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FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conselho Editorial EAD 
Dóris Cristina Gedrat (coordenadora) 
Mara Lúcia Machado 
Astomiro Romais 
André Loureiro Chaves 
Andréa Eick 
Cátia Duizith 
 
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. 
Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a 
emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por 
qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora 
da ULBRA. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº .610/98 e 
punido pelo Artigo 184 do Código Penal. 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero - ULBRA/Canoas 
ISBN 978-85-7528-460-5 
Editoração: Rodrigo Saldanha de Abreu 
Supervisão de Impressão Gráfica: Edison Wolf 
Gráfica da ULBRA 
 
Dados técnicos do livro 
Fontes: Palatino Linotype, Franklin Gothic Demi Cond 
Papel: offset 90g (miolo) e supremo 240g (capa) 
Medidas: 15x22cm 
I58f Imperatore, Simone Loureiro Brum 
Fundamentos da contabilidade. / Simone Loureiro Brum Imperatore. 
- Canoas, 2012. 
136 p. 
 
 
1. Contabilidade - fundamentos. I. Título. 
CDU 657 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
O conteúdo desta obra foi desenvolvido especialmente para você, acadêmico da 
ULBRA, com uma linguagem fácil e acessível. 
A sequência das seções foi estruturada de forma a tornar o estudo interessante: 
• No capítulo 1, você estudará a base conceitual da Contabilidade, estudo 
importantíssimo para darmos nossos primeiros passos; 
• No capítulo 2, apresentam-se os fundamentos científicos da ciência contábil, 
ou seja, os princípios e convenções contábeis; 
• No capítulo 3, por sua vez, temos o estudo introdutório aos relatórios 
contábeis; 
• Na sequência, nos capítulos 4 e 5, aprofundamos o estudo acerca do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE; 
• No capítulo 6, temos a introdução ao ciclo contábil, com ênfase no Plano de 
Contas e livros contábeis; 
• Os capítulos 7, 8 e 9 aprofundam as etapas do ciclo contábil, de forma a 
proporcionar-lhe uma visão sistêmica de como se concretiza o fluxo de 
informações na Contabilidade de forma a se concretizar em instrumento 
para a tomada de decisões. 
Para facilitar a compreensão dos conteúdos, em cada capítulo você encontrará 
exercícios, atividades de pesquisa e indicação de leituras complementares. Boa 
leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRE O AUTOR 
 
 
 
Simone Loureiro Brum Imperatore 
 
 
É graduada em Ciências Contábeis, especialista em Controladoria pela Universidade 
Regional Integrada (URI/RS) com a temática “Sistemas de informação com foco 
no CRM” e mestra em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa 
Cruz do Sul (Unisc/RS) com aprofundamento do tema “Lei de Responsabilidade 
Fiscal: estudo da execução orçamentária nos municípios da Região Metropolitana 
de Porto Alegre no período de 2000 a 2005”. Tem vasta experiência em qualificação 
e gestão pública e privada e - além de ser docente na Universidade Luterana do 
Brasil (ULBRA) nos cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas 
- é diretora de Consultoria em Projetos e Gestão Públicos e Privados (PGPP), 
instituição onde responde pelos programas de Planejamento Estratégico, Políticas e 
Estratégias Gerenciais e Desenvolvimento Regional. 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1 A Contabilidade ............................................................................................................... 9 
1.1 Conceito de Contabilidade .................................................................................... 10 
1.2 Objeto, objetivos e finalidade da Contabilidade ................................................... 10 
1.3 Técnicas utilizadas pela Contabilidade para atingir seus objetivos ..................... 11 
1.4 Patrimônio .............................................................................................................. 12 
1.5 Patrimônio Líquido ................................................................................................. 14 
1.6 Aspectos qualitativo e quantitativo do patrimônio ................................................ 18 
1.7 Investimentos patrimoniais e as origens de recursos .......................................... 18 
Exercícios ....................................................................................................................21 
2 FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DA Contabilidade .............................................. 27 
2.1 Princípios Fundamentais de Contabilidade .......................................................... 27 
2.2 Convenções Contábeis ......................................................................................... 31 
2.3 Regimes Contábeis ............................................................................................... 33 
Exercícios ....................................................................................................................36 
3 OS RELATÓRIOS CONTÁBEIS ......................................................................... 39 
3.1 O processo decisório ............................................................................................. 39 
3.2 Conceito de relatório contábil ............................................................................... 41 
3.3 Demonstrações financeiras obrigatórias .............................................................. 41 
3.4 Demonstrações contábeis não obrigatórias ......................................................... 46 
Exercícios ....................................................................................................................47 
4 BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................. 53 
4.1 O que é Balanço Patrimonial? .............................................................................. 53 
4.2 Os grupos de contas do Balanço Patrimonial ...................................................... 54 
4.3 Principais deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido........................................ 60 
4.4 Investimentos patrimoniais e as origens de recursos .......................................... 63 
Exercícios ....................................................................................................................66 
5 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ................................... 73 
5.1 Receitas e despesas.................................................................................................... 73 
5.2 Despesa e custo ..................................................................................................... 75 
5.3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ................................................... 75 
5.4 Reservas ....................................................................................................................... 81 
 5.5 DRE Inovada ................................................................................................................ 82 
Exercícios ........................................................................................................................... 84 
6 CICLO CONTÁBIL: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS .................................................... 89 
6.1 Plano de Contas ........................................................................................................... 90 
6.2 Sistemas contábeis ...................................................................................................... 94 
6.3 Livros de escrituração .................................................................................................. 94 
6.4 Método de escrituração ............................................................................................... 96 
6.5 Balancete de Verificação .............................................................................................97 
Exercícios ......................................................................................................................... 100 
7 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ....................................................................................... 101 
7.1 Conceito de Escrituração .......................................................................................... 101 
7.2 Lançamento ................................................................................................................ 102 
7.3 Erros de escrituração ................................................................................................. 109 
Exercícios ......................................................................................................................... 113 
8 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ........................................................ 119 
8.1 Conceito ...................................................................................................................... 120 
8.2 Exemplo prático .......................................................................................................... 120 
Exercícios ......................................................................................................................... 125 
9 INVENTÁRIO ................................................................................................................... 129 
9.1 Classificação do inventário ........................................................................................ 129 
9.2 Fases do inventário .................................................................................................... 130 
9.3 Critérios de avaliação dos ativos ..........................................................................132 
9.4 Critérios de avaliação de passivos .......................................................................134 
Exercícios ......................................................................................................................... 135 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 136 
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1 A Contabilidade 
Simone Loureiro Brum Imperatore 
 
 
A Contabilidade é tão antiga quanto a civilização e está ligada à necessidade social 
de proteção à posse, ao controle e à interpretação das variações patrimoniais. Desde 
os primórdios da história da humanidade observa-se o homem inventariando (de 
forma bem rudimentar) seu rebanho. Com a evolução da agricultura, do comércio 
e, na sequência, da industrialização, foram pensadas e estudadas as várias formas 
de registrar os fatos contábeis que ocorriam na gestão patrimonial, formatando-se 
relatórios que evidenciassem o resultado dessa gestão. 
Sua evolução deu-se de forma gradativa, e, hoje, a Contabilidade é tida como a 
linguagem dos negócios, uma bússola que orienta os gestores (públicos e privados) 
na tomada de decisão. Seu estudo parte do entendimento e da apreensão de sua 
base conceitual. O objetivo deste capítulo é darmos nossos primeiros passos (de 
mãos dadas, não se preocupe) para que você vá descobrindo a ciência contábil e 
vendo o quanto ela faz parte da sua vida. 
E, partindo-se da máxima de que “ninguém ama o que não conhece”, vamos 
conhecê-la melhor. Tenho certeza de que você vai se surpreender... 
Neste primeiro capítulo, estudaremos: 
• conceito de Contabilidade; 
• usuários; 
• objeto, objetivos e finalidade da Contabilidade; 
• técnicas contábeis; 
• Patrimônio Líquido; 
• aspectos qualitativo e quantitativo do patrimônio; 
• investimentos patrimoniais e fontes de recursos. 
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 1.1 Conceito de Contabilidade 
A Contabilidade é uma ciência social, um sistema de informação e avaliação 
destinado a prover seus usuários com relatórios, demonstrações e análises de 
natureza econômico-financeira da empresa em determinado momento e sua 
evolução em determinado período. 
 Há na literatura alguns conceitos de Contabilidade. Para Marion, a “ciência contábil 
é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de 
decisões dentro e fora da empresa”. Já segundo Ribeiro, a “Contabilidade é uma 
ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do 
patrimônio da empresa”. De acordo com Franco, Contabilidade é “a ciência (ou 
a técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos 
no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e 
a revelação destes fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição 
do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da 
riqueza patrimonial”. 
A partir dos conceitos apresentados, fica compreendido o motivo do estudo da 
Contabilidade: você (enquanto gestor, gerente, investidor, funcionário, fornecedor, 
cidadão ou analista) necessita de informações que demonstrem a situação da 
empresa (e de seu patrimônio). Através da Contabilidade torna-se possível coletar, 
processar e estruturar essas informações. 
Também é necessária a deposição de preconceitos, como o senso comum de que a 
Contabilidade somente atende às exigências do governo (fisco); muito além disso, 
ela é feita para auxiliá-lo na tomada de decisão através de um fluxo contínuo de 
informações sobre os mais variados aspectos da gestão econômico-financeira da 
empresa. 
Ora, se a Contabilidade é um sistema de informação, quem são os usuários 
desse sistema? Conforme destaca Marion, “são as pessoas que se utilizam 
da Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam na 
Contabilidade as suas respostas”. É óbvio que não só os administradores se 
utilizam da Contabilidade, vamos citar outros usuários: investidores, fornecedores, 
bancos, governo, sindicatos, empregados, concorrentes, analistas, órgãos públicos 
e consultores. 
 
