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Direito internacional Publico - Resumo

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Direito internacional Público 
AV2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte da doutrina brasileira defende que o Brasil adotou o dualismo moderado, uma vez que a 
incorporação de um tratado ocorre pela publicação de um decreto presidencial. 
 
 Pacta sunt servanda, é uma regra objetiva fundamental fundada no consentimento 
perceptivo, que impõe aos Estados o dever de cumprir com as obrigações aceitas livremente 
no exercício de sua soberania. 
 Jus Cogens: baseia-se na ideia de que existem valores fundamentais e superiores dentro do 
sistema normativo internacional, os quais não poderiam ser afastados, substituídos ou 
eliminados a partir de manifestações volitivas por parte dos Estados que o compõem. (artigo 
53, Convenção de Viena) 
 Ex aequo et bono: equidade, a solução de um caso concreto, em relação a um conflito entre 
países, este será julgado pelas fontes, entretanto há a possibilidade de se julgar através da 
equidade se as partes concordarem ou porque não existe uma regra disponível sobre o caso. 
A equidade pode ser utilizada para o caso de a norma existir, mas não ser considerada justa 
para as partes em litígio. Por isso, a equidade se liga à justiça, pois visa dar respostas às 
pretensões satisfativas das partes. 
 
 O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça estabelece como fontes de direito 
internacional os tratados, o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões 
judiciais e a doutrina de juristas renomados. 
Fontes primárias 
São aquelas que constituem as fontes de onde emana a normatividade jurídica internacional. 
− Convenções e tratados internacionais 
− Costume internacional 
− Princípios gerais do Direito 
 
Meios auxiliares 
São um conjunto de métodos e elementos interpretativos autorizados capazes de dar concretude à 
compreensão das normas de Direito Internacional Público. 
 - Decisões judiciárias 
- Doutrinas dos juristas qualificados 
- Decisões dos tribunais internacionais 
 
 
Dualismo 
Para os dualistas, o DIP e o Direito 
Interno são ordens jurídicas 
distintas, e os tratados seriam 
apenas compromissos assumidos 
na esfera externa, sem capacidade 
de gerar efeitos no interior dos 
Estados. 
Tratado só seria exigível com a sua 
incorporação. 
Monismo 
Para os monistas, o DIP tem 
aplicação direta no ordenamento 
jurídico dos Estados. O Direito 
Internacional e o Direito Interno 
seriam dois ramos dentro de um 
mesmo sistema jurídico. 
Hans Kelsen é um expoente do 
monismo. 
 Temos também as normas imperativas de Direito Internacional ou jus cogens, os atos unilaterais dos 
Estados, as decisões das organizações internacionais e as normas de soft law. Por isso, o rol não é 
considerado taxativo. (Soft Law: São recomendações, não apresentam um caráter duro, obrigatório, 
equivalem as normas programáticas.) 
 Não há hierarquia entre as fontes (tratados e costumes estão no mesmo plano hierárquico) 
 Os tratados são adotados pelos países por configurarem as seguintes vantagens: segurança jurídica, 
participação democrática e clareza das avenças. 
 
 
Fases de internalização dos tratados 
 
 Negociação Assinatura Aprovação do Congresso Ratificação do Presidente Decreto do 
 Nacional da República Presidente da República 
 
 
 Em termos de internalização de um tratado é necessário a expedição de um 
decreto presidencial sendo este um ato discricionário (conveniência e 
oportunidade) e que não está sujeito a um prazo pré-definido. 
 A adoção vai gerar a presunção de que o tratado é autentico e definitivo. 
 Ratificou está obrigado internacionalmente, independente de decreto para 
vigência deste. Porque para o direito internacional uma vez que ratificado já 
está vigente para o direito internacional. 
 A autorização congressual ocorre através do decreto legislativo. É da 
competência exclusiva do Congresso Nacional: I – resolver definitivamente sobre 
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou 
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; Art. 84. 
 
