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31
 (
CAMILA PANTAROTTI
)
 (
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA e a APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR
)
Cidade
Ano
 (
CAMILA PANTAROTTI
)
 (
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA e a APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR
)
 (
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Instituição Centro Educacional Anhanguera
, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em 
Pedagogia.
Orientador: 
Mariana Cardoso
.
)
 (
SOROCABA
2021
)
RENATA AYALA DA SILVA ROSSI
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA e a APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição Centro Educacional Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
Profa. Ma. Gláucia Cristina de Castro
Profa. Ma. Isabel Cristina Dias de Moraes Cardoso						
Sorocaba, 18 de Novembro de 2021.
Dedico este trabalho a todos os que me ajudaram ao longo desta caminhada.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar todas as dificuldades.
	Aos meus pais Cristina e Dirceu, pelo amor, incentivo e apoio incondicional a vida.
	Agradeço a Lolita minha avó, ao meu irmão Rafael, Ellen minha cunhada e a tia Augusta que me deram todo o apoio e incentivo nas horas difíceis, de desânimo e cansaço. Obrigada pelos momentos que precisei me ausentar e me dedicar aos meus estudos, vocês sempre me fizeram entender que o futuro é feito a partir da constante dedicação no presente!	
	Meus agradecimentos aos amigos e companheiros de trabalhos e irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes em minha vida com certeza.	
	Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e afetividade da educação no processo da minha formação profissional, aos que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos.
	E a gratidão ao meu pai Dirceu, in memória, o qual me incentivou e esteve presente comigo em todos os momentos da vida enquanto Deus nos permitiu.
 O objetivo da Educação Inclusiva não é tornar todas as crianças iguais, e sim respeitar e valorizar as diferenças de cada uma.	
Andrea Ramal
ROSSI, Renata Ayala Da Silva. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR. 2021. 32 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso Pedagogia – Centro Educacional Anhanguera, Sorocaba, 2021.
RESUMO
A Educação é um direito assegurado a todas as crianças na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 como direito fundamental. E o presente trabalho tem objetivo analisar os desafios e possibilidades da educação inclusiva aos alunos com necessidades especiais no processo ensino-aprendizagem no contexto escolar, e as vivencias e dificuldades encontradas pelos professores considerando a estrutura da escola, formação inicial, continuada e as metodologias. A proposta para a inclusão é inovadora e não tem nada a ver com o passado, sendo uma nova etapa na educação para todos, diante de uma sociedade inclusiva. A metodologia que orientou a pesquisa foi qualitativa baseada na Lei de Diretrizes e Bases, que enquadra a educação inclusiva. A inclusão amplia a autonomia, a interdisciplinaridade e a multiplicidade na construção do conhecimento das crianças e precisam ser efetivadas pelas instituições e pela sociedade para que possam garantir os direitos dos alunos especiais. A adaptação dos alunos especiais depende em grande parte das adaptações da infra-estrutura, dos recursos materiais, didáticos, do comportamento e aceitação da comunidade escolar para com esses alunos, tornando o ambiente apto para acolhê-los. Sendo indispensáveis alterações no planejamento, nos objetivos, nas atividades e formas de avaliação além da adoção de métodos lúdicos para facilitarem a compreensão dos conteúdos. Os dados permitem concluir que apesar dos desafios, a inclusão escolar pesquisada abriu a percepção de todos para o valor e importância da diversidade como fonte de desenvolvimento mútuo e respeito às diferenças.	
Palavras chave: Educação Inclusiva. Inclusão Social. Atendimento Educacional Especializado. Educação Especial.
ROSSI, Renata Ayala Da Silva. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR. 2021. 32 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso Pedagogia – Centro Educacional Anhanguera, Sorocaba, 2021.
ABSTRACT
Education is a right guaranteed to all children in the 1988 Constitution of the Federative Republic of Brazil as a fundamental right. And this work aims to analyze the challenges and possibilities of inclusive education for students with special needs in the teaching-learning process in the school context, and the experiences and difficulties encountered by teachers considering the structure of the school, initial and continuing education and methodologies.The proposal for inclusion is innovative and has nothing to do with the past, being a new stage in education for all, facing an inclusive society. The methodology that guided the research was qualitative, based on the Law of Guidelines and Bases, which defines inclusive education. Inclusion expands autonomy, interdisciplinarity and multiplicity in the construction of children's knowledge and needs to be carried out by institutions and society so that they can guarantee the rights of special students. The adaptation of special students depends largely on infrastructure adaptations, material and educational resources, the behavior and acceptance of the school community towards these students, making the environment suitable to receive them.Changes in planning, objectives, activities and forms of assessment are essential, in addition to the adoption of playful methods to facilitate the understanding of the contents. diversity as a source of mutual development and respect for differences.
Key words: Inclusive education. Social inclusion. Specialized Educational Service. Special education.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT	Associação Brasileira de Normas Técnicas
IBGE	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBICT	Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
NBR	Norma Brasileira
REDSIG Rede de Significações
15
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	11
2. CONCEITOS AO DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEMno contexto da educação especial	13
3. O desenvolvimento e as interações sociais no contexto escolar	22
4. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A INCLUSÃO NA ESCOLA	24
4.1 O PROFESSOR E O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO ESCOLAR...............26
CONSIDERAÇÕES FINAIS	29
REFERÊNCIAS	31
1. INTRODUÇÃO
A Educação Especial tem como objetivo o desenvolvimento de práticas e estratégias pedagógicas voltadas aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE).
