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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO AUTORES Daniele Fernandes Antunes RA: T955351 Estágio Presencial Nutrição em Saúde Pública – Unidade Básica de Saúde UBS Butantã São Paulo 2022 2 UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO Estágio Presencial Nutrição em Saúde Pública – Unidade Básica de Saúde UBS Butantã Relatório de Estágio em Saúde Pública - UBS, apresentado ao Curso de Nutrição, da Universidade Paulista – UNIP, com a Supervisão da professora Luciana Folchetti. São Paulo 2022 3 Sumário 1. Introdução ............................................................................................... 4 2. Desenvolvimento .................................................................................. 15 3. Avaliação das contribuições do aluno para o serviço ............ .........26 4. Conclusão ................................................................................... .........27 5. Anexos ................................................................................................... 27 6. Referências bibliográficas ................................................................... 32 7. Artigo Científico .................................................................................... 35 4 1. Introdução 1.1 SUS – Sistema Único de Saúde: Histórico, Princípios e Diretrizes Em 1988 o Sistema Único de Saúde – SUS foi criado por meio da constituição federal, cujo estabeleceu que é dever do Estado garantir saúde a toda a população brasileira, segundo o artigo de n° de 196 “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. O seu princípio se deu entre os anos de1970 e 1980, na época em que inúmeras associações se aliaram em movimentos sanitários, com o propósito de refletir em um sistema público para resolver os dilemas achados no suporte a população de forma a garantir o direito universal à saúde, esta ação teve como marco institucional a 8a Conferência Nacional de Saúde, concretizada em 1986. As propostas da Reforma Sanitária procederam, por fim, na universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). Os movimentos sociais no fim da década de 80 no Brasil foram marcados por processos de restauração da democracia do país e progressos das condições da saúde da sociedade. A Nova República foi criada através da eleição indireta de um presidente não militar em 1985 (BRASIL, 1988). Sucessivamente a este acontecimento, o movimento sanitário brasileiro cresceu e ganhou representantes através dos profissionais de saúde, usuários, políticos e lideranças populares, na luta pela reestruturação do nosso sistema de saúde. O marco deste movimento ocorreu em 1986, durante a VIII Conferência Nacional de Saúde em Brasília, cujas propostas foram defendidas na Assembleia Nacional Constituinte criada em 1987. A Nova Constituição Brasileira, promulgada em 1988, incorporou grande parte destas ideias e garantiu o direito à saúde para todo cidadão, transformando-a num dever do Estado, através da criação de um sistema de acesso universal e igualitário, com ações voltadas para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1988). Posteriormente o Movimento da Reforma Sanitária deram início a construção do SUS (Sistema Único de Saúde), obtendo diversos avanços como o surgimento de 5 diversas organizações de profissionais de saúde. Centro Brasileiro de Estudos em Saúde - CEBES; Associação Brasileira de Saúde Coletiva -ABRASCO (1979); Associação dos Médicos Sanitaristas; Associação Paulista de Saúde Pública. Todas as organizações lutavam por um sistema de saúde mais justo e igualitário e articulam- se em movimentos sociais (FORTES,2013). 1.1.1. Princípios do SUS Um fator que se destaca é a inclusão de princípios e diretrizes que reagem no SUS. Inicialmente as diretrizes são orientações organizacionais ou técnicas com o objetivo de auxiliar as partes que compõem o SUS a seguirem uma padronização, já os princípios são aspectos que valorizam as relações sociais e valores que orientam pensamentos e ações, assim seguem algumas das diretrizes e princípios do SUS: Descentralização: Decisões que adequam o SUS de forma economicamente, social e sanitária. Atendimento integral: Prioridade às ações preventivas. Participação da comunidade: Democracia de serviços e decisões e controle social. Universalidade: Todas as pessoas têm o direito a utilizar os serviços de saúde. Integralidade: Acesso a todas as ações e serviços de saúde; Articulação entre assistência; Articulação entre prevenção e cura e pessoa como foco. Autonomia (e direito a informação): Importância de fornecer informações adequadas; informar a pessoa; papel de profissional; saúde como direito e informação. Autonomia como corpo que pertence á pessoa á decisão: liberdade de escolha, responsabilidade e escolha. Igualdade/Equidade: Acesso universal e igualitário; direito iguais as ações e serviços de saúde; diminuindo a desigualdade. Intersetorialidade: Saúde garantida através de políticas econômicas e sociais com objetivo de diminuir o adoecer gradual da população; incluindo determinação econômica e social da saúde. Resolutividade: Capacidade de resolver os problemas de saúde. 