Hierarquia dos tratados 
 
 Tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados na forma do §3º do art. 5º da 
Constituição Federal têm o status de Emendas Constitucionais. (Aprovação de 3/5 em 
duas votações, em dois turnos, nas casas do Congresso Nacional) 
 Tratados de Direitos Humanos que foram introduzidos através do rito do art. 5º, §2º da 
Constituição Federal têm o status de supralegalidade, isto é, estão acima de todas as leis, 
mas abaixo da Constituição Federal de 1988. (Não aprovados com o quórum de 3/5) 
 Tratados internacionais que versam sobre as demais matérias, quando incorporados, têm 
o status de norma infraconstitucional, revogando, assim, as normas anteriores sobre a 
mesma matéria 
 
 Emenda Constitucional 
 Tratados supralegais 
 Leis ordinárias Federais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Personalidade jurídica internacional 
 
A personalidade jurídica internacional é a capacidade de fato e de direito para o exercício de direitos 
e deveres no plano internacional. 
 No caso Bernadotte (1948), a CIJ entendeu que a Organização das Nações Unidas (ONU) 
teria personalidade jurídica própria para tutelar direitos de seus funcionários, ou seja, foi o 
pontapé inicial para dar personalidade jurídica a ONU. 
 Os Estados são considerados pessoas jurídicas internacionais por excelência, pois 
representam a coletividade no plano jurídico internacional. 
 Para a CIJ, quem detém personalidade jurídica internacional: É a entidade que tem 
capacidade de ser titular de direitos e deveres internacionais, e a capacidade de fazer 
prevalecer estes direitos por meio de reclamação internacional. 
 
Sujeito de Direito Internacional Público: Estado. 
 
 Os elementos necessários para a constituição de um Estado são: 
-Território: Trata-se do âmbito de validade espacial, base física de Estado no qual ele exerce sua 
soberania. 
-Povo: Trata-se dos nacionais de um país. O Estado, no entanto, não possui ampla liberdade para 
conceder nacionalidade a quem desejar, tendo em vista que o Direito Internacional apresenta duas 
limitações: uso de critérios jus solis e/ou jus sanguinis e necessidade de vínculo efetivo entre a 
pessoa e o Estado. 
o Jus Sanguinis: vinculação de um indivíduo com a sua ascendência, gerando vinculo de 
nacionalidade. 
o Jus Solis: princípio que atribui a nacionalidade de acordo com o seu lugar de nascimento. 
-Governo: É o conjunto de pessoas encarregadas de conceder eficácia ao ordenamento jurídico 
nacional. É quem é “capaz de decidir de modo definitivo dentro do território estatal, não admitindo 
a ingerência de nenhuma outra autoridade exterior” 
o Plano interno é a administração e gestão do país, traduzido na figura do Poder Executivo. 
o Plano externo o Estado é quem representa o país perante outros Estados, participando das 
relações internacionais e conduzindo a política externa. 
 
 Quando o Estado é formado ganha os direitos Jus Tractum, Jus Legationen e Jus 
AD Bellum: 
 
-Jus Tractum: aptidão a celebrar tratados. 
-Jus Legationen: o direito de enviar e receber representação diplomática. 
-Jus AD Bellum: o direito de declarar guerra. 
 
 Elementos formadores do Estado e de governo: 
- Não existe uma grande autoridade internacional central com a atribuição de reconhecer Estados 
com efeitos erga omnes. Dessa maneira, o reconhecimento dos Estados no Direito Internacional 
produz apenas efeitos interpartes – parte que reconhece e parte reconhecida. 
- Reconhecimento de um Estado possui natureza jurídica meramente declaratória, conforme 
dispõe a Convenção de Montevidéu, de 1933. A ideia de reconhecimento como ato declaratório tem 
fundamentono princípio da efetividade do Direito Internacional: se, na realidade fática, 
determinada coletividade tem povo, território e governo independente, trata-se de um Estado de 
fato e, por conseguinte, é um Estado de Direito. 
Forma expressa: Por meio de ato jurídico internacional que expressamente reconhece determinada 
coletividade como Estado. 
Forma tácita: Por meio de ato não formalmente expresso reconhecendo determinada coletividade 
como Estado. Por exemplo, a forma como o Reino Unido reconheceu o Brasil, que ocorreu por meio 
do Tratado de Comércio de Navegação e Amizade em 1810; 
Forma Unilateral: Por meio de ato unilateral do Estado que reconhece. 
Forma Bilateral: Por meio de tratado entre o Estado que reconhece e o Estado reconhecido. 
 
