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O DESTINO DE ISRAEL E DA IGREJA pdf

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Prévia do material em texto

Copyright © 2012 tradução portuguesa, DP Portugal
Copyright © Derek Prince Ministries Internacional
Autor: Derek Prince
Título original: The Destiny of Israel and the Church
Tradução: Jorge Pinheiro
Correção: Maria de Conceição Castro Cabral
Redação: Christina van Hamersveld
 
Publicado em Português pela:
Editora Um Êxodo Unipessoal Lda
E-mail: 
 
 
 
 
umexodo@gmail.com
ISBN: 978-989-8501-17-2 
Derek Prince Portugal
Caminho Novo Lote X, Feteira
9700-360 Angra do Heroísmo
Telf.: 295663738 / 927992157
E-mail: derekprinceportugal@gmail.com
Blog: twww.derekprinceportugal.blogspot.p
A versão bíblica usada neste livro: 
Almeida Corrigida e Revisada Fiel.
Só para alguns versículos usamos: 
(ARA) = Almeida Revista e Atualizada,
(ARIB) = Almeida Revisada Imprensa Bíblica,
(NVI) = Nova Versão Internacional.
índice
	 introdução	..........................................................................	5
1.	 O	cerne	da	Atenção	Mundial					.....................................	9																																														
2.	 Quem	é	israel?	..................................................................	12																																																																																		
3.	 Quem	é	Judeu?		................................................................	18																																																																																
4.	 eles	não	são	israel		.......................................................... 	23
5.	 O	israel	de	deus	.............................................................. 	26																																																															
6.	 israel	distinto	da	igreja	................................................. 	30																																																								
7.	 Quem	é	a	igreja?	..............................................................	33																																																																							
8.	 eleição	.............................................................................. 	36																																																																																															
9.	 O	Remanescente	eleito	...................................................	41																																																										
10.	 A	Pecaminosidade	de	israel	.......................................... 	46																																														
11.	 A	Restauração	Predita	de	israel	................................... 	50																																			
12.	 A	descrição	da	Restauração	de	israel	......................... 	54																						
13.	 Um	Pequeno	Pedaço	de	Terra	.......................................	61																																															
14.	 As	Fronteiras	de	deus	.....................................................	69																																																												
15.	 Um	Tempo	de	Realojamento	.........................................	73																																														
16.	 deus	é	injusto?	.................................................................	76																																																																								
17.	 Primeiro	o	Judeu,	depois	o	Gentio	.............................. 82																																			
18.	 A	eleição	e	a	igreja	.......................................................... 89																																																												
19.	 não	esforço,	Mas	União	................................................ 	96																																																												
20.	 A	igreja	será	também	um	Remanescente?	.................. 	99																						
21.	 A	Resposta	que	deus	exige	..........................................	105																																															
22.	 Proclamar	.......................................................................	113																																																																																				
23.	 Louvar	.............................................................................	118																																																																																																
24.	 Orar!	............................................................................... 	122																																																																																																
25.	 O	clímax	....................................................................... 	126																																																																																				
26.	 conclusões......................................................................	131																																																																																				
	 Apêndice	i	......................................................................	133																																																																																																	
	 Apêndice	ii	.................................................................... 	138					
	 Sobre	derek	Prince	........................................................	145
	 derek	Prince	Ministries	................................................	147	
	 Outros	livros	por	derek	Prince	(em	português)	.......	149																						
5
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
INTRODUÇÃO
Uma	característica	peculiar	da	Bíblia	são	as	suas	pro-
fecias.	nenhum	livro	sagrado	de	qualquer	outra	religião	
mundial	oferece	algo	de	comparável	à	Bíblia	a	este	res-
peito.	Os	seus	profetas	predisseram	consistentemente	-	
com	um	espantoso	rigor	e	detalhe	minucioso	-	aconte-
cimentos	da	história	muitos	séculos	antes	deles	ocorre-
rem.	este	é	um	dos	grandes	testemunhos	da	inspiração	
sobrenatural	da	Bíblia.
Em Isaías 46:9-10,	o	deus	da	Bíblia	fala	de	Si	pró-
prio:
… Eu sou Deus, e não há nenhum outro; 
eu sou Deus, e não há nenhum como eu. 
Desde o início faço conhecido o fim, desde 
tempos remotos, o que ainda virá. 
Digo: Meu propósito ficará de pé, e farei 
tudo o que me agrada. (niV)
A	capacidade	de	predizer	a	história	com	um	tal	rigor	
implica,	 necessariamente,	 a	 capacidade	 de	 a	 controlar.	
Por	esta	razão,	deus	pode	dizer	com	absoluta	confiança:	
“O	meu	propósito	permanecerá”.
6
deReK	PRince
Um	dos	grandes	temas	da	profecia	bíblica	é	o	destino	
de	 israel.	 desde	 o	 nascimento	 de	 israel,	 enquanto	 na-
ção,	até	à	consumação	final	do	seu	destino,	cada	estágio	
principal	foi	predito	pelos	seus	profetas.	Pelo	menos	oi-
tenta	por	cento	de	todas	estas	profecias	já	se	cumpriram	
detalhadamente.	 É,	 portanto,	 razoável	 esperar	 que	 os	
restantes	vinte	por	cento	se	cumpram	com	igual	rigor.
entretecido	na	história	de	israel	encontra-se	o	desti-
no	de	outro	povo:	a	igreja	de	Jesus	cristo.	A	igreja	teve	
a	sua	origem	em	israel,	mas	ao	longo	dos	séculos	os	des-
tinos	destes	dois	povos	 -	 israel	 e	a	 igreja	 -	divergiram	
largamente.	no	entanto,	tem	havido	uma	contínua	inte-
ração	entre	ambos.
A	 igreja	 também,	 à	 semelhança	 de	 israel,	 teve	 os	
seus	profetas.	O	maior	deles	foi	o	seu	fundador	e	cabeça	
reinante,	 Jesus	 de	 nazaré.	 Através	 de	 Jesus	 e	 dos	 Seus	
apóstolos,	as	principais	linhas	gerais	da	história	da	igre-
ja	 foram	 profeticamente	 reveladas	 com	 antecedência.	
estas	 também	 têm-se	 cumprido	 progressivamente	 até	
ao	presente.
Uma	função	vital	da	profecia	é	fornecer	ao	povo	de	
deus	uma	visão	clara	do	seu	destino	divinamente	traça-
do.	Sem	uma	tal	visão,	o	povo	inevitavelmente	tropeçará	
e	cairá.	isto	aplica-se	igualmente	a	israel	e	à	igreja.	É	por	
isso	 que	 Salomão	 diz	 em	 Provérbios 29:18,	 que	 onde	
não	há	visão	profética	o	povo	perece.
7
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Foi	a	falta	de	uma	tal	visão	que	levou	à	queda	de	Je-
rusalém	 em	 586	 A.c.	 depois	 da	 cidade	 ter	 sido	 total-
mente	destruída	pelos	exércitos	da	Babilónia,	o	profeta	
Jeremias	disse:
Ela nunca se lembrou do seu fim;
por isso foi pasmosamente abatida...
(Lamentações	1:9)
cerca	de	600	anos	mais	tarde,	o	próprio	Jesus	falou	à	
mesma	cidade	em	termos	semelhantes:
Ah! Se tu conhecesses também, ao menos 
neste teu dia, o que à tua paz pertence! Masagora isto está encoberto aos teus olhos. 
Porque dias virão sobre ti, em que os teus 
inimigos te cercarão de trincheiras e te sitia-
rão e te estreitarão de todas as bandas; e te 
derribarão a ti e aos teus filhos que dentro 
de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra 
sobre pedra, pois que não conheceste o tem-
po da tua visitação
(Lucas	19:42-44)
contudo,	 Jerusalém	 é	 apenas	 um	 extraordinário	
exemplo	histórico	das	consequências	trágicas	que	se	se-
guem	 quando	 o	 povo	 de	 deus	 não	 consegue	 compre-
8
deReK	PRince
ender	o	seu	destino.	Os	mesmos	princípios	aplicam-se	
tanto	a	israel,	enquanto	povo,	como	à	igreja.	em	cada	
caso,	o	fracasso	em	compreender	o	seu	destino	redun-
dará	em	tragédia.
Mas	não	é	preciso	que	isto	aconteça!	Através	das	es-
crituras	proféticas,	deus	forneceu	-	tanto	a	israel	como	à	
igreja	-	tudo	o	que	é	necessário	para	que	ambos	compre-
endam	e	cumpram	o	seu	destino.	Que	não	se	diga,	nem	
de	uma	nem	de	outra,	que	o	fracasso	e	o	desastre	sur-
giram	“porque não conheceste o tempo da tua visitação”.
Uma	das	características	mais	excitantes	do	período	
em	que	vivemos	atualmente	é	que	os	destinos	de	israel	e	
da	igreja	estão	de	novo	a	começar	a	convergir.	esta	con-
vergência	produzirá	os	mais	dramáticos	e	significativos	
desenvolvimentos	de	toda	a	história	humana.
É	meu	sincero	desejo	e	oração	que	este	livro	forneça	
um	 quadro	 claro	 e	 distinto	 dos	 extraordinários	 acon-
tecimentos	 que	 jazem	 à	 nossa	 frente,	 tanto	 para	 israel	
como	para	a	igreja.
derek	Prince	
Jerusalém,	1992
9
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
1
O CERNE DA ATENÇÃO 
MUNDIAL
Qual	é	a	razão	de	israel	ser	o	cerne	da	atenção	dos	
meios	 de	 comunicação	 mundiais?	 Qual	 a	 razão	 de	 os	
líderes	governamentais,	que	são	normalmente	pragmá-
ticos	 e	 tão	 diplomatas,	 irromperem	 em	 manifestações	
emocionais	 quando	 se	 discute	 israel?	 Qual	 a	 razão	 de	
as	nações	Unidas	devotarem	a	israel	trinta	por	cento	do	
seu	tempo	e	um	terço	das	suas	resoluções	-	um	país	mi-
núsculo	com	uma	população	de	apenas	cinco	milhões	
de	pessoas?
Só	há	uma	 fonte	para	uma	resposta	clara	e	 indiscu-
tível:	a	Bíblia.	embora	tivesse	ficado	concluída	milénios	
antes	dos	presentes	problemas	no	Médio	Oriente	terem	
surgido,	a	Bíblia	fornece	uma	análise	sobrenaturalmente	
inspirada	tanto	das	questões	como	das	forças	implicadas.
israel	ocupa	um	lugar	singular	nas	atuais	controvér-
sias	porque	a	posição	de	israel	nos	propósitos	de	deus	é	
igualmente	singular.	
10
deReK	PRince
Israel ocupa um lugar singular nas atuais
controvérsias porque a posição de Israel 
nos propósitos de Deus é igualmente singular.
A	palavra	profética	de	deus	revela	que	esta	era	pre-
sente	 culminará	 na	 restauração	 e	 redenção	 de	 israel.	
Portanto,	quanto	mais	nos	aproximarmos	do	fim	desta	
era,	tanto	mais	intensas	serão	as	pressões	sobre	israel.
estes	eventos	que	se	centram	em	israel	também	de-
terminarão	o	destino	de	Satanás,	o	velho	adversário	de	
deus	e	do	homem.	em	2 Coríntios 4:4,	Satanás	é	cha-
mado	“o deus deste século”.	ele	está	bem	consciente	de	
que	quando	se	completar	a	redenção	de	israel	e	esta	era	
terminar,	ele	não	mais	será	capaz	de	se	apresentar	como	
deus.	Será	despojado	do	seu	poder	de	enganar	e	mani-
pular	 a	 humanidade	 e	 ficará	 sujeito	 ao	 juízo	 de	 deus.	
consequentemente,	está	neste	momento	a	desenvolver	
a	sua	estratégia	enganadora	e	a	exercer	todo	o	seu	po-
der	 ímpio	a	fim	de	 resistir	 ao	processo	de	 restauração	
de	israel.
Eis então as duas principais forças espirituais que 
se encontram em conflito na zona do Médio Oriente: 
por um lado, a graça de Deus a operar para a restau-
ração de Israel e por outro lado as estratégias engana-
doras de Satanás, opondo-se com todos os meios ao 
seu dispor ao processo de restauração.	esta	é	a	razão	
11
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
verdadeira	mas	invisível	para	as	lutas	e	tensões	às	quais	
israel	está	presentemente	sujeito.
Uma	 grande	 parte	 da	 estratégia	 de	 Satanás	 contra	
israel	 tem	 sido	 a	 de	 obscurecer	 a	 verdade	 revelada	 na	
Bíblia.	É	espantoso	que	tanta	confusão	tenha	existido	e	
ainda	exista	hoje	na	igreja	relativamente	aos	propósitos	
que	deus	tem	para	israel.	A	batalha	por	israel	é,	de	fac-
to,	a	batalha	pela	verdade.	Há	duas	áreas	vitais	de	verda-
de	que	iremos	aqui	considerar:	a	identidade	de	israel	e	o	
destino	de	israel.	depois	de	as	termos	examinado,	consi-
deraremos	se	o	destino	de	israel	também	lança	alguma	
luz	sobre	o	destino	da	igreja.	Finalmente,	qual	é	a	res-
ponsabilidade	da	igreja	face	a	israel	nesta	hora	de	crise?
