Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hipertensão arterial em pediatria 1 Hipertensão arterial em pediatria Definição Valores de PAS e/ou PAD ≥Percentil 95 para sexo, idade e percentil da altura em 3 ou mais ocasiões diferentes. Quando medir Todas as crianças maiores de 3 anos devem ter a sua PA medida pelo menos 1 vez por ano. Para as crianças menores de 3 anos, a avaliação da PA está indicada em condições especiais: Histórico neonatal → prematuros, muito baixo peso ao nascer, cateterismo umbilical, outras complicações no período neonatal requerendo internação em UTI Doenças cardíacas → cardiopatia congênita (corrigida ou não) Doenças renais → ITU de repetição, hematúria ou proteinúria, doença renal conhecida, malformação urológica, história familiar de doença renal congênita Transplantes → órgãos sólidos, MO Outros → neoplasia, tratamento com drogas que sabidamente aumentam a PA, outras doenças associadas à Hipertensão (neurofibromatose, esclerose tuberosa, anemia falciforme, etc), evidência de aumento da pressão intracraniana obs.: anemia falciforme → ECO e aferir PA (lesão em septo cardíaco) Como medir? O ideal é que a criança esteja: Sentada ou deitada, tranquila, descansada por mais de 5 minutos Com a bexiga vazia Sem ter praticado exercícios físicos há pelo menos 60 minutos Som o braço ao nível do coração Sendo preferencial o braço direito (CoAo) PASSO A PASSO: 1. 1° passo → medir a distância do acrômio ao olécrano 2. 2° passo → identificar o ponto médio da distância entre o acrômio e o olécrano 3. 3° passo → medir a circunferência do braço nesse ponto médio. A partir dessa medida, seleciona-se o manguito adequado, que deve cobrir 40% da largura e 80 a 100% do comprimento 4. 4° passo → colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3cm acima da fossa cubital 5. 5° passo → centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial 6. 6° passo → estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial 7. 7° passo → palpar a a. braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva 8. 8° passo → inflar rapidamente até ultrapassar 20-30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação 9. 9° passo → proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg/segundo) 10. 10° passo → determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação 11. 11° passo → determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff) Hipertensão arterial em pediatria 2 12. 12° passo → auscultar cerca de 20-30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa 13. 13° passo → se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da PAS/PAD/zero 14. 14° passo → anotar os valores exatos sem “arredondamentos” Como interpretar a tabela? Tabela por sexo (feminina e masculina) Localizar a idade da criança na primeira coluna (1-17anos) Localizar a coluna do percentil da estatura correspondente ao visto no gráfico ou à estatura medida que mais se aproxima na tabela, tanto para a PAS quanto para a PAS Verificar os percentis 50, 90, 95 e percentil 95+12 mmHg referentes à essa criança obs.: percentil 95 + 12 = HA 2 Hipertensão arterial em pediatria 3 Quadro clínico Habitualmente, as crianças e adolescentes hipertensos são assintomáticos. Alguns podem apresentar quadro de cefaleia, irritabilidade e alterações do sono. Os sinais e sintomas podem sugerir envolvimento de algum órgão ou sistema específico, por exemplo, rins (hematúria macroscópica, edema, fadiga), coração (dor torácica, dispneia aos esforços, palpitação). Causas A HA na faixa etária pediátrica pode ter causa primária ou secundária. Geralmente, a HAS primária ocorre em crianças >6 anos, que têm sobrepeso ou obesidade ou história familiar positiva para HAS. obs.: RN → trombose de a. renal e CoAo Hipertensão arterial em pediatria 4 Exame físico e causas Exames complementares MAPA Urina tipo 1 e urocultura Sangue → bioquímica, incluindo eletrólitos, ureia, creatinina, perfil lipídico, transaminases, ácido úrico; hemograma completo Hemoglobina glicada (para triagem de DM) TSH/T4L (atraso do crescimento) Imagem → US renal em <6 anos ou naqueles que tiverem urina 1 ou função renal alteradas Screening para drogas, polissonografia (se roncos, sonolência diurna ou relato de apneia do sono) Hipertensão arterial em pediatria 5 Avaliação de órgãos-alvo Ecocardiograma (único que não é consenso) NÃO fazer ECG Microalbuminúria (pacientes renais) Tratamento Não medicamentoso (dieta e exercício físico). MEDICAÇÃO - QUANDO USAR: Falta de resposta ao tratamento não medicamentoso Hipertensão sintomática Presença de Hipertrofia de Ventrículo esquerdo HAS estágio 2 sem fator modificável identificado HAS em paciente com Doença Renal Crônica HAS em paciente com DM 1 ou 2 IECA → captopril (neonatos) BRA → losartana (≥6 anos) DIURÉTICOS TIAZÍDICOS → hidroclorotiazida BLOQ. CANAIS Ca2+ → anlodipino 2° LINHA → propanolol, atenolol (beta-bloqueador) e espironolactona (diurético poupador de potássio) CRISE HIPERTENSIVA → esmolol, nitroprussiato sódico obs.: captopril e propanolol → problema = 8/8h obs.: crise hipertensiva → comum em pós-operatório de CoAo Hipertensão arterial em pediatria 6 Hipertensão arterial em pediatria 7
Compartilhar