- O título de reconhecimento de governo tem a sua importância no fato de que o governo é formado 
pelo conjunto de pessoas que pode estabelecer relações jurídicas internacionais em nome do Estado, 
chamados de plenipotenciários. Assim como o reconhecimento de Estado, o reconhecimento de 
governo pode ser utilizado como meio de manipulação política. 
- Para torná-lo um instituto menos aberto a eventuais manipulações políticas, foram criadas 
algumas doutrinas com o objetivo de estabelecer critérios objetivos para o reconhecimento de 
governos. 
Doutrina Tobar: tem como fundamento o Princípio da Busca da Paz. Segundo ele, todo e qualquer 
governo que tenha usado da força para tomar o poder seria ilegítimo 
Doutrina Estrada: entende que o reconhecimento de governo é um instituto imperialista. Com 
fundamento no Princípio da Não Intervenção, a doutrina Estrada define que todo e qualquer governo 
deve ser reconhecido, ainda que tacitamente 
 
 Sucessão de Estados 
 
- Quando um Estado deixa de existir, as obrigações que ele criou não se extinguem, mas sim passam 
para os Estados sucessores. Trata-se do princípio da continuidade. 
- Para que um Estado deixe de existir, é necessária alguma mudança drástica em algum de seus 
elementos: governo, território e povo, em especial estes dois últimos 
- A sucessão é uma matéria fruto de costume preexistente e, por isso, não há um nome específico 
para suas formas. No entanto, podem ser identificadas as seguintes formas: 
Fusão: Ocorre quando dois Estados se juntam para formar um terceiro. Por exemplo, a unificação 
alemã de 1870. 
Incorporação: Ocorre quando um Estado incorpora outro, este deixa de existir e aquele se torna um 
Estado maior ainda. Por exemplo, a reunificação alemã de 1989. 
Secessão, divisão ou cisão: Ocorre quando um Estado deixa de existir e, em seu lugar, surgem 
vários outros. Por exemplo, o fim da URSS. 
Desmembramento: Ocorre quando um Estado grande, por um processo qualquer de revolta interna, 
permanece, mas dele surgem outros Estados. 
 
 Imunidade de jurisdição 
 
- Soberania de seu território – Par in parem non habet imperium (o par entre seus pares não 
exerce jurisdição, ou seja, um Estado não pode julgar outro Estado.) 
Atos de império: Configuram a imperatividade/soberania do Estado e não pode ser subjugado por 
outro Estado. 
Atos de gestão: relacionados à administração. 
OBS: RE 953656 – A imunidade não significa extraterritorialidade, a embaixada do país estrangeiro 
e seus representantes são imunes, todavia o direito local deve ser considerado. 
 
