Buscar

Contabilidade Empresarial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE 
EMPRESARIAL
Marcelo Thomé
2CONTABILIDADE EMPRESARIAL
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o 
ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Gabriel Olmiro de Castilhos 
Revisora
Luana Reis
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE E REGIMES 
CONTÁBEIS 3
Introdução a Contabilidade 4
A contabilidade nos tempos atuais 6
Entendendo a contabilidade 7
Conceitos de Contabilidade 15
Funções e áreas de atuação da contabilidade 17
Profissional Contábil 21
A Contabilidade na Administração das 22
Empresas 22
Usuários das Informações Contábeis 23
Síntese 30
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 32
Princípios de contabilidade e normas 33
brasileiras de contabilidade 33
Aspectos sobre a estrutura básica da 39
contabilidade 39
Síntese 56
REGISTROS CONTÁBEIS (ESCRITURAÇÃO) 58
ESCRITURAÇÃO 59
Fórmulas de Lançamento 64
Síntese 79
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E SUAS
ANÁLISES 81
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 82
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 90
EXERCÍCIO (DRE) 90
Síntese 118
REFERÊNCIAS 120
3CONTABILIDADE EMPRESARIAL
INTRODUÇÃO À 
CONTABILIDADE 
E REGIMES 
CONTÁBEIS
A Contabilidade representa, hoje, uma fonte 
muito importante de conhecimento, dispondo 
de recursos que permitem registrar dados, 
avalia-los e transformá-los em informações 
relevantes para a tomada de decisões no 
âmbito empresarial.
Nesta primeira unidade iremos abordar os principais con-
ceitos sobre a prática da contabilidade. Esses conceitos possi-
bilitarão o entendimento e a compreensão nas questões mais 
práticas que veremos ao longo do curso. Portanto, no decorrer 
dessa unidade, você aprenderá sobre como surgiu a Contabi-
4CONTABILIDADE EMPRESARIAL
lidade, sua história e evolução. Por fim, terá contato com os 
termos contábeis, conhecendo de maneira simples e direta o 
sistema contábil e a base para uma contabilidade eficiente.
Introdução a Contabilidade
Diariamente, estamos tomando decisões. Nos pergunta-
mos: qual roupa iremos vestir? Que horas iremos dormir? O 
que vamos comer? Quais tarefas precisas cumprir hoje? Entre 
outras, mas também temos decisões mais difíceis, por exemplo, 
que profissão escolher? Será que compro um apartamento ou 
um veículo?
Para essas decisões mais importantes precisamos ter um 
cuidado maior. É necessário avaliar bem e analisar todas as 
variáveis, pois essas decisões irão ref letir em toda sua vida, de 
forma positiva ou não.
Nas empresas a situação não é diferente. Com muita fre-
quência os gestores estão tomando decisões importantes para 
o seu negócio. Se eles não tiverem as informações corretas, 
podem de certa forma, comprometer a continuidade do seu 
negócio. Aqui entra a Contabilidade.
A Contabilidade é a grande aliada nesse processo, conforme 
Marion (2012, p.25) “ela coleta os dados econômicos, mensu-
rando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os 
em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem 
sobremaneira para a tomada de decisões”.
Breve histórico da contabilidade
A Contabilidade é tão antiga quanto a origem da humidade. 
As primeiras manifestações humanas da necessidade social, já 
demonstravam a necessidade de controle patrimonial.
Desde os tempos pré-históricos, dos homens das cavernas, 
já era possível verificar a existência de contabilidade, mesmo 
que de forma bem simples, ao registrarem, através de desenhos, 
5CONTABILIDADE EMPRESARIAL
nas paredes todas as ferramentas de caça e pesca e animais 
disponíveis para o homem primitivo. Tratava-se de um verda-
deiro inventário, no qual era possível visualizar de forma clara 
e simples os recursos (ou patrimônio) de que dispunham os 
habitantes das cavernas para a sua sobrevivência. Nesse período 
o homem das cavernas, por se sentir ameaçado, já fazia uso da 
sua contabilidade para verificar os recursos disponíveis para 
aquele momento.
Posteriormente, com o surgimento das civilizações, as pri-
meiras técnicas de contabilidade começavam a ser desenvolvidas 
em razão da necessidade de comércio. De acordo com Costa, 
(2010, p. 21) pode-se afirmar que muito de nossa história 
somente foi descoberta pelos registros contábeis realizados. 
O frei franciscano Luca Pacioli, que viveu entre os anos 
de 1447 a 1517, é considerado o pai da contabilidade moderna. 
Sua participação e importância se dá devido a um capítulo de-
dicado ao método das partidas dobradas em livro de sua autoria 
intitulado “Summa de arithmetica, geometria, proportioni et 
proportionalita” (Coleção de conhecimentos de aritmética, 
geometria, proporção e proporcionalidade).
O livro publicado em Veneza no ano de 1494, continha 
um capítulo sobre contabilidade expondo o “Particulario de 
Computies et escripturis” que é popularmente conhecido como 
o método das partidas dobradas. Diferentemente do que muitos 
pensam, Luca Pacioli não é o inventor da contabilidade e tão 
pouco inventou os preceitos relacionados as partidas dobradas. 
Tal método já era utilizado na época e apenas ganhou publi-
cidade após ser exposto em sua obra.
Fonte: Link.
http://tipografos.net/historia/lucapacioli.jpg
6CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A contabilidade acompanhou a evolução da humanidade. 
Com as crescentes exigências do mercado econômico, surgiu 
a necessidade da abertura de cursos e escolas de contabilidade 
no Brasil, para assim desenvolver técnicas que acompanhassem 
as mudanças que estavam sendo percebidas, com o propósito 
de formar profissionais da contabilidade que atendessem às 
expectativas dos usuários do início do século passado.
A contabilidade teve ainda como aliado o desenvolvimento 
do mercado de ações e o fortalecimento da sociedade anônima 
como forma de sociedade comercial, passando a ser considerada 
também como um importante instrumento para a sociedade. 
Ficou concebido que os usuários das informações contábeis 
já não eram mais somente os proprietários; outros usuários 
também tinham interesses em saber sobre uma empresa, como, 
sindicatos, governo, bancos, investidores, entre outros.
A contabilidade nos tempos atuais
As constantes mudanças, principalmente aquelas relacio-
nadas ao conhecimento, estende seus efeitos a vários segmentos 
da sociedade. A profissão contábil provavelmente é uma das 
que mais sofrem inf luências do processo de globalização, pois 
cada vez mais há a necessidade de profissionais que avaliem e 
registrem os aspectos econômicos e financeiros das empresas e 
dos investidores, ajudando-o na melhor adequação dos gastos, 
no melhor perfil de endividamento, nos avanços tecnológicos, 
no encurtamento do ciclo de produção, no aumento da quali-
dade e na efetividade do resultado econômico.
A contabilidade como ciência social absorve as diversas in-
fluências sociais, ambientais e tecnológicas, passando a oferecer 
informações com o objetivo de alcançar o interesse da sociedade, 
satisfazendo as exigências dos seus usuários, adaptando-se aos 
novos tempos. Como já é do nosso conhecimento, faz parte do 
seu contexto gerar informações em tempo real para o processo 
7CONTABILIDADE EMPRESARIAL
de controle, planejamento e tomada de decisão, bem como 
informações que atendam a um público cada vez mais amplo. 
Entendendo a contabilidade
Para um melhor entendimento do que é Contabilidade, sua 
finalidade e aplicação, vamos trazer essas definições através de 
uma história ilustrativa adaptada a partir de Ribeiro (2010):
Imagine que você decidiu ser empresário e abrir um ne-
gócio próprio, resolveu constituir uma empresa para compra 
e venda de calçados.
Até o presente momento, você só tem uma vontade, ou 
seja, torna-se um comerciante, a partir daí surgem os primeiros 
questionamentos:
- Eu vou constituir uma empresa com o quê?O que preciso 
ter em mãos para montar um negócio?
Você precisa de um Capital.
- O que é capital?
Capital pode ser uma importância em dinheiro com a qual 
você irá comprar tudo de que precisa para montar o seu negócio.
Suponha então que você possua R$ 50.000,00, importância 
suficiente para iniciar suas atividades comerciais.
Pronto! Esse montante de R$ 50.000,00 é o seu Capital 
Inicial.
- Pois bem, agora que já tenho o dinheiro, qual é o próximo 
passo?
Antes que você comece a comprar alguma coisa, é preciso 
providenciar um local para se instalar.
8CONTABILIDADE EMPRESARIAL
- Local?
Você precisa de um estabelecimento, que pode ser uma 
casa, uma sala, um pavilhão...
Suponha, então, ter assinado um contrato de locação de 
um imóvel situado na sua cidade, em local privilegiado, no 
qual instalará sua empresa. Com a assinatura do contrato de 
locação, você não precisou dispor de nenhum dinheiro hoje, 
mas se comprometeu a pagar a importância de R$ 1.000,00 
de aluguel mensal, e o valor do aluguel referente a esse mês 
será pago no dia 10 do mês seguinte, e assim sucessivamente.
- Está bem, agora já tenho o capital e ponto comercial, e 
agora o que farei?
Agora você precisa procurar um escritório de contabilidade, 
para providenciar a legalização da sua empresa. 
- Legalização da minha empresa?
A legalização consiste no registro da empresa em vários 
órgãos públicos, para que ela adquira personalidade jurídica.
- E o que personalidade jurídica?
Veja bem: você é uma pessoa física, é um pessoal natural, 
quando você nasceu, seus pais fizeram o registro no cartório 
do registro civil. A certidão de nascimento foi o primeiro do-
cumento que comprovou a sua existência perante a sociedade, 
dando-lhe condições de exercer a sua cidadania. As empresas, 
em geral, sob o ponto de vista legal, também são consideradas 
pessoas, não de existência física, mas de existência jurídica. 