12
deReK	PRince
2
QUEM É ISRAEL?
Uma	 quase	 total	 incompreensão,	 ignorância	 e	 dis-
torção	 invadiu	 a	 igreja	 durante	 muitos	 séculos	 relati-
vamente	 à	 identidade	 de	 israel.	 Para	 mim,	 isto	 parece	
extraordinário	uma	vez	que	as	posições	da	Bíblia	rela-
tivamente	a	israel	são	demasiado	evidentes.	Apesar	de	
tudo,	o	pensamento	de	multidões	de	cristãos	parece	ter	
sido	ofuscado	no	tocante	à	aplicação	do	nome	israel.
numa	secção	posterior	deste	livro,	analisaremos	um	
tópico	paralelo:	a	forma	como	a	palavra	“igreja”	é	usa-
da	no	novo	Testamento1.	Aqui,	também,	descobriremos	
que	a	identidade	da	verdadeira	igreja,	à	semelhança	da	
de	israel	tem	sido	obscurecida	numa	confusão	que	ofus-
ca	os	verdadeiros	propósitos	de	deus.
A	origem	desta	confusão	que	concerne	a	israel	pode	
ser	traçada	até	aos	primeiros	Pais	da	igreja,	que	desen-
volveram	 a	 doutrina	 de	 que	 a	 igreja	 substituiu	 israel	
nos	propósitos	de	deus	e	que,	por	isso,	ficou	conhecida	
como	o	“novo	israel”.	este	tipo	de	ensino	foi	promulga-
1	 Ver	capítulo	7,	“Quem	é	a	igreja?”.
13
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
do	cerca	de	150	d.c.	por	Justino	Mártir	e	posteriormen-
te	 adoptado	e	 ampliado	por	figuras	 tão	célebres	 como	
irineu,	 Orígenes	 e	 Agostinho.	 cada	 vez	 mais	 o	 Velho	
Testamento	foi	sendo	interpretado	de	uma	forma	“ale-
górica”	que	deixou	de	fazer	justiça	ao	verdadeiro	signifi-
cado	de	muitos	textos.
É	 significativo	 que	 por	 volta	 do	 mesmo	 período,	 a	
doutrina	da	igreja,	como	um	todo,	tenha	sido	progressi-
vamente	corrompida	da	pureza	e	simplicidade	da	reve-
lação	apostólica	contida	no	novo	Testamento.	O	resul-
tado	eventual	deste	processo	de	corrupção	 foi	a	 igreja	
da	idade	das	Trevas,	que	na	sua	maior	parte	se	revelou	
espiritual,	moral	e	doutrinalmente	corrupta.
A	partir	de	cerca	de	400	d.c.,	israel	tem	sido	regu-
larmente	 utilizado	 por	 mestres,	 comentadores	 e	 mes-
mo	tradutores	da	Bíblia	como	sinónimo	da	igreja.	Por	
exemplo,	numa	maravilhosa	edição	da	Versão	King	Ja-
mes	(da	qual	preguei	durante	35	anos),	os	seguintes	são	
alguns	dos	títulos	que	surgem	no	topo	das	páginas	dos	
últimos	capítulos	de	Isaías.
O	 capítulo	 43	 abre	 com	 estas	 palavras:	 “Mas agora 
diz o SENHOR que te criou, ó Jacob, e que te formou, ó 
Israel: não temas...”	Mas	o	cabeçalho,	no	topo	da	página,	
diz:	“deus	conforta	a igreja	com	as	Suas	promessas”.
Também	o	capítulo	44	abre	com	as	palavras:	“Ouve 
agora, ó Jacob meu servo, e Israel a quem, escolhi...”.	Mas	
o	cabeçalho	no	topo	da	página	diz:	“A igreja	confortada”.
14
deReK	PRince
cabeçalhos	ou	títulos	como	estes,	inseridos	no	texto	
produzem	um	efeito	que	é	subliminal	-	isto	é,	abaixo	do	
limiar	 da	 razão	 consciente.	 Apesar	 de	 tudo,	 o	 seu	 im-
pacto	cumulativo	ao	longo	dos	séculos	ultrapassa	tudo	
quanto	possamos	calcular.	Muitas	gerações	de	cristãos	
inconscientemente	assumiram	que	faziam	parte	do	tex-
to	original.	Mas	não!	Apoiados	por	editores,	interpreta-
ram	erradamente	o	que	isaías	estava	real	mente	a	dizer,	
aplicando	 à	 igreja	 palavras	 que	 eram	 especificamente	
dirigidas	a	israel,	pelo	seu nome.
A	verdade	essencial	é	em	geral	simples	e	a	verdade	é	
esta:	israel	é	israel	e	a	igreja	é	a	igreja.
Para	recuperar	a	verdade	sobre	a	identidade	de	isra-
el	é	necessário	retroceder	ao	verdadeiro	texto	do	novo	
Testamento	 e	 ver	 como	 os	 apóstolos	 usavam	 o	 termo	
Israel.	essa	é	a	única	base	 legítima	para	um	uso	escri-turalmente	rigoroso	deste	termo.	Uma	vez	que	o	cânon	
da	escritura	está	encerrado,	nenhum	autor	ou	pregador	
subsequente	 tem	 sido	 autorizado	 a	 alterar	 a	 utilização	
estabelecida	 pelos	 escritores	 apostólicos	 do	 novo	 Tes-
tamento.	Qualquer	escritor	ou	pregador	que	introduza	
uma	aplicação	diferente	do	termo	Israel deturpa	o	direi-
to	a	reivindicar	autoridade	escritural	para	o	que	ele	diz	
sobre	israel.
15
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
descobri	 77	 ocorrências	 no	 novo	 Testamento	 em	
que	 surgem	 as	 palavras	 Israel	 ou	 Israelitas2.	 depois	 de	
as	examinar,	conclui	que	os	apóstolos nunca utilizaram 
Israel como sinónimo da Igreja.
nem	 tão	 pouco	 a	 frase	 “o	 novo	 israel”	 surge	 algu-
res	no	novo	Testamento.	Os	pregadores	que	usam	essa	
frase	deviam	ter	o	cuidado	em	definir	a	sua	utilização.	
deviam	também	declarar	que	não	se	encontra	na	Bíblia.
Há	 alguns	 anos	 atrás,	 quando	 estava	 falando	 a	 um	
grupo	 em	 israel,	 aconteceu	 salientar	 que	 israel	 nunca	
é	 utilizado	 na	 escritura	 como	 sinónimo	 da	 igreja.	 As	
pessoas	 do	 grupo	 eram	 crentes	 maduros,	 dedicadas	 a	
verem	cumprido	o	plano	de	deus	para	o	povo	judaico.	
no	entanto,	um	deles	-	um	amigo	de	longa	data	-	disse	
posteriormente:	“Foi	a	primeira	vez	que	ouvi	alguém	di-
zer	que	israel	não	é	sinónimo	da	igreja”.	esta	observação	
ajudou-me	a	ver	quão	generalizada	se	encontra	esta	in-
terpretação	errada.
Por	 outro	 lado,	 israel	 é	 frequentemente	 utilizado	
como	modelo	da	igreja.	Relativamente	à	experiência	de	
israel	em	Êxodo,	Paulo	diz:
Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras e 
estão escritas para aviso nosso...
(1	coríntios	10:11)
2	 	O	leitor	faria	bem	em	examinar	cuidadosamente	a	lista	completa	das	77	
passagens	indicadas	no	Apêndice	1,	no	final	do	livro.
16
deReK	PRince
contudo,	retratar	israel	como	modelo	da	igreja	é	com-
pletamente	diferente	de	identificar	a	igreja	com	israel.
consideremos,	 a	 título	 de	 ilustração,	 que	 Jomo	
Kenyatta,	o	primeiro	presidente	do	Quénia,	fosse	descri-
to	como	“o	George	Washington	da	sua	nação”,	da	mesma	
maneira	que	George	Washington	é	considerado	o	pai	da	
nação	dos	estados	Unidos.	Por	outras	palavras,	muito	
do	que	se	aplica	a	George	Washington	em	relação	aos	
estados	Unidos	aplica-se	a	Jomo	Kenyatta	relativamente	
ao	Quénia.	Mas	isso	não	quer	dizer	que	Jomo	Kenyat-
ta	 fosse	realmente	George	Washington.	É	tão	incorreto	
como	dizer	que	a	igreja	é	israel.
infelizmente,	 a	 igreja	 tem	 frequentemente	 adotado	
um	princípio	“cristão”	de	interpretação	que	raramente	é	
afirmado	explicitamente:	“Todas	as	bênçãos	se	aplicam	
à	igreja	e	todas	as	maldições	a	israel”.	Por	trás	deste	prin-
cípio	de	interpretação	jaz	a	asserção	(em	que	há	muito	
de	verdade)	que	israel	teve	a	sua	oportunidade	mas	foi	
infiel	a	deus.	Assim	portanto,	continua	essa	linha	de	ra-
ciocínio,	deus	mudou	o	Seu	pensamento	e	reaplicou	à	
igreja	as	Suas	promessas,	inicialmente	destinadas	a	isra-
el.	Uma	tal	conclusão,	contudo,	põe	claramente	em	cau-
sa	a	fidelidade	de	deus.
em	 Romanos 3:3-4,	 Paulo	 expressa	 a	 sua	 reação	 a	
uma	tal	sugestão.	Analisando	as	consequências	da	infi-
delidade	de	israel,	diz	ele:
17
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua 
incredulidade aniquilará a fidelidade de 
Deus? De maneira nenhuma; sempre seja 
Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso.
como	anteriormente	afirmado,	a	única	forma	legíti-
ma	de	verificar	o	uso	correto	de	palavras	como	Judeu	ou	
Israel	 é	 reexaminar	 as	 passagens	 do	 novo	 Testamento	
em	que	elas	ocorrem.
18
deReK	PRince
3
QUEM É JUDEU?
Para	começar	vamos	olhar	para	a	palavra,	Judeu.	esta	
palavra	ocorre	cerca	de	200	vezes	no	novo	Testamento.	
de	 todas	 essas	 ocorrências,	 a	 única	 passagem	 em	 que	
Judeu	é	claramente	utilizado,	de	uma	forma	diferente	da	
norma	aceite,	é	em	Romanos 2:28-29.
estes	 versículos	 surgem	 no	 fim	 de	 um	 capítulo	 em	
que	Paulo	tem	estado	a	explicar	-	com	particular	refe-
rência	ao	povo	judaico	-	que	o	conhecimento	da	vonta-
de	de	deus	através	da	Lei	não	justifica	ninguém.	Uma	
pessoa	não	é	justa	apenas	porque	conhece	o	que	é	justo.	
Pelo	 contrário,	 Paulo	 diz	 que	 o	 conhecimento	 so-
mente	aumenta	a	responsabilidade	humana	e	continua	
aplicando	este	princípio	especificamente	ao	povo	judeu	
dos	seus	dias.
contudo,	 antes	 de	 utilizarmos	 hoje	 esta	 afirmação	
contra	o	povo	 judeu,	precisamos	de	ter	em	mente	que	
já	se	passaram	dezanove	séculos.	nos	dias	de	Paulo	era	
fundamentalmente	o	povo	 judeu	que	tinha	o	conheci-
mento	de	deus.	Hoje,	somos	nós,	cristãos,	que	reivin-
dicamos	possuir	o	pleno	conhecimento	da	vontade	de	
19
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
deus	revelado	em	toda	a	Bíblia.	Muito	provavelmente	a	
igreja	dos	nossos	dias	necessita	do	alerta	feita	por	Pau-
lo	aos	Judeus	dos	seus	dias.	O	facto	de	conhecermos	a	
vontade	de	deus	e	do	que	é	justo	não	nos	faz	justos;	pelo	
contrário,	apenas	aumenta	a	nossa	responsabilidade.
O facto de conhecermos a vontade de Deus 
e do que é justo não nos faz justos; pelo contrário, 
apenas aumenta a nossa responsabilidade.
depois	de	salientar	que	os	Judeus	dos	seus	dias	em	
muitos	casos	 se	 tinham	desviado	da	vontade	de	deus,	
substituindo	o	verdadeiro	propósito	de	deus	por	uma	
forma	legalista	de	religião,	Paulo	encerra	o	capítulo	com	
estas	palavras:
Porque não é judeu o que o é exteriormen-
te, nem é circuncisão a que o é exterior-
mente na carne. Mas é judeu o que o é no 
interior e circuncisão a que é do coração, 
no espírito, não na letra; cujo louvor não 
provém dos homens mas de Deus.
