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Questões sobre Processo Civil

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1. “A” move ação de cobrança em face de “B”, seguradora, pleiteando o cumprimento do contrato através do recebimento do valor do seguro do veículo, cujo pagamento foi recusado, sob a alegação de fraude. Na audiência de instrução e julgamento, o magistrado julga procedente o pedido e condena a seguradora ao pagamento do valor estipulado em contrato. No mesmo ato o juiz, de ofício, concede tutela antecipada, determinando que a seguradora efetue o pagamento do valor sob incidência de multa diária e como condição para o recebimento de recurso contra a decisão. O advogado de B interpõe, contra essa decisão, agravo de instrumento atacando a tutela antecipada e apelação atacando o mérito da sentença. Pergunta-se: 
a) Poderia o juiz conceder tutela antecipada na mesma sentença que julgou o mérito da ação? 
RESPOSTA: O juiz poderia realizar o ato, pois, nessa hipótese, conceder a tutela antecipada é uma decisão do magistrado em retirar o efeito suspensivo intrínseco ao recurso de apelação. Trata-se de uma forma de autorizar o cumprimento provisório da obrigação, que fornece eficácia imediata à decisão, confiscando o efeito suspensivo do recurso de apelação. Trata-se do princípio do dispositivo, consoante o Art.1.012, §1º, inciso V, do CPC/15.
b) Poderia a tutela antecipada ser concedida de ofício?
RESPOSTA: Apesar de haver diversos debates na jurisprudenciais e doutrinários no âmbito do Direito Processual Civil brasileiro acerca do assunto, grande parte compreende que há violação do princípio da demanda a concessão da tutela antecipada de ofício. Dessa forma, apenas a providência cautelar poderia ser concedida de ofício, dado que em algumas situações é aceita a medida. Assim, consoante o Art.273, do CPC/15, a tutela antecipada apenas pode ser outorgada com requerimento da parte. 
c) Está correto o procedimento do advogado interpondo os dois recursos contra a decisão?
RESPOSTA: Não está correto o procedimento do advogado da parte Ré, pois em razão do princípio da singularidade, conhecido também como princípio da unirrecorribilidade, existe apenas um único recurso para cada decisão atacada. Assim, o recurso de apelação é somente o que deve ser apresentado, pela sua amplitude, dado que absorve o recurso de agravo, mais limitado. Apesar disso, não é a união dos recursos em apenas um. Não existe motivo na tese argumentativa sobre o recurso cabível, na hipótese, o recurso de agravo, já que a tutela antecipada concedida na sentença não tem natureza de decisão interlocutória.
d) Esses recursos podem ser reunidos em um só e recebidos como apelação única, em face dos princípios da singularidade e da fungibilidade? 
RESPOSTA: Nessa situação, não é possível que os recursos sejam reunidos em um só e recebidos como apelação única, dado que, em razão do princípio da fungibilidade, essa situação somente ocorre nas hipóteses de dúvida objetiva, o que não aconteceu no caso em síntese. 
e) Caso B só recorra do mérito da decisão e não ataque a antecipação de tutela, poderá o Tribunal, de ofício, revogar essa parte da decisão?
RESPOSTA: É possível que o tribunal revogue, de ofício, parte da decisão que disserta a respeito da antecipação de tutela, pois como ela é concedida pelo juízo de primeiro grau, tem cunho satisfativo, uma vez que lida com o pedido de mérito da lide, isto é, a satisfação imediata do direito. Dessa forma, se houver impugnação do recorrente quanto a antecipação de tutela, ele também estará impugnando o mérito da decisão, porque os pedidos se confundem. Logo, para o princípio da voluntariedade, é exigível que a parte esteja interessada em interpor recurso, tal como ser libre para demarcar a esfera do recurso, tendo o direito de impugnar em parte ou totalmente a decisão que deseja recorrer. Assim, consoante o princípio da non reformatio in pejus, o que não for temática recursal, não pode sofrer uma piora. Apesar disso, na síntese tratada, a antecipação de tutela, foi confundida com o mérito, sendo apenas suspenso o efeito suspensivo do recurso de apelação pelo juízo. 
 f) Poderia o juiz exigir o pagamento como condição de recorribilidade da decisão ou estaria assim infringindo o princípio do duplo grau de jurisdição?
RESPOSTA: Não é possível que o juiz exija o pagamento como condição de recorribilidade da decisão, pois isso viola o princípio do duplo grau de jurisdição, tal como o da legalidade, uma vez que introduz uma nova condição para admissibilidade do juízo, que não é reivindicado na lei. Logo, consoante o princípio da legalidade, os requisitos para se ter admissibilidade do recurso são: legitimidade da parte, tempestividade e o preparo. 
 2. João ajuíza ação em face da Fazenda Pública Estadual, por ter sido atropelado por viatura policial trafegando em alta velocidade e sem ter sirene ligada. Requer a condenação da Fazenda na reparação dos danos materiais e estéticos provocados pelo acidente. Julgada parcialmente procedente a demanda, restou a Fazenda condenada apenas quanto aos danos materiais bem como nos honorários advocatícios, fixados em 15%. A Fazenda Pública apresentou recurso voluntário exclusivamente para diminuição da verba honorária a que foi condenada, para 10% do valor da condenação. O autor, por sua vez, recorre para a ampliação da condenação abrangendo também os danos estéticos. 
a) Na hipótese de o Tribunal não conhecer do recurso do autor por intempestividade, poderá, ainda assim, ampliar a condenação da Fazenda Pública para incluir o dano estético, não incluído na sentença?
RESPOSTA: Não. Ao proferir uma sentença ou acórdão, o juiz singular ou o Tribunal precisam seguir dois princípios, o da adstrição ao pedido, isto é, o julgado deve ter atenção ao que foi requerido pelas partes. Na situação em epígrafe, como não foi conhecido o recurso do autor, não há chance de reformar a sentença para agravar a outra parte, isso recairia no princípio da non reformatio in pejus. Da mesma forma, na hipótese de inclusão por parte do Tribunal de dano estético no caso, sua atitude seria além do que foi solicitada, de modo extra petita, com chance de ser um acórdão nulo. Portanto, o acórdão precisa se atentar aos pedidos das partes para atingir a sentença no que foi impugnado por recurso.
 b) No caso do Recurso da Fazenda, apenas para diminuição da condenação dos honorários de 15% para 10%, poderá o Tribunal, reduzi-la para 5% sobre o valor da condenação?
RESPOSTA: Em primeiro lugar, é preciso se interpretar conjuntamente os dispositivos: §§2º, 3º e 8º, do Art.85, do CPC/15, uma vez que demonstram o método para fixar a verba honorária, levando em consideração a proporção do proveito econômico obtido pela parte vencedora, isto é, o bem da vida controvertido na demanda. Dito isso, os §§3º e 11, do Art.85, do CPC/15, determina o teto de pagamento de honorário advocatício quando a Fazenda Pública for sucumbente, necessitando de atenção no momento em que a verba sucumbencial for adicionada no momento recursal. Assim, a atual regulamentação dos honorários advocatícios precisa ter uma interpretação teleológica e sistemática para alcançar as hipóteses constitucionais da proporcionalidade e da razoabilidade, previstos no âmbito do direito instrumental, conforme determinado pelo Art.8º, do CPC/15.Logo, essa situação acontece em contrapartida ao que ocorria no antigo Código de Processo Civil, de 1973, em que o Art.20, 4º, previa que condenações contra a Fazenda Pública o magistrado não ficaria relacionado aos percentuais de sucumbência ordinários. 
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