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CURSO DE NUTRIÇÃO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS Vitória Martins Alves D92GHC6 RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO DE NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA – UNIDADE CLÍNICA INTEGRADA DE SAÚDE BACELAR São Paulo 2022 http://www5.unip.br/default.aspx CURSO DE NUTRIÇÃO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS Vitória Martins Alves D92GHC6 RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO DE NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA – UNIDADE CLÍNICA INTEGRADA DE SAÚDE BACELAR São Paulo 2022 Relatório de Estágio em Saúde Pública em Unidade Básica de Saúde, apresentado à Universidade Paulista - UNIP. Professor Orientador: Hellen Daniela de Sousa Coelho Professor Supervisor: Monica Teixeira Supervisora: Hellen Daniela de Sousa Coelho http://www5.unip.br/default.aspx 3 Sumário 1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................5 1.1. Sistema Único de Saúde ...................................................................................5 1.2. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) ................................................8 1.3. Dados Atuais do estado nutricional e de consumo alimentar da população Brasileira ..............................................................................................................................9 1.3.1 VIGITEL .........................................................................................................9 1.3.2. PENSE ............................................................................................................9 1.3.3. POF ...............................................................................................................10 1.4. SISVAN ...........................................................................................................11 1.4.1. VAN nos Serviços de Saúde e SISVAN .....................................................11 1.4.2. SISVAN no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) ...............................................................................................................................12 1.5. Ações e Programas ........................................................................................13 1.6. Atendimento de pessoas com deficiência e HIV, pacientes com doenças crônicas não transmissíveis ..............................................................................................14 1.6.1. O que é o HIV? ............................................................................................15 1.6.2. Contaminação ..............................................................................................15 1.6.3. Tratamento ...................................................................................................16 1.6.4. Diagnóstico ...................................................................................................16 1.6.5. Direitos das PVHIV .....................................................................................17 1.6.6. Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids .....................................................................................................................................17 1.6.7. Lei antidiscriminação ..................................................................................18 4 1.6.8. Existem algumas ferramentas para tentar obter um controle/prevenção das DST ..............................................................................................................................19 1.6.9. Vigilância Epidemiológica: .........................................................................19 2. Descrição do município; período de estágio ....................................................20 2.1. Descrição do local ...........................................................................................20 2.2. Atividades desenvolvidas na instituição .......................................................20 2.3. Discussões de textos e treinamentos recebidos .............................................21 3. Considerações finais ..........................................................................................23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................24 APÊNDICE E ANEXO. ........................................................................................27 5 1.INTRODUÇÃO 1.1. Sistema Único de Saúde O sistema único de saúde (SUS), instituído pela Constituição de 1988, significou a concretização, no âmbito legal, de propostas do Movimento Sanitário que nas décadas de 1970 e 1980 promoveu o debate e a mobilização em defesa da Reforma Sanitária Brasileira (RSB) (CAMPOS, 2012). Esse movimento motivou profissionais de saúde, estudantes, lideranças acadêmicas da área, dirigentes institucionais setoriais, parlamentares e lideranças do movimento sindical e social em defesa das mudanças nas políticas e nas práticas de saúde, no período de mudança demográfica, e conjugou iniciativas no campo de formulação de propostas, da ação política em defesa do projeto da RSB, e gestão de ações no interior das instituições de saúde em um processo político que mobilizou segmentos da sociedade brasileira nas lutas pela democratização da saúde e da sociedade (VASCONCELOS, 2005). O SUS está assentado em princípios doutrinários e diretrizes organizativas que se articulam e se complementam na conformação do ideário e do fundamento do bem-estar social e da racionalidade organizativa. Os princípios doutrinários que fiscalizam ampla legitimidade ao sistema são: a universalidade, a integralidade e a equidade, porém o direito à informação se constitui em requisito básico para a afirmação da cidadania (CAMPOS, 2012). A universalidade assegura o direito à saúde a todos os cidadãos e a entrada sem descriminação ao conjunto de ações e serviços de saúde concedidos pelo sistema (CAMPOS, 2012). O desempenho desse princípio traz a perspectiva da oferta a todos os brasileiros, no sistema público de saúde, da vacina à cirurgia mais complexa, transformando uma situação anterior em que o acesso era diferenciado entre os que tinham vínculos previdenciários e os demais brasileiros tipificados como indigentes (CAMPOS, 2012). A integralidade pressupõe julgar as várias dimensões do método saúde-doença que afetam os indivíduos e as coletividades e pressupõe a prestação continuada do grupo de ações e serviços visando certificar a promoção, a proteção, a cura e a reabilitação dos indivíduos e dos coletivos. Na perspectiva individual aponta para a superação da abordagem restrita à dimensão biológica do adoecimento para uma aproximação que considere também as dimensões social e psicoafetivas. (CAMPOS, 2012). Esse princípio formou a expansão e qualificação das ações e serviços de saúde do SUS que contribuem desde um elenco ampliado de imunizações até os serviços de reabilitação física e mental, além dos desempenhos de promoção da saúde de caráter intersetorial. (CAMPOS, 2012). 