(Romanos	2:28-29)
Quando	Paulo	diz	“cujo louvor não provém dos ho-
mens mas de Deus”,	está	a	fazer	um	jogo	de	palavras	com	
o	significado	hebraico	do	termo	Judeu,	que	é	retirado	do	
20
deReK	PRince
nome	da	tribo	de	Judá,	significando	“louvor”	ou	“ações	
de	graças”-.	Quando	Leia	deu	à	 luz	o	seu	quarto	filho,	
chamou-o	Judá	(em	hebraico,	Yehudah),	dizendo:	“Lou-
varei	o	Senhor”.	O	significado	de	Judá	(Yehudah)	ou	Ju-
deu	é,	então,	“louvor”.	Assim,	Paulo	diz	que	se	alguém	
é	um	verdadeiro	Judeu,	então	o	seu	louvor	deve	vir	de	
deus	e	não	dos	homens.	em	certo	sentido,	ele	está	a	res-
tringir	aqui	a	utilização	do	nome	Judeu.	está	a	dizer	que	
não	 basta	 ser-se	 Judeu	 exteriormente.	 Um	 verdadeiro	
Judeu	deve	ter	uma	condição	íntima	de	coração	que	o	
faz	merecer	o	louvor	de	deus.
É	importante	compreender	aqui	que	Paulo	não	está	a	
alargar	o	uso	de	Judeu.	Pelo	contrário,	está	a	restringi-lo.
Há	alguns	anos,	li	um	artigo	numa	revista	britânica	
em	que	o	escritor	tecia	algumas	críticas	a	israel	e	retira-
va	desta	passagem	de	Romanos	a	 teoria	de	que	somos	
todos	Judeus!	isso	afasta-se	completamente	da	linha	de	
ensino	 do	 novo	 Testamento.	 O	 povo	 judeu	 deve	 real-
mente	ficar	confuso	ao	ouvir	dizer	que	quando	estamos	
em	cristo,	“não	há	judeu	nem	gentio”,	para	logo	de	se-
guida	escutar.	“mas	somos	todos	Judeus”.
nem	é	 isso	que	Paulo	está	a	 focar.	está	a	dizer	que	
para	se	ser	um	verdadeiro	Judeu	não	basta	que	a	pessoa	
tenha	todas	as	marcas	exteriores;	ela	deve	também	pos-
suir	a	condição	espiritual	íntima	que	dê	louvores	a	deus	
e	d’ele	obtenha	louvor.
21
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Ponhamos	a	mesma	ideia	no	contexto	cristão.	Pode-
mos	dizer	a	alguém:	“Se	és	um	verdadeiro	cristão,	quan-
do	 alguém	 te	 der	 uma	 bofetada,	 terás	 de	 lhe	 oferecer	
a	 outra	 face”.	 Mas	 não	 é	 nossa	 intenção	 inferir	 que	 os	
que	não	apresentam	a	outra	face	não	tenham	o	direito	
de	 serem	 chamados	 cristãos.	 A	 utilização	 especial	 de	
“cristão”	neste	contexto	obviamente	não	substitui	o	uso	
normal	e	aceite	do	termo.
em	adição	a	Romanos 2,	há	duas	passagens	-	Apo-
calipse 2:9	 e	 3:9	 -	 onde	 o	 Senhor	 fala	 “dos que dizem 
ser Judeus e não são”.	 Há	 diversas	 formas	 possíveis	 de	
interpretar	 estas	 passagens.	 Possivelmente	 referem-se	
ao	mesmo	tipo	de	pessoas	que	Paulo	descreve	em	Ro-
manos 2	 -	 as	 que	 possuem	 as	 marcas	 exteriores	 iden-
tificadoras	 de	 judeu,mas	 a	 quem	 faltam	 as	 exigências	
espirituais	íntimas.
Suponhamos,	 contudo,	 que	 aceitamos	 estas	 duas	
passagens	de	Apocalipse,	 juntamente	com	a	de	Roma-
nos	como	exemplos	de	uma	utilização	especial	de	Judeus 
que	 restringe	 o	 termo	 a,	 Judeus	 que	 satisfaçam	 certas	
exigências	espirituais.	O	facto	permanece	que	em	cerca	
de	200	passagens	do	novo	Testamento	haveria	apenas	
três	exemplos	deste	significado	especial,	restritivo.	nes-
tes	três	exemplos,	Judeus	quer	dizer:	aqueles	que	estão	
ligados	a	deus	pela	fé	no	Messias.	Para	interpretar	um	
verso	usando	esse	 significado	restrito	da	palavra,	deve	
ser	claramente	apoiado	pelo	contexto.
22
deReK	PRince
A	aplicação	alargada	do	termo	judeu	(que	os	judeus	
são	todos	aqueles	que	estão	corretamente	relacionados	
com	deus	através	de	Jesus	cristo)	não	é	encontrado	no	
novo	Testamento	e	nunca	poderia	substituir	o	sentido	
normal	da	palavra	Judeu.
23
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
4
ELES NÃO SÃO ISRAEL
Agora,	analisaremos	o	uso	das	palavras	israel	ou	is-
raelitas	no	novo	Testamento.	no	total,	contei	79	passa-
gens	em	que	surgem	estas	palavras3.	em	nove	casos,	são	
uma	citação	direta	das	escrituras	do	Antigo	Testamento	
e	em	cada	exemplo	o	significado	no	novo	Testamento	é	
precisamente	o	mesmo	que	no	Antigo.	Há	mais	68	pas-
sagens	que	não	são	citações	do	Antigo	Testamento,	mas	
em	todos	estes	casos	o	uso	no	novo	Testamento	concor-
da	com	o	do	Antigo.
Portanto,	 permanecem	 apenas duas passagens	 no	
novo	Testamento	em	que	Israel	é	utilizado	com	um	sen-
tido	especial.	Tal	como	com	a	palavra	Judeu,	esta	utili-
zação	especial	que	o	novo	Testamento	faz	de	Israel	não	
alarga	mas	antes	restringe	a	aplicação	da	palavra.
O	primeiro	desses	usos	restritos	encontra-se	em	Ro-
manos 9:6-9,	onde	Paulo	explica	que	mesmo	que	israel,	
em	muitas	ocasiões,	não	tenha	recebido	ou	obedecido	à	
3	 Ver	a	lista	completa	no	Apêndice	i	no	final	do	livro
24
deReK	PRince
palavra	de	deus,	isso	não	significa	que	a	palavra	de	deus	
ficasse	sem	efeito:
Não que a palavra de Deus haja faltado, 
porque nem todos os que são de Israel são 
israelitas. Nem por serem descendência de 
Abraão são todos filhos. Mas: em Isaque 
será chamada a tua descendência. Isto é: 
não são os filhos da carne que são filhos de 
Deus, mas os filhos da promessa são conta-
dos como descendência. Porque a palavra 
da promessa é esta: por este tempo virei e 
Sara terá um filho.
Paulo	explica	aqui	que	ser	descendente	físico	de	isra-
el	-	isto	é,	de	Jacob	-	não	é	suficiente.	Para	se	qualificar	
para	as	bênçãos	prometidas	de	deus,	uma	pessoa	 tem	
também	 de	 demonstrar	 a	 mesma	 fé	 que	 caracterizou	
Abraão,	isaque	e	Jacob;	caso	contrário,	a	pessoa	não	tem	
realmente	direito	ao	nome	de	Israel.
deixem-me	 enfatizar	 de	 novo	 que	 Paulo	 não	 está	
a	 alargar	 o	 uso	 de	 Israel	 para	 incluir	 todos	 os	 crentes,	
independentemente	da	sua	origem	nacional.	Pelo	con-
trário,	ele	está	a	restringir	a	sua	utilização	para	incluir	
apenas	os	descendentes	de	israel	que	estejam	na	 fé	do	
Messias.	 É	 um	 erro	 sugerir	 que	 nesta	 passagem	 Paulo	
esteja	a	descrever	todos	os	crentes	como	israel.
25
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
em	outros	lugares	do	mesmo	capítulo,	Paulo	usa	Is-
rael	no	sentido	normal	de	todos	quantos	descendem	de	
Abraão,	isaque	e	Jacob.	nos	versículos	3-5,	por	exemplo,	
ele	diz:
Porque eu mesmo desejaria ser separado 
de Cristo, por amor de meus irmãos, que 
são meus parentes segundo a carne; os 
quais são israelitas, de quem é a adoção, e 
a glória, e os pactos, e a promulgação da 
lei, e o culto, e as promessas; de quem são 
os patriarcas; e de quem descende o Cristo 
segundo a carne, o qual é sobre todas as 
coisas, Deus bendito eternamente. Amém. 
(ARiB)
Aqui,	 Paulo	 chama	 Israelitas	 aos	 que	 realmente	 re-
jeitaram	o	Messias.	Apesar	de	tudo	trata-os	de	parentes.	
“Poderia	desejar	ser	separado	de	cristo	por	amor	deles”,	
escreve	 ele.	 Por	 outras	 palavras,	 Paulo	 deseja	 que	 pu-
desse	ocupar	o	seu	lugar	de	incredulidade	e	rejeição	de	
deus.	É	óbvio	que	Paulo	está	aqui	a	usar	o	nome	de	Isra-
el	ou	Israelita	para	descrever	todos	os	que	descendem	de	
Abraão,	isaque	e	Jacob,	quer	sejam	crentes	ou	não.	este	
é	o	uso	normal	em	todo	o	novo	Testamento.
26
deReK	PRince
5
O ISRAEL DE DEUS
A	outra	passagem	em	que	Paulo	utiliza	 israel	num	
sentido	restrito	é	Gálatas 6:15-16:
Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão 
nem a incircuncisão tem virtude alguma, 
mas sim o ser uma nova criatura. E a todos 
quantos andarem conforme esta regra, paz 
e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de 
Deus.
Paulo	está	a	 falar	de	dois	 tipos	de	pessoas.	Por	um	
lado,	aqueles	que,	 sem	antecedentes	de	circuncisão	ou	
de	 Judaísmo,	 experimentaram	 o	 novo	 nascimento	 e	
estão	caminhando	na	nova	criação.	Por	outro	 lado,	os	
israelitas	por	descendência	natural	que	permaneceram	
na	fé	que	foi	a	marca	dos	seus	ancestrais	e,	através	des-
sa	fé	receberam	Jesus	como	o	Messias,	entrando	assim		
na	nova	aliança.	Aos	últimos,	Paulo	chama	“o Israel de 
Deus”.	 O	 que	 realmente	 conta,	 está	 Paulo	 a	 dizer,	 não	
27
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
é	algum	rito	religioso	mas	um	ato	criativo	de	deus	no	
coração	gerado	pela	nova	aliança.
contudo,	é	interessante	que	a	nova	Versão	interna-
cional,	 uma	 das	 mais	 utilizadas	 	 versões	 modernas,	 se	
afaste	neste	ponto	dos	princípios	normais	de	tradução.	
O	versículo	16	diz:	“Paz	e	misericórdia	a	todos	os	que	
seguem	 esta	 regra,	 a saber	 ao	 israel	 de	 deus”.	 A saber	
substituiu	o	normal	e.	Significando	o	quê?	Que	os	que	
andam	segundo	esta	regra	são	“o Israel de Deus”,	sejam	
eles	Judeus	ou	Gentios.	
esta	 substituição	 fundamenta-se	 não	 em	 bases	 lin-
guísticas	 mas	 teológicas.	 A	 palavra	 grega	 é	 kai.	 Seria	
necessário	pesquisar	o	novo	Testamento	para	encontrar	
locais	em	que	essa	palavra	seja	legitimamente	traduzida	
por	“a	saber”.	Provavelmente	menos	de	uma	vez	em	500	
ocorrências.	 (A	 concordância	 da	 niV	 publicada	 pela	
editora	Zondervan	não	indica	sequer	“a	saber”).	esma-
gadoramente,	kai	é	traduzida	por	“e”.	O	que	motivou	os	
tradutores	da	niV	a	substituir	neste	exemplo	“e”	por	“a	
saber”?	Aparentemente	a	velha	tradição	de	que	todos	os	
verdadeiros	crentes	são	o	“israel	de	deus”.	este	pensa-
mento	influenciou	tanto	os	cristãos	que	eles	mudarão	o	
simples	significado	de	um	texto	para	o	fazer	alinhar	com	
a	sua	teologia!
isto	não	é	um	ataque	aos	tradutores	da	niV	que	no	
conjunto	produziram	uma	excelente	versão.	Serve	ape-
nas	para	ilustrar	até	que	ponto	esta	teoria	do	“israel	es-
28
deReK	PRince
piritual”	penetrou	no	pensamento	da	igreja,	produzindo	
atitudes	e	formas	de	pensamento	que	não	possuem	ba-
ses	sólidas	na	escritura.
Há	uma	razão	importante	que	leva	Paulo	a	fazer	esta	
distinção	 em	 Gálatas 6:15-16	 entre	 crentes	 de	 ascen-
dência	gentia	e	crentes	de	ascendência	judaica.	Por	um	
lado,	os	Gentios	tornaram-se	cristãos	por	uma	simples	
transformação	 sobrenatural,	 que	 ocorreu	 nos	 seus	 co-
rações.	não	tinham	conhecimento	prévio	de	um	único	
deus	verdadeiro.	Para	os	Judeus,	por	outro	lado,	a	sua	
fé	no	Messias	foi	o	culminar	de	um	processo	histórico	
que	se	iniciou	no	Êxodo	do	egipto	e	depois	se	desenvol-
veu	ao	longo	de	muitos	séculos	através	do	ministério	de	
governantes,	profetas	e	sacerdotes	ordenados	por	deus.
