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Cuidados Paliativos Cuidados paliativos, de acordo com o dicionário, são os cuidados “que têm a qualidade de acalmar, de abrandar temporariamente um mal”. Na medicina, o termo cuidado paliativo também é conhecido com um conjunto de práticas assistenciais oferecidas aos pacientes terminais que têm como objetivo oferecer dignidade e diminuição do sofrimento decorrente da doença grave ou incurável. Os cuidados paliativos são multidimensionais, ou seja, abrangem as dimensões física, emocional, familiar, social e espiritual. Segundo a Organização Mundial de Saúde, Cuidado Paliativo é a assistência integral oferecida para pacientes e familiares quando diante de uma doença grave que ameace a continuidade da vida. "Cuidados paliativos não são apenas para quem está à beira da morte." Quando os cuidados paliativos devem começar? Os cuidados paliativos são realizados quando o tratamento curativo não está mais atuando, ou seja, quando deixa de fazer o efeito esperado de cura ou redução do tumor. Os cuidados paliativos podem ser realizados na casa do paciente, em um hospital ou unidade de saúde, ou em um hospice. Seu principal objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente no final da vida. A decisão para o início dos cuidados paliativos é uma decisão conjunta de paciente, familiares e médico. Um dos problemas com os cuidados paliativos é que, muitas vezes, ele é iniciado de forma tardia. Às vezes, o médico, o paciente ou a família rejeitam essa alternativa porque acreditam que dessa forma o paciente está desistindo ou que não existe mais esperança. Isso não é verdade. Se o paciente melhorar ou se a doença entrar em remissão, ele terá alta e continuará a realizar o tratamento contra o câncer. Mas o que os cuidados paliativos oferecem é uma vida de qualidade, possibilitando que o paciente viva melhor a cada dia durante os últimos estágios da uma doença avançada. Alguns médicos não mencionam nem oferecem cuidados paliativos, assim o paciente ou algum familiar pode questionar sobre o assunto. Se o seu tratamento não está respondendo mais e as opções terapêuticas são cada vez menores ou não existem mais opções, você pode pedir ao seu médico para iniciar os cuidados paliativos. Tipos de suporte oferecidos em cuidados paliativos Geralmente, os serviços de cuidados paliativos oferecem todas as opções abaixo, mas podem ter diferentes abordagens para o que realizam, assim como equipe de trabalho e tipos de suporte oferecidos. Informe-se antes de fazer a sua escolha. Controle dos sintomas Como parte dos suportes oferecidos, os cuidados paliativos avaliam como o câncer está afetando o paciente e ajudam a aliviar os sintomas, a dor e o estresse. Oferecem opções aos pacientes e permitem que eles e seus cuidadores participem do planejamento de seus cuidados. Trata-se de garantir que todas as necessidades do paciente sejam atendidas. Os profissionais que compõem a equipe de cuidados paliativos podem ajudar a gerenciar problemas mentais, físicos, emocionais, sociais e espirituais que eventualmente possam ocorrer. O objetivo do controle da dor e de outros sintomas é ajudar o paciente a se sentir mais confortável, permitindo que os sintomas fiquem controlados de modo a obter mais qualidade de vida. Isso significa que a dor e os efeitos colaterais serão gerenciados para ter a certeza de que o paciente não apresente sintomas, no entanto, fique suficientemente alerta para compartilhar com as pessoas ao seu redor e para poder tomar decisões importantes. Home care e internação do paciente Mesmo quando o paciente estiver realizando os cuidados paliativos em casa, pode ser que em alguns momentos seja necessária uma internação hospitalar ou em um hospice. A equipe de cuidados paliativos acompanhará a internação e estará envolvida em seus cuidados e no de seus familiares. Em caso de alta, o paciente voltará a receber cuidados junto com seus familiares em casa. Cuidado espiritual Uma vez que as pessoas têm diferentes crenças religiosas, assim como necessidades espirituais, o cuidado espiritual é configurado para atender as necessidades específicas de cada paciente. Isso inclui ajudar o paciente a encontrar o significado da finitude, permitindo que ele se despeça ou ainda realize algum ritual ou cerimônia religiosa. Reuniões familiares Reuniões familiares conduzidas, muitas vezes, por uma enfermeira ou assistente social mantêm os familiares do paciente informados sobre sua condição e o que esperar. Essas reuniões possibilitam compartilhar sentimentos, dá a oportunidade de falar sobre o que está acontecendo, permite tirar dúvidas e ajuda a abordar a necessidade de aprender a lidar com a finitude e o processo da morte. Os membros de uma família podem encontrar apoio e um grande alívio nesses encontros. Atualizações diárias sobre o paciente podem, também, ser obtidas informalmente em conversas com a equipe de enfermagem. Coordenação dos cuidados A equipe interdisciplinar de cuidados paliativos coordena e supervisiona todos os aspectos do cuidado do paciente, 7 dias por semana, 24 horas por dia. Essa equipe é responsável por certificar-se de que todos os envolvidos