6 A equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde transpõe o debate atual relativo à Igualdade, prenunciada no texto legal, e justifica a prioridade na oferta de ações e serviços aos segmentos populacionais que enfrentam maiores riscos de adoecer e morrer em decorrência da desigualdade na distribuição de renda, bens e serviços e nos condicionamentos culturais e subjetivos de ordem familiar e pessoal (CAMPOS, 2012). Inclui-se à lógica do SUS, dessa forma, o princípio da discriminação positiva para com os grupos sociais mais vulneráveis, buscando-se assegurar prioridade no acesso às ações e serviços de saúde aos grupos excluídos e com precárias condições de vida, considerando as desigualdades de condições decorrentes da organização da sociedadeno capitalismo (CAMPOS, 2012). Em 1986, ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde na qual foi aprovada o conceito da saúde como um direito e que delineou os fundamentos do SUS, com base no desenvolvimento de várias estratégias que permitiram a coordenação, a integração e a transferência de recursos entre as instituições de saúde federais, estaduais e municipais. E assim estas mudanças administrativas estabeleceram os alicerces para a construção do SUS (BAHIA et al., 2011). O direito à informação é assegurado por lei e faculta ao cidadão usuário o acesso às informações sobre sua saúde individual e acerca dos riscos e dos condicionantes que afetam a saúde coletiva, atribuindo aos profissionais e aos gestores a responsabilidade pela viabilização desse direito. Além disso, o conhecimento das informações sobre os serviços disponíveis, prioridades de 7 investimento e utilização dos recursos setoriais são essenciais para possibilitar uma participação efetiva dos cidadãos nas decisões sobre o sistema de saúde nas três esferas de gestão. A recente Lei de Acesso a informação fortalece esse preceito e contribui na luta dos movimentos e sujeitos sociais pela transparência na gestão do Estado (CAMPOS, 2012). As diretrizes organizativas do sistema visam imprimir racionalidade e eletividade ao seu funcionamento, e as mais relevantes são a descentralização, a regionalização e a hierarquização dos serviços, e a participação comunitária. A este rol acrescenta-se a integração das ações e recursos, com base no planejamento ascendente (CAMPOS, 2012). A descentralização, com ênfase na municipalização da gestão dos serviços e ações de saúde, se constituiu na mudança mais significativa no aspecto político administrativo da reforma do Sistema de Saúde no Brasil (ARRETCHE, 2002). As definições normativas apontaram com nitidez que a base do sistema de saúde seria municipal ao atribuir ao município a responsabilidade pela prestação direta da maioria dos serviços. O imperativo da direção única em cada esfera de governo mostrou a necessidade de superar a desarticulação entre os serviços e construir a coordenação das ações sob direção de um único 7 gestor em cada espaço político-institucional – o secretário municipal de saúde no âmbito do município, o secretário estadual no âmbito do estado e o ministro da saúde no âmbito da União (CAMPOS, 2012). A descentralização, contudo, não se esgota na municipalização, e o processo de regionalização da saúde é uma diretriz há muito defendida pelos que propõem a organização racionalizada e equânime os recursos assistenciais no território, com base na distribuição da população, promovendo a integração das ações e das redes assistenciais, de forma que garanta acesso oportuno, continuidade do cuidado e da economia de escala (CAMPOS, 2012). Com a ideia da hierarquização busca-se ordenar o sistema de saúde por níveis de complexidade na atenção de estabelecer fluxos assistenciais entre os serviços, tendo por base a atenção primaria à saúde ofertada nos serviços básicos que deve ser a principal porta de entrada do sistema e referência para a regulação do acesso aos serviços de atenção especializada. A crítica aos modelos hierarquizados tem apontado a necessidade de superar a ideia de pirâmide por modelos mais flexíveis com variadas portas de entrada e fluxos reversos entre os vários serviços (CAMPOS, 2012). A participação comunitária assegurada pela Constituição Federal e regulada pela Lei n° 8.142/90, ocorre, mediante a participação dos segmentos sociais organizativos nas Conferências e nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, e mediante a participação nos conselhos locais de saúde (CAMPOS, 2012). Essa diretriz constitucional traduz o anseio dos atores sociais por uma democracia participativa em que os cidadãos influenciam de maneira decisiva a definição e a execução da política de saúde nas três esferas de governo (CAMPOS, 2012). A integração das ações entre os subsistemas que conformam o sistema de saúde, e dos serviços em redes assistenciais integradas, é um pressuposto da ideia e sistema e uma condição para a garantia da continuidade do cuidado aos usuários sem a qual se compromete a ideia de integralidade do cuidado. A integração de recursos, de meios e de pessoal na gestão do sistema é preconizada nas leis e normas como condição básica para assegurar a eficácia ao sistema. Contudo, a lógica institucional e os conflitos de interesses que permeiam as relações entre os sujeitos políticos e sociais que conduzem o sistema comprometem essa pretensão de racionalidade (CAMPOS, 2012). 8 1.2. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica. A qualificação da Estratégia de Saúde da Família e de outras estratégias de organização da atenção básica deverão seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS configurando um processo progressivo e singular que inclui as especificidades de cada região (BRASIL, 2011). A PNAB é constituída por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Esta política estabeleceu a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (BRASIL, 2006). As atividades do PNAB são desenvolvidas por meio de exercícios de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. A PNAB estabelece princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2011). O Programa Saúde da Família (PSF) é uma estratégia prioritária adotada pelo Ministério da Saúde para a organização da atenção básica, no âmbito do SUS, disponibilizando recursos específicos para o seu custeio, sendo responsável pela atenção básica em saúde de uma determinada área. Portanto, cada equipe seja como médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião dentista deve atender no mínimo 2.400 e máximo de 4.500 pessoas, podendo solucionar 80% dos casos da saúde das pessoas sob sua responsabilidade (BRASIL, 2006). As equipes de Atenção Básica têm como características no processo de trabalho: a definição do território de atuação e de população sob sua responsabilidade; programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clinicas e 10 sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência; e desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico comportamentais, alimentares ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento de doenças e danos evitáveis (BRASIL, 2011). 