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04 - Ação de Dissolução de Sociedade - Demarcação e Divisão de Terras Particulares

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Direito Processual Civil V 25/03/2022
Prof. Luiz Roberto Carboni Souza 1
DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL V
Prof. Me Luiz Roberto Carboni Souza
Ação de Dissolução Parcial de 
Sociedade – arts. 599-609 CPC
INTRODUÇÃO
Procedimento especial criado pelo CPC
de 2015
Não há extinção de sociedade, mas sua
resolução parcial, com saída de um ou
mais sócios, mantendo-se a pessoa
jurídica.
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Da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio
Art. 1.028, CC:
No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:
I - se o contrato dispuser diferentemente;
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
Três causas podem dar ensejo a resolução da
sociedade:
1. Morte de um sócio (art. 1.028 CC)
2. Sua retirada nos casos previstos em lei (art. 1.029 CC)
3. Iniciativa da maioria societária em caso de falha grave no 
cumprimento de suas obrigações ou por incapacidade 
financeira (art. 1.030 CC).
A Ação de dissolução de sociedade prevista
no CPC será usada em qualquer destas 3
hipóteses.
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II - PROCEDIMENTO
A ação de dissolução de sociedade
pode ter, no seu procedimento, uma, ou
duas fases, a depender da pretensão
deduzida na inicial.
PROCEDIMENTO
Ação de dissolução 
de Sociedade 
a) Resolução da 
sociedade em relação 
ao sócio e apuração 
de haveres;
b) Somente a resolução
c) Somente apuração de 
haveres
Uma fase
Duas fases
Dependendo da 
pretensão 
manifestada na 
inicial
Pode ter por 
finalidade
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Art. 600, CPC:
A ação pode ser proposta:
I - pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não ingressar na sociedade;
II - pelos sucessores, após concluída a partilha do sócio falecido;
III - pela sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o ingresso do espólio ou dos sucessores
do falecido na sociedade, quando esse direito decorrer do contrato social;
IV - pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se não tiver sido providenciada, pelos
demais sócios, a alteração contratual consensual formalizando o desligamento, depois de transcorridos
10 (dez) dias do exercício do direito;
V - pela sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão extrajudicial; ou
VI - pelo sócio excluído.
Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento, união estável ou convivência
terminou poderá requerer a apuração de seus haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota
social titulada por este sócio.
A iniciativa, da ação, portanto, depende
conforme a causa da resolução, nos
termos do art. 600 CPC
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Quanto ao polo passivo:
Art. 601, CPC:
Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15
(quinze) dias, concordar com o pedido ou apresentar contestação.
Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus
sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa
julgada.
Art. 602, CPC:
A sociedade poderá formular pedido de
indenização compensável com o valor dos
haveres a apurar.
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Art. 603, CPC:
Havendo manifestação expressa e unânime pela concordância da dissolução,
o juiz a decretará, passando-se imediatamente à fase de liquidação.
§ 1º Na hipótese prevista no caput , não haverá condenação em honorários
advocatícios de nenhuma das partes, e as custas serão rateadas segundo a
participação das partes no capital social.
§ 2º Havendo contestação, observar-se-á o procedimento comum, mas a
liquidação da sentença seguirá o disposto neste Capítulo.
Liquidação:
Na fase de liquidação, o juiz deverá determinar:
a) A data da resolução da sociedade em relação ao sócio
falecido, retirado ou excluído, conforme art. 605 CPC
b) O critério de apuração de haveres, segundo o qeu
dispuser o contrato social, ou na forma do art. 606 do
CPC;
c) A nomeação de perito, para apuração dos haveres.
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DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL III
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Da Ação de Divisão e da 
Demarcação de Terras 
Particulares– arts. 569-598 CPC
INTRODUÇÃO
A ação de demarcação tem a finalidade de obrigar
os confinantes a fixar novos limites entre imóveis
vizinhos ou avivar os já apagados. Essa ação compete
ao proprietário do imóvel lindeiro ou vizinho, que
confina com o imóvel do réu.
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Art. 1.297, CC:
O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer
modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante
a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos
apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se
proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
Art. 1.298, CC:
Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de
conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno
contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo
possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante
indenização ao outro.
A ação de divisão tem por objeto estabelecer a
partilha do bem comum, obrigando os demais
condôminos a estremar os quinhões, delimitando a
área de cada um. Essa ação cabe ao
coproprietário, ou condômino, tendo no polo passivo
os demais coproprietários.
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Art. 1.320, CC:
A todo tempo será lícito ao condômino exigir a
divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de
cada um pela sua parte nas despesas da divisão.
Cumulação entre Demarcação e Divisão:
Art. 570, CPC:
É lícita a cumulação dessas ações, caso em
que deverá processar-se primeiramente a
demarcação total ou parcial da coisa comum,
citando-se os confinantes e os condôminos.
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DEMARCAÇÃO E DIVISÃO 
EXTRAJUDICIAL
Art. 571, CPC:
A demarcação e a divisão poderão ser
realizadas por escritura pública, desde que
maiores, capazes e concordes todos os
interessados, observando-se, no que couber,
os dispositivos deste Capítulo.
II- AÇÃO DE DEMARCAÇÃO
Petição inicial:
Além dos requisitos do art. 319 CPC:
Ser instruída com todos os títulos de propriedade
dos imóveis;
Descrever os limites que se pretende constituir,
aviventar ou renovar,
Nomeação de todos os confinantes da linha
demarcada
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LEGITIMAÇÃO ATIVA
Proprietário – possuidor não tem legitimidade.
Em caso de condomínio:
Art. 575, CPC: Qualquer condômino é parte
legítima para promover a demarcação do imóvel
comum, requerendo a intimação dos demais para,
querendo, intervir no processo.
LEGITIMAÇÃO PASSIVA
Serão os confinantes – caso haja uma
pluralidade de proprietários, todos
deverão figurar no polo passivo.
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CITAÇÃO
Art. 576, CPC:
A citação dos réus será feita por correio, observado o
disposto no art. 247 .
Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos
do inciso III do art. 259 .
CONTESTAÇÃO
Art. 577, CPC:
Feitas as citações, terão os réus o prazo
comum de 15 (quinze) dias para contestar.
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Art. 578, CPC:
Após o prazo de resposta do réu, observar-se-
á o procedimento comum.
III – DA AÇÃO DIVISÓRIA
Petição inicial:
Além dos requisitos do art. 319 CPC:
A indicação da origem da comunhão e a denominação, a
situação, os limites e as características do imóvel.
Qualificação completa de todos os condôminos,
apontados aqueles que estão estabelecidosno imóvel,
com benfeitorias e culturas;
As benfeitorias comuns existentes no imóvel.
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Art. 588, CPC:
A petição inicial será instruída com os títulos de domínio do promovente e
conterá:
I - a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os
limites e as características do imóvel;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condôminos,
especificando-se os estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas;
III - as benfeitorias comuns.
CITAÇÃO
Art. 589, CPC:
Feitas as citações como preceitua o art. 576,
prosseguir-se-á na forma dos arts. 577 e 578.
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RESPOSTA
A contestação será apresentada na forma do
art. 577 do CPC, no prazo comum de 15 dias,
contados da juntada aos autos do último
comprovante de citação, não se aplicando o
prazo em dobro.
Após o prazo da contestação, a ação
seguirá o procedimento comum.
@professorcarboni
Luiz Roberto Carboni Souza
OBRIGADO!!!

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