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Hemoterapia

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Hemoterapia 
Hematopoese 
A hematopoese é o processo pelo qual as células sanguíneas são formadas no corpo humano.
1. Desenvolvimento Embrionário:
· Da 3 semana ate o 2 mes, a hematopoiese começa no saco vitelino, localizado no embrião. Nessa fase, ocorre a formação das primeiras células sanguíneas, principalmente eritrócitos primitivos.
· Posteriormente, a hematopoiese se desloca para o fígado fetal, e no 4 mês o baço começa auxiliar.
· No quinto mês, função passa a ser da medula óssea. 
2. Fase Neonatal:
· Após o nascimento, a medula óssea vermelha se torna o principal local de hematopoiese em humanos adultos. A medula óssea é um tecido esponjoso encontrado no interior dos ossos longos e em outras áreas, como os ossos da bacia e do esterno.
· A partir da infância, a medula óssea é responsável pela produção contínua e regular de células sanguíneas ao longo da vida.
· A medula óssea vermelha é responsável pela hematopoiese e medula óssea amarela é armazenar energia na forma de gordura e também servir como uma reserva de nutrientes para o organismo.
3. Hematopoiese Adulta:
· Na medula óssea, as células-tronco hematopoiéticas (CTHs) multipotentes dão origem às células progenitoras que se diferenciam em células sanguíneas maduras.
· As CTHs têm a capacidade de se autorrenovar (produzindo mais CTHs) e se diferenciar em células de diferentes linhagens sanguíneas: eritrócitos (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas.
Células pluripotentes 
Células pluripotentes são um tipo especial de células-tronco capazes de se diferenciar em células de diversos tipos teciduais do corpo humano. Elas possuem uma característica única chamada de pluripotência, que significa que são capazes de se transformar em praticamente qualquer tipo de célula do organismo, exceto as células extraembrionárias (como as células da placenta). Ela pode se diferenciar em: 
· Células mieloides comum 
· Células linfoides
Células linfoides: 
Elas são uma parte fundamental do processo de hematopoiese e são responsáveis pela formação das células do sistema linfático.
As células linfoides comuns podem se diferenciar em várias linhagens de células do sistema imunológico, incluindo células B, células T, células natural killer (NK) e células dendríticas.
Linfócito T 
· Célula linfoite comum se diferencia em um linfoblasto que se diferencia em pró linfócito T que gera o linfócito T. Após serem formados na medula óssea, os precursores dos linfócitos T migram para o timo, onde completam sua maturação e diferenciação.
· No timo, os precursores dos linfócitos T passam por um processo de seleção positiva e negativa.
· Na seleção positiva, as células T que possuem receptores de células T (TCR) capazes de reconhecer complexos de histocompatibilidade (MHC) próprios são selecionadas para continuar o processo de maturação.
· Na seleção negativa, as células T que reconhecem fortemente antígenos próprios são eliminadas para evitar reações autoimunes.
Importância Clínica:
· Os linfócitos T desempenham um papel fundamental na resposta a infecções virais, na vigilância antitumoral e na regulação da resposta imune em doenças autoimunes.
· Distúrbios que afetam os linfócitos T, como a deficiência de células T, a hiperativação dos linfócitos T (como na resposta exagerada a alérgenos) e distúrbios autoimunes (onde os linfócitos T atacam tecidos do próprio organismo), podem levar a condições clínicas variadas.
· Certos distúrbios hematológicos, como linfomas de células T, leucemia de células T, linfocitose reativa (uma resposta a estímulos como infecções ou inflamação) e leucemia linfocítica crônica de células T, podem causar um aumento nos linfócitos T.
Linfócito B:
· Célula linfoite comum se diferencia em um linfoblasto que se diferencia em pró linfócito B. Durante esse processo, os linfoblastos sofrem rearranjos genéticos em seus genes de imunoglobulina (Ig), resultando na expressão de receptores de células B (BCR) únicos em cada célula B. Esses BCRs são responsáveis pelo reconhecimento de antígenos específicos.
· As células B maduras passam por um processo de educação imunológica na medula óssea, onde ocorre a seleção positiva e negativa de células B semelhante ao processo dos linfócitos T no timo.
· Na seleção positiva, as células B que expressam BCRs funcionais e não autoreativos são selecionadas para continuar o processo de maturação.
· Na seleção negativa, as células B autoreativas são eliminadas ou tornam-se anérgicas para evitar reações autoimunes.
Importância clinica: 
Infecções virais, como mononucleose infecciosa (causada pelo vírus Epstein-Barr), hepatite viral e citomegalovírus (CMV), podem levar a um aumento nos linfócitos B.
