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Objetivos Módulo 1 Os tipos de uso da água Reconhecer a importância dos tipos de uso da água e os parâmetros de qualidade. Acessar módulo Módulo 2 Etapas do tratamento de água Identificar as principais etapas do tratamento de água para o consumo humano. Acessar módulo Módulo 3 Etapas do tratamento de esgoto urbano Identificar as etapas do tratamento de esgoto urbano e suas principais operações unitárias. Usos da água Prof. Oscar Javier Celis Ariza Descrição O uso da água nos processos de saneamento básico: coleta, tratamento, distribuição e tratamento de esgoto. Propósito O conhecimento dos usos da água com a finalidade de entender os processos relacionados a tratamento, distribuição e qualidade da água para o consumo humano ou de redução de poluentes em corpos d’água. dVídeos Acessar módulo Introdução 1 Os tipos de uso da água Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância dos tipos de uso da água e os parâmetros de qualidade. dVídeos Vamos começar! Os tipos de uso da água e os parâmetros para determinar a sua qualidade Neste vídeo você conhecerá um pouco sobre os tipos de uso da água e os parâmetros para determinar a sua qualidade. Características da água dVídeos Características da água Entre as características da água, certamente a mais marcante é que se trata de um elemento indispensável para a sobrevivência das espécies. Pode ser encontrada em qualquer lugar, em qualquer um de seus diferentes estados, ou seja, a água está presente em rios, mares, lagos, geleiras e no vapor da atmosfera, por exemplo. A água líquida cobre 70% da superfície da Terra, quase três quartos, e aproximadamente 96% correspondem à água salgada formada pelos oceanos. Do restante, aproximadamente 69% estão congelados nos polos e entre 1% e 4% é vapor de água da atmosfera. A água também está presente no corpo humano, em grande parte: a porcentagem de água em nosso corpo está entre 50% e 80%. As cinco principais características da água são: Característica 1 Característica 2 Característica 3 Característica 4 dVídeos Existem vários tipos de água, dependendo de suas características químicas, físicas ou biológicas. Característica 5 Água potável Destinada ao consumo humano devido a sua qualidade e suas condições. Água doce É encontrada naturalmente na superfície da Terra e em ecossistemas subterrâneos. Água salgada Encontrada nos oceanos e mares. Água salobra Contém sais dissolvidos. Água dura Tem um alto nível de minerais dissolvidos. Água macia Tem uma quantidade mínima de sais. Água destilada Quando tiver sido purificada ou limpa. dVídeos Parâmetros de qualidade da água Organização Mundial da Saúde (OMS) Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a água potável é aquela que não ocasiona nenhum risco significativo para a saúde quando consumida durante toda uma vida. A água possui características variáveis que mudam de acordo com local, processo, fontes e distribuição. Portanto, essas características devem ser mensuráveis e classificadas de acordo a características físicas, químicas e biológicas. Características Parâmetros Físicas Sólidos, turbidez, cor, odor, sabor e temperatura Químicas Óleos e graxas, condutividade elétrica, alcalinidade, cloro, dureza, pH, sódio, sulfatos Biológicas Algas, bactérias, coliformes, protozooses, vírus helmintos patogênicos Indicadores da qualidade da água. Oscar Javier. Existe uma ampla faixa de componentes microbianos e químicos da água para consumo que podem ocasionar efeitos adversos para a saúde das pessoas. Por tal motivo, é importante fazer uma análise detalhada dos parâmetros de qualidade. Esgoto Qualquer tipo de água afetada pela influência antropogênica ou contaminada com fezes ou urina. Água cinza Água residual proveniente do uso doméstico. Água bruta Água que não recebeu nenhum tratamento e é encontrada em fontes e reservas naturais. dVídeos Parâmetros físicos Parâmetros químicos Sólidos totais É a quantidade remanente de sedimentáveis, sólidos suspensos totais, sólidos dissolvidos totais e coloidais após evaporar uma amostra de água entre 103°C e 105°C. A presença de sólidos produz a turbidez da água e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma concentração menor de 600 mg/l pode ser considerada de boa qualidade. Turbidez A turbidez é ocasionada por partículas em suspensão ou coloides (argila, terra, areia fina ou matéria orgânica). Uma água com turbidez de cinco unidades nefelométricas de turbidez (UNT) pode ser considerada boa para o consumo humano. No entanto, segundo a Resolução nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), valores até 40 UNT podem ser aceitos. Cor A mudança da cor da água pode ser ocasionada pela presença de matéria orgânica colorida, ferro, manganésio e outros metais, assim como impurezas naturais procedentes da corrosão. Existem dois tipos de cor, a verdadeira (pela presença de matéria suspensa e dissolvida) e a aparente (devido à cor após o processo de remoção das impurezas). Valores menores que 15 unidades de cor verdadeira (UCV) podem ser aceitáveis para consumo humano. Cheiro e sabor O sabor e odor da água se originam por meio de contaminantes químicos naturais, orgânicos e inorgânicos, processos biológicos na fonte de captação ou por contaminação devido a substâncias químicas sintéticas. No caso de cheiros ou sabores característicos, é indicado realizar provas para investigar a possível causa e assim tratar o problema. Temperatura É um dos parâmetros mais importantes na qualidade da água. Elevadas temperaturas levam à proliferação de microrganismos, alteração de sabor, odor, cor e corrosão. No entanto, a temperatura influencia outros parâmetros como pH, déficit de oxigênio, condutividade elétrica e outras variáveis físico-químicas. dVídeos q pH (potencial de hidrogênio) Não costuma afetar diretamente os consumidores, mas é um dos parâmetros operacionais mais importantes para a qualidade da água por ser padrão de referência no tratamento para alguns processos químicos. Por exemplo, em processo de desinfeção com cloro, um valor de pH entre 6,5 e 8 é o ideal. E, no caso da distribuição, o pH deve ser controlado a fim de evitar a corrosão e as incrustações nas redes de tubulação. Óleos e graxas São compostos orgânicos constituídos principalmente por ácidos graxos de origem animal, vegetal ou de hidrocarbonetos oriundos do petróleo. Por tal motivo, devem ser controlados para não alterar a estética da água. Segundo o CONAMA, devem ser virtualmente ausentes. Dureza Refere-se à concentração de compostos minerais de cátions polivalentes de cálcio e magnésio (Ca2+ e Mg2+) expressados como mg/l de CaCO3. A OMS indica que um valor de íon de cálcio adequado está entre 100mg/l e 300mg/l e o de magnésio, menor que isso. Cloretos Valores