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Conhecimentos Especificos INSS 2022

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INSS
Técnico do Seguro Social
Conhecimentos Específicos
Seguridade Social. Origem e evolução legislativa no Brasil. Conceituação. Organização e 
princípios constitucionais................. .......................................................................................... 01
Legislação Previdenciária. Conteúdo, fontes, autonomia. Aplicação das normas 
previdenciárias. Vigência, hierarquia, interpretação e integração. ............................................ 12
Regime Geral de Previdência Social. Segurados obrigatórios, Filiação e inscrição. Conceito, 
características e abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, 
trabalhador avulso e segurado especial. Segurado facultativo: conceito, características, 
filiação e inscrição. Trabalhadores excluídos do Regime Geral ................................................ 17
Empresa e empregador doméstico: conceito previdenciário ..................................................... 28
Financiamento da Seguridade Social. Receitas da União. Receitas das contribuições 
sociais: dos segurados, das empresas, do empregador doméstico, do produtor rural, 
do clube de futebol profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos, receitas 
de outras fontes. Salário de contribuição. Conceito. Parcelas integrantes e parcelas não 
integrantes. Limites mínimo e máximo. Contribuições inferiores ao salário mínimo e 
complementação de contribuições. Reajustamento. Arrecadação e recolhimento das 
contribuições destinadas à seguridade social. Competência do INSS e da Secretaria da 
Receita Federal do Brasil. Obrigações da empresa e demais contribuintes. Prazo de 
recolhimento. Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária. ................... 29
Decadência e prescrição ........................................................................................................... 41
Crimes contra a seguridade social ............................................................................................ 45
Recurso das decisões administrativas ..................................................................................... 50
Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de prestações, benefícios, 
disposições gerais e específicas, períodos de carência, salário de benefício, renda mensal 
do benefício, reajustamento do valor dos benefícios ................................................................ 54
Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado .......................................... 63
Serviços Previdenciários. Serviço social. Reabilitação profissional .......................................... 66
Benefícios decorrentes de legislações especiais. Pensão especial - Síndrome de Talidomida 
- Lei nº 7.070/1982 e suas alterações ...................................................................................... 66
Pensão especial dos seringueiros - Lei nº 7.986/1989 e suas alterações Pensão especial de 
ex-combatente - Lei nº 8.059/1990. ........................................................................................... 67
Pensão especial às vítimas de hemodiálise de Caruaru - Lei nº 9.422/1996 ............................ 68
Pensão especial de ex-combatente - Lei nº 8.059/1990 ........................................................... 68
Pensão vitalícia às vítimas do CÉSIO 137 - Lei nº 9.425/1996 ................................................. 71
Aposentadoria e pensão excepcional ao anistiado político - Lei nº 10.559/2002 e suas 
alterações .................................................................................................................................. 72
Pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase - Lei nº 11.520/2007 ......................... 77
Pensão especial destinada a crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus - 
Lei nº 13.985/2020 ..................................................................................................................... 78
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
Seguro desemprego pescador artesanal - Seguro defeso - Lei nº 10.779/2003 ....................... 79
Decreto nº 8.424/2015 e suas alterações .................................................................................. 81
Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. Lei nº 8.742/1993 e suas alterações. .................. 86
Benefício de prestação continuada - BPC/LOAS. Decreto nº 6.214/2007 .............................. 102
Auxílio-Inclusão. Lei nº 14.176/2021 e suas alterações. ......................................................... 120
Regimes Próprios de Previdência Social (União, estados, Distrito Federal e 
municípios)Certidão de Tempo de Contribuição Contagem recíproca .................................... 124
Certidão de Tempo de Contribuição ........................................................................................ 126
Compensação previdenciária. Lei nº 9.796/1999 e suas alterações ....................................... 128
Decreto nº 10.188/2019 e suas alterações .............................................................................. 131
Emenda Constitucional nº 103/2019 ...................................................................................... 138
Lei Complementar nº 142/2013 ............................................................................................... 157
Lei nº 8.212/1991 e suas alterações ....................................................................................... 158
Lei nº 8.213/1991 e suas alterações ....................................................................................... 193
Decreto nº 3.048/1999 e suas alterações ................................................................................ 234
Instrução Normativa PRES/INSS nº 128/2022 (publicada no Diário Oficial da União de 
29/3/2022, Edição: 60, Seção: 1, Página: 132) ....................................................................... 235
O servidor público como agente de desenvolvimento social. .................................................. 235
Saúde e qualidade de vida no serviço público ........................................................................ 237
Questões ................................................................................................................................. 249
Gabarito ................................................................................................................................... 252
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
1
Seguridade Social. Origem e evolução legislativa no Brasil. Conceituação. Organiza-
ção e princípios constitucionais
Origem e Evolução Legislativa no Brasil
De antemão, ressalta-se que o direito à proteção social do ser humano advinda do Estado, possui sua ori-
gem relacionada ao desenvolvimento da sua estrutura, bem como acerca da discussão histórica sobre quais 
deveriam ser as suas funções.
Na seara histórica, ressalta-se que a seguridade social teve início na Inglaterra no ano de 1.601, com a de-
nominada Poor Law, que significava a “Lei dos Pobres”, ou seja, tratava-se de uma lei que buscava amparar 
de forma contundente aos menos favorecidos. Naquele período, a Inglaterra passava por uma grande trans-
formação na sociedade, uma vez que ela se encontrava em plena revolução industrial, por meio da qual os 
trabalhadores migravam da zona rural, vindo a habitar nas cidades com o fito de trabalhar nas indústrias. Tendo 
em vista que as condições de trabalho desses trabalhadores não eram boas, muitos se tornavam incapazes e 
inválidos para o trabalho, ficando à mercê da própria sorte em decorrência do desamparo total do Estado, fatos 
que acarretava-lhes a ausência de condições para prover o próprio sustento, bem como de suas famílias, e, 
fez com que muitos passassem a ter óbito prematuro, vindo os seus dependentes também a ficar semqualquer 
recurso para sobreviver.
Em virtude da intensa pressão social, no ano de 1.601, a Inglaterra editou a Poor Law, ou, “Lei dos Pobres”, 
legislação eivada de normas e direitos que possuíam como objetivo, fornecer, de modo geral, um seguro ao 
trabalhador, momento histórico por meio do qual, a doutrina considera que iniciou-se a criação da Seguridade 
Social, nascendo com ela, os indícios primordiais de preocupação do Estado para com o trabalhador. Naquele 
período, a maior e mais marcante preocupação era com os trabalhadores, bem como com os infortúnios sociais 
que estes sofriam.
Ressalta-se que no Estado contemporâneo, a maior função da Previdência Social era a de dar amparo e 
apoio ao trabalhador em situações de infortúnios sociais, como por exemplo, a incapacidade laborativa, a idade 
avançada, bem como a ocorrência de óbito ou morte, deixando pensão para a sobrevivência de seus depen-
dentes.
A doutrina majoritária afirma que a Inglaterra e a Alemanha são os países pioneiros da Previdência Social, 
posto que por intermédio de Otto Von Bismarck, foi criado um seguro de assistência social. 
Em relação ao Brasil, no ano de 1.824, a Primeira Constituição do Império, buscou tratar desse assunto por 
meio dos denominados “Socorros Públicos”, por intermédio dos quais, o Sistema Estatal ainda não se compro-
metia e nem se preocupava com o trabalhador de forma eficaz e contundente, embora mencionasse em seu 
texto alguma espécie de proteção.
Já em 1.891, a Constituição da República trouxe em seu bojo a inovação da possibilidade da concessão da 
aposentadoria por invalidez aos servidores públicos como um todo, fato que demonstrava que o Brasil, apesar 
de se encontrar como principiante em tal tarefa, estaria começando a se preocupar com os infortúnios sociais 
dos trabalhadores que se encontravam sob sua proteção.
Registra-se que sob a suprema égide da Constituição de 1.891, foi editada a Lei Eloy Chaves por meio do 
Decreto-Legislativo nº. 4.682, de 24/01/1923, que criou importantes caixas de aposentadorias e pensões para 
os trabalhadores ferroviários que concediam aos empregados a aposentadoria por invalidez, a validez da pen-
são por morte e, ainda, a aposentadoria ordinária. Entretanto, o Estado não custeava e nem tampouco admi-
nistrava essas caixas, uma vez que eram as empresas que administravam e os trabalhadores que contribuíam.
No decorrer do tempo, outras empresas passaram a criar suas próprias caixas de aposentadoria, fato que 
definiu e marcou a década de 20 pela criação de caixas de aposentadoria e pensão, mesmo sem a intervenção 
do Estado, situação por intermeio da qual, as caixas continuaram sendo administradas pelas empresas.
