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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA THIAGO SOUSA PAIVA PROJETO MECÂNICO DE VASO DE PRESSÃO SALTO 2022 1 THIAGO SOUSA PAIVA PROJETO MECÂNICO VASO DE PRESSÃO SALTO 2022 Trabalho apresentado ao Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio – CEUNSP, Campus Salto - SP, como requisito para obtenção do título de Engenheiro Mecânico. Orientador: Prof. Me. Douglas Fontana Orientador: Prof.______________________ Co-orientador: Prof.____________________ 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA FOLHA DE APROVAÇÃO THIAGO SOUSA PAIVA PROJETO MECÂNICO DE VASO DE PRESSÃO Aprovado em: ____ de ______________ de _____. Banca Examinadora _______________________ (Prof. Me. Douglas Fontana, Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio). _______________________ (Prof. Sandro Luiz de Carvalho Neves, Coordenador, Centro Universitário Nossa Se- nhora do Patrocínio). Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Mecânico, pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio. 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho para as duas Ana’s da minha vida, Ana Maria minha mãe e Ana Luiza minha filha. Ambas me dão força e apoio para seguir em frente em busca de um futuro melhor para minha família. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me dar saúde para que eu possa ir atrás dos meus objetivos e por ter uma família abençoada. Agradeço a minha família, que mesmo por muitas vezes distante estiveram ao meu lado nesta caminhada de cinco anos, sempre a base mais importante. Aos colegas de sala, que de certa forma contribuíram para os conhecimentos adquiridos e pelos momentos alegres que vivenciamos. A todos professores que lecionaram durante o curso tornando este momento final possível. 5 "Ser forte para ser útil” - Autor desconhecido 6 RESUMO Este estudo acadêmico apresenta o desenvolvimento do projeto mecânico de um vaso de pressão para armazenamento de ar comprimido, também conhecido como pulmão de ar comprimido. Através dos dados de entrada o equipamento será proje- tado segundo a norma ASME. Base para todos os cálculos e especificações de pro- jeto, pois se trata de uma referência em todo o mundo para projetistas de vasos de pressão. Também será utilizada a Norma regulamentadora N° 13 que estabelece re- quisitos mínimos para a gestão da integridade estrutural de vasos de pressão nos aspectos relacionados á instalação, inspeção, operação e manutenção, visando a se- gurança e à saúde dos trabalhadores. Palavras-chave: Vasos de pressão; Norma Regulamentadora 13; Código ASME VIII Divisão I; Projeto. 7 ABSTRACT This work presents the development of the mechanical design of a pressure vessel for compressed air storage, also known as compressed air lung.Through the input data, the equipment will be designed according to the recommendations of the ASME code, the code was the basis for all calculations and design specifications, as it is a worldwide reference for pressure vessel designers. Regulatory Standard No. 13 will also be used, which establishes minimum requirements for the management of the structural integrity of pressure vessels in aspects related to installation, inspection, operation and main- tenance, aiming at the safety and health of workers. Key-words: Pressure Vessels; Regulatory Standard 13; ASME Code section VIII Division I; Design. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Tipos de vaso de pressão............................................................... 16 Figura 2 - Tipos de tampos.............................................................................. 19 Figura 3 - Tampos planos................................................................................ 21 Figura 4 - Aberturas em vaso de pressão........................................................ 23 Figura 5 - Processo de calandragem............................................................... 32 Figura 6 - Tipos de vaso de pressão............................................................... Figura 7 - 30 Tipos de tampos.............................................................................. Figura 8 - Tampos planos................................................................................ Processo de calandragem real........................................................ Processo de conformação mecânica.............................................. Dimensões do vaso......................................................................... 33 Figura 9 - Tabela 1ª ASME II Parte D – Métrico, identificação do material...... 42 Figura 10 - Tabela 1ª ASME II Parte D – Métrico, resistência a tração.............. 42 Figura 11 - Tabela 1ª ASME II Parte D – Métrico, tensão admissível................ 43 Figura 12 - Tampo elíptico................................................................................. 45 Figura 13 - Medidas do tampo elíptico............................................................... 49 Figura 14 - Compensação de área.................................................................... 52 Figura 15 - Largura Máxima do anel de reforço................................................. 54 Figura 16 - Projeção externa para bocais.......................................................... 54 Figura 17 - Tabela 1ª ASME II Parte D – Metric, Identificação do material tubo 56 Figura 18 - Tabela 1ª ASME II Parte D – Métrico, tensão admissível tubo........ 57 Figura 19 - Furos no anel de reforço................................................................. 58 Figura 20 - Flange de Pescoço.......................................................................... 59 Figura 21 - Bocais do vaso................................................................................ 61 Figura 22 - Pontos de início simultâneo das soldas.......................................... 63 Figura 23 - Dispositivo de ajuste para solda...................................................... 64 34 39 9 Figura 24 - LISTA DE FIGURAS Dimensões para solda de topo por um só lado............................... 66 Figura 25 - Solda por arco submerso.............................................................. 