Para que as empresas adquiram personalidade jurídica e possam 
exercer as suas atividades mercantis precisam ser registradas 
em vários órgãos públicos.
- Como efetuarei os registros, e em quanto tempo minha 
empresa ficará legalizada?
9CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O contador do escritório de Contabilidade que você esco-
lheu redigirá petições, preencherá documentos e formulários, 
recolherá taxas e entregará a documentação exigida em cada 
um desses órgãos. Se a documentação apresentada estiver em 
ordem, dentro de 20 a 30 dias sua empresa estará legalizada e 
você poderá providenciar as primeiras compras.
Suponhamos agora que já se passaram 30 dias desde o 
momento que você decidiu se tornar comerciante. Vamos as-
sumir, também que dos R$ 50.000,00 do seu capital social, 
você pagou R$ 1.000,00 ao escritório de contabilidade que 
providenciou a legalização da sua empresa. 
- Agora que minha empresa está devidamente legalizada, 
qual será o próximo passo que deverei dar?
Imagine que neste momento, você esteja abrindo as portas 
do seu ponto comercial. A sala está vazia, pense nos móveis e 
utensílios que deverá comprar para equipar sua loja.
- Móveis e Utensílios?
Compreendem os bens adquiridos para uso próprio, suponha 
ter adquirido os seguintes bens: Duas vitrinas, quatro balcões, 
cinco prateleiras, uma caixa registradora, dez cadeiras, cinco 
sofás, cinco tapetes e oito espelhos. Por todos esses bens, você 
pagou a importância de R$ 12.000,00. Mandou instalar um 
telefone gastando mais R$ 500,00.
- E os calçados para a venda?
Pois bem, agora sim deverá adquirir as mercadorias.
- E eu não poderia considerar tudo junto, não é a mesma 
coisa?
A palavra “Mercadorias”, serve para representar os bens que 
a empresa compra para revender, neste caso, são os calçados. 
Que irão para o Estoque.
10CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Suponha, então ter adquirido R$ 30.000,00 em Mercado-
rias, sendo R$ 20.000,00 à vista, em dinheiro, e R$ 10.000,00 
a prazo para pagamento em 30 e 60 dias.
Depois disso a empresa está instalada, montada. Você gastou 
parte do seu Capital Inicial, contraiu uma Obrigação (terá de 
pagar R$ 10.000,00 para o fornecedor das Mercadorias, em 
60 dias) e, a partir deste momento, já pode abrir as portas de 
sua loja e começar a trabalhar. 
Vamos supor que durante o processo de legalização de sua 
empresa, você tenha contratado uma empreiteira de obras, que 
efetuou pequenos reparos no imóvel visando adaptá-lo melhor 
ao fim desejado, incluindo parte de hidráulica, elétrica, alve-
naria e pintura, tendo pago a importância de R$ 2.300,00 em 
dinheiro.
No sentido de relembrar todo o processo que trouxemos 
até aqui, tente responder as perguntas abaixo:
1. Qual é o valor do Capital de sua empresa?
2. Quanto, em dinheiro, você gastou até o presente momento 
e qual é o saldo que possui em Caixa?
3. Qual o valor do estoque de Mercadorias da sua empresa?
4. Qual o valor das suas Obrigações?
Acreditamos que não foi difícil, com poucos cálculos você 
deve ter respondido sem dificuldade. Confira as respostas: 
1. O valor do Capital é R$ 50.000,00;
2. Gastou R$ 35.500,00 e o saldo em Caixa é de R$ 
14.500,00;
3. O valor do estoque de Mercadorias é de R$ 30.000,00;
11CONTABILIDADE EMPRESARIAL
4. O valor das Obrigações é de R$ 10.000,00.
 Agora a sua empresa existe, então, você poderá abrir as 
portas e colocá-la em funcionamento. Mas uma pergunta se 
faz necessária nesse momento. Vamos à ela:
- Qual é o principal objetivo do seu negócio?
Você responderá, certamente, que é a obtenção de lucros.
Mas, para obtenção de lucros, a sua empresa precisa vender 
as suas Mercadorias.
Para que as transações comerciais possam acontecer na sua 
empresa, todos os dias vão entrar pessoas com duas finalidades:
a. algumas pessoas entrarão na sua empresa parra lhe vender 
Mercadorias. Essas pessoas são conhecidas nos meios 
comerciais por Fornecedores; logo, você comprará delas, à 
vista ou a prazo. Quando a compra for efetuada a prazo, 
você passará a ter uma Obrigações para o pagamento 
futuro;
b. outras pessoas entrarão na sua empresa para comprar as 
suas Mercadorias. Essas pessoas são conhecidas nos meios 
comerciais por Clientes; logo, você venderá para elas, à 
vista ou a prazo. Quando a venda for efetuada a prazo, 
você passará a ter direito para o recebimento futuro.
- Afinal, é o Fornecedor quem vende para mim ou sou eu 
quem compra do Fornecedor?
As duas coisas acontecem, tendo em vista que estamos 
diante de uma operação de compra e venda. Contudo, o correto, 
sob o ponto na visão contábil, é que você raciocine sempre se 
colocando em lugar da sua empresa. Pense assim: Eu compro 
do Fornecedor, logo, quando a compra for efetuada a prazo, a 
palavra Compras estará ligada à palavra Fornecedores e a palavra 
Fornecedores, por sua vez, estará ligada à palavra Obrigações.
12CONTABILIDADE EMPRESARIAL
- Afinal, é o Cliente quem compra de mim ou sou eu quem 
vende para o Cliente?
Neste caso, o raciocínio, é o mesmo já explicado na relação 
de sua empresa com o Fornecedor. Eu vendo para o Cliente, 
logo, quando a venda for efetuada, a palavra Vendas estará 
ligada à palavra Clientes, e a palavra Clientes, por sua vez, 
estará ligada à palavra Direitos.
Portanto, compra a prazo resulta em Obrigações para pagar 
ao Fornecedor; e a venda a prazo resulta em Direito a receber 
do Cliente.
Observe quantas pessoas estão envolvidas no seu negócio:
a. Você, proprietário, titular da empresa (pessoa física);
b. A sua empresa (pessoa jurídica);
c. Clientes, Fornecedores, bancos, Governo, empregados, 
etc. (pessoas físicas e pessoas jurídicas).
As pessoas, que, direta ou indiretamente, se relacionam 
com sua empresa, como Clientes, Fornecedores, bancos, etc., 
são conhecidas nos meios comerciais, em relação à sua empresa, 
por Terceiros. Esses Terceiros movimentarão o Patrimônio da 
sua empresa por meio de quatro operações principais: Compras, 
Vendas, pagamentos e recebimentos.
É evidente que, além desses acontecimentos, no cotidiano 
das empresas ocorrem outros, como admissão e demissão de 
empregados,o recebimento e o encaminhamento de correspon-
dências, o fornecimento de cotações de preços de Mercadorias 
por telefone, a organização de Mercadorias nas prateleiras e nas 
vitrines, depósitos e saques de dinheiro em estabelecimentos 
bancários etc. A essa movimentação do Patrimônio dá-se o 
nome de Gestão.
13CONTABILIDADE EMPRESARIAL
É importante salientar que esses acontecimentos que dia-
riamente ocorrem na empresa, responsáveis pela gestão do 
Patrimônio, podem ou não interferir no Patrimônio. Por um 
lado, quando os acontecimentos interferem no Patrimônio, 
aumentando-o ou diminuindo-o, eles são classificados como 
Fatos Administrativos, é o caso das Compras, das Vendas, 
dos pagamentos e dos recebimentos. Por outro lado, aqueles 
acontecimentos que não interferem no Patrimônio recebem o 
nome de Atos Administrativos, como é o caso de demissões e 
admissões de empregados, atendimentos de telefonemas, rece-
bimento e encaminhamento de correspondências, assinaturas 
de contratos de locação etc.
Imaginemos dois anos depois da data de constituição de 
sua empresa. Daquela época quando era aquela pequena loja, 
restam apenas lembrança. Durante esse tempo, você ampliou o 
seu negócio. Comprou imóvel e o transformou em um prédio 
de quatro andares; construiu nas dependências do imóvel vários 
galpões para estocar as Mercadorias; diversificou-as; e agora 
vende não só calçados, como também artigos de coura em geral 
(bolsa, cintos, carteiras, luvas, malas etc.), inclusive materiais 
esportivos, os quais você vende no atacado e no varejo; mon-
tou no quarto andar uma lanchonete, para maior conforto da 
clientela; possui cadastrados mais de 10 mil Clientes, oriundos 
não só de sua cidade, como também de todas as cidades da 
região, para os quais vende à vista e a prazo; mantém contato 
com mais de 200 Fornecedores, sendo alguns do exterior, dos 
quais compra Mercadorias; possui mais de 100 empregados 
entre vendedores, gerentes, contadores, escriturários, motoristas 
serventes, faxineiros, vigias etc.; movimenta contas-correntes 
em dez estabelecimentos bancários diferentes. A todo instante 
podemos ver Clientes comprando à vista e a prazo, efetuando 
pagamentos de prestações, preenchendo cadastro etc.
14CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Ao constatar o sucesso de sua empresa, responda as per-
guntas abaixo:
1. Qual o valor do Capital da sua empresa hoje?
2. Quanto você gastou em dinheiro até o presente momento, 
considerando desde o dia em que a constituiu, e qual o 
saldo em Caixa?
