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Disciplina: Química QUÍMICA NUCLEAR Bragança Paulista - 2020 Instituto Federal de São Paulo Campus Bragança Paulista Prof. Josias Falararo Pagotto O que é Radioatividade? � Elas são chamadas de reações nucleares! � As reações químicas, de modo geral, envolvem uma reorganização dos átomos; � Em outras palavras, o que se altera nos átomos são somente os elétrons! � Contudo, existem reações em que o que se altera são as partículas do núcleo. Descoberta da Radioatividade � Em 1896, Henri Antoine BECQUEREL deu início aos estudos sobre radiotividade; � BECQUEREL trabalhou com o sal sulfato duplo de potássio e uranila (K2(UO2)(SO4)2); o urânio é um elemento radioativo; � BECQUEREL percebeu que aquele sal emitia radiação (energia) mesmo no escuro, ou seja, sem receber energia externa. Descoberta da Radioatividade � Ele chamou estas emissões de emissões radioativas ou radioatividade. Minério de urânio FONTE: https://portalwagnermontes.com.br/2017/05/03/brasil-negocia-exportacao-de-uranio-metalico-para-argentina/ Descoberta da Radioatividade � Após Becquerel, o casal Marie e Pierre CURIE verificou que todos os sais de urânio tinham a propriedade de impressionar chapas fotográficas. Chapa fotográfica marcada pela radiação do urânio FONTE: https://pt.scribd.com/presentation/126082059/aula-9%C2%BA-ano-radioatividade � O casal CURIE descobriu o elemento POLÔNIO, o qual era 400 vezes mais radioativo que o elemento urânio. Mineral Pechblenda (UO2), de onde foi descoberto o Polônio FONTE: http://www.quimlab.com.br/guiadoselementos/polonio.htm Descoberta da Radioatividade Benefícios do Uso da Radioatividade � São utilizadas para gerar energia elétrica. Usinas Nucleares FONTE: http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/nuclear/nuclear.htm FONTE: https://novoextra.com.br/outras-edicoes/2016/855/20768/alagoas-pode-sediar-terceira-usina-do-pais Usinas Nucleares � São utilizadas para gerar energia elétrica. Usinas Nucleares � Não libera gases poluentes e que agravam o efeito estufa; VANTAGENS � Pequena área para construção da usina � Grande disponibilidade de combustível � Pequena quantidade de resíduos � Resíduo nuclear exige armazenagem diferenciada e segura. DESVANTAGENS � Mais cara, quando comparada a outros tipos de usinas. � Risco de acidentes nucleares. � Aquecimento de ecossistemas aquáticos pela água de resfriamento dos reatores. Medicina Nuclear � São utilizadas para diagnósticos e tratamentos. FONTE: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/uso-radioatividade-na-medicina.html FONTE: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/aplicacao-radioatividade-na-medicina.htm Uso Nocivo da Radioatividade Armas Nucleares � Têm enorme poder de destruição devido à grande energia liberada na reação. FONTE: https://super.abril.com.br/ideias/a-bomba-do-bem-e-a-volta-do-fantasma-nuclear/ Ataques em Hiroshima e Nagasaki � Durante a 2ª Guerra Mundial (1945), os Estados Unidos lançaram 2 bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nahasaki. � Embora o ataque tenha colocado fim ao conflito mundial, o ataque resultou em milhares de mortos, sofrimento aos sobrevientes (muitos dos quais vieram a falecer posteriormente por efeitos da radiação) e sequelas profundas. FONTE: http://blog.rafalecalcados.com. br/little-boy-e-fatman-as- bombas-atomicas-que- destruiram-hiroshima-e- nagasaki/ Acidentes envolvendo Radioatividade Usina Nuclear de Chernobil � Ocorreu em 1986, na Ucrânia (antiga União Soviética) � Uma explosão lançou grandes quantidades de partículas radioativas na atmosfera. Acidente Nuclear em Goiânia � Ocorreu em Goiânia/GO; ficou conhecido como acidente do Césio-137. � Ao