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Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 1 Enfermagem na Saúde do Adulto CC é uma área fechada e crítica do hospital, sendo um ambiente desconhecido com características diferentes que apresenta interessantes peculiaridades, onde são realizados tratamentos complexos e modernos envolvendo vários profissionais para prestar atendimento nos procedimentos de pequena e média complexidade até outros altamente invasivos com a finalidade diagnóstica, paliativa, radical ou plástica, onde os anestesistas, cirurgiões, enfermeiros, técnicos de enfermagem dividem atribuições e tarefas de cada profissão, objetivando deter, aliviar ou extirpar processos patológicos e beneficiar o paciente. RISCOS CIRÚRGICOS Complicações não infecciosas Infecções Anestésicos Evento sentinela Morte OBJETIVOS Prestar atendimento de qualidade Proporcionar segurança Desenvolver um cuidado humanizado Checklist OMS cirurgia segura: próxima página ESTRUTURA FUNCIONAL EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Enfermeiro(a) CC: CHA CONHECIMENTO Anatomia e fisiologia Prática baseada em evidência Avaliação do paciente Diversas tecnologias Prevenção da infecção Tipos de anestesia Intraoperatório HABILIDADES Boa Comunicação Liderança Pensamento Crítico Inteligência Emocional Capacidade de Análise Gerenciamento do Tempo Criatividade Empatia Bom relacionamento Resolução de problemas ATITUDES Determinada Proatividade Respeito Bom relacionamento Interpessoal Trabalhar em Equipe Interesse Comprometimento Cooperativa Resiliência Humana Ética Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 2 ATRIBUIÇÕES ENFERMEIRO Coordenar e gerenciar funcionamento do BC (logística) Executar atividades técnico-administrativas (planejamento estratégico, reuniões, rotinas, relatórios etc.) Realizar atividades assistenciais (SAEP) Administrar, orientar e supervisionar o pessoal Integrar o BC com os demais setores e serviços do hospital (SCIH, CME, SRPA, RX, Lab., UTI, UI, Emergência, Farmácia, Compras, Almoxarifado, Higienização, Lavanderia etc.) TÉCNICO DE ENFERMAGEM Montar e prover as SO com materiais e equipamentos, conf. cirurgia Checar funcionamento de equipamentos e materiais Prestar assistência ao paciente (pré, trans e pós) Assistir a equipe cirúrgica durante o transoperatório Notificar intercorrências ao enfermeiro Desmontar a SO e encaminhar material para seu destino Fazer a limpeza concorrente e terminal da SO COMPOSIÇÃO Pode estar localizado em qualquer área do hospital, mas distante de locais de grande circulação de pessoas, ruído e poeira. 1. Bloco cirúrgico 2. Sala de recuperação pós-anestésica 3. Centro de material e esterilização BLOCO CIRÚRGICO Local destinado às atividades cirúrgicas, considerado uma organização complexa devido às suas características de assistência especializada. Possui características especiais: o Área Restrita o Sem iluminação ou ventilação natural o Roupas exclusivas o Divisão hierárquica das tarefas ESTRUTURA FÍSICA DO BC o Secretaria do BC o Vestiário masculino e feminino o Conforto médico e de enfermagem o Sala de enfermagem o Sala de recepção dos pacientes o Sala de material de limpeza o Sala para guarda de equipamentos e serviço de engenharia o Sala para armazenamento de material esterilizado o Expurgo o Sala da patologia o Farmácia o Salas Cirúrgicas SALA CIRÚRGICA Tamanho Piso e paredes Teto e janelas Iluminação artificial Ventilação artificial Gases medicinais: oxigênio, ar comprimido, vácuo, óxido nitroso Lavabos Os equipamentos e acessórios utilizados numa SC podem ser móveis e fixos: Móveis: o Aparelho de anestesia o Banco giratório Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 3 o Balde para lixo o Bisturi elétrico o Escada com 2 degraus o Estrados o Mesa de Cirurgia o Mesa para instrumental cirúrgico o Suporte de soro Fixos: o Painel de gases medicinais o Foco central o Negatoscópio MOMENTOS DE PERIOPERATÓRIO 1. Pré-operatório mediato 2. Pré-operatório imediato 3. Transoperatório e Intraoperatório 4. Pós-operatório imediato 5. Pós-operatório mediato CLASSIFICAÇÃO DO TRATAMENTO CIRURGICO MOMENTO Emergência Urgência Eletiva FINALIDADE Diagnóstica Radical ou curativa Paliativa Plástica, estética ou reparadora POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO CIRÚRGICA Limpa Potencialmente contaminada Contaminada Infectada TERMINOLOGIA/NOMENCLATURA CIRÚRGICA Conjunto de termos utilizados para indicar o tratamento cirúrgico a ser realizado. Nome da Cirurgia = formada por prefixo e sufixo Prefixo = região do corpo envolvida Sufixo = indica o que será realizado Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 4 Existem ainda alguns nomes de cirurgias que se constituem na designação de doença, estrutura, operação, processo ou pelo nome do cirurgião que idealizou a técnica cirúrgica. ESCALA CIRÚRGICA: ITENS NECESSÁRIOS Horário: início e término da cirurgia Nome do paciente Idade do paciente Leito ou Ambulatório Nome da cirurgia Nome do cirurgião Tipo de anestesia Nome da Equipe de Anestesia Convênio Solicitação específica: equipamentos/materiais especiais, reserva de sangue ou solicitação de patologia em sala. Nome do instrumentador e circulante (opcional) PREPARO DA SO Após conferir a escala cirúrgica, a enfermagem: Leva o material de anestesia e medicação Leva instrumentais esterilizados (bandejas específicas + pacotes avulsos), pacotes de roupas (láparos) estéreis + Kit Cirúrgico da Especialidade (fios + luvas + ATB), gases, compressas etc. Leva equipamentos e materiais específicos (colchão térmico + BI + próteses) Confere se equipamentos necessários para a cirurgia estão na sala funcionando. Confere se sangue está no BC e sala abastecida adequadamente Prepara a mesa de instrumentação após escovação TEMPOS CIRÚRGICOS São as etapas da cirurgia do início ao término. De modo geral são realizados em 4 tempos básicos e fundamentais: Diérese Hemostasia Exérese ou cirurgia propriamente dita Síntese Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 5 INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS Instrumentais cirúrgicos são distribuídos em grupos de acordo com a função que desempenham durante a cirurgia. São classificados em 5 grupos distintos: o Instrumentais de diérese: bisturis, tesouras. o Instrumentais de hemostasia: crille, kocher. o Instrumentais de síntese: porta-agulhas o Instrumentais de apoio ou auxiliares: afastadores, adson, backhaus. o Instrumentais especiais: espátulas, Satinsky MONTAGEM DA MESA CIRÚRGICA É o ato de dispor os instrumentais cirúrgicos, em ordem lógica, sobre as mesas auxiliares de forma a racionalizar e tornar mais eficiente o trabalho da equipe; A mesa deve ser protegida com plástico para impermeabilização; O tampo e laterais da mesa devem protegidos com campo esterilizado; Os instrumentais dispostos sobre a mesa devem seguir uma ordem lógica: o Diérese o Preensão o Hemostasia o Exposição o Especiais o Síntese SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Resolução COFEN n 358 /2009 dispõe sobre: SAE e a implementação do PE Públicos e privados SAE - organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal, instrumentos, tornando possível a operacionalização do PE PE é instrumento que orienta o cuidado e a documentação PE - 5 etapas: 1. Coleta de dados 2. DE 3. Planejamento 4. Implementação 5. Avaliação SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA (SAEP) É o alicerce que dá sustentação às ações de enfermagem no CC, além de criar maior interação da assistência de enfermagem no pré,trans e pós- operatório, sendo tal atividade principal, necessária e exclusiva do enfermeiro do CC. 5 fases: 1. Visita Pré-operatória 2. Planejamento da Assistência Perioperatória 3. Implementação da assistência. 4. Avaliação da Assistência na visita pós- operatória. 