altos de concentração de cloretos conferem um sabor salgado à água e a outras bebidas. Concentrações superiores a 250mg/l levam a esse sabor. No entanto, não existe um valor de referência baseado em efeitos sobre a saúde para cloretos na água para consumo. Sódio À temperatura ambiente, o umbral gustativo médio do sódio é de 200mg/l aproximadamente. Condutividade elétrica (CE) É a capacidade que têm os sais inorgânicos presentes na água de conduzir corrente elétrica; portanto, é um excelente indicador da presença de sais dissolvidos, indicando que quanto maior o valor de CE, maior será a concentração de sais. Uma água boa para consumo pode conter até um valor máximo de 10.055 µS/cm. dVídeos Parâmetros microbiológicos Os riscos para a saúde relacionados com a água de consumo são as doenças ocasionadas por agentes patógenos, como bactérias, vírus e parasitas. Para evitar o surgimento de epidemias ou doenças, é importante melhorar a qualidade da água e sua distribuição. Indicadores biológicos Tipos de uso e qualidade: abastecimento, energia, irrigação, mineração, aquicultura e lazer Análise do uso da água SulfetosElevados valores de sulfetos podem outorgar variações no sabor e levar a um efeito laxante nos consumidores. Portanto, são considerados referência valores inferiores a 250mg/L. Bactérias Vírus Protozoários Qualidade segundo o critério DBO5 Qualidade segundo o critério de índice biótico dVídeos O uso da água pode ser analisado a partir de várias perspectivas: econômica, consumo, manutenção do meio ambiente etc. A água pode ser utilizada para: consumo humano; uso doméstico (sanitário, climatização, ornamentação); produção agrícola, animal (consumo, piscicultura, aquicultura), industrial e energética; transporte; atividades comerciais e serviços; usos sociais (serviços públicos), culturais (recreativa ou lazer) ou rituais; segurança (proteção contra incêndios, defesa). captações, desviando água do meio, produzindo assim uma separação espacial e temporal, por exemplo, canais para irrigação; usos in situ, onde não é desviada do meio, mas utilizada no mesmo local, por exemplo, uma hidrelétrica. Demandas Urbana É o abastecimento para uso doméstico (individual), municipal ou coletivo (serviços públicos como em hospitais e escolas). Na prática, é muito difícil diferenciar os volumes de água consumidos pelas pequenas e médias indústrias do volume consumido de forma doméstica, uma vez que todas são conectadas à mesma rede abastecimento. Industrial Nessa demanda industrial, temos grandes fábricas que empregam volumes maiores de água em seus processos. Indústrias químicas e de fabricação de alimentos fazem parte desse grupo. Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), aproximadamente 9,5% da água é utilizada para abastecimento industrial. Agrícola É a que mais consome água no Brasil e seu foco principal está nos sistemas de irrigação de plantios e abastecimento rural para a dessedentação de animais. No relatório da ANA, aproximadamente 67% da água é destinada para irrigação e 11% para abastecimento animal. Os critérios mais utilizados para analisar a qualidade da água para a irrigação é a salinidade, em função dos valores da condutividade elétrica, do sódio e da toxicidade. Demais usos dVídeos Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 1 - Vem que eu te explico! Parâmetros físicos Módulo 1 - Vem que eu te explico! Usos da água Outros usos da água no Brasil são para fins energéticos, como termelétricas ou mineração. No último relatório da ANA, 0,3% da água foi empregado em termelétricas e 0,8% na mineração. dVídeos Questão 1 Analise as seguintes afirmações sobre o uso da água e sua qualidade. I. No Brasil, o maior uso da água está no abastecimento para uso doméstico. II. Do ponto de vista econômico, a água é utilizada na produção agrícola, industrial e energética. III. Utiliza-se a água captando-a, ao desviar seu curso para irrigação ou geração de energia. Podemos considerar correto o que está descrito em: Questão 2 Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A somente I. B somente III. C I e II. D II e III. E I, II e III. Responder dVídeos Com relação aos parâmetros microbiológicos, podemos afirmar o seguinte: I. Escherichia coli é a bactéria predominante nos coliformes termotolerantes e seu valor aceitável não pode passar de duzentos coliformes termotolerantes por 100mL. II. Giardia intestinalis é uma protozoose ou um parasita resistente à desinfecção por cloro. III. O vírus da Salmonella pode ocasionar diarreia e febre, e levar à morte. Podemos considerar correto o que está descrito em: 2 Etapas do tratamento de água Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as principais etapas do tratamento de água para o consumo humano. A somente II. B somente III. C I e II. D I e III. E II e III. Responder dVídeos Vamos começar! Tratamento de água para consumo Neste vídeo, você conhcerá um pouco sobre o tratamento de água para consumo. dVídeos Captação Captação da água bruta A água sem tratamento e imprópria para o consumo humano, chamada também de água bruta, pode ser captada de mananciais, como rios, lagos, barragens, poços profundos e lençóis freáticos ou de reservatórios hídricos. No entanto, há alguns critérios mínimos de qualidade na fonte de água e condições, como escoamento, variação do nível de água e a estabilidade do local de captação. Portanto, podemos considerar para análise as seguintes condições: quantidade de água disponível; qualidade mínima de água para consumo; garantia de funcionamento e não esgotamento; economia das instalações; fácil localização e extração. Vários sistemas de captação podem ser instalados, como em cursos de água com pequenas ou grandes vazões e baixa ou grande oscilação do nível, bem como em reservatórios de acumulação. Diferentes tipos de captação podem ser encontrados: captação ou tomada simples; captação com revestimento; captação com muro de estabilização; captação com barragem de nível; captação com tubos furados e apoiados em pilares. Conheça alguns exemplos de sistemas de captação a seguir: Sistema de captação direta em reservatório de água bruta Sistema 1 Sistema 2 Sistema 3 Sistema 4 Sistema 5 dVídeos Técnicas de tratamento Portabilidade da água O primeiro passo para a potabilidade da água é determinar a qualidade inicial na fonte de abastecimento. É possível encontrar na água, durante o processo, metais, matéria orgânica dissolvida ou particulada, cor, sabor, odor desagradável, bactérias, vírus e parasitas, grandes quantidades de cálcio, magnésio, ferro, manganésio, carbonatos, cloretos e sulfatos em excesso, entre outros. Com a finalidade de obter água para consumo humano, vários métodos são utilizados para a purificação mediante a eliminação de suas impurezas. Há tratamentos físicos, químicos