Infecções bacterianas, como tuberculose, doença de Lyme, pneumonia bacteriana e infecções crônicas, também podem causar linfocitose B.
Respostas alérgicas graves, como anafilaxia, podem estar associadas a um aumento temporário nos linfócitos B.
Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico (LES) e doença de Graves, podem causar um aumento dos linfócitos B devido à ativação do sistema imunológico.
Células NK
Durante o processo de diferenciação, as células-tronco hematopoiéticas se diferenciam em precursores das células NK, chamadas de células progenitoras linfoides comuns (CLPs), que são uma subpopulação de células-tronco hematopoiéticas.
As CLPs passam por estágios de desenvolvimento e diferenciação na medula óssea para se tornarem células NK maduras e funcionais.
Células mieloides comum:
A célula mieloide comum (CMC) é uma célula-tronco hematopoiética multipotente que pode se diferenciar de acordo com sua colônia 
1. Unidade formadora de colônia de eritrócitos e megacariócitos 
Hemácias: da célula mieloide há formação do proeritroblasto. ocorrem várias divisões celulares e mudanças morfológicas nas células precursoras, resultando na formação de eritroblastos, normoblastos, reticulócitos e, finalmente, hemácias maduras.
Durante esse processo, as células precursoras adquirem características específicas das hemácias, como a síntese de hemoglobina e a perda do núcleo, o que confere às hemácias sua forma bicôncava característica.
Funções: transporte de gases, tampão sanguíneo, participa do tampão plaquetário, eliminação dos resíduos metabólicos. 
Plaquetas: O processo de formação das plaquetas é chamado de trombopoiese. Ele começa com a diferenciação das células-tronco hematopoiéticas em células progenitoras mieloides, que subsequentemente se diferenciam em megacarioblastos.
Os megacarioblastos são células grandes e multinucleadas que sofrem um processo de maturação e divisão celular para formar megacariócitos, que são células gigantes e também multinucleadas.
Dentro dos megacariócitos, ocorrem várias divisões nucleares sem a divisão celular completa, resultando na formação de plaquetas, que são pequenos fragmentos celulares sem núcleo.
Função: coagulação sanguínea, liberam substâncias vasoativas e fatores de crescimento que ajudam na reparação dos tecidos danificados.
2. Unidade formadora de colônia de granulócitos e monócitos 
Monócito 
Após sua produção na medula óssea, os monócitos são liberados na corrente sanguínea, onde circulam por várias horas até migrarem para os tecidos(diapedese) e se diferenciarem em macrófagos ou células dendríticas.
eles apresentam granulação fina, e seu citoplasma é caracteristicamente azul-acinzentado, assume formatos como “D”, grão de feijão ou até mesmo “U”.
Função:
· Fagocitose: Os monócitos são capazes de fagocitar microrganismos patogênicos, células mortas, debris celulares e outras substâncias estranhas ao organismo. 
· Apresentação de Antígenos: Os monócitos podem se diferenciar em células apresentadoras de antígenos, como os macrófagos e as células dendríticas, que desempenham um papel importante na ativação das células T do sistema imunológico.
· Produção de Citocinas: Os monócitos também secretam várias citocinas, como interleucinas e fatores de necrose tumoral, que regulam a resposta imunológica, a inflamação e a comunicação entreas células do sistema imunológico.
· Reparação Tecidual: Além de sua função imunológica, os monócitos também participam da reparação tecidual, contribuindo para a remoção de detritos celulares e a regeneração de tecidos após inflamação ou lesão.
Clínica :
Aumento:  ocorre em resposta a infecções crônicas, em distúrbios autoimunes, em distúrbios do sangue e em certos tipos de câncer.
Diminuição: pode ser causada por qualquer coisa que diminua a contagem geral de glóbulos brancos (consulte também Neutropenia e Linfocitopenia), como infecção da corrente sanguínea, quimioterapia ou um distúrbio da medula óssea.
Macrófagos: O macrófago é uma célula de defesa do organismo e que atua no sistema imunológico.
Os macrófagos são encontrados no tecido conjuntivo e se concentram em órgãos com a função de defesa do organismo.
Eosinófilos:
Após sua produção na medula óssea, os eosinófilos circulam na corrente sanguínea e também são encontrados em tecidos que são propensos a reações alérgicas ou infecções parasitárias, como os pulmões, o trato gastrointestinal e a pele.
Os eosinófilos, que têm o núcleo caracteristicamente bilobulado, são assim denominados porque têm, em seu citoplasma, grânulos grandes, corados por eosina. 
