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Ética Médica - TUTORIA P1

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Tutoria fechamento 19/04 
Tema central : Ética Médica 
 
Objetivos: 
1) Entender a relação médico-paciente na comunicação de más notícias 
- “Má notícia” significa “toda a informação que envolva uma mudança drástica e 
negativa na vida da pessoa e na perspectiva do futuro” 
- O código de ética médica, desde 1847 já declarava ́´A vida de uma pessoa doente 
pode ser diminuída não apenas pelos atos, mas também pelas palavras ou maneiras 
do médico.`` 
- É necessário respeitar e evitar todas as coisas que tenham a tendência de 
desencorajar o paciente e deprimir seu espírito. De fato, a forma com que a má 
notícia é apresentada pode afetar a compreensão dos pacientes sobre ela e o seu 
ajustamento à mesma, assim como a sua satisfação com o seu médico. 
- Os fatores mais importantes para pacientes quando recebem más notícias são as 
competências do médico, sua honestidade, atenção, o tempo, um diagnóstico direto 
e compreensível e o uso de um linguajar claro. 
- Uma má notícia, comunicada de maneira abrupta e intensa, pode ser devastadora 
para o paciente, criando uma dificuldade a mais no processo de aceitação de sua 
enfermidade. O estremecimento da relação médico -paciente neste momento pode 
destruir vínculos de confiança que são imprescindíveis para o cuidado. 
- A habilidade para comunicar notícias impactantes pode ser aprendida e treinada, 
resultando em maior confiança por parte do profissional e maior satisfação do 
paciente 
- A comunicação de uma má notícia por um profissional despreparado pode gerar 
altos níveis de estresse e colaborar para o desenvolvimento de distúrbios 
psicossociais como depressão 
Protocolos para a comunicação de más notícias 
O Protocolo SPIKES ( Contexto, Percepção, Convite, Conhecimento, Explore 
emoções, estratégia e resumo) surgiu com o objetivo de habilitar o médico e a 
equipe multiprofissional a comunicarem más notícias para pacientes com câncer. 
Tal protocolo é composto por seis passos: 
(1) cuidado com o local onde será feita a revelação da notícia; 
(2) percepção do paciente em relação à própria condição e gravidade; 
(3) apresentação de possibilidades de tratamento; 
(4) abordar e reconhecer as emoções e sentimentos, agindo de maneira empática; 
(5) Abordar as emoções dos pacientes após a comunicação da má notícia; 
(6) finalização, que consiste em realizar uma síntese de tudo o que foi dito 
Protocolo CLASS (Contexto físico, Habilidade de escutar e perceber, 
Conhecimento das emoções e como explorá-las, Estratégia, Síntese) 
A primeira etapa é considerar o contexto físico, ou seja, priorizar um ambiente 
adequado para a conversa; 
O segundo passo visa à habilidade de escuta, isto é, o profissional deve estar 
disponível para escutar o paciente; 
A terceira é preciso reconhecer as emoções e explorá-las de maneira empática; 
A quarta etapa é traçar um planejamento de estratégias, descrevendo com clareza a 
proposta terapêutica e seus procedimentos; 
Por fim, realiza-se uma síntese dos principais tópicos discutidos durante a conversa, 
verificando se há dúvidas. 
PROTOCOLO PACIENTE 
P – Prepare-se, consiste em checar as informações a serem comunicadas aos 
pacientes, além de estar em um ambiente físico com privacidade e conforto; 
A – Avalie o quanto o paciente sabe e o quanto quer saber; 
C – Convite à verdade; 
 I – Informe, isto é, compartilhe a informação em quantidade, velocidade e qualidade 
suficiente para que o paciente faça sua decisão; 
E – Emoções, consiste em dar espaço ao paciente em expressar suas emoções; 
N – Não abandone o paciente, ou seja, assegurar-se que o paciente receberá 
acompanhamento médico; 
 T – Trace uma Estratégia, em suma, significa planejar os próximos cuidados a 
serem oferecidos e opções de tratamento. 
 
