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Direito internacional Público AV2 Parte da doutrina brasileira defende que o Brasil adotou o dualismo moderado, uma vez que a incorporação de um tratado ocorre pela publicação de um decreto presidencial. Pacta sunt servanda, é uma regra objetiva fundamental fundada no consentimento perceptivo, que impõe aos Estados o dever de cumprir com as obrigações aceitas livremente no exercício de sua soberania. Jus Cogens: baseia-se na ideia de que existem valores fundamentais e superiores dentro do sistema normativo internacional, os quais não poderiam ser afastados, substituídos ou eliminados a partir de manifestações volitivas por parte dos Estados que o compõem. (artigo 53, Convenção de Viena) Ex aequo et bono: equidade, a solução de um caso concreto, em relação a um conflito entre países, este será julgado pelas fontes, entretanto há a possibilidade de se julgar através da equidade se as partes concordarem ou porque não existe uma regra disponível sobre o caso. A equidade pode ser utilizada para o caso de a norma existir, mas não ser considerada justa para as partes em litígio. Por isso, a equidade se liga à justiça, pois visa dar respostas às pretensões satisfativas das partes. O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça estabelece como fontes de direito internacional os tratados, o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciais e a doutrina de juristas renomados. Fontes primárias São aquelas que constituem as fontes de onde emana a normatividade jurídica internacional. − Convenções e tratados internacionais − Costume internacional − Princípios gerais do Direito Meios auxiliares São um conjunto de métodos e elementos interpretativos autorizados capazes de dar concretude à compreensão das normas de Direito Internacional Público. - Decisões judiciárias - Doutrinas dos juristas qualificados - Decisões dos tribunais internacionais Dualismo Para os dualistas, o DIP e o Direito Interno são ordens jurídicas distintas, e os tratados seriam apenas compromissos assumidos na esfera externa, sem capacidade de gerar efeitos no interior dos Estados. Tratado só seria exigível com a sua incorporação. Monismo Para os monistas, o DIP tem aplicação direta no ordenamento jurídico dos Estados. O Direito Internacional e o Direito Interno seriam dois ramos dentro de um mesmo sistema jurídico. Hans Kelsen é um expoente do monismo. Temos também as normas imperativas de Direito Internacional ou jus cogens, os atos unilaterais dos Estados, as decisões das organizações internacionais e as normas de soft law. Por isso, o rol não é considerado taxativo. (Soft Law: São recomendações, não apresentam um caráter duro, obrigatório, equivalem as normas programáticas.) Não há hierarquia entre as fontes (tratados e costumes estão no mesmo plano hierárquico) Os tratados são adotados pelos países por configurarem as seguintes vantagens: segurança jurídica, participação democrática e clareza das avenças. Fases de internalização dos tratados Negociação Assinatura Aprovação do Congresso Ratificação do Presidente Decreto do Nacional da República Presidente da República Em termos de internalização de um tratado é necessário a expedição de um decreto presidencial sendo este um ato discricionário (conveniência e oportunidade) e que não está sujeito a um prazo pré-definido. A adoção vai gerar a presunção de que o tratado é autentico e definitivo. Ratificou está obrigado internacionalmente, independente de decreto para vigência deste. Porque para o direito internacional uma vez que ratificado já está vigente para o direito internacional. A autorização congressual ocorre através do decreto legislativo. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; Art. 84. Hierarquia dos tratados Tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados na forma do §3º do art. 5º da Constituição Federal têm o status de Emendas Constitucionais. (Aprovação de 3/5 em duas votações, em dois turnos, nas casas do Congresso Nacional) Tratados de Direitos Humanos que foram introduzidos através do rito do art. 5º, §2º da Constituição Federal têm o status de supralegalidade, isto é, estão acima de todas as leis, mas abaixo da Constituição Federal de 1988. (Não aprovados com o quórum de 3/5) Tratados internacionais que versam sobre as demais matérias, quando incorporados, têm o status de norma infraconstitucional, revogando, assim, as normas anteriores sobre a mesma matéria Emenda Constitucional Tratados supralegais Leis ordinárias Federais Personalidade jurídica internacional A personalidade