A	condição	espiritual	do	mundo	gentio	no	tempo	do	
novo	Testamento	podia	ser	comparada	a	um	campo	que	
tivesse	 sido	 entregue	 à	 sua	 condição	 silvestre	 natural,	
sem	sofrer	qualquer	processo	de	cultivo.	Para	um	Gen-
tio	vir	a	cristo	representava	uma	intervenção	direta	de	
deus	na	vida	individual	que	não	havia	sofrido	qualquer	
processo	histórico	de	preparação.
Por	outro	lado,	o	povo	judeu	era	um	campo	que	ti-
nha	sido	cuidadosamente	cultivado	ao	longo	de	muitos	
séculos.	Por	esta	razão,	durante	o	período	do	Seu	minis-
tério	que	se	confinou	a	israel,	Jesus	disse	aos	Seus	dis-
cípulos:	Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; 
outros trabalharam e vós entrastesno seu trabalho	(João 
29
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
4:38).	 Os	 discípulos	 estavam	 a	 ceifar	 num	 campo	 que	
tinha	 sido	 cultivado	 durante	 muitos	 séculos	 por	 uma	
longa	sucessão	de	servos	de	deus.
A	terminologia	que	Paulo	utiliza	em	Gálatas 6:15-16	
ressalta	 esta	 distinção	 entre	 os	 antecedentes	 dos	 cren-
tes	gentios	e	judeus.	Para	ambos,	de	igual	modo,	houve	
um	 encontro	 pessoal	 com	 o	 Messias	 que	 transformou	
as	suas	vidas.	Para	os	Gentios,	esta	foi	uma	intervenção	
direta	de	deus,	 sem	qualquer	processo	histórico	ante-
rior	de	preparação.	Mas	para	os	Judeus,	o	encontro	foi	
o	culminar	de	um	processo	histórico	que	tinha	estado	
a	decorrer	durante	muitos	séculos.	era,	portanto,	apro-
priado	descrevê-los	não	apenas	como	Israel	mas	como	O 
Israel de Deus.	A	sua	fé	no	Messias	representava	o	cum-
primento	do	propósito	que	levara	deus	a	trazer	israel	à	
existência.
contudo,	devemos	enfatizar	que	 isso,	de	modo	ne-
nhum	significa	que	essa	seja	a	utilização	normal	do	ter-
mo	Israel	no	novo	Testamento.
30
deReK	PRince
6
ISRAEL DISTINTO 
DA IGREJA
não	 é	 apenas	 o	 caso	 de	 israel	 nunca	 ser	 usado	 no	
novo	Testamento	como	sinónimo	da	 igreja.	O	oposto	
é	 que	 é	 realmente	 verdade.	 Há	 diversas	 passagens	 em	
que	israel	 identificam	os	Judeus	que	realmente	rejeita-
ram	Jesus	e	que,	portanto,	não	podem	ser	considerados	
membros	da	Sua	igreja.
Analisaremos	algumas	dessas	passagens	em	Roma-
nos 11:
Pois quê? O que Israel buscava não o alcan-
çou; mas os eleitos o alcançaram e os outros 
foram endurecidos. (v.	7)
Aqui,	é	óbvio	que	Israel	é	utilizado	para	descrever	os	
que	não	creram	em	Jesus	o	Messias	e	que,	portanto,	não	
fazem	parte	da	igreja.	no	mesmo	capítulo,	Paulo	diz	de	
israel:
31
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Digo pois: Porventura tropeçaram para 
que caíssem? De modo nenhum, mas pela 
sua queda veio a salvação aos gentios, para 
os incitar à emulação. E se a sua queda é 
riqueza do mundo e a sua diminuição a 
riqueza dos gentios, quanto mais a sua ple-
nitude!
Porque convosco falo, gentios, que enquan-
to for apóstolo dos gentios, exalto o meu 
ministério, para ver se de alguma maneira 
posso incitar à emulação os da minha carne 
e salvar assim alguns deles. (vs.	11-14)
Ao	longo	destes	versículos,	Paulo	mantém	um	con-
traste	 consistente	 entre	 os	 israelitas	 que	 rejeitaram	 Je-
sus	e	os	Gentios	que	receberam	a	salvação	através	da	fé	
n’ele.	Assim,	longe	de	israel	ser	um	nome	para	os	cren-
tes	gentios,	Paulo	utiliza	o	nome	para	os	distinguir	dos	
crentes	gentios!
neste	mesmo	capítulo	11:
Porque não quero, irmãos, que ignoreis 
este segredo (para que não presumais de 
vós mesmos): que o endurecimento veio em 
parte sobre Israel até que a plenitude dos 
gentios haja entrado. (v.	25)
32
deReK	PRince
A	mesma	ignorância	concernante	ao	plano	de	deus	
para	com	israel	contra	a	qual	Paulo	lutava	há	quase	dois	
mil	 anos	 atrás,	 ainda	 hoje	 persiste.	 no	 entanto,	 nesta	
passagem	é	mais	uma	vez	claro	que	Paulo	coloca	os	is-
raelitas	incrédulos	em	contraste	com	os	Gentios	que	se	
tornaram	crentes.	não	são	identificados	com	os	cristãos	
gentios;	são	distinguidos	deles.
Paulo	 conclui	 com	 esta	 maravilhosa	 afirmação	 no	
versículo	26:	“E assim todo o Israel será salvo”.	Se	Israel	
fosse	um	sinónimo	da	igreja,	 significando	aqueles	que	
são	salvos,	essa	afirmação	seria	ridícula.	Paulo	estaria	a	
dizer	que	aqueles	que	são	salvos	seriam	salvos.	Uma	tal	
interpretação	deve,	portanto,	ser	rejeitada.
33
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
7
QUEM É A IGREJA?
esta	 análise	 da	 utilização	 de	 israel	 no	 novo	 Testa-
mento,	não	ficaria	completa	sem	uma	semelhante	e	bre-
ve	análise	da	forma	como	o	novo	Testamento	usa	a	pa-
lavra	“igreja”.	Hoje	em	dia,	muita	gente	pensa	na	“igreja”	
como	uma	estrutura	física	de	madeira,	tijolos	ou	pedra,	
mas	não	é	essa	a	utilização	que	o	novo	Testamento	faz	
do	termo.
no	texto	grego	do	novo	Testamento,	a	palavra	geral-
mente	 traduzida	 por	 “igreja”	 é	 eklesia.	 Refere-se	 a	 um	
grupo de pessoas convocadas	 para	 um	 propósito	 espe-
cial.	A	palavra	portuguesa	que	mais	se	 lhe	aproxima	é	
“assembleia”.	em	Atos 19:32,	39	e	41,	é	a	palavra	usada	
para	descrever	o	corpo	de	cidadãos	de	Éfeso	que	foram	
coletivamente	considerados	responsáveis	pela	condução	
dos	assuntos	da	cidade.
de	 igual	 maneira,	 segundo	 a	 utilização	 do	 novo	
Testamento,	a	“igreja”	é	uma	assembleia de pessoas cha-
madas	da	presente	ordem	mundial,	para	servirem	Jesus	
cristo	e	serem	por	ele	preparados	para	se	 tornarem	o	
34
deReK	PRince
instrumento	coletivo	do	governo,	que	ele	 estabelecerá	
nos	tempos	vindouros.
em	Efésios 1:22-23,	Paulo	descreve	a	igreja	como	o	
“Seu	 [de	cristo]	corpo”.	Vista	a	esta	 luz,	a	 igreja	não	é	
uma	organização	mas	um	organismo.	
A Igreja não é uma organização mas um organismo.
cada	membro	deste	corpo	tem	uma	relação	pessoal	
de	 fé	 com	 cristo,	 e	 através	 d’ele	 com	 todos	 os	 outros	
membros.
Ao	 longo	 dos	 séculos,	 contudo,	 este	 conceito	 tem	
sido	 tão	corrompido	e	distorcido	que	a	 igreja,	como	é	
hoje	 conhecida,	 apresenta	 pouca	 ou	 nenhuma	 seme-
lhança	 com	 o	 modelo	 original	 estabelecido	 no	 novo	
Testamento.	Muitos	dos	que	se	consideram	membros	da	
igreja	moderna,	não	possuem	nenhuma	relação	viva	e	
pessoal	 com	 cristo	 e	 são	 frequentemente	 inimigos	 de	
outros	cristãos	professos.	Apenas	uma	pequena	mino-
ria	dos	que	são	em	geral	chamados	cristãos	são	mem-
bros	da	igreja	que	é	descrita	no	novo	Testamento.
no	meio	de	toda	esta	confusão,	porém,	a	verdadeira	
igreja	ainda	se	mantém	na	Terra.	de	acordo	com	o	que	
Paulo	diz	em	2 Timóteo 2:19:
35
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Todavia, o fundamento de Deus fica firme, 
tendo este selo. O Senhor conhece os que 
são Seus e qualquer que profere o nome de 
Cristo aparte-se da iniquidade.
Assim	definida,	a	igreja	tem	duas	características	dis-
tintas.	Primeiro,	deus	-	e	deus	apenas	-	conhece	todos	
quantos	 são	 verdadeiramente	 Seus.	 Segundo,	 a	 todo	 o	
que	se	afirma	como	membro	desta	igreja,	se	exige	que	
o	demonstre	na	prática,	através	de	uma	vida	de	justiça	
e	santidade	
Para	a	maioria	dos	Judeus,	este	retrato	neotestamen-
tário	da	igreja	não	é	algo	de	real.	Pensam	na	igreja	como	
uma	grande	instituição,	da	mesma	forma	que	um	par-
tido	político	ou	um	grupo	étnico,	que	durante	muitos	
séculos	tem	sido	o	principal	instrumento	e	propagador	
do	anti-semitismo.	Assim,	a	confusão	produzida	por	Sa-
tanás	relativamente	à	identidade	de	israel,	só	é	excedida	
pela	confusão	que	ele	produziu	relativamente	à	identi-
dade	da	igreja.
36
deReK	PRince
8
ELEIÇÃO
israel	e	a	igreja,	quando	corretamente	interpretados,	
possuem	em	comum	um	elemento	de	vital	importância:	
cada	um	deles	é	o	produto	do	que	os	teólogos	designam	
de	“eleição	divina”.	dito	de	uma	forma	mais	simples,	isso	
significa	“a	escolha	de	deus”.
Muita	da	controvérsia	a	respeito	de	israel	tem	a	ver	
com	 a	 questão	 da	 escolha	 de	 deus.	 Se	 há	 algo	 que	 a	
mente	natural	do	homem,	não	regenerado,	não	gosta	é	
da	revelação	de	que	deus	escolheu	certas	pessoas.	Pode-
mos	em	geral	tolerar	isso	desde	que	acreditemos	sermos	
nós	as	pessoas	que	deus	elegeu.	O	nosso	problema	surge	
quando	deus	diz	que	escolheu	pessoas	que	nós	não	terí-
amos	escolhido!	Para	o	humanista,	a	verdade	da	eleição	
divina,	é	como	agitar	a	proverbial	capa	vermelha	diante	
do	touro.
em	Romanos 9:10-18,	Paulo	apresenta	um	exemplo	
histórico	de	eleição	retirado	do	Antigo	Testamento	-	o	
nascimento	de	Jacob	e	de	esaú.	Os	dois	gémeos	foram	
concebidos	 pelo	 mesmo	 pai	 mas,	 antes	 de	 nascerem,	
deus	declarou	a	Sua	atitude	face	a	cada	um	deles.	Paulo	
37
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
diz	que	o	fez	para	demonstrar	que	a	questão	decisiva	no	
destino	de	uma	pessoa	não	é	o	que	ela	 faz,	mas	sim	a	
escolha	de	deus.	
A questão decisiva no destino de uma pessoa
não é o que ela faz, mas sim a escolha de Deus.
esta	nunca	foi	uma	doutrina	fácil	para	a	mente	car-
nal	do	homem	receber.
E nãosomente esta, mas também Rebeca, 
quando concebeu de um, de Isaque, nosso 
pai, porque não tendo eles ainda nascido, 
nem tendo feito bem ou mal (para que o 
propósito de Deus segundo a eleição ficasse 
firme, não por causa das obras mas por 
aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O 
maior servirá o menor. Como está escrito: 
Amei Jacob e odiei a Esaú.(vs.	10-13)
Antes	dos	irmãos	terem	ainda	saído	do	ventre	mater-
no,	sem	referência	a	qualquer	coisa	que	tivessem	feito,	
deus	declarou	a	Sua	escolha.	O	mais	velho	servir	o	mais	
novo,	era	contrário	às	regras	culturais	aceites,	do	tempo.	
claramente	a	escolha	de	deus	não	se	baseava	no	caráter	
ou	boas	obras	de	Jacob,	uma	vez	que	ele	ainda	não	havia	
sequer	nascido.	Por	outro	lado,	qualquer	boa	ação	que	
38
deReK	PRince
subsequentemente	surgisse	na	vida	de	Jacob	era	o	fruto	
da	escolha	de	deus.
