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1º ano - Questões 1. (Upf) Sobre o texto literário, todas as expressões abaixo correspondem a seus atributos ou circunstâncias, a exceção de: a) Natureza ficcional. b) Dimensão intertextual. c) Condição pluristratificada. d) Proposição científica. e) Construção estética. 2. (Ufjf-pism) Pessoal Intransferível Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. (...) Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. Difícil (...) é não trair sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. (...) E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão. (NETO, Torquato. Os últimos dias de paupéria. São Paulo: Max Limonad, 1982, p. 63.) Nas últimas linhas do texto, encontra-se uma comparação entre o “homem” e o “boi”. Tal comparação pode ser lida como a afirmação de que: a) O boi é um ser superior ao ser humano. b) O boi é um ser mais corajoso que o ser humano. c) Para tornar-se “homem” é preciso enfrentar os perigos da vida e poder expressá-los. d) O ser humano e o ser boi são seres indistintos. e) O ser humano é mais bonito que o ser boi. (Ufu) Não sei – respondeu dona Carochinha – mas tenho notado que muitos dos personagens das minhas histórias já andam aborrecidos de viverem toda a vida presos dentro delas. Querem novidade. Falam em correr mundo a fim de se meterem em novas aventuras. Aladino queixa-se de que sua lâmpada maravilhosa está enferrujando. A Bela Adormecida tem vontade de espetar o dedo noutra roca para dormir outros cem anos. O Gato de Botas brigou com o marquês de Carabás e quer ir para os Estados Unidos visitar o Gato Félix. Branca de Neve vive falando em tingir os cabelos de preto e botar rouge na cara. Andam todos revoltados, dando-me um trabalhão para contê-los. Mas o pior é que ameaçam fugir, e o Pequeno Polegar já deu o exemplo. LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. 33. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982. p. 11. 3. Explique como se dá o processo de intertextualidade no texto de Monteiro Lobato. ________________________________________ ________________________________________ 4. Transcreva um exemplo de sequência textual narrativa e um exemplo de sequência textual descritiva, retiradas do texto. ____________________________________________ TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Com licença poética Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. PRADO, Adélia Prado. Com Licença Poética. In: PRADO, Adélia. Adélia Prado: Poesia reunida. 6. ed. São Paulo: Siciliano, 1996. p. 11. 5. (Uece) A intertextualidade é um dos fatores responsáveis pela construção de sentidos de um texto. Ela é percebida quando um texto faz remissão a outro(s) já produzido(s) e que faz(em) parte da memória dos leitores, por ser(em) reconhecido(s) na literatura. Considerando o que se afirma acima a respeito da intertextualidade, atente para os seguintes versos do texto. I. “Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira”. (linhas 01-03) II. “Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir”. (linhas 06-07) III. “Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou”. (linhas 17-18) No que concerne à intertextualidade, é correto afirmar que ela ocorre em a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) II e III apenas. d) I, II e III. 6. (Upe-ssa 1) A relação entre textos sempre existiu como retomada de um texto mais novo de outro que o antecede, contudo o termo intertextualidade foi usado pela primeira vez por Julia Kristeva, que, baseando-se nos estudos de Bakhtin sobre o discurso, concluiu: “todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto”. (Fonte: KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974. p.72.) Sobre intertextualidade, analise os textos 1 e 2. Texto 1 Ainda que eu falasse a língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria É só o amor, é só o amor Que conhece o que é verdade O amor é bom, não quer o mal Não sente inveja ou se envaidece O amor é o fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer Ainda que eu falasse a língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria É um não querer mais que bem querer É solitário andar por entre a gente É um não contentar-se de contente É cuidar que se ganha em se perder É um estar-se preso por vontade É servir a quem vence, o vencedor É um ter com quem nos mata a lealdade Tão contrário a si é o mesmo amor [...] (Renato Russo, Monte Castelo) Texto 2 Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Camões) Assinale a alternativa CORRETA. a) Em Monte Castelo, Renato Russo dialoga com dois textos distintos: o poema de Camões