O problema da pesquisa, com base no estudo de natureza qualitativa e bibliográfica, baseada na Lei de Diretrizes e Bases com respostas para a problemática na educação, nos levando a refletir que a educação inclusiva acontece através do respeito à diversidade e a todas as pessoas que possuem habilidades, dificuldades e a necessidade de um olhar individualizado para cada uma, respeitando suas especificidades, tempos de aprendizado para realizar determinada tarefa, valorizando seus dons e talentos, com suma importância no desenvolvimento socioemocional e psicológico e encontra certa dificuldade na escolarização efetiva e a falta de professores e equipe escolar preparadas para respeitar as singularidades cognitivas e subjetivas, estilo de aprendizagem, ritmo próprio e habilidade com ações adaptativas e desenvolvidas de maneira efetiva em sala de aula ao atender as necessidades individuaisde todos os estudantes e garantindo ao direito de participar do processo educativo.
O objetivo através da Educação Inclusiva, é educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar, não significa negar as dificuldades, diversidade. Ampliando a visão do mundo e desenvolvendo oportunidades de convivência a todas as crianças, famílias e da comunidade em geral. 
Garantir o direito a Educação Inclusiva, propondo a igualdade, oportunidades e valorizando as diferenças, assegurando o acesso, a participação e a aprendizagem de todos sem qualquer exceção, permitindo a convivência e a integração das pessoas normais com as que possuem alguma deficiência dentro do ambiente escolar regular garantindo a todos o direito à escolarização. A educação continuada e cursos de atualização ao professor também se faz importante para o acompanhamento do processo aos alunos com NEE e aos outros alunos, inserindo todos no contexto escolar, na comunidade e sociedade
Baseamos a pesquisa nos autores como Kelman (2010),Vygotsky (1896-1934), DESSEN, M. A. & POLONIA, A. C.2007, p.22), que desenvolvem estudos sobre esta abordagem teórica. E a base nestes estudos, foi possível identificar a importância da Inclusão e aprendizagem aos alunos com necessidades especiais no desenvolvimento e através de métodos oportunidade de aprenderem uns com os outros, oportunizando a redução de estigmas e, consequentemente, de exclusão com princípio fundamental da escola inclusiva e na certeza de que todas as pessoas podem aprender juntas atendendo às necessidades diversificadas, através de diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurar a educação de qualidade através de currículos e estratégias didáticas apropriadas, uso de recursos diversificados e parcerias com suas comunidades.
2. CONCEITOS AO DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEMno contexto da educação especial
Através da análise, fundamentos e pilares que sustentam a política educacional de Inclusão Escolar, confrontado como a maneira que acontece o processo de inclusão na instituição educacional com ações apontadas pelo corpo docente necessárias para viabilizar o processo ensino e aprendizagem das crianças com desenvolvimento atípico.	
Com conceito sistematizado, Kelman afirma que os princípios do desenvolvimento humano são distintos e que essa temática envolve toda a trajetória da vida humana e o desenvolvimento humano é compreendido como um processo complexo, dada a sua natureza múltipla, propagada pela influência de fatores diversos. A autora explicita que: 	
(...) estudos sobre desenvolvimento humano não se restringem a estudos sobre comportamento infantil, mas referem-se a uma temática que envolve todo o curso da vida humana. O desenvolvimento estuda a trajetória do indivíduo, marcada não apenas pela herança que recebe de seus pais, mas pelas experiências que vivencia ao longo da sua vida. É entendido, portanto, como um conjunto de processos que implicam em mudanças progressivas, tanto do ponto de vista biológico quanto ambiental, em constante interação. (KELMAN, 2010, p.13).	
 Com as afirmações da referida autora, tornou-se possível a percepção que o desenvolvimento humano marca toda a trajetória da vida humana. Supondo respeito à herança que o homem recebe de seus pais, somada às experiências vividas no decorrer da vida e com caráter processual, fruto de mudanças ocorridas gradativamente, por influência biológica e do meio em que este sujeito vive e interage. Adverte assim Kelman que: 	
O desenvolvimento humano tem sido objeto de estudo por diferentes áreas do conhecimento, como a Psicologia, a Biologia ou a Antropologia. Pesquisas buscam compreendê-lo tanto do ponto de vista conceitual, quanto dos fatores que o influenciam. (KELMAN, 2010, p.14). 
 Nas diferentes concepções sobre o desenvolvimento humano, compreende-se que o desenvolvimento sob uma determinada perspectiva Lepre (2008) elenca algumas concepções a que convém ressaltar, entre elas, a concepção inatista, na qual se compreende que os seres humanos como seres que já nascem com todas as suas características prontas e vão desenvolvendo-as durante toda a sua vida. 
Em outra concepção, também conhecida como ambientalista, o homem é concebido como um ser dinâmico, que desenvolve suas características em função das condições presentes no meio em que se encontra. Em outra concepção, denominada interacionista, defende que o homem constrói o seu conhecimento pela sua interação com o meio, onde fatores internos e externos se relacionam. 
E também, a concepção sócio-histórica, que está embasada, sobretudo, nos estudos do russo Lev Seminovich Vygotsky (1896-1934), na qual valoriza a cultura na identidade dos sujeitos.	