5. Reformulação da assistência VISITA/CONSULTA DE ENFERMAGEM Com a realização das visitas de enfermagem no pré e pós- operatório é possível observar uma mudança acentuada de comportamento na maioria dos pacientes, havendo diminuição marcante no nível de ansiedade e complicações nos pós-operatórios imediato a tardio. OBJETIVOS Implantar assistência de enfermagem integral, individualizada, segura e documentada nas fases pré, trans, intra e pós-operatória; Levantar e analisar as necessidades individuais do paciente a ser submetido ao procedimento anestésico-cirúrgico; Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 6 Ajudar o paciente e sua família a compreender seu problema de saúde, preparando-os para o procedimento cirúrgico; Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente cirúrgico; Diminuir a inquietação e a ansiedade do paciente, contribuindo para a recuperação do paciente cirúrgico; VISITA PRÉ-OPERATÓRIA Aplicar o PE: histórico, DE, planejar, implementar ações e avaliar ações. Preparo da pele Preparo intestinal Ingesta - NPO Mobilização no leito Orientar Pré e Pós-operatório Controle da dor e medicações Exercícios: respiratórios, pernas, mudança de decúbito Estratégias cognitivas de enfrentamento do estresse Ao prestar uma assistência pré-operatória adequada, estaremos: o Proporcionando uma recuperação PO mais rápida; o Reduzindo complicações no PO; o Diminuindo o custo hospitalar; o Diminuindo o período de hospitalização. CARACTERÍSTICAS DO ENFERMEIRO Planejar, supervisionar e gerenciar a assistência de Enfermagem. Prestar cuidado sistematizado e humanizado. Acompanhar a evolução. Atender familiares. Ter conhecimento clínico, cirúrgico, intensivo e farmacológico. Prevenir, identificar e assistir as complicações. Trabalhar em equipe. PERIOPERATIVE NURSING DATA SET (PNDS) É a linguagem utilizada nos EUA para descrever o processo do perioperatório com a configuração de 4 domínios: o Segurança o Resposta Psicológica o Resposta Comportamental: paciente e familiar o Sistema de Saúde Usa uma comunicação e descrição padronizada para descrever os cuidados padronizados com foco na prevenção Ex. PNDS: Diagnóstico: Risco perioperatório de injúria por pressão no perioperative o Implementação: Cuidados no posicionamento do paciente o Avaliação: Paciente sem injúria de pressão no pós-operatório imediato. Segurança o Cultura de Segurança o Ambiente de cuidado seguro Resposta Psicológica: Resposta Comportamental: paciente e familiar o Psicossocial o Espiritual o Paciente e família o Paciente certo o Ética e responsabilidades legais Sistema de Saúde o Desenvolvimento Profissional o Práticas Baseadas em Evidências o Legislação o Joint Commission DESAFIOS GLOBAIS 1º desafio global – focado na redução das IRAS 2º desafio global – cirurgias seguras 3º desafio global – medicação sem danos EVENTO ADVERSO: complicação indesejada causada pelo cuidado prestado ao paciente e não atribuída à evolução natural da sua doença de base. Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 7 Infecção de sítio cirúrgico = 3ª IRAS mais frequente 60% preveníveis Segurança durante procedimento cirúrgico lista de verificação da segurança cirúrgica = checklist cirurgia segura OMS MANUAL CIRURGIA SEGURA ANVISA 2009 10 objetivos essenciais para a cirurgia segura: Objetivo 1: a equipe operará o paciente certo e o local certo. Objetivo 2: a equipe usará métodos conhecidos para impedir danos na administração de anestésicos, enquanto protege o paciente da dor. Objetivo 3: a equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para perda de via aérea ou de função respiratória que ameacem a vida. Objetivo 4: a equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para o risco de grandes perdas sanguíneas. Objetivo 5: a equipe evitará a indução de reação adversa a drogas ou reações alérgica sabidamente de risco ao paciente. Objetivo 6: a equipe usará de maneira sistemática, métodos conhecidos para minimizar o risco de infecção do sítio cirúrgico. Objetivo 7: a equipe impedirá a retenção inadvertida de compressas ou instrumentos nas feridas cirúrgicas. Objetivo 8: a equipe manterá seguros e identificará precisamente todos os espécimes cirúrgicos. Objetivo 9: a equipe se comunicará efetivamente e trocará informações críticas para a condução segura da operação. Objetivo 10: os hospitais e os sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de rotina sobre a capacidade, volume e resultados cirúrgicos. Lista de verificação de segurança cirúrgica: Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 8 MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA PREVENÇÃO DA RETENÇÃO DE OBJETOS APÓS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE NEVER EVENTS = eventos que nunca deveriam ocorrer em serviços de saúde! Retenção de objetos na cavidade cirúrgica. Controle Rigoroso deve ser realizado pela equipe multiprofissional – RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA o Equipe de enfermagem Desempenha papel de liderança na implementação de o medidas para a contagem. o Cirurgiões o Instrumentadores o Anestesiologistas Deve ocorrer contagem nas cirurgias que inserem objetos nas cavidades (tórax, abdome e pelve). Contar: compressas, gazes, agulhas de sutura e instrumentos cirúrgicos ANTES DO INÍCIO DA CIRURGIA: o Checar se não há objetos abertos e contáveis de procedimentos anteriores. o Utilizar um método contábil consistente. o Registrar em um local específico a contagem dos objetos abertos oferecidos na mesa cirúrgica. o Instrumentador ou assistente cirúrgico deve contar todos os itens que estão na mesa cirúrgica e que são passíveis de retenção na cavidade. FINAL DA CIRURGIA: CONTAGEM o Iniciar a contagem na revisão e fechamento da cavidade. o O circulante e o instrumentador devem verificar e confirmar a contagem de agulhas, perfurocortantes e demais instrumentos utilizados. o Os nomes e as posições dos membros da equipe cirúrgica que realizaram as contagens, antes do paciente sair da sala cirúrgica, devem estar devidamente registrados no impresso de sala utilizado pelo serviço de saúde. o Caso ocorrer divergência na contagem avisar o cirurgião e realizar recontagem. o Cirurgião deverá realizar exploração minuciosa da cavidade antes de iniciar os planos de fechamento. o Registrar/documentar ocorrência de divergências na contagem. o Nas cirurgias que ultrapassam o tempo de passagem de plantão, realizar uma pré- contagem no momento da passagem, registrando no impresso de sala utilizado pelo serviço de saúde. o Se nenhuma contagem foi realizada, documentar as razões para não realização. ADMISSÃO DO PACIENTE NO BLOCO CIRÚRGICO Procedência: o Casa: caminhando o UI ou emergência: cadeira de rodas ou maca o UTI ou emergência: maca ADMISSÃO DO PACIENTE NO PRÉ-OPERATÓRIO Recepção do paciente no BC = pessoal da enfermagem Ambiente apropriado para preparo e permanência do paciente Paciente no transoperatório no BC o Checar pulseira, exames trazidos (lab, RX, ECG etc) e TCI o Avaliar o estado físico o Estimar o risco anestésico-cirúrgico Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 9 Realizar ou checar Procedimentos: SV, peso, altura, retirada de joias e adornos, esmalte, próteses dentárias e tricotomia. Realizar Entrevista direcionada, preferencialmente pela enfermeira, e rápido exame físico. Avaliar condições emocionais, de higiene, do campo operatório. Orientar para a cirurgia. Checar presença de acompanhante se ambulatorial ENTREVISTA DO PACIENTE NO PRÉ-OPERATÓRIO Perguntar sobre: o NPO (8h sólidos/6h líquidos) o Alergias o Cirurgias prévias o Medicação em uso o Tabagismo (atual ou ex) o Etilismo (quanto) o Drogas o Próteses (onde) o Patologias (quais?) Atenção! o HAS o DM o Infecção o Asma ou bronquite o Reação anafilática prévia (anestésico e iodo) o Distúrbios da coagulação o Cardiopatias graves o Nefropatias Circunstâncias que merecem atenção: o Extremos de idade o Distúrbios de nutrição o Uso de drogas o Uso de próteses Situações especiais: o Pacientes com necessidades especiais o Crianças o Idosos o Obesos o Cirurgia de emergência COMUNICAÇÃO DO PACIENTE PARA UMA CIRURGIA SEGURA Se você ou seu filho em breve for se submeter a um procedimento cirúrgico, comunique o seguinte ao seu prestador de cuidados de saúde: PREPARO DA SALA CIRÚRGICA Enquanto Enfermeira admite o paciente: instrumentadora e circulante montam a SO Levar equipamentos e materiais específicos (colchão térmico + BI + próteses) Conferir se equipamentos necessários para a cirurgia estão na sala funcionando Arrumar mesa cirúrgica Trazer coxins para posicionamento Abastecer SO com instrumentais estéreis conforme cirurgia Levar para a SO material de anestesia: kits ou carros Levar kits cirúrgicos com materiais e medicações Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 10 Carros montados prontos, com instrumentais esterilizados (bandejas específicas + pacotes avulsos, pacotes de roupas) preparados pelo CME para ser entregue ao instrumentador. Conferir se sangue está no BC, se material consignado esterilizado está no BC Após realizar antissepsia cirúrgica das mãos/antebraços e paramentação cirúrgica (avental e luvas estéreis) a instrumentadora monta a mesa de instrumentação. CONTROLE E PREVENÇÃO DAS IRAS EVENTO ADVERSO: complicação indesejada causada pelo cuidado prestado ao paciente e não atribuída à evolução natural da sua doença de base. 4 tipos de IRAS: o Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) o Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV) o Infecção Primária da Corrente Sanguínea (IPCS) o Infecção do Trato Urinário (ITU) RDC n°. 