Pondera-se que a Lei Eloy Chaves, embora não seja considerada o primeiro diploma legal em vigor sobre 
o assunto securitário, uma vez que já existia o Decreto-Legislativo nº 3.724/19, dispondo a respeito do seguro 
obrigatório de acidentes do trabalho com vínculo ao Ministério do Trabalho, em razão do desenvolvimento ulte-
rior da previdência, bem como da estrutura interna da Lei Eloy Chaves, esta Lei ficou conhecida como o marco 
inicial da Previdência Social no Brasil.
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
2
Desde o período do Império, no Brasil, já se encontravam em vigor alguns mecanismos de propensão previ-
denciária. No entanto, registra-se que apenas a partir de 1923, com a aprovação da Lei Eloy Chaves por meio 
do Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, o Brasil passou a obter um marco jurídico competente 
para a aplicação e a atuação do Sistema Previdenciário, que à época se compunha das Caixas de Aposenta-
dorias e Pensões, as chamadas CAPs. 
Importante: A Lei Eloy Chaves tratava de forma exclusiva e específica das CAPs das empresas ferroviárias. 
Isso ocorria pelo fato de seus sindicatos serem eivados de maior organização, além de possuírem maior poder 
de pressão política. As CAPs possuíam como objetivo inicial, o apoio aos trabalhadores ferroviários durante o 
período de inatividade (INSS 2.017).
Extremamente marcada pela criação dos IAPs (Instituto de Aposentadoria e Pensão), ressalta-se que na 
década de 30, estas classes atendiam categorias de trabalhadores, como por exemplo, o IAP dos marítimos 
por meio do Decreto nº 22.872 de 29.06.1933 (IAPM). Assim sendo, os IAPs permaneceram no cenário nacional 
até a metade da década de 50.
Destaque-se com grande importância, o fato da Constituição de 1934 ter sido a primeira a estabelecer a 
forma tríplice da fonte de custeio do Sistema Previdenciária àquele período com contribuições do Estado, do 
empregador e do empregado.
Em síntese temos:
Importante: No Brasil, a Constituição de 1.946 foi a primeira Carta Magna a valer-se do uso da expressão 
“Previdência Social”, que veio em substituição à expressão “Seguridade Social”.
Reproduzida e aprovada no ano de 1.960, a Lei nº 3.807/1.960 unificou toda a legislação securitária e por 
esse motivo acabou sendo taxada e reconhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS).
Três anos após, em 1.963, criou-se o Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural, o denomi-
nado FUNRURAL com suas normas estabelecidas e determinadas pelo diploma legal da Lei nº 4.214/1.963.
Já em 1.966, os já retro mencionados Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), por intermédio do De-
creto-Lei nº 72/1.966, foram declarados unificados ao Instituto Nacional da Previdência Social (INPS).
Criada no ano de 1.967, a Lei nº 5.316, passou a integrar de forma contundente o seguro de acidentes de tra-
balho à previdência social, vindo, desta forma, fazer com que desaparecesse este seguro como ramo à parte.
Em evolução histórica, partindo para a década de 1.970, a cobertura previdenciária sofreu grande expansão 
com a concentração de recursos no Governo Federal, principalmente em razão da aprovação das seguintes 
medidas: 
1. No ano de 1.972, a inclusão dos empregados domésticos;
2. No ano de 1.973, houve a regulamentação da inscrição de autônomos em regime de compulsoriedade;
3. No ano de 1.974, ocorreu a instituição do amparo previdenciário aos maiores de 70 anos de idade, bem 
como aos inválidos não-segurados, (idade que posteriormente foi significativamente alterada); 
4. No ano de 1.976, ocorreu a extensão dos benefícios de previdência e assistência social destinada aos 
empregadores rurais e aos seus dependentes.
Explicita-se que na década de 1.970, ocorreram importantes inovações na legislação previdenciária bra-
sileira que foram legalmente disciplinadas por diversos diplomas legais, fato que fez surgir a necessidade de 
unificação que ocorreu com a CLPS (Consolidação das Leis da Previdência Social), no período de 24/01/1976 
através do Decreto nº 77.077/1.976, vindo a ser criado no ano posterior, o Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social (SINPAS).
Com o advento histórico da criação e aprovação da Constituição Federal Brasileira de 1.988, foi criado o 
conceito de “Seguridade Social”. A seguridade social se encontrava composta pelas áreas da Saúde, Assis-
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tência e Previdência Social. Assim sendo, é nesse contexto de importante momento que se estabelece a pre-
vidência como conhecemos atualmente, que mantém sua compleição de arrecadação entre empregadores e 
empregados, porém, sempre delegando ao Estado o papel de organizar e distribuir os recursos de acordo com 
a legislação vigente como um todo.
Devido ao fato de incluir pontos importantes para a garantia da proteção social, a Previdência descrita na 
Constituição Federal Brasileira de 1.988 se destaca por ter conseguido incluir importantes pontos para a ga-
rantia da proteção social, além de ser vista como uma ação eivada de progresso quando comparada às medi-
das de liberalização que vinham sendo tomadas em outros países nesse período. Entretanto, a Carta Magna 
passou por algumas reformas que mudaramos detalhes do seu funcionamento. É o que veremos no deslindar 
desse estudo.
Em evolução histórica, na data de 27 de junho de 1.990 foi criado o Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS, durante a gestão do presidente Fernando Collor de Melo, por intermédio do Decreto n° 99.350, isso, a 
partir da incorporação do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS 
com o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, como autarquia dotada de vínculo ao Ministério da Pre-
vidência e Assistência Social – MPAS. (INSS, 2017).
Ainda na vigência do governo Collor de Melo, em 1991, ocorreu a primeira mudança no INSS. Trata-se de 
medida com a previsão de que os benefícios levassem em conta a correção monetária, uma vez que naquele 
momento, a economia brasileira sofria com a inflação. Em 1.998, com a vigência do governo Fernando Henri-
que, ocorreram maiores mudanças, posto que foi a partir daquele momento que não seria mais considerado o 
tempo de serviço do trabalhador, mas, sim, o de contribuição para o INSS que foi definido como 30 anos para 
mulheres e 35 para homens. Ademais, a reforma também criou a implantação do fator previdenciário, cálculo 
que seria usado para definir o valor do benefício recebido após a aposentadoria do trabalhador. 
Em 2.003, com o governo Lula, as mudanças tiveram como foco o funcionalismo público. Assim, a reforma 
criou um teto para os servidores federais e passou a instituir a cobrança da contribuição para pensionistas e 
inativos, bem como também, alterou o valor do benefício para estes servidores.
Ocorre que em meados do ano de 2.010, houve uma crescente preocupação com a necessidade preeminen-
te de uma Reforma da Previdência Brasileira. Isso ocorreu pelo fato de haver crise na seguridade social, tendo 
naquele momento como argumento principal, a razão de não existirem mais recursos totalmente suficientes 
para sustentar as despesas futuras, caso não houvessem significativas regras de aposentadoria e pensão.
Na gestão da Presidente Dilma Rousseff, em 2015, o congresso aprovou uma mudança que buscava alterar 
a idade de acesso à aposentadoria integral. Isso fez com que a denominada “regra de pontos”, conhecida como 
85/95, que levava em consideração a soma da idade acoplada ao tempo de contribuição. Desta forma, para 
as mulheres, esta soma deveria resultar em 85 anos, e, para os homens, em 95 anos de idade, para que os 
trabalhadores passassem a ter o direito de receber o benefício integral como um todo.
Entre os anos de 2.016 e 2.018, sob a gestão do Governo Temer, prevaleceu a tentativa de aprovação de 
uma reforma da Previdência mais radical. Entretanto, a conjuntura nacional colocou inúmeras dificuldades à 
tramitação da proposta na Câmara dos Deputados, motivo pelo qual, em 2.019, o governo do Presidente Jair 
Bolsonaro decidiu ter como prioridade, levar adiante a Reforma da Previdência no país.
Aprovada na data de 23 de outubro de 2.019 pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, de forma 
separada, aprovada em dois turnos de votação em cada Casa, a Emenda Constitucional número 103, conhe-
cida como Nova Previdência, trouxe consigo inúmeras e significativas modificações ao Sistema Previdenciário 
Brasileiro. Vejamos a respeito desta importante Emenda e suas inovações:
A Emenda Constitucional 103, de 2019
Breve histórico
Tramitando no Congresso Nacional no ano de 2.019, a PEC nº. 6/2019, alterou novamente e de forma sig-
nificativa tanto o RGPS (Regime Geral de Previdência Social), quanto o RPPS (Regime Próprio de Previdência 
Social) da União. Pondera-se que os regimes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não foram tão 
afetados, uma vez que foram criados tratamentos diferenciados para servidores federais, quando comparados 
com os demais ocupantes de cargos efetivos dos outros entes Federativos.
