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COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA Prof. Márcio Oliveira e-mail: marcio.oliveira@docente.unip.br 2º semestre de 2021 São José dos Campos ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustão Combustíveis e Comburentes Estequeometria do Processo de Combustão PCS e PCI Prática 01: Determinar o teor de etanol na gasolina Prática 02: Determinação do ponto de fulgor e inflamação de combustíveis líquidos. COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA 2 Combustíveis 3 ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustível é qualquer substância capaz de produzir de maneira fácil e econômica, energia térmica por reação química ou nuclear; Geralmente são materiais carbonáceos que reagem facilmente com o oxigênio do ar, produzindo calor em grande quantidade. Função redutora. Classificação dos combustíveis: Sólidos: Naturais: carvões fósseis, madeira, lenha; Preparados: coque, carvão vegetal, resíduo industrial; Líquidos: Naturais: petróleo cru, gasolina natural; Preparados: álcool, querosene, óleo diesel, gasolina; Gasoso: Naturais: gás natural; Preparados: GLP, gases derivados de petróleo; Combustíveis 4 “Combustíveis Líquidos” Os combustíveis líquidos podem ser classificados nos seguintes grupos: 1-Petróleo e seus derivados 2-Derivados do alcatrão de hulha ou do linhito 3-Destilados dos xistos betuminosos 4-Hidrocarbonetos sintéticos 5-Álcool etílico Derivados do Petróleo Gasolina Mistura de hidrocarbonetos contendo: 6 -12 átomos de carbono; Pode ser: Natural ou Petróleo; Poder calorífico: 11.000 Kcal/Kg; Ponto de fulgor 40º C (gasolina automotiva) e 46 ºC (gasolina de aviação); 5 Índice de Octanagem: determinada pela % de octano existente na gasolina. Mede o poder anti-detonante da mesma; Este índice é medido em motor padrão, variando-se a relação de compressão até que ocorra a pré-detonação ou “batida de pinos”; A seguir: substitui-se a gasolina por uma mistura de iso-octano e n-heptano que apresenta pré-detonação com a mesma relação de compressão que a gasolina testada. A porcentagem de iso-octano na mistura equivalente, nos dará o índice de octanas ou octanagem da gasolina. Assim, se a mistura apresenta o mesmo comportamento da gasolina em teste, contiver 80% de iso-octano e 20% de heptano, a gasolina em teste será 80; Esse método se baseia na convenção de que: - Iso-octano: possui poder anti-detonante igual a 100 (melhor comportamento) - Heptano: possui poder anti-detonante igual a 0 (pior comportamento) A partir da mistura de iso-octano e heptano, obtêm-se os valores intermediários de octanagem; Combustíveis 6 O poder anti-detonante (octanagem) pode ser aumentado pela adição: de combustíveis mísciveis com a gasolina (ex: álcool etílico, benzol, gasolinas naturais...); de produtos aditivos especiais: chumbo tetra-etila (no caso da gasolina de aviação, que possuem índice de octana de 140 ou 160). Curiosidade: Gasolina Aditivada ou Gasolina Comum? A Gasolina comum ao passar pelas partes do motor do carro (nas válvulas e no pistão) deixa resíduos, sujeiras que são uma espécie de goma. Com o passar do tempo, o acúmulo desta goma, dificulta a mistura da gasolina com o ar, que provoca a queima e gera energia para o motor funcionar. Diminuindo, assim, a eficiência do carro. Diferente do que muitas pessoas pensam o aditivo não aumenta a potência da gasolina. A grande diferença da gasolina aditivada para a gasolina comum, é que a aditivada possui uma espécie de detergente. Este detergente (aditivo) ao passar pelo motor dissolve a goma, evitando o acúmulo de mais resíduos, assim a sujeira vai junto com o combustível e também é queimada. Combustíveis 7 Para o experimento: Gasolina e Álcool A gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo, na faixa de hidrocarbonetos de 5 a 10 átomos de