1.2 Objeto, objetivos e finalidade da Contabilidade 
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência. Na Contabilidade, o 
objeto de estudo é o patrimônio de uma entidade. 
No que se refere aos objetivos da Contabilidade, ressaltamos: 
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• apresentar corretamente o patrimônio; 
• apreender e analisar as causas das suas mutações (mudanças); 
• prover os diferentes usuários com informações sobre aspectos de natureza 
econômica, financeira e física do patrimônio (registros, diagnósticos, 
demonstrações, análises, prognósticos, relatos, pareceres, planilhas, entre 
outros). 
Sua finalidade, segundo Ribeiro, é permitir o estudo e o controle dos fatos 
decorrentes da gestão do patrimônio das entidades econômico administrativas. 
Entende-se como entidades econômico-administrativas as organizações que reúnem 
pessoas, patrimônio, titular, capital, ação administrativa e fim determinado, e que 
são classificadas como: 
• entidades com fins econômicos (empresas comerciais, agrícolas, industriais); 
• entidades com fins socioeconômicos (associações de classe, clubes sociais, ONGs, 
cooperativas, etc.); 
• entidades com fins sociais (União, estados, municípios). 
 
1.3 Técnicas utilizadas pela Contabilidade para atingir seus 
objetivos 
Os meios utilizados pela Contabilidade para atingir seus objetivos compreendem 
o conjunto de técnicas denominadas de técnicas contábeis, quais sejam: 
Escrituração - registro em livros próprios (Diário Razão, Caixa, Contas Correntes) 
de todos os fatos administrativos que ocorrem no dia a dia das empresas. 
Demonstrações Contábeis - confecção de quadros técnicos que apresentam dados 
extraídos dos registros contábeis das empresas. As mais importantes são o 
Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que 
estudaremos mais adiante; 
Auditoria e Perícia - verificaçãoda exatidão dos dados contidos nas demonstrações 
contábeis, através de um exame minucioso dos registros e dos documentos que 
deram origem a esses registros; 
Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis - exame e interpretação 
dos dados contidos nas demonstrações contábeis, transformando estes dados em 
informações (indicadores) úteis para os diversos usuários da Contabilidade. 
12 
 
PATRIMÔNIO (de uma pessoa ou empresa) 
Bens 
Direitos (valores a receber) 
Obrigações (valores a pagar) 
1.4 Patrimônio 
Se o objeto de estudo da Contabilidade é o Patrimônio, precisamos conceituá-lo 
para darmos prosseguimento ao nosso estudo. 
O termo patrimônio significa o conjunto de bens de uma pessoa (pessoa física) ou 
de uma empresa (pessoa jurídica). Compõe-se também de direitos (valores a 
 receber) e de obrigações (valores a pagar). 
Assim, patrimônio significa, de um lado, o conjunto de bens e direitos pertencente 
a uma pessoa ou empresa; e, de outro, inclui as obrigações a serem pagas, o que é 
representado a seguir. 
 
 
1.4.1 Bens 
Segundo Ribeiro, bens são as coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas, 
suscetíveis de avaliação econômica. Sob o ponto de vista contábil, podemos definir 
como bem tudo aquilo que a empresa possui para venda, troca ou consumo. Por 
exemplo: 
• bens de uso: balcões, prateleiras, computadores, impressora fiscal; 
• bens de troca: mercadorias, dinheiro, etc.; 
• bens de consumo: material de expediente (embalagens, bobinas, cartuchos, A4, 
etc.), material de limpeza, etc. 
Os bens podem, ainda, ser classificados em tangíveis e intangíveis: 
a. Bens tangíveis (também chamados de bens materiais): possuem corpo, matéria 
física, são palpáveis. Exs.: veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, 
móveis e utensílios (móveis do escritório), ferramentas, etc. 
b. Bens intangíveis (imateriais): não têm matéria, não são palpáveis. Por exemplo: 
marcas, patentes de invenção, benfeitorias em imóveis de terceiros, “ponto”, 
gastos de organização, etc. 
Em relação aos bens tangíveis, podem ser classificados em móveis e imóveis como 
segue: 
• Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados 
sem destruição ou danos. Por exemplo: edifícios, construções, etc. 
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• Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos. Por exemplo: máquinas, 
equipamentos, veículos, equipamentos, estoques de mercadorias, etc. 
 
1.4.2 Direitos 
Segundo Ribeiro, constituem direitos para a empresa todos os valores que ela tem 
a receber, a recuperar, a restituir. Esses direitos são registrados nos livros contábeis 
 
da empresa, seguido da expressão a receber. Em relação às empresas, o direito 
mais comum decorre de vendas a prazo, o pagamento não é feito no ato, mas no 
futuro, o qual se denomina clientes, duplicatas a receber, títulos a receber, contas 
a receber, etc. Outros direitos: aluguéis a receber, promissórias a receber, banco 
conta movimento (depósitos), impostos a restituir ou a recuperar, etc. 
Bens e direitos são representados como componentes positivos do patrimônio, 
dinâmicos, que produzem ganho para a empresa, daí estarem representados no 
grupo patrimonial ATIVO. 
 
1.4.3 Obrigações 
São dívidas com outras pessoas e ou empresas. Em Contabilidade, tais dívidas 
são denominadas exigíveis (pagamento na data do vencimento). São obrigações 
exigíveis: salários a pagar, impostos a pagar, encargos sociais a recolher, aluguéis 
a pagar, contas a pagar, fornecedores, empréstimos bancários, etc. 
Obrigações são representadas como componentes patrimoniais negativos, 
representando capitais de terceiros investidos na empresa, daí estarem 
representados no grupo patrimonial PASSIVO. Esses recursos, por sua vez, provêm 
de duas fontes: 
a. débitos de funcionamento: obrigações que surgem em decorrência da gestão 
normal da empresa. Por exemplo: fornecedores, obrigações fiscais, trabalhistas, 
etc.; 
b. débitos de financiamento: recursos obtidos pela empresa mediante terceiros 
em forma de empréstimos. 
 
Observe que os direitos e obrigações são fáceis de se reconhecer: 
Direitos - são seguidos da expressão a receber, a recuperar, a restituir; 
Obrigações - são seguidos da expressão a pagar, a recolher. 
Mas, preste atenção: Clientes (direito) e Fornecedores (obrigação) são exceções a essa 
regra. 
Da mesma forma que os compromissos que a empresa tem com entidades governamentais 
(impostos e encargos sociais, por exemplo) poderão ser contabilizados com a expressão a 
pagar 
ou a recolher. 
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1.4.4 Representação gráfica do Patrimônio 
Na representação gráfica patrimonial, colocamos no lado esquerdo os bens e direitos e 
no lado direito as obrigações. Trata-se de uma convenção contábil, conforme é 
demonstrado a seguir: 
 
BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES 
 
Bens 
Dinheiro 
Mercadorias em estoque 
Veículos 
Imóveis 
Máquinas 
Ferramentas 
Móveis e utensílios 
Marcas e patentes 
Direitos 
Depósitos em bancos - Banco 
Conta Movimento 
Clientes (duplicatas a receber) 
Títulos a receber 
Aluguéis a receber 
Ações 
Aplicações Financeiras 
 
 
Obrigações 
Empréstimos a pagar 
Salários a pagar 
Fornecedores (duplicatas a 
pagar) 
Financiamentos 
Impostos a pagar 
Encargos sociais a recolher 
Aluguéis a pagar 
Títulos a pagar 
Promissórias a pagar 
Contas a pagar 
 
 
Outra convenção é chamar o lado positivo de Ativo (bens + direitos) e o lado 
negativo de Passivo (obrigações): 
Cia dos Doces 
(Valores em R$) 
 
ATIVO 
BENS + DIREITOS 
PASSIVO 
OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS 
Bens 1.950 Obrigações 4.450 
Direitos 2.800 
 
Total 4.750 Total 4.450 
 
 
 
1.5 Patrimônio Líquido 
Definimos como Patrimônio Líquido (PL) a diferença entre os bens e direitos e 
as obrigações de uma entidade, em determinado momento. Assim, é possível 
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apurar a riqueza líquida da empresa, também denominada Patrimônio Líquido 
ou situação líquida. 
Por exemplo, tomando-se os dados do quadro anterior, temos: 
PL = (total dos bens + direitos) - obrigações 
PL = 4.750 - 4.450 = 300 
O quadro a seguir indica que, se a Cia dos Doces recebesse todos os seus direitos e 
vendesse todos os seus bens, daria para pagar suas dívidas e sobraria R$ 300,00, o 
que corresponde ao seu Patrimônio Líquido. 
Cia dos Doces 
(Valores em R$) 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens 1.950 Obrigações 4.450 
Direitos 2.800 Patrimônio Líquido 300 
Total 4.750 Total 4.750 
 
 
Como podemos observar na representação gráfica patrimonial da Cia dos Doces, o 
Patrimônio Líquido está representado junto com as obrigações (Passivo). O correto, 
então, seria chamar a coluna da direita como Passivo e Patrimônio Líquido, tendo em 
vista que ele completa a equação patrimonial. No Brasil, entretanto, convencionou- 
se chamá-la apenas de Passivo. 
 