Por meio da mencionada PEC, pode-se destacar com ênfase, a criação de idade mínima para as aposenta-
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dorias voluntárias do RGPS, inclusive a aposentadoria “especial”; a alteração do critério de carência para novos 
filiados ao RGPS do sexo masculino, de 15 para 20 anos; a mudança na apuração do salário de benefício, que 
passa a ser igual à média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994; o critério de cálculo da 
renda mensal inicial das aposentadorias, inclusive a por invalidez, salvo a acidentária; a alteração no direito 
à pensão por morte, auxílio-reclusão e salário-família; a previsão de aposentadoria de empregados públicos 
com cessação do vínculo de emprego, inclusive por atingimento da idade “compulsória” aplicada a ocupantes 
de cargos; e regras mais restritivas de acumulação de benefícios, especialmente de aposentadoria e pensão, 
entre outras regras incluídas.
Registra-se que a Reforma da Previdência Social, por meio da Emenda Constitucional 103/2.019 trouxe 
diversas mudanças relativas à concessão dos benefícios, no tempo de contribuição, no período básico de cál-
culo (PBC), nas alíquotas de contribuição, na pensão por morte , na idade mínima mesmo para aqueles que 
adquirissem o direito à aposentar-se por tempo de contribuição, dentre outras significativas alterações, dentre 
as quais podem-se destacar:
— Sobre a idade mínima para aposentadoria: Com a aprovação da Emenda Constitucional 103/2019 da 
Reforma da Previdência, que alterou de forma significativa o art. 201, § 7º da CFB, a aposentadoria por idade 
aos segurados do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), será devida ao segurado ao cumprir o tempo 
de carência, quando este completar: 65 anos de idade, se homem; e 62 anos de idade, se mulher. 
Importante: Os servidores públicos que se encontrem segurados pertencentes ao Regime Próprio de Pre-
vidência Social (RPPS), via de regra, também se aposentarão com a mesma idade dos servidores do RGPS.
 
— Quanto ao tempo de Contribuição: Com a promulgação da EC 103/2019, o tempo mínimo de contribuição 
para requerer a aposentadoria por idade, passou a ser de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens, des-
de que tenham começado a contribuir para a Previdência Social após a promulgação da Emenda Constitucional 
103/2.019. 
Importante: Antes da Reforma, o tempo mínimo de contribuição tanto para a mulher quanto para o homem, 
era de 15 anos. Entretanto, para os homens que já estão no mercado antes da emenda começar a vigorar, o 
tempo de contribuição permanece sendo de 15 anos
— Sobre o valor do salário-de-benefício: Nos trâmites do art. 26, § 2º da Reforma da Previdência (RPREV), 
o valor do benefício de aposentadoria corresponderá a: 60% da média aritmética correspondentes a 100% 
(cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 em diante; e acréscimo de 2 pontos 
percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, se homem; e, 
acréscimo de 2 pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 15 anos de contri-
buição, se mulher.
— Sobre o período básico de cálculo (PBC): Nos trâmites do art. 26 da Reforma, para o cálculo dos be-
nefícios, será utilizada a média aritmética de forma simples dos salários de contribuição e das remunerações 
adotadas como base para contribuições ao RPPS e ao RGPS, correspondentes a 100% (cem por cento) do 
período contributivo, desde a competência de julho de 1.994, ou, ainda, desde o início da contribuição, caso 
seja posterior a julho de 1.994, até a última contribuição efetuada.
Importante: Antes da Reforma, utilizava-se a média dos 80% maiores salários de contribuição desde 1994, 
e, eram dispensados os outros 20% menores.
— Da pensão por morte: Foram feitas alterações estabelecendo-se percentuais de cota familiar para o rece-
bimento da pensão por morte a partir da entrada em vigor da Emenda 103, resguardado, desta forma, o direito 
adquirido aos segurados antes da entrada em vigor dos termos determinados pelo art. 24, §4º da Emenda 
Constitucional 103/2019.Assim, a partir da reforma, a pensionista irá receber somente 50% do valor da apo-
sentadoria recebida pelo segurado ou servidor, ou, ainda, daquela a que teria direito, caso fosse aposentado 
por incapacidade permanente, que era a antiga aposentadoria por invalidez na data do óbito, com o acréscimo 
de 10% por dependente, até o máximo de 100%.
Importante: Antes da Reforma, a Lei 13.135/2.015 havia estabelecido dentre seus pré-requisitos, condições 
diferenciadas aos cônjuges beneficiários da pensão por morte a partir de 2015. Com isso, a partir desta data, o 
cônjuge beneficiário terá direito a um período de forma parcial para o recebimento da pensão, isso, dependendo 
do tempo de contribuição do segurado que faleceu, do tempo de casamento ou do tempo de convivência con-
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jugal, bem como da idade do beneficiário.
— Dos professores: Nos trâmites do art. 19, §1º, II da Emenda Constitucional 103/2019, a carência para a 
aposentadoria por idade para o professor que comprove 25 anos de exclusiva contribuição em efetivo exercício 
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será de 57 anos de idade, se 
mulher; e 60 anos de idade, se homem. 
Importante: Em relação aos professores servidores, além da idade exigida acima, estes terão que ter 10 
anos de efetivo exercício de serviço público, acrescidos de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a 
aposentadoria para ambos os sexos. 
— Sobre as alíquotas de contribuição: Dispõe, em suma, a nova Portaria nº 477, de 12 de janeiro de 2.021 
da SECRETARIA ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO, (SEPRT): a) os benefícios pagos pelo Instituto 
Nacional do Seguro Social - INSS serão reajustados, a partir de 1º de janeiro de 2021, em 5,45% (cinco intei-
ros e quarenta e cinco décimos por cento); partir de 1º de janeiro de 2021, o salário de benefício e o salário de 
contribuição não poderão ser inferiores a R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), nem superiores a R$ 6.433,57 (seis 
mil quatrocentos e trinta e três reais e cinquenta e sete centavos); b) os valores dos benefícios concedidos ao 
pescador, ao mestre de rede e ao patrão de pesca com as vantagens da Lei 1.756/1952, deverão corresponder, 
respectivamente, a 1 (uma), 2 (duas) e 3 (três) vezes o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), acrescidos 
de 20% (vinte por cento); c) o valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 
14 (quatorze) anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de 1º de janeiro de 2021, é de R$ 51,27 
(cinquenta e um reais e vinte e sete centavos) para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 
1.503,25 (um mil quinhentos e três reais e vinte e cinco centavos); d) o auxílio-reclusão, a partir de 1º de janei-
ro de 2021, será devido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime fechado 
que não receber remuneração da empresa e nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, 
pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço que, no mês de 
recolhimento à prisão tenha renda igual ou inferior a R$ 1.503,25 (um mil quinhentos e três reais e vinte e cinco 
centavos), independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas, observado o valor de R$ 
1.100,00 (um mil e cem reais), a partir de 1º de janeiro de 2021; dentre outros dispositivos contidos na referida 
Portaria.
Fator de reajuste dos benefícios concedidos de acordo com as respectivas datas de início, aplicável 
a partir de janeiro de 2021
DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO REAJUSTE (%)
Até janeiro de 2020 5,45
Em fevereiro de 2020 5,25
Em março de 2020 5,07
Em abril de 2020 4,88
Em maio de 2020 5,12
Em junho de 2020 5,39
Em julho de 2020 5,07
Em agosto de 2020 4,61
Em setembro de 2020 4,23
Em outubro de 2020 3,34
Em novembro de 2020 2,42
Em dezembro de 2020 1,46
1
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para 
pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2021 
SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO (R$)
ALÍQUOTA PROGRESSIVA 
PARA FINS DE 
RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.100,00 7,5%
de 1.100,01 até 2.203,48 9%
de 2.203,49 até 3.305,22 12 %
de 3.305,23 até 6.433,57 14%
1 https://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/contribuicoes-previdenciarias-pj
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Importante: As alíquotas devidas pelo segurado empregado, inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avul-
so, serão de: até 1 salário-mínimo = 7,5%; acima de 1 salário-mínimo até R$ 2.000,00 = 9%; de R$ 2.000,01 
até R$ 3.000,00 = 12%; e de R$ 3.000,01 até o limite do salário de contribuição= 14%.