6 Descentralização política: Menor distância entre quem passa e quem faz; Municipalização; maiores possibilidades de participação, Regionalização e Hierarquização em divisão de responsabilidade. Participação: Levantamento de problemas; Prioridades; tomada de decisões a partir de Conselho Nacional de Saúde e Conferências (MATTA, GUSTAVO, 2007), (MINISTÉRIO DA SAÚDE.1990) 1.1.2. Diretrizes do SUS Do ponto de vista do funcionamento do SUS, devem-se considerar suas diretrizes organizativas, as quais buscam garantir um melhor funcionamento do sistema, são elas: a descentralização com comando único, a regionalização e hierarquização dos serviços e participação comunitária (GUERRA,1990). REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO: Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, em uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser a tendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado deles. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região (GUERRA,1990). A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade (GUERRA,1990). RESOLUBILIDADE: O serviço tem que ser capaz de atender com eficiência tanto um cidadão quando busca atendimento, como a comunidade em casos necessários, e o mesmo deve estar capacitado para o atendimento (GUERRA,1990). DESCENTRALIZAÇÃO: No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou se já, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta 7 função. Paraque valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional domando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade (GUERRA,1990). PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS: A sociedade deve participar no dia a dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde (GUERRA,1990). 1.2 Política Nacional de Atenção Básica – PNAB A Política Nacional de Atenção Básica é resultado da experiência acumulada por conjunto de atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas. Ela deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. (BRASIL.2012). As Unidades Básicas de Saúde – instaladas perto de onde as pessoas moram, trabalham, estudam e vivem – desempenham um papel central na garantia à população de acesso a uma atenção à saúde de qualidade. Dotar estas unidades da infraestrutura necessária a este atendimento é um desafio que o Brasil - único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes com um sistema de saúde público, universal, integral e gratuita – está enfrentando com os investimentos do Ministério da Saúde. Essa missão faz parte da estratégia Saúde Mais Perto de Você, que enfrenta os entraves à expansão e ao desenvolvimento da Atenção Básica no País. (BRASIL.2012). A área da Saúde não é estática. Reflexo dos comportamentos sociais e dos avanços que são feitos pela ciência, as normas e procedimentos estão em constante mudança. Com a legislação não seria diferente. A Política Nacional de Atenção 8 Básica (PNAB) ilustra bem isso. Em 2017, o texto normativo passou por alterações, que passaram a denominar “unidade básica de saúde” todos os estabelecimentos de saúde que prestassem ações e serviços de atenção básica. Posteriormente, em 2019, o Ministério da Saúde instituiu a equipe de Atenção Primária, substituindo o que antes eram conhecidas como equipes de atenção básica. Essas equipes se diferenciam da equipe de Saúde da Família em sua composição: obrigatoriedade restrita a pelo menos médicos e enfermeiros. A 7 carga horária pode ser de 20h semanais para cobrir 50% da população, ou 30h semanais, mas cobrindo 75% da população. Em 2020, a novidade mais recente da PNAB foi a criação das Unidades de Saúde da Família (USF). A diferença para a Unidade Básica de Saúde é a exigência de pelo menos uma equipe de Saúde da Família, formada por um auxiliar ou técnico de enfermagem, um enfermeiro, um médico e um agente comunitário da saúde. Houve também a inclusão da tele consulta. A PNAB resulta da experiência acumulada de atores envolvidos com o desenvolvimento e consolidação do Sistema Único de Saúde, como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA). 1.4.1. Princípios gerais A PNAB é orientada pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA). 1.4.2. Território de atuação As Unidades Básicas de Saúde, instaladas próximo as moradias, local de trabalho e local de estudo da população, visa garantir acesso a atenção a saúde de qualidade (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA). 