3. Qual o valor do estoque de Mercadorias?
4. Quais são os tipos, modelos, marcas, tamanhos, cores, 
etc., da Mercadorias estocadas?
5. Qual montante de dinheiro você tem depositado nesse 
momento, considerando todas as suas contas-correntes 
bancárias?
6. Se parte do seu dinheiro está aplicado no mercado finan-
ceiro, qual o montante dessa aplicação e quais são elas?
7. Enquanto importam as suas Obrigações e quais são os 
nomes dos seus Credores?
8. Quais são as suas Obrigações fiscais, trabalhistas e pre-
videnciárias para os próximos 30 dias?
9. Quanto você deve a seus Fornecedores de Mercadorias e 
quanto terá de desembolsar ainda hoje, amanhã, daqui 
a dez dias e daqui a 30 dias para pagá-los?
10. Quantos Clientes você tem, quantos são pontuais e quan-
tos são inadimplentes?
11. Quanto você tem para receber de seus Clientes ainda 
hoje, amanhã, daqui a dez dias e daqui a 30 dias?
12. Quanto vale o Patrimônio da sua empresa hoje?
15CONTABILIDADE EMPRESARIAL
13. Quanto você apurou de Lucro? Ou será que apurou 
Prejuízo em seu negócio?
Diante desse cenário, as perguntas acima não serão respon-
didas com tanta facilidade como as anteriores, tendo em vista 
que naquele outro cenário, a sua empresa era recém-constituída.
Acho que já deu para você perceber que há necessidade de 
manter um controle do seu Patrimônio, e é exatamente aí que 
a Contabilidade entre em cena.
Mediante o conhecimento e a aplicação das técnicas con-
tábeis, você poderá ter um controle permanente e eficiente da 
gestão do Patrimônio da sua empresa, obtendo informações 
econômicas, financeiras ou de outra natureza, quando precisar. 
Conceitos de Contabilidade
A Contabilidade constitui, como já citado, um dos conhe-
cimentos mais antigos de que se tem notícia. A importância 
desse ramo do conhecimento para o progresso dos negócios é 
indiscutível, pois não se pode imaginar uma entidade, pública 
ou privada, desprovida de contabilidade.
Essa área apresenta termos técnicos que chamamos de ter-
minologia ou nomenclatura, que são essenciais na linguagem 
comercial. É a linguagem que o administrador precisa conhecer 
e se familiarizar. Por isso, muitos autores desenvolvem defini-
ções próprias sobre o que se entende por Contabilidade e, ao 
analisarmos, poderemos formar um enunciado que nos dará a 
noção exata de o que é contabilidade.
A contabilidade estuda e pratica as funções de orientação 
e controle de todos os atos e fatos administrativos, mantendo 
assim um controle permanente do seu patrimônio.
16CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A palavra contabilidade deriva do latim computare (contar, 
computar, calcular). Apesar disso, não se deve confundir con-
tabilidade com matemática, pois o profissional de contabilidade 
não precisa conhecer matemática na sua profundidade, mais 
sim, trabalhar com cálculos e operações básicas da matemática.
Podemos também definir a contabilidade como uma ci-
ência social que tem por objetivo medir, para poder INFOR-
MAR, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio 
de quaisquer entidades. Constitui um instrumento para gestão 
e controle das entidades, além de representar um sustentáculo 
da democracia econômica, já que, por seu intermédio, a socie-
dade é informada sobre o resultado da aplicação dos recursos 
conferidos a entidades.
Já, segundo Ribeiro (2010), a contabilidade é uma ciência 
que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle perma-
nente do Patrimônio das empresas.
A definição de contabilidade segundo Franco (1997) é: 
“Ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, 
mediante registro, a demonstração expositiva e a interpretação 
dos fatos nela ocorridos, com o fim de oferecer informações 
sobre sua composição e suas variações, bem como resultado 
econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”.
Para Crepaldi (2004), é o ramo da contabilidade que tem 
por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de 
empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada 
para melhorar a utilização dos recursos econômicos da empresa, 
através de um adequado controle de insumos efetuado por um 
sistema de informação gerencial.
A contabilidade é indispensável para que a empresa realize 
negócios e, nesse aspecto, se apresenta como o grande pilar na 
veracidade da informação e, consequentemente, na credibilidade 
da companhia perante o mercado, investidores e pessoas que 
se valem dessas informações para algum fim.
17CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Portanto, podemos dizer o que a contabilidade é a ciência 
que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que 
nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no 
final de cada exercício social o resultado obtido e a situação 
econômico-financeira da entidade. (FABRETTI, 1997).
Funções e áreas de atuação da contabilidade
As maiores funções da contabilidade são:
• Função administrativa: controlar o patrimônio
• Função Econômica: nas empresas, consiste em apurar o 
lucro ou prejuízo, ou seja, calcular o resultado econômico 
apresentado em determinado período.
Dentre alguns autores, podemos citar os seguintes conceitos:
Franco (1997, p.19), que a função da contabilidade “é re-
gistrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os 
fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objeti-
vando fornecer informações, interpretações e orientação sobre 
a composição e as variações do patrimônio, para a tomada de 
decisões de seus administradores”.
Crepaldi (1995, p. 24) porsua vez diz que “a contabili-
dade é um dos principais sistemas de controle e informação 
das empresas. Com a análise do balanço patrimonial e da 
demonstração do resultado do exercício é possível verificar a 
situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como: 
análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de 
capitais próprios e de terceiros, os bancos, as financeiras, aos 
clientes, etc.”.
Essas informações são indispensáveis à orientação admi-
nistrativa, permitindo maior eficiência na gestão econômica 
e financeira da entidade e no controle de bens patrimoniais.
18CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Favero et All (1997, p. 13) fala da função da contabilidade 
e diz que é “analisar, interpretar e registrar os fenômenos que 
ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas bus-
ca demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios 
(Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das 
Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros 
ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração 
de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações 
sobre o comportamento dos negócios para a tomada de decisões”.
Noble (1956, p. 08) fala que é “registrar, analisar e clas-
sificar e sintetizar as atividades e os efeitos dessas atividades 
para cada empreendimento comercial”.
Fundamental é sem dúvida a função de fornecer elemen-
tos para a correta gestão do negócio, permitindo tomada de 
decisões eficazes. (Lembrar a diferença: eficiência é fazer bem 
feito; eficácia é fazer o que tem que ser feito, da forma possível 
e no momento certo). (FABRETTI, 1997)
A partir dos autores citados acima podemos então dizer 
que as principais funções da Contabilidade são: registrar, or-
ganizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações 
do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social 
que a empresa exerce no contexto econômico. De uma forma 
resumida podemos explicar cada função assim:
a. Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser re-
presentados em valor monetário; 
b. Organizar: um sistema de controle adequado à empresa; 
c. Demonstrar: com base nos registros realizados, expor 
periodicamente por meio de demonstrativos, a situação 
econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
d. Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com 
a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela 
empresa; 
19CONTABILIDADE EMPRESARIAL
e. Acompanhar: a execução dos planos econômicos da em-
presa, prevendo os pagamentos a serem realizados, as 
quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para 
eventuais problemas. 
A atuação da contabilidade é bem ampla. Para entender 
melhor as áreas de sua atuação seguem abaixo de maneira geral 
onde ela pode atuar:
• Contabilidade Fiscal: auxilia na elaboração de infor-
mações para os órgãos fiscalizadores, do qual depende 
todo o planejamento tributário da entidade, basicamente 
serve para atender a legislação fiscal do país, em todas 
as esferas governamentais, municipal, estadual e federal.
• Contabilidade Pública: é o principal instrumento de 
controle e fiscalização que o governo possui sobre todos 
os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de 
orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a 
Contabilidade pública registrar as transações em função 
deles, atuando como instrumento de acompanhamento 
dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta 
magna da legislação financeira do País, determina nor-
mas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos 
e balanços públicos. 
• Contabilidade Gerencial: auxilia a administração na 
otimização dos recursos disponíveis na entidade, através 
de um controle adequado do patrimônio, está voltada para 
o processo de gestão da entidade, municiando os gestores 
com informações e dados relevantes e fundamentais para 
uma adequada tomada de decisões. 
• Contabilidade Financeira: elabora e consolida as de-
monstrações contábeis para disponibilizar informações 
aos usuários externos. 
20CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Contabilidade e Auditoria: compreende o exame de 
documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de 
informações, internas e externas, relacionadas com o 
controle do patrimônio, objetivando mensurar a exati-
dão destes registros e das demonstrações contábeis deles 
decorrentes. 
• Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais 
ou extrajudiciais sobre organizações com problemas fi-
nanceiros causados por erros administrativos. 
• Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora 
análises, através dos relatórios contábeis, que devem de-
monstrar a exata situação patrimonial de uma entidade. 
• Contabilidade Ambiental: informa o impacto do fun-
cionamento da entidade no meio ambiente, avaliando 
os possíveis riscos que suas atividades podem causar na 
qualidade de vida local. 
• Contabilidade Atuarial: especializada na Contabilida-
de de empresas de previdência privada e em fundos de 
pensão. 
• Contabilidade Social: informa sobre a influência do fun-
cionamento da entidade na sociedade, sua contribuição na 
agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
A primeira profissão regulamentada no Brasil
A contabilidade foi a primeira profissão regulamentada no Brasil. 
Ela surgiu com a criação do ensino comercial, em 1931, viabilizando 
os negócios e acelerando o desenvolvimento econômico. Porém, 
como não existia o curso superior de ciências contábeis, muitos 
profissionais não tinham conhecimentos teóricos e técnicos 
suficientes para detectar os problemas de uma empresa e 
recomendar suas soluções. Visando a solucionar isso, foi criado em 
1945 o curso de Ciências Contábeis, que disponibilizava à sociedade 
um profissional capaz de compreender as questões técnicas, 
científicas e econômicas que determinavam a resolução de tais 
problemas de forma mais eficaz.
