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Aula 3

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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
Profª. MSc. Gisela Chicralla
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Gisela Chicralla
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Quais são as diferenças de trabalhar e/ou estudar a respeito das propriedades biológicas de um vírus (como por exemplo COVID19) e de estudar algum transtorno mental ou algum fenômeno social (como os problemas de depressão ou de violência doméstica)?
Situação Problema
A Pesquisa em Psicologia
A ciência busca aumentar o conhecimento humano e compreender como o universo funciona, verificando por que as pessoas se comportam de determinada maneira ou por qual motivo reagem de certa forma. 
A ciência é o comportamento verbal dos cientistas que estuda a realidade a partir do meio científico. 
Já o conhecimento científico busca respostas de forma sistemática por meio de pesquisas.
Um pesquisador em Psicologia precisa assumir-se como alguém imaginativo e curioso, porém, como qualquer ser humano, ele está imerso em sentimentos e emoções.
Já o pesquisador psicólogo pode ser ateísta ou religioso; no entanto, ele precisa ter em mente que deve deixar suas crenças longe das construções científicas.
A Pesquisa em Psicologia
MÉTODO CIENTÍFICO
O pesquisador não tem de levar em conta na sua pesquisa convicções não testáveis. Sua posição deve ser sempre cética, questionando os conhecimentos, os fatos ou as crenças estabelecidas. 
Um cientista cético possui um olhar crítico em relação às pseudociências ou às explicações sobrenaturais para fenômenos naturais e comportamento humano.
Uma boa pesquisa começa com uma boa pergunta. 
Pesquisadores da área de Psicologia têm uma curiosidade sobre o comportamento humano e os processos mentais.
Dessa forma, os pesquisadores psicólogos possuem como objetivo o desenvolvimento de teorias e de pesquisas psicológicas para responder as perguntas.
MÉTODO CIENTÍFICO
Essas perguntas podem versar sobre:
 Subjetividade
 Comportamento
 Processos mentais
As consequências dessas pesquisas podem impactar os indivíduos e a sociedade.
O método científico em Psicologia é compreendido como as formas que as perguntas são feitas e os passos tomados para responder as perguntas sobre os sentimentos, os comportamentos humanos e os processos mentais.
MÉTODO CIENTÍFICO
Os estudantes de psicologia pode aprender a pensar como um pesquisador traz benefícios independentemente da carreira escolhida, seja ela na área clínica, hospitalar ou de recursos humanos, além das várias possibilidades da Psicologia enquanto ciência e profissão.
Pensar como pesquisador também auxiliará você a ser um:
 Consumidor de pesquisas de qualidade.
 Leitor mais atento.
 Psicólogo clínico mais sensível.
 Psicólogo que toma decisões baseadas em achados científicos contundentes.
Pensar como pesquisador e tornar a pesquisa uma carreira, mesmo com todas as dificuldades dela no país, traz como consequência uma satisfação de contribuir com a ciência psicológica.
PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS
Os processos psicológicos básicos são funções mentais que derivam das interações entre os processos humanos inatos e a experiência do sujeito com o meio ambiente.
 Por meio do produto dessas interações, podemos compreender melhor a mente humana.
Os processos básicos, apontam Alvez e Amorin-Gaudencio (2015), são estudados e aplicados em diversas áreas da Psicologia.
Listaremos algumas delas a seguir:
 Avaliação psicológica
 Psicologia clínica
 Psicologia da educação
 Psicofísica
 Neuropsicologia
PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS
Os processos psicológicos básicos têm contribuído de forma significativa para a construção e a aplicação de técnicas de avaliação psicológica de pacientes neuroatípicos dentro da neuropsicologia, bem como auxiliam na psicologia clínica e na avaliação de funções importantes do paciente, como memória, linguagem e psicomotricidade. 
Dessa forma, a compreensão dos processos psicológicos básicos são cruciais para atuação na psicologia como ciência e prática.
PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS
CONHECIMENTO EMPÍRICO OU SENSO COMUM
Valorativo – pois é influenciado pelos estados de ânimo e pelas emoções do observador.
Reflexivo – porque a familiaridade com o objeto estudado não instiga a formulação de padrões e não permite uma formulação geral.
Assistemático – baseia-se em uma organização particular (subjetiva) que depende do sujeito.
Verificável – mas apenas em relação ao que pode ser observado, no cotidiano, no âmbito do observador, isto é, sua verificabilidade é subjetiva.
Falível – porque se conforma apenas com o que se vê ou se ouviu falar, não se preocupa com a busca da verdade.