Amor é fogo que arde sem se ver; e a Bíblia, no Capítulo 13 da 2ª Carta de Paulo aos Coríntios, quando fala do Amor como um bem supremo, além de o título aludir a uma batalha da Segunda Guerra Mundial, da qual participaram soldados brasileiros. b) Partindo do conceito de intertextualidade, expresso por Julia Kristeva, pode-se afirmar que Renato Russo não devia ter lançado mão de partes da Bíblia Sagrada para montar a letra de uma música profana. c) O diálogo entre textos conduz indiscutivelmente ao plágio; dessa maneira, a montagem, como paródia de três diferentes textos, realizada por Renato Russo, não o isenta da responsabilidade de ter usado indevidamente a produção de autores que o antecederam. d) Monte Castelo não foi uma montagem de dois textos, pois não houve intencionalidade do poeta em realizar tal façanha. A semelhança entre os textos é mera coincidência. e) O trabalho artístico do compositor brasileiro não pode ser considerado arte, porque não apresenta originalidade e ineditismo; trata-se de uma mera paráfrase de textos anteriores a ele. Inadmissível de acordo com as concepções dos dois autores: Bakhtin e Kristeva. 7. (Uff) Ler bem é ouvir o que as palavras nos dizem. O que dizem as palavras quando as despimos, quando perscrutamos seu passado, suas reentrâncias, seu parentesco? Não dizem tudo, é verdade. Sempre falta à palavra outra palavra que a complemente e que a explique. Nathalie Sarraute, no livro O uso das palavras, imagina as palavras produzindo inúmeras ondulações. Captar essas ondulações, ler as entrelinhas, e as entreletras, é instrutivo, divertido e trabalhoso. Captá-las com outras palavras é o exercício de quem quer ler para valer. Tal esforço se renova infinitamente. Gabriel Perissé. Revista Língua Portuguesa. Para compreendera passagem de língua (sistema de signos) a discurso (produção de sentido), deve-se ler as entrelinhas, e as entreletras. Esse processo implica o conhecimento de mundo que, pela intertextualidade, enfatiza determinado desenvolvimento discursivo. Observe bem a foto e o título da seguinte notícia jornalística. O Grito A governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB) bateu boca com cerca de 200 professores que, na porta de sua casa, pediam seu impeachment. Irritada, Yeda acusou os professores de “torturar crianças” porque seus netos ficaram com medo de sair para ir à escola. O Globo, 17/07/09. p.11. Assinale a obra de arte que, pela intertextualidade, encaminha uma determinada compreensão da foto e do título da notícia. a) b) c) d) e) 8. (G1 - cmrj) O humor, no texto acima, concretiza-se no último quadrinho. Considerando a leitura integral dessa tirinha, é correto afirmar que o recurso de humor presente no texto é originado da a) conclusão ilógica. b) indagação do óbvio. c) expectativa frustrada. d) autoimagem distorcida. e) afirmação contraditória. 9. (Enem) Caminhando contra o vento, Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bombas e Brigitte Bardot O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso. São Paulo: Phillips, 1967 (fragmento). É comum coexistirem sequências tipológicas em um mesmo gênero textual. Nesse fragmento, os tipos textuais que se destacam na organização temática são a) descritivo e argumentativo, pois o enunciador detalha cada lugar por onde passa, argumentando contra a violência urbana. b) dissertativo e argumentativo, pois o enunciador apresenta seu ponto de vista sobre as notícias relativas à cidade. c) expositivo e injuntivo, pois o enunciador fala de seus estados físicos e psicológicos e interage com a mulher amada. d) narrativo e descritivo, pois o enunciador conta sobre suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo que a descreve. e) narrativo e injuntivo, pois o enunciador ensina o interlocutor como andar pelas ruas da cidade contando sobre sua própria experiência. 10. (Enem 2ª aplicação) A literatura de cordel é ainda considerada, por muitos, uma literatura menor. A alma do homem não é mensurável e – desde que o cordel possa exprimir a história, a ideologia e os sentimentos de qualquer homem – vai ser sempre o gênero literário preferido de quem procura apreender o espírito nordestino. Os costumes, a língua, os sonhos, os medos e as alegrias do povo estão no cordel. Na nossa época, apesar dos jornais e da TV – que poderiam ter feito diminuir o interesse neste tipo de literatura – e da falta de apoio econômico, o cordel continua vivo no interior e em cenáculos acadêmicos. A literatura de cordel, as xilogravuras e o repente não foram apenas um divertimento do povo. Cordéis e cantorias foram o professor que ensinava as primeiras letras e o médico