9 1.3. Dados Atuais do estado nutricional e de consumo alimentar da população Brasileira 1.3.1 VIGITEL O sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL) faz parte das atuações do Ministério da Saúde para estruturar a vigilância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no país. Entre essas doenças englobam diabetes, obesidade, câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares como hipertensão arterial, que têm grande repercussão na qualidade de vida da população. Conhecera conjuntura de saúde da população é o primeiro passo para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade destas doenças, melhorando assim a saúde da população (BRASIL, 2015). O VIGITEL tem como acompanhar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Todo ano são realizadas entrevistas telefônicas em amostras da população adulta (18 anos ou mais) residente em domicílios com linha de telefone fixo. Para os resultados serem representativos de toda a população, os números telefônicos que entrarão na pesquisa são sorteados, a partir dos cadastros de telefones existentes nas capitais do país (BRASIL, 2015). O processo de construção do questionário do sistema levou em conta vários modelos de questionários simplificados utilizados por sistemas de monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas (BRASIL, 2015). 1.3.2. PENSE Segundo a OMS, no mundo, mais de 100 países já fazem monitoramento da saúde dos estudantes, ajudando na modificação de currículos e estruturando programas de saúde voltados para a faixa etária dos adolescentes (CURRIE et al., 2012) No Brasil, em resposta a essas questões, se dá a implantação do Sistema Nacional de Monitoramento da Saúde do Escolar, que surge como uma resposta ao Programa Saúde na Escola - PSE instituído pelo Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, que tem como objetivo integrar as redes públicas de educação básica e de 12 atenção à saúde nos territórios de responsabilidade das Equipes de Saúde da Família, com a finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde (IBGE, 2013). A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE), primeira iniciativa nacional, que perguntou diretamente aos adolescentes sobre fatores de risco e proteção, constitui um 10 importante instrumento para subsidiar com informações os gestores, dando sustentabilidade ao Sistema Nacional de Monitoramento da Saúde do Escolar e apoiando as políticas públicas de proteção a saúde dos adolescentes. Pioneira não só em seu objeto como em seu método, a PENSE, já em sua primeira edição realizada em 2009, ousou lançar mão de tecnologias inovadoras, como o Personal Digital Assistent - PDA, que permitiram que o escolar respondesse diretamente a um questionário eletrônico, sem que houvesse necessidade de interferência do entrevistador (IBGE, 2013). Tal método permitiu que a pesquisa fosse realizada simultaneamente por um grande número de escolares, de forma independente e espontânea, resguardada a privacidade e o sigilo das informações. Além disso, a PENSE incorporou práticas participativas ao incluir, em seus trabalhos, reuniões e discussões conjuntas entre representantes e gestores da Saúde e da Educação em diferentes esferas administrativas e de governo. Estas reuniões de esclarecimento e mobilização, que contaram com a participação dos responsáveis pela vigilância das doenças e agravos não transmissíveis dos estados e municípios envolvidos, além de diretores de escolas e representantes das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, contribuíram para o êxito da pesquisa, que teve apenas uma recusa, entre todas as 1 507 escolas selecionadas no País, em 2009 (IBGE, 2013). 1.3.3. POF As Pesquisas de Orçamentos Familiares (POFs) realizadas pelo IBGE visam disponibilizar informações sobre a composição dos orçamentos domésticos e as condições de vida da população brasileira, incluindo a percepção subjetiva da qualidade de vida, além de gerar bases de dados e estudos sobre o seu perfil nutricional (IBGE, 2018). As informações da pesquisa são utilizadas para atualizar as estruturas de ponderações, necessárias para a produção dos Índices de Preços ao Consumidor (Índices, calculados e publicados mensalmente pelo IBGE, que indicam a variação média ocorrida nos preços do conjunto de bens consumidos e de serviços utilizados pela população) e também na atualização da participação das despesas das famílias no cálculo das Contas Nacionais. Além disso, permitem estudar a evolução dos hábitos de consumo das famílias e possibilitam os mais variados estudos e planejamentos sobre: distribuição, concentração e desigualdade de renda, aspectos demográficos e socioeconômicos, quantidades adquiridas de alimentos "per capita". (IBGE, 2018). 11 1.4. SISVAN O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi preconizado na década de 70, na Conferência Mundial de Alimentação (Roma, 1974), recomendado pela OMS, OPAS, FAO e UNICEF, com o objetivo de: monitorar as condições dos grupos desfavorecidos da população de risco, e proporcionar um método de avaliação rápida e permanente de todos os fatores que influenciam os padrões de consumo alimentar e o estado nutricional. (FAO/OMS, 1974). e UNICEF, com o objetivo de: monitorar as condições dos grupos desfavorecidos da população de risco, e proporcionar um método de avaliação rápida e permanente de todos os fatores que influenciam os padrões de consumo alimentar e o estado nutricional (FAO/OMS, 1974). Atualmente se encontra em fase de implantação ou consolidação em vários países do mundo. No Brasil o início da implantação do SISVAN foi em 1977 tendo como proposta a organização de um sistema de informação para vigilância do estado nutricional e da situação alimentar da população brasileira. Sua regulamentação veio, posteriormente, em 1990, pela Portaria do Ministério da Saúde nº 080 (16/10/1990) sendo sua existência a