 Imunidade diplomática 
 
Imunidades penais 
Convenção de Viena de Relações Diplomáticas, de 1961, que foi promulgada no Brasil pelo Decreto 
56.435 
Artigo 31: 1. O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado (...)”. 
A imunidade penal é absoluta, sem exceções. A rigor, o diplomata não pode sequer ser tocado pelo 
guarda, devido ao art. 29 do Decreto nº 56.435/1965. Ainda, o diplomata não pode sequer ser 
testemunha, é preciso autorização do Estado para depor como testemunha. 
Imunidades civis 
Nas imunidades civis, o diplomata não tem tamanha extensão. Em regra, terá ampla imunidade 
civil, salvo algumas exceções. 
Artigo 31: 1. (...) Gozará também da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate de: a) 
uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o agente diplomático o 
possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão. b) uma ação sucessória na qual o agente 
diplomático figure, a título privado e não em nome do Estado, como executor testamentário, administrador, 
herdeiro ou legatário. c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo 
agente diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais. 
Imunidades tributárias 
A relação tributária é caracterizada pela sujeição, de modo que, como regra, a imunidade tributária 
do diplomata é bastante ampla. 
Artigo 34. O agente diplomático gozará de isenção de todos os impostos e taxas, pessoais ou reais, nacionais, 
regionais ou municipais, com as exceções seguintes: a) os impostos indiretos que estejam normalmente incluídos 
no preço das mercadorias ou dos serviços; b) os impostos e taxas sobre bens imóveis privados situados no 
território do Estado acreditado, a não ser que o agente diplomático os possua em nome do Estado acreditante e 
para os fins da missão; c) os direitos de sucessão percebidos pelo Estado acreditado, salvo o disposto no 
parágrafo 4 do artigo 39; d) os impostos e taxas sobre rendimentos privados que tenham a sua origem no Estado 
acreditado e os impostos sobre o capital referentes a investimentos em empresas comerciais no Estado 
acreditado; e) os impostos e taxas que incidem sobre a remuneração relativa a serviços específicos; f) os direitos 
de registro, de hipoteca, custas judiciais e imposto de selo relativos a bens imóveis, salvo o disposto no artigo 
23. 
 Imunidades consulares 
- Da mesma forma que as imunidades diplomáticas, as imunidades consulares são um instituto 
composto pela imunidade de jurisdição, imunidade de execução (ou de inviolabilidade) e por certas 
prerrogativas. 
- O cônsul possui menos imunidades que o diplomata (MAZZUOLI, 2019). Como regra, sua 
imunidade abrange apenas atos do ofício do consulado. Isso porque o cônsul tem uma função 
relativamente menos importante do que a do diplomata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diplomata 
Leva adiante a política 
internacional do país. 
Cônsul 
Atua com o objetivo 
de zelar pelos 
interesses dos seus 
nacionais no Estado 
estrangeiro. 
Imunidades penais 
Artigo 41. Inviolabilidade pessoal dos funcionários consulares. 1. Os funcionários consulares não poderão ser 
detidos ou presos preventivamente, exceto em caso de crime grave e em decorrência de decisão de autoridade, 
judiciária competente. 
- O cônsul somente é imune a crimes que não sejam considerados graves, portanto, pode ser 
preso, inclusive de forma cautelar, quanto à prática de crimes graves. 
- A Convenção não fez qualquer definição sobre o conceito de crime grave, ou seja, é uma norma 
internacional em branco, e a sua definição cabe ao Direito interno de cada Estado. No Brasil, não 
há uma definição legal ou sumulada de crimes graves, então se aplica a jurisprudência do STF, 
que utilizou algumas definições para crime grave. (todos os crimes fora da competência do 
Juizado Especial Criminal seriam considerados graves.) 
Imunidades civis 
- No que se refere às imunidades civis, o cônsul possui menor proteção do que os diplomatas. Não 
se aplica a imunidade para contratos realizados fora do ofício do cônsul nem para ação de danos 
causados por acidente de veículo, navio ou transporte, na forma do art. 43 da Convenção de 
Viena das Relações Consulares. 
Imunidades tributárias 
- O cônsul tem as mesmas imunidades tributárias que os diplomatas, ou seja, não está submetido 
ao poder do Estado estrangeiro tanto quanto o diplomata. 
 
Responsabilidade internacional 
 
- A responsabilidade internacional será pautada pelas práticas costumeiras. 
- A Comissãode direito internacional da ONU desenvolveu um projeto para regular a 
responsabilidade internacional dos Estados. 
Art. 2º Elementos de um ato internacionalmente ilícito do Estado 
Há um ato internacionalmente ilícito do Estado quando a conduta, consistindo em uma ação ou omissão: 
a) é atribuível ao Estado consoante o Direito Internacional; e 
b) constitui uma violação de uma obrigação internacional do Estado. (Projeto da ONU sobre Responsabilidade 
Internacional dos Estados) 
 
Teoria subjetiva (culpa): Além da configuração de ato ilícito, haverá a necessidade de comprovação 
do dolo ou da culpa do agente. Grósio 
 
Teoria objetiva (risco): Não precisa comprovar o elemento subjetivo da conduta do agente, basta a 
violação de uma norma do direito internacional para que o agente seja responsabilizado. Anzilotti 
e Rezeek 
 
 • Imputabilidade 
Trata-se da relação entre a conduta delituosa e a pessoa que é responsável por ela. Não vai ser 
necessariamente quem fez aquela conduta. 
Imputabilidade direta 
Uma ação de qualquer agente público, no exercício da sua profissão, acarreta a responsabilidade 
internacional do Estado. Trata-se do caso em que o próprio Estado comete o ato ilícito — e não 
um terceiro —, sendo um caso de imputabilidade direta. Ex. Legislação aprovada pelo congresso 
que afronta uma norma internacional. 
 