Paulo	sugere	então	a	forma	como	muita	gente	prova-
velmente	reagiria:
Que diremos pois? Que há injustiça da par-
te de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz 
a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me 
compadecer e terei misericórdia de quem eu 
tiver misericórdia.(vs.	14-15)
A	misericórdia	e	a	compaixão	vêm	da	soberana	de-
cisão	de	deus.	
A misericórdia e a compaixão vêm da soberana deci-
são de Deus.
infelizmente,	porém,	a	verdade	da	soberania	de	deus	
é	raramente	mencionada	na	igreja	contemporânea.	Po-
demos	 definir	 a	 soberania	 de	 deus	 dizendo	 que	 deus	
faz	o que	ele	quer, quando quer, da maneira	que	quer.	
ele	não	pede	autorização	a	ninguém.	(É	 isso	que	real-
mente	perturba	os	humanistas.	ele	não	os	consulta!)
Assim, pois, isto não depende do que quer, 
nem do que corre, mas de Deus, que Se 
compadece.(v.	16)
39
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Todos	os	nossos	esforços	e	todas	as	nossas	boas	obras	
não	são	suficientes.	Somos	totalmente	dependentes	da	mi-
sericórdia	que	ele,	livremente,	dispensa	a	quem	escolhe.
no	versículo	seguinte,	Paulo	passa	do	tema	da	mise-
ricórdia	para	o	do	julgamento:
Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto te 
levantei; para em ti mostrar o meu poder e 
para que o meu nome seja anunciado em 
toda a terra. (v.	17)
Faraó	 foi	 um	 governante	 particularmente	 ímpio	 e,	
no	entanto,	foi	ele	quem	deus	levantou.	deus	fê-lo	para	
apresentar	Faraó	perante	 todas	as	gerações	posteriores	
como	a	declaração	dos	Seus	juízos	sobre	os	governantes	
que	se	opõem	aos	propósitos	e	ao	povo	de	deus.
Paulo	 conclui	 esta	 secção	 enfatizando	 que	 é	 deus	
que,	pela	Sua	própria	decisão	soberana,	dispensa	ou	re-
tém	a	misericórdia	na	vida	de	cada	pessoa.
Logo, pois, compadece-se de quem quer e 
endurece a quem quer. (v.	18)
Precisamos	 sempre	de	 recordar	que	deus	não	deve	
misericórdia	a	nenhum	de	nós.	A	misericórdia	procede	
unicamente	da	Sua	graça.	Mesmo	que	não	manifeste	mi-
40
deReK	PRince
sericórdia	a	nenhum	de	nós,	mesmo	assim	ele	continua	
a	ser	perfeitamente	justo.
Quando	deus	oferece	a	Sua	misericórdia,	impõe	cer-
tas	condições	muito	simples	que	nos	cabe	cumprir.	elas	
encontram-se	 declaradas	 na	 mensagem	 do	 evangelho.	
contudo,	o	facto	de	as	termos	cumprido,	não	indica	de	
modo	nenhum	que	a	merecêssemos.	
O facto de termos cumprido as Suas condições
de misericórdia não indica de modo nenhum
que a merecêssemos.
Por	definição,	nem	a	misericórdia	nem	a	graça	po-
dem	jamais	ser	ganhas.
41
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
9
O REMANESCENTE ELEITO
estes	princípios	de	misericórdia	e	 juízo	aplicam-se,	
universalmente,	a	toda	a	raça	humana	mas	em	Romanos	
9,	Paulo	ilustra-os	com	o	exemplo	particular	no	modo	
como	deus	lidou	com	israel.	ele	revela	que	aqueles	is-
raelitas	a	quem	deus	realmente	tinha	escolhido	para	Si	
próprio	 seriam	 unicamente	 um	 remanescente	 de	 todo	
o	israel.
É	significativo	que	esta	palavra	remanescente (aque-
les	que	restam)	se	aplique	a	israel	nas	escrituras	mais	de	
40	vezes.	em	muitos	dos	exemplos,	a	referência	aplica-
se	ao	período	precisamente	anterior	ao	términos	da	era	
presente.
em	Romanos 9:27,	Paulo	cita	uma	profecia	de	isaías	
relativamente	a	israel:
Ainda que o número dos filhos de Israel 
seja como a areia do mar, o remanescente é 
que será salvo.
42
deReK	PRince
A	palavra	“o” atrás	da	palavra	“ remanescente” é	impor-
tante.	denota	um	número	preciso	escolhido	de	entre	israel.
em	Romanos 11:1-4,	Paulo	volta	a	este	tema	de	um	
remanescente.	Refere-se	às	condições	de	israel	durante	
o	período	do	ministério	de	elias,	quando	deus	decla-
rou:	“Reservei	para	mim	sete	mil	varões	que	não	dobra-
ram	os	seus	joelhos	a	Baal”.	Quando	deus	diz:	“Reservei	
para	mim”,	enfatiza	que	estes	sete	mil	foram	reservados	
por	deus	na	base	da	Sua	graça,	não	das	suas	boas	obras.	
era	algo	que	eles	não	haviam	merecido.
Paulo	prossegue	aplicando	estas	palavras	à	situação	
de	israel	dos	seus	dias:
Assim pois também agora neste tempo ficou 
um remanescente, segundo a eleição da 
graça. Mas se é por graça, já não é pelas 
obras; de outra maneira, a graça já não é 
graça. (vs.	5-6)
Paulo	 explica	 que	 a	 graça	 ultrapassa	 tudo	 quanto	
possamos	ganhar	pelas	boas	obras.	
A graça ultrapassa tudo quanto possamos 
ganhar pelas boas obras.
de	 facto,	 a	 graça	 começa	 nas	 nossas	 vidas	 precisa-
mente	onde	a	nossa	própria	capacidade	atinge	o	seu	li-
43
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
mite.	O	mesmo	se	passa	com	o	remanescente	de	israel.	
A	sua	preservação	deve-se	à	graça	de	deus;	não	é	algo	
que	tivessem	merecido	ou	pudessem	merecer.
em	Romanos 11:26,	Paulo	olha	para	o	futuro	para	
um	tempo	em	que	“todo	o	israel	será	salvo”.	À	luz	do	que	
ele	disse	anteriormente	sobre	um	remanescente,	torna-
se	claro	que	todo o Israel	que	será	salvo	será	o	remanes-
cente	que	deus	escolheu	e	que	pela	Sua	graça	reservou	
para	Si	mesmo.
Muitas	outras	passagens	dos	profetas	enfatizam	que	
aqueles	a	quem	estas	promessas	de	restauração	são	ou-
torgadas,	 constituem	 um	 remanescente.	 Por	 exemplo,	
Sofonias 3:12-13,	que	é	dirigido	a	israel	e	a	Jerusalém:
Mas deixarei no meio de ti um povo hu-
milde e pobre; e eles confiarão no nome do 
Senhor.
O remanescente de Israel não cometerá 
iniquidade, nem proferirá mentira e na sua 
boca não se achará língua enganosa; por-
que serão apascentados e deitar-se-ão e não 
haverá quem os espante.
O	propósito	final	de	deus	ao	lidar	com	israel,	como	
povo,	é	produzir	esse	remanescente.	Por	amor	deles,	ele	
pacientemente	 suportou	 a	 extraordinária	 impiedade	
com	que,	ao	longo	de	muitos	séculos,	o	homem	persis-
44
deReK	PRince
tentemente	 violou	 as	 leis	 de	 deus	 e	 perverteu	 a	 terra.	
Também	 permitiu	 as	 muitas	 dores	 e	 sofrimentos	 com	
os	quais	se	tem	revelado	necessário	purificar	os	Seus	es-
colhidos.
no	 fim	 de	 tudo	 isto,	 de	 que	 anda	 deus	 à	 procura?	
de	um	povo	manso	e	humilde	que	confie	no	nome	do	
Senhor.
eis	um	bom	exemplo	da	forma	em	que	israel	é	um	
modelo	para	a	igreja.
Que	deseja	deus	produzir	na	igreja?	Um	povo	man-
so	e	humilde	que	confie	no	Senhor.
Que deseja Deus produzir na Igreja? Um povo manso 
e humilde que confie no Senhor.
O	mesmo	princípio	é	 revelado	em	Zacarias 13:8-9	
(embora	subsista	uma	questão	quanto	ao	contexto	his-
tórico):
E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, 
que as duas partes dela serão extirpadas e 
expiarão; mas a terceira parte reterá dela. 
E farei passar esta terceira parte pelo fogo 
e a purificarei como se purifica a prata e a 
provarei como se prova o ouro. Ela invocará 
o meu nome e eu a ouvirei.
45
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Direi: É o meu povo. E ela dirá: O Senhor é 
meu Deus.
Uma	vez	mais,	 a	Bíblia	está	a	descrever	o	processo	
destinado	 a	 produzir	 o	 remanescente	 que	 deus	 esco-
lheu.	 Mesmo	 que	 implique	 refinar	 e	 testar	 pelo	 fogo,	
deus	não	cessará	enquanto	o	Seu	propósito	não	se	rea-
lizar.	dois	terços	podem	ser	extirpados,	mas	o	restante	
terço	será	levado,	através	do	fogo,	ao	conhecimento	pes-
soal	do	Senhor	como	o	seu	deus.	este	é	o	remanescente	
que	desde	a	eternidade	deus	estabeleceu	no	Seu	cora-
ção.	 esse	 remanescente	 será	 adequadamente	 chamado	
“oisrael	de	deus”.
46
deReK	PRince
10
A PECAMINOSIDADE
DE ISRAEL
Quando	eu	era	um	jovem	pregador,	deliciava-me	a	
salientar	todas	as	faltas	e	inconsistências	da	igreja.	Mas	
um	dia	percebi	que	 isso	não	era	de	grande	ajuda	pois	
pouco	 produzia	 de	 positivo.	 nem	 exige	 inteligência	
apontar	as	faltas	da	igreja.	Toda	a	gente	o	pode	fazer.
Também	não	é	preciso	ser-se	muito	inteligente	para	
se	 apontarem	 as	 faltas	 de	 israel.	 Alguém	 mostrou-me	
uma	cópia	de	um	artigo	recentemente	publicado	numa	
revista	cristã,	salientando	alguns	dos	pecados	de	israel.	
não	pude	deixar	de	refletir	que	os	profetas	de	israel	fi-
zeram	um	trabalho	muito	mais	minucioso!	como	pode	
alguém	acrescentar	algo	mais	ao	recital	de	pecados	que	
se	encontra	em	Isaías 1:2?
Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra; por-
que o SENHOR tem falado: Criei filhos, e 
engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra 
mim. 
47
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
O	 Hebraico	 enfatiza	 eles:	 “os	 filhos	 de	 que	 cuidei	 e	
que	eduquei	são	os	que	se	rebelaram	contra	mim”.
Os	 versículos 4	 a	 6	 retratam	 uma	 nação	 doente	 da	
ponta	 dos	 cabelos	 até	 à	 sola	 dos	 pés;	 não	 há	 nela	 um	
único	lugar	são.
Ai da nação pecadora, do povo carregado 
de iniquidade, da semente de malignos, dos 
filhos corruptores!
Deixaram o Senhor, blasfemaram do Santo 
de Israel, voltaram para trás.
Porque seríeis ainda castigados se mais vos 
rebelaríeis?
Toda a cabeça está enferma e todo o cora-
ção fraco.
Desde a planta do pé até à cabeça não há 
nele coisa sã, senão feridas e inchaços e 
chagas podres não espremidas, nem ligadas, 
nem nenhuma delas amolecida com óleo.
(vs.	4-6)
nos	versículos	12	a	15,	o	Senhor	declara	que	todos	os	
rituais	religiosos	de	israel	não	podem	torná-lo	agradável	
aos	Seus	olhos,	mas	apenas	provocar	a	Sua	total	rejeição.	
Termina	com	estas	palavras:
48
deReK	PRince
Por isso, quando estendeis as vossas mãos, 
escondo de vós os meus olhos; e ainda que 
multipliqueis as vossas orações, não as ou-
virei, porque as vossas mãos estão cheias de 
sangue. (v.15)
O	tema	do	pecado	de	israel	ocorre	por	todo	o	isaías.	
Por	exemplo,	nenhum	escritor	moderno	seria	capaz	de	
pôr	por	escrito	um	julgamento	tão	vívido	e	severo	sobre	
a	nação	como	as	palavras	de	Isaías 59:2-8:
Mas as vossas iniquidades fazem separação 
entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados 
encobrem o seu rosto de vós, para que não 
vos ouça.
Porque as vossas mãos estão contaminadas 
de sangue, e os vossos dedos de iniquidade; 
os vossos lábios falam falsidade, a vossa 
língua pronuncia perversidade.
Ninguém há que clame pela justiça, nem 
ninguém que compareça em juízo pela 
verdade; confiam na vaidade, e falam 
mentiras; concebem o mal, e dão à luz a 
iniquidade.
