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RESENHA Livro O Príncipe, por Nicolau Maquiavel _Capítulos XXIV, XXV e XXVI

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RESENHA
Livro “O Príncipe”, por Nicolau Maquiavel
Capítulos XXIV, XXV e XXVI.
Janete Wilke
Capítulo XXIV 
* “Por que os príncipes da Itália perderam seus reinos” *
Neste capítulo Maquiavel faz uma análise de porque os senhores perderam seus estados.
Um novo príncipe é sempre mais observado do que um príncipe hereditário; quando um príncipe novo pratica seus atos, e estes atos são virtuosos conquistam muito mais os homens os tornando mais obedientes. Deverá o novo príncipe ser virtuoso nos seus atos, fortalecendo seu Estado com boas leis, boas armas e bons exemplos.
Se considerarmos os senhores que perderam seus Estados na Itália, como o rei de Nápoles, o duque de Milão e outros, encontra-se neles um defeito comum; sofriam de hostilidade por parte do povo ou não tinham exército, ou ainda não souberam se garantir diante dos poderosos. 
Quando o príncipe tem o povo ao seu lado não pode deixar ser derrubado, deve nos tempos de paz se preparar para a guerra mudando de conduta conforme a situação lhe aparece.
“...só são boas e certas e duradouras as defesas que dependem exclusivamente de você e de sua virtude...” (pág.131)
Capítulo XXV
* “Em que medida a fortuna controla as coisas humanas e como se pode resistir a ela” *
Neste capítulo Maquiavel dispõe sobre a sorte e a fortuna.
Para a grande maioria das pessoas o que governa é a fortuna e Deus. No modo de ver de Maquiavel tudo que acontece conosco e que for atribuído à sorte de forma a determinar cinquenta por cento ou um pouco menos das ações relevantes. Para não descartar nosso livre-arbítrio, se pode admitir que ela seja árbitra da metade de nossos atos, mas nos permite o controle sobre a outra metade, aproximadamente. 
A sorte é como um rio, que corre calmamente e que sem aviso vem com fúria, alagando planícies, arrastando árvores e construções. Devemos no seu momento de calmaria construir diques e barragens desviando seu ímpeto devastador para que escoe por um canal e provoque menos estrago e destruição no seu momento de fúria. 
Assim como a sorte a fortuna demonstra sua força onde não encontra uma virtude pronta para resistir, volta o seu ímpeto para onde sabe que não foram erguidas barreiras para contê-la. A fortuna pode ser dominada pelos homens virtuosos que sejam capazes de ousar, de responder de forma fria aos momentos de crises ou até mesmo em momentos de calmaria, serem capazes de se preparar bem, para possíveis insurgências que possam oferecer algum perigo a sua liderança ou ao seu domínio. Se considerar a Itália, que é sede e origem dessas alterações, se vê que ela é um campo sem qualquer defesa; caso ela fosse convenientemente protegida pela virtude, como a Alemanha, a Espanha e a França, ou esta cheia não teria causado grandes variações que ocorreram, ou ela não teria sequer ocorrido.
O príncipe que se baseia inteiramente na sorte se arruína porque quando esta muda ele também terá que mudar seu modo de agir caso contrário seu reino irá embora junto com o rio em fúria. 
O tempo vai determinar como o príncipe deve agir, contudo ele deve agir no tempo certo e sempre estar preparado para mudar conforme a sorte variar. 
“...é melhor ser impetuoso que prudente: porque a fortuna é mulher, e é preciso, caso se queira mantê-la submissa, dobrá-la e forçá-la....”
“...ela é sempre mais amiga dos jovens, os quais são menos respeitosos, mais ferozes e, com maior audácia, a comandam.” (pág.134) 
Capítulo XXVI 
* “Exortação a tomar a Itália e a libertá-la dos bárbaros” *
Neste ultimo capítulo Maquiavel expressa o seu anseio pela libertação de sua pátria, a Itália. 
..."quase sem vida, a Itália agora espera quem poderia ser aquele que sane as suas feridas e ponha fim aos saqueios da Lombardia, às depredações do reino de Nápoles e da Toscana, e a cure de suas chagas há muito tempo necrosadas.”...(pág.135)
Maquiavel pede a Deus que mande alguém para livrar a Itália da crueldade e insolência dos bárbaros, uma Itália agora quase sem vida, pondo fim aos seus problemas. Esperar por quem lhe possa curar as feridas neste momento, em quem mais ter esperança de que se ponha à frente da sua redenção senão na ilustre família Médici. Os italianos são superiores quanto aos duelos e competições; têm vigor, destreza e inteligência. Mas apresentam maus resultados quando se trata de exércitos de guerra, isto se deve diretamente da fraqueza dos seus líderes. Maquiavel quer uma Itália unida.
Este é o momento propício para um novo príncipe prudente e valoroso trazendo-lhe glória pessoal e benefícios para todos os homens do país dispostos a seguir uma bandeira, contanto que alguém os guie para aqueles resultados claros e bem definidos. Se cada um desses homens for bom, todos juntos serão melhores quando se virem comandados por seu príncipe, prestigiados e cuidados por ele. 
O príncipe ideal tem que ter uma combinação de Força e Caráter, Inteligência e Coragem, Habilidade e Sorte.
Versos de Petrarca:
	“Armas contra furor
	virtude tomará; e a luta é breve,
	que o antigo valor
	no coração da Itália não prescreve.” (pág.138)

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