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CONTABILIDADE EMPRESARIAL Marcelo Thomé 2CONTABILIDADE EMPRESARIAL SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Gabriel Olmiro de Castilhos Revisora Luana Reis INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE E REGIMES CONTÁBEIS 3 Introdução a Contabilidade 4 A contabilidade nos tempos atuais 6 Entendendo a contabilidade 7 Conceitos de Contabilidade 15 Funções e áreas de atuação da contabilidade 17 Profissional Contábil 21 A Contabilidade na Administração das 22 Empresas 22 Usuários das Informações Contábeis 23 Síntese 30 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 32 Princípios de contabilidade e normas 33 brasileiras de contabilidade 33 Aspectos sobre a estrutura básica da 39 contabilidade 39 Síntese 56 REGISTROS CONTÁBEIS (ESCRITURAÇÃO) 58 ESCRITURAÇÃO 59 Fórmulas de Lançamento 64 Síntese 79 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E SUAS ANÁLISES 81 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 82 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 90 EXERCÍCIO (DRE) 90 Síntese 118 REFERÊNCIAS 120 3CONTABILIDADE EMPRESARIAL INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE E REGIMES CONTÁBEIS A Contabilidade representa, hoje, uma fonte muito importante de conhecimento, dispondo de recursos que permitem registrar dados, avalia-los e transformá-los em informações relevantes para a tomada de decisões no âmbito empresarial. Nesta primeira unidade iremos abordar os principais con- ceitos sobre a prática da contabilidade. Esses conceitos possi- bilitarão o entendimento e a compreensão nas questões mais práticas que veremos ao longo do curso. Portanto, no decorrer dessa unidade, você aprenderá sobre como surgiu a Contabi- 4CONTABILIDADE EMPRESARIAL lidade, sua história e evolução. Por fim, terá contato com os termos contábeis, conhecendo de maneira simples e direta o sistema contábil e a base para uma contabilidade eficiente. Introdução a Contabilidade Diariamente, estamos tomando decisões. Nos pergunta- mos: qual roupa iremos vestir? Que horas iremos dormir? O que vamos comer? Quais tarefas precisas cumprir hoje? Entre outras, mas também temos decisões mais difíceis, por exemplo, que profissão escolher? Será que compro um apartamento ou um veículo? Para essas decisões mais importantes precisamos ter um cuidado maior. É necessário avaliar bem e analisar todas as variáveis, pois essas decisões irão ref letir em toda sua vida, de forma positiva ou não. Nas empresas a situação não é diferente. Com muita fre- quência os gestores estão tomando decisões importantes para o seu negócio. Se eles não tiverem as informações corretas, podem de certa forma, comprometer a continuidade do seu negócio. Aqui entra a Contabilidade. A Contabilidade é a grande aliada nesse processo, conforme Marion (2012, p.25) “ela coleta os dados econômicos, mensu- rando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões”. Breve histórico da contabilidade A Contabilidade é tão antiga quanto a origem da humidade. As primeiras manifestações humanas da necessidade social, já demonstravam a necessidade de controle patrimonial. Desde os tempos pré-históricos, dos homens das cavernas, já era possível verificar a existência de contabilidade, mesmo que de forma bem simples, ao registrarem, através de desenhos, 5CONTABILIDADE EMPRESARIAL nas paredes todas as ferramentas de caça e pesca e animais disponíveis para o homem primitivo. Tratava-se de um verda- deiro inventário, no qual era possível visualizar de forma clara e simples os recursos (ou patrimônio) de que dispunham os habitantes das cavernas para a sua sobrevivência. Nesse período o homem das cavernas, por se sentir ameaçado, já fazia uso da sua contabilidade para verificar os recursos disponíveis para aquele momento. Posteriormente, com o surgimento das civilizações, as pri- meiras técnicas de contabilidade começavam a ser desenvolvidas em razão da necessidade de comércio. De acordo com Costa, (2010, p. 21) pode-se afirmar que muito de nossa história somente foi descoberta pelos registros contábeis realizados. O frei franciscano Luca Pacioli, que viveu entre os anos de 1447 a 1517, é considerado o pai da contabilidade moderna. Sua participação e importância se dá devido a um capítulo de- dicado ao método das partidas dobradas em livro de sua autoria intitulado “Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita” (Coleção de conhecimentos de aritmética, geometria, proporção e proporcionalidade). O livro publicado em Veneza no ano de 1494, continha um capítulo sobre contabilidade expondo o “Particulario de Computies et escripturis” que é popularmente conhecido como o método das partidas dobradas. Diferentemente do que muitos pensam, Luca Pacioli não é o inventor da contabilidade e tão pouco inventou os preceitos relacionados as partidas dobradas. Tal método já era utilizado na época e apenas ganhou publi- cidade após ser exposto em sua obra. Fonte: Link. http://tipografos.net/historia/lucapacioli.jpg 6CONTABILIDADE EMPRESARIAL A contabilidade acompanhou a evolução da humanidade. Com as crescentes exigências do mercado econômico, surgiu a necessidade da abertura de cursos e escolas de contabilidade no Brasil, para assim desenvolver técnicas que acompanhassem as mudanças que estavam sendo percebidas, com o propósito de formar profissionais da contabilidade que atendessem às expectativas dos usuários do início do século passado. A contabilidade teve ainda como aliado o desenvolvimento do mercado de ações e o fortalecimento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, passando a ser considerada também como um importante instrumento para a sociedade. Ficou concebido que os usuários das informações contábeis já não eram mais somente os proprietários; outros usuários também tinham interesses em saber sobre uma empresa, como, sindicatos, governo, bancos, investidores, entre outros. A contabilidade nos tempos atuais As constantes mudanças, principalmente aquelas relacio- nadas ao conhecimento, estende seus efeitos a vários segmentos da sociedade. A profissão contábil provavelmente é uma das que mais sofrem inf luências do processo de globalização, pois cada vez mais há a necessidade de profissionais que avaliem e registrem os aspectos econômicos e financeiros das empresas e dos investidores, ajudando-o na melhor adequação dos gastos, no melhor perfil de endividamento, nos avanços tecnológicos, no encurtamento do ciclo de produção, no aumento da quali- dade e na efetividade do resultado econômico. A contabilidade como ciência social absorve as diversas in- fluências sociais, ambientais e tecnológicas, passando a oferecer informações com o objetivo de alcançar o interesse da sociedade, satisfazendo as exigências dos seus usuários, adaptando-se aos novos tempos. Como já é do nosso conhecimento, faz parte do seu contexto gerar informações em tempo real para o processo 7CONTABILIDADE EMPRESARIAL de controle, planejamento e tomada de decisão, bem como informações que atendam a um público cada vez mais amplo. Entendendo a contabilidade Para um melhor entendimento do que é Contabilidade, sua finalidade e aplicação, vamos trazer essas definições através de uma história ilustrativa adaptada a partir de Ribeiro (2010): Imagine que você decidiu ser empresário e abrir um ne- gócio próprio, resolveu constituir uma empresa para compra e venda de calçados. Até o presente momento, você só tem uma vontade, ou seja, torna-se um comerciante, a partir daí surgem os primeiros questionamentos: - Eu vou constituir uma empresa com o quê?O que preciso ter em mãos para montar um negócio? Você precisa de um Capital. - O que é capital? Capital pode ser uma importância em dinheiro com a qual você irá comprar tudo de que precisa para montar o seu negócio. Suponha então que você possua R$ 50.000,00, importância suficiente para iniciar suas atividades comerciais. Pronto! Esse montante de R$ 50.000,00 é o seu Capital Inicial. - Pois bem, agora que já tenho o dinheiro, qual é o próximo passo? Antes que você comece a comprar alguma coisa, é preciso providenciar um local para se instalar. 8CONTABILIDADE EMPRESARIAL - Local? Você precisa de um estabelecimento, que pode ser uma casa, uma sala, um pavilhão... Suponha, então, ter assinado um contrato de locação de um imóvel situado na sua cidade, em local privilegiado, no qual instalará sua empresa. Com a assinatura do contrato de locação, você não precisou dispor de nenhum dinheiro hoje, mas se comprometeu a pagar a importância de R$ 1.000,00 de aluguel mensal, e o valor do aluguel referente a esse mês será pago no dia 10 do mês seguinte, e assim sucessivamente. - Está bem, agora já tenho o capital e ponto comercial, e agora o que farei? Agora você precisa procurar um escritório de contabilidade, para providenciar a legalização da sua empresa. - Legalização da minha empresa? A legalização consiste no registro da empresa em vários órgãos públicos, para que ela adquira personalidade jurídica. - E o que personalidade jurídica? Veja bem: você é uma pessoa física, é um pessoal natural, quando você nasceu, seus pais fizeram o registro no cartório do registro civil. A certidão de nascimento foi o primeiro do- cumento que comprovou a sua existência perante a sociedade, dando-lhe condições de exercer a sua cidadania. As empresas, em geral, sob o ponto de vista legal, também são consideradas pessoas, não de existência física, mas de existência jurídica. Para que as empresas adquiram personalidade jurídica e possam exercer as suas atividades mercantis precisam ser registradas em vários órgãos públicos. - Como efetuarei os registros, e em quanto tempo minha empresa ficará legalizada? 