— Sobre as regras de transição: Possuem como finalidade, o estabelecimento de um período de adaptação 
ao segurado que ainda não possuía o direito adquirido de se aposentar antes da Reforma da Previdência, mas 
que se encontrava em posição de expectativa do alcance desse direito num curto espaço de tempo.
A respeito das regras de transição, a Reforma da Previdência trouxe cinco regras para fins de aposentadoria. 
Vejamos:
1) Aposentadoria por Pontos: Conforme o art. 15 da EC 103/2.019, ao segurado filiado ao RGPS até a data 
da entrada em vigor da referida emenda, fica assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, 
de forma concomitante os seguintes requisitos:
• Mulher: 30 anos de contribuição + idade em 2019, de forma que a soma totalize 86 pontos;
• Homem: 35 anos de contribuição + idade em 2019, de forma que a soma totalize 96 pontos;
Entretanto, a partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação acima foi acrescida a cada ano de 1 (um) ponto, 
até atingir o limite de: 100 pontos, se mulher; 105 pontos, se for homem.
2) Idade Mínima + Tempo de Contribuição: Nos trâmites do art. 16 da EC 103/2019, ao segurado filiado ao 
RGPS até a data da entrada em vigor da referida emenda, estaria assegurado o direito à aposentadoria quando 
se preenchesse, de forma cumulativa, os seguintes requisitos:
• Mulher: 30 anos de contribuição e 56 anos idade em 2019;
• Homem: 35 anos de contribuição e 61 anos idade em 2019.
Entretanto, a retro mencionada regra de transição, estabeleceu que a partir de 1º de janeiro de 2020, pas-
saria a valer a aplicação de uma tabela progressiva de aumento de idade, mas, sempre mantendo o tempo 
mínimo de contribuição e acrescentando 6 (seis) meses a cada ano. 
3) Tempo de Contribuição com Pedágio de 50%: Criada para atender aos segurados que com menos de 2 
anos, estavam prestes a se aposentar por tempo de contribuição, pelas regras anteriores à reforma. Da mesma 
forma como as outras, esta regra só pode ser aplicada aos segurados que já se encontram filiados na data da 
Reforma.
Nos parâmetros do art. 17 da Emenda Constitucional 103/2019, ao segurado que se encontre filiado ao 
RGPS até a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional 103/2019, fica assegurado o direito à aposen-
tadoria por tempo de contribuição quando preencher, de forma concomitante, os seguintes requisitos:
• Mulher: 28 anos de contribuição, ou seja, faltando 2 anos para completar 30 anos;
• Homem: 33 anos de contribuição, ou seja, faltando 2 anos para completar 35 anos.
Importante: Tendo em vista que a ambos os segurados faltam somente 2 anos para completar o período mí-
nimo que falta para o tempo de contribuição, ambos terão que contribuir os 2 anos que ainda faltam, acrescidos 
de mais 50% (pedágio) deste período. Vejamos:
• Mulher: 3 anos de contribuição (2 anos que faltam + 50% = 3 anos);
• Homem: 3 anos de contribuição (2 anos que faltam + 50% = 3 anos). 
4) Do tempo de contribuição com pedágio de 100%: Da mesma forma que na terceira regra, (pedágio de 
50%), nesse pedágio, o pagamento do mesmo consiste basicamente na obrigação do segurado em contribuir 
mais 100% do número de meses que faltava para se aposentar, isso sem levar em consideração, a idadedo 
segurado. 
Nos ditames do art. 20 da EC 103/2019, ao segurado ou servidor público filiado ao RGPS, ou ingressado 
no serviço público em cargo efetivo, até a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional 103/2019, fica 
assegurado o direito à aposentar-se por tempo de contribuição quando preencher, de maneira cumulada, os 
seguintes requisitos:
• Mulher: 57 anos de idade e 30 anos de contribuição;
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• Homem: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição;
• Servidores: 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos de cargos efetivo em que se der a 
aposentadoria; 
• Pedágio de 100% ao período adicional de contribuição correspondente a 100% do tempo que falta para se 
aposentar na data da entrada em vigor da EC/2.019.
5) Aposentadoria por idade com 15 Anos de contribuição: Pondera-se que antes da Reforma esta regra já era 
existente, entretanto, houve alteração em relação à idade mínima estabelecida para mulher (62 anos), vindo a 
manter a idade mínima para o homem (65 anos).
De acordo com o determinado no art. 18 da EC 103/2019, ao segurado filiado ao RGPS até a data da entrada 
em vigor da referida emenda, fica assegurado por lei, o direito à aposentadoria quando preencher, de forma 
cumulativa, os requisitos a seguir:
• Mulher: 60 anos de idade e 15 anos de contribuição;
• Homem: 65 anos de idade e 15 anos de contribuição.
Importante: Frise-se que esta regra de transição estabelece de forma clara que, a partir de 1º de janeiro de 
2020, seria aplicada uma tabela progressiva de aumento de idade somente para as mulheres, sendo acrescen-
tado 6 meses a cada ano, até que venham a atingir 62 anos de idade.
Conceituação
Nos parâmetros legais, a definição de Seguridade Social fornecida pela Constituição Federal Brasileira de 
1.998 em seu art. 194, é a seguinte: 
Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos 
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
A Carta Magna também adverte no mesmo diploma legal, em seu parágrafo único:
Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos 
seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - eqüidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em 
especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
Percebe-se, que determinou ainda a Constituição Federal, que a seguridade deverá ser financiada por toda 
a sociedade, tanto de maneira direta como indireta, nos parâmetros da lei, mediante recursos advindos dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como das contribuições sociais 
pagas pelo empregador, pela empresa e, ainda, da entidade a ela comparada na forma da lei, sendo incidentes 
sobre a folha de pagamentos de salários e de outros rendimentos do trabalho pagos ou creditados a qualquer 
título relativo à pessoa física que venha a lhe prestar serviços, mesmo que não exista vínculo empregatício. 
Acrescenta-se também a esse mencionado rol acima, a receita ou o faturamento, o lucro percebido tanto pelo 
trabalhador quanto pelos demais assegurados da Previdência Social, não vindo a incidir contribuição sobre 
a aposentadoria e à pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social que dispõe o art. 201 da 
CF/1.988. Vejamos:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de fi-
liação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos 
da lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
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II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observa-
do o disposto no § 2º.
Machado, conceitua de forma doutrinária, a seguridade social ou segurança social como sendo um conjunto 
de políticas sociais cujo fim é amparar e assistir ao cidadão e à sua família em situações como a velhice, a do-
ença e o desemprego, e cujo princípio fundamental é a solidariedade (MACHADO, 2019).
Por fim, cabe registrar que recentemente, por intermédio da Medida Provisória nº. 870/2.019, depois de 56 
anos de existência, o Ministério da Previdência Social deixou de existir no país, sendo que as suas funções 
foram delegadas ao Ministério da Economia, conforme determina o art. 31 em seus incisos X e XI do referido 
diploma legal.
Organização e Princípios Constitucionais
Organização
No sentido de organização, a Seguridade Social engloba um conceito amplo e com abrangência universal, 
destinado a todos aqueles que dela venham a precisar, desde que haja previsão legal a respeito de evento 
especifico a ser coberto. A seguridade social é o gênero por meio do qual são considerados como espécies: a 
Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde.
De forma sucinta, entende-se que a Previdência Social vai abranger, em suma, a cobertura de riscos de-
correntes de morte, doença, velhice, invalidez, desemprego e proteção à maternidade, mediante contribuição 
pecuniária com a concessão de pensões e aposentadorias, dentre outros fatores pertinentes à matéria em 
questão.
Denota-se que a Assistência Social se encontra encarregada de atender aos hipossuficientes, vindo, desta 
forma, a destinar benefícios para pessoas que nunca contribuíram para o sistema previdenciário, como no caso 
da renda mensal vitalícia, por exemplo.
Em relação à saúde, verifica-se que esta pretende ofertar uma política social e econômica com destino à 
redução de riscos de doença e outros infortúnios, vindo a proporcionar ações e serviços próprios para que haja 
a proteção e a recuperação do cidadão que esteja necessitando.
Registra-se, como marco histórico no Brasil, que as mudanças na estrutura administrativa realizadas por 
meio do governo do Presidente Michel Temer, em 2016 a Previdência Social veio a perder o status de Minis-
tério. Por esta razão, nos termos do disposto na Lei n. 13.341/2;016 e alterações posteriores, o INSS passou 
a integrar o Ministério do Desenvolvimento Social. Criou-se ainda uma Secretaria de Previdência vinculada ao 
até então denominado Ministério da Fazenda com a incumbência de promover uma reforma significativa nas 
regras de concessão de benefícios do RGPS e também dos RPPS. Contemporaneamente, existe uma Secre-
taria Especial de Previdência e Trabalho, que integra o Ministério da Economia, Ministério este, que veio a ser o 
responsável pelas atribuições que antes eram delegadas ao extinto Ministério da Previdência Social no Brasil.
