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GESTÃO E COMUNICAÇÃO INTEGRADA Cátia Lassalvia E-book 4 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA ������������������������������4 O modelo que vem do digital: mídias própria, comprada e ganha ��������������������������������������������������������������������������������������6 Identificando e priorizando os públicos-alvo ������������������������10 Selecionando canais e linguagens �����������������������������������������13 Indicadores de resultado na comunicação ���������������������������16 Pontos de atenção e melhores práticas ��������������������������������20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������������� 23 SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS �������������������������������������������������������26 2 INTRODUÇÃO Olá! No módulo anterior da disciplina “Política, Planejamento e Gestão da Comunicação Integrada”, abordamos a importância e a abrangência da co- municação integrada, e também discutimos o papel essencial do diagnóstico como a primeira etapa de um projeto de comunicação a ser realizado. Neste módulo, trataremos das etapas do planeja- mento, com a definição de indicadores de resultado que serão seu apoio na implementação e gestão dessas ações. Ao final, você terá uma atividade prá- tica sobre o tema e fará seu próprio planejamento de comunicação integrada� Lembre-se sempre de que você pode atuar em dife- rentes contextos de comunicação: nas empresas e instituições, nas agências e em seu próprio negócio. 3 PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA Em que momento do processo estamos? Já conhe- cemos o cliente, já realizamos o diagnóstico e o brie- fing, já entendemos as expectativas e condições do projeto (escopo, recursos, prazo). Ou seja, no final do módulo 1 o projeto de planejamento foi contratado pelo cliente e de agora em diante você cuidará dele. Viva! Mas por onde começar e como organizar tanta informação? Existem diferentes de maneiras de agrupar e de es- truturar as várias áreas da comunicação integrada� A mais tradicional delas já estudamos anteriormen- te, com Kunsch (2016), que compreende a área da comunicação integrada como a somatória das co- municações mercadológica, institucional e interna� Cada qual com suas ferramentas, canais e lingua- gens específicas. No desenho elaborado por ele, a comunicação in- tegrada usa as diversas ferramentas e estratégias de comunicação para atender os interesses de co- municação e dos públicos das três grandes áreas, conforme observamos na figura 1: 4 Comunicação Organizacional Integrada - Processo Comunicativo - Fluxos Informativos - Rede Formais e Informais - Barreiras - Mídias Internas Comunicação Interna Comunicação Administrativa - Marketing Social - Marketing Cultural - Jornalismo Empresarial - Assessoria de Imprensa - Identidade Corporativa - Editoração Multimídia - Publicidade Institucional Relações Públicas Comunicação Institucional - Publicidade - Promoção de Vendas - Feiras e Exposições - Marketing Direto - Merchandising - Venda Pessoal Marketing Comunicação Mercadológica O mix da comunicação nas organizações Figura 1: Comunicação Organizacional Integrada, segundo Kunsch (2016). Fonte: KUNSCH (2016) A autora é uma grande referência, quando o assun- to é comunicação organizacional e integrada; suas contribuições às pesquisas dessa área são enormes. No entanto, ela ainda separa, para efeito didático, as ferramentas de comunicação e subáreas em apli- cações mais específicas de um campo ou de outro. Mas como poderíamos incluir o digital, o empreen- dedorismo e a economia criativa nessa perspectiva, 5 já que são transversais a todos os círculos? Como incluir as novas dinâmicas e fluxos de comunicação do século 21, na qual mercados e funcionários se conectam diretamente, independente da vontade das empresas? Mesmo sendo muito válido esse modelo de Kusnch (2016), elaborado há mais de 20 anos, apresentamos a seguir uma outra perspectiva de avaliar as frentes de comunicação e o que pode ser feito, especialmen- te às relacionadas ao grande campo da ação merca- dológica. O modelo que você verá a seguir vem de autores do marketing e da comunicação digital, que tentaram captar as transformações ocorridas nos fluxos de comunicação dos últimos 20 anos, marca- dos pela emergência de uma sociedade conectada e que se comunica via redes sociais digitais e blogs. O modelo que vem do digital: mídias própria, comprada e ganha O modelo foi apresentado por Burcher (2012), um profissional norte-americano da área de