas etapas,
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dificuldades, facilidades, barreiras e metodologias. Com isso, ele poderá garantir que o trabalho
seja revisto e que novas diretrizes e abordagens sejam implementadas ao longo do processo como
forma de melhorar e potencializar o trabalho em desenvolvimento.
Em um segundo momento, é preciso estar claro que a ética está presente em vários
comportamentos da sociedade, como é o caso da ética social, pessoal e política. No entanto, nós
vamos nos ater à ética profissional, que é o nosso objetivo.
Veja a seguir o que Elizete Passos descreve como ética profissional:
A ética profissional é a aplicação da ética no campo das atividades
profissionais; a pessoa tem que estar imbuída de certos princípios ou
valores próprios do ser humano para vivê-los nas suas atividades de
trabalho
PASSOS, 2007, p. 79
Dessa forma, o psicólogo comunitário ou social tem de buscar a compreensão desses valores
éticos na sua vida profissional, buscando a reflexão constante sobre tais valores para um
aperfeiçoamento constante.
Ética e respeito às diferenças
O desenvolvimento de uma prática ética no trabalho da psicologia comunitária parte também do
reconhecimento das diferenças, reconhecendo cada ser humano como um ser único, dotado de
características muito particulares.
O respeito às diferenças deve estar sempre no horizonte do psicólogo e nas
suas abordagens, levando em consideração também a necessidade de
colocar essas diferenças em debate, dentro da comunidade, como forma de
reconhecê-las e de estabelecer uma posição de diálogo.
Nesse sentido, o desenvolvimento de uma postura ética na profissão contribui para a criação de um
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conjunto de parâmetros que norteia as atitudes corretas para além do código de ética da profissão.
Por isso, é importante que o psicólogo tenha uma constante reflexão sobre os processos éticos,
mantendo-se atento a procedimentos adequados e buscando manter-se sempre atualizado sobre
tais procedimentos e sobre as formas corretas de se agir nas mais variadas circunstâncias, até
mesmo porque nenhum manual de ética cobre todas as possibilidades e variáveis que surgem ao
longo de uma atuação profissional, seja na psicologia comunitária ou em outras áreas.
É importante também ter em mente que o profissional da Psicologia deve sempre estar em um
processo de autorreflexão sobre o próprio trabalho e a própria atuação.
Munido da consciência ética, o psicólogo também precisa saber identificar os conjuntos de valores
dos indivíduos daquela comunidade, sabendo respeitar valores morais e religiosos, assim como
concepções políticas e demais valores que permeiam o campo da ética, de forma a não criar um
juízo de valor ou um preconceito em relação aos indivíduos ou à comunidade.
Embora saibamos que a isenção total do profissional não existe, uma vez que todo ser humano é
permeadopelas próprias crenças e por seus valores pessoais, é importante que o psicólogo, na sua
atuação profissional, busque, por meio de um processo consciente, a maior isenção possível,
atuando de maneira a garantir que os parâmetros teóricos, técnicos e metodológicos prevaleçam
no desenvolvimento do trabalho.
Isso constitui uma atuação ética, já que permite ao psicólogo enxergar os valores que permeiam a
comunidade ou o indivíduo e, uma vez ciente desses valores, montar processos e metodologias
adequadas para cada situação sem deixar que os próprios valores interfiram negativamente no
trabalho a ser desempenhado.

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Perspectiva histórica e o papel da psicologia
comunitária
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre a perspectiva histórica, destacando a compreensão do
homem sob o seu viés sócio-histórico e o papel da psicologia comunitária.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Ética e vida em sociedade
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Ética e atuação pro�ssional
Todos
Módulo 1 - Video
Perspectiva histórica e o papel da psicologia comunitária
Módulo 2 - Video
As relações sociais e a prática do psicólogo em políticas públicas

 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 
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Módulo 3 - Video
Pesquisa-participante: base metodológica para o trabalho em psicologia comunitária
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sabemos da importância da ética para o trabalho do psicólogo comunitário. Dessa forma, marque a
alternativa que descreve corretamente o porquê de uma ação ética ser um elemento importante no
trabalho do psicólogo.
A
Uma atuação ética permite que o psicólogo separe julgamentos e valores
próprios dos valores da comunidade, desenvolvendo um trabalho mais eficaz e
técnico.
B
Uma atuação ética garante obrigatoriamente que o psicólogo tenha sucesso na
sua função e alcance todos os objetivos traçados inicialmente, gerando efeitos
positivos na vida da comunidade.
C
Uma atuação ética possibilita que o psicólogo se envolva plenamente em todos
os problemas da comunidade, sendo um líder carismático e atuando no sentido
de libertá-la.
D
Uma atuação ética possibilita que o psicólogo esteja livre de problemas, podendo
realizar seu trabalho sem a necessidade de refazer sua metodologia e alterar seu
planejamento.
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E
Uma atuação ética garante ao psicólogo a solução de todos os problemas da
comunidade, uma vez que a ética possibilita enxergar com clareza todos os
problemas e as devidas soluções definitivas.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Uma atuação ética permite que o psicólogo não atue de acordo com os seus valores pessoais,
mas saiba respeitar os da comunidade para tornar o seu ofício um trabalho técnico e
metodológico, sem se desviar da implementação de uma metodologia científica.
Questão 2
A psicologia comunitária teve o seu desenvolvimento efetivado mais recentemente. Das opções
abaixo, marque aquela que descreva corretamente os aspectos da psicologia comunitária.