carbono. Uma das propriedades mais importantes da gasolina é a octanagem. A octanagem mede a capacidade da gasolina de resistir à detonação, ou sua capacidade de resistir as exigências do motor sem entrar em auto-ignição antes do momento programado. A detonação (conhecida como "batida de pino") leva à perda de potência e pode causar sérios danos ao motor. Existe um índice mínimo permitido de octanagem para a gasolina comercializada no Brasil, que varia conforme seu tipo. O álcool, umas das substâncias adicionadas à gasolina tem vital papel na sua combustão, pois sua função é aumentar a octanagem em virtude do seu baixo poder calorífico. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 18 a 27%. Se por um lado existe vantagens, existem as desvantagens também, como maior propensão à corrosão, maior regularidade nas manutenções do carro, aumento do consumo e aumento de produção de óxidos de nitrogênio. Disso tudo, nota-se a importância para a frota automotiva brasileira e para o meio ambiente, o rigoroso controle dessa porcentagem. 8 A adição de álcool à gasolina teria se dado em função dos seguintes fatores: Manter um determinado nível da demanda capaz de estimular a produção de álcool, numa fase de redução de consumo; Contribuir para amortecer, no preço final ao consumidor, os efeitos das elevações externas do preço da gasolina; Inserir o álcool – combustível de fonte renovável – na matriz energética brasileira, num momento em que o país ainda estava distante da autossuficiência do petróleo. 9 Histórico da adição do álcool à gasolina: 1925: São realizados testes álcool combustível à gasolina; 1938: Lei nº. 737 – Obriga a adição à gasolina produzida no País; 1975: Lançamento do PROÁLCOOL; 1989: Brasil é o primeiro a retirar o chumbo tetraetila da gasolina; 1993: Lei nº. 8.723 estabelece o percentual de mistura do álcool anidro à gasolina entre 20 e 25%; 2000: Decreto nº. 3.546 cria o Conselho Interministerial de Açúcar e Álcool; 2003: Lançamento dos veículos com tecnologia Flex Fluel; 2006: O percentual do álcool na gasolina cai para 20%; 2007: Junho – governo anunciou o aumento do álcool anidro à gasolina para 25%, a partir de 1 de julho de 2007. Obs: O teor é determinado pelo governo em função da disponibilidade do álcool; controle do preço final da mistura, etc. 2011:Governo decide reduzir para 20% a quantidade de álcool misturado na gasolina 2013: Maio – aumento da mistura do etanol na gasolina de 20% para 25%. 2015: Março – aumento da mistura do etanol na gasolina de 25% para 27%. 10 A especificação brasileira para a gasolina automotiva é estabelecida pelo Conselho Nacional do Petróleo NORMA – CNP 01 REVE, que acompanha a resolução n 1/75 de 7 de janeiro de 1975. Os testes de qualidade devem ser realizados nos próprios postos de combustíveis ou pelo laboratórios de rede de distribuição do combustível. Alguns testes realizados são: cor, densidade, resíduo, odor e teor alcoólico. Para a investigação do teor alcoólico na gasolina, é realizado um ensaio simples que se baseia no principio de que o álcool é miscível com a água, enquanto que a gasolina não é. Isso ocorre pela diferença existente na moléculas de água, álcool e gasolina. Em 1º de janeiro de 2014, a gasolina comum comercializada em todo o território nacional terá o teor de enxofre reduzido para 50 mg/kg em substituição aos 800 mg/kg atuais. A medida da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prevista na Resolução 40/2013 (de outubro de 2013). Leis 11 A solubilidade de um composto é determinada pela seguinte regra: "Semelhante dissolve semelhante". Logo, solventes polares dissolvem substâncias polares, e solvente apolares, substâncias apolares. A miscibilidade de líquidos entre si é determinada pela natureza das ligações interatômicas e pelas interações intermoleculares ou seja da sua molecularidade.Polaridade