Kelman (2010) também menciona quatro concepções teóricas para explicar o desenvolvimento humano – teoria da maturação biológica, teoria ambientalista teoria interacionista e teoria histórico-cultural. Com algumas nomenclaturas distintas, os conceitos por ela apresentados se complementam aos apresentados por Lepre (2008).
A teoria da maturação biológica, também denominada pré-formismo, no entendimento de Kelman (2010), tem como característica a ideia de que o desenvolvimento possui uma raiz endógena e ocorre naturalmente. O desenvolvimento é biologicamente determinado, tem a hereditariedade como elemento central na promoção do desenvolvimento e na definição da capacidade de aprendizagem do sujeito. 
A teoria ambientalista aponta o ambiente como o agente que molda o desenvolvimento humano através dos mecanismos de aprendizagem. Em uma alusão à linha interacionista, esta teoria menciona a abordagem construtivista, que tem Piaget como seu principal precursor e de forma mais detalhada, discorre sobre a teoria histórico-cultural de Vigotski (1994).
Kelman (2010) em suas observações faz menção a dois teóricos que deixaram grandes contribuições para a compreensão do desenvolvimento humano – Jean Piaget e Vigotsky. Piaget, afirma que sua teoria objetivou explicar a origem do conhecimento, tendo como fundamento etapas do ciclo vitais entendidas como: "operações cognitivas e linguísticas e que ficaram conhecidas como os estágios sensoriomotor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal". (KELMAN, 2010, p.13). 
A atenção da autora é para o caráter classificatório que marcou a teoria Piagetiana, fazendo menção a ausência de um olhar mais dinâmico e dialético. Palangana (2001), ao apresentar em sua obra diferentes posicionamentos sobre a abordagem interacionista, tece algumas considerações sobre Piaget, afirmando, que embora fosse um biólogo por formação, sua teoria apresentou uma influência filosófica implícita, na qual deu ênfase à interação estabelecida entre sujeito e objeto na construção do conhecimento, ressaltando a existência de procedimentos peculiares de cada sujeito, por meio dos quais acontece o processo de interação e desenvolvimento da estrutura cognitiva. 
A teoria piagetiana aponta a existência de fatores invariantes e variantes, como determinantes no desenvolvimento. Os fatores invariantes são reconhecidos como as estruturas biológicas, sensoriais e neurológicas que marcam cada indivíduo, ao passo que a variante diz respeito aos elementos que se transformam a partir da relação com o meio, tendo como foco adaptar-se ao real circuncindante, culminando na constituição da inteligência enquanto processo interativo entre o homem e o meio social.
 Na concepção piagetiana, o equilíbrio consiste no alvo prioritário do organismo, qual tem o objetivo de contínuo alcançar novas maneiras de adaptação, por intermédio dos mecanismos de assimilação (tentativa de solucionar uma dada situação) e acomodação (modificação da estrutura mental antiga), devido aos desajustes gerados pelos processos interacionais. (PALANGANA, 2001).
 Para Vigotsky, a perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano de Kelman (2010) cita a importância da cultura, da sociedade e da história na formação da mente humana e o processo de ruptura entre os fatores biológico e cultural, bem como a sobreposição deste últimoem relação ao primeiro, motivada pela capacidade de transformação dos aspectos culturais. 
Esse procedimento possibilita ao indivíduo interpretar o mundo a partir das vivências estabelecidas em seu contexto físico, simbólico e histórico-cultural. Kelman (2010) explicita quatro conceitos que caracterizam a teoria de Vigotski.	O conceito é a internalização, caracterizada por funções psicológicas que aparecem duas vezes. Primeiramente de forma intersubjetiva, devido a relações entre as pessoas e posteriormente intrasubjetivamente, ocorrida após a internalização. O conceito da mediação é um conceito associado à utilização de signos como a linguagem, a leitura, a escrita e o cálculo.
 A zona de desenvolvimento proximal, e o conceito da teoria de Vigotsky, compreendida como a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de solução independente de problemas e o nível de desenvolvimento potencial, consiste na solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com parceiros com maior capacidade. 
E ainda conceito é a relação entre aprendizagem e desenvolvimento, caminho por meio do qual as crianças acessam a vida intelectual que as envolvem. Sob essa perspectiva, define-se que o desenvolvimento humano está atrelado a fatores culturais. De forma mais específica, seu desenvolvimento se dá a partir de um tripé composto por elementos de influência mútua – a cultura, a cognição e a emoção. (KELMAN, 2010).
 Em uma linha interacionista, é válido ressaltar as concepções de Rossetti Ferreira sobre a Rede de Significações (RedSig) e sua relação com o desenvolvimento humano. Integrando elementos diversos, a RedSig integra dinamicamente elementos de natureza diversa. Micro e macro dimensões são considerados do ponto de vista evolutivo e histórico, no intuito de superar falsas polaridades. 
O objetivo é considerar o conflito ou a oposição como parte integrante do desenvolvimento humano, bem como buscar compreender quais e de que forma elementos interacionais-pessoais e contextuais participam do processo de desenvolvimento humano. Nessa perspectiva, os campos interativos dialógicos ganham espaço, como lugar de destaque, caracterizados a partir da relação que o bebê humano (imaturo, incompleto e incapaz de viver sozinho) estabelece com o outro (pais, tios, avós, babás, educadoras e professoras), para promover condições favorecedoras de desenvolvimento. 