Assim, a contabilidade passou a dar mais respaldo aos gestores e 
profissionais de cargos administrativos para proporcionar a “saúde 
financeira” de seus empreendimentos.
(Fonte: http://www.contabeis.com.br/artigos/827/o-contador. Acesso em 20 nov. 2017).
21CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Profissional Contábil
É o profissional que se dedica à atividade contábil. Esse 
profissional, deve possuir um perfil muito diferente daquele 
que ficou conhecido como “guarda-livros”, que simplesmente 
exercia funções burocráticas e fiscais. 
O profissional contábil para o novo milênio é aquele que 
possui características dinâmicas, ou seja, domine a matéria 
técnica, atualizando-se constantemente; esteja aberto às di-
versidades e mudanças; tenha conhecimento sobre tecnologia 
da informação e microinformática; tenha formação multidis-
ciplinar, além de possuir responsabilidade social e ecológica, 
agindo sempre com ética.
Conforme Santos (2014), o profissional contábil precisa se 
adaptar e assumir o papel de gestor da informação e utilizar seus 
métodos para interferir no processo decisório da empresa. A 
gestão de processos e habilidades é imprescindível ao contador, 
pois além de dominar a economia mundial, deverá conhecer 
profundamente o processo de gestão da empresa, tomando 
decisão em um mundo diversificado e interdependente.
Marion (2012), complementa afirmando que, o profissional 
contábil gerencia todo o sistema de informação, os bancos de 
dados que propiciam tomada de decisões tanto dos usuários 
internos como externos. Toda a sociedade espera transparência 
dos Informes Contábeis, resultados não só de competência 
profissional, mas, simultaneamente, de postura ética.
Hoje o mercado, não busca apenas mais um profissional 
responsável apenas por fazer as contas da empresa ou apurar 
seus impostos, mas sim, querem um profissional que saiba de-
senvolver seu trabalho com raciocínio, lógica, planejamento e 
estratégia. O título contabilista se deve ao fato de a profissão, 
ao ser regulamentado pelo Decreto-lei no. 9.295/46 O profis-
sional tem a formação para exercer a contabilidade.Dentre às 
competências a ele relacionadas, pode escolher ser:
22CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Técnico em Contabilidade – São os contabilistas que se 
formam em nível médio, ou seja, nos cursos técnicos de con-
tabilidade.
Contador – São os contabilistas que se formam em nível 
superior, como bacharel em Ciências Contábeis.
Tanto um quanto o outro só poderão exercer a profissão se 
estiverem devidamente registrados em seu Conselho Regional 
de Contabilidade, sob pena de serem punidos por exercício 
ilegal da profissão.
A Contabilidade na Administração das 
Empresas
A necessidade da utilização de ferramentas eficientes e que 
possam resultar em informações integradas sobre a entidade se 
torna cada vez mais imprescindível para os administradores de 
todas as etapas e processos das atividades organizacionais. Ou 
seja, Lunkes (2007, p. 31) relata que o sistema de informação 
“é uma série de elementos ou componentes inter-relacionados 
que coletam (entradas), registram, armazenam (processo) e 
disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um 
mecanismo de retroalimentação”.
A Contabilidade possui um vocabulário específico e prin-
cípios fundamentais para registrar as informações contábeis, 
servindo como um instrumento de análise, gerência e decisão, 
utilizando-se das suas demonstrações para o gerenciamento 
e planejamento estratégico das entidades e para informar aos 
administradores a situação econômica – financeira da empresa, 
de modo a auxiliar na tomada de decisões, detectar as melhores 
oportunidades de negócios, possibilitando a obtenção de maior 
lucro e a redução de despesas desnecessárias.
Através dessa troca de informação, o administrador terá 
as informações necessárias para poder atuar com competência 
na execução da atividade operacional.
23CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Usuários das Informações Contábeis
A Contabilidade pode ser considerada como “sistema de 
informação destinado a prover seus usuários de dados para 
ajuda-los a tomar decisões”. (MARION, 2012, p. 27). O au-
tor a partir disso diz que usuário é “qualquer pessoa (física ou 
jurídica) que tenha interesse em conhecer dados (normalmente 
fornecidos pela contabilidade) de uma entidade”. (MARION, 
2012, p. 27).
A coleta (obtenção), o registro e a sumarização da infor-
mação econômica visam fundamentar o processo decisório de 
todas as pessoas relacionadas com as entidades, tais como os 
administradores, os investidores, o Governo, os empregados, 
os financiadores e toda a sociedade, ou seja, aqueles que cons-
tituem os agentes econômicos internos e externos.
De acordo com o objetivo de cada usuário quanto à decisão 
de investimentos ou financiamentos, distribuição de resultados, 
entre outros, existe uma demanda diferenciada de informações 
contábeis. Por esse motivo, podemos dividir os usuários da 
informação do seguinte modo:
Externamente, os maiores interessados são investidores, 
credores e governo. Para os investidores, os relatórios contá-
beis mostram a situação econômico-financeira da empresa, o 
resultado de um determinado período e outras informações, 
tais como os investimentos efetuados e o que lhes cabe em 
termos de dividendos. Evidentemente, essas e outras informa-
ções lhes possibilitam conhecer as vantagens e desvantagens de 
seu investimento e decidir sobre a conveniência de mantê-lo, 
desfazer-se dele ou aumentá-lo.
O interesse dos credores é evidente. São, também, através 
das demonstrações contábeis que eles decidem sobre a con-
veniência de emprestar ou não recursos para as empresas. As 
demonstrações contábeis dão uma boa ideia da capacidade da 
empresa de gerar recursos suficientes para a liquidação de seus 
compromissos nos prazos estabelecidos.
24CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Geralmente, os usuários são classificados como:
a. Internos: são as pessoas internas à entidade (gerentes, 
diretores, administradores, funcionários em geral). Os 
usuários internos usam a contabilidade para ajudar no 
processo de tomada de decisão. Entre as diferentes situ-
ações em que é possível utilizar a contabilidade, citamos 
a situação na qual o administrador está estudando a 
viabilidade de uma filial. Por meio da mensuração do 
resultado pela contabilidade, será possível determinar o 
fechamento (ou não) dessa filial.
b. Externos: são pessoas externas à empresa (acionistas, 
instituições financeiras, fornecedores, governo, sindicatos) 
que utilizam as informações contábeis para o processo 
decisório. Entretanto, ao contrário dos usuários internos, 
o acesso às informações é mais limitado, por possuir me-
nor possibilidade de obter informações sobre a entidade. 
(SILVA, 2007).
A figura a seguir mostra a contabilidade e seus usuários:
A seguir iremos falar um pouco de tipo e perfil dos prin-
cipais usuários das informações contábeis.
• Acionista controlador, sócios e quotistas: São pessoas com 
interesse na rentabilidade e segurança de seus investi-
mentos, que na maioria das vezes se mantêm afastadas da 
direção das empresas. Esse grupo de usuário irá avaliar 
o retorno do capital comparado com o risco, valorização 
da empresa, lucro e dividendos. O controlador observará 
em quantos anos retornará seu dinheiro investido na 
empresa e o desempenho de toda a gestão.
Fornecedores
Investidores
Funcionários
Concorrentes
Governos Outros
Órgãos de Classe
Sindicatos
Bancos
Fonte: Adaptado de Marion (2012) 
25CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Administradores: são os agentes responsáveis pelas toma-
das de decisões dentro de cada entidade a que pertencem. 
Elas são realizadas através de ferramentas de gestão, no 
sentido de atingir o retorno do capital e dos ativos, oti-
mização dos gastos realizados, otimização das decisões 
futuras, lucratividade do mix de produtos e participação 
nos lucros.
• Financiadores: são os bancos, emprestadores de dinheiro, 
capitalistas que tem como principal finalidade é a ren-
tabilidade e segurança de retorno de seus investimentos. 
Portanto a sua preocupação é com a capacidade de pa-
gamento e grau de endividamento.
• Governo e economistas governamentais: são os usuários 
que exercem o poder de tributar e arrecadar impostos, 
taxas e contribuições, além da formulação de diretrizes 
da política econômica e das atividades do Judiciário e de 
agências reguladoras.
• Acionista minoritário: aquele que se preocupa com o 
f luxo regular de dividendos e valorização da empresa.
• Empregados: são usuários internos e eles sabem se a 
empresa tem capacidade de pagamento seus salários e 
se eles têm perspectivas de crescimento da empresa e 
participação nos lucros.
As informações contábeis para os vários tipos de usuários 
possuem duas finalidades:
1. Controle: Além de uma boa gestão pelas informações, 
o controle é fundamental para evitar fraudes, desvios, 
furtos.
2. Planejamento: Através das informações contábeis extraí-
das das Demonstrações Financeiras e relatórios gerenciais, 
traçar planos para o futuro da organização e garantir o 
retorno desejado pelos acionistas.
26CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Objetivos da contabilidade
A contabilidade auxilia no processo de tomada de decisões 
pela administração através de um fluxo contínuo de informações 
sobre os mais variados aspectos da gestão econômico-financeira 
da empresa. De modo geral, essas informações são geradas 
pelo que se convencionou chamar de contabilidade gerencial.
Seu grande produto é o provimento de informações para 
planejamento e controle, evidenciando informações referentes à 
situação patrimonial, econômica e financeira de uma empresa.