68 Figura 26 - Eficiência relativa de solda.............................................................. 70 Figura 27 - Soldas facilmente radiografáveis..................................................... 73 10 LISTAS DE TABELAS Tabela 1 - Classe dos fluidos........................................................................... 14 Tabela 2 - Classe dos vasos de pressão NR 13.............................................. 15 Tabela 3 - Prazos para inspeção............... ...................................................... 29 Tabela 4 - Critérios para sobre espessura ...................................................... 29 Tabela 5 - Dados de entrada............................................................................ 30 Tabela6 - Cronograma do projeto.................................................................... 30 Tabela 7 - Materiais para confecção de vasos de pressão.............................. 33 Tabela 8 - Propriedades do Aço ASTM 285 Gr C............................................. 34 Tabela 9 - Processo de soldagem e consumíveis............................................ 35 Tabela 10 - Espessuras Comerciais de chapas................................................. 30 Tabela 11 - Tabela 1-4-1 Código ASME Seção VIII, divisão I............................ 41 Tabela 12 - Critérios para projeto do tampo elíptico........................................... 42 Tabela 13 - Medidas de tubulações.................................................................... 48 Tabela 14 - Processos de solda......................................................................... 42 Tabela 15 - Tabela UW-12 Código ASME, Seção VIII divisão I......................... 48 11 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Tensão x Deformação ASTM 285 Gr C........................................... 14 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 13 1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 14 1.2 PROBLEMA DO PROJETO ...................................................................................................... 14 1.3 OBJETIVO ................................................................................................................................. 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................... 15 2.1 INTRODUÇÃO TEÓRICA ......................................................................................................... 15 2.2 DADOS GERAIS DO PROJETO ............................................................................................... 25 2.3 PROJETO MECÂNICO ............................................................................................................. 25 2.4 MATERIAIS PARA VASOS DE PRESSÃO .............................................................................. 26 2.5 PROBLEMAS DE SELEÇÃO DE MATERIAIS ......................................................................... 27 2.6 CORROSÃO .............................................................................................................................. 30 3 CONFORMAÇÃO .......................................................................................................................... 32 4 DADOS DE ENTRADA ................................................................................................................. 37 5 CRONOGRAMA DO PROJETO ................................................................................................... 37 6 DIMENSÕES DO VASO ............................................................................................................... 38 7 ESCOLHA DO MATERIAL ............................................................................................................ 40 8 CALCULO MECÂNICO DOS TAMPOS ........................................................................................ 44 9 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 45 10 CÁLCULO MECÂNICO DO CASCO ............................................................................................. 50 11 CÁLCULO MECÂNICO DOS BOCAIS ......................................................................................... 51 12 PROCESSO DE SOLDAGEM ...................................................................................................... 62 13 SOLDAGEM NO VASO ................................................................................................................ 65 14 END – ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS ...................................................................................... 71 15 TESTE HIDROSTÁTICO E ESTANQUIEDADE .......................................................................... 75 16 PREPARAÇÃO E PINTURA ....................................................................................................... 79 17 ELEMENTOS FINITOS ............................................................................................................... 79 18 CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 80 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 81 20 ANEXO ........................................................................................................................................ 83 13 1 INTRODUÇÃO Recipientes pressurizados acima da pressão atmosférica são designados como vasos de pressão, são caracterizados por dimensões, tipos, formatos, finalidade e abrangendo uma enorme variedade de equipamentos (TELLES, 1996). São designados para armazenamento, processamento e acumulação intermediaria de fluidos líquidos ou gasosos sob pressão. São equipamentos comuns dentro de um processo industrial, independente do segmento, indústria química, farmacêutica, petroquímica, papel e celulose, alimentícia entre outras. Os fluidos utilizados também possuem uma grande variedade a depender do segmento industrial, água, condensado, vapor d’água, gases tóxicos, derivados de petróleo, fluidos ácidos ou alcalinos e ar comprimido. Em casos especiais temos os vasos para criogenia, onde operam com baixas temperaturas e geralmente são isolados a vácuo, os principais fluidos para este tipo de equipamento são o oxigênio, nitrogênio e Argônio liquido. Salvo alguns casos, os vasos são projetados e construídos por encomenda, sob medida, para atender a determinada finalidade ou determinada condição de operação. Consequentemente o projeto é quase sempre feito individualmente para cada vaso a ser construído. 