Inexato – pois a falibilidade não permite a formulação de hipóteses verificáveis sob o ponto de vista filosófico ou científico.
CONHECIMENTO RELIGIOSO
Valorativo – porque se baseia em doutrinas que possuem proposições sagradas (dogmas), com juízo de valor.
Inspiracional – pois é revelado pelo sobrenatural.
Sistemático – os dogmas revelam um conhecimento organizado do mundo (de onde viemos, para qual finalidade e para que destino).
Não verificável – pois depende da fé em um criador divino.
Infalível e exato – porque os dogmas (revelações divinas) não podem ser discutidos.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
Valorativo – porque se baseia na experiência e na argumentação.
Racional – por consistir em um conjunto de enunciados logicamente relacionados.
Sistemático – pois os enunciados buscam uma representação coerente e geral da realidade estudada.
Não verificável – pois as hipóteses filosóficas não podem ser confirmadas.
Infalível e exato – porque as hipóteses exigem apenas coerência e lógica, que dispensam a experimentação.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Real (factual) – porque lida com ocorrências e fatos.
Contingente – pois as hipóteses podem ser validadas ou descartadas pela experimentação.
Sistemático – busca a formulação de ideias correlacionadas ao objeto de estudo.
Verificável – isto é, as hipóteses não comprovadas são descartadas.
Falível – porque nenhuma verdade é definitiva e absoluta.
Aproximadamente exato – porque novas proposições e novas tecnologias podem reformular o conhecimento existente.
OBJETOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
Ao se desvincular da Filosofia, a Psicologia passou a se ligar à Medicina, mais especificamente à Fisiologia e à Neurofisiologia, ascendendo de acordo com os padrões da ciência da época (século XIX). 
A partir de então, os estudos em Psicologia passaram a ser laboratoriais e o comportamento se instituiu como objeto de estudo.
No século XX, a Psicologia assumiu um papel para além dos laboratórios. Nesse cenário, destacaram-se três teorias: Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise. Cada uma tem relevância única na forma de compreender o ser humano, conforme veremos a seguir.
Behaviorismo
O termo Behaviorismo foi inaugurado por John Broadus Watson (1878-1958) em seu artigo intitulado Psicologia: como os behavioristas a veem. Embora essa terminologia seja a mais utilizada no Brasil, outras denominações também são conhecidas:
Comportamentalismo
Teoria Comportamental
Análise Experimental do Comportamento
Análise do Comportamento
Psicologia Experimental
Nesta abordagem, dois pensadores se destacaram: John Broadus Watson e Burrhus Frederic Skinner (1904-1990).
Watson é considerado o porta-voz da abordagem behaviorista; já Skinner, o principal autor dessa abordagem. Ao primeiro, deve-se o behaviorismo metodológico, enquanto ao segundo, o behaviorismo radical. 
Behaviorismo
Behaviorismo Metodológico
A teoria behaviorista surgiu numa época em que as investigações na área da Psicologia eram realizadas por meio da introspecção. 
Contudo, os behavioristas metodológicos acreditavam que o autoexame não era suficiente para conferir à Psicologia o caráter de ciência. 
Então, propuseram um enfoque no mundo objetivo, ou seja, no comportamento observável.
Assim como os behavioristas da época, Watson não ignorava os sentimentos, a emoção e a subjetividade, mas acreditava que esses aspectosnão podiam ser concebidos como objetos de estudo da Psicologia, pois não eram mensuráveis.
Behaviorismo Metodológico
Behaviorismo Metodológico
O Behaviorismo metodológico ficou conhecido como Teoria S-R (estímulo-resposta) e fundamentou-se nos experimentos do fisiologista russo Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936).
Em seus estudos, Pavlov percebeu que os cães, que estavam no laboratório havia algum tempo, começavam a salivar antes de serem alimentados. Para tentar explicar essa salivação antecipada, ele desenvolveu uma série de experimentos.
Behaviorismo Metodológico
Para Pavlov, no condicionamento clássico ou respondente, a aprendizagem sempre começa com uma resposta não aprendida, evocada por um estímulo específico. 
Essa relação entre estímulo (comida) e resposta (salivação) incondicionados foi chamada de reflexo ou resposta incondicionada.
Depois, o fisiologista associou aos seus estudos um estímulo neutro (som de um sino) e o estímulo incondicionado (comida). O som do sino, por si só, começou a evocar a salivação como resposta. Esse som ficou conhecido como o estímulo condicionado, e a salivação em resposta ao sino foi denominada resposta condicionada.