Funções 
· Os eosinófilos desempenham um papel importante na resposta imunológica contra infecções por parasitas, como helmintos (vermes parasitas).
· Reações Alérgicas: Os eosinófilos estão envolvidos em reações alérgicas e hipersensibilidade do tipo 1. Eles são ativados pela imunoglobulina E (IgE) durante uma resposta alérgica e liberam mediadores inflamatórios, como histamina e leucotrienos, que causam sintomas alérgicos, como inflamação, coceira e secreção de muco.
· Regulação da Inflamação: Os eosinófilos também desempenham um papel na modulação da resposta inflamatória, equilibrando as respostas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias no corpo.
· Reparo Tecidual: Em certos contextos, os eosinófilos estão envolvidos no processo de reparo tecidual após inflamação ou lesão, contribuindo para a remoção de detritos celulares e a regeneração dos tecidos.
Aumento de eosinófilos: Causas de eosinofilia incluem infecções parasitárias, reações alérgicas (asma, rinite alérgica, dermatite atópica), doenças inflamatórias (como a síndrome de Churg-Strauss e a doença de Crohn), certas condições malignas (como a leucemia eosinofílica) e uso de certos medicamentos.
Dimunuição Um número reduzido de eosinófilos no sangue (eosinopenia) pode ocorrer na síndrome de Cushing, em infecções da corrente sanguínea (sepse) e no tratamento com corticosteroides. 
Basófilos 
São células que apresentam grânulos que se coram ao utilizar eosina e um núcleo com dois lobos conectados por um filamento. Apresentam como principal função fagocitar o complexo antígeno-anticorpo. Essas células aumentam quando o paciente apresenta reações alérgicas ou infecções parasitárias.
Funções dos Basófilos:
· Reações Alérgicas: Os basófilos estão envolvidos nas reações alérgicas do tipo 1, que são mediadas pela imunoglobulina E (IgE). Quando um alérgeno se liga à IgE na superfície dos basófilos, eles liberam mediadores inflamatórios, como histamina, leucotrienos e citocinas, que causam sintomas alérgicos, como inflamação, coceira, erupções cutâneas e secreção de muco.
· Resposta a Infecções Parasitárias: Os basófilos também estão envolvidos na resposta imunológica contra certas infecções parasitárias, liberando substâncias que podem combater os parasitas.
Basofilia e Eosinofilia: A basofilia refere-se ao aumento nos níveis de basófilos no sangue. Assim como a eosinofilia está associada a certas condições, como alergias, infecções parasitárias e doenças inflamatórias.
Mastócitos 
Os mastócitos contêm grânulos citoplasmáticos ricos em substâncias bioativas, como histamina, heparina, enzimas proteolíticas e mediadores inflamatórios. 
Funções dos Mastócitos:
· Resposta a Alérgenos: Os mastócitos desempenham um papel central nas reações alérgicas. Quando um alérgeno entra em contato com um mastócito previamente sensibilizado pela imunoglobulina E (IgE), ocorre a liberação de mediadores químicos, como histamina, leucotrienos, prostaglandinas e citocinas. Esses mediadores causam sintomas alérgicos, como inflamação, edema, coceira, secreção de muco e contração dos músculos lisos.
· Resposta a Infecções Parasitárias: Os mastócitos também desempenham um papel na resposta imunológica contra parasitas, liberando substâncias que podem combater os parasitas e recrutar outras células do sistema imunológico para o local da infecção.
Neutrófilo: 
Neutrófilos são células arredondadas com um núcleo multilobulado (daí o termo "polimorfonucleares") e contêm grânulos citoplasmáticos que são visíveis sob microscopia.
Função e Papel no Sistema Imunológico: Os neutrófilos são um tipo de glóbulo branco, também chamados de leucócitos granulócitos polimorfonucleares (PMN). Eles desempenham um papel fundamental na resposta imunológica do corpo, especialmente na defesa contra infecções bacterianas e fúngicas. Os neutrófilos são atraídos para locais de infecção ou inflamação por substâncias químicas liberadas por células danificadas ou microorganismos invasores.
Mnemônico:
Imagine uma cena em que um "Exército de Amigos" (EAPLMB) está lutando contra diferentes ameaças:
Eosinófilos (E): Eles são representados por soldados com alergias, segurando flores (para alergias) e redes de caça (para parasitas).
Basófilos (A): São como soldados que têm alergias, asma, rinite, sinusite e estão usando óculos escuros (simbolizando insuficiência renal).
Linfócitos (L): São os soldados em uniformes de médicos com estetoscópios, indicando que estão combatendo infecções virais.
Monócitos (M): São os soldados com microscópios, prontos para identificar bactérias e parasitas.
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