1.3 Ações Programáticas em Saúde 9 1.3.1 Saúde da Mulher No Brasil, a saúde da mulher se incorpora às políticas nacionais de saúde nas primeiras décadas do século XX, tendo como base atender às demandas relativas à gravidez e ao parto, tem-se programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30, 50 e 70, dos quais podem ver uma atenção mais restrita sobre a mulher. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). A partir de 2003 o Ministério da Saúde elaborou o documento “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes”, em parceria com diversos setores da sociedade, refletindo o compromisso com a implementação de ações de saúde que tragam contribuição para a garantia dos direitos humanos das mulheres e redução na morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). O novo programa para a saúde da mulher incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres (BRASIL, 1984). O documento da PNAISM incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da saúde como princípios norteadores e busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento reprodutivo, na 8 atenção ao abortamento inseguro e aos casos de violência doméstica e sexual. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). 1.3.2 Saúde da Criança O Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), departamento que propõe e implementa políticas públicas de modo a garantir a atenção integral às populações estratégicas do Sistema Único de Saúde (SUS) (Departamento de Ações Programáticas Estratégicas,2022). Na saúde da criança e aleitamento materno tem-se como um dos objetivos elaborar as diretrizes políticas e técnicas para a atenção integral à saúde da criança 10 de 0 a 9 anos. Promovendo ações de incentivo e qualificação da vigilância, de crescimento e desenvolvimento, atenção à saúde do recém-nascido, promoção e apoio ao aleitamento materno, prevenção de violências e promoção da paz e redução da mortalidade infantil (Departamento de Ações Programáticas Estratégicas,2022). Em 1988 o Brasil assumiu, a garantia do direito universal à saúde, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 1990, a proteção integral da criança, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). (Ministério da Saúde, PNAISC, 2018) Visando ações voltadas à Saúde da Criança, mostrou-se necessária a elaboração de uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc), que acompanha outras entidades, como a Rede Nacional da Primeira Infância (RNPI), a Pastoral da Criança, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), além de organismos internacionais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) (Ministério da Saúde, PNAISC, 2018). A elaboração da PNAISC é fruto da construção coletiva da Coordenação geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (CGSCAM), do Ministério da Saúde, e apoio conceitual e metodológico da Estratégia Brasileirinhas e 9 Brasileirinhos Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança, do Instituto Fernandes Figueira (IFF), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) (ALMEIDA, 2013). Tendo como objetivo promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, da gestação aos nove anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidadee um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento. (Ministério da Saúde, PNAISC, 2018) 1.3.3 Saúde do Adolescente A saúde do adolescente e do jovem, tem como objetivo a proteção e recuperação da saúde destes que estão na faixa etária dos 10 aos 24 anos. Promove atenção ao crescimento e desenvolvimento, saúde sexual e reprodutiva, e ações para a redução da mortalidade por violência e acidentes, visa reduzir a incidência de doenças e agravos e melhorar a qualidade de vida dessa população. A adolescência, faixa etária entre 10 e 19 anos, é o período da vida caracterizado por intenso 11 crescimento e desenvolvimento, que se manifesta por transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais (Programa de saúde do Adolescente, PROSAD, 1996). Os adolescentes brasileiros têm, como cidadãos, direito à saúde, e é dever do Estado possibilitar esse acesso de forma universalizada. Dessa forma, o Ministério da Saúde define objetivos, diretrizes e estratégias para o Programa "Saúde do Adolescente" (PROSAD) que tem a finalidade de promover, integrar, apoiar e incentivar práticas nos locais onde será feita a implantação e onde essas atividades já vêm sendo desenvolvidas. Deve interagir com outros setores no sentido da promoção da saúde, da identificação dos grupos de risco, detecção precoce dos agravos, tratamento adequado e reabilitação dos indivíduos dessa faixa etária, sempre de forma 10 integral, multisetorial e interdisciplinar (Programa de saúde do Adolescente, PROSAD, 1996). 