Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Banco de Sangue e Imunohematologia Arthur Luiz de Campos Ferreira Biomédico e Farmacêutico-Bioquímico Especialista em Análises Clínicas Mestre em Saúde Pública em Região de Fronteira Técnica - Coombs Direto 1. Coletar amostra de sangue. 2. Preparar uma suspensão de hemácias de 3 -5%. 3. Colocar uma gota dessa suspensão em um tubo de hemólise. 4. Lavar 3x com solução salina. 5. Adicionar 2 gotas de antiglobulina humana poliespecífica (anti-IgG e C3d). 6. Centrifugar 3400 rpm por 15 segundos. 7. Ressuspender suavemente o botão de hemácias. 8. Observar a presença o não de aglutinados. Causas de erros na interpretação quando utiliza-se a AGH Reações falso-negativo: Lavagem inadequada das hemácias Reagente AGH sem reatividade Preparo inadequado das suspensões de hemácias Sub-centriifugação. Reações falso-positivo: Vidraria mal-lavada Centrifugação excessiva Pesquisa e Identificação de Anticorpos Irregulares Existem muitas possibilidades de ativação de resposta imune em um indivíduo, como resultado da exposição a substâncias estranhas (imunógenos). Em hemoterapia, a administração de uma grande quantidade de eritrócitos pode ser responsável pela aloimunização. O que são anticorpos irregulares? Quando o corpo é exposto a substâncias reconhecidas como não próprias ao seu organismo (exemplo antígenos eritrocitários), pode ocorrer ativação do sistema imune, com consequente formação de anticorpos. Anticorpos são proteínas (imunoglobulinas) produzidas pelos plasmócitos após ativação do sistema imune. Como surgem? Podem se dar por estímulos naturais, como no caso da imunização ABO, sendo então denominados anticorpos regulares, pois sua ocorrência é esperada. Mas geralmente, em hemoterapia, ocorrem como resposta aos aloantígenos contidos em hemocomponentes transfundidos, ou mesmo são decorrentes da gestante com sangue fetal. Como sua ocorrência não é esperada, são denominados anticorpos irregulares. Como surgem? Na rotina imunohematológica, geralmente procuramos detectar e identificar anticorpos antieritrocitários. Os anticorpos irregulares ocorrem de 0,3% a 2,0% da população em geral. O risco de aloimunização é de aproximadamente 1% por unidade transfundida. Populações com risco maior: Politransfundidos: 09% Talassêmicos: 10% Falciformes: 36% Curiosidade Já são conhecidos aproximadamente 285 antígenos eritrocitários classificados em 30 sistemas. Produzidos a partir da expressão de 40 genes e seus 1.124 alelos. Ocorrem principalmente por sensibilização após transfusão, gestação ou, ainda, por ocorrência natural. PAI Verifica a presença ou não de anticorpos irregulares no soro/plasma do indivíduo. Teste pré-transfusional obrigatório, segundo a legislação vigente. Também realizada em doadores ou gestantes. PAI Utiliza pelo menos dois frascos de reagentes comerciais, que são do tipo O e possuem a maioria dos outros antígenos de grupo sanguíneos (não ABO). É realizada colocando essas hemácias em contato com o soro/plasma. A leitura da reação pode ser feita em diversas fases, dependendo da metodologia escolhida. PAI Tubo: Fase de temperatura ambiente 37 ºC Fase da antiglobulina humana Gel: Pelo método de aglutinação em coluna, a leitura é realizada diretamente na fase de antiglobulina humana. PAI – Técnica em Tubo PAI – Técnica em Gel Técnica - PAI Parte 1 - Fase Salínica: revela anticorpos frios de natureza IgM em geral (anti-M, anti-P e anti-Leª). 1. Rotular dois tubos de hemólise como I e II. 2. Nos dois tubos, colocar duas gotas de soro a ser testado. 