de uma molécula refere-se às concentrações de cargas da nuvem eletrônica em volta da molécula. É possível uma divisão em duas classes distintas: moléculas polares e apolares. Moléculas polares possuem maior concentração de carga negativa numa parte da nuvem e maior concentração positiva em outro extremo. Nas moléculas apolares, a carga eletrônica está uniformemente distribuída, ou seja, não há concentração. Solubilidade 12 Água: uma geometria angular (polar) → Molécula não simétrica = polar. A distribuição de carga eletrônica não está uniformemente distribuída Geometria 13 NaCl: É um composto iônico, apresenta boa solubilidade em solventes polares, como a água. O que torna uma substância solúvel em um solvente é sua compatibilidade com este, a regra geral é: solvente polar dissolve soluto polar e solvente apolar dissolve soluto apolar. Geometria Polar Cl− Na+ Lado Negativo Lado Positivo 14 Álcool: uma geometria linear (bipolar) → Composto molecular que apresentam o grupo OH, com uma ligação polarizada, resultando num momento dipolar muito elevado (radical OH) e uma cadeia de carbono simétrica com geometria não polar Geometria H ― C ― C ― O ― H H H H H PolarApolar 15 Gasolina: geometria linear e simétrica (apolar) -> cadeia de hidrocarbonetos que possui uma geometria simétrica predominância de ligações covalentes entre átomos iguais resultando em um equilíbrio de cargas em todas as moléculas criando uma molécula apolar Geometria H — C — C — C — C — C — C — C — C — H H H H H H H H H H H H H H H H H Apolar 16 Geometria Nome 17 Solubilidade e polaridade • Lembrando que: "Semelhante dissolve semelhante". Logo, solventes polares dissolvem substâncias polares, e solvente apolares, substâncias apolares. • Os hidrocarbonetos, por serem apolares, apresentam pouca solubilidade em água (polar). Assim, a gasolina (mistura de octano e heptano), forma um sistema sistema heterogêneos com a água. • Já os álcoois formam misturas homogêneas com a água, por possuírem hidroxila (radical polar) e também homogênea com a gasolina por possuir geometria apolar. • Observação – Como a molécula de álcool é bipolar, pode ser dissolvida tanto em água (polar) como em gasolina (apolar). 18 Para retirar o álcool da gasolina que ambos possuem um certo grau de polaridade, é adicionado na água o NaCl que tem a finalidade de aumentar a polaridade da molécula da água visto que: a água é atraída pelo álcool, devido as fortes atrações intermolecular do tipo ponte de hidrogênio. a gasolina possui uma certa miscibilidade com o álcool, devido as medias atrações intermolecular do tipo dipolo induzido. Com isso quando a água+NaCl (meio aquoso) entra em contato com a gasolina (que possui álcool) pelo fato da ligação da água com sal ser mais forte ou mais polar como álcool, ele dissolve mais facilmente. Por outro lado, o etanol irá sair da gasolina para penetrar no meio aquoso, meio em que tem maior afinidade, já que é bem mais polar do que a gasolina. Solubilidade 19 Porque no teste da ANP, eles misturam solução de cloreto de sódio com a gasolina, em vez de água? Isto é feito para aumentar a polaridade do líquido que será misturado à gasolina. Caso fosse colocada água pura, poderia haver a miscibilidade da água na gasolina, em alguma extensão, uma vez que o álcool presente na gasolina poderia fazer com que a água ficasse mais solúvel no meio orgânico. Com a solução de cloreto de sódio, a polaridade é muito grande, sendo muito mais difícil haver a solubilização da água no meio orgânico. Por outro lado, o etanol irá sair da gasolina para penetrar no meio aquoso, meio em que tem maior afinidade, já que é bem mais polar do que a gasolina. Solubilidade 20 Solubilidade 21 Determinação do teor de álcool anidro na gasolina 22 A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos obtida a partir da destilação de petróleo, não