A finalidade principal da contabilidade, segundo Marion 
(2012, p. 28) é “permitir a cada grupo principal de usuários 
(pessoa física ou jurídica) a avaliação da situação econômica e 
financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer 
inferências sobre suas tendências futuras”.
Objeto da contabilidade
O Patrimônio é o objeto da contabilidade. De acordo com 
Carneiro (1960, p. 21), “é o patrimônio, sobre o qual se exerce 
a administração econômica, nosentido da sua permanência e 
produtividade, cujo conjunto constitui a azienda”.
Crepaldi (1995, p. 20) diz também que o objeto da conta-
bilidade “é o patrimônio. Tendo como premissa básica o fato 
de o patrimônio empresarial não ser estático, alterando-se a 
cada operação, e sabendo que o volume de transações requer 
um controle próprio”.
Nesse sentido podemos definir patrimônio como “um 
conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa, ava-
liado em moeda” (RIBEIRO, 2010, p. 15). É sobre ele que se 
exercem as funções contábeis para o alcance de suas finalidades.
27CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A Resolução 774 de 16 de dezembro de 1994 do Con-
selho Federal de Contabilidade (2000, p.30) estabelece que 
“na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma 
Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obri-
gações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a 
um conjunto de pessoas, como ocorre sociedades informais, 
ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, in-
dependentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir 
lucro”. Na verdade, o patrimônio é estudado em seus aspectos 
qualitativos e quantitativos, e a própria Resolução refere que, 
por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza 
dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a re-
ceber, ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de 
materiais ou de mercadorias, etc.
Regimes contábeis 
Iudícibus (2010), destaca que para se garantir com emba-
samento seguro na tomada de decisões, a contabilidade se vale 
dos chamados Regimes Contábeis.
A Contabilidade, para registrar os fatos contábeis, utiliza-
-se da escrituração, que pode ser processada por dois regimes 
distintos:
• Regime de Caixa
• Regime de Competência
Regime de competência
O regime de competência é adotado pela Contabilidade 
das empresas, visando a dotá-las de uma fiel expressão mo-
netária de todos os seus Bens, Direitos e Obrigações repre-
sentativas da Estrutura Patrimonial. A adoção desse regime é 
consubstanciada na Lei das SAs. Lei 6.404/76, em seu artigo 
177, e no & 1º do artigo 187. Por esse regime, as receitas e os 
rendimentos ganhos no período, independentemente de seu 
28CONTABILIDADE EMPRESARIAL
recebimento, serão lançadas no momento em que incorrem. 
Os custos e despesas independem do seu pagamento, deverão 
ser reconhecidos pelo regime de competência (no dia e mês 
que acontecerem e não pelo seu pagamento).
O Regime de Competência estabelece que as receitas e 
gastos sejam contabilizados como tais no período da ocorrência 
do seu fato gerador, não quando são recebidos ou pagos.
Regime de caixa
O regime de Caixa consiste, assim, em classificar e reco-
nhecer operações de uma pessoa jurídica pelo efetivo Ingresso 
e Desembolso de Bens Numerários. Mais precisamente, sua 
adoção está, a rigor, voltada ao Fluxo Financeiro, ou FLUXO 
DE CAIXA de seu empreendimento.
O princípio da Competência dos Exercícios determina o 
Regime de Competência para escrituração contábil no Brasil. 
Outro princípio, fundamental na gestão é o Princípio da En-
tidade. Esse princípio determina que o Patrimônio da empresa 
não se confunda com o Patrimônio dos sócios.
A revisão dos conceitos apresentados neste capítulo funda-
menta as bases para e entendimento da contabilidade e permite 
ao interessado a compreensão dos próximos capítulos que serão 
apresentados. 
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Para se conhecer o resultado de um exercício, é preciso 
confrontar o total das despesas com o total das receitas 
correspondentes ao respectivo exercício. É o regime contábil 
a ser adotado que definirá que despesas e receitas deverão 
ser consi Assim, são dois os regimes contábeis conhecidos 
que disciplinam a apuração do Resultado do Exercício: 
Regime de Caixa e Regime de Competência.
Regime de Caixa
Na apuração do resultado do Exercício devem ser 
consideradas todas as despesas pagas e as receitas 
recebidas no respectivo exercício, independentemente da 
29CONTABILIDADE EMPRESARIAL
data da ocorrência de seus fatos geradores. Em outras 
palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do 
resultado as despesas e as receitas que passaram pelo Caixa.
O Regime de Caixa somente é admissível em entidades sem 
fins lucrativos, em que os conceitos de receita de despesa 
se identificam, algumas vezes, com os de recebimento e 
pagamento.
Regime de Competência
Desse regime decorre o Princípio da Competência de 
Exercícios, e por ele serão consideradas, na apuração do /
resultado do Exercício, as despesas incorridas e as receitas 
realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas 
ou recebidas.
De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou 
receitas passaram pelo Caixa (pagas ou recebidas); o que 
vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores.
Nas entidades com fins lucrativos – empresas - são 
fundamentais os conceitos de custo e de receita, que 
envolvem o regime de competência, pois a elas não importa 
o que foi pago ou recebido, mas o que foi consumido e 
recuperado para apuração do resultado do exercício.
(Fonte: http://prosgi.com.br/Regimes/Regimes.htm. Acesso em 30 nov. 2017)
30CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Síntese
Nessa unidade entendemos é o que a contabilidade, seu 
conceito, quem a utiliza, de que de forma ela é aplicada no 
nosso dia a dia, seu objeto e objetivo e o papel do contabilis-
ta. Descobrimos que contabilidade é a ciência que estuda e 
controla o patrimônio das empresas, por fim compreendemos 
que existem dois regimes contábeis, o regime de caixa e o de 
competência.
31CONTABILIDADE EMPRESARIAL
ATIVIDADES
1) O que é Contabilidade?
2) Como poderá ser constituído o Capital Inicial de uma 
empresa?
3) Quais são as operações mais comuns que provocam 
movimentação no Patrimônio da empresa?
4) O principal objetivo da empresa é:
( ) prestar serviço à coletividade.
( ) vender Mercadorias.
( ) pagar impostos.
( ) avaliar a situação financeira da entidade.
5) São usuários da Contabilidade:
( ) Fornecedores, Clientes e estoques.
( ) Dinheiro, bancos e Governo.
( ) Mercadorias, Patrimônios e empresas.
( ) Fornecedores, Clientes, bancos, administradores.
6) Uma característica do Regime de Competência é: 
( ) Recebimento de Receita.
( ) Saída de dinheiro do caixa.
( ) Pagamento de Despesa.
( ) Consumo de Despesa.
7) Regime de Competência é aceito: 
( ) Somente pelo fisco.
( ) Somente pelos contabilistas.
( ) Pelo fisco e pelos contabilistas.
( ) É optativo.
8) A empresa vendeu $ 15 milhões, só recebendo $ 5 milhões; 
teve como despesa do resultado $ 12 milhões, só pagando $ 1 
milhão. Os resultados pelos Regimes de Competência e Caixa 
são, respetivamente: 
( ) 3.000.000 e 4.000.000. 
( ) 4.000.000 e 5.000.000. 
( ) 5.000.000 e 6.000.000. 
( ) 5.000.000 e 1.000.000.
32CONTABILIDADE EMPRESARIAL
NORMAS 
BRASILEIRAS DE 
CONTABILIDADE 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) 
constituem-se num conjunto de regras e 
procedimentos de conduta que devem ser 
observados como requisitos para o exercício 
da profissão contábil, bem como os conceitos 
doutrinários, princípios, estrutura técnica e 
procedimentos a serem aplicados na realização 
dos trabalhos previstos nas normas aprovadas por 
resolução emitidas pelo CFC.
Nesta segunda unidade, serão trabalhados os princípios de 
Contabilidade e Normas Brasileiras, conceituando-as, também 
abordaremos os aspectos da estrutura conceitual básica de 
Contabilidade. Será ampliado o estudo sobre o patrimônio, 
demonstrando como ele é estruturado e avaliado dentro da 
contabilidade.
33CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Princípios de contabilidade e normas 
brasileiras de contabilidade
Os Princípios Contábeis do Brasil foram estabelecidos 
pelo Conselho Federal de Contabilidade pela resolução CFC 
750/93 e aperfeiçoados pela resolução CFF 774/94.
Os Princípios Contábeis são as premissas básicas acerca 
dos fenômenos e eventos contempladospela Contabilidade. O 
principal campo de atuação da Contabilidade é constituído pelas 
empresas e procura captar e evidenciar as variações ocorridas 
na estrutura patrimonial e financeira, em face das decisões da 
administração e também das variações exógenas que escapam 
ao controle e ao poder de decisão da administração. No âmbito 
dessa realidade, o observador analisa as características do siste-
ma e chega a certas conclusões quanto ao seu funcionamento. 
Tais conclusões, se aceitas pela classe contábil, tornam-se os 
princípios, que têm a incumbência de proceder a uma nova 
análise da situação e modificar, adaptar ou mesmo substituir 
os princípios originais.
Um princípio para ser considerado como aceito deverá ser 
considerado praticável e objetivo pelo consenso profissional e 
deve ser considerado útil, ou seja, deverá ter vencido o teste da 
praticabilidade (relação custo x benefício).
O importante é salientar que a observância dos Princípios 
Contábeis é obrigatória no exercício da profissão e constitui 
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Conta-
bilidade.
Para entendermos melhor os princípios, vamos classificá-los 
em três categorias, os quais são elas:
• Princípios Contábeis: constituem o núcleo central da 
estrutura contábil, delimitam como a profissão irá se 
posicionar diante da realidade social, econômica e ins-
titucional admitida pelos postulados.