Registra-se, ainda, que o INSS, autarquia que atualmente se encontra vinculada ao Ministério da Economia, 
por meio do Decreto n.º 9.746, de 08.04.2019, é organizado de acordo com a seguinte estrutura:
I – órgãos de assistência direta e imediata ao Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social:
a) Gabinete;
b) Assessoria de Comunicação Social; e
c) Coordenação-Geral de Projetos Estratégicos e Inovação;
II – órgãos seccionais:
a) Procuradoria Federal Especializada;
b) Auditoria-Geral;
c) Corregedoria-Geral;
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d) Diretoria de Gestão de Pessoas e Administração;e) Diretoria de Tecnologia da Informação e Inovação; e
f) Diretoria de Integridade, Governança e Gerenciamento de Riscos;
III – órgãos específicos singulares:
a) Diretoria de Benefícios; e
b) Diretoria de Atendimento; e
IV – unidades descentralizadas: Superintendências Regionais.
Por fim, no que condiz à organização da Seguridade Social, a Lei dispõe da seguinte forma:
1) Sistema Nacional de Seguridade Social
2) Instituto Nacional do Seguro Social – INSS
3) Gestão descentralizada
4) Conselho Nacional de Previdência – CNP
5) Conselhos de Previdência Social – CPS
6) Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS
7) Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC
8) Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS
9) Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF
Ante o estudado, passemos, pois, à uma importante e essencial análise de cada um dos princípios constitu-
cionais da Seguridade Social.
Princípios Constitucionais
O jurista Miguel Reale, em sua doutrina “Lições Preliminares de Direito”, trabalha essa classe sob o ponto 
de ótica lógico, na forma de enunciados admitidos como condição ou como base de validade das demais as-
severações que fazem parte da composição dada ao campo do saber. Desta forma, entende-se que as regras 
ordinárias, portanto, devem se encontrar dotadas destes princípios, sob pena de acabarem se tornando letra 
sem valor legal e, ainda, de serem excluídas do ordenamento jurídico. Assim, como exemplo, pode-se citar a 
fixação de uma norma legal que possua o condão de isentar todos os trabalhadores da obrigação legal que 
estes possuem de contribuir para a Seguridade Social, uma vez que tal norma não faria sentido algum, posto 
que se existe um princípio determinador da diversidade da base de financiamento legal, e outro, que, por sua 
vez, impõe a lisura no custeio da Seguridade Social.
De forma geral, boa parte da doutrina entende que os princípios não deixam de ser normas jurídicas. Au-
tores como Robert Alexy e Daniel Machado da Rocha, afirmam que as normas jurídicas são subdivididas em 
princípios e regras, posto que a diferença entre estas duas espécies, aduz-se na ideia de que os princípios 
são formas de mandados de otimização, ao passo que as regras, por sua vez, são imposições feitas de forma 
definitiva, vindo a se basear nos princípios guiadores do sistema, vindo, por esse motivo, os princípios a serem 
elevados à espécie e categoria de normas bem mais relevantes do ordenamento jurídico.
Os princípios constitucionais da Seguridade Social se encontram dispostos no já estudado parágrafo único 
do art. 194 da CFB/1.988. Vejamos:
Art. 194. [...] Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, 
com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V – eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada 
área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o 
caráter contributivo da previdência social; 
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VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participa-
ção dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Antes de adentrarmos aos princípios, vale à pena registrar de forma sucinta a existência do princípio da So-
lidariedade, que embora não se encontre no rol do art. 194 da CFB/1.998, é tema bastante cobrado em provas 
de concurso e áreas afins. 
Princípio da Solidariedade
A solidariedade é um princípio que a doutrina previdenciária reconhece como uma espécie de “princípio 
geral”, ou, comum a todos. Além disso, a solidariedade constitui-se em um objetivo fundamental da República 
Federativa do Brasil que marca presença no art. 3º, I da CFB/1.998. Vejamos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
Na seara da seguridade social, a solidariedade está implícita no teor do caput do art. 195 da CFB/1.998. 
Analisemos:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da 
lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa 
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposen-
tadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Para um melhor entendimento, vejamos o esquema representativo: 
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE
Art.3º, CFB/1.988>>>
Constituem objetivos funda-
mentais da República Federativa 
do Brasil: Construir uma socie-
dade justa, livre e solidária.
Art. 195, CFB/1.988>>>
A seguridade social será financia-
da por toda a sociedade.
>>>União; Estados e o DF;
Municípios.
Regista-se que o conceito de financiamento por intermédio de toda a sociedade, é bastante amplo. Assim 
sendo, podemos citar como exemplo clássico: as empresas de modo geral quando contribuem por intermédio 
da cota patronal e demais contribuições pertinentes. 
Conceituada como característica importante de um sistema previdenciário de repartição, como o do Brasil, 
denota-se que a solidariedade faz com que sejam ativados os benefícios da geração anterior, posto que quando 
vierem a se aposentar, terão assegurados o direito de ver seus benefícios serem custeados pelas contribuições 
feitas anteriormente pelos mais jovens, vindo, desta forma, a se consolidar a relação.
Adentrando ao tema dos princípios expressos no art. 194, parágrafo único, da Constituição Federal, temos:
Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento 
Por meio desse princípio, entende-se que a seguridade social deverá por dispositivo legal, ser organizada 
de forma que possua total abrangência de todos os riscos ou infortúnios sociais possíveis, que se traduz na 
universalidade da cobertura, que, por sua vez, deve ser destinada a todos os cidadãos que possuam domicílio 
no território nacional, que trata-se da universalidade do atendimento.
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Denota-se que a existência do princípio da universalidade da cobertura e do atendimento não se compõe 
de medida plausível que possa justificar a distribuição de todos os pilares da Seguridade a todos os cidadãos, 
porém, todos os que possuem domicílio no território nacional, possuem direito a alguma das diversas formas 
de proteção da seguridade como um todo.
Uniformidade e Equivalência de Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais 
De antemão, afirma-se que esse importante princípio foi criado com o fito de corrigir determinada discrimi-
nação histórica, posto que a proteção social dada aos trabalhadores rurais sempre foi, em partes, inferior à 
proteção gozada pelos urbanos. Denota-se que bem antes da promulgação da Constituição Federal de 1.988, 
o trabalhador rural já se encontrava sujeito a receber valor inferior ao salário mínimo ao se aposentar.
Consagrado pelo art. 5º da CFB/1.988, o princípio da isonomia, contribuiupara que o legislador julgasse 
oportuno aplicá-lo também em relação à seguridade social. Nesse sentido, por isonomia e uniformidade com-
preende-se que o plano de proteção social como um todo, deverá ser o mesmo tanto para os trabalhadores 
urbanos, quanto para os rurais, tendo esses últimos, os mesmos direitos previdenciários que os primeiros. No 
que condiz à questão de equivalência, afirma-se que esta assegura que os benefícios concedidos às popula-
ções urbanas e rurais não sejam necessariamente equivalentes em valor. Isso ocorre devido à sistemática de 
cálculo que é aplicado para ambas as categorias, posto que quanto maior for o tempo de contribuição, automa-
ticamente, maior será o valor da aposentadoria e, quanto mais alto for o valor das contribuições do segurado, 
maior será a sua aposentadoria, dentre outros fatores coerentes a serem avaliados em cada caso específico. 
Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços 
Por meio desse princípio, entende-se de forma explícita que nem todos os cidadãos terão direito a todos os 
benefícios e serviços oferecidos pela seguridade social. Porém, todos terão direito a pelo menos um benefício 
ou serviço advindo da seguridade social. 
Por intermédio desse princípio, depreende-se que o legislador deverá estar apto a identificar os riscos e 
eventualidades geradores de maior necessidade de proteção da seguridade social, bem como trabalhar no 
estabelecimento de critérios de forma objetiva para alcançar e contemplar as camadas sociais que mais neces-
sitarem da proteção e auxílio do Estado. 
Em relação à distributividade, explica-se que ela se encontra diretamente relacionada à distribuição de ren-
da, tendo em vista que a atuação do sistema de proteção deve ser distribuída da maneira mais ampla possível, 
além de ser direcionada e levada para as pessoas dotadas com maior necessidade, nos trâmites da previsão 
legal vigente, por se tratar de instrumento de justiça social e direito de todos os que do auxílio do Estado ne-
cessitarem.