1.3.4 Saúde do Idoso A Saúde do Idoso tem como base a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, que possui direcionamento em medidas coletivas e individuais de saúde, em conjunto com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. Sua finalidade política é recuperar, manter e promover a autonomia e independência dos idosos. São o foco dessa área: ações de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, de prestação e cuidados continuados e de reabilitação dos idosos (DAPS, 2022). A população idosa brasileira teve importantes conquistas nas duas últimas décadas. O marco no processo de garantia dos direitos desse segmento populacional é a Lei: 10.741, de 1º de outubro de 2003, que instituiu o Estatuto do Idoso. Instrumento legal que vem servindo como referência central para o movimento social na área, o Estatuto serve como guia essencial para que as políticas públicas sejam cada vez mais adequadas ao processo de ressignificação da velhice. A Saúde do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida, contribuindo para novas ações, em busca de que não só tenhamos maior expectativa de vida em nosso país como também agregando mais qualidade aos anos a mais vividos. Afinal, envelhecer com saúde é um direito de cidadania. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa- 12 PNSPI (Portaria Nº 2.528, de 19 de outubro de 2006) tem como finalidade primordial a recuperação, manutenção e promoção da autonomia e da independência da pessoa idosa, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, para brasileiros com 60 anos ou mais de idade. A PNSPI tem nas suas considerações, o processo de envelhecimento populacional brasileiro; os inegáveis avanços políticos e técnicos no campo da gestão da saúde; o 11 conhecimento atual da Ciência; o conceito de que saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência a necessidade de buscar a qualidade da atenção aos indivíduos, além do compromisso brasileiro com a Assembleia Mundial para o Envelhecimento de 2002. 1.3.5 Estratégia Saúde da Família 1.3.5.1 Princípios gerais A Estratégia Saúde da Família (ESF) propor -se à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde d as pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade (BRASIL, 2012). 1.5.5.2. Equipe A equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família – ESF) composta por, no mínimo: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar o u técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA). 13 1.5.5.3. Processo de Trabalho da Equipe Estratégia Saúde da Família O processo de trabalho das ESF caracteriza- se pelo trabalho interdisciplinar e em equipe, pela valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva, e pelo acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas, visando à readequação do processo de trabalho (MEDEIROS, 2009). 1.4 Últimos resultados de pesquisas nacionais Para estar sempre atualizado, os dados do estado Nutricional e o consumo alimentar da população Brasileira, anualmente ocorre pesquisas para verificar se a população está com a alimentação adequada, estas pesquisas ocorrem pelo IBGE que sai pela POF, INEP e IBGE que é divulgado pelo PENSE e a VIGITEL que é divulgado pelo próprio site. O POF significa Pesquisa de Orçamentos Familiares, é uma amostra realizada pelo IBGE com o objetivo de verificar e analisar o padrão de consumo e gastos da população Brasileira, a Coleta de informações ocorre durante 12 meses. A Pesquisa mais recentes dele ocorreu em 2017/2018, nela foi analisado como estava a dieta do brasileiro, e com as pesquisas foram descobertos que a alimentação estava sendo a base de arroz e feijão, a média per capta do arroz foi de 131,4g/dia, feijão foi de 142,2 g/dia. Além disso na pesquisa apontou dados de outros produtos no cardápio brasileiro como: café 163,2 g/dia, sucos 124,5 g/dia e refrigerantes 67,1 g/dia. Além disso foi verificado que o consumo de sódio tinha aumentado em 2017/2018 estava em 53,5% e em 2020 esse valor tinha subido para 74,2%. Ao consumo de frutas foi verificado que teve uma queda mais acentuada no grupo dos Adolescentes. Com isso a Conclusão da pesquisa foi que possui algumas deficiências como cálcio, Vitamina A, Vitaminas do complexo B, Magnésio entre outros nos adultos, idosos e adolescentes. (IBGE,2020) O PENSE significa Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar teve início em 2009 com a parceira do Ministério de Saúde e com apoio do Ministério da Educação, sua última pesquisa foi publicada em 2016, e a coleta de dados ocorreu em 2015 com o público-alvo alunos de 13 a 17 anos, sendo de escolas públicas e particulares. Nessa 14 pesquisa foi verificado alguns pontos importantes voltados a alimentação e costumes diários, no primeiro gráfico foi notado que o público masculino tem mais costume de tomar café da manhã 5 ou mais dias da semana do que o público feminino, No segundo gráfico foi notado que alunos de escola pública tem mais costumes de almoçar ou jantar com os pais do que alunos de escola particular. No terceiro gráfico era referente a alimentação em fast–food e os alunos de escola particulares consumiam muito mais em fast-food do que alunos de escola pública (PENSE,2015). O VIGITEL significaVigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico tem como método para adquirir informações via telefone, sua última pesquisa publicada foi em 2019 com a coleta de dados ocorrida em 2018. Para participar da pesquisa o indivíduo precisa ter mais de 18 anos, foram ouvidas 52,395 pessoas para a conclusão desta pesquisa, seu foco teve como objetivo a alimentação dos Brasileiros. Foi concluído que a população está com altas taxas de Obesidade, pois passou de 11,8% para 19,8%, com a pesquisa foi verificado também que as mulheres vinham tendo uma alimentação melhor que a do público masculino, um ponto positivo nesta pesquisa foi que referente a práticas de atividade física cresceu de 2009 para 2018, antes a porcentagem estava entre 30,3% e saltou para 38,01%. (Vigitel,2019). 1.5 Atuação do nutricionista em Saúde Pública Segundo a Resolução CFN nº 380/2005, o nutricionista pode atuar nas seguintes áreas: Alimentação Coletiva; Nutrição Clínica; Saúde Coletiva; Docência; Indústria de Alimentos; Nutrição no Esporte; Marketing na área de Alimentação e Nutrição. 15 É dever do nutricionista, em relação à Saúde Pública, dar assistência educação nutricional a população o u pessoas sadias, ou doentes, em instituições públicas ou privadas e em consultório de nutrição e dietética, por meio de ações, pesquisas e eventos, programas, direta ou indiretamente relacionados com alimentação e nutrição, tendo como objetivo à prevenção de doenças, promoção, manutenção e recuperação da saúde dos indivíduos. Algumas atividades a serem realizadas pelo nutricionista na área de Saúde Pública: Planejar e realizar ações de educação alimentar e nutricional, conforme o diagnóstico da situação nutricional encontrada. Apontar grupos com populações que tenham risco nutricional para doenças crônicas não transmissíveis, tendo em vista planejar ações específicas. Criar e implantar protocolos de atendimento nutricional adequado as características da população selecionada. 2. Desenvolvimento 2.1 Descrição da UBS UBS Butantã – A Unidade Básica de Saúde Butantã localiza-se na Rua Cabral de Menezes n° 51, na Vila Gomes. Pertence a coordenadoria Regional de Saúde Centro Oeste – Supervisão Técnica de Saúde Butantã. Atende uma área de abrangência referência com população aproximada de 34 mil habitantes. Horário de Funcionamento: de segunda a sexta das 07h às 19h. Unidade foi inaugurada sob gestão estadual em 1996 e municipalizada em 2004. Em dezembro de 2019 foi terceirizada passando a ser administrada pela empresa SPDM. Ocupa uma área de 1388m² cedida pela Secretaria Municipal da Educação. Atualmente a unidade conta com profissionais administrativos e equipe do PAI contratados via SPDM e profissionais médicos, enfermeiros, farmacêuticos, 16 assistente social, psicóloga, dentista contratados via prefeitura municipal. A UBS oferece a população grupos educativos liderados por profissionais de saúde da unidade ao longo da semana. Tai Chi Pai Lin Grupo de poli farmácia Artesanato Dança Sênior Música e terapia Meditação Histórias de vida Grupo de Diabetes Grupo de tabagismos Grupo de Ex-tabagistas Grupo Alívio da dor Atividade de Lian Gong Grupo de prevenção de quedas Grupo de acolhimento ao Luto Grupo de ansiedade Grupo de controle de peso Grupo de Caminhada Grupo de Bariátrica Grupo de Mudança de hábitos Entre outros Os profissionais que atuam nesta unidade são: 01 Diretora; 03 Administrativo; 01 Assistentes Sociais: 01 Nutricionista 17 04 Médicos 01 Psicóloga 03 Psiquiatras 08 Enfermeiras 01 Farmacêutica Foi realizada uma pesquisa socioeconômica (Questionário ABIPEME/2015) na UBS, totalizando 25 entrevistados e de acordo com as perguntas selecionadas como idade, altura, peso, itens que o paciente possui em sua residência e se possuem Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Os gráficos nos mostraram os seguintes resultados: Gráfico 1 - Sexo Fonte: própria. Elaborado pelo Microsoft Excel Gráfico 2 - Idade 76% 24% Sexo de 25 pessoas entrevistadas feminino masculino 18 Gráfico 3 - Localidade 0 2 4 6 8 10 12 14 19 - 39 40 - 59 60-79 80+ Idade de 25 pessoas entrevistadas 20 5 Mora Próximo a UBS? SIM NÃO 19 Gráfico 4 – Classificação Socioeconômica Gráfico 5 – Doenças Crônicas Não Transmissíveis 0 2 4 6 8 10 12 A B1 B2 C1 C2 D Classificação Socioeconômica de 25 pessoas entrevistadas 0 2 4 6 8 10 12 DIABETES HAS DISLIPIDEMIA DCNT NÃO SIM 20 Gráfico 6 – Índice de Massa Corporal de Adultos Gráfico 7 – Índice de Massa Corporal de Idosos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Baixo peso Eutrofia Sobrepeso Obesidade I Obesidade II Obesidade III IMC Adulto 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Baixo peso Eutrofia Sobrepeso Obesidade I Obesidade II Obesidade III IMC Idoso 21 2.2 Descrição das atividades desenvolvidas pelo aluno no serviço 2.2.1 Atividades Assistenciais Durante o período de estágio que foi do dia 09/10/2022 até 