9CONTABILIDADE EMPRESARIAL O contador do escritório de Contabilidade que você esco- lheu redigirá petições, preencherá documentos e formulários, recolherá taxas e entregará a documentação exigida em cada um desses órgãos. Se a documentação apresentada estiver em ordem, dentro de 20 a 30 dias sua empresa estará legalizada e você poderá providenciar as primeiras compras. Suponhamos agora que já se passaram 30 dias desde o momento que você decidiu se tornar comerciante. Vamos as- sumir, também que dos R$ 50.000,00 do seu capital social, você pagou R$ 1.000,00 ao escritório de contabilidade que providenciou a legalização da sua empresa. - Agora que minha empresa está devidamente legalizada, qual será o próximo passo que deverei dar? Imagine que neste momento, você esteja abrindo as portas do seu ponto comercial. A sala está vazia, pense nos móveis e utensílios que deverá comprar para equipar sua loja. - Móveis e Utensílios? Compreendem os bens adquiridos para uso próprio, suponha ter adquirido os seguintes bens: Duas vitrinas, quatro balcões, cinco prateleiras, uma caixa registradora, dez cadeiras, cinco sofás, cinco tapetes e oito espelhos. Por todos esses bens, você pagou a importância de R$ 12.000,00. Mandou instalar um telefone gastando mais R$ 500,00. - E os calçados para a venda? Pois bem, agora sim deverá adquirir as mercadorias. - E eu não poderia considerar tudo junto, não é a mesma coisa? A palavra “Mercadorias”, serve para representar os bens que a empresa compra para revender, neste caso, são os calçados. Que irão para o Estoque. 10CONTABILIDADE EMPRESARIAL Suponha, então ter adquirido R$ 30.000,00 em Mercado- rias, sendo R$ 20.000,00 à vista, em dinheiro, e R$ 10.000,00 a prazo para pagamento em 30 e 60 dias. Depois disso a empresa está instalada, montada. Você gastou parte do seu Capital Inicial, contraiu uma Obrigação (terá de pagar R$ 10.000,00 para o fornecedor das Mercadorias, em 60 dias) e, a partir deste momento, já pode abrir as portas de sua loja e começar a trabalhar. Vamos supor que durante o processo de legalização de sua empresa, você tenha contratado uma empreiteira de obras, que efetuou pequenos reparos no imóvel visando adaptá-lo melhor ao fim desejado, incluindo parte de hidráulica, elétrica, alve- naria e pintura, tendo pago a importância de R$ 2.300,00 em dinheiro. No sentido de relembrar todo o processo que trouxemos até aqui, tente responder as perguntas abaixo: 1. Qual é o valor do Capital de sua empresa? 2. Quanto, em dinheiro, você gastou até o presente momento e qual é o saldo que possui em Caixa? 3. Qual o valor do estoque de Mercadorias da sua empresa? 4. Qual o valor das suas Obrigações? Acreditamos que não foi difícil, com poucos cálculos você deve ter respondido sem dificuldade. Confira as respostas: 1. O valor do Capital é R$ 50.000,00; 2. Gastou R$ 35.500,00 e o saldo em Caixa é de R$ 14.500,00; 3. O valor do estoque de Mercadorias é de R$ 30.000,00; 11CONTABILIDADE EMPRESARIAL 4. O valor das Obrigações é de R$ 10.000,00. Agora a sua empresa existe, então, você poderá abrir as portas e colocá-la em funcionamento. Mas uma pergunta se faz necessária nesse momento. Vamos à ela: - Qual é o principal objetivo do seu negócio? Você responderá, certamente, que é a obtenção de lucros. Mas, para obtenção de lucros, a sua empresa precisa vender as suas Mercadorias. Para que as transações comerciais possam acontecer na sua empresa, todos os dias vão entrar pessoas com duas finalidades: a. algumas pessoas entrarão na sua empresa parra lhe vender Mercadorias. Essas pessoas são conhecidas nos meios comerciais por Fornecedores; logo, você comprará delas, à vista ou a prazo. Quando a compra for efetuada a prazo, você passará a ter uma Obrigações para o pagamento futuro; b. outras pessoas entrarão na sua empresa para comprar as suas Mercadorias. Essas pessoas são conhecidas nos meios comerciais por Clientes; logo, você venderá para elas, à vista ou a prazo. Quando a venda for efetuada a prazo, você passará a ter direito para o recebimento futuro. - Afinal, é o Fornecedor quem vende para mim ou sou eu quem compra do Fornecedor? As duas coisas acontecem, tendo em vista que estamos diante de uma operação de compra e venda. Contudo, o correto, sob o ponto na visão contábil, é que você raciocine sempre se colocando em lugar da sua empresa. Pense assim: Eu compro do Fornecedor, logo, quando a compra for efetuada a prazo, a palavra Compras estará ligada à palavra Fornecedores e a palavra Fornecedores, por sua vez, estará ligada à palavra Obrigações. 12CONTABILIDADE EMPRESARIAL - Afinal, é o Cliente quem compra de mim ou sou eu quem vende para o Cliente? Neste caso, o raciocínio, é o mesmo já explicado na relação de sua empresa com o Fornecedor. Eu vendo para o Cliente, logo, quando a venda for efetuada, a palavra Vendas estará ligada à palavra Clientes, e a palavra Clientes, por sua vez, estará ligada à palavra Direitos. Portanto, compra a prazo resulta em Obrigações para pagar ao Fornecedor; e a venda a prazo resulta em Direito a receber do Cliente. Observe quantas pessoas estão envolvidas no seu negócio: a. Você, proprietário, titular da empresa (pessoa física); b. A sua empresa (pessoa jurídica); c. Clientes, Fornecedores, bancos, Governo, empregados, etc. (pessoas físicas e pessoas jurídicas). As pessoas, que, direta ou indiretamente, se relacionam com sua empresa, como Clientes, Fornecedores, bancos, etc., são conhecidas nos meios comerciais, em relação à sua empresa, por Terceiros. Esses Terceiros movimentarão o Patrimônio da sua empresa por meio de quatro operações principais: Compras, Vendas, pagamentos e recebimentos. É evidente que, além desses acontecimentos, no cotidiano das empresas ocorrem outros, como admissão e demissão de empregados,o recebimento e o encaminhamento de correspon- dências, o fornecimento de cotações de preços de Mercadorias por telefone, a organização de Mercadorias nas prateleiras e nas vitrines, depósitos e saques de dinheiro em estabelecimentos bancários etc. A essa movimentação do Patrimônio dá-se o nome de Gestão. 13CONTABILIDADE EMPRESARIAL É importante salientar que esses acontecimentos que dia- riamente ocorrem na empresa, responsáveis pela gestão do Patrimônio, podem ou não interferir no Patrimônio. Por um lado, quando os acontecimentos interferem no Patrimônio, aumentando-o ou diminuindo-o, eles são classificados como Fatos Administrativos, é o caso das Compras, das Vendas, dos pagamentos e dos recebimentos. Por outro lado, aqueles acontecimentos que não interferem no Patrimônio recebem o nome de Atos Administrativos, como é o caso de demissões e admissões de empregados, atendimentos de telefonemas, rece- bimento e encaminhamento de correspondências, assinaturas de contratos de locação etc. Imaginemos dois anos depois da data de constituição de sua empresa. Daquela época quando era aquela pequena loja, restam apenas lembrança. Durante esse tempo, você ampliou o seu negócio. Comprou imóvel e o transformou em um prédio de quatro andares; construiu nas dependências do imóvel vários galpões para estocar as Mercadorias; diversificou-as; e agora vende não só calçados, como também artigos de coura em geral (bolsa, cintos, carteiras, luvas, malas etc.), inclusive materiais esportivos, os quais você vende no atacado e no varejo; mon- tou no quarto andar uma lanchonete, para maior conforto da clientela; possui cadastrados mais de 10 mil Clientes, oriundos não só de sua cidade, como também de todas as cidades da região, para os quais vende à vista e a prazo; mantém contato com mais de 200 Fornecedores, sendo alguns do exterior, dos quais compra Mercadorias; possui mais de 100 empregados entre vendedores, gerentes, contadores, escriturários, motoristas serventes, faxineiros, vigias etc.; movimenta contas-correntes em dez estabelecimentos bancários diferentes. A todo instante podemos ver Clientes comprando à vista e a prazo, efetuando pagamentos de prestações, preenchendo cadastro etc. 14CONTABILIDADE EMPRESARIAL Ao constatar o sucesso de sua empresa, responda as per- guntas abaixo: 1. Qual o valor do Capital da sua empresa hoje? 2. Quanto você gastou em dinheiro até o presente momento, considerando desde o dia em que a constituiu, e qual o saldo em Caixa? 3. Qual o valor do estoque de Mercadorias? 4. Quais são os tipos, modelos, marcas, tamanhos, cores, etc., da Mercadorias estocadas? 5. Qual montante de dinheiro você tem depositado nesse momento, considerando todas as suas contas-correntes bancárias? 6. Se parte do seu dinheiro está aplicado no mercado finan- ceiro, qual o montante dessa aplicação e quais são elas? 7. Enquanto importam as suas Obrigações e quais são os nomes dos seus Credores? 8. Quais são as suas Obrigações fiscais, trabalhistas e pre- videnciárias para os próximos 30 dias? 9. Quanto você deve a seus Fornecedores de Mercadorias e quanto terá de desembolsar ainda hoje, amanhã, daqui a dez dias e daqui a 30 dias para pagá-los? 10. Quantos Clientes você tem, quantos são pontuais e quan- tos são inadimplentes? 