compartilham as informações sobre o paciente. Isso pode incluir a internação, o home care, o médico e outros profissionais da comunidade, como farmacêuticos, clero e pessoal do serviço funerário. O paciente e seus cuidadores são incentivados a entrar em contato com sua equipe de cuidados paliativos, de imediato, caso ocorra algum problema, a qualquer hora do dia ou da noite. Há sempre alguém de plantão para ajudar em tudo o que possa eventualmente acontecer. Os cuidados paliativos mostram para o paciente e seus familiares que não estão sozinhos e que a ajuda da equipe pode ser obtida a qualquer momento. Substituição temporária Para pacientes que recebem cuidados em casa, pode ser oferecida a substituição temporária para permitir que amigos e familiares possam ficar por um tempo afastados dos cuidados ao paciente. A substituição temporária pode ser feita em períodos de até 5 dias, quando o paciente passa a receber os cuidados paliativos em uma casa de repouso ou hospital. As famílias podem planejar uns dias para relaxar, ir a algum evento ou simplesmente descansar em casa. Luto Luto é o momento após uma perda. A equipe de cuidados paliativos trabalha com familiares e cuidadores para ajudá-los durante o processo de luto. Um voluntário treinado, um membro do clero ou conselheiro profissional pode dar o suporte por meio de visitas, telefonemas ou outro contato, bem como por meio de grupos de apoio. Caso necessário, a equipe de cuidados paliativos pode indicar aos familiares e amigos outro profissional. Muitas vezes os cuidados com o luto podem se estender por um ano após a morte do paciente. "Cuidado paliativo não é sobre morrer, é sobre como quero viver até lá" Hospice é a mesma coisa que cuidados paliativos? Os cuidados paliativos visam proporcionar a melhor qualidade de vida e o alívio dos sintomas e dos efeitos colaterais para pacientes com doenças graves. Seja em casa (home care) ou em um hospice, o acompanhamento é realizado por equipes multidisciplinares que atendem às necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e espirituais dos pacientes. Mas, embora os hospices incluam cuidados paliativos no seu atendimento, eles não são sinônimo de cuidados paliativos, e sim um serviço oferecido por estes locais. Qual especialidade médica faz cuidados paliativos? Além de multidimensionais, os cuidados paliativos são também multidisciplinares, o que significa que todos os profissionais que atuam de alguma forma nos sintomas do corpo, mente ou espírito podem formar parte dos cuidados paliativos de um paciente. Os profissionais da saúde controlam os sintomas do corpo, na dimensão física.Psicólogos, psicoterapeutas, psicanalistas e psiquiatras suportam as necessidades na dimensão emocional. Membros de diferentes religiões como padre, pastor, rabino, guru, sacerdotes auxiliam na dimensão espiritual, de acordo com a crença do paciente. Assistentes sociais, psicólogos e voluntários completam os cuidados paliativos na dimensão social. Como funciona o cuidado paliativo? O objetivo de oferecer cuidados paliativos está relacionado ao bem-estar integral dos pacientes que recebem o diagnóstico de uma doença grave que ameace a continuidade da vida. Pacientes em busca da cura ou controle da doença também recebem cuidados paliativos, assim como os que já receberam a avaliação médica de que não há mais tratamento que proporcione a cura da enfermidade. Quem pode receber os cuidados paliativos e onde é feito o acompanhamento? Pacientes com doenças cardíacas, oncológicas, pulmonares, neurológicas, AIDS, diabetes, síndromes das mais diversas e outras condições médicas podem se beneficiar desse tratamento, estejam ou não lidando com o fim de suas vidas. A abordagem dos cuidados paliativos pode ser realizada em casa, no hospital, em uma instituição de longa permanência (hospice) ou em uma unidade de saúde. O local mais indicado é onde o paciente se sentir mais confortável. Cuidados paliativos em oncologia Os cuidados paliativos em oncologia podem proporcionar uma melhor qualidade de vida, minimizar o sofrimento e amparar as angústias frente a esse processo bastante impactante na vida das pessoas. Para pôr em prática a abordagem paliativa, devido a sua complexidade, é necessário que haja uma interatividade entre o enfermo e a família com toda a equipe multidisciplinar a partir de uma comunicação, tanto verbal como não-verbal, franca e honesta a fim do estabelecimento de um vínculo e uma relação médico-paciente de confiança contribuindo para a oferta de um cuidado humanizado onde o paciente não deve ser considerado apenas como um corpo doente, mas como uma pessoa que carrega consigo uma história de vida constituída de medos, anseios e desejos. Princípios dos cuidados paliativos. • Respeitar a dignidade e autonomia dos pacientes. • Honrar o direito do paciente de escolher entre os tratamentos, incluindo aqueles que podem ou não prolongar a vida. • Comunicar-se de maneira clara e cuidadosa com os pacientes, suas famílias e seus cuidadores. • Identificar os principais objetivos dos cuidados de saúde a partir do ponto de vista do paciente. • Prover o controle impecável da dor e de outros sintomas de sofrimento