Behaviorismo Metodológico
Os behavioristas metodológicos, especialmente Watson, adaptaram esses conceitos voltados aos animais para o estudo do comportamento humano, reproduzindo experimentos principalmente com crianças.
Para Watson, nascemos praticamente iguais, com um pequeno repertório de respostas (como medo, raiva e amor) dirigidas a alguns estímulos específicos. Ao longo da vida, aprendemos a associar esses comportamentos a outros estímulos, muitas vezes sem significado emocional.
Para ilustrar seu experimento, Watson desenvolveu uma demonstração bastante conhecida (e polêmica), em que tentou condicionar um corajoso bebê de 11 meses (Albert) a sentir medo de um rato branco – e, por transferência, medo de outros elementos com os quais já havia brincado anteriormente.
Behaviorismo Radical
Burrhus Frederic Skinner aceitava o condicionamento clássico de Pavlov, mas acreditava que a ideia era válida apenas para uma variedade limitada de comportamentos humanos: apenas os que poderiam ter uma resposta inicial provocada por um estímulo conhecido.
Defensor do Behaviorismo radical, Skinner propôs que o objeto de estudo da Psicologia deveria ser o comportamento dos seres vivos, especialmente o do homem. Todavia, ao usar o termo comportamento, Skinner não se referia apenas aos comportamentos observáveis, mas também a eventos considerados “encobertos”, tais como o pensamento e a emoção — sentimentos acessíveis apenas ao próprio sujeito.
Para Skinner, o organismo age voluntariamente no ambiente. Disso resulta sua proposta de condicionamento operante. Enquanto para Pavlov, as respostas eram provocadas por um estímulo (comportamento respondente), para Skinner, as repostas eram emitidas pelo indivíduo (comportamento operante). Os resultados da resposta seriam centrais para a aprendizagem, ou seja, as consequências do comportamento determinariam a probabilidade de ele ocorrer de novo.
Behaviorismo Radical
Para mensurar os comportamentos em suas pesquisas, Skinner utilizava sua invenção: a câmara de condicionamento operante (caixa de Skinner).
A partir dessa caixa, Skinner fez observações sistemáticas sobre reforçamento e punição, detalhando objetivamente elementos como aquisição, extinção, esquecimento, generalização e discriminação, sempre baseado nas respostas observáveis. 
Segundo ele, os conhecimentos advindos dessas experiências e desses estudos poderiam ser transferidos para as diferentes situações cotidianas das pessoas.
Behaviorismo Radical
O Behaviorismo tornou-se uma importante escola da Psicologia que permite a análise, o reforço e a modificação dos comportamentos.
Behaviorismo Radical
GESTALT
A Gestalt surgiu na Alemanha, em 1912, e foi introduzida nos Estados Unidos oito anos depois. Seus principais seguidores foram Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), os quais se basearam em estudos psicofísicos que relacionavam a forma e sua percepção. Talvez o nome mais conhecido, por conta da criação da Gestalt Terapia, seja Friederich Salomon Perls.
Uma das principais contribuições da Gestalt para a Psicologia refere-se à concepção do homem de forma integrada. A teoria afirma que só é possível compreender o homem e a situação a ele relacionada por meio do conhecimento de todas as partes envolvidas no todo. 
O lema da Gestalt é:
 “O todo é mais que a soma de suas partes”.
GESTALT
GESTALT
O objetivo dessa teoria é estudar como os seres vivos percebem as coisas, entre elas, os objetos, as imagens e as sensações. O conceito central da Gestalt é a percepção.
 
A disposição em que os elementos são apresentados à percepção é muito importante. 
A percepção do homem não ocorre por meio de pontos isolados, de forma fragmentada, mas sim por uma visão do todo.
GESTALT
De acordo com os estudiosos da Gestalt, diferentemente do que propõem os behavioristas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo existe o processo de percepção, que interfere diretamente na compreensão do comportamento humano. 
Ambas as teorias definem a Psicologia como a ciência que estuda o comportamento, mas o Behaviorismo o faz a partir da relação estímulo-resposta, isolando o estímulo relacionado à resposta esperada e desconsiderando os aspectos da consciência. Já a Gestalt entende que o comportamento não pode ser estudado sem levar em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo.
GESTALT
A indissociabilidade da parte em relação ao todo permite que, quando o indivíduo observa o fragmento de um objeto, ocorra uma tendência natural à restauração do equilíbrio da forma, proporcionando, assim, o entendimento do que foi percebido.
Esse fenômeno perceptivo é norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura (objeto).
Outro tópico importante diz respeito à boa forma. Por meio da percepção, é possível compreender aquilo que foi observado. Quanto mais clara estiver a forma (boa forma), mais clara será a separação entre figura e fundo.