14 1.1 JUSTIFICATIVA Equipamentos pressurizados podem oferecer um grande potencial de risco, por este motivo, necessitam de atenção especial quanto a especificação de material, inspeções de segurança e integridade, procedimentos de segurança, para que não haja risco de acidentes graves com perdas de vidas e patrimônio das empresas e de todos os envolvidos. O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Norma Regulamentadora – NR 13 e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através da norma NBR 15417:2007 (Vasos de pressão – Inspeção de segurança em serviço), estabelecem requisitos de segurança para operação, instalação, manutenção e inspeção para estes equipamentos. Além disso contamos com vários códigos de projeto para a construção dos vasos de pressão. O código mais aceito no Brasil e objeto de estudo deste trabalho será o ASME (The American Society of Mechanical Engineers) especificamente o ASME VIII Divisão I que trata sobre projeto de vasos de pressão. 1.2 PROBLEMA DO PROJETO Por se tratar de equipamentos fundamentais e presentes em quase todas indústrias, é um item que se deve ter total preocupação por partes dos proprietários, são equipamentos perigosos que quando mal projetados, mal operados e sem a correta manutenção podem ocasionar graves acidentes. 1.3 OBJETIVO Com este estudo, espera-se apresentar para o acadêmico informações satisfatórias que atendam as condições de projeto e siga de maneira integral as exigências das normas,expondo de forma simples e de fácil entendimento o caminho percorrido. Com a conclusão do trabalho, é almejado que o acadêmico adquira conhecimentos sobre os processos envolvendo projeto mecânico, fabricação, inspeção e a importância de um estudo detalhado das normas envolvendo vasos de pressão. 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 INTRODUÇÃO TEÓRICA Segundo Telles (1996), vasos de pressão são classificados de acordo com sua finalidade e processo da seguinte forma: Vasos não sujeitos a chama Vasos sujeitos a chamas O presente projeto pode ser classificado como um vaso não sujeito a chama, mais especificamente para a armazenagem de gases. Esse tipo de vaso costuma ser cilíndrico para capacidades menores, e esférico quando para maior capacidade. Segundo TELLES (2013), os vasos de pressão não sujeitos a chama são empregados genericamente em três casos: - Armazenamento de gases sob pressão; - Processamento de gases e líquidos; - Acumulação intermediária de gases e líquido em processos industriais. Os vasos de pressão podem ser divididos em três grandes grupos, quanto a sua forma de montagem e disposição: a) Vasos de pressão horizontais; b) Vasos de pressão verticais; c) Vasos de pressão esféricos. A. - Vasos de armazenamento e acumulação; B. - Torres de destilação fracionada, retifica- ção, absorção etc; C. - Reatores diversos (Vasos com algum tipo de reação química); D. - Trocadores de calor (Aquecedores, resfri- adores, condensadores, refervedores e resfriadres de ar). A. – Caldeiras; B. – Fornos. 16 Figura 1 – Tipos de vaso de pressão Tabela 1 – Classe dos fluidos Na Figura 1 (TELLES, 2013) é exemplificado as principais formas de montagem, sendo, cilindro vertical simples, cilindro vertical composto, cilindro horizontal, cilindro inclinado, cilindro horizontal geminado, cilindro cônico, esférico e esferas múltiplas. Os vasos instalados na posição inclinada conforme mostrado na Figura 1 no item d) são exceções, utilizados apenas quando é necessário o escoamento por gravidade de materiais. Exemplo Trocadores de calor e maioria dos vasos de acumulação. (TELLES,1996). Segundo o item 13.5.1.2 da NR 13 os vasos de pressão são classificados em categorias conforme a classe de fluido e o potencial de risco, na Tabela 1 temos as classes dos fluidos. Classe A - Fluidos inflamáveis - Fluidos combustíveis com temperatura superior ou igual a 200 °C - Fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm - Hidrogênio - Acetileno Classe B - Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200°C - Fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm Classe C - Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido Classe D - Outro fluido não enquadrado acima 17 Tabela 2 – Classe dos vasos de pressão da NR 13 Quando se tratar de mistura deve ser considerado para fins de classificação o fluido que apresentar maior risco aos trabalhadores e instalações, considerando-se sua toxicidade, inflamabilidade e concentração. Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em função do produto P.V, onde P é a pressão máxima de operação em MPa, em módulo, e V o seu volume em m³, conforme segue: Grupo 1 - P.V ≥ 100 Grupo 2 - P.V < 100 e P.V ≥ 30 Grupo 3 - P.V < 30 e P.V ≥ 2,5 Grupo 4 - P.V < 2,5 e P.V ≥ 1 Grupo 5 - P.V < 1 A Tabela 2 classifica os vasos de pressão em categorias de acordo com os grupos. 18 Tabela 3 – Prazos para inspeção Além da classificação dos vasos, a Norma Regulamentadora n° 13, no item 13.5.4 e seus subitens, determina as inspeções de segurança necessárias que devem ser aplicadas aos vasos de pressão conforme sua categoria de risco. Os vasos devem ser submetidos a inspeções de segurança inicial, periódica e extraordinária. Inspeção inicial, deve ser feita em vasos de pressão novos, antes de sua en- trada em funcionamento, no local definitivo de instalação, devendo compreen- der exames externo e interno; A inspeção de segurança periódica, constituída por exames externo e interno, deve obedecer aos seguintes prazos máximos estabelecidos na Tabela 3. Categoria do Vaso Exame Externo Exame Interno I 1 ano 3 anos II 2 anos 4 anos III 3 anos 6 anos IV 4 anos 8 anos V 5 anos 10 anos A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportuni- dades: Sempre que o vaso de pressão for danificado por acidente ou outra ocorrência que comprometa sua segurança; Quando o vaso de pressão for submetido a reparo ou alterações impor- tantes, capazes de alterar sua condição de segurança; Antes do vaso de pressão ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por mais de 12 meses; Quando houver alteração do local de instalação do vaso de pressão, exceto para vasos móveis. Todas as inspeções de segurança devem ser executadas sob responsabilidade técnica de um profissional habilitado. 