Os campos interativos dialógicos constituem-se na socialização entre os indivíduos e tem a influência de elementos indissociáveis, mas ao mesmo tempo contribuições peculiares na promoção do desenvolvimento. (ROSSETTI-FERREIRA, 2008).
O primeiro elemento do campo dialógico é a pessoa, que por meio de suas características pessoais e particulares, constituem os processos interacionais. O segundo elemento é o contexto, que expressa o meio, os espaços de vivência do sujeito. A matriz sócio-histórica é o terceiro elemento, marcada por eventos culturais, sociais, econômicos e políticos, ou seja, nesse cenário emerge os valores sociais, que de forma flexível determinam o desenvolvimento das pessoas. 
Por fim, consideramos as múltiplas dimensões temporais, que sinalizam por sua vez, o lugar e o momento em que ocorrem as interações entre os sujeitos. (ROSSETTI-FERREIRA, 2008).
Para Kelman, as interações vivenciadas por cada indivíduo acontecem de maneira contínua e sucessiva e tem os contextos de vivência do sujeito como determinantes no seu desenvolvimento. Segundo a autora:	
A vida de um sujeito é marcada por influências distintas decorrentes dos variados contextos de desenvolvimento dos quais participa e que o influenciam ao longo de sua vida. Entendemos contexto como o meio ambiente global em que o indivíduo está inserido e onde se desenrolam os processos desenvolvimentais. Entre eles, os que mais se destacam são a família, a escola, o trabalho e o lazer. (KELMAN, 2010, p.39). 
Valorizando as influências dos aspectos culturais, determinados pelas características dos contextos de vivência, nos processos desenvolvimentais do sujeito, a autora destaca a família, a escola, o trabalho e o lazer como os espaços mais comuns onde ocorrem as interações entre os fatores biológicos e experiências de vida que culminam, por sua vez, no desenvolvimento humano.
Dessen & Polonia (2007) ressaltam a importância da família na trajetória de vida das pessoas e na consequente promoção do desenvolvimento humano. A família, compreendida como instituição social primária e dinâmica, apresenta-se com função mediadora entre o homem e a cultura. Relações afetivas, sociais e cognitivas que marcam a vida social, emergem desse contexto. 
 Os laços afetivos formados dentro da família, particularmente entre pais e filhos, podem ser aspectos desencadeadores de um desenvolvimento saudável e de padrões de interação positivos que possibilitam o ajustamento do indivíduo aos diferentes ambientes de que participa. (DESSEN, M. A. & POLONIA, A. C., 2007, p.24).
 A partir do trecho a acima, é possível salientar a influência que os vínculos afetivos estabelecidos no âmbito apresentam na constituição de um desenvolvimento saudável. Nesse sentido, vale ressaltar a importância de uma família estruturada, capaz de promover a construção de relações de afeto que promovam o bem-estar de seus sujeitos e que seja disseminadora de valores positivos para a vida social, uma família compreendida como "matriz da aprendizagem humana, com significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva". (DESSEN, M. A. & POLONIA, A. C.2007, p.22).
Para Dessen & Polonia, a escola é instituída como espaço idealizado para realização de atividades educativas formais e promotoras da aprendizagem, tendo como base um currículo amplo, marcado por questões relacionais, fatores culturais, cognitivos, afetivos, sociais e históricos. É possível perceber que embora a família e a escola tenham papéis específicos, elas se complementam e exercem responsabilidade compartilhada na promoção do desenvolvimento humano. 
Assim, fez-se necessária a efetuação de políticas públicas capazes de assegurar a parceira na execução de suas respectivas responsabilidades, sobretudo no tocante aos processos de desenvolvimento e aprendizagem, não só em relação ao aluno, mas também a todas as pessoas envolvidas. (DESSEN, M. A. & POLONIA, A. C.2007, p.29).
 As experiências vivenciadas no âmbito familiar influenciam um indivíduo por toda a vida, por isso a família é não apenas o primeiro contexto de desenvolvimento humano, mas também o principal desse contexto. Quanto à escola, sua importância é sintetizada nas ações de promover o desenvolvimento e construção do saber. 
O trabalho é compreendido como um instrumento que impulsiona a inclusão social, por ser um meio de desenvolvimento e autonomia. Em relação ao lazer, sua importância é extensiva a todos os seres humanos, pois colaboram para o bem-estar e promovem a integração social. A escola e a família são instituições mediadoras na promoção do lazer. 
Precisam desenvolver atitudes de parceira para garantir que todo indivíduo o vivencie desde as primeiras ações inerentes ao processo educativo. Diante do exposto, há de se entender que o estudo das teorias sobre o desenvolvimento humano leva-nos à compreensão de que o ser humano se desenvolve a partir de sua interação com diferentes fatores – a hereditariedade, a maturação neurofisiológica, o meio em que o sujeito está inserido, a cultura e as transformações históricas. Conhecer esses fatores proporciona o entendimento dos aspectos que compreendem esse desenvolvimento.