04/11/2022 fomos supervisionados e orientados pela professora/nutricionista: Carolina Duarte. Para passar em uma consulta com a nutricionista Natália Clemente, se faz necessário o encaminhamento do médico da própria UBS e o agendamento prévio, portanto cada paciente possui um prontuário com informações referente ao estado de saúde. Na primeira semana o atendimento foi realizado pela nutricionista enquanto houve revezamento a cada dia de dois estagiários permaneciam assistindo a consulta, fazendo as devidas anotações sobre o paciente, tirando dúvidas e dando sugestões e recomendações nutricionais ao paciente. No decorrer na consulta, é realizado um questionário ao paciente em relação a sua rotina, hábitos, dificuldades, preferências alimentares, estilo de vida, medicamentos e como está sua alimentação atual através de anamnese nutricional e recordatório 24h. Ao final das consultas, é passado para cada paciente uma folha com as recomendações nutricionais propostas e metas a serem alcançadas de acordo com suas condições socioeconômicas e condições de saúde. Essas informações também são anexadas no prontuário do paciente em questão. Durante esse período tivemos dias bem movimentados com três atendimentos no dia e outros que todos os pacientes não comparecem devido ao tempo/imprevistos, e outros dias em que havia grupo de acolhimento ao luto, caminhada, controle da ansiedade ou mudança de hábitos. Segue abaixo um breve resumo sobre os pacientes atendidos durante esse período: 1º paciente – sexo feminino, adulta, gestante no primeiro trimestre de gestação, 11 semanas, IMC Obesidade Grau 1, primeira consulta. Sem histórico de hipertensão, diabetes ou outra patologia. Nega tabagismo e consumo de álcool. Escala de Bristol tipo 3 e a cor da urina clara. Declara ter problemas de circulação. Relata que trabalha em dois empregos, um de madrugada em um posto de gasolina, e após esse emprego, trabalha em uma confeitaria. Mora com o marido e um filho. Ela que prepara as refeições e que faz as compras de mercado. Diz não fazer nenhum tipo de atividade física no momento, mas que até uns meses antes estava em dieta restrita e atividade física alta e havia perdido 12kg em 3 meses. 22 Relata que teve reganho de peso após o falecimento do avô. Não gosta de beber água, menos de 1.5 litros por dia. Peso antes da gestação: 95kg; Peso habitual: 75kg Aconselhamento e metas para a próxima consulta: 1. Diminuição de beliscos durante o dia; 2. Aumento do consumo de frutas, que é apenas uma por dia; 3. Parar de consumir suco de caixinha e refrigerante; 4. Aumentar o consumode água/dia; 5. Aumentar o aporte de proteína em suas refeições; 6. Diminuir o consumo de frituras e aumentas os cozidos e assados; 7. Aumentar o aporte de verduras e legumes; 8. Acrescentar fibras na alimentação 9. Não consumir líquidos junto com as refeições; 10. Não consumir alimentos crus e mal passado por conta da gestação 2º paciente – sexo masculino, idoso, IMC Sobrepeso, primeira consulta. Histórico de Diabetes na família, e já é pré-diabético, colesterolemia e tem esteatose hepática. Utiliza Sinvastatina para controlar o Colesterol. Não trabalha, mora sozinho, não pratica atividade física, vegetariano há mais de 42 anos, mas consome esporadicamente peixes, ovos e queijo. Consome menos de 2 litros de água por dia, bebe socialmente e não fuma. Escala de Bristol tipo 4 e a cor da urina clara. Relata em seu recordatório alimentar um alto consumo de pão francês, suco de caixinha, arroz branco, farinha de mandioca, refrigerante, banana e pastel. Aconselhamento e metas para a próxima consulta: 1. Baixar o colesterol e a glicemia; 23 2. Diminuir o consumo de pão francês para apenas um ao dia e rechear com queijo branco, reduzir consumo de manteiga, trocando por creme de ricota e incluir extrato vegetal para aumentar o aporte proteico; 3. Parar de consumir suco de caixinha e refrigerante; 4. Aumentar o consumo de água/dia; 5. Aumentar o aporte de proteína em suas refeições; 6. Aumentar o consumo de frutas e comê-las com aveia ou linhaça; 7. Diminuir a quantidade de refeição no café da manhã, incluindo assim um lanche da manhã e evitando ficar horas sem se alimentar até o horário do almoço; 8. Diminuir o consumo de arroz branco e trocá-lo por arroz integral; 9. Não consumir líquidos junto com as refeições; 10. Substituir a farinha de mandioca por farelo de aveia; 11. Diminuir o consumo de pastel, que pelo relato do paciente são 2 toda semana, e passar a consumir um a cada 15 dias. 3º paciente – sexo masculino, adulto, IMC Sobrepeso, segunda consulta. Diabético Tipo 2 insulinodependente, e utiliza metformina. Mesmo usando insulina e metformina, a glicemia do paciente tem média 300-400. Relata problemas de ansiedade e nervosismo e chegou na consulta pedindo remédio para controlar humor, pois de acordo com o paciente, ele não conseguiu emagrecer por conta dessa ansiedade. Paciente relata que sabe tudo que ele precisa consumir para fazê-lo emagrecer, porém por estar muito ansioso devido a problemas de família, acaba comendo muito fastfood, come muito na rua, comidas rápidas, não tem horários fixo para se alimentar ou planejar uma refeição saudável, e acaba consumindo muito doce para ajudar a controlar a ansiedade. Aconselhamento e metas para a próxima consulta: 1. Tentar organizar a rotina; 24 2.Aumentar o aporte proteico; 3. Alimentos ricos em triptofano para reduzir a ansiedade; 4. Aumentar o consumo de água/dia; 5. Consumo de frutas com casca; 6. Controlar o açúcar de adição, trocando por adoçante; 7. Evitar se alimentar fora de casa, e quando for sempre optar por refeições mais saudáveis. 