A
A psicologia comunitária possui viés econômico, diálogo interdisciplinar e
atuação prioritária em unidades de saúde.
B
A psicologia comunitária possui viés cultural, intervenções grupais, atuação
prioritária em favelas.
C
A psicologia comunitária possui viés crítico, papel ativo dos indivíduos e atenção
ao contexto social e histórico da comunidade.
D
A psicologia comunitária possui viés neutro, buscando o atendimento
individualizado e a atuação familiar.
E A psicologia comunitária possui viés sociológico, buscando a libertação plena do
indivíduo e atua nas escolas.
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2 - Psicologia socio-histórica e políticas públicas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as relações sociais e sua
importância para a construção de políticas públicas pelo psicólogo.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A psicologia comunitária tem característica crítica, contribuindo para a reflexão da comunidade
sobre aspectos sociais, políticos e históricos. Para isso, ela desenvolve uma perspectiva que
entende os indivíduos como seres ativos no processo de tomada de consciência e, portanto, dá
maior atenção aos aspectos socio-históricos da comunidade.

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Políticas públicas
Políticas públicas no Brasil
Ao falarmos em políticas públicas, precisamos de uma definição clara e objetiva sobre esse
conceito, pois trata-se de uma ideia ampla que permeia várias ações, secretarias, cargos e políticas
do Estado, visando um determinado fim ou objetivo para a sociedade. Nesse caso, estamos nos
referindo a programas ou ações do governo que se dirigem para a resolução de problemas que a
população de determinado local ou a sociedade enfrenta cujo objetivo último é a garantia dos
direitos básicos da população (PIRES, 2008).
Devemos ter consciência de que as políticas públicas podem ser, no caso do Brasil, relativas a
diferentes níveis, sejam eles municipais, estaduais ou federais, podendo haver até mesmo uma
conexão de ações das três esferas de governo. Tal conexão ocorre, por exemplo, no Sistema Único
de Saúde (SUS), já que os municípios, os estados e a federação possuem uma participação em
conjunto por meio de verbas ou graças a ações planejadas e coordenadas entre os entes.
Não podemos excluir também a participação das entidades privadas nesse processo por
intermédio de licitações ou acordos com os governos, como nos lembra Maria Paula Dallari Bucci:
Políticas públicas são programas de ação governamental visando [a]
coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas
para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente
determinados. Políticas públicas são metas coletivas conscientes e,
como tais, um problema de direito público, em sentido lato.
BUCCI, 2006, p. 241
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Desse modo, muitas vezes há uma coordenação entre os entes governamentais e as entidades
privadas. Isso leva a uma necessidade de atenção do psicólogo quanto a esse processo e a seus
objetivos para alinhar suas ações com os objetivos dos entes envolvidos, maximizando esforços,
unindo ações e criando um plano que some os conhecimentos específicos do psicólogo com os
objetivos estratégicos dos entes públicos e privados na busca pela solução dos problemas
enfrentados pela comunidade ou pela sociedade.
O profissional ainda precisa ter em mente que tem de conhecer a fundo as políticas públicas e suas
diretrizes, identificando os entes que possam estar atuando nelas a fim de criar um alinhamento de
objetivos e ações.
O psicólogo e as políticas públicas
Outro ponto a ser levantado é em relação aos locais de atuação dos psicólogos. Quando
abordamos a questão das políticas públicas, muitas vezes nos restringimos ao tópico do trabalho
do profissional dentro das unidades de saúde, como hospitais, postos de saúde, CAPS e outras
unidades básicas de atendimento.
No entanto, atualmente existem cada vez mais possibilidades para os profissionais atuarem dentro
da prática de políticas públicas, como, por exemplo, o trabalho em organizações não
governamentais (ONGs). Dessa maneira, um psicólogo pode atuar dentro de uma ONG prestando
os seguintesserviços para indivíduos e comunidade:
Desenvolvimento da educação
Desenvolvimento infantil
Pessoas em situação de risco
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Além disso, uma série de outros serviços e atendimentos requer a presença de um psicólogo com
capacidade de atuar diretamente nesses múltiplos casos. Nas últimas décadas, a sociedade vem
demandando cada vez mais a presença de psicólogos aptos a atuar em inúmeras áreas que
necessitam desse tipo de profissional.
É nesse sentido que as políticas públicas abrem um leque de opções muito grande para o
psicólogo, gerando a necessidade de mais aprofundamento profissional sobre essa temática, pois
o profissional da Psicologia que atua com políticas públicas necessita de conhecimentos relativos
não somente à sua área, mas também às outras áreas, como Direito, Sociologia, Política, Economia,
Educação etc. Também é muito comum que a área relativa às políticas públicas seja um primeiro
contato dele com a profissão, trazendo ao profissional da Psicologia uma rápida e robusta
experiência.
Formação para o mercado de trabalho
Presos em reabilitação
Idosos abandonados
Dependentes químicos
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Psicologia, relações sociais e políticas públicas
Psicologia socio- histórica e as relações sociais
A inserção de psicólogos em ações de políticas públicas é algo recente. Dessa forma, o psicólogo
tem de levar em consideração de que se trata de um campo ainda em construção, no qual o
profissional de Psicologia deve se inserir sabendo que há múltiplos interesses envolvidos, como os
de entidades públicas e privadas, assim como os interesses da sociedade e os próprios objetivos
profissionais do psicólogo.