que falava para inculcar comportamentos sanitários. O cordel e o repente fazem, muitas vezes, de um candidato o ganhador da banca de deputado. E assim, lendo e ouvindo, foi-se formando a memória coletiva desse povo alegre e trabalhador, que embora calmo, enfrenta o mar e o sertão com a mesma valentia. BRICKMANN, L. B. E de repente foi o cordel. Disponível em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 29 fev. 2012 (fragmento). O gênero textual cordel, também conhecido como folheto, tem origem em relatos orais e constitui uma forma literária popular no Brasil. A leitura do texto sobre a literatura de cordel permite a) descrever esse gênero textual exclusivamente como instrumento político. b) valorizar o povo nordestino, que tem no cordel sua única forma de expressão. c) ressaltar sua importância e preservar a memória cultural de nosso povo. d) avaliar o baixo custo econômico dos folhetos expostos em barbantes. e) informar aos leitores o baixo valor literário desse tipo de produção. 11. (Enem PPL) O cartão-postal é um gênero textual geralmente usado por turistas quando estão viajando, para enviar, aos que ficaram, imagens dos lugares visitados. Entretanto, o cartão-postal apresentado é uma peça publicitária, e reconhece-se nela a intenção de a) apresentar uma paisagem de um local específico, conteúdo recorrente em um cartão-postal. b) incentivar as pessoas de uma cidade a enviar cartões-postais umas para as outras. c) instituir um novo tipo de cartão-postal, o virtual, a ser comercializado em um site da internet. d) fazer propaganda de um ponto turístico romântico específico, atraindo a visitação por casais. e) comemorar a data da instituição do cartão-postal no Brasil, ainda na época do Império. 12. (Unicamp) Na ribeira do Eufrates assentado, Discorrendo me achei pela memória Aquele breve bem, aquela glória, Que em ti, doce Sião, tinha passado. Da causa de meus males perguntado Me foi: Como não cantas a história De teu passado bem e da vitória Que sempre de teu mal hás alcançado? Não sabes, que a quem canta se lhe esquece O mal, inda que grave e rigoroso? Canta, pois, e não chores dessa sorte. Respondi com suspiros: Quando cresce A muita saudade, o piedoso Remédio é não cantar senão a morte. (Luís de Camões, 20 sonetos. Org. Sheila Hue. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p.113). Considerando as características formais e o núcleo temático, é correto afirmar que o poema retoma o dito popular a) “longe dos olhos, perto do coração”. b) “mais vale cantar mal que chorar bem”. c) “a cada canto seu Espírito Santo”. d) “quem canta seus males espanta”. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o soneto “Não comerei da alface a verde pétala”, de Vinicius de Moraes. Não comerei da alface a verde pétala Nem da cenoura as hóstias desbotadas Deixarei as pastagens às manadas E a quem mais aprouver fazer dieta. Cajus hei de chupar, mangas-espadas Talvez pouco elegantes para um poeta Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta Que acredita no cromo das saladas. Não nasci ruminante como os bois Nem como os coelhos, roedor; nasci Omnívoro; deem-me feijão com arroz E um bife, e um queijo forte, e parati E eu morrerei, feliz, do coração De ter vivido sem comer em vão. (Vinicius de Moraes. Livro de sonetos, 2009.) 13. (Fcmscsp) No soneto, o eu lírico mostra-se a) animado por comer tudo o que lhe causa prazer. b) empolgado por conseguir comer com parcimônia. c) incomodado com aqueles que comem além do necessário. d) resignado com a necessidade de ter de fazer dieta. e) ressentido com aqueles que conseguem se manter na dieta. 14. (Fuvest) A certa personagem desvanecida Um soneto começo em vosso gabo*: Contemos esta regra por primeira, Já lá vão duas, e esta é a terceira, Já este quartetinho está no cabo. Na quinta torce agora a porca o rabo; A sexta vá também desta maneira: Na sétima entro já com grã** canseira, E saio dos quartetos muito brabo. Agora nos tercetos que direi? Direi que vós, Senhor, a mim me honrais Gabando‐vos a vós, e eu fico um rei. Nesta vida um soneto já ditei; Se desta agora escapo, nunca mais: Louvado seja Deus, que o acabei. Gregório de Matos *louvor **grande Tipo zero Você é um tipo que não tem tipo Com todo tipo você se parece E sendo um tipo que assimila tanto tipo Passou a ser um tipo que ninguém esquece Quando você penetra num salão E se mistura com a multidão Você se torna um tipo destacado Desconfiado todo mundo fica Que o seu tipo não se classifica Você passa a ser um tipo desclassificado Eu até hoje nunca vi nenhum Tipo vulgar tão fora do comum Que fosse um tipo tão observado Você ficou agora convencido Que o seu tipo já está batido Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado Noel Rosa O soneto de Gregório de Matos e o samba de Noel Rosa, embora distantes na forma e no tempo, aproximam‐se por ironizarem a) o processo de composiçãodo texto. b) a própria inferioridade ante o retratado. c) a singularidade de um caráter nulo. d) o sublime que se oculta na vulgaridade. e) a intolerância para com os gênios. 