e biológicos, e uma combinação entre eles para tornar a água potável. Deposição da matéria suspensa Faz referência à purificação física da água ou filtragem. Diferentes tipos de técnicas de filtração podem ser utilizados. Entre os tipos de filtros, existem os rápidos por gravidade, horizontal, de pressão ou filtros lentos de areia. A turbidez e os microrganismos são eliminados principalmente nos primeiros centímetros da areia, formando uma camada biológica chamada de schmutzdecke. dVídeos Tratamento químico de coloides Trata-se da purificação com produtos químicos. Pode ocorrer das formas descritas a seguir. Puri�cação biológica da água Esse tipo de tratamento é realizado para diminuir a carga orgânica dissolvida. Os microrganismos, principalmente bactérias, fazem sua decomposição. Existem dois tipos de tratamento, o aeróbio e o anaeróbio. O primeiro requer a presença de oxigênio para efeitos da decomposição de matéria orgânica – em alguns casos, é injetado ar comprimido ou simplesmente oxigênio. No tratamento anaeróbio, por sua vez, a decomposição não precisa de oxigênio. Estação de tratamento de águas (ETAs) Tratamento da água Uma estação de tratamento de água (ETA) se define como o conjunto de operações unitárias que pode ser de tipo físico, químico ou biológico, com a finalidade de eliminar ou reduzir a contaminação até parâmetros adequados para obter água de melhor qualidade com as características desejadas. As estações devem ser desenhadas conforme as características da água a ser tratada. Coagulação Este é o método mais comum no tratamento de águas superficiais com a finalidade de retirar sólidos suspensos. No tratamento, são adicionados coagulantes como sais de alumínio ou de ferro em condições controladas para reduzir a carga de íons e assim acumular partículas com formas maiores chamadas de flocos, facilitando a sua filtração graças a seu tamanho. Os flocos são retirados posteriormente com um tratamento de sedimentação ou decantação, filtração rápida por gravidade, ou pressão. Desinfecção Processo que mata os microrganismos patógenospresentes na água utilizando desinfetantes chamados de biocidas. O método químico mais utilizado é a adição de algum composto químico, como cloro, ozônio, halogênios, entre outros. dVídeos As etapas fundamentais nos processos de tratamento numa ETA são as seguintes: Câmara de carga Desarenação Aeração Medidores de vazão Floculação Decantação Filtração Desinfecção Abrandamento Dessalinização Controle de odor e sabor Fluoração e eliminação de ferro e manganésio. As ETAs devem funcionar por gravidade para evitar custos relacionados a funcionamento e manutenção de bombas. As ETAs podem ser classificadas mediante a vazão produzida de água ou pelo número de horas de funcionamento, por exemplo: é considerada de baixa vazão se tiver um tempo médio de funcionamento de 8h; média vazão se tiver funcionamento em torno de 12h; e grande vazão com funcionamento em torno de 24h. Exemplo Águas de fontes superficiais sempre precisam de um tratamento mais ou menos completo em comparação às subterrâneas, que dependem da composição química presente. dVídeos Fluxograma do processo de tratamento de água numa ETA Pré-tratamento e tratamento primário Pré-tratamento O objetivo é a remoção dos sólidos grandes e arenosos que, por serem abrasivos, podem deteriorar os equipamentos mecânicos. Nessa parte, são utilizadas grades, tamises e desarenadores. Atenção! O objetivo da câmara de carga é diminuir a velocidade da água que chega da captação até alcançar uma altura ótima para favorecer o processo por gravidade. dVídeos Caixa de areia ventilada e caixa de gordura na entrada de uma estação de tratamento de esgoto Tratamento primário ou físico-químico Atenção! O desarenador tem como objetivo extrair cascalhos, areia e partículas minerais mais ou menos finas para evitar a produção de sedimentos em canais ou tubulações e assim proteger as bombas e outros equipamentos. Nessa fase, partículas maiores de 200 mícrons são retidas. dVídeos O primeiro tratamento procura eliminar a maior quantidade possível de matéria suspensa que não foi retida no desarenador. As operações unitárias utilizadas são floculação, decantação e neutralização. Coagulação e �oculação Nesta fase, são adicionados produtos químicos ou de outra natureza para favorecer e provocar a agregação e o assentamento das partículas finamente divididas, substâncias coloidais e moléculas grandes mediante a coagulação. Quando os produtos químicos se agregam para separar da solução as impurezas dissolvidas, o processo é denominado precipitação química. A coagulação envolve uma série de operações mecânicas e químicas mediantes as quais o agente coagulante se torna efetivo. O processo tem três fases: Comentário Os flocos formados pelos coagulantes químicos tendem a se aglomerar em diferentes tamanhos, forma e peso. A maior parte desses agrupados de flocos são relativamente frágeis, podendo se quebrar até determinado limite. Após o processo de coagulação, são eliminadas a turbidez e a melhoria de cor produzidas pela matéria orgânica e inorgânica em forma de coloides. Fase 1 Adição de substâncias químicas; Fase 2 Mistura ou difusão, quando o coagulante dissolvido se dispersa rapidamente e de forma turbulenta na água; Fase 3 Floculação, que compreende uma agitação lenta da água por um período relativamente longo, quando as partículas finamente divididas ou em estado coloidal se juntam. dVídeos Processo de coagulação de água Os principais agentes coagulantes empregados nesse processo são sais de alumínio ou ferro dos ácidos sulfúrico e clorídrico, assim como polieletrólitos catiônicos. Os tipos de floculadores podem ser de forma hidráulica (ação da gravidade) ou mecânica. Do primeiro tipo, há os de fluxo horizontal, vertical e helicoidal, também chamado de Alabama. Floculador de fluxo horizontal Podem ser utilizados também floculadores mecânicos, com agitadores de fluxo radial, axial e radial/axial. dVídeos Floculador com agitação em fluxo radial No processo de floculação mediante agitação moderada, a velocidade ótima deve variar entre 0,15m/s a 0,40m/s. Decantação Após a floculação, o dispositivo seguinte da ETA é o decantador ou sedimentador, que permite clarificar a água e retirar os sedimentos (flocos). Existem diferentes tipos de tanques decantadores que dependem das características da água assim como do tratamento desejado, como veremos a seguir. Propósito • Remoção de areia • Sedimentação com coagulação • Sedimentação sem coagulação dVídeos Em relação ao desenho, as profundidades dos tanques geralmente variam de 1,80m a 7,5m e como padrão pode ser escolhido o de 4,9m. Os principais fatores que influenciam na profundidade são características do lodo acumulado, capacidade requerida e o