jurídica internacional é a capacidade de fato e de direito para o exercício de direitos e deveres no plano internacional. No caso Bernadotte (1948), a CIJ entendeu que a Organização das Nações Unidas (ONU) teria personalidade jurídica própria para tutelar direitos de seus funcionários, ou seja, foi o pontapé inicial para dar personalidade jurídica a ONU. Os Estados são considerados pessoas jurídicas internacionais por excelência, pois representam a coletividade no plano jurídico internacional. Para a CIJ, quem detém personalidade jurídica internacional: É a entidade que tem capacidade de ser titular de direitos e deveres internacionais, e a capacidade de fazer prevalecer estes direitos por meio de reclamação internacional. Sujeito de Direito Internacional Público: Estado. Os elementos necessários para a constituição de um Estado são: -Território: Trata-se do âmbito de validade espacial, base física de Estado no qual ele exerce sua soberania. -Povo: Trata-se dos nacionais de um país. O Estado, no entanto, não possui ampla liberdade para conceder nacionalidade a quem desejar, tendo em vista que o Direito Internacional apresenta duas limitações: uso de critérios jus solis e/ou jus sanguinis e necessidade de vínculo efetivo entre a pessoa e o Estado. o Jus Sanguinis: vinculação de um indivíduo com a sua ascendência, gerando vinculo de nacionalidade. o Jus Solis: princípio que atribui a nacionalidade de acordo com o seu lugar de nascimento. -Governo: É o conjunto de pessoas encarregadas de conceder eficácia ao ordenamento jurídico nacional. É quem é “capaz de decidir de modo definitivo dentro do território estatal, não admitindo a ingerência de nenhuma outra autoridade exterior” o Plano interno é a administração e gestão do país, traduzido na figura do Poder Executivo. o Plano externo o Estado é quem representa o país perante outros Estados, participando das relações internacionais e conduzindo a política externa. Quando o Estado é formado ganha os direitos Jus Tractum, Jus Legationen e Jus AD Bellum: -Jus Tractum: aptidão a celebrar tratados. -Jus Legationen: o direito de enviar e receber representação diplomática. -Jus AD Bellum: o direito de declarar guerra. Elementos formadores do Estado e de governo: - Não existe uma grande autoridade internacional central com a atribuição de reconhecer Estados com efeitos erga omnes. Dessa maneira, o reconhecimento dos Estados no Direito Internacional produz apenas efeitos interpartes – parte que reconhece e parte reconhecida. - Reconhecimento de um Estado possui natureza jurídica meramente declaratória, conforme dispõe a Convenção de Montevidéu, de 1933. A ideia de reconhecimento como ato declaratório tem fundamentono princípio da efetividade do Direito Internacional: se, na realidade fática, determinada coletividade tem povo, território e governo independente, trata-se de um Estado de fato e, por conseguinte, é um Estado de Direito. Forma expressa: Por meio de ato jurídico internacional que expressamente reconhece determinada coletividade como Estado. Forma tácita: Por meio de ato não formalmente expresso reconhecendo determinada coletividade como Estado. Por exemplo, a forma como o Reino Unido reconheceu o Brasil, que ocorreu por meio do Tratado de Comércio de Navegação e Amizade em 1810; Forma Unilateral: Por meio de ato unilateral do Estado que reconhece. Forma Bilateral: Por meio de tratado entre o Estado que reconhece e o Estado reconhecido. - O título de reconhecimento de governo tem a sua importância no fato de que o governo é formado pelo conjunto de pessoas que pode estabelecer relações jurídicas internacionais em nome do Estado, chamados de plenipotenciários. Assim como o reconhecimento de Estado, o reconhecimento de governo pode ser utilizado como meio de manipulação política. - Para torná-lo um instituto menos aberto a eventuais manipulações políticas, foram criadas algumas doutrinas com o objetivo de estabelecer critérios objetivos para o reconhecimento de governos. Doutrina Tobar: tem como fundamento o Princípio da Busca da Paz. Segundo ele, todo e qualquer governo que tenha usado da força para tomar o poder seria ilegítimo Doutrina Estrada: entende que o reconhecimento de governo é um instituto imperialista. Com fundamento no Princípio da Não Intervenção, a doutrina Estrada define que todo e qualquer governo deve ser reconhecido, ainda que tacitamente Sucessão de Estados - Quando um Estado deixa de existir, as obrigações que ele criou não se extinguem, mas sim passam para os Estados sucessores. Trata-se do princípio da continuidade. - Para