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O ensino de Ciências Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as tendências atuais da disciplina de Ciências, além de traçar uma linha do tempo do ensino desta disciplina no país. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as mudanças ocorridas no ensino de Ciências ao longo da história.• Apontar os objetivos do ensino de Ciências para crianças.• Caracterizar as atuais tendências do ensino da disciplina de Ciências.• Desafio Imagine-se atuando como professor de biologia em uma escola municipal, no entanto, muito descontente com o real aprendizado dos alunos, principalmente após participar de um congresso acerca das tendências no ensino de ciências. Você atua no ensino médio, e os alunos chegam sem a noção de método científico. Sabendo que o ensino tradicional há muito tempo está ultrapassado, e não instiga a investigação e observação dos fenômenos para a construção do conhecimento, você então decide colocar o problema em reunião com o corpo docente, e escuta os seguintes aspectos: - As crianças mais novas não estão prontas para aprender sobre o método científico, diz o professor de ciências do ensino fundamental. O professor de química de séries finais do ensino fundamental fala que ensina sobre a observação e constatação de fenômenos, mas também nota a falta de segurança para as conclusões. Também acredita que a inserção do método científico é importante, e o quanto mais cedo, melhor. - O método tradicional é ainda o mais indicado no processo de ensino aprendizagem, e não pode ser substituído, comenta o professor de Português. A diretora então, interrompe a conversa e questiona: - O que você sugere então? É o seu momento de expor as justificativas e tendências para o ensino de ciências e sugerir então alguma ação que possa diminuir essa lacuna de ensino. Infográfico O infográfico a seguir mostra a evolução do ensino de Ciências. Conteúdo do livro No decorrer da história do ensino de Ciências no mundo, podemos identificar muitas mudanças de concepções. Da rejeição e desvalorização da Ciência à democratização do ensino e estímulo à investigação científica, muita coisa aconteceu. A ciência sempre acompanhou o desenvolvimento da sociedade, embora o ensino da disciplina nem sempre a acompanhasse no mesmo ritmo. No âmbito da pedagogia, ainda é possível encontrar a mesma postura de ensino tradicional da década de 60. Acompanhe o capítulo O Ensino de Ciências da obra Metodologia do Ensino de Ciências: METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS Adriana Fernandes Gonçalves Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 M593 Met odologia do ensino de ciência [recurso eletrônico] / Organizadora, Adriana Fernandes Gonçalves. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-29-6 1. Educação. 2. Metodologia de ensino - Ciências. I. Gonçalves, Adriana Fernandes. CDU 37.022 O ensino de ciências Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as mudanças ocorridas no ensino de ciências ao longo da história. � Apontar os objetivos do ensino de ciências para crianças. � Caracterizar as atuais tendências do ensino da disciplina de ciências. Introdução Neste texto você conhecerá as tendências atuais da disciplina de ciências. Além disso, poderá ver a linha do tempo do ensino da disciplina no país. Ciências na história A história da ciência vem de muito tempo. O homem sempre teve muita curio- sidade em conhecer e saber como funciona a natureza e tudo que o cerca. Des- de tempos pré-históricos, o humano faz ciência, buscando entender os fenô- menos da natureza. Nessa época havia somente a cultura da tradição oral, não havia metodologia científica nem nada que pudesse por à prova aquilo que se conhecia. Foi o interesse em se fixarem em alguns locais que antigas tribos pré-históricas começaram a entender de agricultura e astronomia, através da observação de fenômenos naturais. Ciclos como os meses, as estações do ano, períodos favoráveis para plantar e colher desenvolveram nestes homens o in- teresse, ainda primitivo, pela ciência. Acredita-se que desde 3500 a.C. já se fazia ciência no Oriente Médio, pois existem registros de observações numéricas acerca de fenômenos da natureza nesta época. Informações que usamos até hoje, como ano solar, mês lunar, semana de sete dias, foram descritos em tábuas de argila criadas por escribas babilônicos. Já no Antigo Egito desenvolveram-se a engenharia, a geometria e a alquimia. O triângulo reto, muito usado, foi descrito pelos egípcios. Na Grécia Antiga, data do século VI a.C. o início do pensamento científico, com os chamados “filósofos da natureza”. A origem da medicina