Chocam ovos de basilisco, e tecem teias de 
aranha; o que comer dos ovos deles, morre-
rá; e, quebrando-os, sairá uma víbora.
49
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
As suas teias não prestam para vestes nem 
se poderão cobrir com as suas obras; as suas 
obras são obras de iniquidade, e obra de 
violência há nas suas mãos.
Os seus pés correm para o mal, e se apres-
sam para derramarem o sangue inocente; 
os seus pensamentos são pensamentos de 
iniquidade; destruição e quebrantamento 
há nas suas estradas.
Não conhecem o caminho da paz, nem há 
justiça nos seus passos; fizeram para si ve-
redas tortuosas; todo aquele que anda por 
elas não tem conhecimento da paz.
Acusações	semelhantes	encontram-se	na	maioria	dos	
outros	profetas	de	israel.	e	tudo	isto	é	tanto	mais	signifi-
cativo,	porque	os	mesmos	profetas	que	descreveram	de-
talhadamente	os	pecados	de	israel,	também	profetizaram 
com igual clareza e igual detalhe a restauração de Israel.
Se	 os	 profetas	 de	 israel	 tivessem	 sido	 cegos,	 senti-
mentais	e	nacionalistas	e	houvessem	passado	por	cima	
dos	pecados	do	seu	povo,	então	poderíamos	dizer	que	as	
suas	promessas	de	restauração	não	passavam	de	desejos	
irrealistas.	Mas	como	os	mesmos	profetas	que	promete-
ram	restauração	foram	os	mesmos	que	pronunciaram	o	
juízo,	não	vejo	qualquer	lógica	ou	consistência	em	acei-
tar	os	juízos	e	rejeitar	as	promessas	de	restauração.
50
deReK	PRince
11
A RESTAURAÇÃO
PREDITA DE ISRAEL
Os	profetas	de	 israel,	 sem	dúvida,	fizeram	promes-
sas	claras	e	específicas	de	uma	restauração	de	israel	que	
ocorreria	em	duas	fases:	primeiro	na	sua	terra	e	depois	
junto	do	seu	deus.	Apresento	as	coisas	sempre	por	esta	
ordem,	porque	vejo	nas	escrituras	que	deus	Se	propõe	
trazer	a	maioria	dos	Judeus	de	regresso	a	terra	não	re-
dimido,	não	na	fé,	a	fim	de	poder	lidar	com	eles	ali.	É	o	
que	Oséias 1:10	declara:
“...no lugar onde se lhes dizia:
Vós não sois meu povo, se lhes dirá:
Vós sois filhos do Deus vivo.
O	lugar	em	que	deus	disse:	“Não sois meu povo”	foi	a	
terra	de	israel.	consequentemente,	a	restauração	e	acei-
tação	dos	Judeus	por	parte	de	deus	tem	igualmente	de	
ocorrer	na	terra	de	israel.
Há	uma	razão	prática	para	isto	que	não	é	prontamen-
te	apreciada	na	nossa	versão	ocidental	contemporânea	
51
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
do	cristianismo.	Sob	a	 influência	de	valores	seculares,	
transformámos	 a	 fé	 cristã	 primariamente	 numa	 ques-
tão	de	relacionamento	individual	da	pessoa	com	o	seu	
deus.	 A	 nossa	 ênfase	 é	 fundamentalmente	 na	 palavra	
meu - meu	Salvador,	minha	fé, minha	igreja, meu minis-
tério,	etc.	Mas	isso	não	representa	precisamente	a	pers-
petiva	bíblica.
Ao	 longo	das	escrituras,	deus	 lida	com	 indivíduos	
no	contexto	de	um	grupo	maior	-	uma	família,	uma	co-
munidade,	uma	congregação,	uma	nação.	isto	é	ressal-
tado	no	relato	da	salvação	do	carcereiro	de	Filipos	em	
Atos 16:30-31.	 O	 carcereiro	 perguntou	 aos	 apóstolos:	
“Que tenho eu de fazer para ser salvo?”
contudo,	na	sua	resposta	 inspirada,	Paulo	 foi	além	
da	necessidade	individual	do	carcereiro:	“Crê no Senhor 
Jesus Cristo e serás salvo tu e toda a tua casa”.	A	salvação	
que	o	Senhor	ofereceu	estendia-se	além	do	carcereiro,	
como	indivíduo,	e	abraçava	a	sua	casa	inteira.	essa	é	a	
norma	bíblica.	deus	lida	regularmente	com	o	indivíduo	
no	contexto	de	uma	entidade	maior.
Históricamente,	essa	tem	sido,	na	verdade,	sempre	a	
forma	como	deus	tem	lidado	com	israel.	Relacionou-se	
consistentemente	com	eles,	não	apenas	enquanto	indi-
víduos,	 mas	 enquanto	 povo,	 reunido	 por	 uma	 aliança	
tanto	com	deus	como	uns	com	os	outros.	É	assim	que	
deus	intenta	lidar	com	eles	no	final	desta	era	-	enquan-
to	povo.	contudo,	para	fazer	isso,	é	necessário	reuni-los	
52
deReK	PRince
de	novo	num	único	 lugar.	O	 local	 indicado	 tanto	pela	
lógica	como	pela	escritura	é	a	sua	própria	terra	-	a	terra	
de	israel.
Uma	 outra	 promessa	 de	 restauração	 espiritual	 en-
contra-se	em	Isaías 45:17, 25:
Porém Israel é salvo pelo Senhor, com uma 
eterna salvação; por isso não sereis en-
vergonhados nem confundidos em toda a 
eternidade.
Mas no Senhor será justificada e se gloriará 
toda a descendência de Israel.
Assim,	 tão	 simples!	 A	 palavra	 justificada	 significa	
“contado	como	reto	perante	deus”.	A	justiça	ou	retidão	
de	israel	ser-lhe-á	imputada	na	base	da	fé,	não	das	obras.	
Assim	 tornar-se-ão	 verdadeiros	 descendentes	 espiritu-
ais	do	seu	pai	Abraão	que	“creu no Senhor e foi-lhe isso 
imputado por justiça”	(Génesis 15:6).
Quantos	 dos	 descendentes	 de	 israel	 serão	 justifica-
dos	desta	maneira?	Todos	eles!	Mas	tenhamos	em	mente	
que	este,	todos,	será	o	remanescente.
Outra	promessa	da	restauração	de	israel	encontra-se	
em	Jeremias 32:36-37:
E por isso agora diz o Senhor, o Deus de Is-
rael, acerca desta cidade, da qual vós dizeis: 
53
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Já está dada na mão do rei da Babilónia 
pela espada e pela fome e pela pestilência. 
Eis que eu os congregarei de todas as terras, 
para onde os houver lançado na minha ira 
e no meu furor e na minha grande indig-
nação; e os tornarei a trazer a este lugar e 
farei que habitem nele seguramente.
esta	profecia	certamente	não	se	cumpriu	com	o	re-
gresso	parcial	 e	 temporário	de	Babilónia	notempo	de	
Zorobabel.	 nem	 se	 pode	 aplicar	 de	 um	 modo	 signifi-
cativo	à	igreja.	no	entanto,	esta	passagem	de	Jeremias 
32	é	apenas	uma	de	muitas	profecias	que	contêm	todas	
a	mesma	promessa	da	restauração	final	e	total	de	israel.
Ficamos,	 portanto,	 confrontados	 com	 apenas	 duas	
conclusões:	ou	estas	predições	irão	realizar-se	no	desti-
no	de	israel	ou	deus	pronunciou	profecias	que	nunca	se	
cumprirão.	em	última	análise,	não	é	apenas	o	destino	de	
israel	que	está	em	jogo.	Há	uma	questão	de	importância	
ainda	 maior	 que	 tem	 a	 ver	 com	 todos	 os	 crentes.	 É	 o	
carácter fidedigno da própria Escritura.
54
deReK	PRince
12
A DESCRIÇÃO DA 
RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
em	Jeremias 32:38-42,	deus	continua:
E eles serão o meu povo, e eu lhes serei o 
seu Deus;
E lhes darei um mesmo coração, e um só cami-
nho, para que me temam todos os dias, para 
seu bem, e o bem de seus filhos, depois deles.
E farei com eles uma aliança eterna de não 
me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o 
meu temor nos seus corações, para que 
nunca se apartem de mim.
E alegrar-me-ei deles, fazendo-lhes bem; e 
plantá-los-ei nesta terra firmemente, com todo 
o meu coração e com toda a minha alma.
Porque assim diz o SENHOR: Como eu 
trouxe sobre este povo todo este grande mal, 
assim eu trarei sobre ele todo o bem que 
lhes tenho declarado.
55
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
deus	declara	que	trará	sobre	israel	todo	o	bem	que	
lhes	 prometera,	 da	 mesma	 maneira	 que	 trouxe	 sobre	
eles	a	calamidade.	A	calamidade	que	lhes	sobreveio	foi	
um	facto	histórico	objetivo.	não	foi	apenas	“metafórica”	
ou	“espiritual”.
Portanto,	 o	 bem	 que	 deus	 trará	 sobre	 eles	 será	 de	
igual	modo	história	objetiva.	não	será	meramente	“me-
tafórico”	ou	“espiritual”.
A	terra	em	que	deus	diz	que	“seguramente	planta-
rá”	o	Seu	povo	não	pode	ser	interpretada	senão	como	a	
terra	de	israel.	e	se	deus	faz	isto	com	toda	a	Sua	alma	
e	coração,	quem	poderá	desfazer	o	Seu	intento?	certa-
mente	 não	 será	 um	 líder	 palestiniano!	 nem	 sequer	 as	
nações	Unidas!
em Jeremias 50:19-20,	deus	continua	a	desvendar	o	
Seu	plano	de	restaurar	israel:
E farei voltar Israel para a sua morada, e 
ele pastará no Carmelo e em Basã, e se far-
tará nos outeiros de Efraim e em Gileade. 
[Presentemente,	Gileade	faz	parte	do	es-
tado	da	Jordânia]. Naqueles dias, e naquele 
tempo, diz o Senhor, buscar-se-á a iniqui-
dade em Israel, e não haverá; e o pecado em 
Judá, e não se achará; pois perdoarei aos 
que eu deixar de resto.
56
deReK	PRince
As	palavras	finais	concordam	com	a	promessa	já	ci-
tada	de	Isaías 45:25:	“Todos	os	descendentes	de	israel	
serão	justificados”.	Para	os	que	tiverem	sido	justificados	
pela	fé	no	Messias,	não	haverá	registo	de	iniquidade	ou	
pecados.
As	últimas	palavras	deixar de resto	podem	ser	tradu-
zidas	por	reservar.	deus	está	dedicado	a	perdoar	o	rema-
nescente	que	pela	Sua	graça	irá	reservar.	
Deus está dedicado a perdoar o remanescente
que pela Sua graça irá reservar.
em	Ezequiel 36:22-23,	deus	revela	um	alvo	funda-
mental	da	restauração	de	israel:	a	Sua	própria	glória.
Diz portanto à casa de Israel: Assim diz o 
Senhor DEUS: Não é por respeito a vós que 
eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu 
santo nome, que profanastes entre as nações 
para onde fostes.
E eu santificarei o meu grande nome, que 
foi profanado entre os gentios, o qual pro-
fanastes no meio deles; e os gentios saberão 
que eu sou o SENHOR, diz o Senhor DEUS, 
quando eu for santificado aos seus olhos.
57
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
A	promessa	de	deus	em	restaurar	israel	não	se	ba-
seia	em	algo	de	bom	que	eles	tenham	feito,	mas	apenas	
no	facto	de	deus	poder	ser	glorificado	através	disso.	Se	
israel	merecesse	perdão	e	preservação,	não	precisariam	
da	graça	de	deus.	Mas	é	apenas	quando	receberem	a	Sua	
graça	que	podem	restaurar-Lhe	a	glória	que	os	seus	pe-
cados	Lhe	roubaram.
Mas é apenas quando receberem a Sua graça 
que podem restaurar-Lhe a glória que os seus
pecados Lhe roubaram.
As	 pessoas	 em	 geral	 dizem	 que	 os	 Judeus	 impeni-
tentes	e	incrédulos	não	serão	permitidos	regressar	à	sua	
própria	terra.	Mas	deus	diz	que	os	trará	primeiro	e	de-
pois	começará	a	purificá-los	dos	seus	pecados.
E vos tomarei dentre os gentios, e vos con-
gregarei de todas as terras, e vos trarei para 
a vossa terra.
Então aspergirei água pura sobre vós, e 
ficareis purificados; de todas as vossas 
imundícies e de todos os vossos ídolos vos 
purificarei.
E dar-vos-ei um coração novo, e porei den-
tro de vós um espírito novo; e tirarei da 
58
deReK	PRince
vossa carne o coração de pedra, e vos darei 
um coração de carne. (vs.	24-26)
creio	que	este	processo	de	mudança	de	um	coração	
de	pedra	para	um	coração	de	carne	já	começou	a	acon-
tecer!	Tenho	tido	o	privilégio	de	testemunhar,	em	pri-
meira	 mão,	 alguns	 dos	 seus	 aspetos.	 	 deus	 revela	 que	
esta	mudança	de	coração	preparará	israel	para	receber	o	
revestimento	do	espírito	Santo:
E porei dentro de vós o meu espírito e farei 
que andeis nos meus estatutos e guardeis os 
meus juízos e os observeis. E habitareis na 
terra que eu dei a vossos pais e vós sereis o 
meu povo e eu serei o vosso Deus.