• Restrições aos princípios contábeis fundamentais - Con-
venções: determinam certos condicionamentos de apli-
cação, numa ou noutra situação prática.
34CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Postulados ambientais da contabilidade: anunciam con-
dições sociais, econômicas e institucionais dentro das 
quais a Contabilidade atua, embasando-a para assumir 
esta ou aquela postura diante de um fato. Sendo que 
todas as categorias se complementam.
Os Princípios Fundamentais da Contabilidade
Os princípios fundamentais da Contabilidade são:
Princípio da Entidade: Conforme menciona o Artigo 
4º da Resolução 750/93, o Princípio da Entidade reconhece 
o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a au-
tonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um 
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, 
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de 
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou 
finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nessa 
acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus 
sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Ou 
seja, o patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é 
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios não 
resulta em uma nova Entidade, mas numa unidade de natureza 
econômica-contábil.
Reconhece o patrimônio como objetivo da contabilidade.
Princípio da Continuidade: Os procedimentos de conta-
bilização dos fatos que ocorrem nas empresas devem sempre 
considerar a continuação das atividades por período indeter-
minado, exceto se houver evidência em contrário.
Conforme dispõe o Artigo 5º da Resolução 750/93 do 
CFC, a continuidade ou não da Entidade, bem como, sua 
vida definida ou provável, devem ser consideradas quando as 
classificações e avaliação das mutações patrimoniais, quanti-
tativas e qualitativas.
35CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A continuidade inf luencia o valor econômico dos ativos 
e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, 
especialmente quando a extinção da Entidade tem prazo de-
terminado, previsto ou previsível.
A observância do Princípio da continuidade é indispensável 
à correta aplicação do Princípio da competência, por efeito de 
se relacionar diretamente à quantificação dos componentes 
patrimoniais, à formação do resultado e de constituir dado im-
portante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.
São as diferenças as situações pelas quais passam o patri-
mônio. A continuidade da contabilidade é um aspecto a ser 
observado cuidadosamente para que se tenha um controle da 
situação. Mutação do patrimônio quantitativamente ou qua-
litativamente.
Princípio da Oportunidade: Conforme enunciado no Ar-
tigo 6º da Resolução 750/93 do CFC, é a exigência do registro 
e do relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de 
uma empresa quando elas ocorrem. O princípio da Oportuni-
dade é a base indispensável à fidedignidade das informações 
sobre o patrimônio das empresas. Esse princípio se refere si-
multaneamente à tempestividade e à integração do registro do 
patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja 
feito de imediato e com a extensão correta, independentemente 
das causas que as originam.
Princípio da Competência: As receitas e despesas devem 
ser incluídas na apuração de resultado do período em que 
ocorrem, sempre simultaneamente, quando se correlacionam, 
independentemente de recebimento ou pagamento.
As receitas de um exercício são aquelas ganhas nesse pe-
ríodo, não importando se tenham sido recebidas ou não. Os 
gastos de um exercício são aqueles incorridos nesse período, 
não importando se tenham sido pagos ou não. Ou seja, os 
fatos que acontecem na empresa são contabilizados na data 
36CONTABILIDADE EMPRESARIAL
a que se referem, independente do seu efetivo pagamento ou 
recebimento financeiro.
Princípio do Registro pelo Valor Original: Quanto ao 
art. 7º da Resolução 750/93, os componentes do patrimônio 
devem ser registrados pelos fatores originais das transações, 
expressos o valor presente na moeda do País. Isso é, a avalia-
ção dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos 
valores de entrada.
Do Denominar Comum Monetário: está assentado em 
duas disposições básicas:
a. a unidade de medida contábil é a moeda, no caso do Brasil, 
atualmente o Real. Dessa forma, só serão registráveis os 
fatos mensuráveis em valor monetário.
b. a unidade monetária é homogênea no tempo, ou seja, a 
Contabilidade não reconhece, ou só reconhece parcial-
mente, em alguns casos, as variações do poder aquisitivo 
da moeda.
Normas Brasileiras de Contabilidade
Segundo o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), as 
normas brasileiras de contabilidade (NBC) e a sua importância 
são de aderir e conhecer o básico das normas nacionais de con-
tabilidade, que é a base para estar em dia e fugir de eventuais 
penalidades fiscais.
Conhecido pela sigla CFC, esse conselho tem o intuito 
de orientar, normatizar e fiscalizar as atividades contábeis, 
associando-se aos conselhos regionais que se ocupam de ques-
tões locais. Essa entidade pública é responsável pelas normas 
nacionais referentes ao tema e também por garantir que os 
padrões brasileiros estejam em consonância com os padrões 
utilizados internacionalmente.
Para que a empresa tenha um desempenho financeiro 
sólido, é preciso estar em dia com as questões contábeis exi-
gidas em cada caso, evitando os problemas burocráticos e as 
37CONTABILIDADE EMPRESARIAL
penalidades associadas – estas podem realmente botar a perder 
todos os bons resultados que você obteve (ou está obtendo) 
na produção ou venda de um produto ou serviço. É claro que 
os pormenores do assunto ficam a cargo de seu contador ou 
da empresa contratada especificamente para a atividade, mas 
convém ter uma noção básica sobre o tema para não ficar no 
escuro nesse quesito.
A contabilidade, ciência social, que se aprofunda no pa-
trimônio de entidades dos diversos tipos, é responsável pelo 
registro de questões econômico-financeiras de sua empresa. 
Com base nesses dados, são feitas as escriturações, demonstra-
ções, auditorias e análises que ajudam a aprimorar e ter maior 
controle sobre o desenvolvimento de suas atividades.
Portanto, as normas brasileiras de contabilidade são um 
conjunto de regras e procedimentos que devem ser observa-
dos no exercício dessa função, além de outras determinações 
e conceitos que devem ser aplicados nos trabalhos previstos, 
conforme estipulado pelo CFC. Alinhadas às normas emitidas 
pelo Conselho Internacional de Padrões de Contabilidade (o 
IASB,na sigla em inglês), elas compreendem ainda as inter-
pretações e comunicados técnicos locais e podem ser aplicadas 
a aspectos profissionais ou técnicos.
Divididas de acordo com as funções contábeis, as normas 
podem ser gerais (válidas a todos os profissionais da área) ou 
destinadas aos diferentes tipos de atuação profissional: auditores 
independentes, auditores internos e peritos contábeis.
As normas, por sua vez, se dividem em completas, simpli-
ficadas ou específicas. As completas são aquelas que se baseiam 
nos documentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Con-
tábeis), numeradas de 00 a 999; as simplificadas se destinam 
às empresas de pequeno e médio porte a partir também dos 
pronunciamentos do CPC e das instruções e comunicados do 
CPC, e são numeradas de 1000 a 1999; enquanto as normas 
específicas se destinam a entidades, atividades e assuntos que 
fogem às regras gerais.
38CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Cada uma das diferentes implicações contábeis também 
conta com normas específicas, atingindo as seguintes ativida-
des: setor público, auditoria de informações históricas, revisão 
de informações, asseguração de informações não históricas, 
serviços correlatos, auditoria interna, perícia e auditorias gover-
namentais. Como é possível verificar, a contabilidade é mesmo 
uma ciência que carrega complexidades bastante pontuais e 
que merece todo o cuidado e estudo por parte de profissionais 
especializados para ser corretamente aplicada à realidade de 
sua empresa.
Interpretações e comunicados técnicos
As interpretações técnicas têm o intuito de esclarecer a 
aplicação das NBC, estabelecendo as regras e procedimentos 
que devem ser seguidos em situações específicas, mas sem 
alterar as disposições das normas. Já os comunicados técnicos 
servem para esclarecer assuntos contábeis e estabelecer também 
as regras e procedimentos pertinentes, levando em conta os in-
teresses da área e as demandas da sociedade à que se destinam. 
A contabilidade é, portanto, uma grande área do conhe-
cimento e, ao mesmo tempo, uma ciência de aplicação prática 
bastante notável. É importante o empreendedor ter essa noção 
para evitar se aventurar, sem o devido preparo e/ou orientação, 
a lidar com as questões contábeis de sua empresa.
39CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Aspectos sobre a estrutura básica da 
contabilidade
 A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, defini-
da pelo CFC, representa um estudo profundo doutrinário sobre 
a estrutura para elaboração das demonstrações contábeis, elas 
são as bases dos relatórios contábeis que servem de subsídios 
para os contabilistas e gestores tomarem as decisões sobre os 
seus negócios.
 As Demonstrações Contábeis são:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado do Exercício;
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
• Demonstração do Valor Adicionado;
• Demonstração do Fluxo de Caixa;
• Notas Explicativas e quadros Complementares.
Nas Demonstrações Contábeis não se incluem:
• Relatório da Administração;
• Análises Gerenciais;
• Relatórios do Presidente.
A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade possui 
características qualitativas das demonstrações contábeis, que 
são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis 
para os usuários, que são:
• Compreensibilidade – entendimento da informação pelo 
usuário;
• Relevância – quando podem influenciar as decisões eco-
nômicas dos usuários;
• Materialidade – é material se sua omissão ou distorção 
puder inf luenciar as decisões econômicas dos usuários 
40CONTABILIDADE EMPRESARIAL
(Estoque agrupado, Contas a Receber);
• Confiabilidade – informação confiável, livre de viés 
(contingências);
• Representação Adequada – a informação deve representar 
adequadamente as transações e outros eventos que 
ela diz representar;
• Primazia da Essência sobre a Forma – as transações e 
eventos devem ser contabilizados e apresentados de acordo 
com a sua substância econômica, e não meramente sua 
forma legal (venda com compromisso de recompra);
• Neutralidade – a informação deve ser imparcial, neutra 
(sem viés);
• Prudência – consiste num certo grau de precaução 
das demonstrações contábeis:
• Ativos e Receitas não são superestimados;
• Passivos e Despesas – Não sejam subestimados;
• Não se permite: criação de reservas ocultas (pro-
visões excessivas); subavaliação de liberada de ativos 
ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou 
despesas, pois assim as demonstrações deixariam de ser 
neutras e, portanto, não seriam confiáveis.