11. Quanto você tem para receber de seus Clientes ainda hoje, amanhã, daqui a dez dias e daqui a 30 dias? 12. Quanto vale o Patrimônio da sua empresa hoje? 15CONTABILIDADE EMPRESARIAL 13. Quanto você apurou de Lucro? Ou será que apurou Prejuízo em seu negócio? Diante desse cenário, as perguntas acima não serão respon- didas com tanta facilidade como as anteriores, tendo em vista que naquele outro cenário, a sua empresa era recém-constituída. Acho que já deu para você perceber que há necessidade de manter um controle do seu Patrimônio, e é exatamente aí que a Contabilidade entre em cena. Mediante o conhecimento e a aplicação das técnicas con- tábeis, você poderá ter um controle permanente e eficiente da gestão do Patrimônio da sua empresa, obtendo informações econômicas, financeiras ou de outra natureza, quando precisar. Conceitos de Contabilidade A Contabilidade constitui, como já citado, um dos conhe- cimentos mais antigos de que se tem notícia. A importância desse ramo do conhecimento para o progresso dos negócios é indiscutível, pois não se pode imaginar uma entidade, pública ou privada, desprovida de contabilidade. Essa área apresenta termos técnicos que chamamos de ter- minologia ou nomenclatura, que são essenciais na linguagem comercial. É a linguagem que o administrador precisa conhecer e se familiarizar. Por isso, muitos autores desenvolvem defini- ções próprias sobre o que se entende por Contabilidade e, ao analisarmos, poderemos formar um enunciado que nos dará a noção exata de o que é contabilidade. A contabilidade estuda e pratica as funções de orientação e controle de todos os atos e fatos administrativos, mantendo assim um controle permanente do seu patrimônio. 16CONTABILIDADE EMPRESARIAL A palavra contabilidade deriva do latim computare (contar, computar, calcular). Apesar disso, não se deve confundir con- tabilidade com matemática, pois o profissional de contabilidade não precisa conhecer matemática na sua profundidade, mais sim, trabalhar com cálculos e operações básicas da matemática. Podemos também definir a contabilidade como uma ci- ência social que tem por objetivo medir, para poder INFOR- MAR, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades. Constitui um instrumento para gestão e controle das entidades, além de representar um sustentáculo da democracia econômica, já que, por seu intermédio, a socie- dade é informada sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos a entidades. Já, segundo Ribeiro (2010), a contabilidade é uma ciência que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle perma- nente do Patrimônio das empresas. A definição de contabilidade segundo Franco (1997) é: “Ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nela ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e suas variações, bem como resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”. Para Crepaldi (2004), é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para melhorar a utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle de insumos efetuado por um sistema de informação gerencial. A contabilidade é indispensável para que a empresa realize negócios e, nesse aspecto, se apresenta como o grande pilar na veracidade da informação e, consequentemente, na credibilidade da companhia perante o mercado, investidores e pessoas que se valem dessas informações para algum fim. 17CONTABILIDADE EMPRESARIAL Portanto, podemos dizer o que a contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade. (FABRETTI, 1997). Funções e áreas de atuação da contabilidade As maiores funções da contabilidade são: • Função administrativa: controlar o patrimônio • Função Econômica: nas empresas, consiste em apurar o lucro ou prejuízo, ou seja, calcular o resultado econômico apresentado em determinado período. Dentre alguns autores, podemos citar os seguintes conceitos: Franco (1997, p.19), que a função da contabilidade “é re- gistrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objeti- vando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações do patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores”. Crepaldi (1995, p. 24) porsua vez diz que “a contabili- dade é um dos principais sistemas de controle e informação das empresas. Com a análise do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício é possível verificar a situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como: análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros, os bancos, as financeiras, aos clientes, etc.”. Essas informações são indispensáveis à orientação admi- nistrativa, permitindo maior eficiência na gestão econômica e financeira da entidade e no controle de bens patrimoniais. 18CONTABILIDADE EMPRESARIAL Favero et All (1997, p. 13) fala da função da contabilidade e diz que é “analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas bus- ca demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios (Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações sobre o comportamento dos negócios para a tomada de decisões”. Noble (1956, p. 08) fala que é “registrar, analisar e clas- sificar e sintetizar as atividades e os efeitos dessas atividades para cada empreendimento comercial”. Fundamental é sem dúvida a função de fornecer elemen- tos para a correta gestão do negócio, permitindo tomada de decisões eficazes. (Lembrar a diferença: eficiência é fazer bem feito; eficácia é fazer o que tem que ser feito, da forma possível e no momento certo). (FABRETTI, 1997) A partir dos autores citados acima podemos então dizer que as principais funções da Contabilidade são: registrar, or- ganizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico. De uma forma resumida podemos explicar cada função assim: a. Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser re- presentados em valor monetário; b. Organizar: um sistema de controle adequado à empresa; c. Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; d. Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa; 19CONTABILIDADE EMPRESARIAL e. Acompanhar: a execução dos planos econômicos da em- presa, prevendo os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais problemas. A atuação da contabilidade é bem ampla. Para entender melhor as áreas de sua atuação seguem abaixo de maneira geral onde ela pode atuar: • Contabilidade Fiscal: auxilia na elaboração de infor- mações para os órgãos fiscalizadores, do qual depende todo o planejamento tributário da entidade, basicamente serve para atender a legislação fiscal do país, em todas as esferas governamentais, municipal, estadual e federal. • Contabilidade Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a Contabilidade pública registrar as transações em função deles, atuando como instrumento de acompanhamento dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, determina nor- mas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços públicos. • Contabilidade Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos disponíveis na entidade, através de um controle adequado do patrimônio, está voltada para o processo de gestão da entidade, municiando os gestores com informações e dados relevantes e fundamentais para uma adequada tomada de decisões. • Contabilidade Financeira: elabora e consolida as de- monstrações contábeis para disponibilizar informações aos usuários externos. 20CONTABILIDADE EMPRESARIAL • Contabilidade e Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exati- dão destes registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. • Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre organizações com problemas fi- nanceiros causados por erros administrativos. • Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora análises, através dos relatórios contábeis, que devem de- monstrar a exata situação patrimonial de uma entidade. • Contabilidade Ambiental: informa o impacto do fun- cionamento da entidade no meio ambiente, avaliando os possíveis riscos que suas atividades podem causar na qualidade de vida local. • Contabilidade Atuarial: especializada na Contabilida- de de empresas de previdência privada e em fundos de pensão. • Contabilidade Social: informa sobre a influência do fun- cionamento da entidade na sociedade, sua contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES A primeira profissão regulamentada no Brasil A contabilidade foi a primeira profissão regulamentada no Brasil. Ela surgiu com a criação do ensino comercial, em 1931, viabilizando os negócios e acelerando o desenvolvimento econômico. Porém, como não existia o curso superior de ciências contábeis, muitos profissionais não tinham conhecimentos teóricos e técnicos suficientes para detectar os problemas de uma empresa e recomendar suas soluções. Visando a solucionar isso, foi criado em 1945 o curso de Ciências Contábeis, que disponibilizava à sociedade um profissional capaz de compreender as questões técnicas, científicas e econômicas que determinavam a resolução de tais problemas de forma mais eficaz. Assim, a contabilidade passou a dar mais respaldo aos gestores e profissionais de cargos administrativos para proporcionar a “saúde financeira” de seus empreendimentos. (Fonte: http://www.contabeis.com.br/artigos/827/o-contador. Acesso em 20 nov. 2017). 