comunica- ção que acumulou grande experiência em projetos usando redes sociais digitais. Seu objetivo era com- preender a complexidade dos novos fluxos de comu- nicação e olhar para a comunicação mercadológica de um outro modo, sem tantas divisões entre áreas� O livro que publicou se chamava “Paid, Owned, Earned: Maximizing Marketing Returns in a Socially Connected World” (Mídia paga, própria e ganha: maximizando resultados em um mundo socialmente conectado) 6 e logo se tornou uma referência dentro da área digi- tal. Esse modelo não deixa de fora a comunicação institucional nem interna, mas as redesenha e as agrega de um outro modo, a partir da perspectiva de canais próprios da marca, espaços comprados de comunicação e boca a boca gerado a partir de ações em redes sociais digitais� Por essa perspectiva, há três tipos de canais de mídia para distribuir e promover o conteúdo. Vale lembrar que mídia aqui pode ser entendida como canais de comunicação, nos quais pode haver conteúdos de todos os tipos (jornalístico, publicitário, de entrete- nimento, de relacionamento etc.). Mídia própria - são os canais que a empresa possui e administra. O alcance deles é um pouco restrito, já que somente clientes ou interessados os acessam, mas são de enorme importância. São a “casa pró- pria” do cliente� Na maior parte dos casos, existem mídias próprias digitais e não digitais, por exemplo: site, blog, folhetos, catálogos, showroom da marca, estandes em feiras e eventos, entre outras opções. Mesmo que o estande seja temporário e pago, ele não deixa de ser mídia própria também, já que o clien- te pode usar o estande como desejar para atrair seus visitantes� Alguns exemplos de canais e ferramentas que podem ser usadas como mídia própria: ● sites, canais em redes sociais e blogs; ● emails-marketing e newsletter; 7 ● canais de vídeo (no Youtube ou em outra plataforma); ● comunidades administradas pela empresa, como fóruns ; ● aplicativos móveis e games; ● telemarketing – com pessoas e/ou inteligência artificial (bots). Mídia comprada - é a nova publicidade, em variados formatos. Toda veiculação de publicidade compra um espaço para apresentar um determinado produ- to ou mensagem, durante um certo período� Assim era e ainda acontece no rádio, na TV, nos anúncios de jornais e revistas. Mas a isso soma-se um car- dápio variado de novas “publicidades” possíveis. O link patrocinado no Google, o post impulsionado no Facebook, os espaços de conteúdo negociados por blogueiros e influenciadores digitais que mobilizam seguidores e formam opinião nas redes sociais. Desse modo, espaços de publicidade tradicionais passam a conviver com essas novas arenas e forma- tos de veiculação paga de mensagens. Entre os obje- tivos principais da mídia comprada está potencializar a visibilidade da marca e atrair mais interessados. Mídia ganha é o conceito mais inovador dos três, pois ela só pode ser compreendida se compreendermos o quanto a sociedade em rede e conectada trans- formou a comunicação. Não confunda mídia ganha com mídia gratuita, pois toda ação de comunicação gera custo. Ela não tem custo zero, mas se compa- 8 rarmos o custo de mantê-la com os resultados que podem ser obtidos, entendemos o porquê do termo “mídia ganha”� Estamosfalando aqui do boca a boca, algo que in- clusive sempre existiu� Planejar ações para sermos curtidos, falados, compartilhados de uma forma qua- se que espontânea. Criar um conteúdo que interesse a audiência e o publicá-lo nas redes sociais. Se o conteúdo for relevante (útil, engraçado, inovador...), haverá um compartilhamento para além das pesso- as de seu contato, pois o amigo do amigo do amigo poderá ler sua mensagem� O boca a boca não é novidade e muito já se fez de forma semelhante nos trabalhos de relações públicas e de assessoria de imprensa� Mas a tecnologia trans- forma o alcance em algo exponencial, alcançando o amigo do amigo do amigo� Ao ganhar status de uma “mídia ganha”, o boca a boca na tecnologia nos ensina que precisamos saber explorar o potencial dos blogs, dos influenciadores e das redes sociais digitais, como Instagram, Twitter, Facebook, entre outras. Por isso, o marketing da atração (também conhecido como inbound marketing) tem se mostrado muito eficaz na comunicação mercadológica integrada. Segundo o marketing de atração, é preciso conhecer profundamente e mapear melhor o cliente, oferecen- do conteúdo relevante e na medida de seu interesse. Isso nem sempre será publicitário; pode ser um in- fográfico, um vídeo que explique algo, um aplicativo, 9 um jogo, uma