ayurveda na Ín- dia é datada no primeiro milênio a.C. A China tem uma longa tradição de inovações tecnológicas, pois foi lá que se desenvolveu a produção de papel, da pólvora, a bússola. Os chineses contribuíram muito para a ciência com estes três inventos e através deles foi possível localizar-se durante as navegações, registrar através da escrita e da impressão em papel com mais qualidade e com menor peso e também inovar na guerra. Esses são apenas alguns exem- plos de como a curiosidade e a necessidade estimulam a ciência. Mas não vamos falar apenas da Antiguidade. No Brasil, o ensino de ci- ências é relativamente novo. Sua obrigatoriedade no currículo escolar data de 1971. Santomauro (2009), em seu artigo Em ciências é preciso estimular a curiosidade de pesquisador publicado na Revista Nova Escola, traçou uma linha do tempo, baseada nos PCNs, mostrando o histórico desta disciplina: 1879 - é fundada a Sociedade Positivista do Rio de Janeiro. Professores seguem o pressuposto de que o aluno descobre as relações entre os fenômenos naturais com observação e raciocínio. 1930 - a Escola Nova propõe que o ensino seja amparado nos conheci- mentos da sociologia, psicologia e pedagogia modernas. A influência desses pensamentos não modifica a maneira tradicional de ensinar. 1950 - os livros didáticos são traduções ou versões desatualizadas de pro- duções europeias, e quem leciona a disciplina são profissionais liberais. Vigo- ra a metodologia tradicional, baseada em exposições orais. 1955 - cientistas norte-americanos e ingleses fazem reformas curriculares do Ensino Básico para incorporar o conhecimento técnico e científico ao cur- rículo. Algumas escolas brasileiras começam a seguir a tendência. 1960 - a metodologia tecnicista chega ao país, defendendo a reprodução de sequências padronizadas e de experimentos, que devem ser realizados tal como os cientistas os fizeram. 1961 - com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), passou a ser obrigatório o ensino de ciências para todas as séries do Ginásio (hoje do 6º ao 9º ano). 1970 - A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência critica a forma- ção do professor em áreas específicas, como biologia, física e química, e pede a criação da figura do professor de ciências. Sem sucesso. 1971 - a LDB torna obrigatório o ensino de Ciências para todas as séries do 1º Grau (hoje Ensino Fundamental). O Ministério da Educação (MEC) elabo- ra um currículo único e estimula a abertura de cursos de formação. 1972 - o MEC cria o Projeto de Melhoria do Ensino de Ciências para de- senvolver materiais didáticos e aprimorar a capacitação de professores do 2º grau (hoje Ensino Médio). Metodologia do ensino de ciências10 1980 - as ciências são vistas como uma construção humana e não como uma verdade natural. São incluídos nas aulas temas como tecnologia, meio ambiente e saúde. 1982 - surge o modelo de mudança conceitual, que teve vida curta. Ele se baseia no princípio de que basta ensinar de maneira lógica e com demonstra- ções para que o aprendiz modifique ideias anteriores sobre os conteúdos. 2001 - convênio entre as Academias de Ciências do Brasil e da Françaimplementa o programa ABC na Educação Científica - Mão na Massa para formar professores na metodologia investigativa. Como podemos observar, o estudo de ciências, apesar de ser tão antigo, é recente no Brasil. Regulamentado apenas para o Ensino Fundamental em 1971, foi consolidado somente em 1998 por meio dos Parâmetros Curricula- res Nacionais (PCNs). Não há no Brasil uma cultura estabelecida para esta disciplina, ela ainda está em construção. Não há uma metodologia construída para ela. Muitos professores ainda conservam a maneira tradicional, utilizan- do poucos recursos (oral e lousa), há aqueles que optam por uma metodologia construtivista, eficaz nesta área, ainda aqueles que utilizam laboratórios ou métodos audiovisuais diversificados. Muitos professores ainda não concordam com novas metodologias e acreditam que o método tradicional é o mais eficaz. As novas metodologias vêm para somar no apren- dizado, auxiliar os alunos que não dominam o assunto e trazer novas estratégias para o ensino de ciências. Fique atento O ensino de ciências para crianças Atualmente, com o uso da internet há muita facilidade na obtenção de infor- mações rápidas e respostas imediatas para questionamentos. É natural que as crianças não tenham muito interesse na sala de aula. O professor precisa de- senvolver metodologias para estimular o interesse e a curiosidade dos alunos. O Ensino Fundamental é para muitas crianças o início de sua vida acadê- mica (pois nem todas conseguem frequentar a pré-escola). Neste período