abrir a caixa, moradores do local viram um bonito sal que emitia um brilho azul no escuro. � Uma caixa de chumbo com cloreto de césio (césio 137 é radioativo!) foi descartada incorretamente em um ferro velho. FONTE: https://www.oficinadanet.com.br/ciencia/22572-o-desastre-do-cesio-137 Acidente Nuclear em Goiânia � Curiosos com aquele interessante sal, moradores e crianças brincaram com ele e o usaram em acessórios de beleza. � Este acidente levou várias pessoas à morte pouco tempo depois do contato, e deixaram várias sequelas àquelas que sobreviveram. FONTE: https://www.oficinadanet.com.br/ciencia/22572-o-desastre-do-cesio-137 Fissão e Fusão Nuclear Fissão e Fusão Nuclear FISSÃO NUCLEAR: é dividir ou quebrar um átomo de um elemento, em dois ou mais átomos de outro(s) elemento(s) químico(s). FUSÃO NUCLEAR: é unir ou juntar dois átomos de elementos químicos diferentes, formando um único átomo. São processos que envolvem os núcleos dos átomos!!! Fissão Nuclear FONTE: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/fissao-nuclear.htm É dividir ou quebrar um átomo em dois ou mais. Fusão Nuclear É unir ou juntar dois átomos, formando um único átomo. FONTE: http://www.megatimes.com.br/2015/02/fusao-nuclear.html Fusão Nuclear É unir ou juntar dois átomos, formando um único átomo. FONTE: https://www.todamateria.com.br/fusao-nuclear/ Tipos de Radiação Tipos de Partículas Radioativas 4 2α � Possui pequeno poder de transpassar anteparos. massa = 4 carga = +2 0 -1β � Possui poder de transpassar anteparos intermediário; � É um elétron. massa = 0 carga = -1 0 0λ � Possui alto poder de transpassar anteparos; � Não é partícula, é uma onda eletromagnética. massa = 0 carga = 0 Tipos de Partículas Radioativas 4 2α Massa = 4 Carga = +2 0 -1β 0 0λ Massa = 0 Carga = -1 Massa = 0 Carga = 0 “átomo de Helio (He)” “elétron” “radiação eletromagnética” FONTE: QUÍMICA, R. Feltre, v. 2, 6 ed., p. 371 Tipos de Partículas Radioativas 4 2α 0 -1β (elétron) (onda eletromagnética) 0 0λ folha de papel (átomo de He) FONTE: QUÍMICA, R. Feltre, v. 2, 6 ed., p. 371 Tipos de Partículas Radioativas 4 2α 0 -1β (elétron) (onda eletromagnética) 0 0λ madeira (átomo de He) FONTE: QUÍMICA, R. Feltre, v. 2, 6 ed., p. 371 Tipos de Partículas Radioativas 4 2α 0 -1β (elétron) (onda eletromagnética) 0 0λ (átomo de He) CURIOSIDADE Radiação 0-1β = elétron Se o núcleo só possui prótons e nêutrons, como ele pode emitir um elétron (radiação β)? É porque o nêutron se desintegra em 3 partículas: 1 próton + 1 elétron (partícula β) + 1 neutrino (massa 0 e carga 0) FONTE: QUÍMICA, R. Feltre, v. 2, 6 ed., p. 370 Exemplo 1: Complete as reações com as partículas emitidas em cada caso: a) 23592U → X + 23190Th 235 92 mx + 231 Zx + 90 = = 235 = mx + 231 � 92 = Zx + 90 � mx = 4 Zx = 2 4 2α b) 21083Bi → Y + 21084Po 210 83 mY + 210 ZY + 84 = = 210 = mY + 210 � 83 = ZY + 84 � mY = 0 ZY = -1 0 -1β MASSA: CARGA: MASSA: CARGA: Exemplo 2: O elemento 21484Po emite uma partícula α. Quais são os números atômico (Z) e de massa (A) do novo elemento químico (X) formado? 214 84Po → 42α + AZX 214 84 4 + mx 2 + Zx = = 214 = mx + 4 � 84 = Zx + 2 � mx = 210 Zx = 82 210 82X O elemento 21482Pb emite uma partícula β. Quais são os números atômico (Z) e de massa (A) do novo elemento químico (X) formado? Exemplo 3: MASSA: CARGA: Exemplo 4: (PUC-SP) Na seqüência radioativa: 216 84A → 21282B → 21283C → 21284D → 20882E temos, sucessivamente, quais emissões? a) α, β, β, α c) α, γ, γ, α e) α, β, γ, α b) β, α, α, β d) γ, β, β, γ Tempo de Meia-Vida Tempo de Meia-Vida (t1/2) É o tempo necessário para que um elemento radioativo se desintegre (ou decaia) para metade da sua massa inicial Exemplos: O tempo de meia vida (t1/2) do Polônio