36, de 25 de julho de 2013: o CONTROLE e PREVENÇÃO de Eventos Adversos em serviços de saúde, incluindo as IRAS: Infecção da corrente sanguínea associada a cateter venoso central; Infecção do trato respiratório; Infecção do trato urinário (ITU); Infecção do sítio cirúrgico (ISC). o 8 - Segurança na prescrição, uso e administração de sangue e hemocomponentes; o 9- Segurança no uso de equipamentos e materiais; o 10- Manter registro adequado do uso de órteses e próteses quando este procedimento for realizado; o 11- Segurança nas terapias nutricionais enteral e parenteral; o 12- Estimular a participação do paciente e dos familiares na assistência prestada; o 13- Promoção do ambiente seguro HISTÓRIA 1847 - Ignaz Phillip Semmelweis: constatou a transmissão de doenças intrahospitalares por meio das mãos e instituiu a lavagem de mãos. 1863/ Florence Nightingale: primeira referência a vigilância epidemiológica INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE - IRAS IRAS podem ocorrer no paciente durante a internação ou após a alta, se relacionada com a assistência prestada; Não estava presente ou em incubação no momento da admissão; Profissionais do serviço de saúde, visitantes e familiares também podem adquirir IRAS. Complicações do quadro do paciente; Aumento da permanência no hospital; Incapacidade a longo prazo; Óbitos; Grande ônus financeiro adicional; Altos custos pessoais com pacientes e suas famílias – tangíveis e intangíveis. Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 11 O QUE FAZER PARA CONTROLAR/PREVENIR IRAS HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS o Estratégia MAIS IMPORTANTE para reduzir as IRAS; o Água e sabão/ Soluções alcoólicas; o Baixa adesão (!) Tempo Sobrecarga de trabalho Comportamento o MICROBIOTA RESIDENTE Microbiota normal Microrganismos de baixa virulência; Parcialmente removida. TRANSITÓRIA Microbiota no tecido pela exposição ao meio ambiente; Não fixa no epitélio - fácil transmissão; Facilmente removida. o Manter unhas naturais, limpas e curtas; o Não usar nenhum tipo de unha postiça; o Não utilizar adornos durante a assistência; o Se necessário, aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual), para evitar ressecamento na pele o 5 momentos para a higienização das mãos: MEDIDAS GERAIS E PRECAUÇÃO PADRÃO: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: o Busca ativa e prospectiva de casos de infecção; o Análise de dados, cálculo de taxas; o Ampla distribuição das informações analisadas; o Execução de ações de prevenção e controle. LIMPEZA DO AMBIENTE o AMBIENTE = RESERVATÓRIO DE PATÓGENOS o Usar produtos adequados; o Equipes de higienização treinadas e adesão da enfermagem para limpeza de superfícies e equipamentos; o Equipamentos individuais para pacientes em isolamento de contato; o Orientação de familiares/cuidadores e pacientes. CONTROLE DOS GERMES MULTIRRESISTENTES o Enterococcus resistente à vancomicina (VRE) o Staphylococcus resistente a meticilina (MRSA), com sensibilidade intermediária ou resistência a vancomicina (VISA e VRSA) o Enterobactérias produtoras de ESBL Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 12 o Pseudomonas spp. resistentes a carbapenêmicos o Acinetobacter spp. resistentes a carbapenêmicos o Enterobactérias resistentes carbapenêmicos (ERCs) - KPC (Klebsiella pneumoniae Carbapenemase) o Clostridium difficile o Beta-Lactamase de Espectro Estendido (ESBL) o Responsáveis por 2/3 das infecções nosocomiais relacionadas ao cuidado à saúde: Enterococcus faecium Staphylococcus aureus Klebsiella sp Acinetobacter sp Pseudomonas aeruginosa Enterobacter o COMO AGIR? Isolamento dos pacientes (infectados e colonizados); Culturas de Vigilância; Evitar ao máximo transferências intra-hospitalares; Aumentar staff de Enfermagem durante surtos; Alertar sobre a importância da higiene de mãos; Limpeza dos quartos/instalações; Avaliação das opções terapêuticas. ISOLAMENTO o Precaução de contato o Precaução para gotículas o Precaução para aerossóis BUNDLES o Conjunto de medidas o Grupo ou pacote de intervenções que implementadas juntas oferecem melhores resultados que isoladamente. o Quais? PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA RELACIONADA À CATETER IPCS Complicação previsível mais grave; Estudo SCOPE (Brasil) – 40% tx de mortalidade entre pacientes com IPCS; Protocolos implantados e atividades de educação reforçadas diminuem os índices de IPCS associada ao CVC até em 70%. Cateteres Centrais - CVC Remover pelos com tricotomizador elétrico ou tesoura; Barreira máxima estéril (para todos os envolvidos); Antissépticos recomendados: gliconato de clorexidina 0,5% (30 segundos, movimentos de vai e vem) e aguardar a secagem espontânea; Cateteres inseridos em situação de emergência ou sem barreira máxima devem ser trocados até 48 horas; Usar cateteres impregnados com antisséptico/antibiótico em adultos em UTI; Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 13 Curativos estéreis semioclusivo (gaze e fita adesiva estéril) trocar a cada 48 horas ou membrana transparente semipermeável trocar a cada 7 dias ou quando sujo / descolando /úmido; Utilizar cobertura (CHG)em adultos em UTI; Proteger o cateter e conexões com plástico durante o banho CVC – COBERTURAS ESTÉREIS o Proteção: contra colonização do sítio de inserção o Proteção:perda/remoção acidental cateter o Prevenção: Infecção de corrente sanguínea Curativo: Cobrir e proteger o sítio de inserção do cateter; Colonização extraluminal do cateter Perda de integridade do curativo - Descoberto e/ou sujidade = Risco para infecção de 3 a 12 vezes Hub (canhão) do cateter: o Desinfecção com clorexidina alcoólica 0,5% + Gaze estéril o Movimentos circulares para gerar fricção mecânica - 15 segundos Manutenção dos Dispositivos Complementares (perfusor, extensor, dânulas, equipos...): Cateteres Periféricos: o Um novo cateter para cada tentativa de punção. o Sítio de inserção não poderá ser tocado após aplicação do antisséptico. o Antissépticos recomendados: gliconato de clorexidina 0,5%, iodopovidona alcoólico 10%ou álcool a 70% e aguardar a secagem espontânea. o Limitar duas tentativas de punção por profissional e no máximo quatro. o Fitas adesivas não estéreis não devem ser utilizadas. o Curativos estéreis semioclusivo (gaze e fita adesiva estéril; trocar em 48 horas) ou Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 14 membrana transparente semipermeável (trocar quando sujo/descolando/úmido). o Proteger o cateter e conexões com plástico durante o banho. *Não esquecer DATA e ASSINATURA Manutenção dos dispositivos complementares (perfusor, extensor, dânulas, equipos...) Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 15 PREVENÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA RELACIONADA À CATETER VESICAL - ITU 4ª IRAS mais comum; 16- 25% dos pacientes internados possuem SVD ou SVA; Risco de ITU x SVD: 3-7% a cada dia custo tempo hospitalização mortalidade 21% das IPCS secundárias à ITU; 70% associada a SVD, mortalidade de 15%. Cateterismo vesical – indicações: o Impossibilidade de micção espontânea o Instabilidade hemodinâmica – monitorização do débito urinário o Pós-operatório – até 24h, exceto cirurgias urológicas específicas o Feminino: lesão por pressão Prevenção: o Dar preferência ao cateterismo vesical de alívio ao invés do de demora. o Cuidados com a bolsa coletora: Esvaziar ⅔ da capacidade, não encostar no chão, etc. o Discussão diária nos Rounds para remoção do cateter vesical. Trocar todo o sistema quando ocorrer desconexão, quebra da técnica asséptica ou vazamento. o Não desconectar o cateter do sistema de drenagem (manter sistema fechado). o Utilizar métodos não invasivos para mensurar diurese: fraldas e uripen. Higiene do meato uretral para inserção e manutenção; Não houve diferença de incidência de ITU X Cateter Vesical: o agentes antissépticos X não-antissépticos o PVPI x Água e Sabonete o Clorexidina x Água o PVPI x Solução Salina o PVPI X Água INFECÇÕES DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 3ª infecção mais frequente; 14% a 16% em pacientes hospitalizados; 60% preveníveis; Compromete 2 a 5% dos pacientes submetidos a cirurgia. Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 16 DEFINIÇÃO: Infecções relacionadas a procedimentos cirúrgicos, com ou sem colocação de implantes, em pacientes internados e ambulatoriais, classificadas conforme os planos acometidos e de acordo com critérios definidores Classificação conforme planos acometidos: ISC INCISIONAL SUPERFICIAL - Primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico (dia 1 = dia da cirurgia). Apresenta pelo menos UM dos critérios: o Drenagem purulenta na incisão superficial. o Cultura + de secreção ou tecido da incisão superficial. (não são indicados SWABS) o Diagnóstico de infecção superficial pelo cirurgião ou médico assistente. o A incisão superficial foi aberta pelo cirurgião na vigência de pelo menos UM dos seguintes sinais ou sintomas: DOR, AUMENTO DA SENSIBILIDADE, EDEMA LOCAL, HIPEREMIA OU CALOR ISC INCISIONAL PROFUNDA - Primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico (ou até 90 DIAS se houver colocação de implantes). Apresenta pelo menos UM dos critérios: o Drenagem purulenta na incisão profunda, mas não originada de órgão/cavidade. o Abscesso ou evidência de infecção detectada durante exame clínico, anatomopatológico ou imagem. o Diagnóstico de infecção profunda pelo cirurgião ou médico assistente. o Deiscência espontânea profunda ou incisão aberta pelo cirurgião e cultura + ou não realizada, quando o paciente apresentar pelo menos UM dos seguintes sinais e sintomas: FEBRE (≥38°), DOR ou TUMEFAÇÃO ISC ÓRGÃO/ CAVIDADE - Primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico, ou até 90 DIAS se houver colocação de implantes. Envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia. Apresenta pelo menos UM dos critérios: o Cultura + de secreção ou tecido do órgão/cavidade obtido assepticamente. o Presença de abscesso ou evidência que a infecção envolve os planos profundos da FO identificada em (re)operação, exame clínico, anatomopatológico ou imagem. o Diagnóstico de infecção de órgão/cavidade pelo médico assistente. o Osteomielites do esterno após Cir. cardíaca ou endoftalmites são consideradas infecções de órgão/cavidade. o Cirurgias endoscópicas com penetração de cavidade, serão utilizados os mesmos critérios. o Toda infecção do trato urinário após cirurgia urológica será considerada ISC. o NÃO considerar que a eliminação de secreção purulenta através de drenos seja necessariamente sinal de ISC. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE ISC - SÍTIOS ESPECÍFICOS: o Cirurgias endovasculares o Cirurgias cardiovasculares o Infecções após implante mamário o Endocardite relacionada MP o Infecções em neurocirurgia Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 17 o Infecções ortopédicas o Infecções do trato reprodutivo INDICADORES DE PROCESSO PARA A PREVENÇÃO ISC (Pré e Intraoperatório): o Cirurgia eletiva: tempo de internação pré- operatória ≤ 24h; o Tricotomia com intervalo ≤ 2h; o Tricotomia com aparador ou tesoura; o ATB profilático até 1 hora antes da incisão; o Duração da antibioticoprofilaxia; o Antissepsia do campo operatório; o Cirurgias cardíacas: controle glicêmico no pós-operatório imediato; o Cirurgias colorretais: controle térmico no intraoperatório; o Inspeção da caixa cirúrgica Níveis de recomendações para prevenção de ISC: o Categoria IA: Recomendação forte suportada por evidências de alta a moderada qualidade. o Categoria IB: Recomendação forte suportada por evidências de baixa qualidade. o Categoria IC: Recomendação forte requerida pela regulação do Estado ou Federação. o Categoria II: Recomendação fraca sem base em evidências. o Sem recomendação/assunto em aberto: Última categoria - Não recomendado, nenhuma evidência que sustente a prática. FORÇA o FORTE: especialistas do painel tem confiança de que os benefícios da intervenção superam os riscos. o CONDICIONAL: os benefícios PROVAVELMENTE superam os riscos. QUALIDADE DA EVIDÊNCIA: o Alta o Moderada o Baixa o Muito baixa RECOMENDAÇÕES PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO PROFILAXIA COM ANTISSÉPTICOS o Categoria IB: Recomendação Forte/ Prática Aceitável - Paciente tomar banho com sabonete antimicrobiano ou não, ou um agente antisséptico pelo menos na noite anterior ao dia operatório. o Categoria II: Fraca recomendação/ Evidência de Baixa Qualidade - Adesivos plásticos com ou sem propriedades antimicrobianas não é necessário para prevenção de infecções de sítio cirúrgico. PROFILAXIA COM ANTIBIÓTICOS o Categoria IA: Recomendação Forte/ Alta evidência - Administrar ATB profilático via parenteral ANTES da incisão da pele em todos os procedimentos de cesariana. PROFILAXIA COM ANTISSÉPTICOS o Categoria IA: Recomendação forte/ Alta evidência - Realizar preparação da pele com agente antisséptico à base de álcool. BANHO PRÉ-OPERATÓRIO - Recomendação Condicional / evidência Moderada o Tomar banho antes da cirurgia, utilizandosabão simples ou sabão antimicrobiano. o Não tem recomendação sobre o uso ou não de panos impregnados com gluconato de clorexidina para o banho pré-operatório, devido à falta de evidências. REMOÇÃO DE PÊLOS - Recomendação Forte / evidência Moderada o NÃO remover pelos, ao menos que seja absolutamente necessário. Usar tricotomizador. o Não recomendada a depilação em nenhum momento cirúrgico. PREPARAÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO - Recomendação Forte / evidência de qualidade Baixa a Moderada o Utilização de soluções antissépticas alcoólicas à base de Gluconato de Clorexidina para preparação do sítio cirúrgico. SELANTES ANTIMICROBIANOS PARA A PELE - Recomendação Condicional / evidência de qualidade Muito Baixa o Não utilizar selantes antimicrobianos após a preparação do sítio cirúrgico PREPARAÇÃO DAS MÃOS DA EQUIPE CIRÚRGICA - Recomendação Forte / evidência de qualidade Moderada o Realizar esfregação da mão e antebraço com um sabão antimicrobiano adequado e água ou usar produto à base de álcool antes de vestir luvas estéreis Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 18 Escovação de mãos e antebraços Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 19 Técnica de lavagem das mãos da equipe cirúrgica: o Lavar as mãos com água e sabão na chegada ao bloco cirúrgico, depois de ter vestido roupas cirúrgicas, touca e máscara. o Use um produto à base de álcool para preparação de mãos cirúrgicas, seguindo cuidadosamente a técnica ilustrada nas imagens 1 a 17, antes de cada procedimento cirúrgico. o Após a cirurgia, quando retirar as luvas, lave as mãos com água e sabão para remover resíduos de talco e/ou fluidos biológicos. Repita esta sequência (média de 60 segundos) o número de vezes que recomendada pelo fabricante do produto à base de álcool utilizado. A recomendação pode ser de repetição de duas ou até três vezes. ANTIBIOTICOPROFILAXIA: o Recomendação Forte / evidência de Baixa Qualidade: Profilaxia ATB deve ser administrada antes da incisão cirúrgica, quando indicado, a depender do tipo de cirurgia. o Recomendação Forte / evidência de qualidade Moderada: Profilaxia ATB deve ser realizada até 120 minutos antes da incisão, levando em consideração a meia- vida do antibiótico. o Mais importante é observar a meia-vida do ATB para escolher o melhor momento para administração Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 20 ANTIBIÓTICOS ORAIS E PREPARAÇÃO MECÂNICA DO INTESTINO o Recomendação Condicional / evidência de qualidade Moderada: Pacientes a serem submetidos à cirurgia colorretal eletiva, indica-se ATB oral pré-operatório, combinado com preparação mecânica do intestino. o Recomendação Forte / evidência de qualidade Moderada: Não se recomenda preparação