1.5.1 Situações líquidas patrimoniais 
Os elementos patrimoniais equacionados poderão apresentar três situações líquidas 
patrimoniais diferentes: 
• situação líquida patrimonial ativa, positiva ou superavitária; 
• situação líquida patrimonial passiva, negativa ou deficitária; 
• situação líquida patrimonial nula, compensada ou inexistente. 
Para compreender cada situação, observe os exemplos apresentados nos quadros 
a seguir: 
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ATIVO PASSIVO 
Bens 100 Obrigações 80 
Direitos 30 Situação líquida 50 
Total 130 Total 130 
 
 
Situação líquida patrimonial ATIVA, POSITIVA ou SUPERAVITÁRIA (valores 
em R$): 
 
 
 
Este balanço evidencia uma situação em que o total do Ativo (bens + direitos = 130) 
é maior que o total do Passivo (obrigações = 80), configurando-se uma situação 
líquida ativa, positiva ou superavitária (= 50). Suponha que se deseje liquidar a 
empresa nesse momento,realizando-se todos os direitos, vendendo-se todos os 
bens e quitando-se as obrigações, ainda sobraria para os sócios da empresa o valor 
de R$ 50,00. 
Situação líquida patrimonial PASSIVA, NEGATIVA ou DEFICITÁRIA (valores 
em R$): 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens 100 Obrigações 180 
Direitos 20 (-) Situação líquida (60) 
Total 120 Total 120 
 
 
Neste balanço, verificamos que o total das obrigações (R$ 180,00) é maior do que 
a soma dos bens e dos direitos (R$ 120,00), configurando-se uma situação passiva, 
negativa ou deficitária (-R$ 60,00). Se a empresa for liquidada nesse momento, o 
valor referente à realização dos direitos e da venda dos bens será insuficiente para 
a quitação das obrigações, e faltaria R$ 60,00 para cobrirmos o total do Passivo 
(obrigações). Essa situação é conhecida como PASSIVO A DESCOBERTO, porque 
o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do Passivo. 
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ATIVO PASSIVO 
Bens 100 Obrigações 120 
Direitos 20 Situação líquida 0 
Total 120 Total 120 
 
 
Situação líquida patrimonial NULA, COMPENSADA ou INEXISTENTE (valores 
em R$): 
 
 
 
No balanço apresentado, verificamos que a soma de bens e direitos é igual ao 
total das obrigações (R$ 120,00), tratando-se de uma situação nula ou inexistente. 
Se liquidarmos a empresa nesse momento, o montante apurado com a venda dos 
bens e o recebimento dos direitos será usado para cobrir apenas as obrigações, não 
restando nada para os sócios. 
Nas três situações líquidas apresentadas, ATIVA, PASSIVA e NULA, Ativo e Passivo 
sempre são maiores do que zero. Em raras ocasiões, eles podem ser iguais a zero. 
Nesse caso teremos duas possibilidades, conforme exemplificado nos quadros 
que seguem. 
O Passivo é igual a zero (valores em R$): 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens 100 Obrigações 0 
Direitos 20 Situação líquida 120 
Total 120 Total 120 
 
 
A constituição da empresa é um dos momentos em que a situação ilustrada pelo 
balanço acima poderá ocorrer, caracterizando uma situação líquida patrimonial 
ativa, positiva ou superavitária. 
O Ativo é igual a zero (valores em R$): 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens 0 Obrigações 40 
Direitos 0 Situação líquida (40) 
Total 0 Total 0 
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O encerramento das atividades da empresa é um dos momentos em que a situação 
exemplificada poderá ocorrer, configurando-se uma situação patrimonial passiva, 
negativa ou deficitária. 
 
1.6 Aspectos qualitativo e quantitativo do patrimônio 
 Todos os relatórios elaborados a partir da Contabilidade e de sua escrituração 
devem ressaltar dois aspectos: 
a. Qualitativo: consiste em qualificar, nominar os elementos componentes do 
respectivo relatório, permitindo que se conheça a natureza de cada um (o 
quê). 
b. Quantitativo: consiste em atribuir aos respectivos elementos seus valores em 
moeda (R$). 
As informações quantitativas que a Contabilidade produz, quando aplicadas a uma 
empresa, devem possibilitar ao usuário avaliar a situação e as tendências desta com 
o menor grau de dificuldade possível. Devem, portanto, permitir ao usuário: 
• observar e avaliar o comportamento; 
• comparar seus resultados com o de outros períodos e/ou empresas; 
• avaliar seus resultados à luz dos objetivos estabelecidos; 
• obter subsídios para o planejamento das operações da empresa. 
 
1.7 Investimentos patrimoniais e as origens de recursos 
Todos os recursos que entram numa empresa passam pelo Passivo e pelo 
Patrimônio Líquido (PL). Os recursos (financeiros ou materiais) são originados 
dos proprietários (ingresso de recursos e reinvestimento de lucros), fornecedores 
(vendas a prazo), governo (impostos e encargos a pagar), bancos e financeiras 
(empréstimos, financiamentos, adiantamentos de recebíveis, etc.), representando 
origens de recursos. Através do PASSIVO e do PATRIMÔNIO LÍQUIDO, portanto, 
identificam-se as ORIGENS DE RECURSOS investidos na empresa. 
O ATIVO, por sua vez, evidencia todas as APLICAÇÕES DE RECURSOS: aplicação 
no caixa, em estoque, em máquinas, em imóveis, etc. A empresa só pode aplicar 
(Ativo) aquilo que tem origem (Passivo e Patrimônio Líquido); dessa forma, fica 
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bastante simples entender por que o Ativo será sempre igual ao Passivo (recursos 
de terceiros) mais o Patrimônio Líquido (recursos próprios representados pelo 
capital social, reservas, lucros, outros). 
 
Figura 1.1 - Origens e aplicações de recursos 
Fonte: adaptado de Marion, 2006, p.56. 
 
Sem dúvida, as principais origens de recursos para a empresa são o capitala investido 
pelos sócios e o lucro obtido no negócio (PL), lembrando que o lucro obtido pela 
empresa não pertence a ela, mas a seus proprietários (sócios ou acionistas), pois 
são eles que assumem o risco do negócio. O lucro é, portanto, a remuneração do 
capital investido na empresa pelos proprietários, o qual é adicionado à conta do 
proprietário, ou seja, no Patrimônio Líquido. 
Empréstimos, financiamentos, factoring, crédito direto ao consumidor, ações, 
debêntures, incentivos fiscais, etc. constituem outras fontes de recursos importantes 
para a empresa (capitais de terceiros). 
 
Ponto final 
Conhecer a base conceitual da Contabilidade - conceito, usuários, objeto, objetivos, 
finalidade, Patrimônio Líquido, aspectos qualitativo e quantitativo do patrimônio, 
investimentos patrimoniais e fontes de recursos - é muito importante para que o 
estudante possa compreender conceitos mais complexos que são exigidos no seu 
dia a dia. A seguir, um breve resumo dos tópicos abordados: 
 
 
 
 
 
a O termo capital significa “recursos”. Capital próprio significa “recursos dos proprietários” (sócios ou 
acionistas) aplicados na empresa. Capital de terceiros, por outro lado, significa “recursos de outras 
pessoas” aplicados na empresa (fornecedores, bancos, etc.). 
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Contabilidade: ciência social que estuda o patrimônio das entidades, fornecendo 
informações para a tomada de decisão. 
Patrimônio: objeto de estudo da Contabilidade, consiste no conjunto de bens, direitos 
e obrigações pertencentes a uma pessoa física e/ou jurídica. 
Bens: do ponto de vista contábil, significa os itens de que dispõe a empresa ou 
entidade para a obtenção de seus fins. Em outras palavras, bem é tudo aquilo que a 
empresa possui para venda, troca ou consumo. Pode ser tangível e intangível, móvel 
ou imóvel. 
Direitos: representam o valor da dívida de terceiros para com a empresa; o poder de 
exigir alguma coisa (ou ter em “haver”): valores a receber, contas a receber, títulos 
a receber, etc. Junto com os bens, formam a parte positiva do patrimônio e estão 
representadas no Ativo. 
Obrigações: dívidas exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos 
(pagamento na data do vencimento): duplicatas a pagar (ou fornecedores), títulos a 
pagar, impostos a pagar, financiamentos a pagar, etc. Estão representadas no Passivo. 
Ativo: grupo patrimonial que representa os investimentos ou aplicações do patrimônio 
ou do capital das empresas; conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa; 
são os itens positivos do patrimônio, trazem benefícios, proporcionam ganho para a 
empresa (representam a aplicação dos recursos). 
Passivo: grupo patrimonial que representa as fontes dos valores aplicados no 
Ativo; obrigações exigíveis da empresa, ou seja, dívidas que serão cobradas em seus 
respectivos vencimentos. Representa a parte negativa do patrimônio (representa, junto 
com o Patrimônio Líquido, a origem dos recursos da empresa). 
Patrimônio Líquido: valor resultante da diferença entre os valores do Ativo e as 
dívidas da empresa; riqueza líquida da empresa, composta pela diferença entre os bens 
e direitos (Ativo) e suas obrigações exigíveis (Passivo), em determinadomomento. 
Também chamado de situação líquida patrimonial. 
Situação líquida patrimonial ATIVA, POSITIVA ou SUPERAVITÁRIA: situação em 
que a soma dos bens e direitos é maior do que a soma das obrigações. 
Situação líquida patrimonial PASSIVA, NEGATIVA ou DEFICITÁRIA: situação em 
que a soma dos bens e direitos é menor do que a soma das obrigações. 
Situação líquida patrimonial NULA, INEXISTENTE ou COMPENSADA: situação 
em que a soma dos bens e direitos é igual à soma das obrigações. 
Aspecto qualitativo do patrimônio: natureza dos itens que compõem o patrimônio 
(o quê). 
Aspecto quantitativo do patrimônio: avaliação monetária dos itens patrimoniais 
(quanto). 
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Referências 
Livros-base utilizados neste capítulo: 
Contabilidade Básica - José Carlos Marion - Ed. Atlas. 
Contabilidade Fácil - Osni Moura Ribeiro - Ed. Saraiva. 
Curso de Contabilidade para não contadores - Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion 
- Ed. Atlas. 
Nestas obras encontraremos um estudo introdutório, base da ciência contábil, bem 
como exercícios que nos ajudam a compreendê-la melhor. 
Como leitura complementar, sugerimos a leitura do artigo “A História da 
Contabilidade” disponível em <http://www.portaldeContabilidade.com.br/ 
tematicas/ historia.htm>. 
 