que um Estado deixe de existir, é necessária alguma mudança drástica em algum de seus elementos: governo, território e povo, em especial estes dois últimos - A sucessão é uma matéria fruto de costume preexistente e, por isso, não há um nome específico para suas formas. No entanto, podem ser identificadas as seguintes formas: Fusão: Ocorre quando dois Estados se juntam para formar um terceiro. Por exemplo, a unificação alemã de 1870. Incorporação: Ocorre quando um Estado incorpora outro, este deixa de existir e aquele se torna um Estado maior ainda. Por exemplo, a reunificação alemã de 1989. Secessão, divisão ou cisão: Ocorre quando um Estado deixa de existir e, em seu lugar, surgem vários outros. Por exemplo, o fim da URSS. Desmembramento: Ocorre quando um Estado grande, por um processo qualquer de revolta interna, permanece, mas dele surgem outros Estados. Imunidade de jurisdição - Soberania de seu território – Par in parem non habet imperium (o par entre seus pares não exerce jurisdição, ou seja, um Estado não pode julgar outro Estado.) Atos de império: Configuram a imperatividade/soberania do Estado e não pode ser subjugado por outro Estado. Atos de gestão: relacionados à administração. OBS: RE 953656 – A imunidade não significa extraterritorialidade, a embaixada do país estrangeiro e seus representantes são imunes, todavia o direito local deve ser considerado. Imunidade diplomática Imunidades penais Convenção de Viena de Relações Diplomáticas, de 1961, que foi promulgada no Brasil pelo Decreto 56.435 Artigo 31: 1. O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado (...)”. A imunidade penal é absoluta, sem exceções. A rigor, o diplomata não pode sequer ser tocado pelo guarda, devido ao art. 29 do Decreto nº 56.435/1965. Ainda, o diplomata não pode sequer ser testemunha, é preciso autorização do Estado para depor como testemunha. Imunidades civis Nas imunidades civis, o diplomata não tem tamanha extensão. Em regra, terá ampla imunidade civil, salvo algumas exceções. Artigo 31: 1. (...) Gozará também da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate de: a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão. b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e não em nome do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário. c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais. Imunidades tributárias A relação tributária é caracterizada pela sujeição, de modo que, como regra, a imunidade tributária do diplomata é bastante ampla. Artigo 34. O agente diplomático gozará de isenção de todos os impostos e taxas, pessoais ou reais, nacionais, regionais ou municipais, com as exceções seguintes: a) os impostos indiretos que estejam normalmente incluídos no preço das mercadorias ou dos serviços; b) os impostos e taxas sobre bens imóveis privados situados no território do Estado acreditado, a não ser que o agente diplomático os possua em nome do Estado acreditante e para os fins da missão; c) os direitos de sucessão percebidos pelo Estado acreditado, salvo o disposto no parágrafo 4 do artigo 39; d) os impostos e taxas sobre rendimentos privados que tenham a sua origem no Estado acreditado e os impostos sobre o capital referentes a investimentos em empresas comerciais no Estado acreditado; e) os impostos e taxas que incidem sobre a remuneração relativa a serviços específicos; f) os direitos de registro, de hipoteca, custas judiciais e imposto de selo relativos a bens imóveis, salvo o disposto no artigo 23. Imunidades consulares - Da mesma forma que as imunidades diplomáticas, as imunidades consulares são um instituto composto pela imunidade de jurisdição, imunidade de execução (ou de inviolabilidade) e por certas prerrogativas. - O cônsul possui menos imunidades que o diplomata (MAZZUOLI, 2019). Como regra, sua imunidade abrange apenas atos do ofício do consulado. Isso porque o cônsul tem uma função relativamente menos importante do que a do diplomata. Diplomata Leva adiante a política internacional do país. Cônsul Atua com o objetivo de zelar pelos interesses dos seus nacionais no Estado estrangeiro. Imunidades penais Artigo 41. Inviolabilidade pessoal dos funcionários consulares. 