sendo, portanto, uma substância pura. No Brasil, antes da comercialização, adiciona-se álcool anidro à gasolina. A mistura resultante é homogênea (monofásica). A mistura água-álcool também é um sistema homogêneo (monofásico), com propriedades diferentes daquelas das substâncias que a compõem (densidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, etc.). Já a mistura água-gasolina é um sistema heterogêneo, bifásico. Quando a gasolina (que contém álcool) é misturada à água, o álcool é extraído pela água e o sistema resultante continua sendo bifásico: gasolina-água/álcool. O álcool contido na gasolina dissolve-se na água porque suas moléculas são polares como as da água. Isto é, aqui aplica-se o dito "semelhante dissolve semelhante": substâncias polares dissolvem-se melhor em solventes polares e substâncias apolares dissolvem-se melhor em solventes apolares. 23 Materiais 24 Proveta de vidro graduada de 100 ml (com rolha) Proveta de plástico graduada de 50 ml Água destilada 50 ml Cloreto de sódio 5g Vidro de relógio lapidado Bastão de vidro Amostra de gasolina 50 ml • Preparar a solução aquosa de NaCl (10%) => 5g NaCl em 50 mL de água destilada; • Coloque em uma proveta (100 ml), uma amostra da gasolina em estudo (50 ml) e complete o volume, até a marca de 100 ml, com a solução saturada de cloreto de sódio; • Feche a proveta, misture bem. Procedimento 25 Animação disponível em: http://www2.fc.unesp.br/lvq/exp02.htm • Deixe em repouso até a separação das duas fases; • Nestas condições, o álcool se mistura com a solução aquosa saturada de cloreto de sódio, separando-se da gasolina. Faça a leitura do volume de ambas as fases; • Calcule a % de etanol na mistura Procedimento 26 31 ml 32 ml 37 ml Amostra 01 Amostra 02 Amostra 03 RELATÓRIO CQA - Prática 01: Determinação do teor de etanol anidro na gasolina INTRODUÇÃO (1,0 pts) OBJETIVOS (1,0 pt) 27 Dois ou três parágrafos rápidos para contextualizar o assunto de que tratou a prática e do qual tratará o relatório. Não é propriamente um resumo, mas uma introdução ao assunto. Apenas informações relevantes ao trabalho devem ser apresentadas! Descrição do objetivo da prática. Pode haver mais de um objetivo, um mais geral e outro(s) específicos(s). Normalmente os objetivos são apresentados como ações “obter”, “extrair”, “observar”, “analisar”, “caracterizar” etc. Exemplo: Objetivo geral: “Estudar solubilidade e polaridade utilizando uma amostra de gasolina”. Objetivo específico: “Conhecer a porcentagem de etanol adicionado a em uma amostra de gasolina”. RELATÓRIO CQA - Prática 01: Determinação do teor de etanol anidro na gasolina MATERIAIS E MÉTODOS (3,0 pts) RESULTADOS (3,0 pts) 28 Descrição do material e dos procedimentos (que são os métodos) utilizados no experimento. Pode estar subdividido em itens como: “Material”, “Reagentes e soluções”, “Material”, “Equipamentos”,etc. Ou seja, o material pode estar descrito num subitem independente ou pode estar incluído na descrição do procedimento. Você deve considerar que a pessoa que está lendo o relatório não conhece o assunto, não fez o procedimento e não tem a menor ideia do que está sendo apresentado nos resultados. O segredo é ser o mais direto e objetivo possível, sem omitir nenhum tido de informação que ajude a compreensão dos resultados RELATÓRIO CQA - Prática 01: Determinação do teor de etanol anidro na gasolina CONCLUSÃO (1,0 pt) BIBLIOGRAFIA (1,0 pt) 29 A conclusão do relatório diz respeito diretamente ao seu objetivo. Em suma este item deve dizer se o objetivo foi alcançado ou não. Citar toda a bibliografia consultada; Há norma para citação bibliográfica que pode ser obtida em http://www.unip.br/servicos/biblioteca/guia.aspx http://www.unip.br/servicos/biblioteca/guia.aspxSlide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29
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