é de vital importância estimular a criança a pensar, questionar, duvidar, entender o O ensino de ciências 11 que está presente no mundo que a cerca. O conhecimento científico não estará presente somente nesta disciplina e sim numa rede interdisciplinar, por isso é necessário o esforço de todos para estimular as crianças a gostarem de ciências. Conforme os PCNs (BRASIL, 1998, p. 33), há uma série de objetivos a serem alcançados no ensino de ciências até o final do Ensino Fundamental (do 1º ao 9º ano): � compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em socie- dade, como agente de transformações do mundo em que vive, em relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente; � compreender a ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural; � identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e compre- ender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas; � compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes; � formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das ciências naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar; � saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida; � saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para coleta, comparação entre explicações, organização, comunicação e dis- cussão de fatos e informações; � valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. Por quê? Essa é a questão que o professor de ciências ouve diariamente em sala de aula. O aluno nunca deve ficar sem resposta e deve ser estimulado a repeti-la sempre que surgir alguma dúvida ou sempre que tiver curiosidade sobre determinado assunto. Mesmo que o professor não saiba responder imediatamente, deve auxiliar o aluno na busca pela resposta. Fique atento Metodologia do ensino de ciências12 Ciências hoje Não é possível comparar o ensino atual com aquele praticado por professores antes dos anos 2000. Apesar de não ser muito tempo, muita coisa mudou. Novas práticas pedagógicas foram desenvolvidas, assim como ferramentas de aprendizado, tecnologias na educação foram disponibilizadas aos professores e alunos. Até metade do século passado utilizava-se o rádio e as correspon- dências em papel para conseguir obter um diploma a distância. Atualmente, é possível reunir-se com o professor e colegas por meio de chats online, video- conferências e fóruns virtuais. Até a década de 1960 vivemos uma educação formal, tradicional e tecnicista. A partir da década de 1970, os professores acreditavam num modelo de educação construtivista, proposto pelo biólogo suíço Jean Piaget, em que o conhecimento do aluno se constrói através das suas próprias experiências. No Brasil, nos últimos anos do século XX houve a construção da LDB – Leis de Diretrizes e Bases da educação e dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, em que se propõe o aprendizado por meio da investigação, a abordagem dos temas transversais, a educação científica e uma diversificação das práticas pedagógicas. A pergunta é: como o professor deve se preparar para estas novas prá- ticas pedagógicas? Considerando a avalanche de informações disponíveis nos meios digitais, o professor deve se adequar elegendo, dentro da proposta pedagógica da escola, os temas de maior relevância, que irão fazer algum sentido para o dia a dia do aluno, que irão fazer parte de sua vida até mesmo contribuindo de certa forma para melhorar sua qualidade de vida e interferir de forma positiva na comunidade onde vive. O uso das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) é fundamental. A disciplina de ciências é flexível e permite a interdisciplinaridade ou a multidisciplinaridade através da qual o aluno, portador de um conhecimento prévio, pode escolher temas de trabalho e buscar situações significativas para seu aprendizado. É muito importante relacionar o estudo com a prática, para que faça sentido para o aluno. E qual o papel do professor nestas novas práticas pedagógicas investigati- vas? O professor atua como um mediador, estimulando a autonomia do aluno. E aí entra a metodologia científica, construindo etapas para o aprendizado, questionando o aluno e fazendo com que pense cientificamente, levante ques- tões, produza hipóteses, construa métodos para análise de dados e explique fenômenos. Esta é uma prática voltada para a realidade do aluno, que aceita as diferenças e respeita a realidade individual de cada aluno. O ensino de ciências 13 Em Pedagogia das diferenças na sala de aula, André (1999, p. 19), afirma: As pedagogias diferenciadas assumem ideias mestras da escola nova: o aluno deve ser o centro do processo educativo e o professor deve ser um orientador, uma fonte de recursos