19 Figura 2 – Tipos de tampos Segundo Telles (1996), os principais componentes de um vaso de pressão são: -Tampos: Podem ser dos tipos semielípticos, semiesféricos, cônicos, torocônicos, torisféricos e planos. -Corpo: Mas conhecido como Casco ou Costado, pode ser cilíndrico, esférico, cônico. -Bocais: Aberturas feitas no costado para ligações de tubulações de entrada e saída do produto. -Peças internas: Bandejas, grades, distribuidores, defletores, etc. -Acessórios externos: Manômetros, Suportes, reforços de vácuo, anéis de suporte do isolamento térmico, chapas de ligação, cantoneiras etc. Na figura 2 (TELLES, 2013) é exemplificado os tipos de tampos mais utilizados na fabricação de vasos de pressão, tampo elíptico, toriesférico, hemisférico e cônico. Os tampos são peças de fechamento do casco do vaso de pressão. Na teoria o tampo elíptico, Figura 2 a), apresenta as seções transversais como uma elipse geométrica ideal. No tampo elíptico denominado normal, o diâmetro do tampo é quatro vezes a sua altura, podendo ser construído quase sempre com chapas da mesma 20 espessura utilizada no casco cilíndrico, pois sua resistência interna é quase sempre igual à do cilindro usando o mesmo diâmetro (TELLES,2013). O tampo toriesférico, Figura 2 b), é de modo geral mais fraco que o elíptico de mesmo diâmetro, apresentando as mesmas relações de semieixos. No entanto, o toriesférico é mais fácil de ser fabricado. Por fim, os tampos toriesféricos são compostos por uma calota central esférica, de raio (Rc), e por uma seção toroidal de concordância de raio (Rk) (TELLES, 2013). Quanto mais seu perfil se aproximar de uma elipse perfeita, mais resistente será o tampo toriesférico. Dentre os toriesféricos com relação de semieixos 2:1, o perfil que apresenta Rk=0,1727D e Rc=0,9045D é o que mais se aproxima de uma elipse. Esse perfil também é conhecido como falsa elipse, o mais usado de todos os perfis toriesféricos e quase sempre confundido com o tampo elíptico verdadeiro. O código ASME, Seção VIII, considera equivalente o tampo toriesférico falsa elipse e o tampo elíptico. (TELLES, 2013). Podem ser instalados em posição reversa, ou seja, com a pressão pelo lado convexo, os tampos elípticos e toriesféricos assim dispostos se revelam vantajosos para o tampo interior de vasos verticais de diâmetros pequenos e de baixa pressão, apresentando uma série de facilidades nos apoios de superfícies planas (TELLES, 2013). O tampo hemisférico, Figura 2 (c), é praticamente o mais resistente de todos, pois pode dispor da metade da espessura de um casco cilíndrico do mesmo diâmetro. No entanto, apresenta dificuldades de fabricação e instalação, em virtude de sua altura. É utilizado para vasos horizontaise verticais de diâmetros acima de 10 metros. Para tampos de grande diâmetro, eles são construídos por diversas partes soldadas, incluindo uma calota central e vários gomos nos setores esféricos, como se observa na Figura 2.(c). Os tampos cônicos, Figura 2 (d), apesar de fácil construção, têm resistência muito menor quando comparados aos anteriores. Não são muito utilizados por se limitarem aos fluidos de difícil escoamento. 21 Figura 3 – Tampos planos Os tampos da Figura 3 (a) e (b) são não removíveis para baixa pressão. O tampo especificado na Figura 3 (c) apresenta flange cego aparafusado removível, assim como o tampo da Figura 3 (d), também removível, pela retirada de um anel rosqueado no corpo cilíndrico. Os tampos das Figuras 3 (e), (f) e (g) são forjados, não removíveis, sendo utilizados para vasos de alta pressão. Para a escolha do tampo a ser utilizado, devem-se levar em consideração a economia, a pressão de trabalho, os métodos de fabricação e os custos. Os tampos toriesféricos, apresentados na Figura 2(b), são os mais utilizados na maioria dos casos, independentemente do diâmetro, em virtude da facilidade de sua fabricação. De acordo com TELLES (2013), os vasos de pressão apresentam diversas aberturas, sendo elas os bocais, cada qual com determinadas funções e finalidades. Sem esses acessórios, os vasos de pressão seriam inúteis. 22 Exemplos: - Tubulações de entrada e saída; - Instrumentos de verificação e segurança; - Respiro e dreno; - Bocais para acesso interno (para verificação e inspeções) etc. Nos vasos de pressão, as aberturas podem ser tanto nos cascos quanto nos tampos, sendo sempre uma seção transversal circular e o eixo perpendicular à parede do vaso. De modo geral, é primordial que as aberturas apresentem um formato arredondado, para evitar e diminuir as concentrações de tensões. É importante que no projeto seja avaliado a real necessidade de abertura nas paredes de pressão, pois para qualquer abertura sempre haverá um enfraquecimento dos vasos, assim como a existência de duas ou mais aberturas próximas entre si, sendo assim necessário o acréscimo de reforços. Os projetos apresentam normas que permitem aberturas de qualquer dimensão, até certos limites. Ultrapassando isso, devem ser executadas exigências especiais. - Para vasos com diâmetro de até 1530mm, devem ser utilizadas aberturas com metade do diâmetro, até o máximo de 510mm. - Para vasos com diâmetro superior a 1530mm, devem ser utilizadas aberturas com 1/3 do diâmetro do vaso, até o máximo de 1020mm. Para TELLES (2013), de acordo com estas normas, as aberturas em tampos ou em cascos esféricos onde se tem o diâmetro maior do que a metade do diâmetro do vaso, deverão conter um trecho de concordância toroidal de dupla curvatura. Esse reforço é exigido pelo código ASME, Seção Vlll, Divisão 1, quando se tem aberturas de diâmetro nominal de 31/2” ou maior, e a espessura da parede do vaso é de 10mm, ou menor, e para aberturas de diâmetros nominais de 23/8” ou maior, quando a espessura da parede é superior a 10mm. 23 Figura 4 – Aberturas em um vaso de pressão A Figura 4 (TELLES,2013) apresenta diversas aberturas em um vaso de pressão: -Bocais A, B, C, D e E – destinados à ligação de tubulações externas; Sem elas o vaso não teria a funcionalidade para entrada e saída dos fluidos. -Bocais F1, F2 e G – destinados à instalação de