Exercícios 
1) Com suas palavras, conceitue Contabilidade. 
 A Contabilidade é uma ciência social, um sistema de informação e avaliação destinado a 
prover seus usuários com relatórios, demonstrações e análises de natureza econômico-
financeira da empresa em determinado momento e sua evolução em determinado período. 
 Há na literatura alguns conceitos de Contabilidade. Para Marion, a “ciência contábil é o 
instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões 
dentro e fora da empresa”. Já segundo Ribeiro, a “Contabilidade é uma ciência que 
permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio da 
empresa”. De acordo com Franco, Contabilidade é “a ciência (ou a técnica, segundo 
alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das 
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação destes fatos, 
com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o 
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”. 
2) Classifique os elementos em Bem, Direito ou Obrigação, Ativo ou Passivo: 
 
 
ELEMENTO 
BEM, DIREITO OU 
OBRIGAÇÃO 
 
ATIVO OU PASSIVO 
 
ELEMENTO 
BEM, DIREITO OU 
OBRIGAÇÃO 
ATIVO OU PASSIVO 
Computador Bem Ativo 
Duplicatas a Receber Direito Ativo 
Impostos a Recolher Obrigação Passivo 
Caixa (ou dinheiro) Bem Ativo 
Clientes Direito (o mesmo que 
Duplicatas a Receber) 
Ativo 
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http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/%20historia.htm
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Salários a Pagar Obrigação Passivo 
Empréstimos a Pagar Obrigação Passivo 
Fornecedores Obrigação (o mesmo que 
Duplicatas a Pagar) 
Passivo 
Mercadorias em Estoque Bem Ativo 
Veículo Bem Ativo 
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3) Escolha a alternativa correta: 
O objeto da Contabilidade é: 
a) o Balanço Patrimonial. 
b) a escrituração. 
 c) o patrimônio. 
d) os fatos administrativos. 
 
4) São usuários da Contabilidade: 
a) Administradores e sindicatos. 
b) Fornecedores e bancos. 
c) Governo e investidores. 
d) Todas as alternativas anteriores. 
 
 
5) Constituem objetivos da Contabilidade: 
a) Apresentar corretamente o patrimônio. 
b) Evidenciar e analisar as mutações patrimoniais. 
c) Prover os diferentes usuários com informações sobre aspectos de natureza 
econômica, financeira e física do patrimônio (registros, diagnósticos, 
demonstrações, análises, prognósticos, relatos, pareceres, planilhas, 
outros). 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
 
 
6) A finalidade da Contabilidade é: 
a) o patrimônio. 
b) permitir o estudo e o controle do patrimônio. 
c) registrar os fatos administrativos visando à elaboração do Balanço 
Patrimonial. 
d) verificar a autenticidade das operações. 
 
 
 
24 
 
 
7) São técnicas contábeis: 
a) Auditoria, princípios contábeis, atos administrativos e escrituração. 
b) Balanço Patrimonial, DRE, Patrimônio Líquido e Análise de Balanços. 
c) Escrituração, demonstrações contábeis, auditoria e perícia, análise das 
demonstrações contábeis. 
d) Escrituração, demonstrações contábeis, atos administrativos e Balanço 
Patrimonial. 
 
 
8) Identifique a alternativa que contém o conceito mais correto de patrimônio: 
a) Conjunto de bens e direitos. 
b) Conjunto de direitos e obrigações. 
c) Conjunto de bens e obrigações. 
d) Conjunto de bens, direitos e obrigações, avaliado em moeda e pertencente 
a uma pessoa ou empresa. 
 
 
9) Enquanto o aspecto qualitativo do patrimônio refere-se à espécie de cada 
elemento que o compõe, o aspecto quantitativo refere-se: 
a) à quantidade física dos bens e dos direitos. 
b) aos valores em moeda dos componentes do patrimônio. 
c) à quantidade de estoques existentes. 
d) ao total dos valores existentes em caixa. 
 
 
10) A diferença entre Ativo (bens e direitos) e Passivo (obrigações) denomina-se: 
a) situação líquida patrimonial. 
b) Balanço Patrimonial. 
c) situação líquida patrimonial positiva. 
d) situação líquida patrimonial negativa. 
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11) A situação líquida em que o Ativo é menor que o Passivo chama-se: 
a) situação líquida nula. 
b) situação líquida passiva. 
c) situação líquida positiva. 
 d) situação líquida superavitária. 
 
12) A equação Ativo maior que Passivo evidencia: 
a) situação líquida passiva. 
b) situação líquida nula. 
c) situação líquida negativa. 
d) situação líquida superavitária. 
 
 
13) A equação Ativo igual a Passivo chama-se: 
a) situação líquida passiva. 
b) situação líquida nula. 
c) situação líquida negativa. 
d) situação líquida superavitária. 
 
 
14) Todos os recursos que entram numa empresa passam pelo Passivo e pelo 
Patrimônio Líquido (PL). São recursos de terceiros (Passivo): 
a) Fornecedores. 
b) Impostos a recolher. 
c) Empréstimos a pagar. 
d) a, b e c estão corretas. 
 
 
15) Constituem recursos próprios aplicados na empresa: 
a) Capital, reservas e lucros acumulados. 
b) Fornecedores, empréstimos e capital social. 
26 
 
 
c) Fornecedores, impostos a recolher e empréstimos a pagar. 
d) Capital social. 
 
 
Gabarito: 
1) Leia com atenção os conceitos apresentados no texto e formule o seu conceito 
de Contabilidade. 
2) Classifique os elementos em Bem, Direito ou Obrigação, Ativo ou Passivo: 
 
 
ELEMENTO 
BEM, DIREITO OU 
OBRIGAÇÃO 
ATIVO OU 
PASSIVO 
Computador Bem Ativo 
Duplicatas a Receber Direito Ativo 
Impostos a Recolher Obrigação Passivo 
Caixa (ou dinheiro) Bem Ativo 
Clientes Direito (o mesmo que 
Duplicatas a Receber) 
Ativo 
Salários a Pagar Obrigação Passivo 
Empréstimos a Pagar Obrigação Passivo 
Fornecedores Obrigação (o mesmo que 
Duplicatas a Pagar) 
Passivo 
Mercadorias em Estoque Bem Ativo 
Veículo Bem Ativo 
Aluguéis a Pagar Obrigação Passivo 
 
 
3) c; 4) d; 5) d; 6) b; 7) c; 8) d; 9) b; 10) a; 11) b; 12) d; 13) b; 14) d; 15) a. 
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FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS 
DA Contabilidade 
 
 
Simone Loureiro Brum Imperatore 
 
 
Existem regras de aplicação geral que orientam a prática do profissional contábil 
no exercício de sua atividade. Tais regras, conceitos ou princípios, segundo Marion 
(2003), visam a um tratamento contábil padronizado e servem como guias para 
a auditoria examinar a qualidade dos relatórios contábeis. No presente capítulo, 
estudaremos:• os Princípios Fundamentais de Contabilidade; 
• as Convenções Contábeis; 
• os Regimes Contábeis. 
 