21CONTABILIDADE EMPRESARIAL Profissional Contábil É o profissional que se dedica à atividade contábil. Esse profissional, deve possuir um perfil muito diferente daquele que ficou conhecido como “guarda-livros”, que simplesmente exercia funções burocráticas e fiscais. O profissional contábil para o novo milênio é aquele que possui características dinâmicas, ou seja, domine a matéria técnica, atualizando-se constantemente; esteja aberto às di- versidades e mudanças; tenha conhecimento sobre tecnologia da informação e microinformática; tenha formação multidis- ciplinar, além de possuir responsabilidade social e ecológica, agindo sempre com ética. Conforme Santos (2014), o profissional contábil precisa se adaptar e assumir o papel de gestor da informação e utilizar seus métodos para interferir no processo decisório da empresa. A gestão de processos e habilidades é imprescindível ao contador, pois além de dominar a economia mundial, deverá conhecer profundamente o processo de gestão da empresa, tomando decisão em um mundo diversificado e interdependente. Marion (2012), complementa afirmando que, o profissional contábil gerencia todo o sistema de informação, os bancos de dados que propiciam tomada de decisões tanto dos usuários internos como externos. Toda a sociedade espera transparência dos Informes Contábeis, resultados não só de competência profissional, mas, simultaneamente, de postura ética. Hoje o mercado, não busca apenas mais um profissional responsável apenas por fazer as contas da empresa ou apurar seus impostos, mas sim, querem um profissional que saiba de- senvolver seu trabalho com raciocínio, lógica, planejamento e estratégia. O título contabilista se deve ao fato de a profissão, ao ser regulamentado pelo Decreto-lei no. 9.295/46 O profis- sional tem a formação para exercer a contabilidade.Dentre às competências a ele relacionadas, pode escolher ser: 22CONTABILIDADE EMPRESARIAL Técnico em Contabilidade – São os contabilistas que se formam em nível médio, ou seja, nos cursos técnicos de con- tabilidade. Contador – São os contabilistas que se formam em nível superior, como bacharel em Ciências Contábeis. Tanto um quanto o outro só poderão exercer a profissão se estiverem devidamente registrados em seu Conselho Regional de Contabilidade, sob pena de serem punidos por exercício ilegal da profissão. A Contabilidade na Administração das Empresas A necessidade da utilização de ferramentas eficientes e que possam resultar em informações integradas sobre a entidade se torna cada vez mais imprescindível para os administradores de todas as etapas e processos das atividades organizacionais. Ou seja, Lunkes (2007, p. 31) relata que o sistema de informação “é uma série de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam (entradas), registram, armazenam (processo) e disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de retroalimentação”. A Contabilidade possui um vocabulário específico e prin- cípios fundamentais para registrar as informações contábeis, servindo como um instrumento de análise, gerência e decisão, utilizando-se das suas demonstrações para o gerenciamento e planejamento estratégico das entidades e para informar aos administradores a situação econômica – financeira da empresa, de modo a auxiliar na tomada de decisões, detectar as melhores oportunidades de negócios, possibilitando a obtenção de maior lucro e a redução de despesas desnecessárias. Através dessa troca de informação, o administrador terá as informações necessárias para poder atuar com competência na execução da atividade operacional. 23CONTABILIDADE EMPRESARIAL Usuários das Informações Contábeis A Contabilidade pode ser considerada como “sistema de informação destinado a prover seus usuários de dados para ajuda-los a tomar decisões”. (MARION, 2012, p. 27). O au- tor a partir disso diz que usuário é “qualquer pessoa (física ou jurídica) que tenha interesse em conhecer dados (normalmente fornecidos pela contabilidade) de uma entidade”. (MARION, 2012, p. 27). A coleta (obtenção), o registro e a sumarização da infor- mação econômica visam fundamentar o processo decisório de todas as pessoas relacionadas com as entidades, tais como os administradores, os investidores, o Governo, os empregados, os financiadores e toda a sociedade, ou seja, aqueles que cons- tituem os agentes econômicos internos e externos. De acordo com o objetivo de cada usuário quanto à decisão de investimentos ou financiamentos, distribuição de resultados, entre outros, existe uma demanda diferenciada de informações contábeis. Por esse motivo, podemos dividir os usuários da informação do seguinte modo: Externamente, os maiores interessados são investidores, credores e governo. Para os investidores, os relatórios contá- beis mostram a situação econômico-financeira da empresa, o resultado de um determinado período e outras informações, tais como os investimentos efetuados e o que lhes cabe em termos de dividendos. Evidentemente, essas e outras informa- ções lhes possibilitam conhecer as vantagens e desvantagens de seu investimento e decidir sobre a conveniência de mantê-lo, desfazer-se dele ou aumentá-lo. O interesse dos credores é evidente. São, também, através das demonstrações contábeis que eles decidem sobre a con- veniência de emprestar ou não recursos para as empresas. As demonstrações contábeis dão uma boa ideia da capacidade da empresa de gerar recursos suficientes para a liquidação de seus compromissos nos prazos estabelecidos. 24CONTABILIDADE EMPRESARIAL Geralmente, os usuários são classificados como: a. Internos: são as pessoas internas à entidade (gerentes, diretores, administradores, funcionários em geral). Os usuários internos usam a contabilidade para ajudar no processo de tomada de decisão. Entre as diferentes situ- ações em que é possível utilizar a contabilidade, citamos a situação na qual o administrador está estudando a viabilidade de uma filial. Por meio da mensuração do resultado pela contabilidade, será possível determinar o fechamento (ou não) dessa filial. b. Externos: são pessoas externas à empresa (acionistas, instituições financeiras, fornecedores, governo, sindicatos) que utilizam as informações contábeis para o processo decisório. Entretanto, ao contrário dos usuários internos, o acesso às informações é mais limitado, por possuir me- nor possibilidade de obter informações sobre a entidade. (SILVA, 2007). A figura a seguir mostra a contabilidade e seus usuários: A seguir iremos falar um pouco de tipo e perfil dos prin- cipais usuários das informações contábeis. • Acionista controlador, sócios e quotistas: São pessoas com interesse na rentabilidade e segurança de seus investi- mentos, que na maioria das vezes se mantêm afastadas da direção das empresas. Esse grupo de usuário irá avaliar o retorno do capital comparado com o risco, valorização da empresa, lucro e dividendos. O controlador observará em quantos anos retornará seu dinheiro investido na empresa e o desempenho de toda a gestão. Fornecedores Investidores Funcionários Concorrentes Governos Outros Órgãos de Classe Sindicatos Bancos Fonte: Adaptado de Marion (2012) 25CONTABILIDADE EMPRESARIAL • Administradores: são os agentes responsáveis pelas toma- das de decisões dentro de cada entidade a que pertencem. Elas são realizadas através de ferramentas de gestão, no sentido de atingir o retorno do capital e dos ativos, oti- mização dos gastos realizados, otimização das decisões futuras, lucratividade do mix de produtos e participação nos lucros. • Financiadores: são os bancos, emprestadores de dinheiro, capitalistas que tem como principal finalidade é a ren- tabilidade e segurança de retorno de seus investimentos. Portanto a sua preocupação é com a capacidade de pa- gamento e grau de endividamento. • Governo e economistas governamentais: são os usuários que exercem o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições, além da formulação de diretrizes da política econômica e das atividades do Judiciário e de agências reguladoras. • Acionista minoritário: aquele que se preocupa com o f luxo regular de dividendos e valorização da empresa. • Empregados: são usuários internos e eles sabem se a empresa tem capacidade de pagamento seus salários e se eles têm perspectivas de crescimento da empresa e participação nos lucros. As informações contábeis para os vários tipos de usuários possuem duas finalidades: 1. Controle: Além de uma boa gestão pelas informações, o controle é fundamental para evitar fraudes, desvios, furtos. 2. Planejamento: Através das informações contábeis extraí- das das Demonstrações Financeiras e relatórios gerenciais, traçar planos para o futuro da organização e garantir o retorno desejado pelos acionistas. 26CONTABILIDADE EMPRESARIAL Objetivos da contabilidade A contabilidade auxilia no processo de tomada de decisões pela administração através de um fluxo contínuo de informações sobre os mais variados aspectos da gestão econômico-financeira da empresa. De modo geral, essas informações são geradas pelo que se convencionou chamar de contabilidade gerencial. Seu grande produto é o provimento de informações para planejamento e controle, evidenciando informações referentes à situação patrimonial, econômica e financeira de uma empresa. A finalidade principal da contabilidade, segundo Marion (2012, p. 28) é “permitir a cada grupo principal de usuários (pessoa física ou jurídica) a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras”. Objeto da contabilidade O Patrimônio é o objeto da contabilidade. De acordo com Carneiro (1960, p. 21), “é o patrimônio, sobre o qual se exerce a administração econômica, nosentido da sua permanência e produtividade, cujo conjunto constitui a azienda”. Crepaldi (1995, p. 20) diz também que o objeto da conta- bilidade “é o patrimônio. Tendo como premissa básica o fato de o patrimônio empresarial não ser estático, alterando-se a cada operação, e sabendo que o volume de transações requer um controle próprio”. Nesse sentido podemos definir patrimônio como “um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa, ava- liado em moeda” (RIBEIRO, 2010, p. 15). É sobre ele que se exercem as funções contábeis para o alcance de suas finalidades. 