A psicologia socio- histórica considera que o desenvolvimento humano se dá por meio das relações
sociais que o indivíduo mantém no decorrer de sua vida. Nesse sentido, é importante que o
psicólogo saiba analisar projetos, objetivos e diferentes interesses em jogo para montar um projeto
alinhado e com uma metodologia eficaz.
Em um primeiro momento, vamos nos ater ao que o Conselho Federal de Psicologia diz sobre a
Psicologia e as políticas públicas:
A noção de política pública geralmente é usada para se referir a
proposições, medidas e ações do governo dirigidas aos problemas de
uma determinada população na tentativa de gerir soluções, relacionada
ao Estado democrático moderno.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2007
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Dessa forma, quando falamos de Psicologia e políticas públicas, normalmente temos como
primeiro exemplo a atuação do profissional nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no Centro de
Atendimento Psicossocial (CAPS), ambos inseridos no SUS.
A entrada da Psicologia no SUS faz parte de um cenário social e político maior cuja configuração
foi delineada a partir da década de 1990 por meio da atuação de movimentos políticos e sociais,
como a organização e o fortalecimento do movimento contrário aos manicômios, além da reforma
psiquiátrica (ZURBA, 2012).
Nessa atuação do psicólogo em espaços do SUS, é necessário levar em conta que muitas vezes
ocorre a falta de uma ação mais livre do psicólogo, tornando seu trabalho restrito aos atendimentos
individuais. Isso faz com que o psicólogo da prática social perca o contato com a comunidade e
não tenha oportunidade de gerar oficinas grupais que envolvam a comunidade e familiares.
É preciso que o profissional da Psicologia esteja constantemente atento a possíveis problemas que
“massificam” a sua prática a fim de conseguir criar estratégias para o desenvolvimento de ações
mais livres e eficazes que envolvam trabalhos grupais e possam permear parte daquela
comunidade.
Atuação do psicólogo em políticas públicas
Ainda descrevendo as possíveis práticas do psicólogo em políticas públicas, também ocorre a ação
desses profissionais em hospitais e unidades de saúde por meio das demandas do serviço e
assistência social. Em hospitais e unidades de saúde é que ocorrem muitas vezes problemas
comuns que permeiam a sociedade, como mulheres agredidas por maridos, crianças abusadas e
maus tratos de idosos.
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Ao lado do assistente social, o psicólogo pode atuar diretamente nesses casos, fazendo os
primeiros atendimentos a essas pessoas, encaminhando-as para os órgãos competentes e
orientando-as nas devidas ações legais, além de buscar orientações acerca da proteção dessas
vítimas.
O psicólogo inserido nas políticas públicas tem um amplo papel a desempenhar nas unidades de
saúde, nos centros psicossociais e no atendimento a crianças de acordo com o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), a idosos e a mulheres vítimas de violência, além de uma infinidade de
outras formas de atuação nas quais o psicólogo pode exercer o seu papel.
Nessa atuação, ele pode desenvolver metodologias e criar estratégias. No entanto, ele sempre deve
estar atento às dificuldades existentes e buscar a todo momento o exercício de um atendimento
não massificado que busque entender que cada paciente é único, mas sem se esquecer também
dos processos grupais e da inserção da família e da comunidade naquele contexto social e político.
Como podemos analisar até aqui, a atuação do psicólogo em políticas públicas é, de certa forma,
uma novidade, algo que vem se constituindo com força recentemente. Trata-se, portanto, de uma
prática que ainda carece de estudos mais amplos e aprofundados.
No entanto, na tentativa de contribuir com o psicólogo e tornar esse processo um caminho mais
estruturado, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) criou, em 2006, o Centro de Referência Técnica
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em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). Nesse centro, há a reunião de informações e
referências que auxiliam os psicólogos que desejam atuar na área de políticas públicas.
Mais do que qualquer técnica, metodologia ou referência, a intervenção do psicólogo, porém, requer
a todo momento uma postura sensível em relação ao indivíduo ou à comunidade, compreendendo
suas particularidades e desenvolvendo uma postura ética em consonância com os objetivos a
serem alcançados, além da montagem de objetivos de um projeto social que leve em consideração
valores, como, por exemplo, solidariedade, criatividade e participação ativa.
As relações sociais e a prática do psicólogo em
políticas públicas
Neste vídeo, o especialista falará sobre as relações sociais, apontando sua importância para o
desenvolvimento humano e o trabalho do psicólogo na construção de políticas públicas.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Políticas públicas no Brasil
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
O psicólogo e as políticas públicas

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Todos
Módulo 1 - Video
Perspectiva histórica e o papel da psicologia comunitária
Módulo 2 - Video
As relações sociais e a prática do psicólogo em políticas públicas
Módulo 3 - Video
Pesquisa-participante: base metodológica para o trabalho em psicologia comunitária
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 
Questão 1
A atuação dos psicólogos tem se aproximado recentemente das políticas públicas, gerando novos
horizontes para o profissional da Psicologia. Dessa forma, marque a alternativaque descreve
corretamente o conceito de políticas públicas.
A
Políticas públicas são um conjunto de práticas e ações dos psicólogos com a
sociedade civil para a resolução de problemas coletivos.
B
Políticas públicas são um conjunto de ações exclusivamente da sociedade como
forma de fazer valer seus direitos sociais.