O desenvolvimento fisicomotor, o desenvolvimento sociomoral, o desenvolvimento afetivo (emocional) são dimensões que unidas compõem o ser humano de forma integral e permite "reconhecer as características comuns de uma faixa etária e planejar ações pedagógicas que, entre outras coisas, podem potencializar as capacidades humanas." (LEPRE, 2008, p.3).
Potencializar as capacidades humanas significaestimular o desenvolvimento humano, cuja manifestação é refletida no processo de aprendizagem. Desde o princípio da vida o bebê humano está aprendendo, pois a aprendizagem é "um processo integral que ocorre desde o princípio da vida e exige do sujeito que aprende o corpo, o psiquismo e os processos cognitivos que ocorrem dentro de um sistema social organizado, sistematizado em ideias, pensamentos e linguagem". (GÓMEZ e TÉRAN, 2009, p. 32.).
 A aprendizagem estimula o funcionamento do cérebro, que está atrelado ao fluxo de informação emitido pela rede de neurônios por meio de conexões sinápticas. As conexões realizadas pelo cérebro humano acontecem a partir das necessidades enfrentadas, fato que revela uma capacidade de reorganização contínua. Afinal, o cérebro tem capacidade de aprendizagem e adaptação, bem como de melhorar e aperfeiçoar as habilidades em maior uso, em virtude de serem mais estimuladas. (GÓMEZ e TÉRAN, 2009). 
A aprendizagem movida pela experiência estimula a ocorrência de mudanças na estrutura cerebral, que são resultados da maturidade e da experiência. Essa situação pode ser mais bem explicitada com a concepção das janelas de oportunidade do cérebro, estas revelam que distintas partes do cérebro podem estar mais propensas a aprender em momentos diferentes. 
A expressão janelas é uma metáfora atribuída às etapas desenvolvimentais em que os estímulos apropriados gerados pelo ambiente podem exercer com maior eficiência seu papel potencializador da aprendizagem. Isso acontece em conformidade com a maturação do cérebro da criança. Por exemplo, 0 (zero) a 6 (seis) anos é a fase ideal para o desenvolvimento da linguagem, da psicomotricidade e do aprendizado de música instrumental. O controle emocional da criança constitui-se até os 3 (três) anos de idade, ao passo que o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático tem maior predisposição para se desenvolver até os 10 (dez) anos de idade.
É necessário, portanto, que a criança receba os estímulos adequados para estimular cada aspecto do desenvolvimento. Vale ressaltar, contudo, que em outros períodos a aprendizagem pode acontecer, porém, quando os estímulos oferecidos pelo ambiente para a promoção de uma aprendizagem específica são coerentes com as partes do cérebro que estão prontas para aprender, isto é, com as janelas da oportunidade abertas pelo cérebro, mais facilidade a criança terá para aprender e aperfeiçoar o seu conhecimento. (GÓMEZ e TÉRAN, 2009).
Entre as oportunidades de aprendizagem do cérebro, convém ressaltar a que se refere à alfabetização e que tem como faixa ideal para sua consolidação os 8 anos de idade da criança. Soares adverte que:
O termo alfabetização designa o ensino e o aprendizado de uma tecnologia de representação da linguagem humana, a escrita alfabético-ortográfica. O domínio dessa tecnologia envolve um conjunto de conhecimentos e procedimentos relacionados tanto ao funcionamento desse sistema de representação quanto às capacidades motoras e cognitivas para manipular os instrumentos e equipamentos de escrita. (SOARES, 2005, p. 24).	
 
 Nesse contexto, o termo alfabetização é definido como o processo de ensino e aprendizado da técnica de representação da linguagem humana. Essa capacidade de representação faz-se por meio da escrita alfabético-ortográfica, cujo domínio acontece por meio do exercício de habilidades motoras e cognitivas, ou seja, a alfabetização não é um processo isolado, mas articulado com o bom funcionamento do corpo e mente.
 Tal fato leva à percepção da ampla dimensão da importância desse processo, tanto para o progresso na vida escolar, quanto para o exercício da cidadania. Afinal, a alfabetização é o começo de tudo, o contato inicial com o universo das letras, sílabas, palavras e textos, que vão ganhando significado na nomeação de seres, objetos, na leitura de uma história, na identificação de percursos, placas de sinalização, propriedades particulares e assim por diante. O fato é que a alfabetização é à base do elemento de sustentação para os conhecimentos que serão construídos ao longo da trajetória escolar, da vida pessoal e social a partir das interações com o sistema de escrita.	
 Vale dizer, também, que a sociedade atual é uma sociedade grafocêntrica, ou seja, tem na leitura e na escrita um caminho para promoção da comunicação e autonomia, para que cada indivíduo desempenhe seus papéis sociais, vinculados ao seu contexto de vivência e relações pessoais. 
 A interação social valendo-se de práticas de leitura e escrita trouxe à tona uma nova terminologia, denominada letramento, cujo "conceito designa, então, o conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da língua em práticas sociais necessários para uma participação ativa e competente na cultura escrita". (SOARES, 2005, p.50).
 O aprendizado da leitura e da escrita constitui-se como processos fundamentais aos indivíduos. De certo modo, é a aquisição de autonomia para inserção na vida social. Essa concepção é afirmada por Maciel (2010) ao referir-se à escrita como uma das mais importantes chaves para obtenção de conhecimento. Além disso, a autora compreende que a promoção de um ensino, dentro dos padrões do mundo letrado, é sinônima de promoção da inclusão social.