4º paciente – sexo feminino, adulto, IMC Obesidade Grau III, primeira consulta. Possui exames de glicemia e hemoglobina glicada alterados. Diz ser obesa desde a adolescência, mas engorda mais a cada ano. Trabalha a noite, sentada. Ela diz preparar as refeições, não pratica atividade física, não fuma e não bebe. Escala de Bristol entre 1 ou 2, urina na escala 2 ou 3. Relata beber mais de 3 litros de água por dia, mas sente não urinar o suficiente pelo tanto que se hidrata. Possui linfedema das pernas e relata muitas dores. De acordo com recordatório alimentar, a paciente diz gostar muito de produtos ricos em carboidratos, não gostar muito de doces, mas possui uma alimentação não muito ruim. Por conta disso a nutricionista pediu para ela fazer um diário alimentar de 7 dias para entender onde estaria ocorrendo exageros. Aconselhamento e metas para a próxima consulta: 1. Tentar organizar a rotina; 2. Realizar diário alimentar; 3. Aumentar as horas de sono; 4. Diminuir o consumo de manteiga e maionese; 5. Trocar pão branco por integral; 6. Controlar o açúcar de adição, trocando por adoçante; 7. Trocar o leite integral por semidesnatado ou desnatado 25 8. Diminuir a quantidade de arroz ou trocar por integral 9. Aumentar o consumo de feijão ou lentilha 10. Aumentar o consumo de legumes e verduras cruas. 2.2.2 Atividades Educativas Foi elaborado pesquisa sobre as plantas que tem no jardim na UBS, com o objetivo de reviver a horta comunitária da unidade; Foi realizado no dia 04/10/2022 a participação no grupo de Programa de Atenção ao Idoso, onde foi realizado um bingo com os idosos; Foi realizado um evento no dia 14/10/2022, na tenda da UBS sobre o Dia Mundial da Alimentação, com o objetivo de colocar em pauta a importância do dia, com orientações sobre como evitar o desperdício, o aproveitamento total dos alimentos; Do dia 17/10/2022 até o dia 21/10/2022, foi realizado um evento sobre o Outubro Rosa, com participação do pessoal da Enfermagem. Neste evento foi abordado orientações sobre alimentos que desencadeiam o câncer e alimentos preventivos, e a necessidade de um bom hábito alimentar; Participação do grupo de Mudança de Hábitos, onde a nutricionista reúne pessoas com o intuito de mudança de hábitos alimentares visando a melhora da saúde, e conversam sobre as dificuldades, as frustrações, as conquistas e tiram dúvidas a respeito de alimentos e como progredir mais na mudança; Participação do grupo de Controle da Ansiedade, onde participam a nutricionista, a psicóloga e a psiquiatra da UBS. Neste grupo os participantes se abrem contando um pouco sobre quais os fatos que os deixam ansiosos, como eles se sentem, quais melhoras ou pioras tiveram nos últimos tempos e as profissionais abordam os fatos e tentam ajudá-los com dicas, reflexões, respiração, alimentos, que possam ajudá-los a controlar melhor seu dia a dia; 26 Nos dias 26/10/2022 e 27/10/2022 foi realizada a aplicação da atividade relacionada ao artigo científico com tema Sarcopenia em Mulheres Idosas, com entrega de folders e questionário educativo para avaliar a compreensão do tema abordado, 2.2.3 Discussão sobre temas discutidos com a Nutricionista A ação do nutricionista na atenção primária à saúde deve-se pautar pelo compromisso e pelo conhecimento técnico da realidade epidemiológica e das estratégias e das ferramentas de ação em saúde coletiva. Sua atual inserção nesse nível de atenção à saúde ainda está longe do recomendado e do necessário para lidar com a realidade epidemiológica nacional (CFN, 2015) a formulação e a implementação das ações de alimentação e nutrição na atenção primária em saúde devem considerar os seguintes elementos organizacionais: 1 -Níveis de intervenção: gestão das ações de alimentação e nutrição e cuidado nutricional propriamente dito (englobando ações de diagnóstico, promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento/cuidado/assistência); 2- Sujeito das ações: o indivíduo, a família e a comunidade; 3- Caráter das ações: universais, tais como aquelas ações que visam à garantia da SAN e à promoção de alimentação saudável (aplicáveis a quaisquer fases do curso da vida) e específicas, aplicáveis a uma determinada fase do curso da vida, ou seja, ações destinadas a gestantes, crianças, escolares, adolescentes, adultos e idosos (CFN, 2015). 