15. (G1 - ifsp) Leia abaixo um dos sonetos de Gregório de Matos. Moraliza o poeta nos ocidentes do Sol a inconstância dos bens do mundo Gregório de Matos Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. DIMAS, Antônio. Gregório de Matos – Literatura comentada. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p.157. Analise as assertivas. I. Pode-se depreender que o soneto apresentado pertence à temática lírica-filosófica. No soneto, afloram o pessimismo e a angústia que cerca o mundo. II. De acordo com os versos do soneto apresentado, a beleza e a alegria são transitórias e passageiras. III. As incertezas, a fugacidade do nosso espaço-tempo e os demais desconcertos e dúvidas acerca do mundo são considerados no soneto apresentado. Pode-se perceber que, no soneto, Gregório de Matos deixa evidente suas dúvidas e questionamentos acerca do mundo. IV. Pode-se depreender que o uso de frases interrogativas faz o leitor refletir quanto à incerteza e à dúvida do homem barroco e a ordem inversa das frases traduz como se estrutura o raciocínio do homem barroco, remetendo à falta de clareza diante do mundo que o cerca. É correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) III e IV, apenas. c) I e III, apenas. d) II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Gabarito: Resposta da questão 1: [D] A ideia de uma proposição científica não é atributo do texto literário, ou seja, não é necessário haver proposição científica para construir um texto literário, ainda que seja possível valer-se desse recurso para sua elaboração. Resposta da questão 2: [C] A pequena comparação entre o “homem” e o “boi” é utilizada para expressar a ideia de que para se tornar “homem” é preciso enfrentar os perigos da vida e poder expressá-los. Essa ideia pode ser compreendida, pois o matadouro representa os perigos da vida e o fato de que quem berra mais é o homem representa, então, a possibilidade de expressar os perigos. Resposta da questão 3. A intertextualidade, recurso em que se estabelece relação entre um texto e outro, ocorre no texto de Monteiro Lobato com a referência a personagens e contextos de histórias de outras obras da literatura. Dona Carochinha cita Aladino, Bela Adormecida, Gato de Botas, Branca de Neve e Pequeno Polegar, personagens de obras clássicas da literatura infantil, que, segundo ela, andam revoltados por não terem oportunidade de viver novas aventuras. 4. Enquanto, na descrição, o autor caracteriza com palavras o que viu e observou, com predominância de substantivos e de adjetivos, na narração predominam verbos de ação em orações ligadas por conectores em sucessivas sequências de ações. Um exemplo de sequência narrativa presente no texto seria: "Não sei ‒ respondeu dona Carochinha ‒ mas tenho notado [...]". E como exemplo de sequência textual descritiva "Aladino queixa-se de que sua lâmpada maravilhosa está enferrujando". Resposta da questão 1: [B] No trecho reproduzido em [I], vemos intertextualidade com o poema “Poema de sete faces” de Drummond: “Quando nasci, um anjo torto/ desses que vivem na sombra/ disse: vai, Carlos! Ser gauche na vida”. No trecho reproduzido em [II], não identificamos intertextualidade. No trecho reproduzido em [III], novamente, há intertextualidade com o poema de Drummond, a partir do jogo sonoro entre “gauche” e “coxo”: “ser gauche na vida” e “ser coxo na vida”. Resposta da questão 2: [A] É nítida a intertextualidade entre a música e o poema de Camões; este, por sua vez, retoma o texto anterior, bíblico: a 3ª estrofe da canção é absolutamente igual ao 2º quarteto do soneto; ambos retomam a carta de Paulo aos Coríntos. Além disso, Monte Castelo foi uma batalha travada durante a 2ª Guerra Mundial, com grande número de baixas de soldados brasileiros; no entanto, o sucesso desse evento ocorreu sob o comando de um general brasileiro. [B] Incorreta. Para haver intertextualidade, intenção de Renato Russo, é imprescindível dialogar com textos anteriores, inclusive de natureza religiosa. [C] Incorreta. Tal trabalho não configura plágio, posto ser formado por absorções e transformações das versões anteriores. Além disso, não se trata de uma paródia, gênero textual marcado pelo humor. [D] Incorreta. Por se tratar de textos