Para os defensores da Gestalt, no processo de aprendizagem, a experiência e a percepção são mais importantes que as respostas a cada estímulo. A preocupação reside na totalidade do comportamento, deixando em segundo plano as respostas isoladas e específicas.
Essa valorização da totalidade do comportamento também está fundamentada nos princípios da psicologia da Gestalt. São eles:
Proximidade: De acordo com este princípio, os elementos podem se agrupar conforme a proximidade que se percebe entre eles. Elementos que parecem estar próximos uns dos outros tendem a ser agrupados juntos. Os círculos abaixo aparentam estar agrupados numa coluna e numa linha, o que na verdade não tem nada a ver com a circunstância, pois nada mais são do que círculos independentes posicionados uns mais próximos do que outros.
Os Princípios de Agrupamento da Gestalt
Similaridade: Agrupamos em conjuntos elementos semelhantes.
A lei da similaridade sugere que elementos similares tendem a aparecer agrupados. O agrupamento pode ocorrer inclusive em ambos os estímulos visuais e auditivos. Itens similares tendem a ser agrupados juntos. Na imagem abaixo, o "triângulo laranja" na verdade não existe.
Exemplo de similaridade Auditiva:
 As notas musicais que se assemelham entre si em frequência e que se sucedem logo uma após a outra se agrupam perceptualmente para formar uma melodia. 
Lei da Continuidade: afirma que os pontos que são conectados por linhas retas ou curvas são vistos de uma forma que se segue o caminho uniforme. Ao invés de ver linhas separadas e os ângulos, as linhas são vistas como pertencentes ao mesmo elemento. As linhas são vistas como se seguissem por um caminho invisível. 
Lei de Fechamento: objetosagrupados juntos são vistos como inteiros. Tendemos a ignorar buracos e completar contornos e linhas. Na imagem abaixo não há quadrados ou círculos completos. Mas nossa mente muitas vezes ignora as informações contraditórias e preenche as informações incompletas para criar formas e imagens que nos sejam familiares.
Contornos Ilusórios: Quando percebemos, mesmo que inexistentes, contornos e indícios de profundidade. 
Em contrapartida, se os elementos percebidos não apresentam equilíbrio, simetria, estabilidade, simplicidade e regularidade, não é possível alcançar a boa forma.
 Portanto, o elemento que objetivamos compreender deve ser apresentado em seus aspectos básicos, de tal maneira que a tendência à boa forma conduza ao entendimento.
A tendência da percepção em buscar a boa forma permite a relação figura-fundo. Buscamos organizar as percepções do objeto observado (figura) e o plano contra o qual ele se destaca (fundo). 
Na figura a seguir, a imagem se destaca de forma mais substancial e se sobressai do fundo. Além disso, quanto mais clara a forma (boa forma), mais perceptível a distinção entre a figura e o fundo.
PSICANÁLISE
A Psicanálise originou-se na prática clínica do médico e fisiologista Josef Breuer (1842-1925), mas foi criada efetivamente pelo médico Sigmund Schlomo Freud (1856-1939).
Foi a partir da prática médica que Freud postulou como objeto de estudo da Psicologia os processos mentais inconscientes, além de teorizar sobre a estrutura e o funcionamento da mente humana, quebrando a tradição da Psicologia como ciência da consciência e da razão.
PSICANÁLISE
Como metodologia de investigação, Freud inaugurou o método psicanalítico e uma prática profissional terapêutica: a Terapia Psicanalítica ou Psicanálise. 
Esta terapia se caracteriza pelo método interpretativo, busca o significado oculto das ações, dos comportamentos e das palavras, além de usar os sonhos, os delírios, as associações livres e os atos falhos no processo psicanalítico.
Inconsciente e Pulsão
O conceito central da teoria psicanalítica é o inconsciente. A consideração de que existem processos psíquicos inconscientes que determinam a vida psíquica é o fator diferencial dessa teoria.
O inconsciente é formado por conteúdos psíquicos inacessíveis, em primeira instância, à consciência. Ele influencia o pensamento, o comportamento, as escolhas, as opiniões, ou seja, a vida consciente. 
Entre os conteúdos inconscientes podemos listar:
Inconsciente e Pulsão
Acontecimentos do passado
Fatos imaginados
Cenas presenciadas na primeira infância
Acontecimentos presenciados não percebidos pela consciência
Lembranças recalcadas
Sigmund Freud chegou ao inconsciente, primeiramente, por meio dos sonhos. Também afirmou que os atos falhos – como, por exemplo, palavras ditas sem a intenção de dizê-las – e os lapsos (falhas) de memória são caminhos para se chegar ao inconsciente.