1. Os funcionários consulares não poderão ser detidos ou presos preventivamente, exceto em caso de crime grave e em decorrência de decisão de autoridade, judiciária competente. - O cônsul somente é imune a crimes que não sejam considerados graves, portanto, pode ser preso, inclusive de forma cautelar, quanto à prática de crimes graves. - A Convenção não fez qualquer definição sobre o conceito de crime grave, ou seja, é uma norma internacional em branco, e a sua definição cabe ao Direito interno de cada Estado. No Brasil, não há uma definição legal ou sumulada de crimes graves, então se aplica a jurisprudência do STF, que utilizou algumas definições para crime grave. (todos os crimes fora da competência do Juizado Especial Criminal seriam considerados graves.) Imunidades civis - No que se refere às imunidades civis, o cônsul possui menor proteção do que os diplomatas. Não se aplica a imunidade para contratos realizados fora do ofício do cônsul nem para ação de danos causados por acidente de veículo, navio ou transporte, na forma do art. 43 da Convenção de Viena das Relações Consulares. Imunidades tributárias - O cônsul tem as mesmas imunidades tributárias que os diplomatas, ou seja, não está submetido ao poder do Estado estrangeiro tanto quanto o diplomata. Responsabilidade internacional - A responsabilidade internacional será pautada pelas práticas costumeiras. - A Comissãode direito internacional da ONU desenvolveu um projeto para regular a responsabilidade internacional dos Estados. Art. 2º Elementos de um ato internacionalmente ilícito do Estado Há um ato internacionalmente ilícito do Estado quando a conduta, consistindo em uma ação ou omissão: a) é atribuível ao Estado consoante o Direito Internacional; e b) constitui uma violação de uma obrigação internacional do Estado. (Projeto da ONU sobre Responsabilidade Internacional dos Estados) Teoria subjetiva (culpa): Além da configuração de ato ilícito, haverá a necessidade de comprovação do dolo ou da culpa do agente. Grósio Teoria objetiva (risco): Não precisa comprovar o elemento subjetivo da conduta do agente, basta a violação de uma norma do direito internacional para que o agente seja responsabilizado. Anzilotti e Rezeek • Imputabilidade Trata-se da relação entre a conduta delituosa e a pessoa que é responsável por ela. Não vai ser necessariamente quem fez aquela conduta. Imputabilidade direta Uma ação de qualquer agente público, no exercício da sua profissão, acarreta a responsabilidade internacional do Estado. Trata-se do caso em que o próprio Estado comete o ato ilícito — e não um terceiro —, sendo um caso de imputabilidade direta. Ex. Legislação aprovada pelo congresso que afronta uma norma internacional. Imputabilidade indireta Ocorre quando um indivíduo comete um ato internacionalmente ilícito e um terceiro Estado é responsabilizado pela conduta. A responsabilidade por imputabilidade indireta não pode ser presumida, deve estar expressa em norma internacional. Pode ocorrer nos casos de tutela, comodato, protetorados, regime de associação entre Estados. Formas de reparar o dano: Restituição: Com previsão no art. 35 do Projeto da ONU sobre Responsabilidade Internacional dos Estados. Toda vez que a restituição for impossível ou insuficiente, é possível requerer a indenização. Indenização: É estabelecida no art. 36.2: “a indenização deverá cobrir qualquer dano suscetível de mensuração financeira, requerendo lucros cessantes na medida da sua comprovação”. Satisfação: Trata-se de reparação de índole moral: “o Estado responsável por um ato internacionalmente ilícito tem a obrigação de dar a satisfação pelo prejuízo causado por aquele ato, desde que ele não possa ser reparado pela restituição, ou pela indenização”. Trata-se, portanto, de um pedido diplomático de desculpa. Excludentes de ilicitude: Consentimento: Possui como exemplo clássico a França de Vichy. Nesse caso, a França foi invadida pela Alemanha, e uma parte do território francês ficou com a Alemanha e a outra parte com o governo francês de Vichy. O Estado francês, vítima no caso, concordou com a divisão, ainda que possa ser considerado um consentimento viciado. - A fim de que não seja o consentimento utilizado de forma política a favor de Estados fortes em detrimento de Estados fracos, é que a melhor doutrina elenca serem condições para o consentimento que este seja (a) real, (b) válido em direito das gentes, (c) atribuível internacionalmente ao Estado lesionado e (d) anterior à prática do ato cuja ilicitude se pretende excluir. Legítima defesa: Os atos de legítima defesa afastam a responsabilidade internacional do Estado, mas só podem ser aplicados quando existir um dano anteriormente verificado, decorrente de ataque armado contra um membro das Nações Unidas. Ou seja, o exercício da legítima defesa pressupõe sempre uma agressão armada injusta (sem causa) e uma reação estatal imediata, levada a efeito pela necessidade de defesa, necessária à preservação de pessoas e da