27CONTABILIDADE EMPRESARIAL A Resolução 774 de 16 de dezembro de 1994 do Con- selho Federal de Contabilidade (2000, p.30) estabelece que “na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obri- gações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, in- dependentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir lucro”. Na verdade, o patrimônio é estudado em seus aspectos qualitativos e quantitativos, e a própria Resolução refere que, por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a re- ceber, ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. Regimes contábeis Iudícibus (2010), destaca que para se garantir com emba- samento seguro na tomada de decisões, a contabilidade se vale dos chamados Regimes Contábeis. A Contabilidade, para registrar os fatos contábeis, utiliza- -se da escrituração, que pode ser processada por dois regimes distintos: • Regime de Caixa • Regime de Competência Regime de competência O regime de competência é adotado pela Contabilidade das empresas, visando a dotá-las de uma fiel expressão mo- netária de todos os seus Bens, Direitos e Obrigações repre- sentativas da Estrutura Patrimonial. A adoção desse regime é consubstanciada na Lei das SAs. Lei 6.404/76, em seu artigo 177, e no & 1º do artigo 187. Por esse regime, as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de seu 28CONTABILIDADE EMPRESARIAL recebimento, serão lançadas no momento em que incorrem. Os custos e despesas independem do seu pagamento, deverão ser reconhecidos pelo regime de competência (no dia e mês que acontecerem e não pelo seu pagamento). O Regime de Competência estabelece que as receitas e gastos sejam contabilizados como tais no período da ocorrência do seu fato gerador, não quando são recebidos ou pagos. Regime de caixa O regime de Caixa consiste, assim, em classificar e reco- nhecer operações de uma pessoa jurídica pelo efetivo Ingresso e Desembolso de Bens Numerários. Mais precisamente, sua adoção está, a rigor, voltada ao Fluxo Financeiro, ou FLUXO DE CAIXA de seu empreendimento. O princípio da Competência dos Exercícios determina o Regime de Competência para escrituração contábil no Brasil. Outro princípio, fundamental na gestão é o Princípio da En- tidade. Esse princípio determina que o Patrimônio da empresa não se confunda com o Patrimônio dos sócios. A revisão dos conceitos apresentados neste capítulo funda- menta as bases para e entendimento da contabilidade e permite ao interessado a compreensão dos próximos capítulos que serão apresentados. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Para se conhecer o resultado de um exercício, é preciso confrontar o total das despesas com o total das receitas correspondentes ao respectivo exercício. É o regime contábil a ser adotado que definirá que despesas e receitas deverão ser consi Assim, são dois os regimes contábeis conhecidos que disciplinam a apuração do Resultado do Exercício: Regime de Caixa e Regime de Competência. Regime de Caixa Na apuração do resultado do Exercício devem ser consideradas todas as despesas pagas e as receitas recebidas no respectivo exercício, independentemente da 29CONTABILIDADE EMPRESARIAL data da ocorrência de seus fatos geradores. Em outras palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do resultado as despesas e as receitas que passaram pelo Caixa. O Regime de Caixa somente é admissível em entidades sem fins lucrativos, em que os conceitos de receita de despesa se identificam, algumas vezes, com os de recebimento e pagamento. Regime de Competência Desse regime decorre o Princípio da Competência de Exercícios, e por ele serão consideradas, na apuração do / resultado do Exercício, as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas ou recebidas. De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou receitas passaram pelo Caixa (pagas ou recebidas); o que vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Nas entidades com fins lucrativos – empresas - são fundamentais os conceitos de custo e de receita, que envolvem o regime de competência, pois a elas não importa o que foi pago ou recebido, mas o que foi consumido e recuperado para apuração do resultado do exercício. (Fonte: http://prosgi.com.br/Regimes/Regimes.htm. Acesso em 30 nov. 2017) 30CONTABILIDADE EMPRESARIAL Síntese Nessa unidade entendemos é o que a contabilidade, seu conceito, quem a utiliza, de que de forma ela é aplicada no nosso dia a dia, seu objeto e objetivo e o papel do contabilis- ta. Descobrimos que contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das empresas, por fim compreendemos que existem dois regimes contábeis, o regime de caixa e o de competência. 31CONTABILIDADE EMPRESARIAL ATIVIDADES 1) O que é Contabilidade? 2) Como poderá ser constituído o Capital Inicial de uma empresa? 3) Quais são as operações mais comuns que provocam movimentação no Patrimônio da empresa? 4) O principal objetivo da empresa é: ( ) prestar serviço à coletividade. ( ) vender Mercadorias. ( ) pagar impostos. ( ) avaliar a situação financeira da entidade. 5) São usuários da Contabilidade: ( ) Fornecedores, Clientes e estoques. ( ) Dinheiro, bancos e Governo. ( ) Mercadorias, Patrimônios e empresas. ( ) Fornecedores, Clientes, bancos, administradores. 6) Uma característica do Regime de Competência é: ( ) Recebimento de Receita. ( ) Saída de dinheiro do caixa. ( ) Pagamento de Despesa. ( ) Consumo de Despesa. 7) Regime de Competência é aceito: ( ) Somente pelo fisco. ( ) Somente pelos contabilistas. ( ) Pelo fisco e pelos contabilistas. ( ) É optativo. 8) A empresa vendeu $ 15 milhões, só recebendo $ 5 milhões; teve como despesa do resultado $ 12 milhões, só pagando $ 1 milhão. Os resultados pelos Regimes de Competência e Caixa são, respetivamente: ( ) 3.000.000 e 4.000.000. ( ) 4.000.000 e 5.000.000. ( ) 5.000.000 e 6.000.000. ( ) 5.000.000 e 1.000.000. 32CONTABILIDADE EMPRESARIAL NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se num conjunto de regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos para o exercício da profissão contábil, bem como os conceitos doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo CFC. Nesta segunda unidade, serão trabalhados os princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras, conceituando-as, também abordaremos os aspectos da estrutura conceitual básica de Contabilidade. Será ampliado o estudo sobre o patrimônio, demonstrando como ele é estruturado e avaliado dentro da contabilidade. 33CONTABILIDADE EMPRESARIAL Princípios de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade Os Princípios Contábeis do Brasil foram estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade pela resolução CFC 750/93 e aperfeiçoados pela resolução CFF 774/94. Os Princípios Contábeis são as premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contempladospela Contabilidade. O principal campo de atuação da Contabilidade é constituído pelas empresas e procura captar e evidenciar as variações ocorridas na estrutura patrimonial e financeira, em face das decisões da administração e também das variações exógenas que escapam ao controle e ao poder de decisão da administração. No âmbito dessa realidade, o observador analisa as características do siste- ma e chega a certas conclusões quanto ao seu funcionamento. Tais conclusões, se aceitas pela classe contábil, tornam-se os princípios, que têm a incumbência de proceder a uma nova análise da situação e modificar, adaptar ou mesmo substituir os princípios originais. Um princípio para ser considerado como aceito deverá ser considerado praticável e objetivo pelo consenso profissional e deve ser considerado útil, ou seja, deverá ter vencido o teste da praticabilidade (relação custo x benefício). O importante é salientar que a observância dos Princípios Contábeis é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Conta- bilidade. Para entendermos melhor os princípios, vamos classificá-los em três categorias, os quais são elas: • Princípios Contábeis: constituem o núcleo central da estrutura contábil, delimitam como a profissão irá se posicionar diante da realidade social, econômica e ins- titucional admitida pelos postulados. • Restrições aos princípios contábeis fundamentais - Con- venções: determinam certos condicionamentos de apli- cação, numa ou noutra situação prática. 