mecânica intestinal de forma isolada, sem uso de ATB orais. DESCOLONIZAÇÃO COM MUPIROCINA EM PACIENTES COM COLONIZAÇÃO NASAL POR S. AUREUS o Recomendação Forte / evidência de qualidade Moderada: Pacientes com colonização nasal por S.aureus submetidos à cirurgia cardiotorácica e/ou ortopédica, devem receber aplicações perioperatórias intranasais de pomada de Mupirocina 2%, com ou sem combinação de lavagem corporal com gluconato de clorexidine. o Recomendação Condicional / evidência de qualidade Moderada: Considerar recomendação para outros tipos de cirurgia. o Mupirocina Intranasal: Antibiótico tópico usado para tratamento de infecções da pele. RECOMENDAÇÕES PERÍODO INTRAOPERATÓRIO PROFILAXIA COM ANTIBIÓTICOS VIA PARENTERAL o Categoria IA: Recomendação Forte/Alta evidência - Em procedimentos limpos NÃO administrar dose a mais de ATB após a sutura da ferida cirúrgica na sala de operação, mesmo na presença de drenos. PROFILAXIA COM ANTIBIÓTICOS NÃO PARENTERAIS o Categoria IB: Recomendação Forte/ Baixa evidência - NÃO aplicar agentes antimicrobianos na incisão cirúrgica para prevenção de infecções de sítio cirúrgico. CONTROLE GLICÊMICO o Categoria IA: Recomendação Forte/ Alta Evidência - Implementar controle glicêmico no perioperatório e ofertar glicose para menos de 200mg/dL em pacientes com ou sem diabetes. TRANSFUSÃO SANGUÍNEA o Categoria IB: Recomendação Forte/ prática Aceitável - Não se deve impedir que os pacientes recebam transfusão como meio de evitar infecções de sítio cirúrgico. NORMOTERMIA o Categoria IA: Recomendação Forte/ Alta evidência - Manter normotermia no período perioperatório. OXIGENAÇÃO o Categoria IA: Recomendação Forte/ Alta evidência - Para otimizar a entrega de oxigênio aos tecidos, mantenha a normotermia e a infusão de líquidos adequada durante o perioperatório. Campos e Aventais Cirúrgicos - Recomendação condicional/ evidência de qualidade MODERADA A MUITO BAIXA o Utilizar campos e aventais estéreis de tecido reutilizável ou descartáveis de não- tecido estéril. o Campos fenestrados adesivos de plástico com ou sem propriedades antimicrobianas não devem ser usados com a finalidade de prevenir a ISC. Uso de Luvas Cirúrgicas: Não formularam recomendação por falta de evidências para avaliar se utilizar duas luvas, a troca de luvas durante a cirurgia ou o uso de tipos específicos de luvas são mais efetivas na redução do risco de ISC. Mudança de Instrumental Cirúrgico: Especialistas decidiram não formular uma recomendação sobre este tópico devido à falta de evidências. Suturas Revestidas com Antimicrobianos - Recomendação Condicional/ evidência de qualidade MODERADA: Suturas revestidas com Triclosan (antisséptico) podem ser utilizadas. Oxigenação perioperatória - Recomendação CONDICIONAL / evidência de qualidade MODERADA: Pacientes adultos submetidos a anestesia geral com IET recebem uma fração de oxigênio inspirado (FiO2) de 80% no intraoperatório e, se possível, no pós-operatório imediato por 2 a 6 horas. Manutenção da temperatura corporal (normotermia) - Recomendação Condicional / evidência de qualidade Moderada: Usar dispositivos de aquecimento para manutenção da temperatura corporal do paciente. Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 21 Controle da glicemia no perioperatório - Recomendação Condicional/ evidência de qualidade BAIXA: o Utilizar protocolos para o controle da glicose no paciente adulto no perioperatório (diabéticos e não diabéticos). o Não foi formulada uma recomendação sobre os níveis de glicose. Fluidoterapia no intraoperatório - Recomendação condicional/ evidência de qualidade BAIXA: Especialistas sugerem manter o controle adequado de volume sanguíneo circulante. Irrigação de Solução Aquosa de Iodopovidona - Recomendação Condicional/ evidência de qualidade BAIXA: Usar na ferida incisional antes do fechamento, principalmente em cirurgias limpas e potencialmente contaminadas. Irrigação com ATB ferida incisional - Recomendação condicional/ evidência de qualidade BAIXA: Antes do fechamento NÃO deve ser usada Terapia de pressão negativa na ferida - Recomendação Condicional/ evidência BAIXA: Profilática pode ser usada em incisões cirúrgicas fechadas, tendo em conta os recursos. Sistemas de ventilação da sala cirúrgica com fluxo laminar - Recomendação condicional/ evidência MUITO BAIXA: Não usar para reduzir o risco de ISC em pacientes submetidos a cirurgia. RECOMENDAÇÕES PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO DURAÇÃO DE ATB PROFILÁTICO PÓS-OPERATÓRIO PARA DRENOS o Categoria IA: Recomendação Forte/ Alta evidência - NÃO ADMINISTRAR PROFILAXIA ANTIMICROBIANA ADICIONAL após a incisão cirúrgica ser fechada na sala de cirurgia, mesmo na presença de um dreno. Prolongamento da Profilaxia Antibiótica Cirúrgica - Recomendação FORTE/ evidência de qualidade MODERADA: NÃO prolongar a administração da profilaxia antibiótica após a conclusão da cirurgia Drenos em Feridas - Recomendação condicional/ evidência de qualidade BAIXA: ProfilaxiaATB no perioperatório não deve ser continuada devido à presença de um dreno. Curativos Avançados - Recomendação condicional/ qualidade de evidência BAIXA: NÃO usar sobre feridas cirúrgicas fechadas primariamente qualquer tipo de curativo avançado, em vez de um curativo padrão. SÍNTESE 1. Pacientes com S. aureus nasal conhecido devem receber pomada de Mupirocina 2% intranasal, com ou sem combinação de gluconato de clorexidina para lavagem do corpo. 2. Preparação mecânica do intestino sozinha (sem ATB oral) NÃO deve ser usada em pacientes adultos submetidos a cirurgia colorretal eletiva. 3. Cabelos e pelos no local da incisão cirúrgica NÃO devem ser removidos previamente, se necessário, remover com tricotomizador específico (“aparar”). 4. Antibiótico profilático (ATBP) deve ser administrado antes da incisão cirúrgica, quando indicado. 5. ATBP deve ser administrado dentro de 120 min antes da incisão, considerando a meia-vida do antibiótico. 6. A preparação cirúrgica das mãos deve ser realizada antes de calçar luvas estéreis, esfregando com um antimicrobiano adequado (sabão e água) ou usando um produto à base de álcool. 7. Soluções antissépticas à base de álcool com clorexidina devem ser usadas para a preparação da pele no sítio cirúrgico. 8. Administração de profilaxia antibiótica cirúrgica não deve ser prolongada após a conclusão da cirurgia. ANESTESIA OBJETIVOS Suprimir a sensibilidade dolorosa durante a cirurgia, com manutenção ou não da consciência. Provocar relaxamento muscular. Proporcionar condições ideais para a ação da equipe cirúrgica. CLASSIFICAÇÃO ASA – ESTADO FÍSICO DO PACIENTE I – Paciente saudável - saudável não fuma e não bebe II – Paciente com doença sistêmica leve - leve doença sem limitação funcional Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 22 III – Paciente com doença sistêmica grave - Uma ou mais doenças moderadas a graves com limitação funcional IV – Paciente com doença sistêmica grave com ameaça constante à vida - Com doença grave que ameace a vida Ex: sepse V – Paciente moribundo que não se espera que sobreviverá sem a cirurgia. VI – Paciente com morte cerebral, cujo órgãos estão sendo removidos para doação. Classe E – Paciente que requer cirurgia de emergência 10 PASSOS PARA ANESTESIA SEGURA 1. Anestesia e prevenção da infecção hospitalar – higienização das mãos e uso de luvas 2. Avaliação pré-anestésica (APA) 3. Preenchimento correto e completo dos documentos da anestesia 4. Time-out 5. Checagem de segurança (3M’s) – materiais, medicamentos e máquinas 6. Planejando a via aérea 7. Planejando a analgesia 8. Planejando a monitorização adequada 9. Planejando a reposição volêmica 10. Transporte seguro Houve uma intercorrência no intraoperatório? Dedique 1min para notificar o evento no formulário adequado. Essa ação também aumenta a segurança. NPO: MONITORIZAÇÃO Básica: o Medida da PA (esfigmomanômetro) o Estetoscópio o Cardioscopia o Oximetria de pulso; Complementar: o Estetoscópio esofágico; o Termômetro elétrico; o SVD; o Capnografia; o PVC; o PAM; o Catéter Swan-Ganz; o Função neuromuscular (estimulador de nervo periférico) TIPOS DE ANESTESIA Geral o Inalatória (líquidos voláteis/por gases) o Endovenosa o Balanceada: agentes inalatórios + intravenosos Local o Tópica o Infiltração Regional o Plexo braquial o Peribulbar o Intercostal