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C Políticas públicas são um conjunto de ações, diretrizes e planos que os
psicólogos traçam para resolver os problemas da comunidade.
D
Políticas públicas são um conjunto de ações do governo que tem por objetivo
ajudar no trabalho científico dos psicólogos.
E
Políticas públicas são um conjunto de ações, metas e decisões do governo cujo
objetivo é resolver um problema da sociedade.
Parabéns! A alternativa E está correta.
As políticas públicas são definidas pelos entes governamentais, fazendo parte de um conjunto de
ações e planejamentos que tem por objetivo final atender aos problemas da sociedade, buscando
saná-los.
Questão 2
A atuação do psicólogo dentro das políticas públicas é algo recente no Brasil. Dessa forma, ainda
existem muitos desafios a serem superados. Assinale a alternativa que demonstra corretamente
alguns desses desafios.
A Massificação do atendimento e perda da liberdade de ações.
B Excesso de atividades grupais e reorganização do planejamento.
C Mais liberdade de ação e desenvolvimento de metodologias próprias.
D Atendimentos individuais e respeito às diferenças.
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3 - Aspectos metodológicos do trabalho
comunitário
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a necessidade de uma
metodologia para o trabalho do psicólogo comunitário.
E Atuação com outros profissionais e falta de metodologias.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Há alguns desafios para o psicólogo na atuação em ações de políticas públicas, como a
possibilidade de “massificação” do atendimento e de perda de parte da sua liberdade ao lidar com
o excesso de pacientes em um ambiente de tensão, como hospitais e unidades de saúde.

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Metodologia e comunidade
Identi�cação dos problemas sociais
O trabalho do psicólogo comunitário tem como objetivo a formação de uma consciência crítica da
própria população. Para que isso ocorra, a população ou a comunidade deve participar do processo
de maneira ativa para identificar os principais problemas e as necessidades, bem como encontrar
soluções para eles.
A participação ativa requer do psicólogo uma estratégia bem definida a fim de permitir que os
membros da comunidade tenham espaços em que possam agir ativamente sob a supervisão do
profissional da Psicologia, além de exigir a aplicação de uma metodologia.
Para João Mattar, a metodologia se divide em duas partes:
Como método imaginamos, primeiro, um procedimento, isto é, uma
sequência de diferentes comportamentos a serem adotados por um ou
vários indivíduos e/ou automatizada até um nível em que seja possível
esse procedimento ser “transmitido” e “utilizado” por pessoas que nunca
teriam sido capazes de inventá-lo. Mas também imaginamos método
como um segundo componente, objetivos específicos ou soluções
específicas que tal procedimento nos ajudará a (ou poderá até mesmo
nos prometer) alcançar.
MATTAR, 2005, p. 9
O psicólogo comunitário lida com diversos problemas sociais que permeiam determinada
comunidade. Esses problemas complexos, por vezes, poderão tornar a atuação do psicólogo muito
difícil se ele não desenvolver um planejamento e uma metodologia adequados. É preciso que o
profissional da Psicologia elabore um bom “design” de pesquisa para que não sinta um
descolamento entre teoria e realidade (ARENDT, 1993).
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Para que haja um bom planejamento e a escolha de uma metodologia adequada, em primeiro lugar,
é preciso que o profissional saiba fazer boas perguntas que o levem a buscar respostas adequadas.
Isso pode ser observado nos exemplos a seguir:
O que pretendemos com essa abordagem comunitária?
Qual é o principal desa�o encontrado nessa comunidade?
Qual resultado buscamos atingir?
Quando um psicólogo no Brasil, por exemplo, se depara com a realidade de uma favela, há
inúmeros problemas sociais que permeiam aquela localidade, sobretudo aqueles relativos às
injustiças sociais e à falta de direitos básicos. O profissional que atua ali deve ter claro que todo
cientista possui seu juízo de valor e seus posicionamentos políticos, mas isso não pode significar
que o cientista seja um militante político e queira resolver ou lutar pelas causas daquela
comunidade.
Esse é um ponto importante, pois muitas vezes os posicionamentos políticos nos fazem agir de
maneira irrefletida. Com isso, corre-se o risco de perder a clareza da visão e o objetivo final a ser
alcançado - e, o mais importante, a metodologia a ser desenvolvida.
Abordagem metodológica do psicólogo comunitário
Uma primeira abordagem metodológica do psicólogo comunitário precisa ser a seguinte: enxergar
o que de fato une a comunidade na qual ele está se inserindo. Segundo Souza (2006), ela é unida
por um “nós”, por um sentimento de comunidade gerado pelo “tecido psicossocial” e pelo
reconhecimento de uma igualdade e de uma história em comum.
Dessa forma, em um primeiro momento, é necessário o cientista compreender que “tecido
psicossocial” é esse a unir tal comunidade e quais são os problemas, os sentimentos e as histórias
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que criam essa rede que a forma.
Dica
O psicólogo pode usar um diário ou um caderno para anotar as suas impressões a esse respeito,
formando conhecimentos sobre a comunidade como forma de compreender o local na sua
essência. A partir desse ponto, será possível delinear as estratégias e as metodologias pertinentes
da Psicologia para o contexto específico, obtendo uma maior precisão nas suas intervenções e nos
processos grupais, além de apresentar melhores resultados.