nível municipal considerada pré-requisito para o repasse de recursos federais para as ações de combate à desnutrição (BRASIL, 2022). A avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores determinantes compõem a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) do Ministério da Saúde. Essa importante ferramenta de promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis pode ser agregada a serviços de saúde, por exemplo, com a avaliação do consumo alimentar e do estado nutricional das pessoas, em todas as fases da vida (BRASIL, 2022). Quando aplicada de forma ampliada, a VAN demanda a adoção de diferentes estratégias de vigilância epidemiológica, aplicadas com base em inquéritos populacionais, chamadas nutricionais e produção científica, com ênfase nos acompanhamentos feitos nos serviços de saúde. Juntas, essas estratégias têm potencial de produzir um conjunto de indicadores de saúde e nutrição que deverão orientar a gestão na formulação de políticas públicas e as ações locais de atenção nutricional (BRASIL, 2022). 1.4.1. VAN nos Serviços de Saúde e SISVAN Os registros da avaliação antropométrica (peso e altura, por exemplo) e dos marcadores do consumo alimentar das pessoas atendidas nos serviços de Atenção Primária à Saúde, desde que inseridos no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), no Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde ou no e-SUS Atenção Primária, compõem os relatórios do SISVAN e revelam a situação alimentar e nutricional da população atendida e 12 permitem a orientação de ações, políticas e estratégias para a atenção integral à saúde (BRASIL, 2022). 1.4.2. SISVAN no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição propõe para o SISVAN o monitoramento da situação alimentar e nutricional, de modo a agilizar os seus procedimentos e a estender sua cobertura a todo o País. A consolidação do Sistema é feita, especialmente, com o apoio de Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição e as Áreas Técnicas Estaduais em Alimentação e Nutrição existentes na quase totalidade dos estadose em centenas de municípios brasileiros (BRASIL, 2022). A atuação do SISVAN compreende a descrição contínua e a predição de tendências das condições de alimentação e nutrição da população, bem como de seus fatores determinantes. No monitoramento da situação alimentar e nutricional, o SISVAN deve se concentrar na atenção a gestante e no crescimento e desenvolvimento das crianças, servindo de eixo para todo trabalho empreendido na rede de serviços, de forma especial na atenção básica de saúde, inclusive considerando o compromisso de sua universalização (BRASIL, 2022). No âmbito da rede de serviços, o SISVAN deve se incorporar às rotinas de atendimento monitorando o estado nutricional de cada usuário, visando a detecção da situação de risco e a prescrição de ações que possibilitem a prevenção de seus efeitos e a garantia da reversão ao quadro de normalidade. Uma outra prioridade é o mapeamento das endemias carenciais, de modo a evidenciar a sua distribuição espacial e a indicar a magnitude da ocorrência da desnutrição energético-proteica, da anemia, da hipovitaminose A e da deficiência de iodo. No tocante ao acompanhamento da situação das doenças crônicas não transmissíveis, relacionadas com a alimentação e estilos de vida considerados inadequados, o trabalho deve ser compatibilizado com os sistemas em funcionamento, em termos da coleta, da geração, do fluxo, do processamento e da análise dos dados, de que são exemplos: o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), o Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (SINAN), e o Sistema de Informação Ambulatorial (SIAB), sendo a estratégia para tal interface a cargo do CENEPI (Centro Nacional de Epidemiologia)(BRASIL, 2022). Além disso, são enfatizadas a coleta e a análise de dados macroeconômicos e sociais indicativos da situação alimentar e, por conseguinte, de riscos difusos ou localizados de 13 insegurança. Eventos mobilizadores de grandes contingentes de população, como os "Dias Nacionais de Vacinação", são aproveitados, a nível local, como oportunidades para a realização de coleta de informações sobre alimentação e nutrição. Com essa conformação, o SISVAN é por excelência o suporte para o desenho e o ajuste de programas, a atualização contínua e a análise sistemática de informações concernentes à situação alimentar e nutricional do País, produzindo, assim, o desejado feedback entre informação, ação e avaliação de resultados (BRASIL, 2022). Portanto, o SISVAN tem como missão produzir um elenco básico de indicadores capazes de sinalizar os eventos de maior interesse, tais como: disponibilidade de alimentos, aspectos qualitativos e quantitativos da dieta consumida, práticas de amamentação e perfil da dieta complementar pós desmame, distribuição do peso ao nascer, prevalência da desnutrição energético proteica, de anemias, do sobrepeso, das deficiências de iodo e de vitamina A e das demais carências de micronutrientes relacionadas às enfermidades crônicas não-transmissíveis (BRASIL, 2022). A avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores determinantes compõem a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) do Ministério da Saúde. Essa importante ferramenta de promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis pode ser agregada a serviços de saúde, por exemplo, com a avaliação do consumo alimentar e do estado nutricional das pessoas, em todas as fases da vida (BRASIL, 2022). Quando aplicada de forma ampliada, a VAN demanda a adoção de diferentes estratégias de vigilância epidemiológica, aplicadas com base em inquéritos populacionais, chamadas nutricionais e produção científica, com ênfase nos acompanhamentos feitos nos serviços de saúde. Juntas, essas estratégias têm potencial de produzir um conjunto de indicadores de saúde e nutrição que deverão orientar a gestão na formulação de políticas públicas e as ações locais de atenção nutricional (BRASIL,2022). 