Irredutibilidade do valor dos benefícios 
Esse princípio visa garantir aos assegurados que os benefícios por estes percebidos não podem ter seu 
valor diminuído, fazendo referência apenas aos benefícios e não englobando, entretanto, as prestações e nem 
mesmo os serviços.
Pondera-se que existem duas correntes doutrinárias a respeito da imposição do princípio da irredutibilidade 
da valor dos benefícios. A primeira, afirma que a restrição determinada por esse princípio, diz respeito ao valor 
nominal. Já a segunda corrente, aduz que o valor real do benefício não pode ser diminuído. Como exemplo, po-
de-se citar o caso específico de um indivíduo que tenha se aposentado com rendimentos iniciais de R$1.580,00 
e, mesmo com o lapso de tempo de 2 anos, ele ainda continua recebendo o mesmo valor. Nesse período, tudo 
teve considerável aumento de preços, além da inflação ter aumentado. Assim sendo, verifica-se que o valor 
nominal do benefício não sofreu redução, tendo permanecido com o seu valor pecuniário inicial. Entretanto, 
registre-se de passagem, que é inegável que o valor real com o poder de compra desse indivíduo foi amplamen-
te diminuído. Nesse caso, a resposta para ser dada a esse impasse, irá depender de forma total da corrente 
doutrinária aplicada, uma vez que poderá ser positiva ou negativa.
Equidade na Forma de Participação no Custeio 
Trata-se esse princípio de uma variação previdenciária do princípio da capacidade contributiva. 
A lei Orgânica da Seguridade Social de nº. 8.212/1991, que regulamenta o custeio da Seguridade Social, 
possui em seu bojo, variadas e diversas fontes de arrecadação, tais como: as contribuições dos empregados, 
dos empregados domésticos, dos empregadores e também das empresas. Ademais, verifica-se que as con-
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tribuições dos empregados são dotadas de diferentes valores pecuniários de acordo com a renda de cada um 
deles sendo fixadas, conforme já visto em 7,5%, 9%, 12% ou 14%; já a contribuição patronal do empregador 
doméstico é de 8%; com referência à contribuição patronal das empresas sobre a folha de salários, verifica-se 
que está firmada em um percentual de 20%.
Desta forma, pelo exposto acima, nota-se a aplicação do princípio da capacidade contributiva de maneira 
contundente, por meio da qual, quem pode mais, paga mais. Ressalte-se, que força desse princípio, o legisla-
dor deve levar em consideração, além da capacidade financeira do contribuinte, a atividade laborativa que ele 
exerce no momento de estabelecer as fontes e formas de custeio da seguridade.
Diversidade da Base de Financiamento 
Por meio desse princípio, depreende-se que toda a sociedade é responsável pelo financiamento da seguri-
dade social.
O Diploma legal que ampara esse princípio se encontra registrado no art. 195 da Constituição Federal Brasi-
leira de 1.988, e determina de forma clara que a seguridade social deverá ser financiada por toda a sociedade, 
de forma direta e indireta, nos parâmetros estabelecidos por lei, mediante recursos advindos dos orçamentos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e, ainda de contribuições sociais.
Desta forma, entende-se que o financiamento da seguridade social deverá advir de diversas fontes, com o 
fito de garantir a solvência do sistema, com o objetivo de evitar que as crises que ocorrem em determinados 
setores venha a comprometer de forma prejudicial a arrecadação, o que deve ser feito com a participação de 
toda a sociedade, seja de forma direta ou indireta.
Caráter democrático e descentralizado da Administração
Edmilson de Almeida Barros Júnior, conceitua esse princípio afirmando que “a Seguridade Social tem admi-
nistração com caráter democrático e descentralizado mediante gestão quadripartite, ou seja, com participação 
nos órgãos colegiados dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo.”
Como exemplo da aplicação desse princípio, pode-se citar o fato de existirem representantes da União, dos 
trabalhadores e das empresas, formando uma espécie de colegiado nas Juntas de Recursos da Previdência 
Social, que julgam de maneira definitiva as questões previdenciárias na seara administrativa, tanto no custeio, 
quanto na área de benefícios.
O jurista Fabio Camacho Dell`Amore Torres, subdivide o princípio do caráter democrático e descentralizado 
da administração em duas categorias. São elas:
a) Caráter democrático da gestão administrativa: Possui como foco a aproximação dos cidadãos, quando 
representados pelos trabalhadores, aposentados e empregadores às organizações e processos de decisão dos 
quais dependem seus direitos. Como exemplo, podemos citar a participação dos trabalhadores, aposentados 
e empregadores no Conselho Nacional da Previdência Social, para que estes possam sugerir projetos acerca 
da Previdência Social.
b) Caráter descentralizado da gestão administrativa: É tido como um conceito de direito administrativo, por 
meio do qual o serviço público descentralizado possui o condão de criar uma pessoa jurídica de direito público 
ou privado, vindo a atribuir a ela a titularidade e a execução de determinado serviço público. 
Por fim, vale a pena registrar que esse princípio se encontra dotado de caráter democrático, e, isso, o coloca 
num patamar que busca atingir a justiça como um fim social acessível a todos os cidadãos.
Legislação Previdenciária. Conteúdo, fontes, autonomia. Aplicação das normas previ-
denciárias. Vigência, hierarquia, interpretação e integração
Conceito, fontes, autonomia
Conceito
Podemos conceituar Legislação Previdenciária como sendo um acoplado de normas e atos administrativos 
que se referem ao bom funcionamento do sistema securitário como um todo, onde se alojam a Constituição, as 
leis complementares, as leis ordinárias, as medidas provisórias, os decretos e atos administrativos (instruções 
normativas, resoluções e portarias) concernentes à seguridadesocial. 
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Ressalta-se que o art. 22, inc. XXIII da Constituição Federal Brasileira, delega competência privativa à União 
para que esta possa legislar sobre o sistema securitário. Porém, esse mesmo diploma legal dá permissão para 
que lei complementar possa autorizar aos Estados, bem como o Distrito Federal a legislar sobre o assunto.
Já no condizente à Previdência Social, a competência legislativa se mostra de forma concorrente. É o que 
afirma o art. 24, inc. XII, da CFB/1.988. Vejamos o diploma legal:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
Ressalta-se que a União trata das normas gerais, já os Estados, o Distrito Federal e os Munícipios podem 
legislar sobre a matéria, desde que obedeçam as normas de regras gerais. No concernente aos Estados, de-
nota-se que esses entes federativos criaram o seu próprio regime de Previdência com o fito de amparar seus 
servidores detentores de cargos efetivos. Assim sendo, o Estado está legislando sobre a matéria como um todo. 
Entretanto, estará o Estado obedecendo ao que está disposto na Constituição Federal de 1.988, bem como da 
Lei de Regimes Gerais de Regimes Próprios de Previdência, Lei nº 9717/1988.
Fontes
O Direito Previdenciário possui sua base firmada na Constituição Federal Brasileira de 1.988. No vocábulo 
do ilustre Miguel Reale: “Por fonte do direito, designamos os processos ou meios em virtude dos quais as re-
gras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma 
estrutura normativa”. Assim, entende-se que existe um processo de nítida concretização destas fontes, seja ele 
de cunho legislativo, jurisdicional ou social. 
Um dado importante no deslinde do estudo desse tema, encontra-se disposto no art. 193 da CFB/1.988, que 
dispõe: 
Art. 193 - A ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça social. 
Cuida-se o referido artigo, de fonte de lei, bem como de fonte filosófica inspiradora de todo o sistema de 
proteção social organizado pela Constituição Federal Brasileira. Pondera-se que esta fonte inserida no art. 193, 
é usada de forma significativa como critério de interpretação do Direito Previdenciário. Isso significa que as nor-
mas do Direito Previdenciário possuem o dever de subordinar-se a este foco básico, que se compõe no alcance 
do bem-estar e da justiça social.
De modo geral, a doutrina divide e conceitua as fontes do Direito Previdenciário como primárias e secundá-
rias. Entende-se como fontes primárias, aquelas cujo conteúdo é o suficiente para gerar a regra jurídica, como 
a Constituição, as Leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas, bem como os demais atos com força de 
lei. Já como fontes secundárias, afirma-se que são aquelas por meio das quais não existe a geração de regra 
jurídica, porém, estas fontes a interpretam e a aplicam. Exemplos: doutrinas, jurisprudência, decretos, portarias, 
instruções normativas e a jurisprudência.