É nesse sentido que surge a importância da conscientização do psicólogo comunitário em
desenvolver um planejamento e uma metodologia de trabalho, uma vez que o trabalho em
comunidades exige de tal profissional o conhecimento sobre esse “tecido psicossocial”. Contudo,
só será possível conhecer a fundo esse tecido e todos os elos que unem determinada comunidade
por meio de um estudo de caso que tenha por estrutura uma metodologia científica adequada.
Também é comum que uma metodologia aplicada não funcione e tenha de ser adequada ou
substituída ao longo do trabalho, gerando a necessidade de ajustes, modificações e estudos
complementares. No entanto, uma vez montado o planejamento e desenvolvida a metodologia, o
psicólogo comunitário terá uma estrutura robusta na qual poderá se apoiar para desenvolver com
mais segurança as suas intervenções, compreendendo as questões e os problemas da comunidade
e criando soluções adequadas para cada problema.
Pesquisa-participante como base metodológica
Pesquisa-participante e inserção na comunidade
Na psicologia comunitária, há uma ênfase para que o processo metodológico seja construído a
partir da interação do psicólogo com a comunidade; assim, o conhecimento gerado pela própria
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comunidade é levado em conta e ajuda na construção de novos saberes. No ato de ouvir a
comunidade, o psicólogo consegue compreendê-la melhor, desenvolvendo uma análise desse
“tecido psicossocial”tão importante para nortear o planejamento e as ações.
A pesquisa-participante aparece como uma eficaz metodologia que ajuda o psicólogo a ouvir e
compreender a comunidade. Bronislaw Malinowski a criou para estudar e compreender nativos das
Ilhas Trobriand. Seu objetivo era envolver a comunidade de nativos na análise de sua realidade.
Dessa forma, entende-se a comunidade como um organismo vivo e ativo, partícipe do processo de
construção de saberes. A constante interação entre pesquisadores e membros da comunidade,
fazendo-a falar, contar suas histórias e expor sua visão sobre a sociedade, a política, suas culturas
e a própria história. É nessa troca de informações e de saberes que o psicólogo e a própria
comunidade encontram problemas reais a serem trabalhados.
A pesquisa-participante ancora-se na estruturação de entrevistas com a comunidade como forma
de trocar saberes e experiências, além de ouvir e dar voz a ela para que fale e conte os próprios
problemas e as histórias que tenham sentido. Deixar a comunidade falar é o primeiro passo para
que o profissional compreenda a própria visão da comunidade.
O objetivo da pesquisa-participante, criada por Malinowski, é justamente o de se inserir na
comunidade, fazer parte dela para compreendê-la “por dentro”.
Montagem da pesquisa-participante
Para a montagem de uma pesquisa-participante, são necessários alguns pontos a serem
executados. Veja a seguir quais são:
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Objeto e objetivos
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Elaborar as suas ideias gerais, aqueles possíveis problemas que ele irá encontrar na comunidade e
os motivos que levaram a esses problemas.

Hipóteses
Levantar as hipóteses a serem trabalhadas, pois elas podem ser confirmadas ou refutadas a
depender do aprofundamento da análise e dos estudos.
Um terceiro ponto importante é a criação de uma entrevista ou uma série de entrevistas profundas
com vários membros da comunidade. É imprescindível que o psicólogo saiba que determinados
instrumentos para entrevistas, como câmeras de vídeo ou de celulares, podem exercer um impacto
negativo, uma vez que, ao saber que está sendo filmado, o indivíduo pode não querer se expor ao
tocar em temas sensíveis para ele, fazendo-o omitir informações importantes ou acrescentar
outras imprecisas.
Além disso, o psicólogo precisa elaborar um cronograma de atuação. Esse cronograma garantirá a
eficiência das ações, coordenando-as, calculando imprevistos, antecipando problemas e
organizando o andamento do trabalho, de modo a facilitar o andamento e o ritmo da pesquisa.
O psicólogo pode compartilhar com seus pares o rumo da pesquisa, formando até mesmo grupos
de análises que contribuam para enxergar os problemas da comunidade. Após as entrevistas e o
processo de ouvir a comunidade, ele precisará fazer uma seleção, isto é, uma triagem do que
efetivamente será importante, além de identificar os principais problemas da comunidade e traçar
um plano de ação.
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Dessa maneira, compartilhar essas informações em um grupo de análises, além de facilitar o curso
da pesquisa, também fará com que novas visões, pontos de vistas e ideias surjam do contato entre
os profissionais, enriquecendo o trabalho do psicólogo e contribuindo para a montagem do plano
de ação sobre a comunidade. Após a coleta de informações e a montagem do plano de ação, o
psicólogo tem de colocar em prática a sua intervenção, agindo diretamente na comunidade como
forma de demonstrar os problemas que ele encontrou e não se esquecendo de sempre ouvir o que
ela tem a dizer.
Na exposição daquilo que o psicólogo entende como problemas a serem
solucionados, é importante que ele ouça a comunidade para compreender o
que ela pensa sobre tais problemas e se ela mesma consegue enxergá-los.
A conscientização dos problemas é um dos primeiros passos para a sua resolução e o
desenvolvimento de uma comunidade ativa que seja partícipe do processo de transformação - e
não mera expectante das ações solitárias do psicólogo.
Pesquisa-participante: base metodológica para o
trabalho em psicologia comunitária
Neste vídeo, o especialista abordará a pesquisa-participante como base metodológica para o
trabalho na psicologia comunitária e explicará a sua montagem.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!