é de 3 minutos. Em uma amostra de 100g de Po, teremos a seguinte situação: t = 0 m = 100g 3min t = 3min m = 50g 3min t = 6min m = 25g 3min t = 12min m = 12,5g Tempo de Meia-Vida (t1/2) Exemplos: O tempo de meia vida (t1/2) do Thório é de 24 dias. Em uma amostra de 200g de Th, teremos a seguinte situação: t = 0 m = 200g 24d t = 24dias m = 100g 24d t = 48dias m = 50g 24d t = 72dias m = 25g O tempo de meia vida (t1/2) do Urânio é de 4,5 bilhões de anos. Emuma amostra de 100g de U, após quanto tempo restará 25g de U? Exemplos: Tempo de Meia-Vida (t1/2) Radioisótopos Tempo de Meia-vida 220 86Rn 55 segundos 218 84Po 3 minutos 95 43Tc 20 horas 14 6C 5.715 anos 10 4Be 1,5 milhões de anos 238 92U 4,5 bilhões de anos Tempo de Meia-Vida (t1/2) � � m = massa após o decaimento m0 = massa inicial x = número de meias-vidas NÃO CAI NA PROVA!!! Exercício 1 (Unirio-RJ) O 201Tl é um isótopo radioativo usado na forma de TlCl3 (cloreto de tálio), para diagnóstico do funcionamento do coração. Sua meia-vida é de 73 h (aproximadamente 3 dias). Certo hospital possui 20g desse isótopo. Sua massa, em gramas, após 9 dias, será igual a quanto? (FEI-SP) Vinte gramas de um isótopo radioativo decrescem para cinco gramas em dezesseis anos. A meia-vida desse isótopo é de quanto? Exercício 2 (UFPI) Na indústria nuclear, os trabalhadores utilizam a regra prática de que a radioatividade de qualquer amostra se torna inofensiva após dez meias-vidas. Identifique a fração que permanecerá após esse período. a) 0,098% b) 0,195% c) 0,391% d) 1,12% e) 3,13% Exercício 3 4. (FUVEST 2018) O ano de 2017 marca o trigésimo aniversário de um grave acidente de contaminação radioativa, ocorrido em Goiânia em 1987. Na ocasião, uma fonte radioativa, utilizada em um equipamento de radioterapia, foi retirada do prédio abandonado de um hospital e, posteriormente, aberta no ferro-velho para onde fora levada. O brilho azulado do pó de césio-137 fascinou o dono do ferro-velho, que compartilhou porções do material altamente radioativo com sua família e amigos, o que teve consequências trágicas. O tempo necessário para que metade da quantidade de césio-137 existente em uma fonte se transforme no elemento não radioativo bário-137 é trinta anos. Em relação a 1987, a fração de césio-137, em %, que existirá na fonte radioativa 120 anos após o acidente, será, aproximadamente, (A) 3,1. (B) 6,3. (C) 12,5. (D) 25,0. (E) 50,0. Exercício 4 4. (FUVEST 2018) O ano de 2017 marca o trigésimo aniversário de um grave acidente de contaminação radioativa, ocorrido em Goiânia em 1987. Na ocasião, uma fonte radioativa, utilizada em um equipamento de radioterapia, foi retirada do prédio abandonado de um hospital e, posteriormente, aberta no ferro-velho para onde fora levada. O brilho azulado do pó de césio-137 fascinou o dono do ferro-velho, que compartilhou porções do material altamente radioativo com sua família e amigos, o que teve consequências trágicas. O tempo necessário para que metade da quantidade de césio-137 existente em uma fonte se transforme no elemento não radioativo bário-137 é trinta anos. Em relação a 1987, a fração de césio-137, em %, que existirá na fonte radioativa 120 anos após o acidente, será, aproximadamente, (A) 3,1. (B) 6,3. (C) 12,5. (D) 25,0. (E) 50,0. Exercício 4 (FUVEST 2020) O gás hélio disponível comercialmente pode ser gerado pelo decaimento radioativo, sobretudo do urânio, conforme esquematizado pela série de decaimento. Desde a formação da Terra, há 4,5 bilhões de anos, apenas metade do 238U decaiu para a formação de He. Exercício 5 Com base nessas informações e em seus conhecimentos, é correto afirmar: (A) O decaimento de um átomo de 238U produz, ao final da série de decaimento, apenas