custo. Convencional • Fluxo horizontal: seção retangular • Fluxo vertical: seção circular Tipo de remoção/limpeza de lodos • Hidráulica • Mecânica • Combinada Tanque • Aberto • Fechado (de alto custo, recomendado para climas rigorosos devido a baixas temperaturas ou ventos fortes) Forma • Circular • Quadrada • Retangular (mais utilizado e construído em concreto) dVídeos Tanque de sedimentação retangular Em climas quentes, não é recomendado acumular por muito tempo o lodo. Nesse caso, uma profundidade de 3,70m é o ideal. No entanto, para climas frios, recomenda-se profundidades de 4,70m a 6m. dVídeos Tanque de sedimentação circular mecânico O tempo de retenção é aproximadamente de 2h a 4h, e a velocidade média apropriada para água gira em torno de 0,45m/min e 0,9m/min. A remoção dos lodos pode ser feita da forma manual, mecânica (raspadores, sifão flutuante) ou hidráulica (pressão hidrostática). Filtração dVídeos Sistema de filtros para purificação de água A água que abandona os decantadores conta ainda com material em suspensão e, portanto, um filtro com várias porosidades deve ser utilizado. Filtros de várias camadas de pedras, areia e carvão antracito são empregados para reter o material suspenso. A filtração pode ser de forma direta, ou seja, quando recebem água coagulada ou floculada sem ter passado pelo decantador. Os processos de filtração podem ser classificados das formas que veremos a seguir. Tipos de �ltração Por membrana Usado para remover as partículas não visíveis, e neste caso podem ser utilizadas a microfiltração, a osmose reversa, a nanofiltração ou a ultrafiltração. dVídeos Meio poroso Emprega camadas porosas, podendo ser de camada simples (areia ou antracito), dupla (carvão antracito e areia) ou tripla (carvão antracito, areia e granada). dVídeos Tipos de tratamento Sentido de escoamento Tratamentos segundário e terciário Tratamento secundário ou biológico Convencional Passa por todas as etapas prévias de coagulação, floculação e sedimentação. Direta Não possui a etapa de sedimentação. Em linha As etapas de floculação e sedimentação são excluídas e também é escolhida a linha de tratamento, no caso de águas brutas com turbidez de 25 UNT e cor aparente menor de 15 UC. Descendente Ascendente dVídeos Existem compostos que não podem ser eliminados no primeiro tratamento físico como os compostos biológicos. Portanto, nesta parte, precisa-se eliminar a contaminação orgânica dissolvida mediante uma sedimentação secundária. Tratamento terciário, caráter físico-químico ou biológico Neste tratamento, são eliminados contaminantes orgânicos não biodegradáveis (compostos sintéticos) e nutrientes minerais como os fosfatos, nitritos e nitratos. Processos como osmose inversa eliminam quase todos os sais e solutos de baixa massa molar. A nitrificação elimina o nitrogênio mediante a ação de microrganismos bacterianos. Por fim, o trocador iônico extrai dissolventes sólidos da água e remove a dureza, substituindo o cálcio e o magnésio por outro íon de sódio. Desinfecção É um processo de remoção de organismos patogênicos e inativação de outros microrganismos não desejáveis. Nesta últimaetapa, matam-se bactérias enteropatogênicas e vírus que não foram eliminados nas etapas prévias do tratamento. Agentes físicos como a radiação solar, UV, gama e agentes químicos como íons metálicos, halógenos (cloro, bromo e iodo) e ozônio são mecanismos de destruição desses organismos. A principais características de um bom desinfetante são as seguintes: A escolha do desinfetante deve ser a ótima, para permitir um padrão microbiológico aceitável de potabilidade da água para o consumo humano. Característica 1 Característica 2 Característica 3 Característica 4 Característica 5 Exemplo A quantidade de coliformes termotolerantes deve ser ausente numa amostra de 100mL. Os principais agentes desinfetantes empregados são cloro (gasosos, hipoclorito de sódio e de cálcio), cloraminas, dióxido de cloro, ozônio e radiação UV. dVídeos Desinfecção por radiação UV Utiliza uma lâmpada de vapor de mercúrio construída em quartzo ou vidro especialmente transparente à luz intensa. A desinfecção acontece somente se a água estiver livre de compostos fenólicos e aromáticos de outro tipo que absorvem a luz. Instalações para desinfecção de água com radiação ultravioleta dVídeos Desinfecção com cloro É um poderoso agente oxidante de compostos inorgânicos. Quando adicionado, remove a cor real e controla o gosto e o odor em águas de abastecimento. Além disso, o cloro minimiza a formação de subprodutos de desinfecção e mantém um controle microbiológico das unidades na ETA. As formas mais utilizadas de cloro são as seguintes: cloro gasoso (gás e líquido); hipoclorito de sódio (líquido); hipoclorito de cálcio (sólido). Diagrama de desinfecção de uma gota de água Desinfecção com ozônio O ozônio (O3) tem um odor característico e se decompõe rapidamente na presença de matéria oxidável. Trata-se de uma substância que pode ser tóxica ou não. O limite perigoso na operação de ETAs é estabelecido em 0,2mg de O3 por m3 de ar. O ozônio possui propriedades de efetividade total como desinfetante. Exemplo O fator de descontaminação para a Escherichia coli adquire um valor de 0 a 1 concentração de 0,42ppm e destrói os coliformes e outras bactérias. Valores de ozônio para a desinfecção da água podem estar entre 1mg e 2mg por litro. dVídeos Fluoretação O processo de adicionar flúor na água não é requisito para todas as ETAs. Os limites recomendados de fluoreto nas águas de abastecimento são de 0,8mg/L a 1mg/L. Distribuição Reservatórios de distribuição Uma vez tratada e apta para o consumo, a água é armazenada em reservatórios de distribuição. Posteriormente, é transportada até os reservatórios de bairros e comunidades, estrategicamente localizados. Finalmente, mediante adutoras (tubulações maiores) entra na rede de distribuição até chegar ao consumidor final. Infelizmente, no Brasil, o sistema de distribuição perde aproximadamente 39% da água potável antes de chegar no ponto final para consumo da população. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), as principias perdas estão relacionadas a erros de medição, ligações clandestinas e não cadastradas e vazamento na rede. dVídeos Adutora para abastecimento de água Uma rede de distribuição geralmente está composta por dois tipos de condutos ou tubulações: O trajeto que a água percorre até chegar ao consumidor final depende da configuração da rede, ou seja, a disposição das tubulações principais e o sentido de escoamento nos condutos secundários. Portanto, podemos encontrar redes ramificadas, malhadas ou mistas. Principal Adutora ou condutor-tronco, que conta com um maior diâmetro (maiores de 200mm) para abastecer os condutos secundários. Secundária Tubulações de distribuição com menores diâmetros em comparação à principal. Rami�cada O abastecimento acontece desde a tubulação principal, alimentada por uma estação elevatória que distribui diretamente aos dVídeos Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 2 - Vem que eu te explico! Captação da água bruta Módulo 2 - Vem que eu te explico! Coagulação condutos secundários. Malhada Composta por tubulações principais que formam blocos, abastecendo qualquer ponto do sistema por mais de um caminho. Mista Configuração tanto ramificada como em malha. dVídeos Questão 1 Analise as afirmações a seguir sobre sistemas de captação de água para abastecimento. I. Somente podem ser utilizadas águas superficiais; as águas subterrâneas são compostas de metais pesados. II. A escolha da fonte de captação depende muito de economia das instalações, fácil localização e extração. III. A água extraída é chamada de água bruta porque não foi realizado qualquer tipo de tratamento. Podemos considerar correto o que está descrito em: Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A somente II. B somente III. C I e II. D I e III. E II e III. dVídeos Questão 2 Analise as afirmações a seguir sobre o tratamento químico de coloides. I. A coagulação é utilizada para retirar sólidos suspensos. II. Para diminuir a dureza da água o processo de deionização é usado. III. A desinfecção é uma etapa para eliminar microrganismos patógenos. Podemos considerar correto o que está descrito em: 3 Etapas do tratamento de esgoto urbano Responder A somente II. B somente III. C I e II. D I e III. E I, II e III. Responder dVídeos Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as etapas do tratamento de esgoto urbano e suas principais operações unitárias. Vamos começar! Tratamento de esgoto urbano Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre o tratamento de esgoto urbano. dVídeos Coleta Águas residuais ou de esgoto Captação de água pluvial As águas residuais ou de esgoto são aquelas águas de dejetos que contêm uma grande quantidade de substâncias contaminantes após a utilização em alguma atividade humana, por exemplo, de origem doméstica, industrial, pecuária, agrícola ou recreativa. Podem ser classificadas como: Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), no Brasil, 43% da população conta com esgoto coletado e tratado e 18% têm o esgoto coletado, mas sem tratamento. Infelizmente, 27% não possuem sequer coleta em tratamento. Aproximadamente são geradas 9,1 toneladas de esgotos por dia, sendo as regiões Sul e Centro-Oeste as que contam com esgotamento sanitário adequado, 65% e 63%, respectivamente. As regiões Norte e Esgoto doméstico Esgoto industrial Esgoto pluvial dVídeos Nordeste contam com somente 33% e 48% de tratamento de esgoto adequado. A coleta domiciliar começa com o coletor predial de propriedade particular, ligado diretamente ao coletor público. Posteriormente, o coletor de esgoto é a tubulação que recebe todas as contribuições prediais em qualquer ponto ao longo de sua extensão e as encaminha a uma bacia hidrográfica. Na mesma bacia pode haver diferentes coletores de esgoto, no entanto, o de maior diâmetro e extensão é denominado coletor-tronco. Geralmente, são construídos ao longo dos talvegues (linhas de maior profundidade no leito de um rio) das bacias. Finalmente, o esgoto domiciliar é encaminhado para a estação de tratamento de esgoto (ETE). Sistema de coleta domiciliar Os efluentes pluviais são coletados por outro conjunto de tubulações. A água de chuva inicialmente é direcionada até as bocas de lobo e posteriormente é conduzida por tubulações menores até o coletor-tronco ou as galerias. As águas de chuva das galerias não passam por tratamento específico e são conduzidas diretamente para os corpos d’água. A rede de esgoto domiciliar é separada da pluvial, portanto é terminantemente proibida a interligação dos ralos para evitar a contaminação de algum corpo d’água ou diluição do esgoto pelas águas pluviais, prejudicando o tratamento nas ETEs. Comentário O conjunto de tubulações composto por ligações prediais, coletores de esgoto, coletores-troncoe seus órgão acessórios é chamado de rede coletora. O objetivo é receber todos os resíduos líquidos domiciliares, comerciais, industriais e pluviais, afastando-os de grandes condutos de transportes de águas (rios, riachos, canais, lagos e oceanos). dVídeos Sistema de coleta de esgoto pluvial Características físico-químicas do esgoto Matéria orgânica A fração mais relevante dos elementos contaminante dos esgotos domésticos, causando o esgotamento de oxigênio nos corpos d’água. Composta principalmente por carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre (CHONS), proteínas (resíduos de origem vegetal e animal), carboidratos (origem vegetal), óleos, graxas e surfactantes (detergentes). dVídeos Ainda sobre a demanda química de oxigênio (DQO), a relação entre DQO e DBO é utilizada para estimar a biodegradabilidade de um efluente de esgoto: DQO/DBO ≥ 5 (não biodegradável) DQO/DBO ≤ 1,7 (muito biodegradável) Confira agora mais algumas características físico-químicas do esgoto: Oxigênio dissolvido É um parâmetro fundamental dos ecossistemas aquáticos cujo valor deve ser superior a 4mg/L para manter a vida na maior parte dos organismos. Portanto, é utilizado como indicador da contaminação. Para que os tratamentos aeróbios dos esgotos funcionem corretamente, é preciso manter uma concentração mínima de 1mg/L. Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) É uma medida indireta da quantidade de matéria orgânica contida numa amostra de água e representa o consumo de oxigênio que os microrganismos fazem para degradar os compostos biodegradáveis. A análise é realizada incubando uma amostra de microrganismos por cinco dias a 20°C (DBO5), e após determinado tempo se calcula a concentração final de oxigênio, comparando-a com a inicial. Demanda química de oxigênio (DQO) É também uma medida indireta da quantidade de matéria orgânica contida numa amostra. A diferença da DBO que utiliza microrganismos está no uso de um oxidante forte (dicromato de potássio) em um meio ácido (ácido sulfúrico). A margem de erro nesse indicador é menor comparada com a DBO, e o resultado é obtido em três horas. Sólidos Potencial de hidrogênio (pH) Nitrogênio Fósforo Bactérias dVídeos Ainda sobre a carga contaminante, temos um exemplo: a ETE1 pode ter um efluente tratado com uma concentração de DQO baixa (20mg/L), mas com uma vazão elevada (400L/s) no rio. No entanto, a ETE2 pode descarregar uma vazão menor (0,1L/s), mas com níveis de DQO elevados (80.000mg/L). Qual das duas é mais contaminante? Analisando somente o DQO, poderíamos sinalizar que a ETE2 é a mais poluente. No entanto, do ponto de vista de vazão, a ETE1 prevaleceria. Para responder a esse questionamento, a