físico. • Reconhecer, avaliar, discutir e oferecer acesso a serviços para o atendimento psicológico, social e questões espirituais. • Proporcionar o acesso ao apoio terapêutico, abrangendo o espectro de vida através de tratamentos de final de vida que proporcionem melhora na qualidade de vida percebida pelo paciente, por sua família e seus cuidadores. • Organizar os cuidados de modo a promover a continuidade dos cuidados oferecidos ao paciente e sua família, sejam estes cuidados realizados no hospital, no consultório, em casa ou em outra instituição de saúde. • Manter uma atitude de suporte educacional a todos os envolvidos nos cuidados diretos com o paciente. Como os cuidados paliativos ajudam a superar o luto? Desde o paciente que precisa suportar o tratamento até os familiares e amigos íntimos, que sofrem por ver um ente querido passando por momentos tão difíceis e com a possibilidade até de morte: todos precisam de suporte. Os cuidados paliativos servem para trazer conforto tanto ao doente quanto aos familiares além de ajudar a superar o luto nos casos em que a cura não acontece. O grupo de profissionais que oferece os cuidados paliativos ajuda a lidar com a iminência da morte. O psicólogo, por exemplo, pode prover suporte emocional para o enfrentamento da doença e/ou falecimento, quebrando o silêncio, o medo e a angústia que envolvem as situações de agravamento dos sintomas e a perspectiva de morte. O acompanhamento psicológico em conjunto com a equipe multidisciplinar minimiza, dentro do possível, a ansiedade, a tristeza, a angústia e o sofrimento pela perda do ente querido. Este tipo de atendimento orienta reações e atitudes e torna-se um alívio e uma força para superar o luto. Os cuidados paliativos oferecem suporte ao luto que antecede a morte, e assim consegue conduzir e facilitar o processo de despedida do ente querido. Seus princípios são: • Promover o alívio da dor e de outros sintomas. • Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural. • Não acelerar nem adiar a morte. • Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente. • Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte. • Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto. • Promover a abordagem multiprofissional para focar nas necessidades dos pacientes e de seus familiares, incluindo acompanhamento no luto. • Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso de vida. • Ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes. Os cuidados paliativos são oferecidos em hospitais ou em casa. Para cada etapa da doença e do tratamento, a equipe irá avaliar o melhor local para a assistência acontecer. • O suporte deve ser fornecido à família, pois assim, todos possam se sentir melhor e mais confortáveis com a nova situação estabelecida. • É muito importante que os sintomas do paciente sejam avaliados rotineiramente, indo além de possibilitar que ele tenha o mínimo de impacto possível em seu dia a dia, mas também para preparar a família para o acompanhamento dessa nova rotina. • Esses cuidados acontecem de maneira integrada, e assim, toda a equipe médica e multiprofissional exerce funções de extrema importância. Médico, enfermeiro, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, nutricionista, educador físico e assistente espiritual devem, desse modo, trabalhar juntos na busca de melhorias no dia a dia do paciente e de sua família. Conclusão Podemos concluir que a ideologia dos cuidados paliativos é atender a pessoa, na fase final da vida, na sua globalidade de ser, promover o bem estar global e a dignidade, cuidados paliativos se centram na qualidade e não na duração da vida. Oferecem assistência humana e compassiva para os pacientes que se encontram nas últimas fases de uma doença que não pode mais ser curada para que possam viver o mais confortavelmente possível e com a máxima qualidade. A filosofia dos cuidados paliativos aceita a morte como o estágio final da vida: ela afirma a vida e não acelera nem adia a morte. Os cuidados paliativos focam na pessoa e não na doença, tratando e controlando os sintomas, para que os últimos dias de vida sejam dignos e com qualidade, cercado de seus entes queridos. Está também focada na família para a tomada de decisões. Etec Professor Carmine Biagio Tundisi CUIDADOS PALIATIVOS “Você é importante por quem você é. Você é importante até o último momento da sua vida, e faremos tudo o que pudermos, não só para ajudá-lo a morrer em paz, mas também para a viver até morrer.” Cicely Saunders Nome: Harayane Silva de Oliveira 4º Módulo em Téc em Enfermagem Professora: Fernanda Elias RM: 05040 Tipos de suporte oferecidos em cuidados paliativos Controle dossintomas Home care e internação do paciente Luto Hospice é a mesma coisa que cuidados paliativos? Qual especialidade médica faz cuidados paliativos? Como funciona o cuidado paliativo? Quem pode receber os cuidados paliativos e onde é feito o acompanhamento? Cuidados paliativos em oncologia Princípios dos cuidados paliativos. Como os cuidados paliativos ajudam a superar o luto? Seus princípios são: Os cuidados paliativos são oferecidos em hospitais ou em casa. Conclusão
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