1.5. Ações e Programas Apesar das definições normativas iniciais do SUS terem se dado em 1988 com a constituição federal e depois em 1990 com a Lei Orgânica da Saúde, a AF seguiu no modelo centralizado, ligada à Central de Medicamentos até 1997, e apresentando uma série de dificuldades para atender as necessidades da população e do sistema de saúde (SANTOS- PINTO, 2008). A assistência farmacêutica é uma das diversas áreas que integram os sistemas de saúde modernos. A partir da lógica universalista que orienta o SUS, esta é garantida por 14 meio do artigo 6º da Lei nº8080 (BRASIL, 1990) que inclui entre as responsabilidades do Estado a “assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica” – alterado pela Lei 12.401 (BRASIL, 2011) - e a “formulação da política de medicamentos”. No Brasil, historicamente os estabelecimentos farmacêuticos privados são responsáveis pela maior parcela do acesso a medicamentos no país. Em 2004, um estudo de inquérito domiciliar em 10 estados brasileiros apontou que em 62,4% dos domicílios os medicamentos eram obtidos em farmácias/drogarias comerciais (OPAS/OMS; MS, 2005). Alguns aspectos importantes relativos a estes estabelecimentos são a distância de seu papel sanitário (ROMANO-LIEBER et. al. 2009); o número excessivo de unidades com distribuição territorial desigual (Xavier, 2005); a inexistência de articulação com outros serviços de saúde; a forte lógica mercantilista (FERRAES E JUNIOR, 2002) e a alta lucratividade. Segundo Machado (2008), a assistência farmacêutica é parte estruturante da atenção básica, na medida em que se articula diretamente com duas importantes diretrizes: resolutividade e reorientação do modelo de atenção. Como aspectos críticos dessa articulação, o autor aponta a forte influência que a organização dos serviços de AF tem sobre a efetividade da atenção e a garantia do acesso, sendo este entendido não apenas como a oferta do medicamento, mas levando em conta também a demanda e capacidade de utilização da população. 1.6. Atendimento de pessoas com deficiência e HIV, pacientes com doenças crônicas não transmissíveis. No Brasil, todas as pessoas diagnosticadas com HIV recebem tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde. O tratamento traz vários benefícios: diminui as complicações relacionadas às infecções pelo HIV, reduz a transmissão do vírus, melhora a qualidade de vida da pessoa e diminui a mortalidade (BRASIL, 2022). O Sistema Único de Saúde (SUS), não só fornece todas as informações contextual e necessárias para o indivíduo, como também oferece apoio e/ou atendimento cabível a cada circunstância pré-estabelecida, tem os testes rápidos, fornece medicamentos gratuitamente e o acompanhamento Nutricional e Psicológico (Ministério da Saúde). Conforme advertiu a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia, 3 abr. 2018), uma política de prevenção eficaz requer estratégias bem elaboradas tanto quanto um ambiente sociocultural favorável, o que significa livre de estigmas, moralismo e desinformação (BRASIL, 2022). 15 Tem como estratégia o sistema de distribuição de preservativos e campanhas de prevenção das DST (BRASIL, 2022). Visando a compreensão da população para com esse vírus, o Ministério da Saúde tem informações de fácil acesso para toda a população, das quais são muito importantes para com um todo. Tendo como objetivo ensinar e/ou alertar, atender as necessidades de cada indivíduo sendo assim explicam: O que é o HIV, a contaminação, o tratamento, diagnostico (BRASIL, 2022). 1.6.1. O que é o HIV? HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que oHIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção (BRASIL, 2022). Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações (BRASIL,2022). O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune (BRASIL, 2022). 1.6.2. Contaminação • Sexo vaginal sem camisinha; • Sexo anal sem camisinha; • Sexo oral sem camisinha; • Uso de seringa por mais de uma pessoa; • Transfusão de sangue contaminado; • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados 16 (BRASIL, 2022) 1.6.3. Tratamento Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas (BRASIL, 2022). Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas, e alguns deles são: zidovudina (Retrovir), lamivudina (Epivir), sulfato de abacavir (Ziagen), didanosine (Videx), stavudine (Zerit), entre outros (BRASIL, 2022). 1.6.4. Diagnóstico Esses testes são realizados gratuitamente pelo sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades de rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) (BRASIL, 2022). Além da rede de serviços de saúde, é possível fazer os testes por intermédio de uma Organização da Sociedade Civil, no âmbito do Programa Viva Melhor Sabendo (BRASIL, 2022). A implantação dos testes rápidos para diagnóstico da infecção pelo HIV e triagem de sífilis na Atenção Básica, do Sistema Único de Saúde (SUS), forma o conjunto de estratégias do Ministério da Saúde, que tem como objetivo a qualificação e a ampliação do acesso da população brasileira ao diagnóstico do HIV e detecção da sífilis (BRASIL, 2022). O Ministério da Saúde recomenda as Secretarias Estaduais e Municipais da Saúde que adotem medidas que facilitem o acesso ao diagnóstico de HIV e triagem da sífilis por meio dos testes rápidos, sobretudo para as gestantes e suas parcerias sexuais tais como (BRASIL, 2022): • Ofertar teste rápido de sífilis e HIV nas Unidades Básicas de Saúde (UBS); • Solicitar os testes rápidos de HIV e sífilis junto ao Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde; • Articular medidas locais que garantam a logística (acondicionamento, distribuição e transporte) e a execução dos testes rápidos nas UBS com qualidade e confiabilidade; 17 • Avaliar a capacidade laboratorial instalada para a realização dos exames complementares e de monitoramento do tratamento e de cura para a sífilis; • Planejar e organizar as capacitações dos profissionais de Atenção Básica para a execução dos testes rápidos de HIV e sífilis; • Apoiar e monitorar a alimentação dos sistemas de informação para registro da realização dos testes rápidos, como SISPRÉ-NATAL WEB, Boletim de Produção Laboratorial (BPA individualizado) do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimento (SIGTAP), bem como o SINAN. A redução das taxas de transmissão vertical do HIV e a eliminação da sífilis congênita, bem como a redução da mortalidade materna e infantil evitáveis são deveres de todos nós. Entretanto, sua implantação só será possível por meio da cooperação, da sensibilização e do trabalho Inter federativo de gestores, profissionais de saúde e usuários do SUS (BRASIL,2022) 1.6.5. Direitos das PVHIV Pela Constituição brasileira, as pessoas vivendo com HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos; entre eles, estão a dignidade humana e o acesso à saúde pública e, por isso, são amparadas pela lei. O Brasil possui legislação específica quanto aos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência (BRASIL, 2022). 1.6.6. Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids Em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil criaram, com o apoio do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids. O documento foi aprovado no Encontro Nacional de ONG que Trabalham com Aids (ENONG), em Porto Alegre (RS) (BRASIL, 2022): I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a aids. II – Os portadores do vírus têm direito a informações específicas sobre sua condição. 