 Cabe antes de tudo, considerar que no propósito de explicitar ainda mais as questões que envolvem a inclusão escolar no cotidiano do ciclo de alfabetização, algumas indagações se fazem presentes e atuais. Será que toda criança tem condições de ser alfabetizada? 
 No caso das crianças com desenvolvimento atípico, existe também uma faixa etária, um tempo determinado para que a criança aprenda ler e escrever? Para responder essas perguntas é preciso entender melhor o conceito de desenvolvimento atípico, as razões de sua manifestação e o tipo de comprometimento ou lesão por ele gerada no educando em formação.
3. O desenvolvimento e as interações sociais no contexto escolar
A definição para o desenvolvimento atípico é “o desenvolvimento de crianças que apresentam atrasos e/ou prejuízos em relação às crianças com a mesma faixa etária” (LEPRE, 2008, p. 28). Para Vygotsky (2011), a criança com desenvolvimento atípico pode apresentar como sintoma primário, uma dificuldade real, relacionada a uma incapacidade ou a uma limitação biológica, por exemplo, como não perceber estímulos visuais, no caso de pessoas cegas. No entanto, para o autor, a criança tem como principal desafio o desenvolvimento atípico se relacionar ao sintoma secundário, ou seja, à exclusão que ela tende a sofrer por apresentar uma deficiência e/ou transtorno.
 A criança cega, por exemplo, pode não ser alfabetizada pela crença de que não é capaz. Com estas reflexões, Vygotsky (2011) evidenciou que o problema da deficiência não é a impossibilidade biológica de percepção, mas a exclusão social que dificulta essa pessoa de ser inserido socialmente, aprender com seus pares e com os adultos que a cercam. Portanto, o autor conclui que o maior problema da deficiência é a deficiência social.
Para superar as deficiências biológicas, imputadas por doenças ou síndromes, Vygotsky (2011) explica que as crianças com algum desenvolvimento atípico devem interagir com crianças que estejam com desenvolvimento mais a frente e com adultos, permitindo troca de saberes e experiências, onde todos possam aprender juntos. Para Vygotsky (2011), às experiências sociais mobilizam competências capazes de superar as dificuldades resultantes dos sintomas primários das deficiências:
No decorrer da experiência, a criança aprende a compensar suas deficiências naturais; com base no comportamento natural defeituoso, técnicas e habilidades culturais passam a existir, dissimulando e compensando o defeito. Elas tornam possível enfrentar uma tarefa inviável pelo uso de caminhos novos e diferentes. O comportamento cultural compensatório sobrepõe-se ao comportamento natural defeituoso (CUNHA; AYRES; MORAIS, 2010, p. 65).	
De acordo coma teoria da compensação, desenvolvida por Vygotsky (2011), uma criança com desenvolvimento atípico pode atingir o mesmo nível de desenvolvimento de uma criança normal, só que de maneira diferente, através de outros meios. A teoria da compensação evidencia que “o desenvolvimento cultural é a principal esfera em que é possível compensar a deficiência. Onde não é possível avançar no desenvolvimento orgânico, abre-se um caminho sem limites para o desenvolvimento cultural” (VYGOTSKY, 2011, p. 869).
O maior desafio da sociedade e da escola inclusiva é o combate aos estigmas e preconceitos. Eles permitem enquadrar as pessoas com desenvolvimento atípico em posicionamentos de incapacidade, onde crianças que apresentam desenvolvimento atípico tendem a ser estigmatizadas e, por conseqüência, excluídas da sociedade. De acordo com Goffman (2008), o estigma leva à exclusão e, quando um indivíduo é estigmatizado, ele é, automaticamente, excluído da sociedade, pois já não atende os padrões de normalidade que a sociedade estabelece. Contra os estigmas e a exclusão, Werneck (1997, p. 42) sintetiza a ideia, afirmando que “[...] a inclusão vem quebrar barreiras cristalizadas em torno de grupos estigmatizados”.
A inclusão se fundamenta na concepção de desenvolvimento interacionista (ARAÚJO, 2001), na qual, pela interação com os outros sociais e o meio, a pessoa pode se transformar. Para que ocorra o desenvolvimento dos fenômenos mentais, é necessária a convivência com os outros sociais imersos numa cultura. São essas interações que geram os contextos possíveis para o processo de aprendizagem. Na interação social, os diferentes saberes podem ser compartilhados. Dessa forma, o saber, que é da cultura ao qual eu faço parte, pode ser internalizado e se tornar meu, a partir da minha ação com o meio físico e social (VYGOTSKY, 2011).
4. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A INCLUSÃO NA ESCOLA
Na sociedade brasileira, o termo inclusão ainda desperta curiosidade, indiferença ou negação. A Inclusão social é um posicionamento ideológico que embasa ações de confronto à exclusão social de pessoas de classes inferiores, com desenvolvimento atípico, idosas ou minorias raciais, entre outras. Sendo assim, a conceitualização da inclusão social embasa um processo de atitudes afirmativas, públicas e privadas, no sentido de inserir em um contexto social mais amplo aqueles grupos ou populações marginalizadas historicamente ou em consequência de mudanças políticas radicais, sejam econômicas, tecnológicas, ou outras (SASSAKI, 1997).	