carga contaminante estimará a concentração pela vazão descarregada, chamada de massa contaminante por unidade de tempo. Carga contaminante Concentração Vazão A carga contaminante é dada em , a concentração em , a vazão em , e 0,0864 é um fator de conversão de unidades. Realizando o cálculo para cada uma das ETEs: Carga contaminante Carga contaminante Podemos observar, portanto, que as duas aportam a mesma quantidade de contaminação ao corpo d'água. Técnicas de tratamento Objetivo do tratamento de esgotos O objetivo de purificar um esgoto é alcançado por meio da integração de operações e processos unitários (físicos), que serão selecionados de acordo com as características do esgoto a ser tratado e a qualidade desejada da água tratada. Dependendo disso, é possível gerar emissões gasosas na atmosfera e, invariavelmente, a produção de resíduos que possam ser resíduos sólidos, como matéria retida em grades ou peneiras, ou semissólidos na forma de lodo. Fungos Carga contaminante = ⋅ ⋅0, 0864 kg/d mg/L L/s (ETE1) = (20) ⋅ (400) ⋅ 0, 0864 = 691 kg/d (ETE2) = (80.000) ⋅ (0, 1) ⋅ 0, 0864 = 691 kg/d dVídeos Fluxograma de uma ETE. Oscar Javier A seguir é descrita uma série de possibilidades tecnológicas para a integração de um sistema de tratamento de esgotos. Fluxograma - Tecnologias utilizadas no tratamento de esgotos Oscar Javier No sistema aeróbio, 65% da energia produzida pelo metabolismo microbiano é transformada em novas células (geralmente referidas como lodo) por meio da síntese (energia e anabolismo). Os 35% restantes são dissipados como resultado da liberação de energia que acompanha os processos vitais da célula (energia catabolismo). dVídeos Fluxograma - Produtos obtidos na degradação da matéria orgânica por microrganismos. Oscar Javier Acompanhe o fluxo do tratamento de esgoto numa ETE: dVídeos Tratamento de esgoto numa ETE Tratamento preliminar O tratamento preliminar de esgoto refere-se à eliminação de componentes que possam causar problemas operacionais e de manutenção no processo de tratamento. Ou seja, a eliminação de componentes de grande e médio volume, como galhos, pedras, animais mortos, plásticos, areia, gorduras e óleos. O tratamento é realizado por meio de telas ou grades. Em determinadas ocasiões, trituradores são usados para reduzir o tamanho de certos resíduos e reincorporá-los ao tratamento. Tratamento primário Neste nível de tratamento, uma porção de sólidos suspensos e matéria orgânica é removida das águas residuais usando a força da gravidade como princípio. Essa remoção é geralmente realizada por sedimentação e é considerada o prelúdio do tratamento secundário. Utiliza-se um desarenador ou uma caixa de areia, em que areia, pedriscos, cascalhos e outros elementos precipitam para o fundo do tanque, e o líquido que permanece na superfície é direcionado para a próxima etapa. Tratamento secundário Nesta fase de tratamento, a matéria orgânica biodegradável (principalmente solúvel) é removida por meios preferencialmente biológicos devido ao seu baixo custo e alta eficiência de remoção. Basicamente, os contaminantes presentes nas águas de esgoto são transformados por microrganismos em matéria celular, energia para seu metabolismo e em outros compostos orgânicos e inorgânicos. dVídeos Essas células microbianas compõem flocos que são separados do fluxo de água tratada, geralmente por sedimentação. Dessa forma, uma substância orgânica solúvel é transformada em flocos que são facilmente removidos da água. No caso das águas residuais nacionais ou municipais, o principal objetivo é reduzir o conteúdo orgânico e, em certos casos, os nutrientes como nitrogênio e fósforo. Os processos biológicos são divididos em dois grupos: anaeróbios e aeróbios. Processos aeróbios para tratamento de esgoto Sistemas de lagoas Nesses sistemas, a simbiose entre bactérias e algas é usada para degradar matéria orgânica. As primeiras consomem matéria orgânica e oxigênio e produzem CO2, enquanto as últimas consomem CO2 e produzem oxigênio a partir da fotossíntese, que mantém concentrações adequadas de oxigênio dissolvido na parte superior da lagoa. Um sistema de tratamento a base de lagoa é geralmente composto por duas ou três lagoas, conectadas em série. Nos sistemas de lagoas, há a variante das lagoas aeradas, que se distinguem das facultativas principalmente porque são abastecidas com oxigênio por meio de mecanismos de aeração artificial, em geral com aeradores flutuantes. Nessa modalidade do processo, dependendo da profundidade e da potência instalada, haverá lagoas totalmente arejadas ou arejadas facultativamente, havendo zonas aeróbias e anaeróbias. Sua profundidade varia entre 2 e 5 metros. Atenção! A primeira é do tipo facultativo (zona aeróbia na parte superior e zona anaeróbia na parte inferior) com profundidade entre 1m e 2m; a segunda é do tipo de oxidação ou polimento (não há zonas anaeróbicas), com uma profundidade inferior a 1m. Lagoas anaeróbias têm profundidades entre 3 e 5 metros normalmente. dVídeos Lagoa com aeração artificial. Uma vez que a água é evacuada da lagoa, a lama começa a secar quando exposta ao sol até que máquinas de terraplenagem possam entrar para carregar os caminhões de lama que a conduzirãoaté o local de descarte final. Essa ação deve ser programada para a estação do ano em que não há chuvas (estação seca). Secagem de lodo. Processo de lodo ativado dVídeos Esse processo é um dos mais utilizados no mundo para o tratamento de esgotos domésticos ou municipais. O processo convencional tem como objetivo a remoção da matéria orgânica com uma eficiência de 90% e consiste em duas fases, sólida e líquida. Em processos ativados de lodo, os microrganismos são misturados com a matéria orgânica que digerirão para se reproduzir e sobreviver. Quando a massa de microrganismo cresce e é misturada com a agitação introduzida no tanque por meios mecânicos ou injeção de ar, tende a se agrupar (floculação) para formar uma massa ativa de microrganismos chamado lodo ativado; a mistura desse lodo com o esgoto é chamada de licor misto. O licor misto flui do tanque de aeração para um clarificador secundário onde a lama ativada se instala. Como a lama é produzida no tanque de aeração ativado pela reprodução de microrganismos, certa quantidade deve ser descartada do sistema para manter sua concentração constante no tanque de aeração – algo conhecido como lama de purga. No entanto, um requisito básico do sistema de lodo ativado é a sua aeração adequada, que pode ser realizada por difusores de ar ou aeradores mecânicos. Reator de lodo ativado. Filtros de percolação Comentário Uma parte da lama sedimentada deve ser devolvida ao tanque de aeração para manter uma relação substrato-microrganismo adequada e, assim, permitir a degradação adequada da matéria orgânica. dVídeos