18 III - Todo portador do vírus da aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida. IV - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de discriminação. V - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, sexo ou orientação sexual. VI - Todo portador do vírus da aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda ação que visar a recusar aos portadores do HIV/aids um emprego, um alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a os restringir à participação em atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser punida por lei. VII - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido rigorosamente testados para o HIV. VIII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e assistenciais. IX - Ninguém será submetido aos testes de HIV/aids compulsoriamente, em caso algum. Os testes de aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos, controle de transfusões e transplantes, estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser informados. Os resultados deverão ser transmitidos por um profissional competente. X - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes. XI - Toda pessoa com HIV/aids tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania (BRASIL, 2022). 1.6.7. Lei antidiscriminação 19 Em 2014, foi publicada a Lei nº 12.984, de 2 de junho de 2014, que define o crime de discriminação aos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de aids (BRASIL, 2022). Auxílio, Normativas e Aposentadoria. Auxílio-doença: Testagem obrigatória na relação de emprego: Imposto de Renda Benefício de Prestação ContinuadaAposentadoria por invalidez Sigilo no trabalho e Sigilo médico (BRASIL,2022) 1.6.8. Existem algumas ferramentas para tentar obter um controle/prevenção das DST Manual para a Equipe Multiprofissional, “Cuidado integral às pessoas que vivem com HIV.” (Atenção Básica, Brasília-DF, 2017). Construído pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (BRASIL, 2022). 1.6.9. Vigilância Epidemiológica: • Clínicos do HIV • Dados de HIV durante a pandemia da COVID-19 • Gestantes Vivendo com HIV(GVHIV) A profilaxia pós-exposição, conhecida como PEP, é uma medida de urgência que consiste no uso de medicamentos antirretrovirais, isto é, anti-HIV, tomados uma vez ao dia pelos 28 dias seguintes ao contato com o vírus, seguindo acompanhamento médico (BRASIL, 2022). • Palestras nas unidades de Saúde. • Atividades nas comunidades com os agentes de Saúde. 20 São essas algumas ações para o combate ao HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2022). 2. Descrição do município; período de estágio O estágio realizado na cidade de São Paulo, SP na zona sul durante o período de 6 semanas com data inicial de 22/02/2022 e com data de término dia 25/03/2022. 2.1. Descrição do local A clínica integrada de saúde Bacelar é uma clínica com atendimentos múltiplos disciplinar, que atende a região Sul de São Paulo/SP, com o objetivo de oferecer a população atenção primária, com o horário de funcionamento/atendimento das 7 da manhã às 18 horas de terça a sexta. Na Clínica Integrada de Saúde Bacelar consiste em 4 funcionários que te como especialidades a Nutrição, Enfermagem, Farmácia e Estética, que visa atender indivíduos em todo seu ciclo de vida, desde crianças a idosos, que acompanha cerca de 200 a 250 pacientes durante o ano. com diversas doenças dentro das necessidades do indivíduo, sendo ela obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras. 2.2. Atividades desenvolvidas na instituição 1ª Atividade: Coletada de dados do SISVAN. Descrição: Neste período foram realizadas pesquisas no site do SISVAN no intuito de aprendizagem na utilização dos dados contidos no site para posteriormente serem utilizados em uma criação de um artigo científico pelos estagiados em saúde pública de Nutrição do Campus Anchieta e da Campus Cidade Universitária. Data: 22/02/2022 a /03/2022 Local: Unidade Clínica Integrada de Saúde Bacelar 2ª Atividade: Avaliação do perfil antropométrico e aplicação da ficha e formulário do consumo (SISVAN) da população. Descrição: Neste dia acompanhamos pelo supervisor de nutrição em uma parceria com a equipe de enfermagem uma ação no dia das mulheres com avaliação do perfil antropométrico e aplicação de ficha e formulário do consumo (SISVAN)(ANEXO I E II) da população pelas equipes de nutrição (Nutrição em Saúde Pública e Nutrição Clínica) e 21 aferimento de pressão arterial, glicose no sangue, e ficha de triagem pela equipe de enfermagem dentro da faculdade UNIP Indianópolis em funcionários e alunos do Campus, e também em pessoas que passavam em frente da UNIP Indianópolis. Data: 08/03/2022. Local: UNIP Indianópolis. 3ª ATIVIDADE: Desenvolvimento de banco de dados. Descrição: Neste dia foi realizado pela equipe de estagiados em saúde pública uma planilha com os dados das pessoas que passaram na ação conjunta com a enfermagem, mas no caso, na parte de Avaliação do perfil antropométrico e aplicação da ficha e formulário do consumo (SISVAN) da população e foi criado uma planilha com tabelas contendo todos os dados utilizados pela ficha e pelo formulário de consumo (SISVAN) da população (ANEXO III). Data: 09/03/2022. Local: Unidade Clínica Integrada de Saúde Bacelar. 2.3. Discussões de textos e treinamentos recebidos Discussão/orientação: No dia 22/02/2022 com apenas as duas estagiadas do Campus Anchieta presentes no local foi passado orientação da unidade da clínica integrada de saúde Bacelar sobre o local, funcionamento e o que seria feito durante o estágio, que seria um projeto com pessoas que convivem com o vírus HIV/Aids, que será atendidos pela unidade e proposto uma pesquisa sobre o assunto para poder ajudar nas futuras consultas com os pacientes, além de elaborar um cartilha (ANEXO IV) como forma de orientação na parte nutricional e alimentar para este grupo. Também foi proposto uma pesquisa livre para explorar e conhecer melhor o site do SISVAN, onde iriamos recolher dados para criação de um artigo científico e utilizar a ficha de cadastro e acompanhamento nutricional do SISVAN e o formulário de consumo alimentar do SISVAN que são os modelos de atendimento padrão utilizados na unidade. Orientação geral e treinamento: No dia 04/03/2022 ocorreu uma orientação geral com todos os estagiados presentes do Campus Anchieta e do Campus Cidade Universitária onde novamente foi passado as orientações sobre a unidade, o estágio em si, o projeto a ser realizado na unidade envolvendo a parte de nutrição em saúde pública com os pacientes que convivem com o vírus do HIV/Aids, explicando toda proposta do projeto em