3. No tubo I, adicionar 1 gota de suspensão a 5% de hemácias de triagem I e no tubo II, idem para a hemácia de triagem II. 4. Homogeneizar e centrifugar a 3400 rpm por 15 min. 5. Verificar presença de hemólise. 6. Ressuspender delicadamente o “botão” de hemácias realizando a leitura macroscopicamente. Técnica - PAI Técnica - PAI Parte 2 - Fase Albumina: a albumina é uma proteína que atua aumentando a constante dielétrica do meio, diminuindo o potencial zeta, facilitando a aglutinação. Nesta fase, alguns anticorpos de natureza IgG já podem ser revelados. 7. Adicionar duas gotas de albumina bovina a 22% nos tubos I e II. 8. Homogeneizar e centrifugar a 3400 rpm por 15 min. 9. Verificar a presença de hemólise. 10. Ressuspender delicadamente o “botão” de hemácias realizando a leitura macroscopicamente. Técnica - PAI Parte 3 – Fase Térmica: auxilia na revelação de anticorpos IgG quando incubados a 37ºC. 1. Incubar os tubos durante 15 minutos em banho maria a 37ºC. 2. Homogeneizar e centrifugar a 3400 rpm por 15 segundos. 3. Observar presença de hemólise. 4. Ressuspender delicadamente o “botão” de hemácias realizando a leitura macroscopicamente. Técnica - PAI Parte 4 – Fase Antiglobulina Humana: revela a aglutinação de hemácias sensibilizadas por IgG. São revelados a maioria dos anticorpos. 1. Lavar as hemácias dos tubos I e II, em salina, por 3 vezes. 2. Após a terceira lavagem, retirar todo o sobrenadante por inversão rápida dos tubos. 3. Homogeneizar bem e adicionar a cada tubo, duas gotas de antiglobulina humana. 4. Homogeneizar bem e centrifugar a 3400 rpm por 15 segundos. 5. Observar presença de hemólise. 6. Ressuspender delicadamente o “botão” de hemácias realizando a leitura macroscopicamente. Técnica - Validação da AGH 1. Nos tubos negativos, adicionar uma gota do Reagente Controle de Coombs. 2. Misturar bem, centrifugar adequadamente, ressuspender gentilmente o “botão de hemácias” e ler macroscopicamente para aglutinação, a qual deverá forçosamente ocorrer. Interpretação dos resultados Resultado positivo em qualquer uma das fases indica presença de anticorpos irregulares (PAI), que deverão ser identificados por meio de painel de hemácias. Provas negativas nem sempre significam ausência de anticorpo irregular, pois o título deste pode ter decrescido até atingir níveis indetectáveis, por diminuição do estímulo antigênico, ou, ainda, pelo teste empregado não apresentar sensibilidade suficiente para a detecção. Neste caso, se houver novo estímulo antigênico, através de nova transfusão fenótipo-positiva, pode ocorrer uma resposta, com produção de altos títulos desses anticorpos em período de 24 a 72 horas. Painel de PAI positivo Quando a PAI é positiva, o próximo passo é identificar a especificidade do(s) anticorpo(s). Utiliza-se painel de hemácias contendo geralmente 11 hemácias-teste de grupo O de fenótipos eritrocitários conhecidos para os sistemas mais imunogênicos. As hemácias são testadas contra o soro/plasma do indivíduo, utilizando as mesmas técnicas que apresentaram PAI positivo. Realiza-se conjuntamente ao painel um Autocontrole, para detectar a presença de eventuais autoanticorpos. Alguns procedimentos auxiliares em identificação de anticorpos irregulares Técnica enzimática Técnica de preaquecimento Redução de temperatura LISS (solução de baixa força iônica) Reagentes Thiol (DTT) Substâncias macromoleculares (albumina, PEG, entre outros). Adsorção Alteração do pH Solução de Difosfato de Cloroquina Técnica do bloqueio
Compartilhar