(vs.	27-28)
não	há	dúvidas	quanto	à	terra	que	deus	deu	aos	an-
tepassados	de	israel.	Só	há	uma	terra	que	corresponde	
a	essa	descrição:	a	terra	que	é	agora	de	novo	conhecida	
como	“israel”.	É	necessário	enfatizar	que	esta	promessa	
descreve	um	regresso	literal,	histórico	dos	Judeus	à	sua	
terra.	não	podemos,	com	argumentação	nenhuma,	des-
fazer	esta	promessa.	A	Bíblia	é	a	Palavra	de	deus,	e	esta	
promessa	tem	que	ser	cumprida!
Mas	a	restauração	física	na	terra	não	é	o	alvo	final.	
É	apenas	um	prelúdio	necessário	para	o	clímax,	que	é	o	
59
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
propósito	final	de	deus:	a	restauração	ao	próprio	deus.	
“Sereis	o	meu	povo	e	eu	serei	o	vosso	deus”.	Todos	os	
acontecimentos	 presentemente	 a	 ocorrer	 no	 Médio	
Oriente	estão	a	ser	divinamente	orquestrados	para	levar	
a	cabo	este	objetivo	extremamente	importante:	a	recon-
ciliação	de	israel	com	o	seu	deus.
Todos os acontecimentos presentemente 
a ocorrer no Médio Oriente estão a ser 
divinamente orquestrados para levar a cabo 
este objetivo extremamente importante: 
a reconciliação de Israel com o seu Deus.
Um	 pouco	 mais	 adiante,	 deus	 de	 novo	 recorda	 ao	
povo	 judeu	 que	 eles	 não	 fizeram	 nada	 para	 merecer	 a	
sua	restauração:
Não é por amor de vós que eu faço isto, diz 
o Senhor Deus, notório vos seja; envergo-
nhai-vos e confundi-vos pelos vossos cami-
nhos, oh casa de Israel.(v.	32)
em	 última	 análise,	 a	 raça	 humana	 inteira	 não	 tem	
qualquer	esperança	do	bem	fora	da	misericórdia	e	da	gra-
ça	de	deus.	Por	definição,	estas	não	podem	ser	ganhas.	
60
deReK	PRince
A raça humana inteira não tem qualquer esperança 
do bem fora da misericórdia e da graça de Deus.
Por definição, estas não podem ser ganhas.
É	um	princípio	que	se	aplica	tanto	a	Judeus	como	a	
Gentios.	deus,	 contudo,	 escolheu	 fazer	da	 restauração	
de	 israel	 uma	 grande	 e	 histórica	 demonstração	 desta	
verdade	perante	todas	as	nações.
61
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
13
UM PEQUENO PEDAÇO
DE TERRA
Uma	característica	espantosa	da	revelação	bíblica	é	a	
proeminência	dada	a	uma	estreita	faixa	de	terra	na	parte	
leste	do	Mediterrâneo,	originalmente	conhecida	como	a	
“terra	de	canaã”.	A	maioria	dos	acontecimentos	regista-
dos	na	Bíblia	como	história,	ou	preditos	como	profecia,	
centram-se	nesta	terra.	em	particular,	é	o	foco	de	uma	
série	de	declarações	contidas	no	Salmo 105:7-11.
esta	passagem	abre	com	uma	declaração	da	suprema	
autoridade	de	deus	sobre	toda	a	terra:
Ele é o Senhor nosso Deus; Os Seus juízos 
estão em toda a terra.(v.	7)
O	deus	da	Bíblia	é	Senhor	sobre	toda	a	terra.	Os	juí-
zos	que	ele	pronuncia	não	se	aplicam	apenas	a	uma	na-
ção	ou	a	um	pequeno	pedaço	de	terra.	A	Sua	autoridade	
estende-se	a	todas	as	nações	e	a	toda	a	terra.
62
deReK	PRince
contudo,	deus	tem	um	compromisso	especial,	sin-
gularcom	uma	família	humana,	descendente	de	Abraão.	
este	compromisso	vem	resumido	nos	versículos	8-10:
Lembrou-se da sua aliança para sempre, 
da palavra que mandou a milhares de ge-
rações.
A qual aliança fez com Abraão, e o seu ju-
ramento a Isaque.
E confirmou o mesmo a Jacó por lei, e a 
Israel por aliança eterna. (vs.	8-10)
Que	 escritura	 espantosa!	 não	 conheço	 nenhuma	
outra	 passagem	 que	 combine	 tantas	 palavras	 que	 ex-
pressem	um	compromisso	tão	solene	de	deus:	aliança,	
palavra,	mandamento,	juramento,	estatuto,	aliança	eter-
na.	não	há	linguagem	utilizada	na	Bíblia	que	mais	forte-
mente	enfatize	o	compromisso	total	de	deus.
cada	 aliança	 de	 deus	 representa	 um	 compromisso	
solene,	mas	este	é	descrito	como	uma	aliança	eterna.	Per-
manece	em	vigor	para	sempre.	não	pode	ser	revogado.
Mais	ainda:	manifesta-se	não	apenas	pela	Palavra	de	
deus;	é	confirmado	pelo	Seu	juramento.	O	escritor	de	
Hebreus	diz-nos	a	razão	de	deus	ter	feito	este	juramento:	
“Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossí-
vel que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os 
que pomos o nosso refúgio, em reter a esperança proposta”	
63
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
(Hebreus	6:18).	A	primeira	coisa	imutável	que	deus	dá	
é	a	Sua	Palavra;	a	segunda	é	o	Seu	juramento.
A	ênfase	sem	paralelo	que	o	salmista	aqui	utiliza	para	
expressar	o	compromisso	de	deus	impele-nos	natural-
mente	 a	 perguntar:	 em	 que	 é	 que	 tudo	 isto	 se	 centra?	
Para	 quê	 todo	 este	 trabalho	 em	 expressar	 o	 Seu	 com-
promisso	total?	A	resposta	é	dada	no	versículo	seguinte:
Dizendo: A ti darei a terra de Canaã, a 
região da vossa herança. (Salmo	105:	11)
Que	significa	tudo	isto?	nunca	li	esta	passagem	sem	
me	espantar	por	o	deus	Todo	Poderoso,	o	criador	do	
Universo,	o	Rei	da	Terra,	ter	passado	por	tudo	isto	para	
assegurar	o	destino	de	um	pedaço	de	território	na	mar-
gem	leste	do	Mar	Mediterrâneo.	deus	atribui-lhe	muito	
mais	importância	do	que	a	maioria	de	nós	imagina!
Alguém	mais	também	lhe	atribui	grande	importân-
cia	-	o	diabo.	É	por	isso	que	o	Médio	Oriente	continua	a	
provocar	tremendos	conflitos.
Os	versículos	de	Salmo 105	que	acabámos	de	analisar	
representam	o	título	de	propriedade	da	terra	de	canaã.	
Tal	como	um	título	de	propriedade	específica,	a	identi-
dade	exata	da	pessoa	que	detém	esse	título,	repare-se	no	
cuidado	com	que	deus	nestes	versículos	garante	que	sa-
bemos	a	quem	a	terra	está	entregue.	Refere-se	à	“aliança 
que fiz com Abraão, o juramento a Isaque e confirmado... 
64
deReK	PRince
a Jacob por estatuto, a Israel por aliança eterna”.	Assim,	
a	 aliança	 vai	 de	 Abraão	 por	 isaque,	 não	 por	 ismael,	 a	
Jacob,	cujo	nome	se	tornou	israel.
não	 sei	 como	 deus	 poderia	 ter	 dito	 isto	 de	 modo	
mais	claro	ou	enfatizado	de	maneira	mais	decisiva.	Uma	
pessoa	 tem	 de	 possuir	 uma	 “carapaça	 teológica”	 para	
não	ver	o	que	esta	passagem	está	a	declarar.	e	tenho	de	
acrescentar	que	acredito	que	é	um	insulto	a	deus	sugerir	
que	ele	não	sabe	dizer	aquilo	que	tem	em	mente.	Afi-
nal,	essa	é	a	implicação.	Questionar	esta	passagem	(ou	
outras	passagens	similares)	é,	na	verdade,	estar	a	dizer:	
“deus,	sei	que	disseste	isto,	mas	acho	que	não	estavas	a	
falar	a	sério”.	Que	é	uma	posição	que	eu	não	gostaria	de	
assumir!
estudei	pessoalmente	as	passagens	em	que	deus	dá	o	
Seu	juramento	em	confirmação	da	Sua	Palavra.	concluí	
que	é	a	forma	mais	enfática	de	declaração	divina	forne-
cida	na	Bíblia.	Se	o	Salmo 105	fosse	a	única	passagem	
da	escritura	que	registasse	o	juramento	de	deus	confir-
mando	a	Sua	promessa	de	dar	a	terra	de	canaã	a	israel,	
isso	por	si	só	seria	suficiente	para	o	aceitar	sem	questio-
nar.	Mas	deus	considerou	este	assunto	tão	importante,	
que	fez com que ocorresse em 47 locais da Bíblia4.
A	par	do	Salmo 105,	há	46	outros	locais	que	decla-
ram	que	deus	Se	comprometeu	por	juramento	a	dar	a	
4	 	Para	uma	lista	completa	de	todas	as	passagens	relevantes,	ver	o	Apêndice	
ii	no	final	do	livro.
65
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
terra	de	canaã	a	Abraão,	isaque	e	Jacob	e	aos	seus	des-
cendentes.	certamente	que	esta	é	uma	das	maravilhas	
não	reconhecidas	da	Bíblia!
A	 passagem	 final	 que	 regista	 o	 juramento	 de	 deus	
relativamente	à	terra	de	canaã	é	Ezequiel 47:14:	“E vós	
[os	israelitas]	a	[a	terra]	herdareis, tanto um como o ou-
tro, pois sobre ela levantei a minha mão para a dar a vos-
sos pais; assim que esta mesma terra vos cairá a vós em 
herança”.
Sem	qualquer	dúvida,	o	contexto	indica	que	o	cum-
primento	desta	promessa	se	situa	ainda	no	futuro.	isto	
elimina	qualquer	sugestão	que	restrinja	a	aplicação	do	
juramento	de	deus	a	acontecimentos	que	já	ocorreram.	
Pelo	contrário,	estende-se	ao	futuro	sem	qualquer	limi-
te.	 enquanto	 a	 terra	 continuar	 a	 existir	 o	 seu	 destino	
será	determinado	pelo	juramento	de	deus.
À	luz	de	todas	estas	escrituras,	é	certamente	surpre-
endente	 que	 alguém	 que	 aceite	 a	 autoridade	 da	 Bíblia	
levante	alguma	dúvida.	no	artigo	que	atrás	mencionei,	
criticando	israel	e	avançando	a	teoria	de	que	somos	to-
dos	Judeus,	faz-se	referência	a	uma	passagem	em	Roma-
nos.	Falando	dos	israelitas,	Paulo	diz:
“...dos quais é a adopção de filhos e a glória 
e as alianças e a lei e o culto e as promes-
sas.” (Rom.	9:4)
66
deReK	PRince
O	 autor	 desse	 artigo	 argumentava	 que	 como	 Paulo	
fala	das	alianças	e	das	promessas	mas	não	faz	qualquer	
referência	à	terra,	portanto	o	compromisso	de	deus	em	
dar	a	terra	a	israel	deixa	de	ser	relevante.
Para	mim,	este	raciocínio	-	representativo	de	muitos	
dentro	da	igreja	-	está	errado.	nas	promessas,	há	incon-
táveis	referências	à	terra,	como	já	salientei,	pelo	que	se	
as	promessas	são	para	israel,	então	a	terra	é	para	israel.	
Mais	 ainda:	por	aliança,	deus	comprometeu-se	 com	a	
máxima	 clareza	 a	 dar	 essa	 terra	 a	 israel;	 e	 as	 alianças,	
segundo	Paulo,	permanecem	válidos.
Assim,	a	conclusão	de	que	a	terra	deixou	de	ser	para	
israel	 tem	 de	 ser	 falsa.	 A	 terra	 está	 incluída	 tanto	 nas	
promessas	 como	nas	alianças.	de	 facto,	quando	Paulo	
disse	que	as	promessas	e	as	alianças	pertencem	a	israel,	
ele	estava	dizendo,	com	efeito,	que	em	muitas	maneiras	
diferentes	a	terra	é	dado	eternamente	a	israel.	
Em muitas maneiras diferentes a terra
é dado eternamente a Israel.
Outro	argumento	por	vezes	utilizado	pelos	cristãos	
é	que	israel	teve	a	sua	oportunidade	mas	foi	infiel	e	en-
ganou	deus.	Portanto,	dizem	que	deus	mudou	de	ideias	
e	as	promessas	dadas	a	israel	são	agora	para	a	igreja.