calculadora... Importante é que seja relevante para a audiência. O papel das mídias própria, comprada e ganha, nesse contexto, é o de distribuir esse conteúdo de modo a cercar os públicos de todas as maneiras possíveis. Junta-se a isso as ações de relações públicas, de as- sessoria de imprensa (que agora fala com jornalistas e também com influenciadores digitais), agências de conteúdo patrocinado, agência de promoção em pontos de venda, entre outras opções� Ou seja, a tudo o que já existia somou-se a complexidade do digital, dando origem a novos modelos de mapeamento da comunicação integrada� Identificando e priorizando os públicos-alvo É imprescindível para o planejamento de comuni- cação integrada mapear e priorizar o público-alvo. Identificar os canais de comunicação já existentes é um bom primeiro passo, que você já deve ter feito na primeira fase, a do diagnóstico. ● A marca tem clareza sobre os públicos mais importantes? ● Ela fala com eles? ● Todos os públicos importantes estão contem- plados nos canais de comunicação e pautas de conteúdo? ● Existem canais mais direcionados a um público específico? 10 ● Existem demandas específicas de um determinado público? ● Quais são as prioridades da marca ou da empresa em termos de público para o próximo ano? ● O público se fala nas redes sociais? Frequentam canais com temas específicos? Essas são algumas questões que precisam ser res- pondidas e endereçadas com algum tipo de solução no planejamento� Quando o público-alvo passa a ser mapeado para além de suas condições e perfis sociodemográficos (onde mora, quanto ganha, qual idade...), ele pode se tornar uma persona de comunicação� As personas são o público-alvo dotado de personalidade, gostos, preferências, estilo de vida� Por isso, grande parte das marcas tenta desenhar quem são as personas do seu público-alvo. Desse modo, um público formado por estudantes universi- tárias de 20 a 27 anos, com renda de classe média, poderá se traduzir em diferentes personas: as que são casadas, têm filhos pequenos, saem pouco e guardam dinheiro para a casa própria; as outras que são solteiras, planejam fazer uma viagem de inter- câmbio com recurso próprio e gastam na balada. Os grupos diferem bastante em seus hábitos, com- pras e estilos de vida. São parte de um mesmo públi- co-alvo, pela análise tradicional, mas são personas de comunicação com interesses bem específicos. 11 Também deve ser levada em conta a forma com que o público-alvo e as personas consomem os conteú- dos. É nesse contexto que avaliamos se o conteúdo que queremos distribuir tem um potencial transmi- diático, que permite maior integração entre conteú- dos, canais, públicos e empresa (GABRIEL, 2011). Atualmente quase nunca consumimos conteúdo e nos comunicamos por um único canal. Programas de TV falam de redes sociais; redes sociais pautam programas de rádio; compartilhamos o que vimos num blog, e assim por diante. Onde nosso público prefere estar e onde ele se informa predominante- mente? Eles e elas frequentam mesmas redes so- ciais? Essa é uma questão central ao avaliar canais e públicos-alvo. REFLITA Pense no mercado dos esmaltes, um segmento que cresceu muito nos últimos anos. Antigamente era necessário comprar revistas de perfil feminino para se informar com matérias e publicidade sobre os lançamentos, ou ainda ir presencialmente a feiras e eventos específicos. No início do século 21, apareceram as blogueiras de moda e parte delas se tornou especialista em esmaltes. De repente, elas se tornaram referência no assunto, tão ou mais visualizadas e comen- tadas do que as grandes revistas das maiores editoras� 12 Depois chegou o Instagram, uma rede social de forte apelo visual, na qual fotos, vídeos e stories são mais importantes e em maior quantidade do que os textos. Lá estão as blogueiras de moda, apresentando tendências, cores e novidades sobre esmaltes e que são vistas e repercutidas por um público que gosta do tema e o acha relevante. Se, por exemplo, você atende a conta de uma mar- ca de esmaltes, fará todo sentido pensar em um planejamento de comunicação integrada forte- mente digital. Poderá usar, sem dúvida, o modelo de planejamento baseado em mídia própria, mídia comprada e mídia ganha, pois é um produto muito forte em termos de visibilidade e de engajamento nas redes sociais digitais� Isso deverá ser avaliado a cada cliente que você irá atender, pois não existe receita pronta de sucesso� O que vale para uma marca, na comunicação inte- grada, pode não fazer sentido nenhum para outra. Por isso o diagnóstico e as estratégias são