instrumentos; Importantes para o controle e operação vaso, conseguimos verificar nível do fluido e a pressão do vaso. -Bocais H e J – destinados ao respiro e ao dreno; Aberturas destinadas para respiro eliminando excedente dos fluidos e o dreno ideal para esvaziamento e limpeza do vaso. 24 -Bocal K – boca de visita; Facilita a entrada de pessoas para trabalhos em manutenção, troca de peças internas e inspeções. -Bocal M – destinado à remoção de uma peça interna. Podemos instalar dispositivos ligados a operação como visores e mexedores Dentre os principais acessórios que constituem o vaso de pressão, podemos mencionar os bocais de visita, utilizados para ter acesso ao interior do vaso de pressão. Essas aberturas são fechadas por tampas removíveis, possibilitando inspeções e manutenções. Seu diâmetro mínimo para que permita a entrada de uma pessoa é de 400mm (16”). Ainda segundo TELLES (2013), caso as dimensões do vaso permitam, podem-se adotar os seguintes diâmetros: - Para eventual entrada de pessoas: 450mm (18”); - Para entradas frequentes de pessoas: 500mm (20”); - Para intervenções internas (montagem e desmontagem de componentes): 600mm (24”). Já as bocas de inspeção apresentam aberturas parecidas, mas de diâmetros menores, e servem apenas para observação. A norma exige que haja algum meio de visita em cada compartimento dos vasos de pressão ou onde haja corrosão da parede destes. Outras aberturas importantes do vaso, são para os dispositivos de controle e segurança, segundo a NR 13 no item 13.5.1.3 alínea a) é obrigatório a utilização de válvula de segurança ajustada em valor igual ou inferior a PMTA, instalado diretamente no vaso. Na alínea d) do mesmo item é obrigatório instrumento que indique a pressão de operação. 25 2.2 DADOS GERAIS DO PROJETO Segundo Telles (2013), as definições dos dados gerais do projeto consistem em informações locais e definições que envolvem decisão do cliente. É preciso definir os seguintes dados básicos gerais: - Normas que devem ser seguidas. No Brasil existe a Norma Regulamentadora 13 do Ministério do Trabalho, que regula sobre a instalação, operação e inspeção dos vasos de pressão, sendo compulsório às empresas que possuem vasos que se enquadra a esta Norma, o seu atendimento. - Tempo mínimo da vida útil. - Preferência quanto à posição de instalação. - Preferência ou exigências de materiais de construção. - Condições climáticas ou meteorológicas. - Área disponível para a instalação. - Peso e dimensão para transporte. - Altura do local de instalação. - Utilidades disponíveis (água, vapor, energia elétrica etc.). - Níveis de ruídos - Dados de subsolo - Condições de montagem no local. 2.3 PROJETO MECÂNICO Para a construção de um vaso de pressão TELLES (1996) trata o projeto mecânico como definição ou cálculos dos seguintes dados referentes ao vaso. - Amplo conhecimento de todos os materiais a serem construídos os vasos (tampo e casco) incluindo as partes consideradas como acessórios tais como: Flanges, pesco- ços de bocais, espelhos, suportes, tubos internos, parafusos etc. - Dimensões finais do vaso (com base nas dimensões do projeto de processo tais como altura e diâmetro). 26 - Seleção quanto ao tipo de tampo (elíptico, torisféricos, hemisférico, cônico (calota esférica) e dimensões). - Definições das normas para construção e inspeção. - Definições quanto ao tipo de solda e ângulo, para inspeções finais. - Memorial do cálculo de espessura de todas as partes que compõe o vaso (interno e externo) tais como flanges, espelhos, reforços etc. - Seleção do tipo, dimensões e formato de todos os elementos de fixação tais como parafusos, porcas, arruelas etc. 2.4 MATERIAIS PARA VASOS DE PRESSÃO Considerando o casco, os tampos, os suportes e as peças internas e externas, diversos materiais podem ser utilizados no processo de confecção de vasos de pressão. Segundo TELLES (2013), esses materiais são divididos em: - Materiais metálicos: Materiais ferrosos: Aços-carbono; Aços-liga; Aços inoxidáveis. - Materiais não ferrosos: Alumínio e ligas; Níquel e ligas; Titânio e ligas. Materiais não metálicos: Materiais plásticos reforçados (termoestáveis). O material comumente utilizado na confecção dos vasos de pressão é o aço carbono,exceto quando a construção exige um material específico. Isso se deve ao fato de o aço-carbono ser um material com boa conformabilidade, ser facilmente soldável e com o menor custo em relação à sua resistência mecânica. Esse uso pode ser justificado com base na empregabilidade do aço-carbono em 95% do peso total dos equipamentos de processo. 27 É crucial que todos os materiais de fabricação, sejam eles metálicos ou não, obedeçam a alguma das Especificações de Materiais existentes. Essas especificações são normas que contêm a descrição, a finalidade, a composição química, as propriedades mecânicas, químicas e físicas, os ensaios exigidos ou recomendados e condições de aceitação, rejeição ou marcação do material. Essas especificações fazem com que as propriedades de um material sejam conhecidas e garantidas por sociedades normativas que emitem essas especificações, tais como a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a ASTM (American Society for Testing and Materials – Estados Unidos), a BSI (British Standarts Institution – Inglaterra) e a DIN (Deutsches Institut für Normung – Alemanha). As Especificações de Materiais abrangem grupos de materiais que se diferenciam-se por “classes” ou “graus”. Portanto, é imprescindível que haja uma correta e completa especificação do material em questão, incluindo, entre outros fatores, a classe, o grau e quaisquer outras exigências opcionais de especificação pertinentes, e não somente sua sigla. Conforme descrito por TELLES (2013, p. 48): Todas as normas de projetos de vasos de pressão fazem exigências e restrições quanto aos materiais que podem ser empregados. O código ASME, Seção VIII, Divisões 1 e 2, só permitem que sejam empregados para as partes pressurizadas dos vasos [...] os materiais que constam na tabela de tensões admissíveis da norma [...]. Para as partes não pressurizadas (suporte, peças internas etc.), admitem-se também outros materiais; entretanto, como regra geral, esses materiais devem estar de acordo com alguma Especificação de Material. 