 No universo educacional, a educação inclusiva assegura a alunos com desenvolvimento atípico e típico a oportunidade de aprenderem uns com os outros, oportunizando a redução de estigmas e, consequentemente, de exclusão. Sua fundamentação é apresentada, claramente, na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), expressa que toda escola comum deve ser instrumentalizada em termos de recursos pedagógicos e de capacitação profissional para atender todos os alunos, independentemente de suas características físicas, psicológicas e/ou socioculturais.
 O princípio fundamental da escola inclusiva consiste na certeza de que todas as pessoas podem aprender juntas, onde seja possível. Com este contexto, entendemos que a educação inclusiva responde às necessidades diversificadas de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade para todos, através de currículos e estratégias didáticas apropriadas, uso de recursos diversificados e parcerias com suas comunidades. 
 Considerando, especificamente, o desenvolvimento atípico, compreendemos que o processo de inclusão é um caminho árduo que só acontece com a participação de todos: pais, professores, filhos e demais membros da comunidade escolar (FURINI, 2006). Este trabalho coletivo garante o envolvimento de todo o suporte necessário para o processo de escolarização da pessoa com desenvolvimento atípico.
 Na escola, para dar início ao processo de inclusão, faz-se necessária uma readaptação das estratégias de ensino, para se adequar aos diferentes tipos de necessidades específicas de aprendizagem dos alunos. Essas mudanças tendem a contribuir para o desenvolvimento de todos/as os/as estudantes na sala de aula. O processo inclusivo causa uma mudança expressiva de perspectiva educacional e de rotina escolar, pois não se trata de atuar somente com os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas com todos os alunos, por meio de uma rede de apoio que, também, envolve todos: professores, alunos, coordenadores pedagógicos, pais, para que obtenham sucesso no processo educativo geral. De acordo com Glat, Pletsch e Fontes (2007), o processo inclusivo é aquele que:
[...] se baseia justamente no pressuposto de que se a escola oferecer
um currículo flexível e vinculado aos interesses individuais e sociais dos alunos, garantir acessibilidade de locomoção e comunicação em suas dependências, e desenvolver metodologias e práticas pedagógicas que atendam às demandas individuais, todos terão condições de aprender e se desenvolver juntos (p. 350).	
As escolas inclusivas precisam reconhecer e responder as necessidades de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando a educação de qualidade para todos, mediante currículos apropriados. O processo inclusivo assegura aos/às alunos/as, com desenvolvimento atípico ou não, a oportunidade de convivência e de cooperação intelectual.
4.1 O PROFESSOR E O DESENVOLVIMENTO DO ENsINO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO ESCOLAR
 O ponto de partida para o professor é o próprio estudante. É preciso empenhar-se em conhecê-lo bem, e a partir do seu repertório e dos eixos de interesse tornar o processo para o ensino-aprendizagem espontâneo, prazeroso e significativo. É necessário, que o Professor se perguntar com frequência: o que cada aluno sabe sobre o conceito a ser trabalhado? Como seus interesses podem ser explorados como facilitadores do ensino de cada conteúdo?
A importância de observar as barreiras existentes e investir na diversificação de estratégias pedagógicas, o profissional de atendimento educacional especializado (AEE) tem o papel de colaborar com esse processo. Professores criativos ou que já tenham experiência com inclusão de estudantes com deficiência também podem ser bons parceiros.
Durante muito tempo, acreditou-se ser possível generalizar as características das pessoas padronizando as estratégias pedagógicas a partir de um mesmo quadro diagnóstico. Atualmente, sabemos que essa noção é, no mínimo, simplista. Ainda que apresentem pareceres diagnósticos absolutamente iguais, duas pessoas podem reagir às mesmas estratégias de maneiras totalmente distintas.
Não existe, portanto, “receitas prontas” ou manuais de atividades ideais, indicando exatamente como ou o que trabalhar com um aluno com esse ou aquele diagnóstico. E isso não se aplica somente a pessoas com alguma deficiência, pois a diferença é inerente à condição humana, o processo de aprendizagem de cada estudante torna-se singular.
Partindo do pressuposto de que toda pessoa aprende, e quando isso não acontece, pode ser que o problema resida nas estratégias pedagógicas adotadas em sala de aula. É por meio delas que o estudante se conecta ao currículo, ou seja, acessa o conhecimento. Quando o planejamento não leva em conta as particularidades de cada aluno, as estratégias pedagógicas podem constituir uma das principais barreiras à inclusão educacional de alunos com e sem deficiência.
Para os estudantes que não aprendem, a escola e professor é que, muitas vezes, não estão habituados a lidar com a diferença e, não oferece estratégias pedagógicas que favoreçam a criação de vínculos, as relações de troca e o acesso ao conhecimento. Um dos princípios da educação inclusiva é justamente esse: toda pessoa aprende, sejam quais forem suas particularidades intelectuais, sensoriais e físicas. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular. Por isso,torna-se fundamental avaliar cada situação, a fim de encontrar meios de garantir a inclusão efetiva de qualquer estudante, independentemente do laudo que o acompanha.
Através da colaboração do profissional do atendimento educacional especializado (AEE) esse processo se torna determinante, considerando que, segundo a Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva, esse serviço tem a função de identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade para a eliminação de barreiras para a plena participação dos alunos, levando em conta suas necessidades específicas. E os docentes da sala comum e da sala de recursos multifuncionais precisam se unir para desenvolver estratégias a partir de interesses dos estudantes com deficiência.	
