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TERMINALIDADE DA VIDA ATENDIMENTO A PACIENTE TERMINAIS: representa situação difícil para equipe e saúde, apesar da morte ser um evento inexorável para os seres vivos QUESTÕES MORAIS O que o paciente sabe de seus diagnóstico e prognóstico implica no exercício da autonomia • Só pode se autodeterminar, de maneira adequada, aquela pessoa com pleno conhecimento dos fatos médicos ligados à sua doença • O acesso à verdade é essencial, porém, o direto à verdade nem sempre obriga os médicos a dizer a verdade para os pacientes em certos momentos → o médico vai avaliar cada caso tentando pesar os prós e contras das duas alternativas: dizer a verdade ou omitir dados ao paciente → em seu julgamento, considerará que somente um fato moral muito relevante, em termos de beneficência, poderá justificar uma ação de ignorar o direito do paciente à verdade e, consequentemente, de que o paciente defina os limites de seu tratamento – seria a não revelação moralmente justificável INFORMAÇÃO E O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA É vedado ao médico Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal PACIENTE TERMINAL Que medidas usar para manter um paciente vivo? MEDIDAS ORDINÁRIAS: são as convencionais, de baixo custo, pouco invasivas e tecnologicamente simples MEDIDAS EXTRAORDINÁRIAS: invasivas, caras, heroicas e de tecnologia complexa MEDIDAS FÚTEIS: são aquelas com baixíssima chance de serem eficazes, não importando o número de vezes que é usada TRATAMENTO FÚTIL • A futilidade deve ser definida em função da relação existente entre terapêutica e cuidado • Um tratamento é considerado fútil quando não tem probabilidade de ter valor terapêutico, isto é, quando agrega riscos crescentes sem um benefício associado Importante: não alterará a situação de terminalidade e cuja suspensão é chamada de suspensão de esforço terapêutico (SET) Quando visam cuidado ao paciente, as medidas nãos será fúteis, pois visam o conforto do paciente – são os cuidados paliativos É preciso verificar que o paciente terminal deve ser cuidado de modo digno, recebendo tratamentos ordinários para lhe amenizar o sofrimento e assegurar-lhe qualidade de vida, pois o ser humano tem outras dimensões além da biológica, de forma que aceitar o critério da qualidade significa estar a serviço não só da vida, mas também da pessoa OBJETIVO DO CUIDADO PALIATIVO Permitir que o processo natural de fim de vida decorra nas melhores condições possíveis, tanto para o doente como para a família e, bem como, para o profissional EUTANÁSIA PODE OU DEVE, O MÉDICO AJUDAR O PACIENTE A MORRER? Esta pergunta remete ao conceito de eutanásia. O termo eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como “boa morte” ou “morte apropriada” • Atualmente, entende-se por eutanásia quando uma pessoa causa deliberadamente a morte de outra pessoa que está mais fraca, debilitada ou em sofrimento CARACTERIZAÇÃO DA EUTANÁSIA Dois elementos básicos • Intensão • Efeito da ação QUANTO AO TIPO DE AÇÃO EUTANÁSIA ATIVA: o ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, por fins misericordiosos por meio de uma ação positiva (direta) EUTANÁSIA PASSIVA OU INDIRETA: a morte do paciente ocorre dentro de um quadro terminal, ou porque não se inicia uma ação médica ou porque há interrupção de uma medida extraordinária com o objetivo de minorar o sofrimento QUANTO AO CONSENTIMENTO DO PACIENTE EUTANÁSIA VOLUNTÁRIA: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do paciente EUTANÁSIA INVOLUNTÁRIA: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente EUTANÁSIA NÃO VOLUNTÁRIA: quando a morte é provocada sem que o paciente tenha manifestado sua posição em relação a ela Obs: essa classificação quanto ao consentimento visa estabelecer o tipo de responsabilidade do agente (médico ou outro profissional) que praticou o ato A intensão de realizar a eutanásia pode gerar uma ação (eutanásia ativa) ou uma omissão, isto é, a não realização de uma ação... SUICÍDIO ASSISTIDO Ocorre quando uma pessoa, que não consegue concretizar sozinha sua intenção de morrer, solicita o auxílio de um outro indivíduo • A assistência ao suicídio de outra pessoa pode ser feita por atos (prescrição de doses altas de medicação e indicação de uso), ou, de forma mais passiva, através de persuasão ou de encorajamento • Em ambas as formas, a pessoa que contribui para a ocorrência da morte da outra, compactua a intenção de morrer por meio da utilização de um agente causa