Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O romance do escritor norte-americano Ray Bradbury, Fahrenheit 451, retrata uma realidade distópica em que o trabalho dos bombeiros é queimar livros, devido à cultura instaurada para combater o pensamento crítico e autônomo dos indivíduos. Fora da ficção, fica claro, que a aquisição do conhecimento e o acesso à leitura ainda são controlados e negados no Brasil, uma vez que os livros aguçam a capacidade de questionar e refletir sobre o meio circundante. Dessa forma, é indubitável que a leitura é uma importante ferramenta de transformação individual e coletiva, já que amplia o senso crivo e a percepção de coletividade. A princípio, é relevante ressaltar a obra cinematográfica, O Menino que Descobriu o Vento, produzida pela plataforma streaming Netflix, na qual o jovem William Kamkwamba, ao aprender sozinho sobre engenharia e energia eólica em uma biblioteca local, constrói um sistema de moinho de bombeamento de água para ajudar a sua comunidade. Nesse sentido, é notório o poder da leitura como instrumento de transformação e da percepção de coletividade na resolução de problemas circundantes para a sociedade. Ademais, de acordo com a frase do poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade: “a leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede”, evidencia a realidade de grande parte da população brasileira, haja vista que a leitura, não é uma prática latente nos hábitos das pessoas. Segundo os dados da pesquisa Retratos da Leitura do Instituto Pró- livro, 44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro. Tais dados evidenciam ainda mais, que o estimulo e o acesso à leitura é negligenciado nas instituições que deveriam ser responsáveis por desenvolver essa prática desde a infância nas crianças – família e escola –, com o objetivo de promover a capacidade crítica, a comunicação e a interação com o coletivo. Destarte, é incontrovertível que a leitura amplia a capacidade das pessoas de questionar e interpretar a realidade, além de promover maior integração do indivíduo com o coletivo. Portanto, o Ministério da Educação juntamente com o Ministério da Cidadania, deve promover projetos, atividades interativas e a construção e manutenção de bibliotecas nas instituições de ensino, por meio da disponibilização e compra de livros para a comunidade escolar e palestras com profissionais especializados na área da educação, sobre a importância da leitura como instrumento transformador. Desse modo, seria possível viver em uma sociedade, onde a leitura fosse presente na vida das pessoas desde a infância.
Compartilhar