67
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
Quando	ouço	esta	teoria,	percorro	mentalmente	de-
zanove	séculos	de	história	da	igreja.	Vejo	uma	sucessão	
infindável	 de	 heresia,	 apostasia,	 cupidez,	 imoralidade,	
querelas	 e	 divisões	 contínuas,	 infindável	 luta	 pelo	 po-
der	e	pela	proeminência.	Vejo	mesmo	cristãos	professos	
sujeitando	os	seus	irmãos	cristãos	à	tortura	e	a	mortes	
cruéis	em	nome	de	cristo.
Acrescente-se	a	tudo	isto	dezasseis	ou	mais	séculos	
de	um	hediondo	anti-semitismo	e	não	posso	deixar	de	
me	 interrogar:	 quem	 tem	 sido	 mais	 infiel:	 israel	 ou	 a	
igreja?
Se	deus	mudasse	de	ideias	sobre	as	Suas	promessas	
a	 israel	 e	pegasse	no	seu	nome	e	o	desse	a	outro	gru-
po,	certamente	podia	também	mudar	de	ideias	sobre	as	
Suas	promessas	 feitas	à	igreja	cujo	título	daria	a	outro	
grupo.	então,	esta	é	uma	questão	importante	para	todos	
os	cristãos	a	considerar.
em	última	análise,	a	nossa	confiança	na	misericórdia	
de	deus	baseia-se	no	Seu	compromisso	à	sua	Palavra	e	
às	Suas	alianças.	
A nossa confiança na misericórdia de Deus 
baseia-se no Seu compromisso à sua Palavra 
e às Suas alianças.
68
deReK	PRince
Se	 deus	 pode	 mudar	 esses	 compromissos	 e	 anular	
essas	alianças,	ficamos	sem	qualquer	segurança	enquan-
to	cristãos.	Assim,	as	questões	da	identidade	e	destino	
de	israel	dizem	respeito,	não	só	aos	Judeus	mas	também,	
a	todos	os	crentes	gentios	que	vieram	ao	conhecimento	
de	deus	através	da	nova	aliança	em	Jesus.
69
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
14
ASFRONTEIRAS DE DEUS
O	deus	da	Bíblia,	que	é	o	deus	de	toda	a	terra,	tem	
um	plano	e	um	lugar	para	cada	nação.	Paulo	declara	aos	
homens	de	Atenas	em	Atos 17:26:
E de um só sangue fez [deus] toda a gera-
ção dos homens, para habitar sobre toda a 
face da terra, determinando os tempos já 
dantes ordenados, e os limites da sua habi-
tação;  
Se	deus	determinou	os	lugares	exatos	onde	as	nações	
devem	viver	e	os	tempos	que	aí	devem	viver,	então	tem	
um	lugar	não	só	para	 israel	como	para	cada	nação	da	
terra.	Temos	de	manter	em	mente	uma	questão	impor-
tante:	o	lugar	que	ele	tem	para	israel	não	é	oferecido	a	
qualquer	outra	nação.
contudo,	isso	não	significa	que	Árabes	ou	outras	na-
cionalidades	 sejam	 excluídos	 do	 território	 atribuído	 a	
israel.	Pelo	contrário,	através	da	história	de	israel	como	
nação,	deus	preparou	sempre	uma	provisão	específica	
70
deReK	PRince
para	pessoas	de	outras	nações	que	vivessem	entre	eles,	
aceitando	 tanto	os	privilégios	como	as	responsabilida-
des	que	essa	decisão	implica.
em	Ezequiel 47:22-23,	deus	ordena	uma	distribui-
ção	da	terra	de	israel	que	ainda	se	situa	no	futuro.	Aqui,	
apresenta	uma	provisão	específica	para	pessoas	de	ou-
tras	nacionalidades	que	residam	entre	o	povo	de	israel	e	
que	compartilhem	todos	os	seus	privilégios:
Será, porém, que a sorteareis para vossa 
herança, e para a dos estrangeiros que ha-
bitam no meio de vós, que gerarão filhos no 
meio de vós; e vos serão como naturais en-
tre os filhos de Israel; convosco entrarão em 
herança, no meio das tribos de Israel.
E será que na tribo em que habitar o es-
trangeiro, ali lhe dareis a sua herança, diz o 
Senhor DEUS.
na	verdade,	deus	deu	a	terra	a	israel	através	de	uma	
aliança	 irrevogável,	 mas	 escancarou	 a	 porta	 aos	 foras-
teiros	de	todas	as	outras	nações	para	a	compartilharem	
com	eles,	desde	que	cumprissem	todas	as	suas	obriga-
ções.
Porém,	a	par	desta	provisão,	deus	tem	um	lugar	pró-
prio	para	os	Árabes.	no	presente	momento,	as	nações	
árabes	do	Atlântico	ao	Golfo	Pérsico	têm	uma	popula-
71
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
ção	de	170	milhões.	Possuem	uma	massa	de	 terras	de	
14	 milhões	 de	 quilómetros	 quadrados.	 israel	 controla	
apenas	28.000	quilómetros	quadrados.
em	 1917,	 a	 declaração	 Balfour	 prometeu	 ao	 povo	
judeu	uma	certa	área	geográfica	que	incluía	a	totalidade	
do	que	é	agora	a	Jordânia.	depois	em	1922,	por	um	gol-
pe	de	caneta,	Winston	churchill	 criou,	dividindo	essa	
área,	 um	 estado	 árabe	 chamado	 Transjordânia	 (mais	
tarde	rebatizado	Jordânia).	Por	esse	único	ato,	78%	da	
área	 total	 destinada	 para	 lar	 nacional	 dos	 judeus	 foi	
dado	aos	Árabes.	Mais	ainda:	os	 Judeus	não	são	 livres	
de	viver	na	 Jordânia,	 enquanto	os	árabes	 são	 livres	de	
habitarem	em	israel.
isso	 significa	que	o	 resto	do	 território	agora	a	oes-
te	do	Jordão	constitui	apenas	22%	da	herança	original	
oferecida	aos	Judeus.	Mesmo	nesta	área,	os	Judeus	têm	
sido	sujeitos	a	pressões	e	ataques	constantes,	tanto	por	
agitação	política	como	por	atos	abertos	de	agressão.
deus,	contudo,	alertou	as	nações	do	mundo	de	que	
viria	 um	 tempo	 em	 que	 ele	 lhes	 pediria	 contas	 pelas	
ações	 praticadas	 em	 relação	 à	 terra	 de	 israel.	 em	 Joel 
3:2,	ele	declara:
Congregarei todas as nações, e as farei 
descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas 
entrarei em juízo, por causa do meu povo, 
e da minha herança, Israel, a quem elas 
72
deReK	PRince
espalharam entre as nações e repartiram a 
minha terra.
em	linguagem,	contemporânea,	“dividir	a	minha	ter-
ra”	chama-se	partilha.	Foi	precisamente	isso	que	as	na-
ções	Unidas	fizeram	a	29	de	novembro	de	1947,	quando	
votaram	 pela	 divisão	 da	 Palestina	 em	 duas	 áreas	 uma	
para	Judeus	e	outra	para	Árabes.
73
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
15
UM TEMPO 
DE REALOJAMENTO
Os	governos	tanto	do	Reino	Unido	como	dos	esta-
dos	Unidos	têm	por	vezes	procurado	influenciar	a	fixa-
ção	da	terra	de	israel.	esta	também	tem	sido	sujeita	a	di-
versas	resoluções	das	nações	Unidas.	contudo,	nenhum	
governo	humano	tem	a	última	palavra	sobre	este	assun-
to.	em	última	análise,	no	tempo	indicado,	cada	nação	da	
terra	ocupará	o	lugar	que	deus	lhe	destinou.
O	século	vinte	tem	testemunhado	muitos	desenvol-
vimentos	 significativos	 relacionados	 com	 a	 manifesta-
ção	do	propósito	de	deus	em	fixar	as	nações	dentro	das	
fronteiras	que	ele	lhes	destinou.	no	início	do	século,	o	
tempo	de	deus	chegara	para	o	povo	 judeu	regressar	à	
sua	própria	terra.	O	palco	foi	montado	aquando	da	pri-
meira	conferência	Sionista	Mundial	realizada	em	1897.
depois	 em	 1917,	 um	 dos	 anos	 mais	 significativos,	
Jerusalém	 foi	 libertada,	 pelo	 General	 Allenby,	 de	 400	
anos	 de	 domínio	 turco,	 a	 declaração	 Balfour	 foi	 assi-
nada	pelo	governo	britânico	e	nasceu	o	primeiro	estado	
oficialmente	ateu	-	isto	é,	a	União	Soviética.	Todos	estes	
74
deReK	PRince
acontecimentos	estavam	de	um	modo	ou	de	outro	 re-
lacionados	 com	 o	 programa	 de	 deus	 para	 o	 culminar	
desta	presente	era.
contudo,	 ao	 analisarmos	 a	 História,	 torna-se	 claro	
que	 os	 Judeus,	 na	 sua	 maioria,	 não	 queriam	 regressar	
à	Palestina.	Uma	minoria	estava	ansiosamente	compro-
metida	a	isso,	mas	se	a	decisão	fosse	deixada	aos	judeus,	
poucos	deles	teriam	regressado.	Parecia	que	o	propósito	
de	deus	ficaria	frustrado.
Mas	 então	 deu-se	 o	 Holocausto!	 As	 nossas	 mentes	
agitam-se	 ante	 a	 sua	 agonia	 e	 horror,	 mas	 no	 fim	 ser-
viu	os	propósitos	de	deus.	nada	mais	teria	conseguido	
arrancar	 as	 comunidades	 judaicas	 da	 europa,	 onde	 se	
tinham	estabelecido	e	vivido	durante	centenas	de	anos.	
Foi	 a	 pressão	 do	 Holocausto	 que	 os	 impeliu	 a	 virar	 o	
rosto	uma	vez	mais	para	a	sua	própria	terra.
estes	eventos	ilustram	dois	 lados	opostos	do	carác-
ter	de	deus.	ele	é	ilimitadamente	fiel	no	Seu	amor	e,	no	
entanto,	se	for	necessário,	rude	em	levar	a	cabo	os	Seus	
propósitos	predeterminados.	
Deus é ilimitadamente fiel no Seu amor e,
no entanto, se for necessário, rude em levar 
a cabo os Seus propósitos predeterminados.
75
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
em	 Jeremias 31:3,	 deus	 fala	 a	 israel	 e	 diz:	 “Sim,	
amei-te	com	um	amor	eterno...”	Foi	este	amor	que	trans-
formou	a	impiedade	humana	do	Holocausto	na	ocasião	
do	 renascimento	 de	 israel	 como	 nação.	 deus	 assim	
cumpriu	a	Sua	promessa	em	Oséias 2:15:	“E lhe [a	is-
rael] darei... o vale de Acor [perturbação] como porta de 
esperança”.
76
deReK	PRince
16
DEUS É INJUSTO?
Muitas	 pessoas	 afirmam	 que	 a	 restauração	 de	 isra-
el	à	sua	própria	terra	produziu	injustiça.	Mesmo	alguns	
cristãos	sinceros	defendem	este	ponto	de	vista.	A	Bíblia,	
contudo,	enfatiza	que	deus	é	 incapaz	de	 injustiça.	em	
Deuteronómio 32:3-4,	nas	palavras	finais	a	israel,	Moi-
sés	declarou:
Porque apregoarei o nome do SENHOR; 
engrandecei a nosso Deus.
Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque 
todos os seus caminhos justos são; Deus é 
a verdade, e não há nele injustiça; justo e 
reto é.
Alguém	já	comparou	a	nossa	visão	da	história	a	uma	
pessoa	a	mirar	o	reverso	de	uma	tapeçaria	oriental.	As	
diferentes	e	variadas	formas	e	cores	parecem	confusas	e	
em	nada	atrativas.	Mas	quando	se	vira	a	tapeçaria	para	o	
seu	lado	correto,	a	sua	verdadeira	beleza	pode	ser	então	
apreciada.
77
O	deSTinO	de	iSRAeL	e	dA	iGReJA
O	mesmo	se	passa	com	a	manifestação	dos	propó-
sitos	de	deus	na	história.	do	nosso	ponto	de	vista	ter-
reno,	é	difícil	discernir	o	padrão	que	deus	está	a	tecer.	
Frequentemente	tudo	parece	confuso	e	sem	significado.	
Mas	quando	somos	capazes	de	o	apreciar	sob	uma	pers-
petiva	celeste,	concordamos	com	Moisés:	“A	Sua	obra	é	
perfeita	e	todos	os	Seus	caminhos	justos”.
isto	não	serve	para	negar	que,	ao	nível	humano,	tenha	
havido	atos	de	injustiça	praticados	pelas	diversas	fações	
envolvidas	no	retorno	de	israel	à	sua	terra.	Tem	havido	
também	grande	sofrimento	por	parte	de	muita	gente.
Porém,	de	todas	as	 fações	envolvidas,	nenhuma	tem	
sofrido	tanto	como	os	Judeus.	depois	de	seis	milhões	te-