2.1 Princípios Fundamentais de Contabilidade 
A Contabilidade tem um conjunto de regras que pode ser chamado de Estrutura 
Básica da Contabilidade. Ao pensarmos em estrutura, podemos relacionar a 
um prédio com alicerces, paredes e telhado. A parte mais importante do prédio 
é o alicerce, as colunas, os pilares que sustentam os demais componentes da 
construção. 
Os princípios são, portanto, a forma, o meio e a estrutura de que a Contabilidade 
se utiliza para chegar a seus objetivos ou, às vezes, para compreender a prática 
contábil. Em outras palavras, são como placas de direção, são guias que “sinalizam” 
a direção do trabalho do contador. 
A Resolução do CFC nº 750/93 dispõe sobre os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e é composta dos seguintes princípios: 
a. Princípio da Entidade; 
b. Princípio da Continuidade; 
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c. Princípio da Oportunidade; 
d. Princípio do Registro pelo Valor Original; 
e. Princípio da Atualização Monetária; 
f. Princípio da Competência; 
 g. Princípio da Prudência. 
O estudo destes princípios é de extrema importância para a execução de trabalhos 
que envolvam a Contabilidade, pois todas as empresas que sofreram algum tipo 
de autuação certamente deixaram de obedecer a um ou mais dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade. 
 
2.1.1 Princípio da Entidade 
O Princípio da Entidade faz referência ao patrimônio que será administrado, 
estudado, avaliado, constituindo-se em elemento autônomo em relação aos 
detentores do capital aplicado nesse mesmo patrimônio, e, como se diz com 
frequência, o patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa 
(entidade). 
Reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade, afirma a autonomia 
patrimonial, a necessidade de diferenciação de um patrimônio particular no 
universo dos patrimônios existentes. É por este motivo que a Receita Federal solicita 
aos contribuintes duas declarações de renda: uma da pessoa física e outra da pessoa 
jurídica. Desse primeiro conceito deduz-se que a Contabilidade é mantida para a 
entidade como pessoa distinta de seus sócios. 
A moderna teoria contábil amplia o conceito do Princípio da Entidade num sentido 
econômico, organizacional e de controle. Evidencia que não há necessidade de 
apego tão somente à conotação jurídica (pessoa física/pessoa jurídica) para 
identificar-se uma entidade contábil, admitindo a ideia da formação de entidades 
nos sentidos macro (consolidado) e micro (divisões da empresa). 
Assim, pode-se afirmar que, para a Contabilidade, qualquer indivíduo, empresa, 
grupo de empresas, setor ou divisão, desde que efetue atividade econômica, e que 
seja tão importante, a critério dos stakeholders (segmentos de pessoas interessadas 
como acionistas, credores, empregados, governo, etc.), que justifique um relatório 
separado e individualizado de receitas e despesas, de investimentos e de retornos, 
de metas e realizações, pode tornar-se uma ENTIDADE CONTÁBIL. 
 
O conceito de entidade contábil, portanto, pode incluir o conceito jurídico (CNPJ/CPF), 
uma divisão da empresa ou uma superempresa, tal como a consolidação de várias firmas 
correlacionadas. A escolha da entidade contábil apropriada, em cada caso, depende dos 
objetivos dos demonstrativos e dos interesses dos usuários da informação. 
29 
 
2.1.2 Princípio da Continuidade 
Os procedimentos contábeis devem considerar a continuidade dos negócios da 
entidade, uma vez que esses negócios se renovam por meio de seu ciclo de operações 
e investimentos. Esse segundo pilar é baseado no pressuposto de que a empresa é 
algo em andamento, em continuidade, que funcionará por prazo indeterminado, 
até forte evidência em contrário (prejuízos sucessivos por exemplo). 
Saliente-se que os princípios da ENTIDADE e da CONTINUIDADE constituem 
os alicerces sobre os quais se baseia o edifício dos conceitos contábeis. De forma 
combinada, poderíamos afirmar: 
A Contabilidade é mantida para as entidades como pessoas distintas dos sócios que as 
integram e que, se supõe, continuarão operando por um período indefinido de tempo. 
 
Os demais princípios constituem as paredes e a cobertura da construção contábil. 
Vamos a eles: 
 
2.1.3 Princípio da Oportunidade 
A integridade dos registros é de fundamental importância para a análise dos 
elementos patrimoniais, pois todos os fatos contábeis devem ser registrados, 
incluindo os das filiais, sucursais e demais dependências de uma mesma 
entidade. 
Este princípio tem muito a ver com o da tempestividade, pois implica registrar os 
fatos contábeis quando eles acontecem. 
 
2.1.4 Princípio do Registro pelo Valor Original 
Este princípio reza que os elementos patrimoniais devem ser registrados pelo valor 
originado nas transações com os agentes externos à entidade e em moeda corrente 
do país, não se levando em conta os valores futuros de entradas ou de saídas. 
Qualquer variação patrimonial deverá ser reconhecida no momento de sua 
ocorrência e não no momento da entrada dos elementos patrimoniais. Quando as 
transações forem realizadas em moedas estrangeiras, estas deverão ser convertidas 
para a moeda corrente em nosso país, para a efetivação de seu registro contábil. 
O custo inicial, além dos provisionamentos normais que devem atender à perda de 
valor econômico (depreciação, amortização, exaustão), precisa ser “conservado”, 
durante o tempo necessário, mantendo o poder aquisitivo inalterado. A tendência 
corrente dos princípios contábeis é CONSERVADORA, no sentido de não correr 
riscos na avaliação, a cada momento, sobre a potencialidade do ativo em gerar 
serviços futuros, o que poderia levar a erros de julgamento. A Contabilidade 
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contenta-se em resguardar o valor original do Ativo (com amortizações respectivas), 
pelo menos como indicador de um valor econômico aproximado, na data da 
transação. 
 
2.1.5 Princípio da Atualização Monetária 
 Deverão ser reconhecidas as variações do poder aquisitivo da moeda nacional 
nos registros contábeis das entidades e por consequência nas demonstrações 
contábeis. 
A legislação fiscal veio coibir esta atualização a partir de 1/1/1996 por meio do 
artigo 4 da Lei nº 9.249 de 26/12/1995. 
“Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações 
financeiras, inclusive para fins societários.” A falta de aplicação do Princípio da Atualização 
Monetária traz uma perda na qualidade e utilidade das demonstrações contábeis, ainda que 
estando a inflação estável. Certamente, os índices de rentabilidade em relação ao 
Patrimônio Líquido estarão irremediavelmente prejudicados. 
 
A resolução do CFC nº 900/01 estabelece a aplicação deste princípio quando a 
inflação acumulada no triênio atingir 100%, índice este calculado com base no 
IGPM - Índice Geral de Preços do Mercado. Esta resolução também determina 
que o IGPM será usado compulsoriamente e deverá ser amplamente divulgado 
nas demonstrações contábeis. 
 
2.1.6 Princípio da Competência 
Por este princípio entende-se que as receitas e as despesas devem ser consideradas 
para a apuração do resultado do período a que se referirem e no momento de sua 
ocorrência. 
Não importa o momento em que a receita foi recebida ou o momento em que a 
despesa foi paga. Para a determinação do resultado do período, a realização da 
receita deve ser reconhecida quando bens ou serviços são transferidos a terceiros. 
As despesas, da mesma forma, devem ser registradas dentro do período e quando 
são consumidas (neste capítulo vamos estudar os regimes contábeis - caixa e 
competência - e você entenderá melhor este princípio, não se preocupe). 
 
2.1.7 Princípio da Prudência 
OPrincípio da Prudência deve ser observado quando surgirem dúvidas sobre a 
correção dos valores a serem registrados. Devemos reconhecer o menor valor para 
31 
 
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o Ativo e o maior valor para o Passivo, em outras palavras, havendo mais de um 
critério de avaliação válido, prima-se sempre pelo menor resultado. 
 
2.1.8 Princípio da Essência sobre a Forma 
Este princípio não está na Resolução do CFC nº 750/93, porém é adotado pelo 
IBRACONb e pela CVMc. Tal princípio pode ser assim enunciado: 
Sempre que possível, a Contabilidade, ao contemplar o registro de uma transação, 
deverá 
observar sua forma legal e essência econômica. Entretanto, se a forma, de alguma maneira, 
dissimular ou não representar claramente a essência econômica da transação, esta 
última 
deverá ser a base de registro para a Contabilidade. (MARION, 2003, p.141) 
 
Uma empresa vende um ativo, uma máquina, por exemplo, e assume o compromisso 
de recomprá-la por um valor e uma data já determinados. Esta formalidade deve 
ensejar a contabilização de uma operação de financiamento (essência) e não de 
compra e venda (forma jurídica). 
Um contrato pode, juridicamente, estar atribuindo a forma de arrendamento 
mercantil (leasing), mas a análise da operação evidencia tratar-se, na prática, de um 
operação de compra e venda financiada. Assim, consciente do conflito essência/ 
forma, a Contabilidade registra como financiamento. 
 
2.2 Convenções Contábeis 
As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada 
que deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São: Convenção 
da Objetividade, da Materialidade, da Consistência e do Conservadorismo. 
A Resolução CFC nº 750/93 não faz referência às Convenções Contábeis. Entretanto, 
é pertinente que conheçamos tais convenções, universalmente aceitas, dada a 
importância que elas representam para os registros contábeis como um todo. 
 