Considerando que as fontes do Direito Previdenciário são diversas, de forma sucinta, pode se considerar 
que esse ramo do direito é composto pelas seguintes fontes: a Constituição, as leis e os demais atos normati-
vos a pertinentes. Vejamos:
Fontes Primárias:
1) Constituição: Trata-se de fonte primária do Direito Previdenciário, uma vez que ela é a base de todo o 
Direito Previdenciário no país. Com supedâneo no art. 194 da CFB/1.988, esse dispositivo legal inaugura o 
Capítulo II da Carta Magna, que dispõe de forma explícita sobre a seguridade social no território nacional em 
suas três vertentes: a saúde, a previdência social e a assistência social.
2) Leis: Englobam um rol extenso. Pondera-se que na atualidade, na seara do Direito Previdenciário, além 
da CFB/1.988, são fontes primárias do Direito Previdenciário: a Lei complementar nº 108/2001, que dispõe so-
bre os planos de benefícios e entidades de Previdência Complementar; a Lei complementar nº 109/2001, que 
dispõe sobre o regime de Previdência Complementar; a Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei nº 8.212/91), 
que dispõe sobre a organização da Seguridade Social; a Lei Orgânica de Benefícios Previdenciários (Lei nº 
8.213/91), que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social; 
Fontes Secundárias:
1) Doutrinas: são o acoplado de estudos elaborados por juristas e demais doutrinadores e aplicadores do 
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Direito, que possuem a finalidade de classificar, conceituar, fundamentar ou influenciam as decisões jurídicas 
no Ordenamento Jurídico Brasileiro.
2) Decretos: São ordens advindas de autoridades superiores ou órgãos, que possuem o condão de determi-
nar o cumprimento de uma ou mais resoluções.
3) Costumes: Tratam-se de atos reiterados da sociedade. Pondera-se que a ocorrência de um ato social que 
passa a ser usado de forma constante e uniforme, mesmo que não se encontre descrito de maneira formal nos 
diplomas legais, poderá influenciar de forma contundente a elaboração de normas jurídicas.
4) Portarias: São documentos de ato administrativo advindos de autoridades públicas, que se encontram 
dotados de instruções a respeito da aplicação e vigência de leis ou regulamentos, bem como de recomenda-
ções de ordem geral, normas de execução de serviço, ou, ainda qualquer outra determinação que seja da sua 
competência.
5) Instruções normativas: São documentos de organização e ordenamento administrativo interno usados 
com o objetivo de estabelecer diretrizes, criar normas de métodos e procedimentos. Possuem ainda, a função 
de regulamentar matéria específica usada anteriormente, com o fito de coordenar e orientar servidores na maior 
excelência possível no desempenho de suas atribuições.
6) Jurisprudência: Trata-se de um acoplado de decisões e interpretações reiteradas das leis realizado por 
intermédio dos Tribunais superiores com abrangência no território nacional brasileiro.
Autonomia
A conceito de autonomia surgiu a partir do acoplado de princípios jurídicos próprios deste ramo, bem como 
do complexo de normas e regras que podem ser aplicada a ele. 
De forma didática, com relação à autonomia, pode-se dividir-se o Direito Previdenciário em duas teorias. 
Vejamos:
1 ) Teoria monista: Trata o Direito Previdenciário como se esse fosse uma simples ramificação do Direito 
do Trabalho. De caráter histórico, esta teoria surgiu quando o Direito Previdenciário era tratado como parte do 
Direito do Trabalho. Porém, na atualidade, esse conceito não se encontra mais em vigor.
2) Teoria Dualista: Considera o Direito Previdenciário como ramo autônomo, e que não se confunde mais 
com o Direito do Trabalho. Esta teoria foi inserida no diploma legal da Constituição Federal de 1.988, que tratou 
de separar o módulo do tema Trabalho do módulo do tema Seguridade Social, e se encontra em uso na atuali-
dade. Assim sendo, o Direito Previdenciário Brasileiro é considerado autônomo.
Mesmo com a Constituição Federal tendo adotado a teoria autônoma em seu texto, a autonomia do Direito 
Previdenciário ainda não encontrou pacificidade entre os doutrinadores, posto que alguns adotam o entendi-
mento de que o surgimento do Direito Previdenciário ocorreu a partir da segmentação do Direito Administrativo, 
devido à organização estatal da proteção social. Outros, já consideram o Direito Previdenciário como sendo 
uma evolução do Direito do Trabalho. Além disso, registra-se que existe, também, a linha de doutrinadores que 
tratam o Direito Previdenciário como ramo autônomo, desde o seu surgimento, tendo em vista que desde os 
tempos antigos, os conceitos e princípios previdenciários são conhecidos, sendo alguns até de criação anterio-
res ao próprio Direito do Trabalho como um todo.
Divergências doutrinárias à parte, o que prevalece, no entantoé o entendimento de que o Direito Previdenci-
ário Brasileiro é autônomo com fulcro na teoria dualista que foi inserida no diploma legal da Constituição Fede-
ral de 1.988 em seu art. 201, que separou o módulo do tema Trabalho do módulo do tema Seguridade Social, 
e se encontra em uso na atualidade. Desta forma, o Direito Previdenciário Brasileiro é considerado autônomo.
Aplicação das normas previdenciárias
Vigência
Considera-se vigência, o período contado a partir do momento em que a norma entra em vigor, até o mo-
mento em que esta norma passa pelo processo de revogação, ou, ainda, em que se acaba o prazo prescrito 
para sua duração. 
 O art. 1º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, LINDB, Decreto-Lei nº. 4.657/42, aduz que 
uma lei começa a ter vigência em todo o país 45 dias depois de publicada, salvo se a lei dispuser de outro modo.
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Considera-se vacatio legis, o período compreendido entre a data da publicação da lei até sua entrada em 
vigor. Ressalta-se que durante o vacatio legis, a norma já se encontra eivada de validade e também já pertence 
ao ordenamento jurídico, porém, ainda não possui vigência.
Denota-se que validade e vigência não podem ser confundidas, posto que deve se levar em consideração 
que uma norma pode ter eficácia de validade sem estar vigente, embora, de qualquer modo, a norma vigente 
seja sempre válida.
De modo geral, via de regra, a norma vigente é sempre eficaz e apta a produzir efeitos. Entretanto, nem 
sempre isso acontece, como é o caso do contido no art. 196 em seu parágrafo único que dispõe que “a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do 
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação.”
É importante salientar que a eficácia da norma jurídica pode ser subdividida em relação ao tempo e ao es-
paço da seguinte forma:
• Eficácia no Tempo: Refere-se à entrada da lei em vigor. De modo geral, as disposições securitárias costu-
mam entrar em vigor na data da publicação da lei e com eficácia imediata. Entretanto, determinados disposi-
tivos contidos no Plano de Custeio e no de Benefícios, precisam ser complementados pelo regulamento, fato 
que acarreta a possibilidade de que apenas a partir da existência deste regulamento é que poderão ter plena 
eficácia. Um exemplo clássico disso, é o fato de no momento de edição das Leis 8.212 e 8.213/91, ter acon-
tecido de muitos de seus dispositivos só terem entrado em vigor com a edição de suas regulamentações por 
intermédio dos Decretos 356 e 357 somente no ano de 1.991. 
Merece destaque o fato do parágrafo 6º do artigo 195 da Constituição Federal de 1.988, estabelecer em seu 
bojo, que as contribuições sociais com destino ao custeio da Seguridade Social, apenas entram em vigor após 
90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. 
• Eficácia no Espaço: Esse dispositivo faz referência ao território em que a norma será aplicada. Aqui, vale 
registrar que em consonância com as regras determinadas pelo Plano de Custeio e Benefícios e outras espe-
cificações referentes à matéria, a lei de Seguridade Social é aplicada em todo o território brasileiro e possui 
eficácia tanto para os cidadãos nacionais quanto para os estrangeiros que nele habitam. 
Hierarquia
Ocorrerá a hierarquia entre as normas, apenas quando a validade de norma específica depender de outra 
norma superior, na qual a primeira irá depender de forma completa da maneira de criação da norma superior 
como um todo.
Pondera-se que a Constituição é hierarquicamente superior às demais normas, tendo em vista que o proces-
so de validade destas se encontra regulado pela primeira, no caso, a Constituição. Assim, logo abaixo da Cons-
tituição Federal, encontram-se os demais preceitos legais com campos diversos, como: leis complementares, 
leis ordinárias, decretos-lei, medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e também as resoluções. 