• Comparabilidade – os usuários podem comparar 
as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo 
do tempo, a fim de identificar na sua posição patrimo-
nial e financeira e no seu desempenho, mensuração de 
modo consistente;
• Limitações na Relevância e na Confiabili-
dade das Informações Tempestividade – quando 
há demora na divulgação da informação, é possível 
que ela perca a relevância;
• Equilíbrio entre Custo e Benefício – os benefícios decor-
rentes da informação devem exceder o custo de produzi-la;
41CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Equilíbrio entre Características Qualitativas – é necessá-
rio um balanceamento entre as características qualitativas;
• Visão Verdadeira e Apropriada.
Patrimônio
No capítulo 1 falamos que o objeto da Contabilidade é o 
patrimônio, aqui iremos ampliar esse assunto. Segundo Ribeiro 
(2010), o Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obri-
gações de uma pessoa física ou jurídica, avaliado em moeda. 
Sendo assim, podemos imaginar o Patrimônio de uma empresa 
ou de uma pessoa física como sendo:
Podemos classificar pessoa física e pessoa jurídica da se-
guinte forma:
Pessoa Física: é o homem em si, a pessoa natural, o cida-
dão, cada um de nós.
Pessoa jurídica: é a empresa, entidade, firma, formada por 
pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos.
Bens
 São todas as coisas suscetíveis de avaliação monetária, que 
têm a qualidade de satisfazer às necessidades humanas. São de 
boa duração e pertencem ao titular do Patrimônio.
Segundo Ribeiro (2000, p. 15), são todas as coisas capazes 
de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação 
econômica.
Patrimônio= bens, direitos e obrigações
42CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Os bens podem ser classificados em:
• Tangíveis: têm como característica básica sua própria 
existência como coisa útil, independentemente do meio 
em que se situam. São bens materiais.
Exemplo: veículo pertencente à empresa.
Classificamos também os imóveis, os maquinários, as 
matérias-primas, etc., como bens tangíveis que integram o 
patrimônio de uma pessoa física ou jurídica.
• Intangíveis: a principal característica de um bem in-
tangível é sua existência como coisa, sendo ele um bem 
imaterial, pois ele não possui matéria mais assume um 
valor no contexto do Patrimônio da empresa ou entidade.
Exemplo: Marcas e patentes. (Marca da empresa, Apple)
Direitos
São créditos que o titular do Patrimônio possui perante 
terceiros. São os valores representados por títulos de créditos, 
podendo citar esses direitos como todos os valores que o ti-
tular possui em mãos de terceiros tendo o direito a recebê-los 
posteriormente.
Segundo Ribeiro (2000, p. 17) constituem direitos para 
a empresa todos os valores que ela tem a receber de terceiros 
(clientes e inquilinos).
Exemplo: Duplicatas a receber de clientes.
Nos meios comerciais, são muito usadas tanto a expressão 
Bens materiais como Bens tangíveis (ambas com o mesmo 
significado); o mesmo ocorre para as expressões Bens 
imateriais e Bens intangíveis.
43CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Obrigações
São as dívidas que o titular do Patrimônio possui para 
com terceiros, ou seja, os compromissos assumidos por ele para 
liquidar em determinado período.
Conforme Ribeiro (2010, p. 18), constituem obrigações 
para a empresa todos os valores que ela tem a pagar para ter-
ceiros (fornecedores, proprietários de imóveis, empregados,Governo, bancos e etc.).
Exemplo: duplicatas a pagar a fornecedores.
Assim como qualquer pessoa física, uma pessoa jurídica 
também tem seus bens, direitos e obrigações. A contabilidade, 
em síntese, equaciona esses três fatores de modo a demonstrar 
a posição do patrimônio e das finanças de uma empresa.
A partir dessa equação e considerando que uma empresa 
pode ser caracterizada como um conglomerado de recursos 
econômicos (representados por bens e direitos), obtidos pela 
aplicação de fundos que foram fornecidos por seus proprietá-
rios e por terceiros, poderíamos representá-la graficamente da 
seguinte maneira:
No desempenho de suas atividades, as pessoas jurídicas 
podem contar com recursos provenientes de duas origens ou 
fontes: próprios e de terceiros.
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Bens
Máquinas
Veículos
Estoque
Dinheiro
Obrigações
(Capital de Terceiros)
Direitos
Títulos a receber
Depósitos em bancos
Patrimônio Líquido
(Capital Próprio)
44CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Recursos próprios: Trata-se do capital social inicial, que 
representa recursos próprios.
Recursos de Terceiros: A empresa utiliza recursos de ter-
ceiros, oriundos de empréstimos e financiamentos.
Exemplo:
Duas pessoas resolvem constituir uma empresa com Ca-
pital Social de R$ 40.000,00 em dinheiro. Para iniciar suas 
atividades foi necessário investir em bens imobilizados como 
móveis e utensílios no valor de R$ 10.000,00 adquiridos à vista 
e um veículo no valor de R$ 20.000,00, adquirido a prazo.
Com base nos dados acima, podemos elaborar o Balanço 
Patrimonial da empresa:
Assim, a equação patrimonial, que é a base da Contabili-
dade, na linguagem contábil, fica da seguinte forma:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicação de recursos) PASSIVO (origem dos recursos)
Bens Obrigações (Capital de Terceiros)
Caixa 
30.000,00
Fornecedores
20.000,00
Móveis e Utensílios 
10.000,00
Patrimônio Líquido
(Capital Próprio)
Veiculos 
20.000,00
Capital Social
40.000,00
Direitos
Total do Ativo 
60.000,00
Total do Passivo
60.000,00
(BENS + DIREITOS) = OBRIGAÇÕES
OU
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
45CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Para medir a riqueza de uma empresa não avaliamos ape-
nas por seus bens (máquinas, mobiliário, prédios, veículos). 
Muitas vezes, essa empresa pode ter dívidas (valores a pagar) 
com fornecedores, bancos, governo e quaisquer outros terceiros 
que superam o valor de seus bens e, nesse caso, não há riqueza 
líquida.
Uma informação fundamental apresentada pela Contabili-
dade é a avaliação do patrimônio da empresa e a quantificação 
de sua variação ao longo dos anos. De forma sintética, pode-se 
dizer que Balanço Patrimonial é formado por três componentes, 
a saber, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
Segundo Costa (2010, p. 54), o Patrimônio Líquido é a 
diferença algébrica entre o Ativo e o Passivo, e corresponde ao 
montante pertencente aos sócios ou proprietários da empresa. 
Ou seja, a posição financeira é refletida pela relação entre estes. 
O termo Balanço indica o equilíbrio entre eles, como pode ser 
demonstrado pela equação:
Componentes Patrimoniais
Ativo
Entende-se por ATIVO a aplicação de recursos da qual 
se espera a geração de benefícios econômicos futuros. Pode-se 
dizer, também, que o Ativo representa, de forma estática, os 
bens e os direitos da entidade, ou seja, tudo o que a empresa 
possui aplicado de recursos, quer em giro ou em capitais fixos. 
Ou seja, são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, 
avaliáveis em dinheiro, que representam benefícios presentes 
ou futuros para a empresa.
O termo ATIVO significa valores que estão sendo usados 
para aplicações nas atividades da empresa (Bens, Direitos)
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
ou
ATIVO ( - ) PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
46CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O Ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil 
de uma receita, pela obtenção de recursos com terceiros ou 
com sócios da entidade, ou pela venda de um outro ativo com 
lucro. Resumindo, ativo é onde são aplicados os recursos de 
uma empresa.
O pronunciamento Conceitual básico divulgado pelo Co-
mitê de Pronunciamentos Contábeis tem a seguinte definição 
para ATIVO:
“ATIVO é um recurso controlado pela entidade como re-
sultado de eventos passados e do qual se espera que resultem 
futuros benefícios econômicos para a entidade. Repare-se que 
a figura do controle (e não da propriedade formal) e a dos 
futuros benefícios econômicos esperados são essenciais para o 
reconhecimento de um ativo. Se não houver a expectativa de 
contribuição futura, direta ou indireta, ao caixa da empresa, 
não existe o ativo”.
Passivo
Passivo é uma obrigação presente da decorridos, cuja liqui-
dação se espera que resulte em benefícios econômicos. Entidade, 
derivada de eventos já saída de recursos capazes de gerar em 
benefícios econômicos.
Entende-se por Passivo a origem de recursos financiados 
por terceiros, além das obrigações assumidas pela entidade 
que exigirão desembolso de recursos no futuro, ou seja, contas 
a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, entre outros. São 
as dívidas da empresa para com terceiros (Fornecedores). A 
maioria das contas do Passivo é identificada pela expressão: 
“a pagar” ou “a recolher”.
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, quando a dívida 
vencer será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso, é mais 
adequado denominá-la de Passivo Exigível. As dívidas são de 
curto prazo (até 12 meses) e longo prazo (acima de 12 meses).
47CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exi-
gível) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa 
toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. Nenhum 
recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio 
Líquido.
O Passivo aumenta de valor pela captação de um empréstimo 
ou financiamento, pela compra a prazo de um ativo ou pelo 
reconhecimento contábil de uma despesa ainda não paga. Por 
outro lado, o Passivo diminui de valor pelo efetivo pagamento 
ou pelo reconhecimento contábil de uma receita que havia sido 
recebida antecipadamente, como um adiantamento de clientes.