2.2.1 Convenção da Objetividade 
Refere-se ao sentido de neutralidade que se deve atribuir à Contabilidade nos 
registros dos fatos que envolvem a gestão do patrimônio das entidades. Os 
registros contábeis, sempre que possível, devem ser baseados em documentos que 
comprovem as respectivas transações. Segundo Marion (2003, p.141), para que não 
 
 
 
b Instituto Brasileiro de Contabilidade 
c Comissão de Valores Mobiliários 
32 
 
 
haja distorções nas informações contábeis, o contador deverá escolher, entre vários 
procedimentos, o mais objetivo para descrever um fato contábil. 
Assim, por exemplo, toda vez que um profissional contábil tiver mais de uma opção 
de valores para atribuir a um dado bem, como um documento original de compra 
e um laudo pericial de avaliação do bem, deverá optar pelo mais objetivo - no 
caso, o documento de compra. Já na ausência do documento original de compra, 
utilizar-se-ão laudos de avaliação, que fornecerão um valor objetivo para o contador 
desenvolver, de forma imparcial, a Contabilidade. 
É importante a impessoalidade (neutralidade) do contador (em relação aos usuários 
dos informes contábeis), que, quanto mais objetivo for, mais imparciais serão estes 
informes. 
 
2.2.2 Convenção da Materialidade 
Por meio da materialidade, define-se o que é material (relevante) e o que o contador 
deve informar em seus relatórios. Tal convenção estabelece que não se deve perder 
tempo com registros irrelevantes do ponto de vista contábil; registros cujos controles 
podem se tornar mais onerosos que os próprios valores a serem registrados. A 
aplicação dessa convenção é relativa à natureza da empresa e seus registros, por 
isso exige bom senso. Há situações em que, embora os valores sejam irrelevantes, 
a respectiva importância em relação a um todo exige o registro. 
Como exemplo, podemos citar os materiais de expediente utilizados no escritório, 
como lápis, papéis, etc. Esses materiais, embora consumidos diariamente, 
podem ser contabilizados apenas ao final do período por diferenças de estoques, 
considerando os seus pequenos valores unitários. 
Em resumo, há determinadas informações contábeis cujo custo para evidenciá-las 
(tempo do pessoal da Contabilidade, material, computador, etc.) é maior que o 
benefício que trará aos usuários dessas informações. Portanto, para valores irrisórios 
em relação ao todo, a “materialidade” desobriga a um tratamento mais rígido que 
os itens de cifras relevantes. 
 
2.2.3 Convenção da Consistência 
De acordo com essa convenção contábil, os critérios adotados no registro dos atos 
e fatos administrativos não devem mudar frequentemente. No caso de necessidade 
de mudanças em tais critérios, devem ser informadas em notas explicativas. 
A quebra da consistência na escrituração provoca influências nos demonstrativos 
contábeis, o que prejudica a análise clara e eficiente em comparação com os 
demonstrativos de exercícios anteriores. 
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2.2.4 Conservadorismo ou Prudência 
Estabelece que o profissional da Contabilidade deve manter uma conduta mais 
conservadora (precaução) em relação aos resultados que serão apresentados, 
evitando que projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários. Assim, se houver 
duas opções igualmente válidas deve-se optar sempre por aquela que acusa um 
menor valor para os ativos e para as receitas e o maior valor para os passivos e 
para as despesas. 
Em outras palavras, o conceito do conservadorismo tem como premissa não dar 
uma imagem otimista em uma situação alternativa que, com o passar do tempo, 
poderá reverter-se. 
 
2.3 Regimes Contábeis 
A Contabilidade, dependendo da necessidade do usuário da informação, pode 
utilizar diferentes regimes para contabilização das receitas, custos e despesas. Os 
chamados Regimes Contábeis referem-se à forma de reconhecimento das receitas, 
custos e despesas das entidades. São dois os regimes contábeis: Caixa, 
Competência. Vejamos cada um deles: 
a. Regime de Caixa: baseia-se em reconhecer (registrar) as receitas, custos e 
despesas no ato do efetivo recebimento (receitas) ou pagamento (despesas 
e custos). Seu reflexo está diretamente relacionado ao caixa. É aplicável às 
entidades sem fins lucrativos e facultado às micro e pequenas empresas optantes 
pelo SIMPLES; 
b. Regime de Competência: reconhece as receitas e despesas por ocasião do fato 
gerador. Assim, receitas e despesas são reconhecidas no momento em que foram 
geradas ou incorridas, independentemente se foram recebidas ou pagas. É o 
regime adotado e aceito pela legislação do Imposto de Renda. 
 
Ponto final 
Conhecer a estrutura conceitual (científica) da Contabilidade é muito importante 
para você compreender melhor a ciência contábil e seus relatórios/informações. 
Para não esquecer, apresentamos um quadro-resumo do que estudamos neste 
capítulo: 
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE Contabilidade 
 
 
 
ENTIDADE 
Indivíduo, empresa, grupo de empresas ou entidades que 
efetue atividade econômica, e que seja tão importante, a 
critério dos stakeholders (segmentos de pessoas interessadas 
como acionistas, credores, empregados, governo, etc.), 
que justifique um relatório separado e individualizado 
de receitas e despesas, de investimentos e de retornos, de 
metas e realizações 
 
CONTINUIDADE 
Contabilmente, as empresas são consideradas 
empreendimentos em operação, em continuidade, em 
andamento. 
 
OPORTUNIDADE 
Refere-se à tempestividade e à integridade do registro do 
patrimônio e das suas mutações. 
 
REGISTRO PELO 
VALOR ORIGINAL 
Os registros contábeis são efetuados com base no valor de 
aquisição do bem ou pelo preço de fabricação (incluindo 
todos os gastos necessários para colocar o bem em 
condições de gerar benefícios para a empresa). 
 
ATUALIZAÇÃO 
MONETÁRIA 
Reconhecimento das variações dopoder aquisitivo da 
moeda nacional nos registros contábeis das entidades e, 
por consequência, nas demonstrações contábeis (prática 
coibida desde 01/01/1996). 
 
COMPETÊNCIA 
Reconhecimento da receita e da despesa de acordo com 
seu fato gerador, independentemente de recebimento 
(receita) e/ou pagamento (custo/despesa). 
 
PRUDÊNCIA 
Havendo mais de um critério de avaliação válido, prima- 
se sempre pelo menor resultado, quer seja, maior valor 
para passivos e despesas e menor valor para receitas e 
ativos. 
CONVENÇÕES 
 
OBJETIVIDADE 
Escolha de procedimentos objetivos (baseados em 
documentação) para descrição de um fato contábil. 
 
MATERIALIDADE 
Avaliação do custo/benefício para evidenciação da 
informação contábil. 
 
 
CONSISTÊNCIA 
Adotado um critério de contabilização, o mesmo não deve 
ser mudado para que não prejudique a comparabilidade 
dos resultados, a não ser que seja absolutamente 
necessário (neste caso, deve ser informada a mudança de 
critério via nota explicativa) 
 
PRUDÊNCIA 
Sempre que se defrontar com alternativas igualmente 
válidas para atribuição de valores ao ativo e ao passivo, 
deve-se optar pelo valor mais baixo para o ativo e o mais 
alto para o passivo (menor resultado possível). 
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REGIMES CONTÁBEIS 
 
 
CAIXA 
Registram-se as receitas quando de seu recebimento e 
as despesas quando de seu pagamento (acompanha- 
se o fluxo do caixa). Aplicável às entidades sem fins 
lucrativos e facultado às micro e pequenas empresas 
optantes pelo SIMPLES. 
 
 
COMPETÊNCIA 
Registram-se as receitas e despesas quando de sua 
ocorrência, observando o mês (ou período) a que se 
referem, independentemente do seu efetivo recebimento 
e/ou pagamento. Aplicável às empresas com fins 
lucrativos. 
 
Referências 
Livros-base utilizados neste capítulo: 
Contabilidade Empresarial - José Carlos Marion - Ed. Atlas. 
Curso de Contabilidade para não Contadores - Sérgio de Iudícibus e José Carlos 
Marion. 
Contabilidade Fácil - Osni Moura Ribeiro - Ed. Saraiva. 
Você vai encontrar nestes livros os fundamentos da Contabilidade: princípios, 
convenções, tipos de regimes contábeis. Tais informações permitem um melhor 
entendimento da ciência contábil e, consequentemente, o aprofundamento de seu 
estudo. 
Sugerimos a leitura do artigo “Contribuição para o estudo da origem e evolução 
dos princípios contábeis geralmente aceitos no Brasil”, de autoria de José Aparecido 
Moura Aranha, Professor da Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande e do Centro 
Universitário de Campo Grande - UNAES, Mestre em Ciências Contábeis e Atuária 
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP, disponível em www. 
fes.br/revistas/agora/ojs/include/getdoc.php?id=116&article=41&mode=pdf. 
Referido artigo tem por objetivo evidenciar como se deram a origem e a evolução 
dos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos no Brasil. Através de revisão de 
literatura, os autores descrevem como se deu essa evolução até os atuais 
documentos conceituais de Contabilidade. Bons estudos! 
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Exercícios 
1) Um dos sócios da empresa paga suas contas residenciais através da retirada 
do caixa da empresa. Este procedimento fere o princípio contábil da(o): 
a) entidade. 
b) continuidade. 
c) oportunidade. 
d) atualização monetária. 
 
 
2) Quais dentre os princípios contábeis citados pela Resolução nº 750/93 
reconhecem o patrimônio como objeto da Contabilidade: 
a) Oportunidade. 
b) Competência. 
c) Entidade. 
d) Atualização Monetária. 
 