***Apresentar Gráficos*** 
 
 
2) Conhecer o princípio da autonomia 
- É um dos pilares da bioética 
- No Brasil, o código de ética estabelece uma relação do profissional com seu 
paciente, na qual o princípio da autonomia deve ser exercido, ao determinar que é 
vedado ao médico efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e 
consentimento prévios do paciente ou responsável, salvo em situações de perigo 
iminente de vida. O direito do paciente em receber todas as informações e participar 
mais ativamente do seu tratamento. 
- Autonomia significa autogoverno, autodeterminação da pessoa em tomar decisões 
relacionadas a sua vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica e suas relações 
sociais. 
- Todo indivíduo tem direito de consentir ou recusar propostas de caráter preventivo, 
diagnóstico ou terapêutico que tenham potencial de afetar sua integridade 
físico-psíquica ou social. 
- O médico não deve, de modo algum, persuadir o paciente a aceitar um tratamento 
com o qual não concorde, através de ameaças. Do mesmo modo, o profissional não 
deve tirar proveito de situações nas quais o paciente não esteja em condições de 
decidir, para convencê-lo, como no caso de indivíduos sob sedação, por exemplo. 
- O respeito à autonomia encontra amparo no Código de Ética Médica Brasileiro 
(Capítulo V, Artigo 31), segundo o qual é vedado ao médico “Desrespeitar o direito 
do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de 
práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte”. 
Com este artigo, o código de ética médica enfatiza a obrigação de respeitar a 
autonomia do paciente 
- A prática do respeito à autonomia do paciente encontra-se em oposição ao 
tradicional modelo de atendimento paternalista. Pelo paternalismo todas as 
determinações relativas ao tratamento são decididas pelo médico isoladamente. O 
modelo paternalista impede a atuação do paciente como agente de seu próprio 
tratamento. (Modelo participativo) 
- Não tem escolha própria: Menores de idade, presidiários, indivíduos que padecem 
de determinadas enfermidades mentais, indivíduos com alterações do nível de 
consciência. 
- Princípios da Autonomia (Não existe hierarquia): Beneficência, não maleficência, 
justiça e autonomia. 
 
3) Diferenciar os conceitos de eutanásia, ortotanásia ou distanásia 
Eutanásia:- Eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como ́´boa morte`` ou ́´morte 
apropriada`` 
- É uma forma de tratamento de pacientes portadores de doenças incuráveis, cujo 
objetivo é garantir a essas pessoas uma morte mais humanizada, com menos 
sofrimento.Antecipa a morte do paciente, para que este não tenha que lidar com 
mais sofrimento. Em suma, é a morte assistida. 
- A bélgica é um dos países mais liberais em relação à eutanásia 
- No ano passado (2019), 2357 vidas foram terminadas por médicos belgas 
- Na Bélgica, o procedimento foi legalizado em 2002 e, em média, é aplicado a seis 
pessoas por dia. 
- Inclusive considerada uma ilicitude ética, pelo atual Código de Ética Médica que 
em seu artigo 66, reza: “Utilizar, em qualquer caso, meios destinados a abreviar a 
vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal.” Nos casos 
de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos 
disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou 
obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente. 
- Seja o crime de eutanásia praticado de uma maneira ativa (por exemplo, o médico 
administra um fármaco que cause a morte do enfermo – eutanásia direta, positiva) 
ou passiva (uma manobra terapêutica – até o uso de um medicamento – deixa de 
ser executada, ou o próprio uso, frise-se, adequado, de um medicamento que 
abrevie o tempo de vida – eutanásia indireta, negativa). 
- A eutanásia ativa, ou morte assistida por intervenção deliberada, é legal em 
apenas alguns outros países: Holanda, Luxemburgo, Canadá e Colômbia. Alguns 
Estados dos Estados Unidos também permitem certos tipos de morte assistida. 
Ortotanásia: 
- Conhecida como ́´Morte certa` 
- A ortotanásia é conceituada como suspensão dos meios artificiais de manutenção 
da vida. 
- Nesse caso há a suspensão do uso de medicamentos ou equipamentos que 
prolongam a vida do paciente em estado terminal, vegetativo ou em coma 
irreversível, deixando-o ter uma morte natural. Vale destacar que em caso de 
inconsciência do paciente a família decidirá pela suspensão, caso contrário deverá 
ser expresso pelo próprio paciente. 
- As razões de direito apresentadas pelo MPF sustentam que o 
CFM(Conselho Federal de Medicina)não possui poder regulamentar para 
estabelecer como conduta ética um procedimento que é tipificado como 
crime, pois em seu entendimento a ortotanásia configura crime de 
homicídio eutanásico. 
Distanásia: 
- Consiste na utilização de meios paliativos e medicamentosos para que o paciente 
tenha uma morte sem dor e sofrimento, mesmo consciente de que não haverá cura 
para sua enfermidade o paciente aceita a utilização de meios para prolongar a vida . 
- A distanásia é considerada uma má prática médica, pois, embora alivie os 
sintomas, não traz melhora da qualidade de vida para a pessoa, tornando a morte 
mais lenta e dolorosa 
 