etc. Espinhal o Peridural o Subaracnóidea Combinada: AG + BPD ANESTESIA GERAL OBJETIVOS Ausência de percepção dolorosa / Analgesia: Fentanil (analgésico potente aproximadamente 100 vezes + morfina) Inconsciência/Hipnose: Tiopental / Propofol / Midazolan Relaxamento muscular: Succinilcolina/ Pancurônio /Atracúrio (bloqueadores neuromusculares) Depressão Neurovegetativa - Drogas ação no Sistema Nervoso BIS® (Monitorização do índice bispectral) = sistema de monitoramento contínuo do estado hipnótico do paciente submetido à sedação e AG com base na aquisição e no processamento de sinais do ECG. Monitora o nível de consciência de pacientes submetidos à AG Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 23 Correlação entre valores do índice bispectral e estado clínico do paciente: ETAPAS Pré-indução o Preparo da Sala - revisão do equipamento, preparo e revisão do material e fármacos. o Preparo do Paciente – entrevista, ficha de anestesia, ambiente, monitorização e punção venosa. Indução o Indução – intravenosa, inalatória, via aérea e intubação. Manutenção o Estabilização - posicionamento, técnica anestésica, ventilação e hidratação Término da anestesia INTUBAÇÃO Material o Sondas aramadas o Videolaringoscópio o Lâmina com ponta flexível Manobra de sellick: Avaliação para intubação: Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 24 Material para intubação difícil: o Lâminas diversas de laringoscópio o Cânulas de diferentes tamanhos o Fio-guia, trocadores de sonda o Máscaras laríngeas e fast-track o Broncofibroscópio o Capnografia BLOQUEIOS ESPINHAIS BLOQUEIO SUBARACNÓIDE (BSA) Anatomia: entre a aracnoide, que está justaposta à dura-máter, e a pia-máter temos o espaço subaracnóide, com líquido cefalorraquidiano. Anestésicos + empregados: bupivacaína e lidocaína Posicionamento – DL fetal ou sentado Agulha fina – saída de líquor Indicação – procedimento abdominal infraumbilical ou MsIs. Reserv. p/> 40 a Complicações – hipotensão arterial e cefaleia BLOQUEIO PERIDURAL (BPD) Anatomia – espaço entre o ligamento amarelo e a dura-máter Técnica “Perda da Resistência” Agulha - Tuohy Indicação – mesma da raqui, em pacientes mais jovens e obstetrícia Complicações – hipotensão, punção acidental subaracnóide, toxicidade sistêmica, dor lombar e hematoma BPD X BSA Ambas: posição fetal ou sentado. Ambas: 1 se faz uma anestesia local (botão anestésico) Peridural: anestésico é injetado no espaço peridural (camada de gordura anterior à dura-máter - membrana que envolve a medula vertebral). Técnica “Perda da Resistência”. Raqui: agulha ultrapassa a dura-máter, mas não atinge a medula. O anestésico é injetado em uma região abaixo da medula, onde só há filamentos nervosos. “Saída de Líquor”. ANESTESIA: EVITAR Discussões e comentários de qualquer espécie, em voz alta, principalmente sobre a técnica anestésica e condições do paciente. Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 25 Que o paciente tenha visão direta do material cirúrgico e anestésico que possa estar sendo preparado Descobrir desnecessariamente o paciente ainda consciente ou que haja número excessivo de pessoas à sua volta Calor ou frio excessivo na SO Luz direta do foco sobre o rosto do paciente CENTRAL DE ANESTESIA Local com finalidade de promover RH e materiais para o ato anestésico, garantindo condições ideais de segurança, técnica e de assepsia. Possui características especiais o de limpeza o preparo o guarda o entrega de fármacos e materiais para o procedimento anestésico POSICIONAMENTO CIRÚRGICO Arte de mover e segurar o corpo colocando em uma posição que permita a melhor exposição da área cirúrgica, com mínimo de comprometimento da função fisiológica, que não cause lesão na pele, que não ocorra lesões nervosas ou comprometimento vascular. Posiciona-se o paciente após a anestesia, conforme cirurgia que irá se submeter. Cuidados com: o Sistema músculo esquelético o Sistema nervoso o Sistema cardiovascular o Sistema respiratório Mesa cirúrgica: o Adequada ao tamanho do paciente o A especialidade cirúrgica o Tipo de posição exigida para a cirurgia Cirurgião o Boa visão do sítio cirúrgico o Preferências pessoais/conforto o Desfecho cirúrgico Anestesista o Preservar funções: circulatória e ventilatóriao Acesso às vias: Venosa, Arterial e Aérea Enfermagem o Equipe advogada do paciente o Segurança o Capacitação equipe o Avaliação de risco o Posicionamento adequado o Monitorização do tempo o Considerar reposicionamento o Avaliar perfusão áreas de risco TIPOS DE POSICIONAMENTOS CIRÚRGICOS DECÚBITO DORSAL OU POSIÇÃO SUPINA Paciente fica deitado de costas com as pernas estendidas e braços ao longo do corpo ou abduzidos e apoiados em talas. Posição mais usada DECÚBITO LATERAL OU SIMS Paciente permanece em decúbito lateral E ou D com a perna de cima flexionada, afastada e apoiadas na superfície de repouso. Utilizada nas cirurgias de toracotomia para lobectomia ou cirurgias da loja renal ou cirurgias ortopédicas TRENDELENBURG OU TRENDELENBURG REVERSO Posição supina, mas com inclinação da mesa com cabeça mais baixa. Utilizada em algumas cirurgias abdominais. Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 26 DECÚBITO FOWLER OU SENTADA Paciente permanece semissentado na mesa cirúrgica. Usada para cirurgias de mamoplastia, abdominoplastias e neurocirurgias DECÚBITO VENTRAL OU POSIÇÃO PRONA Paciente fica deitado de abdome para baixo com os braços estendidos para frente e apoiados em talas. Usada em cirurgias nas regiões: dorsal, lombar, sacrococcígea e occipital POSIÇÃO DE LITOTOMIA OU GINECOLÓGICA Paciente permanece em decúbito dorsal com as pernas flexionadas, afastadas e apoiadas em perneiras acolchoadas e os braços abduzidos e apoiados em talas. Utilizada nas cirurgias proctológicas orificiais, ginecológicas e urológicas PONTOS DE PRESSÃO POR POSICIONAMENTO O QUE FAZER PARA EVITAR LESÕES NOS PONTOS DE PRESSÃO POR POSICIONAMENTO Usar no Posicionamento do Paciente Cirúrgico: Recursos materiais como talas, suportes, coxins de tamanhos e formatos diversos Cuidados no Posicionamento do Paciente Cirúrgico: o Proteger proeminências ósseas, principalmente em obesos, idosos e desnutridos evitando a formação de lesões de pressão e compressão da circulação. Usar posicionadores de gel ou coberturas. o Cuidar dos membros inferiores e superiores nunca deixar que fiquem pendentes da mesa. o Se possível, colocá-los ao longo do corpo e apoiá-los sobre talas. o Posicionar de modo seguro, anatômico e fisiológico, prevenindo distensões musculares, evitando compressão vascular, nervosa, de saliências ósseas e lesão ocular e facilitando a dinâmica respiratória. Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 27 o Possibilitar livre fluxo das infusões venosas e perfeito acesso intraoperatório para a execução da técnica cirúrgica. o Evitar contato com as superfícies metálicas da mesa cirúrgica. o Aplicar movimentos firmes, delicados e seguros em qualquer parte do corpo para evitar distensões musculares. o Ao elevar o paciente durante a movimentação: Não arrastar Prevenir o deslizamento Aumentar a proteção ao elevar o paciente porque aumenta o peso do corpo na região sacra Aumenta o risco deslizamento e cisalhamento Evitar usar no posicionamento: o Toalhas, rolos de folha, cobertores, bolsas com fluídos: Não é efetiva na redistribuição da pressão Pode contribuir para pressão e injúrias o Travesseiros, cobertores e equipamentos de espuma moldada - É mínima a pressão redistribuída o Almofadas de espumas Não é efetivo como dispositivo de enchimento Rápida compressão abaixo das áreas pesadas do corpo ESCALA ELPO Escala de Avaliação de Risco de Desenvolvimento de Lesão Decorrente do Posicionamento Não previne risco, fornece subsídios para assistência Risco diminuído = menor ou igual a 19 Risco aumentado = maior ou igual a 20 Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 28 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO INTRAOPERATÓRIO Enfermagem na Sala Operatório: montagem, circulação, instrumentação e desmontagem Montagem da SO para a cirurgia: instrumentais, Kit materiais, kit anestesia, equipamentos especiais, sangue (SN) Fluxo: recepção no BC enquanto o paciente aguarda: o Preparar sala cirúrgica com equipamentos, instrumental e materiais médicos o Prever aquecimento do paciente o Aquecer