2.5 PROBLEMAS DE SELEÇÃO DE MATERIAIS Segundo TELLES (2013), uma das maiores dificuldades encontradas por projetistas de vasos de pressão é a escolha correta do material de construção. Em algumas partes específicas de um vaso, pode ser adotado um material diferente do empregado nas demais partes, em virtude das condições peculiares a que estas são submetidas. Exemplos disso são as peças internas desmontáveis (necessitam de um material com maior resistência à corrosão, facilitando e permitindo montagens e desmontagens) e os parafusos de fixação (sobre os quais é exigido maior esforço e 28 que, no caso de alterações geométricas ou de corrosão, impediriam montagens e desmontagens). Cabe ao projetista a análise e a tomada de decisão, com base em alguns fatores, uma vez que o material mais indicado para determinado uso pode ser, também, o de maior custo aquisitivo. Para TELLES (2013), os fatores que influenciam na seleção de materiais são: Fluido Contido Deve-se atentar para todas as características do fluido que será utilizado no vaso, entre elas, a natureza, a concentração, as impurezas e os contaminantes que possam estar presentes, assim como os gases dissolvidos ou os sólidos em suspensão, a temperatura, o pH, o caráter redutor ou oxidante, a flamabilidade, o ponto de fulgor, a toxidez, a ação corrosiva, a possibilidade de contaminação através dos resíduos da corrosão, ou qualquer outro contaminante que possa reduzir a vida útil do vaso prematuramente e a tolerância em relação a essas contaminações. Condições de Serviço (Pressão e Temperatura de Operação) Uma vez que tanto as propriedades do material do vaso de pressão e do fluido se alteram com a variação da temperatura, esta deve ser relevada ao longo do tempo, considerando, inclusive, as condições anormais que possam ocorrer eventualmente, para que o material do vaso de pressão suporte seu trabalho em quaisquer condições de temperatura a que for exposto. A mesma consideração anterior deve ser feita no regime de trabalho de operação. Nível de Tensões no Material Além dos esforços exercidos pela pressão interna, o vaso de pressão sofre outros tipos de esforços que devem ser considerados na determinação do material e de sua espessura, para que possam resistir aos esforços solicitados, tendo resistência mecânica suficientemente compatível aos níveis de tensões presentes. Natureza dos Esforços Mecânicos Deve se observar a qual natureza do esforço mecânico (tração, compressão, flexão, esforços dinâmicos, estáticos etc.) o vaso estará sujeito para que seja realizada uma correta escolha do material. 29 Custo do Material O custo é um dos fatores mais importantes na escolha do material. No entanto, deve ser levado em conta não somente o custo da aquisição, mas também o custo de fabricação e de manutenção, além da durabilidade do material. Segurança Conforme descrito por TELLES (2013, p. 50): Quando o risco potencial do vaso ou do local onde o mesmo se encontra for grande, ou ainda, quando o equipamento for essencial ao funcionamento de uma instalação importante, há necessidade do emprego de materiais que ofereçam o máximo de segurança, de forma a evitar a ocorrência de rupturas, vazamentos ou outros acidentes que possam resultar em custosas paralisações ou mesmo desastres. Forma de Apresentação do Material Deve ser realizada uma análise nas formas apresentadas na matéria-prima de cada material, pois se o formato necessário para a construção do vaso de pressão for inexistente ou de difícil aquisição, o mesmo deve ser desconsiderado. Facilidades de Fabricação e Montagem Eliminam-se os materiais cuja fabricação e montagem possam ter limitações que impeçam ou inviabilizem economicamente a conformação e a confecção do vaso de pressão. Tempo de Vida Previsto O tempo de vida do material empregado deve ser compatível com o tempo de vida útil proposto para o vaso de pressão e qualquer uma de suas partes. Experiência Prévia Ainda que experiências anteriores e suas informações coletadas na solução da escolha do material sejam algo que não pode ser descartado, seguir sempre o que se considera uma tradição de materiais consagrados torna essa escolha mais segura e mais simples. No entanto, isso nem sempre leva à escolha de um material melhor e mais econômico. O projetista deve estar disposto a aceitar novas 30 soluções, porque novos materiais são lançados e os já existentes no mercado podem ser otimizados. No que diz respeito à experiência anterior, também deve ser observado se o caso apresentado para ser solucionado é exatamente igual ao serviço realizado anteriormente e não somente parecido, pois uma simples alteração de propriedade do fluido pode alterar o comportamento do material escolhido, transformando-o em um material não adequado ou incompatível. Facilidade na Obtenção do Material Devem ser consideradas as dificuldades e as facilidades para a obtenção da matéria-prima, no que diz respeito a prazos de entrega, necessidade ou não de importação, necessidade ou não de compras por lotes, entre outros fatores. Variações Toleradas de Forma ou de Dimensões da Peça Uma vez que a tolerância de dimensões para vasos de pressão é grande (pode ser de 1% ou superior), ela permite a escolha de um material que possa sofrer alterações geométricas e nas dimensões sem prejudicar seu funcionamento. Entretanto, algumas peças devem ter uma tolerância menor, graças à necessidade de vedação e aos ajustes mecânicos, entre outros fatores, que implicam a necessidade de um material mais preciso, mais estável e com menos deformações. 2.6 CORROSÃO Corrosão pode ser entendida como uma transformação na qual o metal passa de uma forma elementar para um estado combinado, em um aspecto mais difundidoe aceito universalmente. A corrosão pode ser definida como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ações eletroquímicas do meio ambiente ou químicas associadas ou não a esforços mecânicos. Um dos meios de garantir a segurança do equipamento e controle da corrosão é adicionar a sobre espessura para corrosão. A Norma Petrobras N-0253, estabelece os critérios para a adição da sobre espessura. 