dignidade do Estado. Essa reação do Estado deve dar-se por meio de uma medida lícita de defesa, manifestada de maneira adequada e proporcional ao ataque ou ao perigo iminente. Comércio internacional - Adam Smith – Um grande filósofo do período mercantilista, escreveu a obra “A riqueza das nações”, explicou o sistema mercantil (baseado na acumulação de riquezas mediante trocas comerciais – quando surgiu o interesse pelo consumo de bens produzidos por outros países) - Lex Mercatória, primeiro documento que criou as bases para a arbitragem internacional, uma vez que tinha o objetivo de solucionar os conflitos decorrentes das primeiras relações comerciais internacionais – além de regular as transações. Por ter que lidar com vários países, não pôde se vincular às regras de nenhum território específico - Considerado o primeiro tratado comercial internacional, foi o Tratado de Methuen (1703), mais conhecido como Tratado de Panos e Vinhos. Foi firmado entre Inglaterra e Portugal, envolvendo a lã inglesa e os vinhos portugueses; a Inglaterra escolheu estreitar suas relações comerciais com Portugal, em detrimento da França, com o objetivo de obter melhor desempenho em relação àquele país e a conquista do ouro brasileiro. - O Tratado de Methuen deu origem a Cláusula da nação mais favorecida, trazendo à tona a discussão sobre o tratamento desigual de um país em detrimento de outros na concessão de um benefício – normalmente de ordem tributária quanto às importações. (Se um país der preferência a outro, essa preferência e todos os benefícios e privilégios decorrentes dela deverão ser estendidos a outros países.) - O Tratado Cobden-Chevalier foi firmado entre a Inglaterra e a França, no qual a Inglaterra beneficiava a França com reduções e isenções tarifárias. Em troca, a França eliminou inúmeras proibições no tocante às relações comerciais entre os dois países e também reduziu as tarifas incidentes sobre os produtos ingleses. - Convenção de Viena de 1980 que dispõe sobre os direitos e deveres das partes, bem como sobre o formato dos contratos, como a redação das cláusulas e a ampliação das informações necessárias. - Incoterms: Os Incoterms são cláusulas padronizadas integrantes dos contratos que dispõem sobre as condições do negócio jurídico, como a entrega da mercadoria comercializada, despesas, prazos, direitos, obrigações e eventuais responsabilidades das partes pelo descumprimento das obrigações. Portanto, os Incoterms podem ser escolhidos e negociados entre as partes contratantes, servindo como recomendações gerais a estes contratos - General Agreement on Tarifs and Trade (GATT), que pode ser traduzido como “Acordo Geral de Tarifas e Comércio” - em Genebra (Suíça), foi aprovado este documento provisório – enquanto não se criava a organização internacional propriamente dita. - A OMC é uma organização internacional responsável por regular as operações comerciais internacionais. Aplica os instrumentos jurídicos, administra os acordos realizados entre os países- membros, controla o papel dos mesmos e propõe-se a solucionar as controvérsias existentes entre eles. Arbitragem - A Arbitragem pode ser definida como uma das vias adequadas à solução de conflitos fora do Poder Judiciário. Permite que as partes cheguem a um consenso sobre determinada disputa envolvendo direitos patrimoniais disponíveis. As partes são mediadas por um árbitro, que é a autoridade julgadora. Autonomia da vontade As partes em conflito possuem ampla autonomia para decidir como a questão conflituosa poderá ser resolvida, incluindo os prazos, os procedimentos e até mesmo a autoridade julgadora. Celeridade O procedimento arbitral costuma ser mais rápido, principalmente se comparado à morosidade que muitas vezes se observa na via judicial. Não surpresa Este princípio também possui aplicabilidade no processo civil comum – conforme os Artigos 7º, 9º e 10 do Código de Processo Civil. Está diretamente relacionado ao princípio do contraditório e informa que o julgador não pode decidir sem antes ouvir a manifestação das partes envolvidas ou interessadas no processo, evitando, assim, de serem surpreendidas com decisões sobre o procedimento arbitral do qual não tinham conhecimento.Cordialidade As partes devem apresentar condutas éticas e de mútuo respeito, principalmente devido à ampla autonomia que possuem para decidir sobre o procedimento arbitral. Confidencialidade Em geral, a Arbitragem ocorre de maneira sigilosa, evitando-se que sejam publicizados aspectos confidenciais envolvendo a disputa, como segredos industriais e outras informações relativas