mais importantes do que manuais definitivos. Sempre leve isso em conta! Selecionando canais e linguagens Depois de conhecer públicos-alvo e personas, priori- zando-os de acordo com as necessidades e objetivos da empresa ou instituição, o passo seguinte será avaliar o todo da comunicação, canais e linguagens adequados. Nesse quesito, menos pode significar mais. Não adianta ter muitos canais e um conteúdo 13 pobre. Melhor estar bem, em poucos canais e ter conteúdos que empolguem e que sejam aderentes à identidade da empresa. Neste momento, busque pesquisas de mercado que falem sobre os canais específico, volume de acesso, horários de maior visibilidade e todo o mais. Não se esqueça de avaliar a comunicação dos concorrentes ou das instituições que podem ser referência. O ideal é que se consiga ter uma visão integrada de todos os pontos de contato entre empresa e públi- cos. Isso inclui até a pessoa que atende o telefone quando ligam para a empresa. O fundamental na comunicação integrada é garantir o melhor alinha- mento possível, a mesma estratégia e a complemen- tariedade entre todos os pontos de contato entre marca e público. Tomando emprestado o termo da área de Arquitetura de Informação, é necessário rascunhar uma arquite- tura de comunicação da marca, vislumbrando todas as possibilidades de canais e contatos que podem ser eficazes e importantes nesse relacionamento. No quadro a seguir, observe uma sugestão de or- ganização, para ajudar você nesse mapeamento e definições. 14 P L A N E J A M E N T O D A A R Q U IT E T U R A D E INFORMAÇÃO DA MARCA X Objetivo I: aumentar a visibilidade da marca no mercado Canais de Mídia Própria Físicos > Loja > Panfletos Digitais > Site > Nossos canais no YouTube e Instagram Onde compraremos espaço e veiculação de mídia Físicos > Anúncio na TV fechada > Patrocínio no evento x Digitais > Compra de link patrocinado > Anúncio pre-roll no YouTube Verba a ser investida no mês: Rxxx mil Grade de temas e campanhas para redes sociaisYoutube > vídeos x, y, w e z, um a cada semana Instagram > toda 5a feira publicar stories atualizando tal assunto > 1 post por dia, revezando os seguintes assuntos: bla, bla, bla Tabela 1: Esboço de planejamento avaliando uma possível arquitetura de comunicação da marca, usando mídias “pró- pria, comprada e ganha”� Fonte: Elaboração Própria. É importante lembrar que o relacionamento da marca não se dá apenas com o cliente final, mas também com concorrentes, empresas parceiras, governos, 15 fornecedores, influenciadores, imprensa. O que dará a linha de condução estratégica serão a fase de diag- nóstico sobre a marca e a reunião de briefing, na qual você deve ter compreendido o que o cliente deseja e espera do projeto� Nada impede que você use a estrutura de “mídia pró- pria, comprada e ganha”, acrescentando a ela itens da estrutura tradicional da comunicação integrada� Por exemplo, depois de pensar nas ações mais di- recionadas ao digital e com abordagem mercado- lógica, você pode também acrescentar itens como assessoria de imprensa, marketing cultural, ações de relacionamento com públicos específicos, patrocínio de eventos e assim por diante� Isso comporá um ce- nário que é complexo, com certeza, e que cada vez mais será personalizado para cada cliente. Como dissemos, não existem receitas prontas e infalíveis. Por isso, para cada ação serão definidos objetivo, metas e indicadores de resultado, para que você possa acompanhá-los e propor mudanças quando necessário� Indicadores de resultado na comunicação Para alcançar os objetivos de negócio e de comuni- cação da empresa, é preciso traçar metas que res- peitem o escopo, os prazos e recursos disponíveis. Metas e objetivos podem ser fragmentados em di- versos setores do negócio e nem todos têm a ver com a comunicação� 16 FIQUE ATENTO Objetivos são aonde eu desejo chegar, o que eu pretendo realizar. Metas são a quantificação dos objetivos. Elas nos ajudam em seu acompanhamento� Vamos começar com objetivos e metas do negócio, para que fique claro que a comunicação mercadológi- ca serve ao negócio, mas não é responsável por tudo. Objetivos do negócio: ● expandir o negócio da empresa para o mercado do Nordeste Metas: ● abrir duas lojas no NE no próximo ano; ● criar linhas de produtos específicos para a região até setembro; ● bater a meta de x mil produtos vendidos no NE no 1º ano� Exemplo: como poderiam ser objetivos e metas de comunicação relacionadas? Objetivos de comunicação: ● gerar visibilidade da marca no mercado do NE, em especial nos públicos x e y. Para isso será feita uma