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DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO RECÉM-NASCIDO (DRRN) - Síndrome do desconforto respiratório (SDR) - Pneumonia neonatal - Taquipneia Transitória do RN (TTRN) - Síndrome da aspiração meconial (SAM) Quadro clínico Geral • Taquipneia – FR ≥ 60 irpm; • Tiragem subcostal, intercostal; • Balancim (tórax retrai e abdome expande durante a inspiração) • BAN; • Gemência; • Cianose. Boletim de Silverman Anderson (BSA) → Cada parâmetro recebe uma pontuação de zero a dois, conforme apresentado na figura. É feita a soma, sendo que o zero indica ausência de retrações, e 10, o grau máximo de retrações torácicas. - pontuação > 4: dificuldade respiratória moderada - grave - pontuação > 8: insuficiência respiratória grave Causas DRRN • Pulmonares; - Síndrome do desconforto respiratório - Pneumonia neonatal - Taquipneia transitória - Síndrome de aspiração meconial - Hipertensão pulmonar persistente do RN - Displasia broncopulmonar • Mecânicas ou mecânica-cirúrgica; • Cardiovasculares; • Neuromusculares; • Metabólicas. Síndrome do desconforto respiratório (SDR) → Também denominada de doença da membrana da membrana hialina - Comum no RN pré-termo - Dificuldade respiratória precoce e progressiva Etiopatogenia → Diminuição da concentração de surfactante alveolar → colapso alveolar - Pneumócitos tipo 2 começam a produzir surfactante (lipídios + proteínas) a partir de 24 semanas. - Surfactante com quantidade suficiente só a partir de 34 semanas - Ação do surfactante é reduzir a tensão superficial dos alvéolos (interface líquido/ar) → impede o colabamento dos alvéolos → atelectasia - Essa fisiopatologia gera redução do tempo de troca gasosa → hipoxemia e hipercapnia (hipoventilação) - Pior progressiva do padrão respiratório Fatores de risco 1. Prematuridade 2. Sexo masculino 3. Diabetes materno → mesmo com mais de 34 semanas pode ter SDR, uma vez que a insulina atrasa a maturação pulmonar. 4. Raça branca 5. SDR em irmão 6. Asfixia perinatal 7. Parto cesáreo sem TP obs.: insulina - atrasa a maturação pulmonar / cortisol: acelera a maturação - criança PIG filha de mãe hipertensa → gera sofrimento fetal → aumenta o cortisol que acelera a maturação pulmonar - criança GIG filha de mãe diabética → hiperinsulinêmico → atrasa a maturação pulmonar Quadro clínico - Taquipneia (> que 60) - Sinais de desconforto respiratório progressivos → fadiga respiratória - Ausculta: entrada de ar pobre, crepitações - Evoluem com a SDR no 1 ao 3 dia de vida, que a partir do 3º dia há uma melhora clínica devido a produção do surfactante Radiografia - Infiltrado reticulogranular difuso + aerobroncograma → padrão em vidro fosco → Esse padrão radiográfico resulta da existência de áreas de atelectasia alveolar associadas ao represamento de ar em vias aéreas distais - volume diminuído → tórax pouco expandido - Há um borramento das margens cardíacas - Grau I - IV ● Grau I (LEVE): granulações finas e discretas em região peri-hilar, que não borram a silhueta cardíaca e não atingem a periferia. ● Grau II (MODERADO): infiltrado reticulogranular moderado, com aspecto de “vidro moído”, borrando a silhueta cardíaca e associado à presença de broncogramas aéreos. ● Grau III (GRAVE): opacidade total dos campos pulmonares, com dificuldade para visualizar a área cardíaca. Tratamento 1) Suporte ventilatório: evitar e reverter a atelectasia alveolar, manter gases sanguíneos em níveis aceitáveis e diminuir esforço respiratório. ● Oxigênio por capacete (hood) - sintomático, não altera a história natural da doença, logo não se faz tanto ● CPAP nasal → + indicado para evitar o colabamento, garantindo a estabilidade alveolar com pressão expiratória positiva - CPAP iniciado precocemente na sala de parto melhora o prognóstico - circuito duplo de ar inspiratório (fonte de gás com O2) e expiratório (coluna de água) → cria uma resistência a saída de ar expiratório, mantendo uma pressão no alvéolo - CPAP deve ser iniciada logo após o nascimento em todos os bebês com risco para SDR, assim como em todo RN com IG < 30 semanas que não necessitou de intubação para estabilização em sala de parto. Deve ser iniciada sob um fluxo de 6-8L/min e uma pressão inicial (PEEP) de 6-8cmH2O. ● Ventilação mecânica → crianças muito prematuras que apesar do CPAP mantém hipoxemia, mantém episódios de apneia 2) Reposição de surfactante: - Surfactante → INSURE = INtubação + SUrfactante + Extubar - Feito em crianças com quadro de SDR e não respondendo bem a outros tratamento 3) Antibiótico → o principal diagnóstico diferencial é a pneumonia/sepse neonatal. - solicitar: Hemograma e PCR, hemocultura. 4) Outras medidas: controle de temperatura, hidratação e nutrição Complicações - Extravasamento de ar → barotrauma - Infecção; - Hemorragia craniana; - PCA (Persistência do canal arterial) - DBP (Displasia broncopulmonar) Prevenção - Pré-natal adequado - Corticoide antenatal: É recomendado em todas as gestações com ameaça de trabalho de parto prematuro entre 24 e 34 semanas de gestação (Evidência nível A), em que o cuidado ativo do recém-nascido será antecipado. PNM/Sepse neonatal Classificação Sepse precoce (< 48h de vida) - mecanismos de infecção: 1) Ascendente: bactérias do trato genital feminio a alcançar a cavidade uterina e é aspirada pelo concepto 2) Intraparto: na via de parto vaginal ao nascimento o bebê aspira as bactérias do trato genital feminino Sepse tardia (após 7 dias de vida) - mecanismo de infecção: 1) Nosocomial 2) Comunitária após a alta hospitalar Etiologia → Sepse precoce - Estreptococo do grupo B (S. agalactiae) - Gram negativos entéricos → E. coli → Sepse tardia - Estafilococos (aureus e coagulase neg) - Bactérias gram-negativas - Fungos (fatores de risco: < 1000g, nutrição parenteral e ATB) Fatores de risco 1. Ruptura prolongada das membranas > 18h 2. Corioamnionite → infecção bacteriana da cavidade uterina 3. Colonização materna por germes patogênicos (GBS) 4. Prematuridade → a própria infecção tenha gerado a infecção da cavidade uterina, uma vez que a infecção gera a prematuridade Quadro clínico - Poder haver um período assintomáticos, demorando até ter sinais clínicos - Desconforto respiratório - Doença sistêmica: distermia (variação da temperatura - febre ou hipotermia), alteração do estado de alerta (hipoativo), alterações cardiocirculatória (redução dos pulsos), alterações gastrointestinais (distensão abdominal, vômitos) Exame complementar 1) Radiografía de tórax (parece com as alterações da SDR) - Infiltrado reticulogranular difuso (aerobroncograma) → padrão em vidro fosco - volume diminuído - Há um borramento das margens cardíacas 2) Hemograma - Neutropenia - Relação I/T aumentada > ou = 0,2 Obs.: Relação I/T → “desvio para esquerda” - Divisão entre os neutrófilos imaturos / neutrófilos total - Aumento das formas jovens das células neutrófilos - Os parâmetros dessa relação depende da idade da criança 3) Hemocultura, cultura de líquor e urinocultura (infecção tardia) - A cultura de líquor deve ser realizada mesmo que se saiba qual é o foco infeccioso, devido a grande tendência de disseminação nas infecções neonatais - Urinocultura é feita apenas em infecções tardias ou se o bebê tem alguma malformação do trato urinário Tratamento → Sepse precoce: ampicilina (Pega GBS) + aminoglicosídeo (pega gram negativos) - ex.; amp + gentamicina → Sepse tardia: o esquema empírico da sepse tardia depende da flora e da