à propriedade intelectual, direitos autorais e patentes, por exemplo. o Arbitragem pública: pessoas jurídicas de direto público. o Arbitragem privada: pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Arbitragem no Brasil - No Brasil, a Lei da Arbitragem dividiu a Convenção de Arbitragem em duas possibilidades. Uma delas deve ser escolhida para formar a estrutura da Arbitragem: a cláusula compromissória ou o compromisso arbitral, conforme os Art. 3º, 4º e 9º da Lei Brasileira de Arbitragem. Cláusula compromissaria: Refere-se ao compromisso previamente assumido entre as partes de que, qualquer conflito que surja no decorrer de um determinado contrato internacional, elas se submeterão ao procedimento arbitral para solucioná-lo Compromisso arbitral: Costuma ser firmado diante de um conflito concreto, onde as partes, que já estão com um conflito no judiciário, revolvem em comum acordo se submeter ao procedimento arbitral. Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no Brasil de conformidade com os tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno e, na sua ausência, estritamente de acordo com os termos desta Lei. Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido proferida fora do território nacional. Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. § 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória. § 2º A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. § 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. Elementos que regulam a guerra -Segundo o Direito Internacional Público, a guerra pode ser definida como uma disputa ou conflito que, de modo geral, é armado. Envolve dois ou mais Estados, dura certo tempo – algumas semanas, meses ou anos – até que um Estado imponha suas vontades sobre os demais Estados em conflito, vontades que podem ser políticas, econômicas, territoriais etc. Composição de um procedimento arbitral 1- As partes envolvidas: no comércio internacional, pessoas jurídicas de direito público ou privado; 2- Os advogados: representantes legais das partes; 3- Os árbitros: autoridades julgadoras (BASSO, 2020). - Quanto à competência, quem pode declarar guerra? No Brasil, é a União, mais especificamente o Presidente da República – desde que autorizado ou referendado pelo Congresso Nacional, conforme se extrai dos Artigos 21, II, e 84, XIX, da Constituição Federal - Um dos efeitos da declaração da guerra é a suspensão das relações diplomáticas e dos tratados internacionais firmados entre os países beligerantes, uma vez que elas se baseiam em atos de civilidade, acordos, lealdades e um ambiente pacífico entre os países. Outro grande efeito é a restrição ao livre comércio e livre circulação entre as suas fronteiras. - Sob a ótica do Direito Internacional Público, o instrumento formal de encerramento de uma guerra é o Tratado de Paz firmado entre os Estados beligerantes. O pontapé inicial para o fim da guerra é o chamado armistício, que consiste em uma suspensão consensual e temporária do conflito armado, objetivando, em última instância, o restabelecimento da paz. Jus ad bellum: direito de fazer guerra. Jus in bellum: amenizar o sofrimento causado pela guerra. - A guerra passou a ser considerada, pelas Nações Unidas, como uma forma violenta e ilícita de os Estados conflitarem entre si. - É assim que o Direito Internacional Público compreende a guerra atualmente, considerando os conflitos violentos o último recurso de um Estado, uma vez que se passou a dar preferência às soluções pacíficas diante de controvérsias internacionais. - Logo após a Primeira Guerra Mundial, consagrou-se no âmbito internacional o princípio da proibição da guerra ou do uso da força. Artigo 51. Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais. As medidas tomadas pelos Membros no exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais. Terrorismo Internacional Um ponto muito importante e atual diz respeito ao terrorismo internacional, que pode ser definido como um conjunto de atos de violência praticados por um grupo contra cidadãos comuns (civis), com o objetivo de gerar medo ou terror e chamar a atenção de determinado Estado, seja a título de uma resposta ilegal ou para obter a realização de uma vontade. Declaração de Paris: Dispõe sobre guerra marítima. Convenção de Genebra: Prevê acerca dos feridos de guerra. Convenção de Haia: A Convenção de Haia de 1889 dispõe sobre regulamentação das guerras terrestres – A Convenção de Haia de 1907 dispõe sobre o fim das hostilidades, tanto em guerras terrestres quanto em guerras marítimas e demais questões relacionadas.