Do confronto entre o total do ativo e o total do passivo, 
surge o patrimônio líquido, igualando os valores dos dois lados 
do gráfico patrimonial, ou seja, demonstra a diferença entre 
os valores do Ativo (bens e direitos) e do Passivo (obrigações). 
O Patrimônio Líquido aparece no Balanço Patrimonial como 
parte integrante do passivo e indica o valor líquido da empre-
sa. O Patrimônio Líquido é o valor dos recursos próprios da 
empresa, que poderia ser exigido apenas pelos sócios, porém 
sendo estes os proprietários do empreendimento.
Situações líquidas patrimoniais
O Patrimônio Líquido é também chamado de Situação 
Líquida Patrimonial e representa a verdadeira riqueza patrimo-
nial. Pode ser modificada com o aumento de capital ou com a 
incorporação de lucros ou prejuízos no exercício. Logicamente, 
se houver prejuízo, a situação líquida diminuirá, podendo ficar 
até negativa.
A estática patrimonial é representada pelo Balanço Pa-
trimonial, cuja definição será vista adiante e que agrega o 
conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa em 
determinada data.
48CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O Balanço Patrimonial mostra uma situação de equilíbrio 
onde:
O total do ATIVO é igual ao total do PASSIVO (ou 
Passivo + Patrimônio Líquido). Temos, por conseguinte, três 
conceitos envolvidos na Estática Patrimonial:
a. ATIVO – onde são aplicados os recursos econômicos/
financeiros da empresa, em Bens e Direitos;
b. PASSIVO (PASSIVO) – origem de recursos de terceiros 
aplicados no ATIVO. Esses recursos assumem o caráter 
de obrigações (dívidas), pois são exigidos por terceiros 
nas datas de vencimento.
c. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - origem de recursos dos 
proprietários, sócios ou acionistas, aplicados no ATIVO. 
Compreendea parcela não exigível do PASSIVO (ou 
parcela de recursos próprios da empresa).
A Estática Patrimonial pode, então, assumir três situações 
distintas:
1. se ATIVO > OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO > 0;
2. se ATIVO < OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO < 0;
3. se ATIVO = OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO = 0
Evidentemente, uma empresa operando em condições nor-
mais, deverá se apresentar, em termos de patrimônio, na situação 
da equação “1” e, na medida que se aproxima da situação “3”, 
mostra evidência de deterioração da sua capacidade econômica, 
financeira e patrimonial. A posição “2” coloca a empresa em 
condição falimentar ou pré-falimentar.
49CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas: conceito e classificação das contas
O registro contábil tem por finalidade “guardar memória” 
do fenômeno patrimonial que aconteceu ou que poderá aconte-
cer. Ou seja, registra o dia a dia, separando os fatos em contas 
que os reúnem (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) 
e em elementos de resultado (despesas e receitas).
Contas
Ribeiro (2010, p. 47) define contas dizendo que “é o nome 
técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, 
Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos componentes do re-
sultado (Despesas e Receitas).” A finalidade é facilitar a escri-
turação, uniformizando os fatos contábeis da mesma natureza 
em um só título. Classificam-se em Contas Patrimoniais e 
Contas de Resultado.
50CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas Patrimoniais
Dividem-se em Ativas e Passivas e são elas que representam o Patrimônio da empresa e a situação líquida (Patrimônio Lí-
quido) num dado momento, através do Balanço Patrimonial. Até agora nos referimos aos componentes patrimoniais, utilizando 
a expressão ‘elementos’. Agora esses elementos terão títulos próprios e serão chamados de contas. Assim, por exemplo:
Elementos patrimoniais Nome da conta (título a ser utilizado
Dinheiro Caixa
Valores a receber referentes a vendas a prazo. Duplicatas a Receber ou Clientes.
Valores a receber referentes a empréstimos concedidos. Empréstimos a Receber.
Carros, motos, caminhões Veículos
Valores a pagar referentes a compras a prazo. Duplicatas a Pagar ou Fornecedores.
Valores a receber referentes a empréstimos obtidos de pessoas físicas 
ou bancos. Empréstimos a Pagar ou Empréstimos Bancários.
Depósitos bancários Bancos C/ Movimento.
Capital Capital Social
Mercadorias para venda. Estoque de Mercadorias, Mercadorias em Estoque, Estoque ou Mercadorias.
Impostos e contribuições a serem pagos. Impostos a Recolher (ICMS a Recolher, FGTS a recolher, INSS a recolher etc.).
51CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas de Resultado
As contas de resultado se dividem em Contas de Despesas 
e Contas de Receitas. As Contas de Resultado não aparecem 
no Balanço Patrimonial, mas são elas que permitem apurar o 
resultado do exercício social (um ano de atividade da empresa), 
que pode ser lucro ou prejuízo.
O resultado deriva do confronto das receitas com as des-
pesas e, consequentemente, poderá ser positivo (Lucro), se as 
receitas forem maiores que as despesas, ou negativo, prejuízo, 
se as receitas forem menores do que as despesas. No caso de 
lucro, representa a riqueza gerada pela empresa durante de-
terminado período de tempo, que pertence aos acionistas da 
entidade. Quando uma empresa incorre em prejuízo, ocorre 
uma destruição da riqueza dos acionistas.
Os conceitos de Criação de Valor ao Acionista ou Des-
truição de Valor ao Acionista devem estar bem presentes na 
gestão de qualquer empresa.
Durante a Apuração do Resultado do Exercício (ARE), as 
contas de resultado vão encerrando seus saldos, o que significa 
que as contas de despesas e de receitas ‘aparecem’ durante o 
exercício social e ‘encerram-se’ na apuração do resultado. Essa 
apuração será vista logo adiante.
52CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas de Despesas
São todos os gastos ou perdas da empresa, desde que não se 
refiram à aquisição de Bens e nem a pagamento de Obrigações 
já registradas no Balanço Patrimonial. As despesas fazem di-
minuir o lucro da empresa (ou aumentar o seu prejuízo, se for o 
caso). As despesas têm, por finalidade, a obtenção de receitas.
Pelo título dado à conta, identifica-se o tipo de despesa. 
Exemplos:
• Água e Esgoto
• Aluguéis Pagos ou Despesas com Alugueis
• Café e Lanches
• Descontos Concedidos
• Salários
• Material de Escritório (ou Material de Expediente)
• Despesas Bancárias
• Impostos
• Custo das Mercadorias Vendidas
As despesas estão divididas em operacionais e não ope-
racionais.
a. Despesas Operacionais
Representam os gastos ou perdas da empresa devido às 
suas operações normais, conforme o ramo de atividade. As 
despesas operacionais se classificam como Administrativas, 
de Vendas e Financeiras.
• Despesas Administrativas: são os gastos ou perdas re-
ferentes às operações da administração (aluguel, água, 
luz, telefone, salários, impostos, encargos sociais etc.).
53CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Despesas de Vendas (ou comerciais): são aqueles refe-
rentes às operações efetuadas para alavancar as vendas 
e fazer com que a mercadoria seja colocada nas mãos do 
cliente (propaganda, despesas de viagens e comissões 
dos vendedores são as mais comuns).
• Despesas Financeiras: São aqueles referentes aos juros 
pagos, descontos concedidos e às despesas bancárias 
(tarifas diversas).
b. Despesas não operacionais
São os gastos ou perdas que não decorrem das operações 
normais da empresa (como por exemplo, perda na venda de 
bens de uso).
Contas de Receitas
São todos os ganhos da empresa, desde que não se refiram a 
recebimentos de Direitos já registrados no Balanço Patrimonial 
e nem da venda dos Bens pelo preço de custo. As receitas fazem 
aumentar o lucro da empresa (ou diminuir seu prejuízo, se for 
o caso). Existem em menor número que as despesas, sendo as 
mais comuns representadas pelas seguintes contas:
• Vendas de Mercadorias
• Receitas de Serviços
• Aluguéis Recebidos ou Receitas de Aluguéis (ou ainda 
Aluguéis Ativos*)
• Descontos Obtidos
• Juros Recebidos ou Receitas de Juros (ou ainda Juros 
Ativos*)
• Lucro na Venda de Bens de Uso etc.
54CONTABILIDADE EMPRESARIAL
*Observação importante: Os termos Ativos, no caso das 
receitas, significa qualidade de ser positivo para a empresa e 
não que pertence ao Ativo do Balanço Patrimonial.
As receitas também se dividem em operacionais e não 
operacionais.
A. Receitas Operacionais
Representam os ganhos da empresa devido às suas opera-
ções normais, conforme o ramo de atividade.
B. Receitas Não Operacionais
Representam os ganhos da empresa que não são inerentes 
às suas operações normais. Exemplos: aluguel recebido de 
imóvel ocioso, pertencente a um comércio de móveis; lucro na 
venda de bens de uso.
Plano de contas 
Definições
O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e 
elabora a escrituração, com a finalidade de mantê-la ordenada de 
forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos 
informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em 
outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a 
mesma estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração 
do Resultado do Exercício.
De acordo com Ribeiro (2010, p. 57) o “Plano de Contas 
é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as 
tarefas do Setor de Contabilidade, objetivando a uniformização 
dos registros contábeis”.
O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o 
interesse da empresa em informações detalhadas; inexistem 
regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo 
55CONTABILIDADE EMPRESARIAL
de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se 
saiba, todavia, que o plano de contas deve ser suficientemente 
elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas, sempre que 
elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento 
do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da 
empresa,

Outros materiais