pesquisa de mercado para medir� ● apoiar a venda, mapeando os interesses do con- sumidor do NE� Para isso será entregue um mape- 17 amento com os temas mais curtidos e links com maior acesso� Metas da comunicação: ● gerar cerca de x mil acessos às campanhas em redes sociais até mês de setembro. ● gerar x mil cadastros para degustar os produtos, após leitura da página de marketing de conteúdo, até mês de setembro. ● gerar tanto comentários e /ou saiba mais sobre o produto, até mês de setembro. ● contabilizar mídia espontânea gerada e compre- ender as opiniões dos consumidores para redefinir a campanha� Ou seja, existem diretrizes comuns, que têm por pre- missa aumentar atuação na região Nordeste, mas os indicadores de resultado de comunicação estão ligados à visibilidade, engajamento, compreensão e qualificação do público, entre outros aspectos. A comunicação não pode responder diretamente e so- zinha sobre o aumento de vendas, pois vários outros aspectos podem influenciar esse item. Na perspectiva da comunicação institucional, o ob- jetivo principal pode ser também o fortalecimento da marca no ambiente específico. No caso desse exemplo, uma das metas poderia ser obter mídia espontânea e visibilidade regional, o que pode incluir descobrir novos canais de comunicação importantes para a localidade, produtos que dariam mais certo 18 no Nordeste, linguagens e tradições específicas... Especialmente no Brasil, por ser uma país de dimen- sões continentais, temos de avaliar bem cada região na qual focaremos as ações de comunicação. Yanaze (2013) defende a importância da mensuração dos resultados e o entendimento da comunicação como um investimento para a empresa (e não um custo). O autor avalia que, no caso de uma campa- nha publicitária, aspectos ligados ao público-alvo, ambiente competitivo e as características do produ- to/serviço devem ser considerados na mensuração de resultados. Tais estratégias não podem deixar de lado os stakeholders (públicos de interesse), como funcionários, fornecedores, jornalistas e órgãos de regulação� A mensuração é uma forma de tangibilizar os resul- tados e auxiliar na justificativa de atingir os objetivos traçados pela organização no contrato do serviço da comunicação. Ela também permite que seja traçado um histórico de ações comunicacionais e como elas se relacionam com o desenvolvimento da empresa, ajudando, ainda, no planejamento de atividades futuras. Yanaze (2013) propõe uma metodologia de análise para as métricas de avaliação e mensuração da co- municação considerando três conceitos-chave: ● ef ic iência , que prevê a melhor re lação custo-benefício; ● eficácia, focando nos resultados; ● efetividade, relacionando a permanência e pere- nidade na obtenção de objetivos. 19 Métricas de eficiência Aderência aos objetivos de comunicação da empresa Compatibilidade com os objetivos da ação Qualidade da mensagem Adequação aos meios utilizados Cumprimento das etapas e prazos, a partir dos recursos disponibilizados Métricas de eficácia Quantidade de públicos atingidos, adequando-se a cada um deles Resultados de pesquisa com feedback Geração de divulgação/mídia espontânea Métricas de efetividade Índice de continuidade da ação, comparando os resulta- dos ao longo do tempo Pertinência dessas ações em relação ao tempo de exposição, integração e sinergia com outras áreas da comunicação e da empresa Tabela 2: Métricas de avaliação e de mensuração da comu- nicação� Fonte: Adaptado de Yanaze (2013) Pontos de atenção e melhores práticas A seguir, listamos seis pontos de atenção e melhores práticas para que seu planejamento de comunicação integrada seja bem-sucedido: 1. Não confie em soluções prontas e manuais defi- nitivos. Escute o cliente profundamente e conheça o negócio dele� A melhor metodologia e as melhores soluções de comunicação sairão desse processo de conversas, das pesquisas e da negociação de expectativas� 2. Antecipe-se às reuniões. Chegue antes da hora; faça atas de reunião e as compartilhe com o cliente; 20 confirme o entendimento sobre aspectos principais. E trabalhe de modo a construir um relacionamento duradouro e de confiança. 3. Antes de conversar com a empresa, faça sua lição de casa. Investigue tudo o que puder sobre o setor de atuação, sobre concorrentes, sobre canais da empre- sa, sobre possíveis reclamações e problemas. Tenha muito tato ao expor as partes ruins observadas. Deixe claro que você “joga no mesmo time” que seu cliente e está lá para apoiá-lo. 4. Certifique-se de quem são os pontos focais para decisão� Lugares e projetos nos quais muitos deci- dem não costumam sair do papel. Se seu cliente é uma empresa com muito diretores de igual poder, um deles será o ponto focal das decisões e a ele caberá buscar o consenso com seus pares. 