Imputabilidade indireta 
Ocorre quando um indivíduo comete um ato internacionalmente ilícito e um terceiro Estado é 
responsabilizado pela conduta. A responsabilidade por imputabilidade indireta não pode ser 
presumida, deve estar expressa em norma internacional. Pode ocorrer nos casos de tutela, 
comodato, protetorados, regime de associação entre Estados. 
 
 Formas de reparar o dano: 
 
Restituição: Com previsão no art. 35 do Projeto da ONU sobre Responsabilidade Internacional dos 
Estados. Toda vez que a restituição for impossível ou insuficiente, é possível requerer a 
indenização. 
Indenização: É estabelecida no art. 36.2: “a indenização deverá cobrir qualquer dano suscetível de 
mensuração financeira, requerendo lucros cessantes na medida da sua comprovação”. 
Satisfação: Trata-se de reparação de índole moral: “o Estado responsável por um ato 
internacionalmente ilícito tem a obrigação de dar a satisfação pelo prejuízo causado por aquele 
ato, desde que ele não possa ser reparado pela restituição, ou pela indenização”. Trata-se, 
portanto, de um pedido diplomático de desculpa. 
 
 Excludentes de ilicitude: 
 
Consentimento: Possui como exemplo clássico a França de Vichy. Nesse caso, a França foi 
invadida pela Alemanha, e uma parte do território francês ficou com a Alemanha e a outra parte 
com o governo francês de Vichy. O Estado francês, vítima no caso, concordou com a divisão, 
ainda que possa ser considerado um consentimento viciado. 
- A fim de que não seja o consentimento utilizado de forma política a favor de Estados fortes em 
detrimento de Estados fracos, é que a melhor doutrina elenca serem condições para o 
consentimento que este seja (a) real, (b) válido em direito das gentes, (c) atribuível 
internacionalmente ao Estado lesionado e (d) anterior à prática do ato cuja ilicitude se pretende 
excluir. 
Legítima defesa: Os atos de legítima defesa afastam a responsabilidade internacional do Estado, 
mas só podem ser aplicados quando existir um dano anteriormente verificado, decorrente de 
ataque armado contra um membro das Nações Unidas. Ou seja, o exercício da legítima defesa 
pressupõe sempre uma agressão armada injusta (sem causa) e uma reação estatal imediata, 
levada a efeito pela necessidade de defesa, necessária à preservação de pessoas e da dignidade do 
Estado. Essa reação do Estado deve dar-se por meio de uma medida lícita de defesa, manifestada 
de maneira adequada e proporcional ao ataque ou ao perigo iminente. 
 