Soluções como SF0,9% e RL em estufa a 38 graus, para infundir EV no paciente cirúrgico na temperatura de 36 graus o Aquecer membros inferiores (MMII) e superiores do paciente colocando algodão laminado e atadura, pode ser elástica nos MMII PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA Técnica de paramentação cirúrgica é composta por três etapas: o Antissepsia das mãos e antebraços o Vestir o avental esterilizado o Calçar luvas cirúrgicas estéreis Colocar campos estéreis para cobrir o paciente e delimitar o campo operatório Avental de chumbo e protetor de tireoide antes do avental estéril Instrumentadora arruma a mesa de instrumental Instrumentadora confere instrumental Circulante traz o paciente para a sala Anestesia Tricotomia na sala SN Instrumentadora aguarda o início da cirurgia Garrote pneumático cirurgia de membros Botas pneumáticas cirurgias longas e pacientes com risco de TVP Posicionamento e evitar umidade nos lençóis Degermação e antissepsia do campo operatório reduz o crescimento ou ação dos MO diminuindo o risco de ocorrência de ISC PREPARO DO CAMPO OPERATÓRIO Iniciar a degermação do local mais limpo (de onde será realizada a incisão) para o mais sujo, em movimentos circulares. Degermação remove a flora microbiana transitória e o antisséptico inativa a proliferação da flora residente, por um certo período de tempo, da pele do campo operatório, bem como das mãos e braços da equipe hospitalar. Tipos de antissépticos utilizados: o ÁLCOOL (70%) – pouco usado porque não tem ação residual o PVP-I Degermante= PVP-I + sabão o PVP-I Tópico (Aquoso) = PVP-I + H2O o PVP-I Tintura (Alcoólico) = PVP-I + Álcool o Clorohexidina Degermante o Clorexidina Aquosa o Clorexidina Alcoólica Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 29 BISTURI ELÉTRICO Aparelho que transforma corrente elétrica alternada de baixa frequência em corrente de alta frequência Objetiva produzir diversos efeitos no tecido orgânico: coagulação, dissecção ou corte Mais seguros são os que possuem o sistema REM (Monitorização do Eletrodo Retorno) e devem ser utilizados em tomadas que possuam o sistema de aterramento. Eletrodo de retorno ou placa do bisturi elétrico: o Placas dispersivas adesivas são utilizadas com monopolar. Bipolar não precisa. Placas Metálicas – são perigosas; desuso; usar gel. o Monopolar: corta e coagula com alta potência. Bipolar: somente coagula, usado para cirurgias delicadas. O mesmo eletrocautério permite uso de Mono ou Bipolar. Bisturi de argônio Bisturi ultrassônico Cuidados com o Eletrodo de Retorno (Placa de EC): o Abrir embalagem e colocar a placa na pele preparada (antes limpar bem a pele e proceder tricotomia SN) o Selecionar área bem vascularizada próxima à região a ser operada, evitando dobras cutâneas e cicatrizes; certifica-se que toda placa aderiu. o NUNCA cortar a placa Cuidados de Enfermagem com a Placa do EC: o Colocar a placa MAIS próximo da FO - regiões com grande massa muscular o Colocar placa dispersiva no paciente - circulante o Evitar colocar a placa sobre ou no trajeto de órteses e próteses o Colocar a placa após posicionamento e cuidar para que não descole o Manter o paciente seco e sem contato com a parte metálica da mesa o Cuidar o plug da placa sob o corpo para não lesionar a pele devido à pressão. o Evitar colocar a placa na região escapular esquerda. o Evitar locais com pelos -impedem que a energia seja descarregada. o Atenção especial ao portador de marcapasso - a corrente elétrica pode interferir na programação. o Usar bipolar eanestesista deve controlar o paciente durante toda cirurgia ou cardiologista regular marcapasso antes. Complicações no uso de bisturi elétrico: o Queimaduras o Choques elétricos no paciente ou na equipe o Incêndios devido ao uso de anestésicos ou antissépticos o Parada cardíaca Cabe ao Pessoal de Enfermagem do BC: o Revisar periodicamente os aparelhos e instalações elétricas. o Manter aparelhos limpos e em ordem. o Testar todos os comandos antes do uso. o Colocar o EC longe do monitor cardíaco, devido à interferência. o Desligar o EC no final de cada cirurgia e antes da utilização de substâncias para a antissepsia do paciente. o Realizar treinamento e supervisão da equipe de enfermagem, uso, conservação e funcionamento dos aparelhos o Limpar fios, cabos e ponta do bisturi, com álcool ou H2O2 se sujos de sangue. ASSISTÊNCIA DO PACIENTE NO INTRAOPERATÓRIO Sondagens Acesso venoso / arterial Antibiótico profilático até 120 minutos antes da incisão Fios cirúrgicos o Utilizados para ligadura dos vasos sangrantes e união dos tecidos lesados facilitando o processo de cicatrização. o São classificados em: Absorvíveis Origem Animal. Ex. Catgut Origem Sintética. Ex. Vicryl Não absorvíveis Origem Animal. Ex. Seda Origem Vegetal. Ex. Linho Origem Sintética. Ex. Nailon, Mersilene, Ethibon e Prolene Origem Mineral: Ex. Aciflex e clips Controle das Perdas sanguíneas Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 30 Controle de compressas e instrumental Curativos e drenos Peça cirúrgica (AP / Cultural) VIDEOCIRURGIA Método minimamente invasivo que permite monitorar o ato operatório em tela de vídeo e realizar intervenções complexas por meio de abordagem cirúrgicas mediante minúsculas incisões de acesso a cavidades e espaços corpóreos Vantagens o Menor incisão cirúrgica; o Recuperação mais rápida e menos dolorosa; o Tempo de internação reduzido; o Menos gastos para o sistema de saúde; A videocirurgia tem alcance em todas as especialidades cirúrgicas. Rack de videocirurgia: o Monitor o Insuflador de gases o Fonte de luz o Microcâmera o Videocassete o Fonte de CO2 Instrumentais: o Kits o Reprocessamento do material avulso o Área específica x profissionais treinados o Processo de limpeza o Processo de desinfecção o Processo de esterilização FINAL DA CIRURGIA Ao se retirar o paciente da posição cirúrgica, alguns pontos precisam ser observados: o Manusear o paciente com movimentos firmes e lentos; mudança repentina de posição pode levar à queda de PA. o Ao retirar o paciente da posição ginecológica, ter cuidado; descer as pernas simultaneamente. o Manter a cabeça voltada para um dos lados, quando o paciente permanecer em decúbito dorsal. o No final da cirurgia pode ocorrer quedas acidentais. Redobrar a vigilância e NÃO deixar o paciente sozinho até ser transportado para a SRPA. Transferência do paciente: o SO para a SRPA; o SO para o leito de CTI; o SO para o leito de origem; o SO para residência -em procedimentos ambulatoriais com anestesia local Limpeza da sala de procedimento o Área menos tocada para a mais tocada o Limpar as áreas menos sujas antes de passar para as áreas mais sujas diminui a probabilidade de espalhar contaminantes de áreas mais sujas para superfícies limpas o De cima para baixo o Procedimentos padronizados, método e disciplina o Profissionais treinados o Limpar a sala de cirurgia entre os procedimentos o Profissionais designados para limpeza de áreas especificas evita a contaminação cruzada entre superfícies sujas e limpas e melhora a eficiência e organização o Patógenos específicos: Recomendação para patógenos especiais = deixar um tempo de 28 min até 1h para troca de ar - filtragem do ar SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA HISTÓRICO 1904 – Boston/EUA 1947 – Filadélfia/EUA 1988 – ASA = Padrões de Cuidados Pós- Anestésicos BRASIL o 1977 - Lei previsão de SR o 1993 - Obrigatoriedade por Decreto Federal PÓS-OPERATÓRIO Localização: ao lado do BC Estrutura física: o Área física = grande salão o Equipamentos e materiais básicos Organização da sala = conforme vai chegando do bloco Assistência de enfermagem: recepção, permanência e alta Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 31 Ao deixar a SO até a última visita de acompanhamento do cirurgião. PO Imediato - Fase I: recuperação imediata (24h), cuidado intensivo PO Mediato - Fase II: autocuidado (após 24h), cuidados estendidos. PO Tardio - Fase III: Preparo para alta (se internado). Objetivo: retornar ao equilíbrio fisiológico ideal do paciente, com rapidez, segurança e conforto Função o Restabelecer o equilíbrio fisiológico o Aliviar a dor o Prevenir complicações o Avaliar a recuperação cuidadosamente o Intervir imediatamente o Ensinar o autocuidado Protocolos Assistenciais o Avaliação inicial o Índices