3. Avaliação e contribuições do aluno A realização do estágio me trouxe o aperfeiçoamento do conteúdo estudado em sala de aula ao longo destes anos. Além de possibilitar a convivência com pacientes que se distinguiam quanto à faixa etária, sexo e patologias; aumentando assim, meu conhecimento da área e aprendendo como lidar em cada uma das situações, sempre respeitando a individualidadede cada pessoa. Minha proposta de melhoria é para o tempo de estágio no ciclo UBS, é pouco tempo, não sendo possível acompanhar o retorno do paciente a qual vimos a primeira consulta. 27 4. Conclusão O estágio supervisionado de nutrição em saúde pública é enriquecedor para o futuro profissional. Uma forma de materializar o conhecimento construído ao longo da graduação às realidades vivenciada a partir da integração, proporcionando a troca de conhecimento com os profissionais do local e a população da região do entorno da UBS. A interação com os pacientes, de forma humana e empática é a característica mais importante no atendimento que pode ser visto no ciclo de estágio, sempre respeitando a individualidade de cada pessoa. Durante esse ciclo pude intensificar meu contato com a saúde pública, aumentando meu interesse em trabalhar na área. 5. Anexos Participação do bingo no Grupo PAI 28 Realização da atividade do Dia Mundial da Alimentação 29 Participação da Atividade do Outubro Rosa 30 31 Folheto Educativo sobre o Artigo Científico sobre Sarcopenia 32 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RECINE, Elisabetta; CARVALHO Maria de Fátima; LEÃO Marília. O Papel do Nutricionista na Atenção Primária à Saúde, 2015. Disponível em: https://www.cfn.org.br/wpcontent/uploads/2015/11/livretoatencao_primaria_a_s aude-2015.pdf. Acesso em: 22.out.2022 BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. Relatórios de acesso público. Brasília, DF: MS, ©2020. Disponível em: http://sisaps. saude.gov.br/sisvan/relatoriopublico/index. Acesso em: 30 out. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica. Brasília, DF: MS, 2015. PEDRAZA, Dixis Figueroa Nutrição em Saúde Pública. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil [online]. 2013, v. 13, n. 3 [Acessado 5 Outubro 2021] , pp. 267-268. Disponível em: Epub 11 Out 2013. ISSN 1806- 9304. https://doi.org/10.1590/S1519- 38292013000300008. Acesso em: 07 nov 2022. CFN. Atuação do nutricionista na atenção primária. 2015. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.cfn.org.br/ wp- content/uploads/2015/11/livreto- atencao_primaria_a_saude2015.pdf&ved=2ahUKEwjD0diXvvTvAhU2IrkGHXoaBpA QFjABegQIBhAC&usg= AO vVaw0ew-FLJP-VS8IvrPCPGJI- Acesso em: 29 out 2022. MATTA, GUSTAVO. Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde. 2007. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39223. Acesso em: 01 out 2022 33 Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. In: Ministério da Saúde. Data SUS. Disponível em: http://pni.datasus.gov.br/apresentacao.asp. Acesso em: 15 out 2022. Ministerio da Saude, et al. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasilia – DF, 2010.Disponivel em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_do_nasf_nucleo.pdf. Acesso em: out 2022 O nutricionista no NASF. In: Conselho Regional de Nutricionista 3ª Região. 2018. Disponível em: http://www.crn3.org.br/uploads/BaseArquivos/2018_10_03/Nutricionista- noNASF.pdf. Acesso em: out 2022 Sistema Único de Saúde. In: Secretaria do estado de saúde. Disponível em: https://saude.mg.gov.br/sus. Acesso em: 18 out 2022. SUS: 27 anos transformando a história da saúde no Brasil. In: Secretaria do estado de saúde. 2015. Disponível em: encurtador.com.br/gjIR0. Acesso em: 21 out 2022. Atenção Básica. In: Fiocruz. Disponível em: https://pensesus.fiocruz.br/atencao- basica. Acesso em: 29 out 2022. Sistema Único de Saúde (SUS): estrutura, princípios e como funciona. In: Governo Federal. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/saude/ptbr/assuntos/saude-de-a-a- z-1/s/sistema-unico-de-saude-sus-estruturaprincipios-e-como-funciona. Acesso em: 29 out 2022. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas: Orientações para implementação, https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wpcontent/uploads/201 8/07/Pol%C3%ADticaNacionaldeAten%C3%A7%C3%A3o-Integral-%C3%A0- Sa%C3%BAdedaCrian%C3%A7aPNAISCVers%C3%A3oEletr%C3%B4nica.pd f Acesso: 2 nov 2022 34 PORTARIA Nº 1.130, DE 5 DE AGOSTO DE 2015 HTTPS://BVSMS.SAUDE.GOV.BR/BVS/SAUDELEGIS/GM/2015/PRT1130_05_08 _2015.HTML Acesso: 2. nov. 2022 Programa de Saúde do Adolescente – PROSAD : bases Programáticas https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_05.pdf Saude Brasil, 2007 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2007.pdf Acesso: 2. nov. 2022
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