si e a toda 22 estrutura do local e seus funcionários. Houve uma explicação sobre os equipamentos da área da nutrição oferecido no local como balança manual, fita métrica e medidor de estatura, que após a explicação do seu uso, o supervisor responsável deixou cada um utilizar os equipamentos como forma de aprendizado entre os estagiados. Para finalizar foi dividido em três trios para um teste de como seria uma consulta presencial na clínica, que para isto foi pedido emprestado um estagiado de nutrição clínica para ser um paciente como referência, onde foi realizado todos os ensinamentos anteriores como aplicação dos formulários do SISVAN, avaliação do perfil antropométrico e consumo alimentar do SISVAN, aferir peso, estatura e circunferência. Estes mesmos trios deveriam fazer como projeto cartilha para o grupo de HIV/Aids (ANEXO IV) e elaborar um artigo (ANEXO V) de tema livre com dados do SISVAN como atividade. Discussão da elaboração do artigo e relatório: No dia 16/03/2022 ao dia 24/03/2022 foi apresentado ao supervisor responsável textos do relatório a ser finalizado e documentos do estágio a serem preenchidos, onde pode avaliar se está sendo feito corretamente ambos e se tinha alguma dúvida, sendo tudo conversado e esclarecido entre os estagiados presentes, possibilitando verificar e corrigir os erros, aprendendo da forma correta a finalização. 23 3. Considerações finais O estágio realizado na Unidade Clínica de Saúde Bacelar no Campus da UNIP de Indianópolis, proporcionou um conhecimento na área de Saúde Pública bastante importante, muito mais na parte de pesquisa, relação dos dados utilizados e a forma que é de forma geral e como é conduzida a área de Saúde Pública em Unidade Básica de Saúde, tendo uma ideia da vivência da área. Infelizmente não foi possível um contato com pacientes a não ser a atividade em parceria com a equipe de enfermagem no dia 08/03/2022 e ter dado andamento com o projeto proposto com pacientes que convivem com o vírus HIV/Aids. Mesmo assim, o apoio, ensinamentos e orientações recebidas pelo supervisor responsável foram fundamentais para a realização do estágio e um conhecimento mais prático do que foi ensinado durante o curso de Nutrição. 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Amaral SMS, Blatt CR. Municipal consortia for medicine procurement: impact on the stock-out and budget. Rev Saude Publica. 2011;45(4). Aragão-Junior, G. Avaliação política do programa Farmácia Popular do Brasil à luz dos princípios do Sistema Único de Saúde. São Luís. Dissertação [mestrado em Políticas Públicas] – Universidade Federal do Maranhão;2012. Araújo, ALA. Assistência farmacêutica como modelo tecnológico. Ribeirão Preto. Tese [doutorado em ciências farmacêuticas] – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, USP; 2005. 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ANEXO I – FICHA DE CADASTRO E ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DO SISVAN 28 ANEXO II – MARCADORES DE CONSUMO ALIMENTAR 29 ANEXO III – PLANILHA DE DADOS COLETADOS DA ATIVIDADE DO DIA 08/03/2022 30 ANEXO IV – CARTILHA COM ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR PARA PESSOAS QUE VIVEM COM HIV/AIDS. 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 ANEXO V – ARTIGO Análise do estado nutricional dos anos de 2019 a 2021 em pessoas adultas da região sudeste, segundo os dados do Sisvan-Web. Maykon Vitor da Silva Santos Samuel dos Santos Bispo Vitoria Martins Alves RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo analisar fatores associados à cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan Web), para indivíduos em baixo peso e obesidade grau I da região Sudeste, referente aos meses de janeiro de 2019a janeiro de 2021, no qual foi analisado o estado nutricional de adultos em baixo peso e obesidade grau I. Visualizando as tabelas disponíveis sobre o consumo alimentar de hamburguês e embutidos também disponíveis no SISVAN, é possível estabelecer que o consumo excessivo de alimentos de qualidade danosa à saúde contribuíram com o aumento de indivíduos com IMC classificado em obesidade grau I, comparando os dados estabelecidos nos anos de 2019 e 2021, no qual também é possível observar a diminuição de indivíduos com IMC classificado em baixo peso. Este estudo também foi baseado em artigos disponíveis no Google Acadêmico no qual são designa fatores que contribuem com fatores que colaboram com os casos de obesidade grau I, no qual se faz necessário uma sensibilização dos dirigentes e dos profissionais de saúde do SUS sobre a relevância de uma alimentação saudável através de palestras educacionais, caravanas de auxilio e orientação estabeleçam estratégias de apoio técnico e operacional para a prática de alimentação saudável para população adulta. Palavras- Chave: baixo peso; obesidade grau I; consumo de alimentos ultra processados. INTRODUÇÃO O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), criado e implantado pela Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN)/MS, de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), possibilita realizar o diagnóstico e o acompanhamento da situação nutricional 41 da população brasileira, contribuindo para o conhecimento da natureza e magnitude dos problemas de nutrição, identificando também as áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais acometidos de maior risco aos agravos nutricionais (BRASIL, 2013). Mudanças no modo de vida das populações, principalmente no estado nutricional (baixo peso e obesidade grau I), têm sido observadas, mundialmente, nas últimas décadas em decorrência a redução da prevalência dos déficits nutricionais e pelo aumento da obesidade grau I. Algumas destas alterações estão relacionadas à ingestão excessiva de alimentos de qualidade danosas à saúde. É indiscutível a importância de uma alimentação adequada do ponto de vista nutricional para assegurar crescimento e desenvolvimento saudáveis (FERREIRA CS et al, 2016). Este controle é realizado por meio do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), que consiste em um agrupamento de informação de apoio às ações de promoção da saúde, visando o aumento da qualidade da assistência à população. O Sisvan engloba a elaboração de ações de promoção da alimentação saudável, cuidado e controle das carências nutricionais e a formulação ou reorientação de políticas públicas, a partir destas atividades rotineiras e contínuas de coleta e análise de dados estas informações são destinadas ao diagnóstico descritivo e analítico da circunstância alimentar e nutricional da população brasileira (BRASIL, 2010). O Sisvan Web, desde o início de sua implementação, apresentou resultados satisfatórios (COUTINHO et