Trata-se de um dispositivo que coloca águas de esgoto em contato com microrganismos aderidos na forma de um biofilme a um leito, suficientemente espaçado para que o ar circule naturalmente. Um nome mais apropriado para esse sistema poderia ser o de leito insubmersível de oxidação biológica ou reator biológico embalado. O material ideal para embalagem deve ter uma alta relação entre área e volume, ser inerte, resistente, durável e de baixo custo. Na prática, todos esses atributos não são encontrados em um único material, ou seja, basicamente só se tem acesso a dois tipos de embalagens: naturais (materiais de pedra) e sintéticas (várias geometrias de peças plásticas). Processos anaeróbios para tratamento de esgoto Con�gurações de reatores anaeróbios Os reatores de primeira geração são principalmente sistemas com biomassa sedimentada e sem mistura, o que limita muito a transferência de massa (substrato) entre os microrganismos líquidos médios e microrganismos. Da mesma forma, eles não têm sistemas para aumentar sua temperatura. A exceção nisso é o digestor de alta taxa, que tem sistema de mistura e aquecimento com o uso do biogás produzido. Vista de uma lagoa anaeróbia A segunda geração começa retendo a biomassa no sistema, formando um biofilme em uma embalagem ou pela retenção de sedimentação de uma lama densa ativa com mistura suficiente no leito de lodo para favorecer a transferência de massa. Na terceira geração, progressos na transferência em massa do sistema incorporando uma alta velocidade de fluxo ascendente no reator, que juntamente com a alta produção de biogás, resultado da maior carga volumosa que esses reatores podem receber, causa uma forte mistura de lodo no leito, prejudicando a expansão e fluidilização da água. Reator anaeróbio de �uxo ascendente (RAFA) dVídeos ( ) O RAFA é um reator de segunda geração com a vantagem particular de não requerer material de embalagem para reter microrganismos. O reator é baseado na formação de um leito de lodo (biomassa anaeróbica granular ou floculada) localizado na parte inferior do reator com um volume aproximado de 1/3 do volume total do reator. No topo do reator está colocado o sistema de coleta de biogás cuja função está na captura do biogás formado e na criação de uma zona livre de biogás, o que favorece a boa sedimentação dos grânulos anaeróbios ou flocos que podem ter atravessado as tampas coletoras de biogás. Esquema de um reator RAFA A área entre o leito de lodo e as tampas coletoras de biogás é chamada de zona de expansão de lodo. Abriga a lama expandida pela ação do biogás e pela velocidade ascendente da água. A particularidade de um reator RAFA reside no fato de que retém microrganismos na forma de grânulos densos ou flocos por sedimentação, o que aumenta consideravelmente o tempo de retenção celular. Finalmente, um reator anaeróbico do tipo RAFA alimentado com águas residuais típicas municipais pode alcançar eficiências de remoção de matéria orgânica da ordem de 60% a 70% (DBO de 70% a 80%). dVídeos Reator RAFA Lagoas anaeróbias As lagoas anaeróbias consistem em tanques profundos (de até 10m), geralmente descobertos para capturar biogás. Portanto, um ponto particularmente problemático são os maus odores associados a esses sistemas. As lagoas anaeróbias também são aplicadas no tratamento de águas residuais municipais como o primeiro elemento de um sistema de lagoa que dVídeos As lagoas anaeróbias também são aplicadas no tratamento de águas residuais municipais, como o primeiro elemento de um sistema de lagoa que normalmente consiste em uma lagoa opcional no segundo local e uma lagoa de polimento no final, como mencionado. Nesse arranjo, a lagoa anaeróbia tem profundidades entre 3 e 5 metros. Arranjo de um sistema de lagoas anaeróbias Fossa séptica A fossa séptica pode ser considerada um digestor convencional em escala reduzida. Seu uso limitou-se ao tratamento de águas residuais de casas, escolas etc., geralmente em áreas rurais ou urbanas, onde não há serviço de drenagem. Na fossa séptica, a parte sólida do esgoto é separada por um simples processo de sedimentação, ou por flutuação natural. dVídeos Esquema de uma fossa séptica Tanque Imhoff O tanque Imhoff costuma ter uma forma retangular com um funil na parte inferior, e é integrado por uma câmara superior que recebe o esgoto e tem a função de separar os sólidos da sedimentação rápida. Esse material passa para a câmara inferior a partir de uma abertura composta de telas de concreto onde será sedimentado e digerido de forma semelhante ao que acontece em uma fossa séptica. Os tanques Imhoff praticamente não são mais construídos, dada a disponibilidade de outras opções tecnológicas. Tratamento terciário e tratamento e descarte de lodo Tratamento terciário ou avançado Este tipo de tratamento refere-se a qualquer tratamento feito após o tratamento secundário, a fim de remover compostos como sólidos suspensos, nutrientes e matéria orgânica não biodegradável restantes. Tratamento e descarte de lodo A geração de lodo em qualquer tipo de tratamento, além de inevitável, é um fator muito importante que deve ser considerado para uma boa escolha do processo de tratamento dVídeos do processo de tratamento. Alguns processos para tratamento de lodo são: digestão anaeróbia digestão aeróbia compostagem misturada com resíduos celulósicos estabilização com cal incineração pasteurização Portanto, como destino final, podem ser descartados em locais especialmente condicionados a ele (aterro monossanitário), ou, se a legislação ambiental permitir, em aterros municipais. Uma opção atraente para a eliminação final é aproveitar o lodo como melhorador de solo ou fertilizante agrícola, desde que se cumpram as normas associadas à produção de biossólidos, como é conhecida a lama tratada e condicionada ao uso em terra. Eliminação de lodo preto do tratamento de águas residuais em saco plástico branco. Estação de tratamento de esgoto (ETE) Tratamento de esgoto ou de águas residuais dVídeos Uma estação de tratamento de esgoto (ETE) ou estação de tratamento de águas residuais (ETAR) é o conjunto de processos e operações unitárias voltadas para a purificação de águas residuais antes de sua descarga para o corpo receptor, mitigando danos ao ambiente aquático. Dessa forma, o tratamento de águas residuais busca eliminar ou reduzira concentração de substâncias ou elementos poluentes que afetam a qualidade da água ou fonte receptora para um uso específico. Esquema do processo convencional de tratamento de lodo ativado Oscar Javier O fluxo de águas residuais atinge o esgoto principal de 1,75m de diâmetro entrando na câmara receptora, de onde é bombeado para a câmara de areia por bombas de parafuso. O material flutuante é removido por grades, e as águas são arejadas na câmara de areia. A