EUTANÁSIA, SUICÍDIO ASSISTIDO E FUTILIDADE Eutanásia e suicídio assistido: ambos são claramente diferentes das decisões de retirar ou de não implantar um tratamento que não tenha eficácia ou que gere sérios desconfortos, unicamente para prolongar a vida de um paciente, pois ao contrário da eutanásia e do suicídio assistido, esta retirada ou não implantação de medidas consideradas fúteis, não agrega outra causa que possa conduzir à morte do paciente MISTANÁSIA X DISTANÁSIA X ORTOTANÁSIA MISTANÁSIA EUTANASIA SOCIAL: morte miserável, fora e antes da hora. Do grego “mis”, distanciamento, infeliz e thanatos”, morte) • A morte miserável, por omissão, por negligência, por incompetência ou insuficiência na assistência à saúde DISTANÁSIA Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento (é a agonia prolongada) • Tida como sendo eticamente inadequada ORTOTANÁSIA Curso natural da patologia e uma “atuação correta e adequada” frente a morte • Sinônimo de morte natural • Não deve ser confundida com o significado da palavra eutanásia (Passiva), já que há diferenças • Termo está associado aos cuidados paliativos adequados prestados aos pacientes nos momentos finais de suas vidas TRADIÇÃO HIPOCRÁTICA • Os médicos e outros profissionais de saúde se dedicam a proteger e preservar a vida • Uma vez aceita a prática da eutanásia como um ato médico, os médicos teriam, também, a tarefa de causar a morte • A participação na eutanásia não somente alteraria o objetivo da atenção à saúde, como poderia influenciar, negativamente, a confiança para com o profissional, por parte dos pacientes CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA Parágrafo único do art. 41: nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou de seu representante legal DIRETIVA ANTECIPADA DE VONTADE A resolução 1995/2012 CFM em vigor, atualmente, estabelece os critérios para que qualquer pessoa, desde que maior de idade e plenamente consciente – possa definir junto ao seu médico quais os limites terapêuticos na fase terminal • São regras que estabelecem os critérios sobre o uso de tratamentos considerados invasivos ou dolorosos em casos clínicos nos quais não exista qualquer possibilidade de recuperação Assim, o paciente que optar pelo registro de sua diretiva antecipada de vontade, poderá definir.... Também é conhecida como “testamento vital” que trata-se do registro do desejo expresso paciente em documento, o que permitirá que a equipe que o atende tenha o suporte..... Qualquer pessoa com idade igual ou maior que 18 anos ou emancipada é apta para expressar sua diretiva • O interessado deve estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, lúcido e responsável por seus atos perante a justiça Obs: não cabe a crianças e adolescente e nem aos pais fazendo em nome de seus filhos (aqui, a vida e bem estar permanecem sob a responsabilidade do Estado) REGISTRO DA DIRETIVA Pode ser feito pelo médico assistente em sua ficha médica ou no prontuário do paciente, desde que expressamente autorizado por ele • Sem testemunhas, pois médico tem fé pública • Sem cobrarvalor adicional, já que este registro faz parte do atendimento • Se quiser, paciente pode registrar em cartório • Só o paciente pode alterar • Não pode ser contestada por familiares • Não cabe a crianças e adolescentes e nem aos pais fazendo em nome de seus filhos (aqui, a vida e o bem estar deles permanecem sob a responsabilidade do Estado) FUNDAMENTAÇÃO DA RESOLUÇÃO • Avanço na relação médico e paciente • Possibilidade da ortotanásia • Compromisso humanitário e ético atendendo à vontade do paciente terminal e não usando medidas fúteis para prolongamento da vida • Aumento da autonomia do paciente e diminuição do paternalismo médico No texto, o desejo deverá ser mencionado pelo médico, de forma minuciosa, que o paciente está lúcido, plenamente consciente de seus atos e que compreende a decisão tomada. Também dirá o limite da ação terapêutica estabelecido pelo paciente DIRETIVA ANTECIPADA DE VONTADE E EUTANÁSIA Essa diretiva só será seguida pelo médico, respeitando a autonomia do paciente, quando se tratar de situações de emprego de meios artificiais, desproporcionais, fúteis e inúteis apara o prolongamento da vida. Além disso, a DAV não é considerada eutanásia pois não abrevia a vida Importante: o médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade do paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos ditados pelo Código de ética Médica
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