Comércio internacional 
 
- Adam Smith – Um grande filósofo do período mercantilista, escreveu a obra “A riqueza das 
nações”, explicou o sistema mercantil (baseado na acumulação de riquezas mediante trocas 
comerciais – quando surgiu o interesse pelo consumo de bens produzidos por outros países) 
- Lex Mercatória, primeiro documento que criou as bases para a arbitragem internacional, uma 
vez que tinha o objetivo de solucionar os conflitos decorrentes das primeiras relações comerciais 
internacionais – além de regular as transações. Por ter que lidar com vários países, não pôde se 
vincular às regras de nenhum território específico 
- Considerado o primeiro tratado comercial internacional, foi o Tratado de Methuen (1703), mais 
conhecido como Tratado de Panos e Vinhos. Foi firmado entre Inglaterra e Portugal, envolvendo a 
lã inglesa e os vinhos portugueses; a Inglaterra escolheu estreitar suas relações comerciais com 
Portugal, em detrimento da França, com o objetivo de obter melhor desempenho em relação 
àquele país e a conquista do ouro brasileiro. 
- O Tratado de Methuen deu origem a Cláusula da nação mais favorecida, trazendo à tona a 
discussão sobre o tratamento desigual de um país em detrimento de outros na concessão de um 
benefício – normalmente de ordem tributária quanto às importações. (Se um país der preferência 
a outro, essa preferência e todos os benefícios e privilégios decorrentes dela deverão ser 
estendidos a outros países.) 
- O Tratado Cobden-Chevalier foi firmado entre a Inglaterra e a França, no qual a Inglaterra 
beneficiava a França com reduções e isenções tarifárias. Em troca, a França eliminou inúmeras 
proibições no tocante às relações comerciais entre os dois países e também reduziu as tarifas 
incidentes sobre os produtos ingleses. 
- Convenção de Viena de 1980 que dispõe sobre os direitos e deveres das partes, bem como 
sobre o formato dos contratos, como a redação das cláusulas e a ampliação das informações 
necessárias. 
- Incoterms: Os Incoterms são cláusulas padronizadas integrantes dos contratos que dispõem 
sobre as condições do negócio jurídico, como a entrega da mercadoria comercializada, despesas, 
prazos, direitos, obrigações e eventuais responsabilidades das partes pelo descumprimento das 
obrigações. Portanto, os Incoterms podem ser escolhidos e negociados entre as partes 
contratantes, servindo como recomendações gerais a estes contratos 
- General Agreement on Tarifs and Trade (GATT), que pode ser traduzido como “Acordo Geral 
de Tarifas e Comércio” - em Genebra (Suíça), foi aprovado este documento provisório – enquanto 
não se criava a organização internacional propriamente dita. 
- A OMC é uma organização internacional responsável por regular as operações comerciais 
internacionais. Aplica os instrumentos jurídicos, administra os acordos realizados entre os países-
membros, controla o papel dos mesmos e propõe-se a solucionar as controvérsias existentes entre 
eles. 
 
Arbitragem 
- A Arbitragem pode ser definida como uma das vias adequadas à solução de conflitos fora do 
Poder Judiciário. Permite que as partes cheguem a um consenso sobre determinada disputa 
envolvendo direitos patrimoniais disponíveis. As partes são mediadas por um árbitro, que é a 
autoridade julgadora. 
Autonomia da vontade 
As partes em conflito possuem ampla autonomia para decidir como a questão conflituosa poderá 
ser resolvida, incluindo os prazos, os procedimentos e até mesmo a autoridade julgadora. 
Celeridade 
O procedimento arbitral costuma ser mais rápido, principalmente se comparado à morosidade 
que muitas vezes se observa na via judicial. 
Não surpresa 
Este princípio também possui aplicabilidade no processo civil comum – conforme os Artigos 7º, 9º 
e 10 do Código de Processo Civil. Está diretamente relacionado ao princípio do contraditório e 
informa que o julgador não pode decidir sem antes ouvir a manifestação das partes envolvidas ou 
interessadas no processo, evitando, assim, de serem surpreendidas com decisões sobre o 
procedimento arbitral do qual não tinham conhecimento.Cordialidade 
As partes devem apresentar condutas éticas e de mútuo respeito, principalmente devido à ampla 
autonomia que possuem para decidir sobre o procedimento arbitral. 
 
 
 
Confidencialidade 
Em geral, a Arbitragem ocorre de maneira sigilosa, evitando-se que sejam publicizados aspectos 
confidenciais envolvendo a disputa, como segredos industriais e outras informações relativas à 
propriedade intelectual, direitos autorais e patentes, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Arbitragem pública: pessoas jurídicas de direto público. 
o Arbitragem privada: pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. 
 
 Arbitragem no Brasil 
 
- No Brasil, a Lei da Arbitragem dividiu a Convenção de Arbitragem em duas possibilidades. Uma 
delas deve ser escolhida para formar a estrutura da Arbitragem: a cláusula compromissória ou o 
compromisso arbitral, conforme os Art. 3º, 4º e 9º da Lei Brasileira de Arbitragem. 
 