e de apoio. Assumem também os prin- cípios das correntes construtivistas e interacionistas de que a aprendiza- gem ocorre através de um processo ativo de envolvimento do aprendiz na construção de conhecimentos, que decorrem de suas interações com o ambiente e com o outro. Enfatizam o ensino voltado para as competên- cias e o trabalho com projetos, pesquisas e situações-problema. É preciso estar atento às mudanças tecnológicas que ocorrem de forma muito rápida e contínua. É claro que lousa e giz são importantes, mas a utilização de novas práticas pe- dagógicas chama a atenção para um novo olhar do aluno sobre o ensino de ciências. Fique atento As atividades investigativas devem, obrigatoriamente, conter um proble- ma que desencadeie uma discussão de ideias diferentes em relação a ele. Por meio do debate e dos questionamentos ocorre o aprendizado em várias áreas do conhecimento, desde o tema em questão, mas também no que diz respeito às diferenças sociais e individuais, ao conhecimento prévio que cada um traz em sua bagagem de vida e ao que pode ser melhorado em sentido global. Segundo Ward et al. (2010 p. 37): Embora as crianças pré-escolarespareçam fazer perguntas continuamen- te, alguns alunos maiores parecem ter perdido essa capacidade. Isso pode ter ocorrido porque o ensino tradicional não exigia que os alunos fizessem perguntas, ou, com mais frequência, os alunos não são incentivados a fa- zer perguntas porque os professores têm medo de não saber respondê-las. Nos últimos anos, as questões dos alunos têm sido um tanto irrelevan- tes, com uma tendência do uso disseminado de esquemas de trabalho inflexíveis que proporcionam pouca oportunidade para que o trabalho seja adaptado para satisfazer as necessidades dos indivíduos. De maneira preocupante [...] embora os professores evoquem as ideias originais dos Metodologia do ensino de ciências14 alunos, pouco foi feito para ajustar o trabalho planejado às necessidades de aprendizagem identificadas por esse processo. Com a introdução de um currículo mais criativo, uma abordagem flexível é agora mais possível do que antes. As aulas de ciências não necessitam, obrigatoriamente, de experimentos complica- dos realizados em laboratórios com equipamentos sofisticados. Até mesmo o pátio da escola serve como local para uma boa investigação. Lembre-se que não é possível abordar todo o conteúdo em uma atividade experimental. Deve-se selecionar um item no conteúdo para ser exemplificado na prática. E a boa e velha dupla “lousa e giz” não deve ser abandonada. O conteúdo deve sim ter uma base teórica antes de seguir para a prática. Não basta apenas uma lista de itens com seu significado, isso pode ser obtido no dicionário, mas uma explicação lógica do conteúdo em questão. Fique atento Ward et al. (2010) dizem que o uso das TICs se tornou fundamental; po- rém, usar a internet para identificar, por exemplo, fotos de animais encontra- dos no pátio da escola não é válido. O professor deve estimular os alunos na investigação, no detalhe, na observação de características. Caso contrário, o uso da internet fica semelhante a um exercício de “relacionar as colunas”. O uso das TICs deve promover a pesquisa e o conhecimento e não apenas buscar textos prontos ou observar imagens projetadas em um quadro branco. O ensino de ciências 15 1. Assim, a ciência era vista como algo inferior e não era reconhecida como importante em nenhum nível do ensino. Em particular, as ’escolas públicas eram lentas para reconhecer a necessidade de proporcionar ensino científico para sua clientela da classe alta.” (WARD et al., 2010, p. 15.) Dada as alternativas a seguir marque aquela que está relacionada CORRETAMENTE ao momento da história do ensino de ciências tratado na citação. a) Tipicamente, havia uma relutância geral para que muitos “fizessem” ciência no passado, especialmente nos escalões de “elite” da sociedade. O sistema educacional do século XIX não preparava os indivíduos para se ajustarem aos seus nichos num sistema de classes altamente estratificado. b) Como resultado da preocupação sobre os efeitos do aquecimento global ligados à mudança climática, em 2006, o governo trabalhista da Inglaterra encomendou uma revisão independente e muito longa para analisar criticamente as evidências científicas e econômicas do impacto teórico da mudança climática ao redor do mundo. c) De acordo com a LDB de 1971, o ensino de Ciências para todas as séries do 1º Grau (Ensino Fundamental) passou a ser obrigatório. O Ministério da Educação (MEC) elabora um currículo único e estimula a abertura de cursos de formação. d) Na concepção que vigorou do século XIX ao século XX (década de 50), impregnada de ideias positivistas, predominava a concepção de que essa área do conhecimento era neutra em suas descobertas, e que os saberes dela decorrentes não seriam verdades únicas e definitivas. e) Nos primeiros anos do século XXI, no Reino Unido, houve um claro movimento rumo à adoção de uma agenda “verde” por todos os principais partidos políticos devido à pressão pública, enquanto essas ideias eram restritas àqueles rotulados como “excêntricos” e “liberais” na década de 70. 