31 Tabela 4 – Critérios para sobre espessura Exceto quando especificado de outra forma devem ser adotados os seguintes valores mínimos para a sobre espessura para corrosão para as partes construídas em, aço-carbono ou em aços de baixa liga: a) torres, vasos e trocadores em geral para serviços com hidrocarbonetos: 3 mm; b) potes de acumulação (botas) para os vasos acima: 6 mm; c) vasos em geral para vapor e ar: 1,5 mm; d) vasos de armazenamento de gases liquefeitos de petróleo: 1,5 mm Devem ser adotados os critérios da Tabela 4 para a aplicação das sobre espessuras para corrosão PEÇA DO VASO CRITÉRIO Partes da parede de pressão em contato com o fluido de processo, cascos, tampos, pescoços de bocais, espelhos, flanges, flanges cegos e outros Adicionar o valor integral da sobre espessura, em cada face da peça em contato com o fluido. Peças internas não removíveis, submetidas a esforços principais Peças internas não removíveis submetidas a esforços Adicionar metade do valor da sobre espessura em cada face em contato com o fluido Peças internas removíveis submetidas a esforços (exclui bandejas e seus acessórios). Peças internas removíveis não submetidas a esforços (exclui bandejas e seus acessórios). Adicionar ¼ do valor da sobre espessura, em cada face da peça em contato com o fluido (mínimo de 1,0mm, total). 32 Figura 5 – Processo de calandragem 3 CONFORMAÇÃO A conformação de chapas, tubos, perfis e outros componentes compreende, entre outros, os processos de calandragem, prensagem, dobramento, estampagem e curvamento para a fabricação de corpos cilíndricos, cônicos e esféricos, seções de concordância, tampos de qualquer perfil bem como peças internas e externas de vasos de pressão. A calandragem para a conformação de corpos cilíndricos ou cônicos a partir de chapas planas é feita em calandras, máquina evidenciada na Figura 6. Os rolos inferiores são motrizes e o superior é livre. Deslocando-se os rolos na horizontal e na vertical, ajusta-se a máquina para a etapa da operação, e para a espessura da chapa e o diâmetro desejado, como se vê na Figura 5. Antes de começar a calandragem propriamente dita, deve-se curvar as extremidades da chapa, para facilitar a passagem nos rolos e evitar que fiquem trechos planos; essa operação pode ser feita na própria calandra ou prensa. 33 Figura 6 – Processo de calandragem real Em muitas calandras é possível colocar os rolos inferiores formando um ângulo entre si, permitindo dessa forma a obtenção de superfícies cônicas em lugar de cilíndricas. A calandragem de chapas deve ser feita de preferência, e sempre que possível, na direção de laminação da chapa. A conformação de tampos toriesféricos de chapa inteira é feita pelo abaulamento ou prensagem (pressing) da coroa central, seguida do rebordeamento (spinning) da região periférica. O abaulamento é geralmente processado em uma prensa utilizando-se uma ferramenta hemisférica maciça (denominada “pêra”) para a conformação. A peça é movimentada sob a pêra até que o abaulamento esteja completado. A conformação completa por prensagem propriamente dita é onerosa, justificando-se somente para a produção de grande número de peças iguais e relativamente pequenas. O rebordeamento é feito em máquinas chamadas rebordeadeiras, onde o tampo gira sobre o seu eixo, ao mesmo tempo em que é conformado entre um rolo interno e um rolo externo. Durante a operação o rolo externo desloca-se radialmente, curvando a chapa contra o rolo interno. 34 Figura 7 – Processo de conformação mecânica Para os tampos, de qualquer perfil, construídos em gomos com soldas radiais, bem como para os cascos esféricos, os gomos são conformados inteiramente por prensagem. O controle geométrico da conformação de tampos e de gomos é feito por meio de gabaritos de chapa fina cuidadosamente recortados com o perfil desejado. Qualquer conformação por prensagem e/ou por rebordeamento resulta em grande variação de espessura em relação à chapa plana primitiva, podendo haver, principalmente na região central, uma diminuição que pode atingir de 18 a 21% da espessura inicial. Essa perda de espessura deve obrigatoriamente ser levada em consideração. A conformação por calandragem ou por prensagem pode ser feita, sem restrições, em qualquer chapa cladeada; o rebordeamento, entretanto, exige muito cuidado em chapas cladeadas, porque pode prejudicar severamente o revestimento, sendo por isso formalmente não recomendado por muitos fabricantes. Os processos de dobramento e estampagem são empregados principalmente para chapas finas, na fabricação de painéis de bandejas, 35 borbulhadores e outros internos de vasos de pressão, bem como para elementos estruturais diversos (vigas internas, reforços de vácuo, suportes etc.). Para trabalho com chapas de aços inoxidáveis e chapas com o lado revestido de chapas cladeadas, recomenda-se que os rolos das calandras, estampos das prensas e outras ferramentas sejam exclusivos para o trabalho com esses materiais, a menos que sejam antes severamente raspadas e escovadas, para a remoção de quaisquer partículas de aço que nelas tenha ficado embutida. De outra forma, essas partículas poderão ficar presas na superfície das chapas a serem conformadas, onde constituirão uma causa importante de corrosão localizada do tipo pites (pitting). Depois de completada a conformação de qualquer parte do vaso, e antes da soldagem as outras partes, deve ser feita uma cuidadosa verificação dimensional para se certificar de que todas as dimensões, raios de curvatura etc. estão como estipulado no projeto. Para essa verificação é muito útil a confecção de gabaritos de madeira ou de chapa fina. Deve-se observar que as tolerâncias de conformação têm de ser mais apertadas do que as tolerâncias dimensionais finais do vaso pronto, porque ainda ocorrerão desvios de forma devido às contrações de soldagem, e como consequência de tratamentos térmicos e de teste hidrostático. Qualquer processo de conformação pode ser executado a frio ou a quente. Denominam-se de conformação a quente as operações realizadas em temperatura acima da temperatura de recristalização do material metálico, e conformação a frio as realizadas em temperatura inferior à recristalização. Para o aço-carbono, a temperatura de recristalização é cerca de 540 °C, mas na prática, para qualquer aço, a conformação a quente costuma ser feita em temperaturas entre 1000 e 1200 °C, exigindo por isso que exista, próximo à máquina de conformação, um forno capaz de conter completamente a peça a ser aquecida. 