clássicos da Língua Portuguesa, o trabalho foi intencional, tanto por parte de Camões como de Renato Russo. [E] Incorreta. Conforme Bakhtin e Kristeva, o texto de Renato Russo é artístico justamente por dialogar com obras anteriores, transformando-as. Resposta da questão 3: [E] Edvard Munch é o autor de “O grito”, a sua obra máxima reproduzida em [E]. O quadro retrata a angústia e o desespero humanos, o que pode ser associado ironicamente à declaração revoltada da governadora gaúcha Yeda Crusius, quando responsabilizou os professores por torturarem crianças só porque seus netos ficaram com medo de sair de casa para ir à escola. Resposta da questão 4: [C] Nos três primeiros quadrinhos, vemos invenções que revolucionaram o modo de vida de seu tempo: a roda, os geradores de eletricidade e os antibióticos. No último quadrinho, é esperado que tenhamos uma invenção da atualidade que também contribua para mudar e melhorar o modo de vida. A invenção apresentada é um celular à prova d’água, trazendo a possibilidade de selfies no chuveiro. Assim, há uma quebra de expectativa, já que a mudança proporcionada por essa invenção não é da mesma relevância que as outras. Resposta da questão 5: [D] É correta a opção [D], pois a letra da canção trabalha, simultaneamente, os gêneros narrativo, quando o eu lírico relata as suas andanças pela cidade, e o descritivo, quando expõe detalhes que a caracterizam. Resposta da questão 6: [C] A leitura do excerto do artigo “E de repente foi o cordel”, de Laura Benitez Brickmann, ressalta a importância deste gênero textual para apreender o espírito do nordestino, na medida em que revela sua história, ideologia e sentimentos, contribuindo para a “memória coletiva desse povo”. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 7: [E] Considerando as informações constantes no cartão postal, percebe-se nitidamente seu teor informativo a respeito de sua instituição por intermédio de D. Pedro II. Resposta da questão 8: [D] No soneto “Na ribeira do Eufrates assentado”, de Luís de Camões, o eu lírico responde a alguém que o interpelou sobre as causas de seu sofrimento, surpreso pelo choro do grande homem que devia, ao contrário, cantar as glórias que viveu no passado: “Canta, pois, e não chores dessa sorte”. Dessa forma, o interlocutor pretende incutir-lhe ânimo, à semelhança do que é retomado no provérbio “quem canta seus males espanta”, transcrito em [D]. Resposta da questão 9: [A] O eu lírico se mostra animado por comer tudo o que lhe causa prazer, o que fica evidente na última estrofe: ele afirma que se comer somente o que lhe traz prazer, morrerá feliz. Além disso, ao longo do poema, ele se nega a comer aquilo que não lhe apetece, reforçando sua escolha por aquilo que lhe traz satisfação e, assim, alegria. Resposta da questão 10: [C] No soneto de Gregório de Matos, o eu lírico mostra-se aliviado por ter concluído um poema de louvor a uma mulher “desvanecida” (vaidosa, mas sem graça) e que não seria merecedora de elogio. O samba de Noel Rosa ironiza também o caráter nulo de pessoa, que se torna singular exatamente pela ausência de qualquer tipode qualidade. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 11: [E] Todas as alternativas estão corretas. Vemos que o soneto é escrito por meio de uma estrutura pouco tradicional, com as frases na ordem inversa e vários questionamentos. Ou seja, a estrutura do poema reflete a estrutura do raciocínio do homem barroco, que nessa época era caracterizado por um conflito interno. Esse conflito aparece também na temática dos questionamentos que o eu lírico faz: por meio do pessimismo e angústia, ele se pergunta por que as coisas mundanas são tão fugazes. Resumo das questões selecionadas nesta atividade Data de elaboração: 27/03/2022 às 20:26 Nome do arquivo: Questões 1º ano HMS - 15 do blog - 1 trimestre Legenda: Q/Prova = número da questão na prova Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro® Q/prova Q/DB Grau/Dif. Matéria Fonte Tipo 1 199080 Elevada Português Uece/2020 Múltipla escolha 2 157319 Média Português Upe-ssa 1/2016 Múltipla escolha 3 112843 Média Português Uff/2010 Múltipla escolha 4 197096 Média Português G1 - cmrj/2021 Múltipla escolha 5 196971 Média Português Enem/2020 Múltipla escolha 6 192854 Média Português Enem 2ª aplicação/2014 Múltipla escolha 7 131617 Baixa Português Enem PPL/2013 Múltipla escolha 8 203696 Média Português Unicamp/2022 Múltipla escolha 9 203470 Média Português Fcmscsp/2022 Múltipla escolha 10 190053 Média Português Fuvest/2020 Múltipla escolha 11 169576 Média Português G1 - ifsp/2017 Múltipla escolha 9
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