Vejamos o gráfico explicativo:
Assim sendo, infere-se que a norma superior é o fundamento de validade da norma imediatamente inferior, 
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vindo a norma superior prevalecer sobre a norma inferior, conforme se demonstra abaixo: 
1º) Constituição Federal e emendas constitucionais;
2º) Lei Complementar, lei ordinária, medida provisória, lei delegada, decretos legislativos, resoluções do 
Senado e tratados internacionais;
3º) Decretos (são editados pelo Presidente da República);
4º) Portarias (são expedidas pelo Ministro da Previdência ou da Fazenda);
5º) Outras normas internas da administração. Exemplos: instruções normativas, ordens de serviço, dentre 
outras.
Importante:
• Os tratados internacionais, via de regra, possuem status de lei ordinária.
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais (CFB/1.988, art. 5º, § 3º).
• Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo interna-
cional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei espe-
cial. (Art. 85-A da Lei 8.212/91). 
Interpretação
Esta espécie de aplicação da norma previdenciária decorre da análise da norma jurídica que irá ser aplicada 
aos casos concretos de forma geral. São formas de interpretação da norma jurídica:
1) Forma gramatical ou literal (verba legis): Trata-se de norma verificadora do sentido do texto gramatical da 
norma jurídica a ser aplicada, por meio da qual, analisa-se o alcance das palavras obstruídas ou encerradas 
no texto da lei;
2) Forma lógica (mens legis): Estabelecedora de uma conexão entre os vários textos legais que serão inter-
pretados;
3) Forma teleológica ou finalística: Esta forma explica que a interpretação será dada ao dispositivo legal de 
acordo com o objetivo aspirado pelo legislador;
4) Forma sistemática: Aqui, a interpretação será dada ao dispositivo legal em consonância com a análise 
dos sistemas no qual está inserido, dando interpretação ao conjunto e não apenas a um dispositivo de forma 
isolada; 
5) Forma extensiva ou ampliativa: Atribui-se um sentido mais amplo para a norma que será interpretada de 
forma mais abrangente do que ele normalmente teria;
6) Forma restritiva ou limitativa: Atribui-se um sentido mais restrito e limitado à interpretação da norma jurí-
dica; 
7) Forma histórica: Aqui, o Direito advém de um processo evolutivo por meio do qual existe a necessidade 
de analisar a evolução histórica dos fatos com o pensamento do legislador à época da edição da lei, levando 
em conta sua exposição de mensagens, motivos, dentre outros aspectos;
8) Forma autêntica: É executada pelo órgão que editou a norma e que irá declarar o seu real sentido, o seu 
alcance e o seu conteúdo por intermédio de outra norma jurídica. É também denominada interpretação legal 
ou legislativa.
Por fim, registra-se que no Direito da Seguridade Social, vigora a aplicação da norma mais favorável ao 
segurado na interpretação do texto do diploma legal, uma vez que esta aplicação na maioria das vezes, é dis-
ciplinada pela própria lei. 
Integração
Integração na Legislação Previdenciária, significa que o intérprete se encontra autorizado a agir de forma 
que possa suprir as lacunas existentes na norma jurídica através do uso sistemático de técnicas jurídicas. Es-
tas técnicas são a analogia e a equidade, lembrando que também podem ser utilizados os princípios gerais de 
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Direito e a Doutrina de maneira geral. Vejamos as técnicas:
1)Técnica da analogia: É aplicada alei que possui o condão de regular um caso semelhante, como por 
exemplo, o disposto no art. 40, § 4º da CFB/1.998 que dispõe:
§ 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos 
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os 
casos de servidores
I - portadores de deficiência;
II - que exerçam atividades de risco;
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física.
2) Técnica da equidade: É utilizada tanto para amenizar quanto para humanizar o direito. O juiz, ou, outra 
autoridade equivalente, quando autorizados a decidir por meio da equidade, aplicarão a norma que estabele-
ceriam como se fossem o legislador da lei em questão. A equidade relativa ao Direito Previdenciário pode ser 
exemplificada por meio do parágrafo único, inciso VI do art. 194 da CFB/1.988, que dispõe que compete ao 
Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base em objetivos específicos, sendo um 
deles a equidade na forma de participação no custeio.
Regime Geral de Previdência Social. Segurados obrigatórios, Filiação e inscrição. 
Conceito, características e abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuin-
te individual, trabalhador avulso e segurado especial. Segurado facultativo: conceito, 
características, filiação e inscrição. Trabalhadores excluídos do Regime Geral
Nos parâmetros do art. 12 e seus parágrafos da Lei n. 8.212, de 1.991, e art. 11 e parágrafos da Lei n. 8.213, 
de 1991, é segurado da Previdência Social de forma obrigatória, a pessoa física detentora do exercício de ati-
vidade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, seja a 
título precário ou não, e, também aquele que a lei define como tal, observadas, caso seja preciso, as exceções 
previstas no texto legal, ou, ainda, aquele que exerceu alguma das atividades retro mencionadas no período 
imediatamente anterior ao chamado “período de graça”. 
Além disso, considera-se também como segurado, o indivíduo que, embora não exerça atividade remune-
rada, opta por se filiar de forma facultativa e espontânea à Previdência Social, vindo a contribuir para o custeio 
das prestações sem se encontrar vinculado de maneira obrigatória ao Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS), ou a qualquer outro regime previdenciário, nos parâmetros do art. 14 da Lei de Custeio e do art. 13 da 
Lei de Benefícios.
Assim sendo, pondera-se que existem duas espécies de segurados: os obrigatórios e os facultativos.
Segurados obrigatórios
Pode-se conceituar como segurados obrigatórios, aqueles que possuem o dever de contribuir de forma com-
pulsória para a Seguridade Social e que possuem como direito, os benefícios pecuniários que a lei assegura 
para a sua categoria. São exemplos de benefícios desta categoria: as pensões, as aposentadorias, os auxílios, 
o salário-família e o salário-maternidade, bem como os serviços de reabilitação profissional e serviço social, 
estando esses dois últimos, a encargo da Previdência Social.
Ressalta-se que o requisito básico para que uma pessoa tenha a condição de segurado do RGPS, nos ter-
mos do disposto no art. 12 da Lei n. 8º212/1.991 e do art. 11 da Lei n. 8.213/1.991, é o de ser pessoa física, 
tendo em vista que é inaceitável a existência de segurado como pessoa jurídica. Ademais, o segundo requisito 
para ser segurado obrigatório é a prática do exercício de uma atividade laborativa, remunerada e lícita, posto 
que o exercício de atividade com objeto ilícito, não encontra respaldo ou proteção no Ordenamento Jurídico 
Brasileiro.
Pondera-se que o segurado obrigatório deverá exercer pelo menos uma atividade remunerada, seja ela com 
vínculo empregatício, urbano, rural ou doméstico, e, também, que esta atividade esteja sob regime jurídico 
público estatutário, seja como trabalhador autônomo ou outro trabalho que possa ser a este equiparado, como 
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trabalhador avulso, empresário ou segurado especial. Com relação à atividade exercida, registra-se que ela 
pode tanto de natureza urbana como rural. 
É importante salientar que mesmo que o segurado exerça suas atividades em outro país, nas condições 
acima, estará amparado pela Previdência Social, nas condições previstas em lei. 
Importante: Independente da nacionalidade do indivíduo, este encontra amparo para a filiação ao RGPS, 
bem como pode se enquadrar como segurado obrigatório, tendo em vista que é permitido aos estrangeiros 
que tenham domicílio fixo no Brasil o ingresso a esse direito, desde que o trabalho tenha sido desenvolvido no 
Brasil, ou, ainda em repartições diplomáticas brasileiras no exterior.
Registra-se, que existe também a possibilidade de a pessoa física ser reconhecida como segurado obrigató-
rio do RGPS, caso exerça atividade trabalhista no exterior e a contratação seja realizada em território brasileiro, 
ou, ainda em decorrência de tratados ou acordos internacionais firmados pelo Brasil. É o que a Lei brasileira 
chama de critério da extraterritorialidade em face da aplicação do princípio da universalidade do atendimento 
àqueles que necessitam de seguridade social.
Em relação ao disposto no art. 12 da Lei 8.212/1.991 e do art. 11 da Lei 8.213/1.991, afirma-se que são con-
siderados segurados obrigatórios da Previdência Social:
Lei 8.212/1.991:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subor-
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta ser-
viço para atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo 
extraordinário de serviços de outras empresas;
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal 
ou agência de empresa nacional no exterior;
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira 
e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem 
residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva 
missão diplomática ou repartição consular;
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais 
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da 
legislação vigente do país do domicílio;
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa 
domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive 
em regime especial, e Fundações Públicas Federais;
Lei 8.213/1991: 
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subor-
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta ser-
viço para atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo 
extraordinário de serviços de outras empresas;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucur-
sal ou agência de empresa nacional no exterior;
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição

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