5. Você teve acesso ao modelo de comunicação integrada tradicional (KUSNCH, 2016) e também ao modelo usado mais recentemente por empresas com forte atuação no digital (BURCHER, 2012). Lembre-se de que poderá optar por um deles e/ou combiná-los, de acordo com a necessidade de cada cliente� Cada vez mais a complexidade dos fluxos de comunica- ção e de relacionamento nos demandam soluções personalizadas. Isso dá valor ao seu trabalho de comunicação� 6. Quando acordar o projeto a ser feito com o cliente, escreva tudodetalhadamente e explique para ele cada etapa. Isso minimiza problemas futuros. Para ficar mais claro, você pode usar o termo “entregáveis” 21 para designar tudo o que o cliente receberá do seu projeto� Por exemplo, no item “definição do design do site”, seus entregáveis para ele serão o projeto gráfico, o guia de cores e elementos visuais� Mostre a ele cada um desses exemplos para que ele compreenda algo que pode ser muito subjetivo para quem não é da área. Boa parte das complicações em projetos de comunicação ocorre por problemas de comunicação! 22 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos que você tenha aproveitado todos os recursos e referências disponíveis para seu aprendi- zado. Se não deu tempo de ver todos, volte à platafor- ma mais tarde� Neste módulo estudamos o passo a passo de cada decisão que envolve o planejamento e você também teve a oportunidade de fazer o seu. Para deixar sempre à mão, não se esqueça dos itens abaixo que serão essenciais para uma comunicação integrada bem sucedida: I. Realizar o diagnóstico da situação atual, mapean- do o mercado setorial, a estratégia de diferenciação em relação aos concorrentes, os objetivos da ação a ser realizada, os públicos-alvo e sua priorização, canais usados e pontos de atenção� Consolide em uma análise SWOT II. Consensar os objetivos do projeto e as condições do cliente – escopo, recursos e prazo III. Realizar e defender o planejamento da comuni- cação integrada O que e por que será feito Quando Como Onde Por quem 23 Com quais indicadores de resultado Obs: dependendo do tipo de negócio ou instituição a ser atendida, você poderá usar a estrutura proposta por Kusnch (2016) ou por Burcher (2012), entre vários outras também possíveis. Que você realize projetos inspiradores! 24 SÍNTESE - mercado o qual atua setorial e em que se diferencia - públicos-alvo, quais são os principais e por quê? - problema que a empresa quer resolver ou em que deseja melhorar - canais de comunicação usados e como se complementam - aspectos que merecem atenção da comunicação Consolide tudo em um análise SWOT: as fraquezas, oportunidades e ameaças deverão ser endereçadas pelo planejamento, sempre que possível - O que e por que será feito? - Quando? - Como? - Onde? - Por quem ? - Com quais indicadores de resultado? 1- Faça um diagnóstico da situação atual da empresa (escopo, prazo e recursos), alinhando as expectativas e definindo os objetivos essenciais que guiarão o planejamento 2- Negocie com o cliente o projeto 3 - Desenvolva o planejamento da comunicação integrada Passo a passo do planejamento da comunicação integrada Existem diferentes metodologias� Umas mais próprias para áreas de marketing e com foco comercial; outras mais institucionais; outras mais aderentes à comunicação digital� Decida o que será melhor usar em função do seu cliente� Sugerimos a estrutura proposta por Kusnch (2016) ou por Burcher (2012) GESTÃO DE COMUNICAÇÃO INTEGRAL Referências Bibliográficas & Consultadas BURCHER, Nick. Paid, Owned, Earned: Maximizing Marketing Returns in a Socially Connected World. Kogan Page, 2012. GABRIEL, Martha. Marketing na era digital: concei- tos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novatec, 2011� KUNSCH, M� Planejamento de relações públicas na comunicação integrada� São Paulo: Summus, 2016� YANAZE, Mitsuru Higuchi� Retorno de investimen- tos em comunicação: avaliação e mensuração� São Paulo: Difusão Editora, 2013� Introdução Planejamento de ações de comunicação integrada O modelo que vem do digital: mídias própria, comprada e ganha Identificando e priorizando os públicos-alvo Selecionando canais e linguagens Indicadores de resultado na comunicação Pontos de atenção e melhores práticas Considerações finais Síntese Referências Bibliográficas & Consultadas
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