Inconsciente e Pulsão
A pulsão refere-se à força que move a psique em determinada direção. 
É como um impulso, uma energia originada no próprio corpo, em um órgão ou parte do corpo (chamado de fonte), que se dirige à psique. 
A pulsão não pode ser identificada diretamente, mas por meio de seus representantes psíquicos, que podem ser ideias ou afetos.
Inconsciente e Pulsão
Inconsciente e Pulsão
Apesar de ter origem orgânica, o conceito de pulsão não pode ser reduzido à ideia de instinto:
INSTINTO: Para Freud, refere-se a um comportamento hereditário, adaptado a seu fim.
PULSÃO: Busca a satisfação, pois seu princípio é o prazer. Como força e impulso, a pulsão constitui e direciona o desenvolvimento da psique.
Há diferentes pulsões. Inicialmente, Freud identificou a pulsão de natureza sexual, denominada libido: a força que busca o prazer. Posteriormente, outros tipos de pulsão foram nomeados, como a pulsão do ego, que é a tendência à autopreservação.
Inconsciente e Pulsão
Inconsciente e Pulsão
Em sua segunda teorização sobre pulsão, Freud postulou dois tipos básicos. São eles:
Eros: Designa os impulsos que tendem para a vida, o prazer, o amor, a amizade e a sexualidade, incluindo os impulsos para a organização, a união, a criação e a construção.
Thánatos (tânatos)
Designa as tendências para a supressão das necessidades, das angústias e dos desejos, isto é, as tendências para a inatividade e para a morte, incluindo os impulsos de destruição e desagregação. É na relação conflituosa entre essas duas forças que se desenvolve a vida psíquica.
Organização do Psiquismo
Em 1900, Freud publicou o livro A interpretação dos sonhos – um marco na história da Psicanálise. Ele apresentou a primeira concepção da estrutura e do funcionamento do aparelho psíquico, postulado em sua “primeira tópica”: consciente, pré-consciente  e inconsciente.
Por aparelho psíquico, Freud se refere à noção de que a psique pode ser compreendida como uma organização de diferentes sistemas. Para ele, a mente seria subdividida em instâncias — cada uma com sua função própria (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
Organização do Psiquismo
Consciente — É somente uma pequena parte da mente, que inclui tudo que se conhece em um dado período. É chamado de sistema do aparelho psíquico, que recebe as informações do mundo externo e do mundo interno ao mesmo tempo.
Pré-consciente — É um componente do inconsciente, mas um elemento que pode se tornar consciente com facilidade. Os pedaços da memória que são compreensíveis fazem parte do pré-consciente.
Inconsciente — Nesta primeira teoria, é o lugar em que ficam os elementos naturais, que jamais foram conscientes e que não são compreensíveis à consciência. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido pelas próprias leis de funcionamento.
Organização do Psiquismo
Com base em seus estudos posteriores, em 1920, Freud remodelou a teoria do aparelho psíquico e propôs uma “segunda tópica”: id, ego e superego 
Organização do Psiquismo
Id — É o reservatório da energia psíquica, totalmente inconsciente, em que se encontrariam as pulsões que movem o homem.
Ego — É regido pela realidade e, em sua maior parte, é consciente — apesar de também apresentar uma parte inconsciente (defesas psíquicas). Ele é o mediador da busca por satisfação, considerando as condições objetivas da realidade. Suas funções básicas são: percepção, pensamento, sentimento e memória.
Superego — É o representante psíquico das exigências culturais e sociais, ou seja, ele se constitui das proibições, dos limites, da autoridade internalizada. Portanto, assume o papel da moral, responsabilizando-se pela construção de ideais a partir de modelos externos.
Organização do Psiquismo
Outra importante contribuição de Freud para a compreensão do aparelho psíquico refere-se aos processos denominados mecanismos de defesa do ego, usados para evitar o desprazer.
Organização do Psiquismo
 Além de Sigmund Freud, outros pesquisadores contribuíram para o desenvolvimento da Psicanálise com suas próprias teorias, algumas das quais apresentaram discordâncias com as ideias freudianas. Entre eles, especialmente discípulos de Freud, estão:
Alfred Adler (1870-1937)
Carl Gustav Jung (1875-1961)
Melanie Klein (1882-1960)
Anna Freud (1895-1982)
Donald Woods Winnicott (1896-1971)
Wilhelm Reich (1897-1957)
Jacques Lacan (1901-1981)
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