2. Os objetivos de ciências naturais no ensino fundamental são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. Esses objetivos de área são coerentes com os objetivos gerais estabelecidos na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e também com aqueles distribuídos nos Temas Transversais. (BRASIL, 1998) Exercícios Metodologia do ensino de ciências16 Marque a alternativa que NÃO representa um objetivo do ensino de ciências para o ensino fundamental, no quesito desenvolvimento de competências: a) Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive. b) Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das ciências naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar. c) Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida. d) Saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações. e) Valorizar o trabalho individual, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. 3. A escolha de conteúdos, também neste bloco temático, deve ser cuidadosa, para que seja estimulante e de real interesse dos alunos, para que sirva à sua aprendizagem, respeitando o amadurecimento correspondente a cada faixa etária e levando à aprendizagem de procedimentos, ao desenvolvimento de valores, à construção da cidadania (BRASIL, 1998). Baseando-se na leitura do texto, marque a alternativa que indica CORRETAMENTE a identificação dos blocos temáticos propostos para o ensino fundamental, segundo os PCNs. a) Ambiente - corpo humano - saúde - sistema solar. b) Astronomia - biologia - física - química. c) Ambiente - ser humano e saúde - recursos tecnológicos - sistema solar. d) Ambiente - ser humano e saúde - recursos tecnológicos - terra e universo. e) Ambiente - ser humano e saúde - tecnologia e sociedade - terra e universo. 4. A sociedade atual tem exigido um volume de informações muito maior do que em qualquer época do passado, seja para realizar tarefas corriqueiras e opções de consumo, seja para incorporar ao mundo do trabalho, seja para interpretar e avaliar informações científicas veiculadas pela mídia, seja para interferir em decisões políticas sobre investimentos à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias e suas aplicações (BRASIL, 1998). Frente a essa sociedade, em ritmo acelerado de mudanças, a necessidade de reestruturação no ensino das ciências tornou- se imperativo. As afirmativas adiante, retiradas do caderno 4 dos Parâmetros Curriculares Nacionais têm relação com a tendência atual do ensino de ciências. Marque V, se forem verdadeiras e F, se forem falsas. I. Ao considerar o ensino fundamental como um nível de escolarização obrigatório no Brasil, não se pode pensar no ensino de ciências como um O ensino de ciências 17 ensino propedêutico, voltado para uma aprendizagem efetiva em momento futuro. A criança não é cidadã do futuro, mas já é cidadã hoje, e, nesse sentido, conhecer ciência é ampliar a sua possibilidade presente de participação social e viabilizar sua capacidade plena de participação social no futuro. II. Mas o percurso das ciências tem rupturas e depende delas. Quando novas teorias são aceitas, convicções antigas são abandonadas em favor de novas, os mesmos fatos são descritos em novos termos, criando-se novos conceitos, um mesmo aspecto da natureza passa a ser explicado segundo uma nova compreensão geral, ou seja, um novo paradigma. III. Atualmente,em meio à industrialização intensa e à urbanização absurdamente concentrada, também potenciadas pelos conhecimentos científicos e tecnológicos, conta-se com a sofisticação da medicina científica das tomografias computadorizadas e com a enorme difusão da teleinformática. Ao mesmo tempo, convive-se com ameaças, como o buraco na camada de ozônio, a bomba atômica, a fome, as doenças endêmicas não controladas e as decorrentes da poluição. A associação entre ciência e tecnologia se amplia, tornando-se mais presente no cotidiano e modificando, cada vez mais, o próprio mundo. IV. Para o ensino de ciências naturais, é necessária a construção de uma estrutura geral da área que favoreça a aprendizagem significativa do conhecimento historicamente acumulado e a formação de uma concepção de ciência, suas relações com a tecnologia e com a