Cláusula compromissaria: Refere-se ao compromisso previamente assumido entre as partes de 
que, qualquer conflito que surja no decorrer de um determinado contrato internacional, elas se 
submeterão ao procedimento arbitral para solucioná-lo 
Compromisso arbitral: Costuma ser firmado diante de um conflito concreto, onde as partes, que já 
estão com um conflito no judiciário, revolvem em comum acordo se submeter ao procedimento 
arbitral. 
Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no Brasil de conformidade com os 
tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno e, na sua ausência, estritamente de acordo com os 
termos desta Lei. 
Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido proferida fora do território 
nacional. 
 
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão 
estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. 
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória. 
§ 2º A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do 
Superior Tribunal de Justiça. 
§ 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, 
subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. 
 
 Elementos que regulam a guerra 
 
-Segundo o Direito Internacional Público, a guerra pode ser definida como uma disputa ou 
conflito que, de modo geral, é armado. Envolve dois ou mais Estados, dura certo tempo – 
algumas semanas, meses ou anos – até que um Estado imponha suas vontades sobre os demais 
Estados em conflito, vontades que podem ser políticas, econômicas, territoriais etc. 
Composição de um procedimento arbitral 
1- As partes envolvidas: no comércio 
internacional, pessoas jurídicas de 
direito público ou privado; 
2- Os advogados: representantes legais 
das partes; 
3- Os árbitros: autoridades julgadoras 
(BASSO, 2020). 
- Quanto à competência, quem pode declarar guerra? No Brasil, é a União, mais especificamente o 
Presidente da República – desde que autorizado ou referendado pelo Congresso Nacional, 
conforme se extrai dos Artigos 21, II, e 84, XIX, da Constituição Federal 
- Um dos efeitos da declaração da guerra é a suspensão das relações diplomáticas e dos 
tratados internacionais firmados entre os países beligerantes, uma vez que elas se baseiam em 
atos de civilidade, acordos, lealdades e um ambiente pacífico entre os países. Outro grande efeito 
é a restrição ao livre comércio e livre circulação entre as suas fronteiras. 
- Sob a ótica do Direito Internacional Público, o instrumento formal de encerramento de uma 
guerra é o Tratado de Paz firmado entre os Estados beligerantes. O pontapé inicial para o fim da 
guerra é o chamado armistício, que consiste em uma suspensão consensual e temporária do 
conflito armado, objetivando, em última instância, o restabelecimento da paz. 
Jus ad bellum: direito de fazer guerra. 
Jus in bellum: amenizar o sofrimento causado pela guerra. 
 - A guerra passou a ser considerada, pelas Nações Unidas, como uma forma violenta e ilícita de 
os Estados conflitarem entre si. 
- É assim que o Direito Internacional Público compreende a guerra atualmente, considerando os 
conflitos violentos o último recurso de um Estado, uma vez que se passou a dar preferência às 
soluções pacíficas diante de controvérsias internacionais. 
- Logo após a Primeira Guerra Mundial, consagrou-se no âmbito internacional o princípio da 
proibição da guerra ou do uso da força. 
 
Artigo 51. Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no 
caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança 
tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais. As medidas 
tomadas pelos Membros no exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao 
Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a 
presente Carta atribui ao Conselho para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à 
manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais. 
 
 Terrorismo Internacional 
Um ponto muito importante e atual diz respeito ao terrorismo internacional, que pode ser definido 
como um conjunto de atos de violência praticados por um grupo contra cidadãos comuns (civis), 
com o objetivo de gerar medo ou terror e chamar a atenção de determinado Estado, seja a título 
de uma resposta ilegal ou para obter a realização de uma vontade. 
 
Declaração de Paris: Dispõe sobre guerra marítima. 
Convenção de Genebra: Prevê acerca dos feridos de guerra. 
Convenção de Haia: A Convenção de Haia de 1889 dispõe sobre regulamentação das guerras 
terrestres – A Convenção de Haia de 1907 dispõe sobre o fim das hostilidades, tanto em guerras 
terrestres quanto em guerras marítimas e demais questões relacionadas.

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