A perspectiva inclusiva prevê que o processo de elaboração do planejamento pedagógico inclusivo seja colaborativo, envolvendo a participação de outros agentes da escola, docentes e não docentes, das famílias e até mesmo dos alunos, como protagonistas do próprio processo de ensino e aprendizagem contribuindo significativamente sugerindo atividades e recursos – desde que isso se dê numa perspectiva de colaboração, considerando que tais atividades precisam estar contextualizadas no planejamento.
O processo de elaboração do planejamento pedagógico na perspectiva inclusiva é contínuo, isto é, baseado no que cada estudante – e o grupo como um todo – demanda, aqui e agora. O planejamento deve ser revisto continuadamente a partir da configuração dos novos desafios e potencialidades que se apresentam para a garantia de uma educação de qualidade para todos, em igualdade de condições.
Os diferentes tempos de aprendizagem devem ser não somente respeitados bem como considerados no planejamento pedagógico. Planejar na perspectiva inclusiva implica prever estratégias pedagógicas diversificadas também em relação ao tempo, considerando o ritmo de cada um. Diversificando também os modos de interação, proporcionando oportunidades de realizar atividades individualmente, em dupla e em grupos – cujos critérios de formação também devem ser diversificados. E contemporizando a rotina, a partir de um planejamento que muda constantemente.
O Material pedagógico é todo e qualquer recurso utilizado em sala de aula com uma finalidade específica de ensino e aprendizagem, e a educação inclusiva prevê o uso de diferentes materiais pedagógicos para alcançar um mesmo objetivo de ensino. A referência para a escolha ou desenvolvimento de atividades deve ser o próprio estudante, suas necessidades (baseadas em características físicas, sensoriais ou outras), seus interesses e habilidades, visando sempre à equiparação de oportunidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente trabalho de pesquisa sobre a Educação Inclusiva e a Aprendizagem dos Alunos com necessidades especiais no ensino regular, compreendeu o desenvolvimento, a aprendizagem e a trajetória da vida humana através com concepções teóricas através da teoria da maturação biológica, teoria ambientalista, teoria interacionista e teoria histórico-cultural.	
A origem do conhecimento se fundamenta em etapas: cognitivas, linguísticas, sensoriomotor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Onde o equilíbrio consiste no alvo prioritário do organismo, com objetivo contínuo de alcançar novas maneiras de adaptação, por mecanismos de assimilação e acomodação.
A importância da cultura, da sociedade e da história na formação da mente humana e o processo de ruptura motiva a capacidade de transformação dos aspectos culturais. 
O conflito é parte do desenvolvimento humano, e compreende quais elementos interacionais-pessoais e contextuais participam do processo de desenvolvimento humano, desde o bebê humano que estabelece com o outro (pais, tios, avós, babás, educadoras e professoras), as condições favoráveis de desenvolvimento dos laços afetivos formados dentro da família, com um desenvolvimento saudável com padrões de interação possibilitando o ajuste do indivíduo aos diferentes ambientes de que participa. 	
O desenvolvimento fisicomotor, sociomoral, e o desenvolvimento afetivo são dimensões que compõem o ser humano de forma integral, conhecendo as características comuns de cada faixa etária, planejando ações pedagógicas para potencializar as capacidades humanas.
A aprendizagem estimula o funcionamento do cérebro, atrelado ao fluxo de informação emitido pelos neurônios por meio das conexões e o cérebro tem capacidade de aprendizagem e adaptação, bem como de melhorar e aperfeiçoar as habilidades em maior uso, em virtude de serem mais estimuladas.
Para criança com desenvolvimento atípico com relacionada a uma incapacidade ou a uma limitação biológica, imputadas por doenças ou síndromes, a criança deve interagir com crianças que estejam com desenvolvimento mais a frente e com adultos, onde a troca de saberes e experiências aprendem juntas.
O combate aos estigmas e preconceitos, é o maior desafio da sociedade e da escola inclusiva. As crianças com desenvolvimento atípico são excluídas da sociedade, pois não atendem os padrões de normalidade estabelecidos pela sociedade. A educação inclusiva assegura aos alunos a oportunidade de aprender uns com os outros, oportunizando a redução de estigmas e exclusão. A Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), expressa que toda escola comum deve ser instrumentalizada em termos de recursos pedagógicos e de capacitação profissional para atender todos os alunos, independentemente de suas características físicas, psicológicas e/ou socioculturais.	
	O professor que se empenha a conhecer a criança individualmente, consegue observar as barreiras existentes e investir na diversificação e estratégias pedagógicas sendo criativos e desenvolvendo a criança atípica ou não, no seu tempo de aprendizado e forma de aprender, trabalhando o desenvolvimento com a particularidade intelectual, sensorial e física. O professor pode utilizar todo e qualquer recurso como material pedagógico, contemporizando sua rotina de trabalho com o planejamento que muda constantemente na necessidade do aluno e turma.
O maior desafio do Professor e da sociedade, não é a igualdade, mas sim a equidade, atendendo a necessidade de todas as crianças, e que consigam em sua fase escolar, alcançarem aos objetivos pedagógicos e sociais.
REFERÊNCIAS
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