34CONTABILIDADE EMPRESARIAL • Postulados ambientais da contabilidade: anunciam con- dições sociais, econômicas e institucionais dentro das quais a Contabilidade atua, embasando-a para assumir esta ou aquela postura diante de um fato. Sendo que todas as categorias se complementam. Os Princípios Fundamentais da Contabilidade Os princípios fundamentais da Contabilidade são: Princípio da Entidade: Conforme menciona o Artigo 4º da Resolução 750/93, o Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a au- tonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nessa acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Ou seja, o patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios não resulta em uma nova Entidade, mas numa unidade de natureza econômica-contábil. Reconhece o patrimônio como objetivo da contabilidade. Princípio da Continuidade: Os procedimentos de conta- bilização dos fatos que ocorrem nas empresas devem sempre considerar a continuação das atividades por período indeter- minado, exceto se houver evidência em contrário. Conforme dispõe o Artigo 5º da Resolução 750/93 do CFC, a continuidade ou não da Entidade, bem como, sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando as classificações e avaliação das mutações patrimoniais, quanti- tativas e qualitativas. 35CONTABILIDADE EMPRESARIAL A continuidade inf luencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da Entidade tem prazo de- terminado, previsto ou previsível. A observância do Princípio da continuidade é indispensável à correta aplicação do Princípio da competência, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais, à formação do resultado e de constituir dado im- portante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. São as diferenças as situações pelas quais passam o patri- mônio. A continuidade da contabilidade é um aspecto a ser observado cuidadosamente para que se tenha um controle da situação. Mutação do patrimônio quantitativamente ou qua- litativamente. Princípio da Oportunidade: Conforme enunciado no Ar- tigo 6º da Resolução 750/93 do CFC, é a exigência do registro e do relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma empresa quando elas ocorrem. O princípio da Oportuni- dade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio das empresas. Esse princípio se refere si- multaneamente à tempestividade e à integração do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originam. Princípio da Competência: As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração de resultado do período em que ocorrem, sempre simultaneamente, quando se correlacionam, independentemente de recebimento ou pagamento. As receitas de um exercício são aquelas ganhas nesse pe- ríodo, não importando se tenham sido recebidas ou não. Os gastos de um exercício são aqueles incorridos nesse período, não importando se tenham sido pagos ou não. Ou seja, os fatos que acontecem na empresa são contabilizados na data 36CONTABILIDADE EMPRESARIAL a que se referem, independente do seu efetivo pagamento ou recebimento financeiro. Princípio do Registro pelo Valor Original: Quanto ao art. 7º da Resolução 750/93, os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos fatores originais das transações, expressos o valor presente na moeda do País. Isso é, a avalia- ção dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada. Do Denominar Comum Monetário: está assentado em duas disposições básicas: a. a unidade de medida contábil é a moeda, no caso do Brasil, atualmente o Real. Dessa forma, só serão registráveis os fatos mensuráveis em valor monetário. b. a unidade monetária é homogênea no tempo, ou seja, a Contabilidade não reconhece, ou só reconhece parcial- mente, em alguns casos, as variações do poder aquisitivo da moeda. Normas Brasileiras de Contabilidade Segundo o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), as normas brasileiras de contabilidade (NBC) e a sua importância são de aderir e conhecer o básico das normas nacionais de con- tabilidade, que é a base para estar em dia e fugir de eventuais penalidades fiscais. Conhecido pela sigla CFC, esse conselho tem o intuito de orientar, normatizar e fiscalizar as atividades contábeis, associando-se aos conselhos regionais que se ocupam de ques- tões locais. Essa entidade pública é responsável pelas normas nacionais referentes ao tema e também por garantir que os padrões brasileiros estejam em consonância com os padrões utilizados internacionalmente. Para que a empresa tenha um desempenho financeiro sólido, é preciso estar em dia com as questões contábeis exi- gidas em cada caso, evitando os problemas burocráticos e as 37CONTABILIDADE EMPRESARIAL penalidades associadas – estas podem realmente botar a perder todos os bons resultados que você obteve (ou está obtendo) na produção ou venda de um produto ou serviço. É claro que os pormenores do assunto ficam a cargo de seu contador ou da empresa contratada especificamente para a atividade, mas convém ter uma noção básica sobre o tema para não ficar no escuro nesse quesito. A contabilidade, ciência social, que se aprofunda no pa- trimônio de entidades dos diversos tipos, é responsável pelo registro de questões econômico-financeiras de sua empresa. Com base nesses dados, são feitas as escriturações, demonstra- ções, auditorias e análises que ajudam a aprimorar e ter maior controle sobre o desenvolvimento de suas atividades. Portanto, as normas brasileiras de contabilidade são um conjunto de regras e procedimentos que devem ser observa- dos no exercício dessa função, além de outras determinações e conceitos que devem ser aplicados nos trabalhos previstos, conforme estipulado pelo CFC. Alinhadas às normas emitidas pelo Conselho Internacional de Padrões de Contabilidade (o IASB,na sigla em inglês), elas compreendem ainda as inter- pretações e comunicados técnicos locais e podem ser aplicadas a aspectos profissionais ou técnicos. Divididas de acordo com as funções contábeis, as normas podem ser gerais (válidas a todos os profissionais da área) ou destinadas aos diferentes tipos de atuação profissional: auditores independentes, auditores internos e peritos contábeis. As normas, por sua vez, se dividem em completas, simpli- ficadas ou específicas. As completas são aquelas que se baseiam nos documentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Con- tábeis), numeradas de 00 a 999; as simplificadas se destinam às empresas de pequeno e médio porte a partir também dos pronunciamentos do CPC e das instruções e comunicados do CPC, e são numeradas de 1000 a 1999; enquanto as normas específicas se destinam a entidades, atividades e assuntos que fogem às regras gerais. 38CONTABILIDADE EMPRESARIAL Cada uma das diferentes implicações contábeis também conta com normas específicas, atingindo as seguintes ativida- des: setor público, auditoria de informações históricas, revisão de informações, asseguração de informações não históricas, serviços correlatos, auditoria interna, perícia e auditorias gover- namentais. Como é possível verificar, a contabilidade é mesmo uma ciência que carrega complexidades bastante pontuais e que merece todo o cuidado e estudo por parte de profissionais especializados para ser corretamente aplicada à realidade de sua empresa. Interpretações e comunicados técnicos As interpretações técnicas têm o intuito de esclarecer a aplicação das NBC, estabelecendo as regras e procedimentos que devem ser seguidos em situações específicas, mas sem alterar as disposições das normas. Já os comunicados técnicos servem para esclarecer assuntos contábeis e estabelecer também as regras e procedimentos pertinentes, levando em conta os in- teresses da área e as demandas da sociedade à que se destinam. A contabilidade é, portanto, uma grande área do conhe- cimento e, ao mesmo tempo, uma ciência de aplicação prática bastante notável. É importante o empreendedor ter essa noção para evitar se aventurar, sem o devido preparo e/ou orientação, a lidar com as questões contábeis de sua empresa. 39CONTABILIDADE EMPRESARIAL Aspectos sobre a estrutura básica da contabilidade A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, defini- da pelo CFC, representa um estudo profundo doutrinário sobre a estrutura para elaboração das demonstrações contábeis, elas são as bases dos relatórios contábeis que servem de subsídios para os contabilistas e gestores tomarem as decisões sobre os seus negócios. As Demonstrações Contábeis são: • Balanço Patrimonial; • Demonstração do Resultado do Exercício; • Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; • Demonstração do Valor Adicionado; • Demonstração do Fluxo de Caixa; • Notas Explicativas e quadros Complementares. Nas Demonstrações Contábeis não se incluem: • Relatório da Administração; • Análises Gerenciais; • Relatórios do Presidente. A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade possui características qualitativas das demonstrações contábeis, que são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários, que são: • Compreensibilidade – entendimento da informação pelo usuário; • Relevância – quando podem influenciar as decisões eco- nômicas dos usuários; • Materialidade – é material se sua omissão ou distorção puder inf luenciar as decisões econômicas dos usuários 40CONTABILIDADE EMPRESARIAL (Estoque agrupado, Contas a Receber); • Confiabilidade – informação confiável, livre de viés (contingências); • Representação Adequada – a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar; • Primazia da Essência sobre a Forma – as transações e eventos devem ser contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância econômica, e não meramente sua forma legal (venda com compromisso de recompra); • Neutralidade – a informação deve ser imparcial, neutra (sem viés); • Prudência – consiste num certo grau de precaução das demonstrações contábeis: • Ativos e Receitas não são superestimados; • Passivos e Despesas – Não sejam subestimados; • Não se permite: criação de reservas ocultas (pro- visões excessivas); subavaliação de liberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois assim as demonstrações deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis. • Comparabilidade – os usuários podem comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim de identificar na sua posição patrimo- nial e financeira e no seu desempenho, mensuração de modo consistente; • Limitações na Relevância e na Confiabili- dade das Informações Tempestividade – quando há demora na divulgação da informação, é possível que ela perca a relevância; • Equilíbrio entre Custo e Benefício – os benefícios decor- rentes da informação devem exceder o custo de produzi-la; 41CONTABILIDADE EMPRESARIAL • Equilíbrio entre Características Qualitativas – é necessá- rio um balanceamento entre as características qualitativas; • Visão Verdadeira e Apropriada. Patrimônio No capítulo 1 falamos que o objeto da Contabilidade é o patrimônio, aqui iremos ampliar esse assunto. Segundo Ribeiro (2010), o Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obri- gações de uma pessoa física ou jurídica, avaliado em moeda. Sendo assim, podemos imaginar o Patrimônio de uma empresa ou de uma pessoa física como sendo: Podemos classificar pessoa física e pessoa jurídica da se- guinte forma: Pessoa Física: é o homem em si, a pessoa natural, o cida- dão, cada um de nós. Pessoa jurídica: é a empresa, entidade, firma, formada por pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos. Bens São todas as coisas suscetíveis de avaliação monetária, que têm a qualidade de satisfazer às necessidades humanas. São de boa duração e pertencem ao titular do Patrimônio. Segundo Ribeiro (2000, p. 15), são todas as coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica. Patrimônio= bens, direitos e obrigações 42CONTABILIDADE EMPRESARIAL Os bens podem ser classificados em: • Tangíveis: têm como característica básica sua própria existência como coisa útil, independentemente do meio em que se situam. São bens materiais. Exemplo: veículo pertencente à empresa. Classificamos também os imóveis, os maquinários, as matérias-primas, etc., como bens tangíveis que integram o patrimônio de uma pessoa física ou jurídica. • Intangíveis: a principal característica de um bem in- tangível é sua existência como coisa, sendo ele um bem imaterial, pois ele não possui matéria mais assume um valor no contexto do Patrimônio da empresa ou entidade. Exemplo: Marcas e patentes. (Marca da empresa, Apple) Direitos São créditos que o titular do Patrimônio possui perante terceiros. São os valores representados por títulos de créditos, podendo citar esses direitos como todos os valores que o ti- tular possui em mãos de terceiros tendo o direito a recebê-los posteriormente. Segundo Ribeiro (2000, p. 17) constituem direitos para a empresa todos os valores que ela tem a receber de terceiros (clientes e inquilinos). Exemplo: Duplicatas a receber de clientes. Nos meios comerciais, são muito usadas tanto a expressão Bens materiais como Bens tangíveis (ambas com o mesmo significado); o mesmo ocorre para as expressões Bens imateriais e Bens intangíveis. 43CONTABILIDADE EMPRESARIAL Obrigações São as dívidas que o titular do Patrimônio possui para com terceiros, ou seja, os compromissos assumidos por ele para liquidar em determinado período. Conforme Ribeiro (2010, p. 18), constituem obrigações para a empresa todos os valores que ela tem a pagar para ter- ceiros (fornecedores, proprietários de imóveis, empregados,Governo, bancos e etc.). Exemplo: duplicatas a pagar a fornecedores. Assim como qualquer pessoa física, uma pessoa jurídica também tem seus bens, direitos e obrigações. A contabilidade, em síntese, equaciona esses três fatores de modo a demonstrar a posição do patrimônio e das finanças de uma empresa. A partir dessa equação e considerando que uma empresa pode ser caracterizada como um conglomerado de recursos econômicos (representados por bens e direitos), obtidos pela aplicação de fundos que foram fornecidos por seus proprietá- rios e por terceiros, poderíamos representá-la graficamente da seguinte maneira: No desempenho de suas atividades, as pessoas jurídicas podem contar com recursos provenientes de duas origens ou fontes: próprios e de terceiros. Balanço Patrimonial Ativo Passivo + PL Bens Máquinas Veículos Estoque Dinheiro Obrigações (Capital de Terceiros) Direitos Títulos a receber Depósitos em bancos Patrimônio Líquido (Capital Próprio) 44CONTABILIDADE EMPRESARIAL Recursos próprios: Trata-se do capital social inicial, que representa recursos próprios. Recursos de Terceiros: A empresa utiliza recursos de ter- ceiros, oriundos de empréstimos e financiamentos. Exemplo: Duas pessoas resolvem constituir uma empresa com Ca- pital Social de R$ 40.000,00 em dinheiro. Para iniciar suas atividades foi necessário investir em bens imobilizados como móveis e utensílios no valor de R$ 10.000,00 adquiridos à vista e um veículo no valor de R$ 20.000,00, adquirido a prazo. Com base nos dados acima, podemos elaborar o Balanço Patrimonial da empresa: Assim, a equação patrimonial, que é a base da Contabili- dade, na linguagem contábil, fica da seguinte forma: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (aplicação de recursos) PASSIVO (origem dos recursos) Bens Obrigações (Capital de Terceiros) Caixa 30.000,00 Fornecedores 20.000,00 Móveis e Utensílios 10.000,00 Patrimônio Líquido (Capital Próprio) Veiculos 20.000,00 Capital Social 40.000,00 Direitos Total do Ativo 60.000,00 Total do Passivo 60.000,00 (BENS + DIREITOS) = OBRIGAÇÕES OU ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 45CONTABILIDADE EMPRESARIAL Para medir a riqueza de uma empresa não avaliamos ape- nas por seus bens (máquinas, mobiliário, prédios, veículos). Muitas vezes, essa empresa pode ter dívidas (valores a pagar) com fornecedores, bancos, governo e quaisquer outros terceiros que superam o valor de seus bens e, nesse caso, não há riqueza líquida. Uma informação fundamental apresentada pela Contabili- dade é a avaliação do patrimônio da empresa e a quantificação de sua variação ao longo dos anos. De forma sintética, pode-se dizer que Balanço Patrimonial é formado por três componentes, a saber, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Segundo Costa (2010, p. 54), o Patrimônio Líquido é a diferença algébrica entre o Ativo e o Passivo, e corresponde ao montante pertencente aos sócios ou proprietários da empresa. Ou seja, a posição financeira é refletida pela relação entre estes. O termo Balanço indica o equilíbrio entre eles, como pode ser demonstrado pela equação: Componentes Patrimoniais Ativo Entende-se por ATIVO a aplicação de recursos da qual se espera a geração de benefícios econômicos futuros. Pode-se dizer, também, que o Ativo representa, de forma estática, os bens e os direitos da entidade, ou seja, tudo o que a empresa possui aplicado de recursos, quer em giro ou em capitais fixos. Ou seja, são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em dinheiro, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. O termo ATIVO significa valores que estão sendo usados para aplicações nas atividades da empresa (Bens, Direitos) ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO ou ATIVO ( - ) PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO 46CONTABILIDADE EMPRESARIAL O Ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil de uma receita, pela obtenção de recursos com terceiros ou com sócios da entidade, ou pela venda de um outro ativo com lucro. Resumindo, ativo é onde são aplicados os recursos de uma empresa. O pronunciamento Conceitual básico divulgado pelo Co- mitê de Pronunciamentos Contábeis tem a seguinte definição para ATIVO: “ATIVO é um recurso controlado pela entidade como re- sultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. Repare-se que a figura do controle (e não da propriedade formal) e a dos futuros benefícios econômicos esperados são essenciais para o reconhecimento de um ativo. Se não houver a expectativa de contribuição futura, direta ou indireta, ao caixa da empresa, não existe o ativo”. Passivo Passivo é uma obrigação presente da decorridos, cuja liqui- dação se espera que resulte em benefícios econômicos. Entidade, derivada de eventos já saída de recursos capazes de gerar em benefícios econômicos. Entende-se por Passivo a origem de recursos financiados por terceiros, além das obrigações assumidas pela entidade que exigirão desembolso de recursos no futuro, ou seja, contas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, entre outros. São as dívidas da empresa para com terceiros (Fornecedores). A maioria das contas do Passivo é identificada pela expressão: “a pagar” ou “a recolher”. O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, quando a dívida vencer será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso, é mais adequado denominá-la de Passivo Exigível. As dívidas são de curto prazo (até 12 meses) e longo prazo (acima de 12 meses). 