de recuperação o Condutas em situações especiais o Intervenção nas complicações o Critérios de alta e transferência ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS- OPERATÓRIO IMEDIATO Ambulatoriais Internados o SRPA e CTI – devem ser próximas ao BC o Transferência do paciente do BC para SRPA / CTI – anestesista e enfermagem o Anestesista - responsável em transportar e passar o caso (tudo) o SRPA e CTI - infraestrutura e RH adequados A permanência na SRPA poderá ser de 4 a 6h, dependendo do tipo de cirurgia e das condições preexistentes A SRPA precisa ser silenciosa, tranquila, limpa, agradável, iluminação indireta, bem ventilada e livre de equipamentos desnecessários, pois esses aspectos auxiliam na recuperação do paciente, promovendo conforto e diminuindo a ansiedade É essencial que a Enfermagem tenha conhecimento sobre patologias clínicas e cirúrgicas para o atendimento dos pacientes no Pós-Operatório Assistência na Admissão do Paciente: avaliar sistema respiratório, circulatório, neurológico, drenagens, curativos, posicionamento, aquecimento, conforto, segurança, controle da dor e apoio psicológico. O enfermeiro deverá ter total conhecimento da história pregressa do paciente que está admitindo TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE POI Interrupção da administração dos anestésicos Retorno as condições basais Transporte BC para SRA Admissão Equipe, drogas e equipamentos Monitorização de trocas ventilatórias Existência de Protocolos: avaliação inicial; índices de recuperação; condutas em situações especiais; intervenções nas complicações; critérios de alta e transferência. 1. AVALIAÇÃO VENTILATÓRIA DE – Padrão respiratório ineficaz Objetivo principal é manter via Aérea Permeável para manter ventilação pulmonar satisfatória, evitando hipóxia e a hipercapnia. Cuidados com a respiração: o Observar curva de saturação de oxigênio o Evitar SpO2 menor 90% o Controlar oxigenação, mov. respiratórios, cianose e SpO2 o Avaliar profundidade e natureza das respirações o Aspirar Vias Aéreas – VAS permeáveis; instilar SF. 2. AVALIAÇÃO CIRCULATÓRIA DE – Débito cardíaco reduzido Avaliação cardiovascular: o Pressão Arterial o FC e regularidade o Coloração da pele Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 32 3. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA DE – Processo de pensamento alterado ESTADO DE CONSCIÊNCIA - acordado ou sonolento; verbaliza ou atende aos comandos verbais ou aos estímulos dolorosos. FORÇA MOTORA – capacidade de responder aos comandos; coma anestésico, sedado ou bloqueado PUPILAS – isocóricas e fotorreação 4. AVALIAÇÃO RENAL Conhecer BH intraoperatório Zerar diurese na chegada a SRPA ou CTI Controlar diurese – débito urinário médio no adulto saudável é 1.000 a 1.500/24h. o Poliúria > 3.000ml/24h (DM). o Oligúria < 400ml/24h (desidratação). o Anúria <50ml/24h (IR). SVD observar fluxo - PreferirSVA que SVD Controlar o volume infundido EV – cuidado com desidratados e portadores ICC. Relacionar perdas com PVC Avaliar mucosas e pele 5. AVALIAÇÃO SÍTIO CIRÚRGICO E DRENOS Curativos Drenos, sondas e cateteres 6. OUTROS CUIDADOS Posicionamento: Decúbito dorsal, semi-fowler ou decúbito lateral (pouco indicada) Segurança Acessos venosos Monitorização Dados referentes ao estado clínico prévio Dados transoperatório Cuidados conforme cirurgia Prever complicações COMPLICAÇÕES NO POI MAIS FREQUENTES 1. Hipóxia - obstrução da via aérea o O efeito anestésico mantém o paciente inconsciente e sua musculatura relaxada, associado a posição de decúbito dorsal a mandíbula e a língua caem para trás ocorrendo a obstrução hipofaríngea, ocluindo a passagem de ar. 2. Hipotermia o DE – Temperatura corporal alterada o Aquecer paciente – terapia de aquecimento por convecção 3. Dor o Escala de Faces o Escala Numérica Verbal (ENV) 0 – Sem dor 10 – Pior dor possível o Escala Categórica Verbal (ECV) 0 – Sem dor 1 a 3 – Dor leve 4 a 6 – Dor moderada 7 a 9 – Dor intensa 10 – Dor insuportável 4. Náuseas e vômitos o Monitorar nível de consciência, reflexo de tosse, náusea e capacidade de deglutir; o Posicionar o paciente em decúbito de 45°; o Manter cabeça do paciente lateralizada, quando não houver contraindicação; o Propiciar ambiente tranquilo; o Administrar medicações analgésicas e antieméticos conforme prescrição médica. COMPLICAÇÕES MENOS FREQUENTES O enfermeiro deverá considerar toda a história do paciente prevendo as complicações Hemorragia Hipotensão Choque Retenção urinária Hipertensão e arritmias Embolia pulmonar TVP PCR Outras Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 33 OUTROS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO POI Orientar o paciente sobre o procedimento cirúrgico e anestésico e os cuidados de enfermagem, de acordo com a necessidade e o seu nível de compreensão no momento. Manter decúbito elevado 20-30 graus, oferecer travesseiro, se o paciente desejar e se não há contraindicação pela cirurgia ou anestesia. Estimular movimentos com membros superiores e inferiores, mudança de decúbito no leito e exercícios respiratórios. Oferecer higiene oral h/h e QN. Prestar assistência aos pacientes e seus familiares, tais como: o Oferecer conforto, segurança e apoio o Preservar sua individualidade o Manter uma presença empática e afetiva o Tratar o paciente e a família como se fossem únicos o Ajudar ao autocuidado o Perceber os medos, esperanças, expectativas e preocupações. o Ajudar em relação aos problemas relacionados com a doença e seus estressores o Promover comunicação e a confiança através do toque o Ouvir e encorajar o compartilhamento das emoções (verbal e não verbal) o Entender as manifestações do paciente e familiares e ficar disponível. Cuidados à criança no PO: o Apreciação em diferentes períodos de desenvolvimento das preocupações infantis a respeito da lesão corporal das reações à dor o Minimizar a separação dos pais o Avaliar e tratar a dor Neonatos Codificação da Atividade Facial (NFCS) Fronte saliente Fenda palpebral estreitada Sulco naso-labial aprofundado Boca aberta Boca estirada Lábios franzidos Língua tensa Tremor de queixo Considera-se a presença de dor quando dois ou mais movimentos faciais aparecem de maneira consistente durante a avaliação Lactentes CHEOPS/CHIPS Score mínimo: 0 Score máximo: 10 0 a 3 – Sem dor 4 a 10 – Necessitando tratamento Ranin Lena Lima – Enfermagem na Saúde do Adulto I 34 Crianças pequenas Escala de faces Crianças mais velhas e adolescentes Escalas numéricas verbais, escalas categóricas verbais Considerações gerontológicas - O paciente idoso apresenta: o Menor reserva fisiológica o Hipotermia e hipóxia o Fragilidade da pele o Frequente comprometimento da função cardiovascular, pulmonar ou renal o Desidratação o Suscetibilidade para dor o Confusão e delírio (51%) o Ingesta oral diminuída, função intestinal alterada, incontinência urinária, trombose, declínio funcional e fraqueza. CRITÉRIOS PARA A ALTA DA SRPA Ambulatoriais - Sempre com acompanhante Condições de alta do paciente para o domicílio (Aldrete 10): o Orientação no tempo e no espaço; o Estabilidade dos ssvv menos 60min o Ausência de náuseas e vômitos; o Ausência de dif. Respiratória; o Capacidade de ingerir líquidos; o Capacidade de locomoção como antes, se a cirurgia o permitir; o Sangramento mínimo ou ausente; o Ausência de dor de grande intensidade; o Ausência de sinais de retenção urinária; o Dar conhecimento ao paciente e ao acompanhante, verbalmente e por escrito, das instruções relativas aos cuidados PO e atendimento das eventuais ocorrências. Critérios para a Alta da SRPA para UI o Internados na UI – Aldrete 8 o Nível de consciência o Estado hemodinâmico o Padrão respiratório - extubado há mais de 2 h o Função motora e sensitiva o Período de observação: 30 min o Opioides venosos o Ausência de sangramento ou compatível o Sondas, cateteres e drenos o Débito urinário acima de 1 mg/kg/h o Dor controlada POSSÍVEIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Dor aguda Confusão aguda Risco para função respiratória alterada Risco para desequilíbrio do volume de líquidos Risco para lesão pelo posicionamento perioperatório Risco para o prejuízo da integridade da pele Risco para alteração da temperatura corporal Risco para infecção Ansiedade
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