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Identi�cação dos problemas sociais
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Abordagem metodológica do psicólogo comunitário
Todos
Módulo 1 - Video
Perspectiva histórica e o papel da psicologia comunitária
Módulo 2 - Video
As relações sociais e a prática do psicólogo em políticas públicas
Módulo 3 - Video
Pesquisa-participante: base metodológica para o trabalho em psicologia comunitária
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
Assinale a alternativa que descreva corretamente a importância da pesquisa-participante para o
desenvolvimento da metodologia na psicologia comunitária.
A
A pesquisa-participante busca desenvolver uma ponte entre a comunidade e o
psicólogo para garantir uma atuação passiva da comunidade.
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B
A pesquisa-participante está conectada com a atuação individual do psicólogo,
prescindindo da contribuição da comunidade.
C
A pesquisa-participante tem como função significativa atender a todas as
solicitações dos participantes da comunidade.
D
A pesquisa-participante busca consolidar um modelo de Psicologia atrelado
exclusivamente à escuta ativa da comunidade.
E
A pesquisa-participante tem a sua importância atrelada ao fato de ser um
mecanismo de escuta e compreensão do psicólogo sobre a comunidade.
Parabéns! A alternativa E está correta.
A pesquisa-participante tem a função de estabelecer uma escuta ativa sobre a comunidade como
forma de desenvolver estratégias e mecanismos de atuação do psicólogo.
Questão 2
Marque a alternativa que demonstra corretamente a importância da metodologia na psicologia
comunitária.
A
A metodologia contribui para que o psicólogo consiga compreender melhor a
comunidade, desenvolvendo estratégias de ação mais eficazes.
B
A metodologia contribui para que o psicólogo mantenha a comunidade passiva,
podendo agir com suas estratégias sem empecilhos.
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C A metodologia contribui para que a comunidade esteja inserida em todo o
processo de mudanças, tendo o psicólogo um papel secundário de ação.
D
A metodologia contribui para que sejam traçados planos perfeitos de ações que
identifiquem e ponham fim aos problemas daquela comunidade.
E
A metodologia contribui para que o psicólogo aja de maneira ativa, propondo
mudanças para a comunidade, que deve receber ordens de maneira passiva.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A metodologia contribui para o desenvolvimento de estratégias e ações pertinentes, contribuindo
para a identificação dos problemas, da história da comunidade e dos caminhos a serem
desenvolvidos pelo psicólogo.

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4 - Psicologia na comunidade e psicologia social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o conceito de comunidade e as
características da psicologia social comunitária.
Psicologia e comunidade
A psicologia que une a comunidade humanaA ideia de comunidade na Psicologia está relacionada com um local de construção coletiva e
consciente da realidade no qual os indivíduos tenham participação ativa no processo estabelecido,
podendo, assim, expressar livremente suas questões, opiniões e posições. O conceito de
comunidade na psicologia comunitária também está associado à ideia de individualidade, pois a
comunidade contribui para a afirmação do indivíduo quando ele expõe a sua intimidade.
Cezar Wagner Góis (2005, p. 63) afirma que a comunidade é “um agrupamento humano que
expressa um sentimento claro de unidade e constitui um todo à parte”.
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Esse “agrupamento humano” só pode ser compreendido como uma verdadeira comunidade quando
há o compartilhamento de algo em comum, como uma história, um objetivo, interesses e outros
laços que a unem. Daí a importância do psicólogo comunitário em desenvolver estratégias, ações e
metodologias que visem à identificação do que une a comunidade na qual ele está realizando
intervenções, uma vez que esses laços contribuem para que o profissional da Psicologia possa
compreender mais objetivamente quais são as forças internas e/ou externas que atuam sobre tal
grupo.
No entanto, apesar do foco nos laços que unem a comunidade, nunca podemos perder de vista que
a comunidade é um conjunto de indivíduos e que cada indivíduo possui suas particularidades,
crenças e identidades. Isso faz com que seja necessário para o psicólogo criar processos e ações
que valorizam as diferenças, colocando-as dentro do processo de intervenção e incluindo-as nos
processos grupais.
Tais diferenças, assim, podem aparecer em cena, gerando debates e contribuindo para uma prática
inclusiva na qual haja uma rede de solidariedade e apoio a todos os membros da comunidade.
Comunidade e sociedade
Outro ponto da nossa análise deve se concentrar na separação dos conceitos de comunidade e
sociedade, como bem ressaltou Ferdinand Tönnies. Confira a seguir:
Comunidade
Está ligada ao “ser”, ou seja, apresenta aspectos linguísticos, culturais, religiosos e históricos, além
da formação de amizades, sentimentos e outros laços próprios do “ser”.
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Sociedade
Está ligada ao “haver”, ou seja, às obrigações cotidianas, aos aspectos da cidadania e à burocracia
em que seus membros colocam o que possuem, como dinheiro e trabalho.
Com isso, a comunidade tem uma subjetividade maior: os laços que unem os indivíduos são mais
difíceis de serem vistos em um primeiro momento, exigindo uma pesquisa do cientista para que ele
possa chegar a um conhecimento sobre os laços que unem essa comunidade. Isso gera
diagnósticos, objetivos, planos de ações e intervenções sem deixar de lado os aspectos éticos e
metodológicos.
É sob tal viés que o psicólogo comunitário deve analisar a comunidade, compreendendo
primeiramente o conceito e tendo em mente que se trata de um conceito aberto com visões
diferentes.