47CONTABILIDADE EMPRESARIAL O lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exi- gível) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. Nenhum recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio Líquido. O Passivo aumenta de valor pela captação de um empréstimo ou financiamento, pela compra a prazo de um ativo ou pelo reconhecimento contábil de uma despesa ainda não paga. Por outro lado, o Passivo diminui de valor pelo efetivo pagamento ou pelo reconhecimento contábil de uma receita que havia sido recebida antecipadamente, como um adiantamento de clientes. Do confronto entre o total do ativo e o total do passivo, surge o patrimônio líquido, igualando os valores dos dois lados do gráfico patrimonial, ou seja, demonstra a diferença entre os valores do Ativo (bens e direitos) e do Passivo (obrigações). O Patrimônio Líquido aparece no Balanço Patrimonial como parte integrante do passivo e indica o valor líquido da empre- sa. O Patrimônio Líquido é o valor dos recursos próprios da empresa, que poderia ser exigido apenas pelos sócios, porém sendo estes os proprietários do empreendimento. Situações líquidas patrimoniais O Patrimônio Líquido é também chamado de Situação Líquida Patrimonial e representa a verdadeira riqueza patrimo- nial. Pode ser modificada com o aumento de capital ou com a incorporação de lucros ou prejuízos no exercício. Logicamente, se houver prejuízo, a situação líquida diminuirá, podendo ficar até negativa. A estática patrimonial é representada pelo Balanço Pa- trimonial, cuja definição será vista adiante e que agrega o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa em determinada data. 48CONTABILIDADE EMPRESARIAL O Balanço Patrimonial mostra uma situação de equilíbrio onde: O total do ATIVO é igual ao total do PASSIVO (ou Passivo + Patrimônio Líquido). Temos, por conseguinte, três conceitos envolvidos na Estática Patrimonial: a. ATIVO – onde são aplicados os recursos econômicos/ financeiros da empresa, em Bens e Direitos; b. PASSIVO (PASSIVO) – origem de recursos de terceiros aplicados no ATIVO. Esses recursos assumem o caráter de obrigações (dívidas), pois são exigidos por terceiros nas datas de vencimento. c. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - origem de recursos dos proprietários, sócios ou acionistas, aplicados no ATIVO. Compreendea parcela não exigível do PASSIVO (ou parcela de recursos próprios da empresa). A Estática Patrimonial pode, então, assumir três situações distintas: 1. se ATIVO > OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO LÍQUIDO > 0; 2. se ATIVO < OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO LÍQUIDO < 0; 3. se ATIVO = OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO LÍQUIDO = 0 Evidentemente, uma empresa operando em condições nor- mais, deverá se apresentar, em termos de patrimônio, na situação da equação “1” e, na medida que se aproxima da situação “3”, mostra evidência de deterioração da sua capacidade econômica, financeira e patrimonial. A posição “2” coloca a empresa em condição falimentar ou pré-falimentar. 49CONTABILIDADE EMPRESARIAL Contas: conceito e classificação das contas O registro contábil tem por finalidade “guardar memória” do fenômeno patrimonial que aconteceu ou que poderá aconte- cer. Ou seja, registra o dia a dia, separando os fatos em contas que os reúnem (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) e em elementos de resultado (despesas e receitas). Contas Ribeiro (2010, p. 47) define contas dizendo que “é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos componentes do re- sultado (Despesas e Receitas).” A finalidade é facilitar a escri- turação, uniformizando os fatos contábeis da mesma natureza em um só título. Classificam-se em Contas Patrimoniais e Contas de Resultado. 50CONTABILIDADE EMPRESARIAL Contas Patrimoniais Dividem-se em Ativas e Passivas e são elas que representam o Patrimônio da empresa e a situação líquida (Patrimônio Lí- quido) num dado momento, através do Balanço Patrimonial. Até agora nos referimos aos componentes patrimoniais, utilizando a expressão ‘elementos’. Agora esses elementos terão títulos próprios e serão chamados de contas. Assim, por exemplo: Elementos patrimoniais Nome da conta (título a ser utilizado Dinheiro Caixa Valores a receber referentes a vendas a prazo. Duplicatas a Receber ou Clientes. Valores a receber referentes a empréstimos concedidos. Empréstimos a Receber. Carros, motos, caminhões Veículos Valores a pagar referentes a compras a prazo. Duplicatas a Pagar ou Fornecedores. Valores a receber referentes a empréstimos obtidos de pessoas físicas ou bancos. Empréstimos a Pagar ou Empréstimos Bancários. Depósitos bancários Bancos C/ Movimento. Capital Capital Social Mercadorias para venda. Estoque de Mercadorias, Mercadorias em Estoque, Estoque ou Mercadorias. Impostos e contribuições a serem pagos. Impostos a Recolher (ICMS a Recolher, FGTS a recolher, INSS a recolher etc.). 51CONTABILIDADE EMPRESARIAL Contas de Resultado As contas de resultado se dividem em Contas de Despesas e Contas de Receitas. As Contas de Resultado não aparecem no Balanço Patrimonial, mas são elas que permitem apurar o resultado do exercício social (um ano de atividade da empresa), que pode ser lucro ou prejuízo. O resultado deriva do confronto das receitas com as des- pesas e, consequentemente, poderá ser positivo (Lucro), se as receitas forem maiores que as despesas, ou negativo, prejuízo, se as receitas forem menores do que as despesas. No caso de lucro, representa a riqueza gerada pela empresa durante de- terminado período de tempo, que pertence aos acionistas da entidade. Quando uma empresa incorre em prejuízo, ocorre uma destruição da riqueza dos acionistas. Os conceitos de Criação de Valor ao Acionista ou Des- truição de Valor ao Acionista devem estar bem presentes na gestão de qualquer empresa. Durante a Apuração do Resultado do Exercício (ARE), as contas de resultado vão encerrando seus saldos, o que significa que as contas de despesas e de receitas ‘aparecem’ durante o exercício social e ‘encerram-se’ na apuração do resultado. Essa apuração será vista logo adiante. 52CONTABILIDADE EMPRESARIAL Contas de Despesas São todos os gastos ou perdas da empresa, desde que não se refiram à aquisição de Bens e nem a pagamento de Obrigações já registradas no Balanço Patrimonial. As despesas fazem di- minuir o lucro da empresa (ou aumentar o seu prejuízo, se for o caso). As despesas têm, por finalidade, a obtenção de receitas. Pelo título dado à conta, identifica-se o tipo de despesa. Exemplos: • Água e Esgoto • Aluguéis Pagos ou Despesas com Alugueis • Café e Lanches • Descontos Concedidos • Salários • Material de Escritório (ou Material de Expediente) • Despesas Bancárias • Impostos • Custo das Mercadorias Vendidas As despesas estão divididas em operacionais e não ope- racionais. a. Despesas Operacionais Representam os gastos ou perdas da empresa devido às suas operações normais, conforme o ramo de atividade. As despesas operacionais se classificam como Administrativas, de Vendas e Financeiras. • Despesas Administrativas: são os gastos ou perdas re- ferentes às operações da administração (aluguel, água, luz, telefone, salários, impostos, encargos sociais etc.). 53CONTABILIDADE EMPRESARIAL • Despesas de Vendas (ou comerciais): são aqueles refe- rentes às operações efetuadas para alavancar as vendas e fazer com que a mercadoria seja colocada nas mãos do cliente (propaganda, despesas de viagens e comissões dos vendedores são as mais comuns). • Despesas Financeiras: São aqueles referentes aos juros pagos, descontos concedidos e às despesas bancárias (tarifas diversas). b. Despesas não operacionais São os gastos ou perdas que não decorrem das operações normais da empresa (como por exemplo, perda na venda de bens de uso). Contas de Receitas São todos os ganhos da empresa, desde que não se refiram a recebimentos de Direitos já registrados no Balanço Patrimonial e nem da venda dos Bens pelo preço de custo. As receitas fazem aumentar o lucro da empresa (ou diminuir seu prejuízo, se for o caso). Existem em menor número que as despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: • Vendas de Mercadorias • Receitas de Serviços • Aluguéis Recebidos ou Receitas de Aluguéis (ou ainda Aluguéis Ativos*) • Descontos Obtidos • Juros Recebidos ou Receitas de Juros (ou ainda Juros Ativos*) • Lucro na Venda de Bens de Uso etc. 54CONTABILIDADE EMPRESARIAL *Observação importante: Os termos Ativos, no caso das receitas, significa qualidade de ser positivo para a empresa e não que pertence ao Ativo do Balanço Patrimonial. As receitas também se dividem em operacionais e não operacionais. A. Receitas Operacionais Representam os ganhos da empresa devido às suas opera- ções normais, conforme o ramo de atividade. B. Receitas Não Operacionais Representam os ganhos da empresa que não são inerentes às suas operações normais. Exemplos: aluguel recebido de imóvel ocioso, pertencente a um comércio de móveis; lucro na venda de bens de uso. Plano de contas Definições O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, com a finalidade de mantê-la ordenada de forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. De acordo com Ribeiro (2010, p. 57) o “Plano de Contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as tarefas do Setor de Contabilidade, objetivando a uniformização dos registros contábeis”. O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o interesse da empresa em informações detalhadas; inexistem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo 55CONTABILIDADE EMPRESARIAL de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se saiba, todavia, que o plano de contas deve ser suficientemente elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas, sempre que elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da empresa,
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