resistência bacteriana do serviço ou da localidade na qual a criança mora Taquipneia Transitória do RN (TTRN) → Também denominada de síndrome do pulmão úmido - Quadro de edema pulmonar - Benigno e autolimitado - Retardo da absorção do líquido pulmonar → durante a vida uterina o sistema pulmonar é preenchido por líquido, mas quando a gravidez chega ao termo a mucosa começa a reabsorver o líquido - O trabalho de parto acelera essa absorção de líquido Fatores de risco 1) Ausência de trabalho de parto 2) Cesariana com ou sem trabalho de parto (a passagem pela via de parto ajuda na retirada de l´quidodo sulmões) 3) Termo/pré-termo tardio 4) Sexo masculino 5) Macrossomia 6) Gestação múltiplas 7) Asma materna 8) Diabetes materno Quadro clínico → Diagnóstico clínico: - Não tem muito sinais de gravidade além da taquipneia - Rápida resolução, com melhora até 3 - 5 dias (autolimitado) - Taquipneia (> 60 irpm) com ou sem dispneia - Tórax em barril (hiperinsuflação) - Ausculta: boa entrada de ar, crepitações Exames complementares → Hemograma, PCR e hemocultura → Radiografia - Congestão hilar - Aumento da trama vascular - Líquido acumualdo na cissura pulmonar (cisurite) ou derrame - Cardiomegalia - Hiperinsuflação Tratamento → Suporte: - Oxigenoterapia → necessitam de baixas porcentagem de O2. FiO2 < 40 % - Pressão positiva em via aérea - Antibioticoterapia - Suporte nutricional → a elevada FR > 70 normalmente impede muitas vezes o aleitamento materno obs.: Não se faz diurético Síndrome de Aspiração Meconial (SAM) → Aspiração de mecônio intraútero - Bloqueio mecânico da pequena via aérea, podendo gerar uma pneumonite - Todos os fetos acumulam mecônio no intestino e a maioria dos fetos não eliminam antes do nascimento - Algumas crianças eliminam antes do nascimento devido sofrimento fetal = relaxamento dos esfíncteres → o mecônio disperso no líquido amniótico é aspirado pelo feto - Apesar do mecônio ser estéril, seus mucopolissacarídeos podem ser um excelente meio para crescimento bacteriano, especialmente Escherichia coli. Fatores de risco 1. Líquido amniótico meconial 2. Sofrimento fetal (hipóxia intra útero)→ crianças que necessitam de reanimação 3. Termo e pós-termo → principalmente pós-termo, onde a placenta para de crescer e o feto continua a se desenvolver, podendo gerar uma asfixia Quadro clínico - Desconforto respiratório GRAVE: ● taquipneia, cianose, uso de musculatura acessória, BAN e gemência ● Pode haver síndrome de escape de ar (pneumotórax/ pneumomediastino) e hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido (HPPRN). Diagnóstico clínico - Sinais de pós-maturidade (muitos pelos e unhas grandes) - Impregnação pigmento amarelo esverdeado; - Mecônio na traquéia; - Taquipnéia, dispnéia, hipóxia; - Ausculta: estertores e roncos. Exames complementares → Exames laboratoriais: hemograma, PCR e hemocultura → Radiologia - Infiltrado alveolar grosseiro: áreas de atelectasia com aspecto nodular, grosseiro e irregular - Pneumotórax 15 - 30% - Volume pulmonar aumentado → hiperinsuflação Tratamento 1) Suporte ventilatório 2) Antibiotico terapia 3) Surfactante → A SAM promove um processo inflamatório que desativa o surfactante → Conduta na sala de parto : criança que nasce com líquido amniótico meconial - RN a termo com boa vitalidade: nenhuma medida especial - colo materno - RN deprimido (hipotonia, apneia) → aspirar boca e narina, se necessário VPP → não melhora → aspirar traqueia Prevenção – Acompanhamento das gestantes de risco; – Prevenção da pós-maturidade; – Assistência ao RN em sala de parto. MACETES → RX de tórax evidenciando hernia diafragmática - desconforto respiratório nas primeiras horas de vida
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