O mais importante, porém, é que o profissional da Psicologia saiba claramente a importância de se
buscar conhecer a fundo os laços que unem determinada comunidade como forma de montar um
panorama sobre ela. Isso vai gerar mais conhecimento a respeito da comunidade e, assim,
contribuir para que o psicólogo desenvolva estratégias e crie um planejamento adequado com uma
metodologia robusta que lhe dê respaldo científico.
Características e conceitos da psicologia social na
comunidade
Psicologia social comunitária
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A psicologia social comunitária surge para atender a uma demanda específica: a popularização do
atendimento psicológico com o objetivo de promover a inclusão de grupos excluídos - sobretudo
das classes trabalhadoras.
Dessa forma, a psicologia comunitária tem como primeira característica
mais clara o foco em comunidades e grupos socialmente excluídos, mais
vulneráveis e mais pobres, fazendo com que o psicólogo comunitário atue
na busca pela mediação das injustiças sociais, pela garantia dos direitos
básicos da comunidade e pelo respeito aos direitos humanos, além da busca
pela garantia da cidadania.
Nesse sentido, o psicólogo comunitário atua na fronteira entre diversas áreas sociais, fazendo com
que ele tenha um conhecimento interdisciplinar mais amplo. Com isso, ele poderá procurar o
diálogo e o contato com outras áreas que possam ajudar no desenvolvimento do próprio trabalho.
É nesse sentido também que o psicólogo comunitário precisa desenvolver uma análise e um
estudo sobre a comunidade na qual ele exerce seu trabalho, levando-o a elaborar um planejamento
adequado.
Assim, por meio dessa perspectiva social e histórica, o psicólogo comunitário busca a melhoria do
modo de vida da população pertencente àquela comunidade, contribuindo para que ela consiga
superar seus obstáculos mediante a tomada de consciência - conceito que a Psicologia, alinhada
com as ideias de Paulo Freire, chama de “conscientização”.
O próprio Freire explica: “A conscientização é um esforço através do qual, ao analisar a prática que
realizamos, percebemos em termos críticos o próprio condicionamento a que estamos
submetidos” (FREIRE, 1981, p. 69).
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A partir dessas reflexões, podemos abordar um segundo aspecto da psicologia comunitária. Se a
primeira característica diz respeito à relação com as classes populares e à demanda pelo
desenvolvimento de uma consciência social, a segunda característica está ligada à necessidade de
conhecimento sobre a história da comunidade.
Nesse processo, o psicólogo comunitário cria estratégias de debates e locais onde a história da
comunidade pode emergir como forma de tomada de consciência das causas da injustiça e dos
problemas sociais. Desse modo, a segunda característica está diretamente ligada à necessidade de
um contato constante com o passado, com a história da comunidade, sob uma perspectiva de
desenvolvimento da consciência social.
Características da psicologia comunitária
Além das duas características mais importantes expostas, abordaremos outras que fazem parte da
psicologia comunitária, merecem nossa atenção e são importantes para a compreensão da
atuação do psicólogo na comunidade. É o caso, por exemplo, da mobilização da comunidade para
que os indivíduos que a integram possam ter um papel ativo na mudança dela mesma.
Desenvolver a ideia de indivíduo ativo é muito significativo para que o psicólogo consiga
demonstrar a importância da ação da comunidade na busca pela solução de problemas, uma vez
que o psicólogo sozinho não conseguirá resolver todos os problemas. Além disso, muitos deles só
poderão ser resolvidos pelos próprios membros dessa comunidade, ainda que sob orientação e
mediação do psicólogo, pois a psicologia social entende o ser humano como um ser que se
constrói e constrói a sociedade, atuando na história.
Dessa forma, podemos listar algumas características da psicologia comunitária:
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Mobilização da comunidade a partir da tomada de consciência dos seus problemas;
Melhoria do relacionamento entre os indivíduos, a comunidade e os entes públicos;
Foco no desenvolvimento de trabalhos que impactarão e melhorarão a condição de vida de
determinado grupo social.
Tais características demonstram a ampla capacidade da psicologia comunitária em desenvolver
trabalhos que transformam comunidades nos seus aspectos sociais, políticos, econômicos e até
culturais. Trata-se de etapas nas quais o psicólogo deve ter consciênciada sua função,
identificando a história da comunidade e os aspectos que conectam tal comunidade.
Com isso, o profissional de Psicologia pode traçar uma estratégia e uma metodologia de trabalho
que permitam a sua ação de maneira eficaz como forma de contribuir para que tal população tome
consciência das injustiças sociais e dos seus problemas históricos, coletivos e individuais a fim de
que consiga encontrar um caminho para a resolução desses problemas, seja por meio dos
processos grupais ou até mesmo se mobilizando frente aos órgãos públicos.
Esse é o nosso segundo conceito. Chamado de “empoderamento” pela Psicologia, ele surge quando
o sujeito consegue conquistar a sua liberdade, saindo de um estado de subordinação mediante
ações ativas (VALOURA, 2005/2006).
Comunidade e psicologia social comunitária
Neste vídeo, o especialista descreverá o conceito de comunidade e as características da psicologia
social comunitária.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
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Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Psicologia que une a comunidade humana
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Comunidade e sociedade
Todos
Módulo 1 - Video
Perspectiva histórica e o papel da psicologia comunitária
Módulo 2 - Video
As relações sociais e a prática do psicólogo em políticas públicas
Módulo 3 - Video
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
Com o auxílio do que foi discutido em nosso conteúdo, assinale a alternativa que demonstra
corretamente o conceito de “comunidade” na Psicologia.