partir daí, as águas residuais descem para os tanques de sedimentação primária. O tanque de sedimentação primário, alimentado pelo centro, deve remover, aproximadamente, de 40% a 50% dos sólidos suspensos (SS). A lama sólida é levada de tempos em tempos e transportada diretamente ou a partir dos espessantes para os leitos de secagem A lama crua misturada Atenção! A diferença entre operações unitárias e processos unitários é que as primeiras referem-se a unidades e procedimentos em que prevalecem mecanismos físicos nos quais não há alterações no nível químico (por exemplo, uma grade de retenção de sólidos, um jato de areia), enquanto os processos unitários envolvem reações químicas ou bioquímicas e alterações no nível molecular (por exemplo, uma unidade de coagulação e floculação, um reator biológico, uma torre de adsorção, uma câmara de desinfecção). dVídeos sólida é levada de tempos em tempos e transportada diretamente ou a partir dos espessantes para os leitos de secagem. A lama crua misturada com o excesso de lodo é secado por vários dias, dependendo do tempo. A nata do tanque de sedimentação primário é arejada juntamente com a lama ativada devolvida por ares de superfície mecânica. Licor misto é permitido se estabelecer no fundo de tanques de sedimentação secundária. Geralmente, 50% da lama ativada é recirculada para o tanque de aeração nos tanques de sedimentação final. A água resultante da secagem nos leitos de areia é devolvida à câmara de entrada. A lama seca é colocada em caminhões e transportada para o local do barco de lodo municipal. A estação de tratamento deve conter equipamentos que podem ser mantidos no país ou na região em que há uma variedade suficiente de peças de reposição com prazos de entrega aceitáveis. Descarga Destinação �nal da água O município deve identificar a destinação final da água tratada de acordo com o escopo legal e as necessidades de tratamento e exigência de água. Em uma estação de tratamento municipal, a água tratada é o principal produto a ser obtido, ao qual outros resíduos estão associados e com a devida gestão. Podem, então, ser transformados em subprodutos suscetíveis ao uso, como lodo ou biossólidos e biogás. A qualidade da água tratada deve ser definida de acordo com as normas de descarga aplicáveis no caso específico, ou, em regiões com escassez de água, do tipo de reutilização que se deseja dar a ela. Para a desinfecção das águas residuais na estação de tratamento, podem ser utilizados os seguintes oxidantes: 1. Gás cloro 2. Hipoclorito de sódio 3. Hipoclorito de cálcio 4. Dióxido de cloro 5. Cloreto de bromo 6. Ozônio Comentário O estágio final da sedimentação ocorre em tanques de cloração de contato, onde as águas são misturadas com cloro líquido para remover bactérias remanescentes. As águas já tratadas fluem pela gravidade a partir de um duto de descarga até que sejam finalmente drenadas para um corpo d’água receptor. dVídeos 7. Radiação UV (diminui sua eficiência com a presença de sólidos suspensos) O oxidante mais utilizado no mundo, devido ao seu baixo custo, facilidade de manuseio, estabilidade e solubilidade, entre outros, é o cloro em todas as suas formas, seguido pela radiação ultravioleta (UV), amplamente praticada na Europa. Recomenda-se o uso de hipoclorito em concentrações entre 10% e 20% de cloro livre disponível na solução. As doses aplicadas de hipoclorito de sódio são geralmente inferiores a 10mg/L, com tempos de contato nunca inferiores a trinta minutos e de preferência sessenta minutos. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 3 - Vem que eu te explico! Coleta de esgoto Módulo 3 - Vem que eu te explico! Lagoa aeróbia dVídeos Questão 1 Analise as seguintes afirmações sobre a coleta de resíduos líquidos. I. O esgoto doméstico é o resíduo proveniente de moradias, podendo ser águas negras ou cinzas. II. O esgoto pluvial é o conjunto de águas de chuvas conduzidas por galerias ou tubulações. III. A rede de esgoto tanto doméstica como pluvial é única é integrada, podendo compartilhar as mesmas tubulações. Podemos considerar correto o que está descrito em: Questão 2 Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A somente I. B somente II. C I e II. D I e III. E I, II e III. Responder dVídeos Analise as afirmações a seguir sobre as características físico-químicas do esgoto. I. A DBO é um indicador que representa o consumo de oxigênio pela biodegradação de microrganismos. II. A DQO é um indicador de biodegradabilidade mais eficiente que a DBO. III. Um esgoto com relação de DQO/DBO igual a 0,9 indica que a água não é biologicamente tratável. Podemos considerar correto o que está descrito em: Considerações �nais Como vimos, os indicadores que garantem uma excelente qualidade da água são importantes para estudar a água nos seus diferentes processos com a finalidade de preservar, tratar, armazenar e transportar tanto para abastecimento humano como no tratamento de águas residuais. Portanto, conhecer as etapas de um bom saneamento básico são importantes para trabalhar a água como um bem comum para a sociedade e que precisa ser tratada e preservada. A somente II. B somente III. C I e II. D I e III. E I, II e III. Responder dVídeos Podcast Neste podcast, você conhecerá um pouco mais sobre as etapas principais para um bom abastecimento de água. 00:00 08:23 1x Referências BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). Brasília, 1997. BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Novo Marco Legal do Saneamento Básico. Brasília, 2020. GRIBBIN, J. E. Introdução à hidráulica, hidrologia e gestão das águas pluviais. 4. ed. São Paulo: Cengage, 2017. MARIANO, J. B. Impactos ambientais do refino de petróleo. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2005. NUVOLARI, A. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. 2. ed. São Paulo: Blücher, 2011. PINTO-COELHO, R. M.; HAVENS, K. Gestão de recursos hídricos em tempos de crise. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. SHIKLOMANOV, I. A. Comprehensive assessment of the freshwater resources of the world. Stockholm: World Meteorological Organization, 1997. Explore + Pesquise o artigo Remoção de herbicida atrazina por meio de filtros de carvão ativado granular associados com microrganismos no tratamento de água para abastecimento, de Miriam Ruiz Canevaroli e outros, e veja um estudo de caso sobre uso de operações unitárias nesse processo. Leia também o artigo Tratamento de esgotos sanitários e usos múltiplos de efluentes, de Rafael K. X. Bastos e outros, e veja um estudo de caso sobre a qualidade de efluentes tratados e seus possíveis usos. Baixar conteúdo dVídeos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03560/index.html javascript:CriaPDF()
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