sociedade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) F, V, V, V. b) V, V, V, V. c) F, F, V, V. d) V, V, V, F. e) V, F, V, V. 5. “A tendência de banir os sacos plásticos ou de cobrar por eles também pode gerar consequências inesperadas: as pessoas podem acabar indo de carro ao supermercado, em vez de caminharem. Esses problemas são típicos daqueles que nossos alunos deverão considerar para tomar decisões informadas no futuro.” (WARD et al., 2010, p. 18). Analise a citação e marque a alternativa que está coerente com a ideia apresentada, em relação à possibilidade de relacionar a ciência à vida cotidiana, na atualidade. a) Ciência e tecnologia. b) Ciência e aprendizagem. c) Ciência e química. d) Ciência e sustentabilidade. e) Ciência e economia. Metodologia do ensino de ciências18 ANDRÉ, M. E. D. A. (Org.). Pedagogia das diferenças na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998. SANTOMAURO, B. Em ciências é preciso estimular a curiosidade de pesquisador. Revista Nova Escola, Campinas, ed. 219, jan./fev. 2009. Disponível em: <http://revistaescola.abril. com.br/ciencias/fundamentos/curiosidade-pesquisador-427229.shtml?page=3>. Aces- so em: 01 jun. 2016. WARD, H. et al. Ensino de ciências. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Referências O ensino de ciências 19 Dica do professor O vídeo a seguir trata das mudanças ocorridas na concepção de ensino de Ciências no Brasil, além de caracterizar suas tendências atuais. Conheceremos ainda os principais objetivos do ensino de Ciências para as crianças. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/c103dbf9668645f6396ada6cabd079cf Exercícios 1) "Assim, a ciência era vista como algo inferior e não era reconhecida como importante em nenhum nível do ensino. Em particular, as “escolas públicas eram lentas para reconhecer a necessidade de proporcionar ensino científico para sua clientela da classe alta." (FOREMAN, Julie et al. 2010, p. 1 Dada as alternativas a seguir marque aquela que está relacionada CORRETAMENTE ao momento da história do ensino de Ciências tratado na citação acima. A) Tipicamente, havia uma relutância geral para que muitos “fizessem” ciência no passado, especialmente nos escalões de “elite” da sociedade. O sistema educacional do século XIX não preparava os indivíduos para ajustarem-se aos seus nichos num sistema de classes altamente estratificado. B) Como resultado da preocupação sobre os efeitos do aquecimento global ligados à mudança climática, em 2006, o governo trabalhista da Inglaterra encomendou uma revisão independente e muito longa para analisar criticamente as evidências científicas e econômicas do impacto teórico da mudança climática ao redor do mundo. C) De acordo com a LDB de 1971, o ensino de Ciências para todas as séries do 1o Grau (Ensino Fundamental) passou a ser obrigatório. O Ministério da Educação (MEC) elabora um currículo único e estimula a abertura de cursos de formação. D) Na concepção que vigorou do século XIX ao século XX (década de 50), impregnada de ideias positivistas, predominava a concepção de que essa área do conhecimento era neutra em suas descobertas, e que os saberes dela decorrentes não seriam verdades únicas e definitivas. E) Nos primeiros anos do século XXI, no Reino Unido, houve um claro movimento rumo à adoção de uma agenda “verde” por todos os principais partidos políticos devido à pressão pública, ao passo que essas ideias eram restritas àqueles rotulados como “excêntricos” e “liberais” na década de 70. Os objetivos de Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. Esses objetivos de área são coerentes com os objetivos gerais estabelecidos na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e também com aqueles distribuídos nos Temas Transversais. (MEC/SEF, 1997, p. 32, Adaptado) 2) Marque a alternativa que NÃO representa um objetivo do ensino de Ciências para o ensino fundamental, no quesito desenvolvimento de competências: A) Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive. B) Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar. C) Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida. D) Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações. E) Valorizar o trabalho individual, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. 