A
A comunidade é um conjunto de indivíduos que se une temporariamente para a
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A resolução de um bem comum.
B
A comunidade é um conjunto de indivíduos que não possui nenhuma relação
entre si, estando unida apenas por laços de parentesco, mesmo que longínquos.
C
A comunidade é um agrupamento humano que constitui um grupo coeso dotado
da ideia de unidade, mas que não necessariamente anula as suas
individualidades.
D
A comunidade é um conjunto de habitantes de um mesmo espaço que não
necessariamente possui algo em comum, apenas compactuando um espaço
comum.
E
A comunidade é um agrupamento humano unido apenas por laços culturais cujos
indivíduos possuem uma cultura única e indissociável.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A ideia de comunidade na Psicologia está associada a um conjunto de indivíduos que tem uma
ideia de unidade formada a partir de laços em comum, mas, ao mesmo tempo, sem anular as
individualidades.
Questão 2
O autor Ferdinand Tönnies faz uma separação entre comunidade e sociedade. De acordo com ele:
A
a comunidade está conectada a um grupo de indivíduos que possui uma história
e ancestrais em comum, enquanto a sociedade é formada por pessoas diferentes
que não têm necessariamente uma história ou ancestrais comuns.
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Considerações �nais
B
a comunidade está ligada ao ser, aos aspectos próprios do ser humano, como
cultura, história e política, enquanto a sociedade está ligada ao haver, às
obrigações cotidianas.
C
a comunidade está unida pelo tecido social, cultural e histórico, enquanto a
sociedade está conectada apenas pelos aspectos políticos.
D
a comunidade está ligada por valores morais e afetivos, gerando um sistema
próprio de crenças, enquanto a sociedade está ligada apenas pelos aspectos
burocráticos e jurídicos.
E
a comunidade possui um elo formado pelos aspectos religiosos e morais,
enquanto a sociedade está conectada pelos meios de comunicação e pela
tecnologia.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Para Tönnies, a comunidade conecta-se com o ser, enquanto a sociedade conecta-se com o
haver. Não podemos afirmar, na concepção de Tönnies, que a comunidade se liga apenas por
histórias, tecido social e valores morais e afetivos - e tampouco por aspectos religiosos. Do
mesmo modo, não podemos dizer que a sociedade se liga somente por valores políticos e
jurídicos ou pela comunicação e pela tecnologia.

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Como vimos neste conteúdo, a psicologia social e comunitária demanda uma reflexão sobre um
comportamento ético. Além disso, ela exige uma reflexão sobre conceitos importantes e o
desenvolvimento de um planejamento e uma metodologia adequada, bem como o diálogo com
outras áreas ao longo da atuação do psicólogo.
Além da psicologia social e comunitária, a relação da Psicologia com as políticas públicas vem
crescendo vertiginosamente nas últimas décadas. Ao criar caminhos para o profissional, ela
também requer dele uma preparação mais ampla, adequada e profunda na qual outras
metodologias sejam desenvolvidas e novas reflexões sejam realizadas.
Com isso, ele estará preparado para a atuação profissional, sendo capaz de realizar seu trabalho e
suas intervenções sem anular as individualidades e o protagonismo das comunidades e dos
indivíduos. Essa atuação vai ajudá-los a identificar seus problemas por meio de uma reflexão socio-
histórica e indicará os caminhos para que eles possam encontrar a solução desses problemas com
o suporte necessário do psicólogo.
Podcast
Neste podcast, o especialista abordará os aspectos históricos, epistemológicos e metodológicos
da psicologia comunitária, destacando o comportamento ético do profissional psicólogo.

Referências
ARENDT, R. J. J. Consideraçőes críticas sobre a pesquisa em psicologia comunitária. XXIII Reuniăo
Anual de Psicologia. Resumos. Sociedade Brasileira de Psicologia, 1993. No prelo: Revista Temas.
BARROCO, M. L. S. Ética: fundamentos socio-históricos. São Paulo: Cortez, 2010.
BUCCI, M. P. D. Direito Administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2006.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA Relatório do IV Seminário Nacional de Psicologia e
15/08/2022 20:04 Dimensão ética, metodológica e política
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03562/index.html# 45/46
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Relatório do IV Seminário Nacional de Psicologia e
Políticas Públicas. Brasília: CFP, 2007.
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a) Psicologia comunitária e política de assistência social: diálogos sobre atuações em
15/08/2022 20:04 Dimensão ética, metodológica e política
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03562/index.html# 46/46
a) Psicologia comunitária e política de assistência social: diálogos sobre atuações em
comunidades
Perceba como os autores traçam diálogos teórico-metodológicos com a psicologia comunitária,
buscando analisar as famílias assistidas e a contribuição da psicologia comunitária no contexto de
políticas públicas.
b) Psicologia comunitária: teoria e metodologia
Observe que o autor, Ronald Arendt, analisa quais caminhos foram percorridos pelos psicólogos
para o desenvolvimento da psicologia comunitária. Além disso, o autor debate e expõe
metodologias próprias da área, expondo caminhos e alternativas para aqueles que desejam
ingressar nessa área.
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