um átomo de He. (B) O decaimento do 238U para 234U gera a mesma quantidade de He que o decaimento do 234U para 230Th. (C) Daqui a 4,5 bilhões de anos, a quantidade de He no planeta Terra será o dobro da atual. (D) O decaimento do 238U para 234U gera a mesma quantidade de He que o decaimento do 214Pb para 214Po. (E) A produção de He ocorre pela sequência de decaimento a partir do 206Pb. (UNICAMP 2020) Nuclear fusion is a reaction in which atomic nuclei merge to form the nucleus of a new atom. The mass of the new atom’s nucleus is lower than the sum of the merging nuclei’s masses, a difference that is released as energy. This is, for instance, the reaction that occurs in the Sun. The energy released during fusion can be calculated by the equation E = Δm.c2, where Δm is the difference between the initial and final masses in the reaction, and c is the speed of light. When calculating the aforementioned energy, nucleus mass can be conveniently quantified using the atomic mass unit (u), which is roughly equivalent to 900 MeV (1 u � 900 MeV). Consider the hypothetical nuclear fusión reaction 222X + 4Y � 221Z. Note that the masses of 222X, 4Y, and 221Z are 222u, 4 u, and 221 u, respectively. The amount of energy released in this reaction is a) 5 MeV. b) 450 MeV. c) 900 MeV. d) 4500 MeV. Exercício 6 (UNESP 2020) Parte das areias das praias do litoral sul do Espírito Santo é conhecida pelos depósitos minerais contendo radioisótopos na estrutura cristalina. A inspeção visual, por meio de lupa, de amostras dessas areias revela serem constituídas basicamente de misturas de duas frações: uma, em maior quantidade, com grãos irregulares variando de amarelo escuro a translúcido, que podem ser atribuídos à ocorrência de quartzo, silicatos agregados e monazitas; e outra, com grãos bem mais escuros, facilmente atraídos por um ímã, contendo óxidos de ferro magnéticos associados a minerais não magnéticos. As fórmulas químicas das monazitas presentes nessas areias foram estimadas a partir dos teores elementares de terras raras e tório e são compatíveis com a fórmula Ce3+0,494La3+0,24Nd3+0,20Th4+0,05(PO43–). (Flávia dos Santos Coelho et al. “Óxidos de ferro e monazita de areias de praias do Espírito Santo”. Química Nova, vol. 28, no 2, março/abril de 2005. Adaptado.) a) Qual o nome do processo de separação de misturas utilizado para separar as partes escuras das claras da areia monazítica? Com base na fórmula química apresentada, demonstre que a monazita é eletricamente neutra. Exercício 7 (UNESP 2020) Parte das areias das praias do litoral sul do Espírito Santo é conhecida pelos depósitos minerais contendo radioisótopos na estrutura cristalina. A inspeção visual, por meio de lupa, de amostras dessas areias revela serem constituídas basicamente de misturas de duas frações: uma, em maior quantidade, com grãos irregulares variando de amarelo escuro a translúcido, que podem ser atribuídos à ocorrência de quartzo, silicatos agregados e monazitas; e outra, com grãos bem mais escuros, facilmente atraídos por um ímã, contendo óxidos de ferro magnéticos associados a minerais não magnéticos. As fórmulas químicas das monazitas presentes nessas areias foram estimadas a partir dos teores elementares de terras raras e tório e são compatíveis com a fórmula Ce3+0,494La3+0,24Nd3+0,20Th4+0,05(PO43–). (Flávia dos Santos Coelho et al. “Óxidos de ferro e monazita de areias de praias do Espírito Santo”. Química Nova, vol. 28, no 2, março/abril de 2005. Adaptado.) b) O principal responsável pela radioatividade da areia monazítica é o tório-232, um emissor de partículas alfa. Escreva a equação que representa essa emissão e calcule o número de nêutrons do nuclídeo formado. Exercício 8