3) A escolha de conteúdos, também neste bloco temático, deve ser cuidadosa, para que seja estimulante e de real interesse dos alunos, para que sirva à sua aprendizagem, respeitando o amadurecimento correspondente a cada faixa etária e levando à aprendizagem de procedimentos, ao desenvolvimento de valores, à construção da cidadania. (MEC/SEF, 1997) Baseando-se na leitura do texto acima, marque a alternativa que indica CORRETAMENTE a identificação dos blocos temáticos propostos para o ensino fundamental, segundo os PCNs. A) Ambiente - Corpo humano - Saúde - Sistema solar. B) Astronomia - Biologia - Física - Química. C) Ambiente - Ser humano e saúde - Recursos tecnológicos - Sistema Solar. D) Ambiente - Ser humano e saúde - Recursos tecnológicos - Terra e Universo. E) Ambiente - Ser humano e saúde - Tecnologia e sociedade - Terra e Universo. A sociedade atual tem exigido um volume de informações muito maior do que em qualquer época do passado, seja para realizar tarefas corriqueiras e opções de consumo, seja para incorporar-se ao mundo do trabalho, seja para interpretar e avaliar informações científicas veiculadas pela mídia seja para interferir em decisões políticas sobre investimentos à 4) pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias e suas aplicações. (MEC/SEF, 1997) , Frente a essa sociedade, em ritmo acelerado de mudanças, a necessidade de reestruturação no ensino das Ciências tornou-se imperativo. As afirmativas abaixo, retiradas do caderno 4 dos Parâmetros Curriculares Nacionais tem relação com a tendência atual do ensino de Ciências. Marque V, se forem verdadeiras e F, se forem falsas. I. Ao se considerar o ensino fundamental como um nível de escolarização obrigatório no Brasil, não se pode pensar no ensino de Ciências como um ensino propedêutico, voltado para uma aprendizagem efetiva em momento futuro. A criança não é cidadã do futuro, mas já é cidadã hoje, e, nesse sentido, conhecer ciência é ampliar a suapossibilidade presente de participação social e viabilizar sua capacidade plena de participação social no futuro. II. Mas o percurso das Ciências tem rupturas e depende delas. Quando novas teorias são aceitas, convicções antigas são abandonadas em favor de novas, os mesmos fatos são descritos em novos termos, criando-se novos conceitos, um mesmo aspecto da natureza passa a ser explicado segundo uma nova compreensão geral, ou seja, um novo paradigma. III. Atualmente, em meio à industrialização intensa e à urbanização absurdamente concentrada, também potenciadas pelos conhecimentos científicos e tecnológicos, conta-se com a sofisticação da medicina científica das tomografias computadorizadas e com a enorme difusão da teleinformática. Ao mesmo tempo, convive-se com ameaças como o buraco na camada de ozônio, a bomba atômica, a fome, as doenças endêmicas não controladas e as decorrentes da poluição. A associação entre ciência e tecnologia se amplia, tornando-se mais presente no cotidiano e modificando, cada vez mais, o próprio mundo. IV. Para o ensino de Ciências Naturais, é necessária a construção de uma estrutura geral da área que favoreça a aprendizagem significativa do conhecimento historicamente acumulado e a formação de uma concepção de Ciência, suas relações com a tecnologia e com a sociedade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A) F,V,V,V. B) V,V,V,V. C) F,F,V,V D) V,V,V,F E) V,F,V,V “A tendência de banir os sacos plásticos ou de cobrar por eles também pode gerar consequências inesperadas: as pessoas podem acabar indo de carro ao supermercado, em 5) vez de caminharem. Esses problemas são típicos daqueles que nossos alunos deverão considerar para tomar decisões informadas no futuro.” (FOREMAN, 2010, p. 18) Analise a citação acima e marque a alternativa que está coerente com a ideia apresentada, em relação à possibilidade de relacionar a ciência à vida cotidiana, na atualidade., A) Ciência e tecnologia. B) Ciência e aprendizagem. C) Ciência e química. D) Ciência e sustentabilidade. E) Ciência e economia. Na prática Veja um exemplo que ilustra a mudança de concepções no ensino de Ciências ao longo da história. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Os desafios dos professores de ciências para implementar abordagem investigativa no ensino O site aborda a questão da formação docente, infraestrutura e principalmente a dificuldade de quebrar paradigmas são alguns dos pontos destacados pelos profissionais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. Ensino de Ciências Acompanhe por meio do vídeo Ensino de Ciências - objetivos e conteúdos a visita de uma turma do terceiro ano da EMEF São Benedito, em São Caetano do Sul, a uma oficina sobre fósseis perto da escola, para mostrar como os conteúdos de ciências podem ser apresentados às crianças de diferentes formas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. http://www.revistaeducacao.com.br/os-desafios-dos-professores-de-ciencias-para-implementar-abordagem-investigativa-no-ensino/ https://www.youtube.com/embed/yL_HarAcLvU
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