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AO JUÍZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE CUIABÁ KÁTIA BACELAR, brasileira, solteira, atendente de farmácia, portadora da cédula de identidade n°1435345890e inscrita no CPF sob o n°123.658.450-90, não possui endereço eletrônico, residente e domiciliada na cidade de Cuiabá/MT, com endereço em Rua Abrantes n°98, neste ato representando por seu advogado, constituído nos termos do mandato em anexo, com endereço em local onde receberá intimações, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 560 do Código de Processo Civil, propor AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PERDAS E DANOS em face de PAULO GOMES, brasileiro, casado, auxiliar de serviços portador da cédula de identidade RG n° 1279873462 e inscrito no CPF sob o n°076,983. 226-90, não possui endereço eletrônico e MARTA ÁGUIAR, brasileira, casada, dona de casa, portadora da cédula de identidade RG n°0894572461 e inscrito no CPF sob o n° 765.478.367-08, não possui endereço eletrônico, ambos, residentes na Rua Morada das Árvores e o n°.45, na cidade de CUIABÁ/MT, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: I-PRELIMINARMENTE A autora é pessoa carente na acepção jurídica do termo, dessa forma não dispõe de meios para arcar com as custas e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio fim e de sua família conforme declaração anexa, e com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIV, da CF/88, artigo 98, §3º do NCPC e seus parágrafos, requer a concessão da gratuidade de justiça. II- DA COMPETÊNCIA Considerando que o imóvel objeto do litígio está situado nos limites do Foro da Capital de Cuiabá, a competência do Juízo desta Comarca é absoluta para o conhecimento e processamento do feito, nos termos do artigo 47 parágrafo2° do CPC. III- DA PROPOSITURA DA AÇÃO Como ocorreu esbulho nos termos dos artigos 1.210 do CC/02, a pretensão se dá a pretensão se dá na forma da REINTEGRAÇÃO DE POSSE, sendo certo de que respeitado o prazo inferior de ano e dia conforme especificado no artigo 558 do CPC, o procedimento da presente demanda reger-se-á nos termos do artigo 560 e seguintes do CPC. IV- DOS FATOS A Requerente é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de Cuiabá, no qual reside no respectivo imóvel há cerca de 5(cinco) anos. A requerente precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente. A mesma pretendia ficar fora de casa por 2(dois) meses e, em face disso, resolveu comunicar seus vizinhos Paulo, Marta, Pedro e Alex, com o objetivo de que realizassem a tutela do imóvel no período citado anteriormente enquanto estivesse ausente. Entretanto ao retornar da viagem, a autora encontrou o imóvel ocupado por, Paulo e Marta que nele ingressaram para fixar moradia, acreditando que a autora não retornaria ao mesmo. No período, os réus danificaram o telhado do imóvel ao instalar uma antena pirata de televisão a cabo, o que devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Além disso, os réus vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais). Diante da situação explanada, não restou alternativa a Requerente senão propor apresente demanda visando à restituição do imóvel e indenização pelos danos ocorridos. V- DO DIREITO Em razão dos fatos narrados, é patente a comprovação do acontecimento do esbulho possessório, no qual se evidencia a perda da Autora na posse de seu bem para os Requeridos, de forma clandestina e ilegal, preenchendo os requisitos do art. 561 do CPC. Dessa forma, a requerida possuí o direito da reintegração da posse do imóvel, em razão da posse de má-fé e injusta dos Requeridos, conforme arts. 1200 e 1201 do Código Civil. Art. 1200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Art. 1201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Ademais, fora constatado que os Requeridos danificaram o imóvel ao instalar antena pirata no telhado, acarretando graves infiltrações em razão de grandes chuvas ocorridos no período, gerando um dano estimado em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Assim, em razão da posse ilícita que exerciam, geraram um dano imediato ao patrimônio da Requerente, devendo assim haver reparação a título de danos materiais emergentes, nos moldes do art. 1218 do Código Civil. Art. 1218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. E devido ao fato dos ocupantes estarem auferindo vantagem econômica com a venda de frutos, da colheita de laranjeiras do pomar do imóvel, gerando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) à Requerente, deverá haver reparação a título de lucros cessantes, com fundamentação no art. 1216 do Código Civil. Art. 1216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. Em face dos artigos supracitados, a cumulação objetiva dos pedidos é possível, conforme incisos I e II do art. 555, do CPC, in fine: |Art. 555. É lícito a autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; II - indenização dos frutos. VI- DA LIMINAR POSSESSÓRIA O procedimento de manutenção e reintegração de posse ocorrerá pelo rito especial, conforme redação do art. 558 do Código de Processo Civil, e considerando que o presente esbulho possessório ocorreu a menos de ano e dia, mister se faz a concessão da liminar sem que se ouça a outra parte. Ademais, a Autora detém a posse justa anterior ao acontecimento dos Requeridos, no qual estes obtiveram de forma irregular, através de um ato clandestino, tornando a posse destes injusta e de má-fé. Sendo assim, a posse é considerada nova, pois o esbulho ocorreu conforme previsto no aludido artigo. E em face do perigo na demora de uma decisão judicial, devido ao fato de que o imóvel poderia ser ainda mais deteriorado e os frutos do pomar continuarem a serem vendidos de forma indevida, requer-se a expedição de mandado liminar de reintegração de posse, conforme art. 562 do Código de Processo Civil. IV- DOS PEDIDOS Por todo exposto, requer: a) A concessão da Gratuidade de Justiça; b) Sejam os réus citados para, querendo, responder os termos da presente, no prazo legal; c) Seja expedido, inaudita altera pars, a concessão de liminar em ação possessória, sem a oitiva da parte contrária, para reintegração de posse provisória da Requerente, com fulcro no art.562 do Código de Processo Civil; d) A condenação dos Requeridos ao pagamento de indenização, a título de danos materiais emergentes ocasionados ao telhado do imóvel, no quantum de R$ 10.000,00 (dez mil reais); e) A condenação dos Requeridos ao pagamento de indenização, a título de lucros cessantes pelos frutos colhidos e percebidos, no quantum de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais); f) Sejam ainda, condenados os requeridos em custas processuais e honorários advocatícios, a serem arbitrados por V. Exa. g) Protesta por todos os meios de direito admitidos para comprovar os fatos alegados, especialmente prova testemunhal, para demonstrar a clandestinidade da posse, e ainda prova pericial para comprovação dos danos sofridos no imóvel; h) A condenação dos Réus ao pagamento dos honorários de sucumbência, em conformidade com o artigo 85 do Código de processo Civil. Dá-se à causa o valor de R$ 29.000,00 (vinte e nove mil reais), nos termos do art. 292, inciso VI. do CPC. Termos que, Pede deferimento. Feira de Santana, 28 de Outubro de 2022. Lucila Conceição de Oliveira Rios Acadêmica de Direito
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