 
3) Casas Prestígio Ltda. encerra seu exercício social nos finais de ano, ou seja, em 31 
de dezembro e os salários são sempre pagos no 5º dia útil do mês seguinte, sendo 
contabilizada a despesa de salários no mês de dezembro, independentemente 
de seu pagamento efetivo ocorrer em janeiro. Quando a empresa utiliza este 
regime de reconhecimento da despesa, podemos afirmar que a empresa está 
seguindo o regime: 
a) de caixa. 
b) de competência. 
c) de oportunidade. 
d) nenhuma das alternativas anteriores. 
 
 
4) Adotar maior valor para o passivo e menor valor para o ativo são conceitos do 
princípio: 
a) objetividade. 
b) oportunidade. 
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c) prudência. 
d) competência. 
 
 
5) O princípio que não é tratado na resolução CFC nº 750/93, embora tenha sido 
considerado implicitamente no contexto de tal resolução, é: 
a) prudência. 
b) oportunidade. 
c) essência sobre a forma. 
d) entidade. 
 
 
6) Marque a alternativa correta: 
a) Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são conceitos básicos que 
constituem o núcleo essencial que deve guiar a profissão na consecução dos 
objetivos da Contabilidade. 
b) Os Princípios Fundamentais de Contabilidade, por guiarem a profissão na 
consecução dos objetivos da Contabilidade, se confundem com os próprios 
objetivos da Contabilidade. 
c) Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, podemos 
afirmar que eles se confundem com o objeto da Contabilidade. 
d) Nenhuma das alternativas está correta. 
 
 
7) Ao adotar o regime de caixa, a empresa deverá considerar, para apuração do 
resultado do exercício: 
a) todas as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo 
período. 
b) somente as despesas incorridas e as receitas recebidas no referido 
período. 
c) somente as receitas recebidas e as despesas pagas no respectivo período. 
d) as receitas quando de seu recebimento e as despesas quando de sua 
ocorrência. 
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8) Ao adotar o regime de competência, a empresa deverá considerar: 
a) todas as despesas incorridas e as receitas realizadas (isto é, as que tiverem 
seus fatos geradores ocorridos no respectivo período). 
b) somente as despesas pagas e as receitas recebidas no respectivo período. 
c) todas as despesas pagas e as receitas realizadas. 
d) somente as despesas incorridas e as receitas recebidas. 
 
 
9) O único que não é convenção contábil: 
a) Consistência. 
b) Materialidade. 
c) Objetividade. 
d) Continuidade. 
 
 
10) Há situações em que os registros de certos fatos contábeis são irrelevantes, e 
não devem ser objeto de escrituração individual, por apresentarem valores 
irrisórios. Essa interpretação provém do (a): 
a) Princípio da Prudência. 
b) Princípio da Materialidade. 
c) Convenção da Importância. 
d) Convenção da Materialidade. 
 
 
Gabarito: 
1) a; 2) c; 3) b; 4) c; 5) c; 6) a; 7) c; 8) a; 9) d; 10) d 
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3 OS RELATÓRIOS CONTÁBEIS 
 
Simone Loureiro Brum Imperatore 
 
 
Para continuarmos nosso estudo, neste capítulo veremos um pouco mais sobre as 
técnicas contábeis, com ênfase nas demonstrações financeiras (ou demonstrações 
contábeis). É um estudo precioso, preliminar ao estudo detalhado de cada 
uma das demonstrações; podemos dizer: um “tur” geral. Essas demonstrações 
fornecerão a você as informações necessárias para a tomada de decisão (percebeu 
a importância?), e, como queremos sempre tomar a melhor decisão, vamos nos 
deter com carinho a esse estudo. Combinado? 
Neste capítulo veremos os seguintes tópicos: 
• Processo decisório; 
• Tomadores de decisão externos à empresa; 
• Conceito de relatório contábil; 
• Principais demonstrações financeiras; 
• Complementação às demonstrações financeiras; 
• Requisitos para publicação das demonstrações financeiras; 
• Demonstrações contábeis não obrigatórias. 
 
3.1 O processo decisório 
A nossa vida é uma sequência de decisões e escolhas. A cada instante, para 
vivermos, temos que tomar decisões em graus variados de importância. Algumas 
são essenciais (papel social, religião, opção profissional), outras são operacionais 
(o que vestir hoje, onde almoçar, por qual caminhoir à aula). Nessa dinâmica, 
em muitos casos, temos respostas prontas para as situações, mas, via de regra, a 
40 
 
 
vida sempre se apresenta com situações novas, para as quais temos que elaborar 
alternativas de ação e escolher entre elas. 
Dentro de uma empresa, isso não é diferente. Frequentemente, os gestores estão 
tomando decisões, todas elas importantes para a continuidade e o sucesso do 
negócio. Como definir o preço de venda de um produto, contratar (ou não) um 
funcionário, financiar uma máquina ou pagá-la à vista, que quantidade de estoque 
manter de determinada mercadoria, como reduzir custos e produzir mais, entre 
outras, são decisões que fazem parte da rotina dos administradores. 
Para que possam tomar tais decisões, eles necessitam de dados, informações e 
subsídios que embasem tais escolhas e, é claro, minimizem os riscos. A 
Contabilidade é o instrumento que auxilia a administração em suas decisões. 
Na prática, ela coleta todos os dados econômicos e financeiros, registrando-os e 
sintetizando-os em forma de relatórios. 
Além dos administradores e gerentes (principais usuários da Contabilidade), 
outros segmentos, externos à empresa também se utilizam dos relatórios contábeis 
(lembram dos usuários das informações contábeis?) em seu processo decisório, 
quais sejam: investidores, fornecedores, bancos, governo, sindicatos, analistas de 
mercado, entre outros. 
Vejamos o que cada usuário busca nos relatórios contábeis: 
1. Investidores: é através dos relatórios contábeis que se identifica a situação 
econômico-financeira da empresa, sendo que dessa forma o investidor tem 
em mãos os elementos necessários para decidir sobre as melhores alternativas 
de investimentos. Ressalte-se que tais relatórios evidenciam a capacidade da 
empresa em gerar lucros (principal interesse de quem quer investir), além de 
outras informações. 
2. Fornecedores de bens e serviços: usam os relatórios para avaliar a liquidez da 
empresa, ou seja, sua capacidade de pagamento. 
3. Bancos: utilizam os relatórios/demonstrações contábeis para aprovar 
empréstimos e definir o limite de crédito de uma empresa. 
4. Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de controle da arrecadação 
de impostos, como também para dados estatísticos, no sentido de melhor 
redimensionar a economia (IBGE, por exemplo). 
5. Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, 
fator fundamental para reajuste de salários. 
6. Outros interessados: colaboradores, órgãos de classe, concorrentes, analistas de 
mercado, consultores, etc. Avaliam as demonstrações contábeis com o intuito 
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de apurar o desenvolvimento econômico-financeiro das entidades, bem como 
sua performance socioambiental. 
 
3.2 Conceito de relatório contábil 
Marion conceitua relatório contábil como a exposição resumida e ordenada de 
dados colhidos pela Contabilidade. Seu objetivo é relatar às pessoas que se utilizam 
 
da Contabilidade (os usuários) os principais fatos registrados em determinado 
período. 
Tais relatórios devem ser elaborados de acordo com as necessidades dos usuários. 
Por exemplo: o relatório sobre o resultado anual de uma floricultura apresentará 
muito menos detalhes do que o de um banco, que normalmente tem muitos 
acionistas e grande volume de negócios, entre outros. 
Dentre os inúmeros relatórios (ou informes) contábeis, destacam-se aqueles que 
são obrigatórios de acordo com a legislação brasileira. Estes são conhecidos como 
demonstrações financeiras, ou ainda, demonstrações contábeis. 
 
3.3 Demonstrações financeiras obrigatórias 
A Lei nº 6.404/76 (retificada pela Lei nº 11.638/2007) estabelece que, ao final de cada 
exercício social, a empresa elabore, com base nos registros contábeis, demonstrações 
financeiras que exprimam com clareza a situação do patrimônio da empresa e as 
variações ocorridas. 
O tratamento dessas demonstrações varia de acordo com o tipo de constituição da 
sociedade empresarial. Há dois tipos principais: as sociedades anônimas (S.A.) e 
as sociedades limitadas (Ltda.). Vamos entender um pouco mais sobre elas antes 
de prosseguirmos. 
A sociedade anônima (ou companhia) caracteriza-se por ter seu capital dividido em 
partes iguais chamadas ações (os proprietários, geralmente em grande número, são 
denominados de acionistas) e tem a responsabilidade de seus sócios ou acionistas 
limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Segundo a Lei nº 
6.404/76, as S.A. devem publicar as demonstrações financeiras no Diário Oficial e em 
outro jornal de grande circulação editado na localidade onde se situa a empresa. 
A sociedade limitada caracteriza-se por seu capital dividido em quotas (os 
proprietários, geralmente em pequeno número, são denominados sócios ou 
quotistas). Não é preciso publicar as demonstrações financeiras em jornal, mas 
se deverá apresentá-las ao Imposto de Renda (IR), através do preenchimento da 
declaração do IR ou para atender ao novo Código Civil. 
42 
 