al, 2009). Com início do conhecimento do estado de saúde das populações, a vigilância em saúde trabalha com vista minimizar estes riscos à saúde, tendo como finalidade a observação e verificação permanente desta situação de saúde, vincula um conjunto de ações destinadas a monitorar determinantes, riscos e danos à saúde de comunidades que vivem em determinados territórios, garantindo-se a plenitude da atenção, o que integra tanto a perspectiva individual como coletiva dos problemas de saúde. Baseado nessas informações será possível atuar sobre este cenário, obtendo resultados que poderão ser controlados pelo sistema. Para titulação dos dados do Sisvan, é necessário preestabelecer tecnicamente os profissionais de saúde e equipar as Unidades de Saúde para a adequada coleta e digitação destes dados no Sisvan Web. Contudo, para que o SISVAN consiga alcançar seu objetivo, é imprescindível que a equipe técnica desse órgão supere os inúmeros desafios que se apresentam ao desenvolvimento do SISVAN (FERREIRA CS et al, 2016). 42 METODOLOGIA Trata-se de um estudo ecológico realizado sobre a região sudeste com intuito de monitorar o estado nutricional dos indivíduos entre os anos 2019/2021 ambos iniciados no mês de janeiro. Foram coletados os dados da cobertura do Sisvan Web para adultos, referentes aos meses de janeiro de 2019 a janeiro de 2021, período em que foi avaliado o estado nutricional, sobre as referências técnicas do Sisvan da região avaliada. A partir do Sisvan Web, foram retirados relatórios consolidados, para cada ano, do número total de adultos com estado nutricional acompanhado no Sisvan. Às referências técnicas do Sisvan, foram coletadas com objetivo de obter informações sobre o estado nutricional, análise e utilização dos dados da vigilância alimentar e nutricional. A “O acompanhamento de adultos em baixo peso e obesidade grau I no Sisvan”. Foi observado o número de adultos em baixo peso no qual em 2019 calcula-se o total de 8.701 e em 2021 sendo 8.207, mostrando uma diminuição de 494 indivíduos com baixo peso e para obesidade grau I calcula- se em 2019 89.055 e em 2021 sendo 97.697 indivíduos com obesidade grau I, onde observa- se o aumento significativo de 8.642. Para este trabalho foram selecionadas as questões pertinentes ao objeto de estudo. O presente estudo apresentou a limitação de ter sido feito com uma amostra pequena e não representativa, gerando a impossibilidade de generalização dos resultados para região Sudeste. Os resultados encontrados nesse estudo sugerem a necessidade de que haja uma maior sensibilização dos gestores e dos profissionais de saúde do SUS sobre a importância de uma alimentação saudável e do diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população por meio do Sisvan Web. RESULTADOS Consumo alimentar de indivíduos em baixo peso e obesidade grau I (fonte Sisvan 2022) Tabela 1: Índice de porcentagem do IMC da população da região sudeste do 43 Brasil em 2019 Tabela 2: Índice de porcentagem do IMC da população da região sudeste do Brasil em 2021. Analisando as duas tabelas acima, percebemos que o número de indivíduos em baixo peso teve uma leve diminuição dentre esses anos citados, (menos de 1%). Enquanto a porcentagem de adultos com obesidade grau I teve um aumentou 2% entre os comparativos. Esse resultado fica mais visível nos gráficos abaixo. 7900 8000 8100 8200 8300 8400 8500 8600 8700 8800 2019 2021 Baixo peso Baixo peso 44 DISCUSÃO A obesidade é um fator que acarreta vários problemas, não é de hoje que boa parte da população vem tendo muita dificuldade com o ganho de peso. Com base nos dados do SISVAN, entre o ano de 2019 a 2021, tivemos um aumento perceptível de indivíduos com obesidade grau I na região sudeste do Brasil. Passou 89.055 para 97.699, ou seja, mais de 8.000 adultos brasileiros entraram nesse grupo em um curto período. Esses resultados podem ser associados ao isolamento social imposto pela pandemia da covid-19, houve paralisações de várias atividades, como de academias e parques. O que pode ter gerado um estado de sedentarismo em grande parte da população. Além de que esse isolamento favoreceu o aumento do consumo de alimentos industrializados e aumento do uso de aparelhos eletrônicos. Visto isso, essa mudança de rotina pode ter repercutido no ganho de peso, uma vez que houve uma diminuição de gasto energético diário. CONCLUSÃO Com base em todas as informações apresentadas neste estudo, assomam a necessidade da conscientização sobre a alimentação saudável da população. Além de que é esperado que o Sisvan Web esteja na agenda de prioridades das Secretarias Municipais de Saúde, visto que esse sistema deve apoiar os 84000 86000 88000 90000 92000 94000 9600098000 100000 2019 2021 Obesidade grau I Obesidade grau I https://www.sinonimos.com.br/consciencializacao/ 45 profissionais de saúde no diagnóstico local e oportuno dos agravos alimentares e nutricionais no levantamento de marcadores de consumo alimentar que possam identificar fatores de risco. (BRASIL, 2013). Segunda MELLO et al.17 uma das melhores forma para combater a obesidade é a prevenção, nem sempre o ganho de peso está relacionando a uma má alimentação e sim, alguns fatores biológicos e sociais. Mas a alimentação também influencia nessa questão, por isso é essencial o consumo de boas fontes de proteínas, carboidratos e lipídios, buscando sempre optar pelo consumo mais in natura possível. REFERÊNCIA Brasil. Ministério da Saúde (MS). Marco de referência da vigilância alimentar e nutricional na atenção básica. Brasília: MS; 2010. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Guia de Vigilância em Saúde. Brasília: MS; 2010 Brasil. Ministério da Saúde (MS). Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília: MS; 2010. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional: Orientações para implementação nos municípios. Brasília: MS; 2010. Brasil. Portaria GM/MS nº 2246, de 18 de outubro de 2004. Institui e divulga orientações básicas para a implementação das Ações de Vigilância Alimentar e Nutricional, no âmbito das ações básicas de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, em todo o território nacional. Diário Oficial da União 2004; 19 out. Coutinho JG, Cardoso AJC, Toral N, Silva ACF, Ubarana JA, Aquino KKNC, Nilson EAF, Fagundes A, Vasconcellos AB. A organização da Vigilância Alimentar e Nutricional no Sistema Único de Saúde: histórico e desafios atuais. 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SISVAN – Sistema de Vigilencia Alimentar e Nutricional. Disponível em: <https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriopublico/index>. Acessado em 22 março 2022.
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