4) Elucidar o artigo 121 do código penal 
- Crime de homicídio 
Homicídio simples 
Art 121. Matar alguém: pena – reclusão, de seis a vinte anos. 
- A eutanásia é enquadrada dentro do direito brasileiro como homicídio privilegiado 
no artigo 121, parágrafo 1º, do Código Penal Brasileiro, isto é, um tipo de homicídio 
em que a lei prevê uma redução da pena de um sexto a um terço. Assim dispõe a lei 
"se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, 
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima" (Brasil, 2004). 
- Assim, pode-se afirmar que a eutanásia na forma ativa no Brasil se caracteriza 
crime enquanto que a passiva, o deixar morrer, não é enquadrada na legislação 
brasileira. 
 
5) Compreender o consentimento informado 
- Princípio do CONSENTIMENTO INFORMADO constitui direito do paciente de 
participar de toda e qualquer decisão sobre tratamento que possa afetar sua 
integridade psicofísica e o dever do médico alertar sobre os riscos e benefícios das 
terapêuticas envolvidas. 
- O consentimento deve ser visto como um processo e não como um evento 
- Foi elaborado dentro de um contexto ético, legal e moral 
- Os quatros elementos necessários para que um consentimento informado seja 
considerado válido são os seguintes: 
- Fornecimento de informações 
- Compreensão 
- Voluntariedade 
- Consentimento 
- A despreocupação do facultativo em obter do paciente seu consentimento 
informado pode significar - nos casos mais graves - negligência no exercício 
profissional. As exigências do princípio do consentimento informado devem ser 
atendidas com maior zelo na medida em que aumenta o risco, ou o dano. 
- É dever do médico, conforme o Princípio Fundamental XXI do Capítulo I, e arts. 22, 
31 e 34, todos do CEM, informar ao paciente sobre o tratamento e seus eventuais 
riscos. 
- “XXI – No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus 
ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de 
seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles 
expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. 
- Assim, é obrigação ética do médico obter o consentimento do paciente antes do 
início do tratamento, salvo em situações de emergência. A atual importância do 
consentimento do paciente decorre da própria evolução da relação médico-paciente, 
antes paternalista e hoje com maior ênfase à sua autonomia. Essa evolução deve-se 
à ampliação dos direitos civis e dos princípios bioéticos. A vontade do paciente deve 
ser respeitada, tendo ele autonomia para aceitar e mesmo recusar o tratamento 
proposto 
 
6) Analisar o Código de Ética Médica no que tange os direitos humanos 
Capítulo IV: Direitos humanos 
É vedado ao médico: 
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal 
após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco 
iminente de morte 
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua 
dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.Parágrafo único. O médico deve ter para com seus colegas respeito, consideração 
e solidariedade 
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de 
decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como 
exercer sua autoridade para limitá-lo. 
Art. 25. Deixar de denunciar prática de tortura ou de procedimentos degradantes, 
desumanos ou cruéis, praticá-las, bem como ser conivente com quem as realize ou 
fornecer meios, instrumentos, substâncias ou conhecimentos que as facilitem. 
Art. 26. Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa considerada capaz física 
e mentalmente, em greve de fome, ou alimentá-la compulsoriamente, devendo 
cientificá-la das prováveis complicações do jejum prolongado e, na hipótese de risco 
iminente de morte, tratá-la. 
Art. 27. Desrespeitar a integridade física e mental do paciente ou utilizar-se de meio 
que possa alterar sua personalidade ou sua consciência em investigação policial ou 
de qualquer outra natureza. 
Art. 28. Desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer instituição 
na qual esteja recolhido, independentemente da própria vontade. 
Parágrafo único . Caso ocorram quaisquer atos lesivos à personalidade e à saúde 
física ou mental dos pacientes confiados ao médico, este estará obrigado a 
denunciar o fato à autoridade competente e ao Conselho Regional de Medicina. 
Art. 29. Participar, direta ou indiretamente, da execução de pena de morte. 
Art. 30. Usar da profissão para corromper costumes, cometer ou favorecer crime.

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