 
As demonstrações financeiras obrigatórias segundo a Lei nº 6.404/76 eram as 
seguintes: 
a. Balanço Patrimonial (BP); 
b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) - para as empresas 
que negociam ações na Bolsa de Valores e a Demonstração dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados (DLPA) - para as Sociedades Anônimas de capital 
fechado; 
d. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). 
A Lei nº 11.638, sancionada em 31/12/2007, no intuito de adotar normas 
internacionais a partir de 2008, trouxe as seguintes alterações: 
a. Além das demonstrações financeiras anteriormente previstas (BP, DRE e 
DLPA), a lei passa a requerer a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - em 
substituição à DOAR - e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) - somente 
para as companhias abertas; 
b. Saliente-se que a Sociedade anônima fechada (que não negocia ações na bolsa 
de valores) com Patrimônio Líquido inferior a R$ 2 milhões não será obrigada 
à elaboração e à publicação da DFC. 
Assim, a partir de 2008, as demonstrações contábeis obrigatórias passaram a ser as 
seguintes: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa e 
Demonstração do Valor Adicionado. 
A seguir, vejamos um pouco mais sobre cada uma das demonstrações financeiras 
ou contábeis: 
 
DEMONSTRAÇÃO 
CONTÁBIL 
 
FORMATO 
 
Balanço Patrimonial 
Representa a fotografia da empresa em determinado 
período (seus bens, direitos, obrigações e Patrimônio 
Líquido). 
Demonstração do 
Resultado do Exercício 
(DRE) 
Como o próprio nome já diz, evidencia a formação 
do resultado da empresa (lucro ou prejuízo), a sua 
distribuição (no caso de lucro). 
Demonstração das 
Mutações do Patrimônio 
Líquido (DMPL) 
Evidencia a movimentação de todas as contas do 
Patrimônio Líquido (não somente do lucro líquido do 
exercício). 
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Demonstração dos Fluxos de 
Caixa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA) 
Indica a origem de todo o dinheiro que entrou no 
caixa, bem com a aplicação de todo o dinheiro que 
saiu do caixa em determinado período e, ainda, o 
resultado do fluxo financeiro. Assim como a DRE, 
a DFC é uma demonstração dinâmica. Ela vem 
esclarecer situações controvertidas na empresa, como, 
por exemplo, na comparação com o DRE, o porquê 
da empresa ter um lucro considerável e estar com o 
caixa baixo, não conseguindo liquidar todos os seus 
compromissos. A DFC propicia ao gerente financeiro 
a elaboração de um melhor planejamento financeiro, 
sabendo-se o momentocerto de buscar recursos para 
cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando 
aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, 
proporcionando maior rentabilidade à empresa. 
Também serve a outros usuários, apresentando a 
forma como gerou caixa e como utilizou os recursos e 
os valores equivalentes ao caixa. A instituição, quando 
utiliza essa demonstração com as demais, supre de 
forma completa os usuários e, principalmente, os 
habilita à avaliação das mudanças de ativos líquidos 
de uma empresa e sua estrutura financeira, que 
podem ser explicadas nas questões de liquidez e 
solvência. Além disso, tem a melhora significativa 
no conhecimento dos prazos inerentes aos fluxos de 
caixa, proporcionando adaptação às circunstâncias 
e às oportunidades. É obrigatória para todas as 
companhias abertas e as fechadas com Patrimônio 
Líquido superior a R$ 2 milhões. 
Obrigatória somente para as Sociedades Anônimas 
de Capital Aberto, desenvolve conceitos puramente 
econômicos, evidenciando quanto de valor a empresa 
agrega durante seu processo produtivo, ampliando 
os horizontes de seus usuários. As entidades devem 
utilizar-se da DVA para identificar, analisar e 
comunicar o montante de recursos adicionais gerados 
para a economia (local, regional, nacional, setorial, 
etc.) bem como para relacionar quais as fontes e quais 
as aplicações dessa riqueza, ou seja, para quem ela 
foi distribuída. Segundo alguns autores, a DVA vem 
sendo considerada um dos melhores critérios para 
indicar a medida da eficácia da gestão empresarial. 
Tudo isso dentro da concepção de que a missão 
moderna na empresa representa um papel econômico 
e social. 
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Em resumo, os relatórios contábeis obrigatórios, segundo os diferentes modos 
como as empresas podem ser constituídas, são: 
a. Sociedade Anônima (Lei nº 6.404/76, retificada pela Lei nº 11.638/2007) - Balanço 
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (obrigatória para todas as companhias de capital aberto e 
para as de capital fechado com Patrimônio Líquido superior a R$ 2 milhões) 
e, além destas, especificamente as companhias de capital aberto requerem a 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração do Valor 
Adicionado. 
b. Ltdas. e outras (Lei nº 10.406/2002 - Novo Código Civil) - Balanço Patrimonial e 
o Balanço do Resultado Econômico - equivale à Demonstração do 
Resultado do Exercício e a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (esta última evidencia a movimentação da conta Lucros ou 
Prejuízos Acumulados). 
Importante ressaltar que o exercício social ou período contábil terá duração de um 
ano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (de 1º de janeiro a 31 de 
dezembro), embora na maioria das vezes isso aconteça. Para fins de IR considera-se 
que o ano civil é igual ao exercício social. 
As sociedades anônimas de capital aberto (as que negociam suas ações na bolsa 
de valores) e as instituições financeiras (bancos, financeiras, etc.) devem publicar 
suas demonstrações financeiras semestralmente para melhor informar ao público 
interessado. 
Apesar de a legislação definir a periodicidade anual para a publicação das 
demonstrações (salvo as exceções supracitadas), para atender às necessidades 
gerenciais, a Contabilidade deve apresentar aos usuários relatórios contábeis com 
períodos mais curtos (semanal, quinzenal, mensal, etc.). 
 
3.3.1 Complementação às demonstrações financeiras 
Quando da publicação das demonstrações financeiras, as S.A. também devem 
informar aos usuários desses relatórios dados adicionais. Isso ocorre por meio de 
um relatório da diretoria (logo após a identificação da empresa), que dará ênfase 
a essas informações, normalmente de caráter não financeiro, destacando-se: 
a. dados estatísticos diversos; 
b. indicadores de produtividade; 
c. desenvolvimento tecnológico; 
d. contexto socioeconômico da empresa; 
e. políticas diversas: recursos humanos, exportação, gestão ambiental, etc.; 
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f. expectativas em relação ao futuro; 
g. dados do orçamento de capital; 
h. projetos de expansão; 
i. desempenho em relação aos concorrentes, etc. 
Além do relatório da diretoria, há, ainda, as notas explicativas ou notas de 
rodapé, que são complementos às demonstrações, destacadas após as referidas 
demonstrações. A publicação de notas explicativas às demonstrações financeiras 
está prevista no § 4º do artigo 176 da Lei nº 6.404/1976, visando fornecer as 
informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial. As principais 
notas explicativas referem-se a: 
a. principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais; 
b. investimentos em outras sociedades; 
c. aumento de valores de elementos do Ativo referentes a reavaliações; 
d. garantias prestadas a terceiros e outras obrigações eventuais ou contingentes; 
e. taxas de juros, datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo 
prazo; 
f. ajustes de exercícios anteriores; 
g. eventos subsequentes à data de encerramento do balanço que tenham ou possam 
vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira ou os resultados futuros da 
companhia. 
O parecer da auditoria complementa as demonstrações financeiras, sendo quesito 
obrigatório para as demonstrações das S.A, instituições financeiras e de outros 
casos específicos. Trata-se de parecer de auditor externo informando se as referidas 
demonstrações representam adequadamente a situação patrimonial e financeira 
da empresa, se foram levantadas de acordo com os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e se há uniformidade em relação ao exercício anterior. 
 
3.3.2 Requisitos para publicação das demonstrações financeiras 
São dados fundamentais na publicação das demonstrações: 
a. denominação da empresa; 
b. título de cada demonstração financeira (BP, DRE, DLPA, DMPL, DFC e 
DVA); 
c. data do exercício social; 
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d. indicação dos valores correspondentes ao exercício anterior (duas colunas: ano 
atual e ano anterior); 
e. assinatura dos diretores e do profissional contábil após as notas explicativas. 
 
3.4 Demonstrações contábeis não obrigatórias 
Além das demonstrações financeiras obrigatórias, há relatórios contábeis não 
obrigatórios, mas igualmente importantes para a administração da empresa. O 
Balanço Social é um demonstrativo não obrigatório, reunindo um conjunto de 
informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidos aos empregados, 
investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um 
instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade 
social corporativa. 
Além do Balanço Social, outros relatórios podem ser formatados para que você 
tenha as informações de que necessita para a gestão da empresa: orçamentos 
(vendas, matéria-prima, investimentos, mão de obra, estoques, etc.), relatório de 
vendas realizadas, contas a receber e a pagar, controle de estoques, por exemplo. 
Juntamente com o contador você pode formatar o tipo de relatório de que necessita 
e estabelecer sua periodicidade. 
 
Ponto final 
No capítulo 3, estudamos as demonstrações contábeis e entendemos o quanto elas 
são importantes para a tomada de decisão. Por meio das demonstrações contábeis, 
são evidenciadas informações aos acionistas (investidores), administradores, 
governo, fornecedores e sociedade em geral sobre a situação patrimonial e 
financeira da empresa. 
Há demonstrações obrigatórias (constituídas pelo Balanço Patrimonial (BP), 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e a 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)) e demonstrações não obrigatórias,

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