36 A conformação a quente é obtida com menor esforço, e não há praticamente limite para a deformação. Causará, entretanto, a formação de carepas na maioria dos aços e a sensitização dos aços inoxidáveis sujeitos a esse fenômeno. A conformação a quente é normalmente empregada para chapas de grande espessura (50 mm ou maiores), tubos de grande diâmetro, e também, em qualquer caso, quando a resistência do material à deformação excede a capacidade da máquina. A conformação a frio é mais simples, mais barata, e permite maior precisão dimensional, sendo por isso empregada na maioria dos casos. Em compensação, requer máquinas de maior potência e introduz tensões residuais no material, o que pode exigir, em muitoscasos, tratamento térmico posterior de alívio de tensões. Por esse motivo, a deformação a frio não pode exceder a determinados limites. Quando se emprega a conformação a frio, é usual fazerem-se o corte e a preparação das bordas da chapa antes da conformação, porque assim essas operações são feitas na chapa plana, o que é bem mais fácil e econômico. Para a conformação a quente faz-se o inverso, isto é, o corte exato da chapa e a preparação das bordas devem ser feitos após a conformação para que seja possível garantir uma precisão dimensional aceitável. Para a conformação a quente é recomendável que seja adotado um acréscimo de espessura de até 3 mm, para compensar a perda de espessura do aço por formação de carepas. 37 Tabela 6 – Cronograma do Projeto Tabela 5 – Dados de entrada 4 DADOS DE ENTRADA Para projetar um vaso de pressão necessitamos dos dados de entrada, informações importantes como pressão de projeto, temperatura de trabalho, fluidos, se a aplicação é para esforços cíclicos e a capacidade em volume, na Tabela 5 temos os dados citados: DADOS DE ENTRADA Pressão de Operação 7,845 Bar Pressão de Projeto 11,768 Bar Pressão de Teste Hidrostático 19,838 Bar Temperatura de Operação 10°C a 60°C Temperatura de Projeto 90°C Fluido de Operação Ar Comprimido Capacidade 1m³ Espessura para corrosão 1,5 mm Esforços cíclicos Não Posição do vaso Vertical Quantidade de bocais de 2” 2 Quantidade de bocais ¾” 3 5 CRONOGRAMA DO PROJETO CRONOGRAMA DO PROJETO Atividade Julho Agosto Setembro Outubro Estudo do ASME VIII Div. I X Cálculos do Vaso de Pressão X Estudo dos Materiais X Definição do tipo de apoio X Projeto em Software ( Desenho Técnico) X Implementação da NR 13 no Projeto X Apresentação dos resultados e discussões X Conclusão X 38 6 DIMENSÕES DO VASO Com base nas informações fornecidas pelos dados de entrada, o vaso de pressão deverá ter capacidade de armazenar o volume de 1m³ de ar comprimido. A área para montagem do vaso de pressão deve respeitar as dimensões de 3m x 3m e também foi solicitado que as partes que compuserem as paredes do vaso de pressão sejam segmentadas a cada 1m, por se tratar da limitação dos cilindros da calandra. Nos dados de entrada, o vaso de pressão indicado é um vaso de pressão vertical simples. Para a definição do diâmetro interno é rearranjada a equação 1, de modo a isolar o Di, obtendo a equação 2. 𝑉 = 𝜋. 𝐷𝑖2 4 𝐶𝐸𝑇 (1) 𝐷𝑖 = √ 𝑉4 𝐶𝐸𝑇𝜋 (2) Onde: V = Volume; Di = Diâmetro interno; CET = Comprimento efetivo total (ver Figura 1); Substituindo os valores na equação 2 e dividindo o CET em 2 partes com 1m cada, totalizando 2m, chega-se às dimensões do vaso de pressão, conforme abaixo 𝐷𝑖 = √ 1 ∗ 4 2 ∗ 1 𝜋 → 𝐷𝑖 = 0,798𝑚 → 𝑚𝑚 𝐷𝑖 = 798 𝑚𝑚 39 Figura 8 – Dimensões do vaso (2) Arredondando os valores, o vaso de pressão terá diâmetro interno de 800mm e CET de 2000mm, conforme mostra a Figura 8. 40 Tabela 7 – Materiais para confecção de vasos de pressão 7 ESCOLHA DO MATERIAL Após uma satisfatória carga teórica sobre materiais e suas principais características e classificações, é possível realizar com sabedoria a escolha do material correto para concepção do vaso de pressão de posse dos dados de projeto. O aço-carbono é sem dúvida alguma a melhor opção para o projeto em questão, pois atende com suas características os principais requisitos para a construção do vaso. O material em questão apresenta boa conformabilidade e boa soldabilidade. Outro fator que interfere diretamente para a escolha do aço-carbono é a fácil obtenção, já que existem diversos fornecedores na região. O vaso em questão possui temperatura de projeto de 90°C, e uma temperatura mínima de operação de 10°C , ou seja, as características químicas e de temperatura do material selecionado permite uma operação com perfeita segurança. O código ASME II Part D – METRIC estipula quais materiais devem ser utilizados na fabricação de vasos de pressão, não sendo possível utilizar outro tipo de material, na Tabela 7 temos os materiais aceitos pelo código. 41 Tabela 8 – Propriedades do aço ASTM 285 Gr C Fonte: Catálogo chapas e placas de aço – Tenax Aços Especiais Com base nos dados apresentados neste tópico e com o auxílio da Tabela 7 é possível determinar os materiais que serão utilizados no projeto e construção do vaso de pressão em estudo: Tampos: A 285 Gr C Casco: A 285 Gr C. Destinado à fabricação de caldeiras e vasos de pressão, se enquadra conforme a faixa de resistência mecânica e as condições de temperatura e pressão de trabalho, sendo especificados pela norma ASTM e as respectivas correspondentes ASME e EN 10028. A principal característica desses aços é a sua versatilidade de desempenho quanto à temperatura de uso de -60°C até 500°C. O grau de qualidade escolhido deve levar em conta a redução dos valores de limite de escoamento em função da temperatura de operação. Outra característica importante dessa classe de produtos é a boa soldabilidade, considerando os processos de soldagem usualmente empregados na fabricação de caldeiras e vasos de pressão (eletrodos revestidos, arco submerso e arame tubular). O material escolhido possui as seguintes propriedades e composição química conforme a Tabela 8: ASTM A285 Gr C Grau Faixa de espessura Composição química (% em massa ) LE (Mpa) LR (Mpa) C Mn C 6 ≤ E ≤ 50,8 mm 0,28 máx. 0,90 máx. 205 min. 380 - 515 O fabricante, pelo mesmo catálogo disponibiliza os tipos de consumíveis adequados para o processo de soldagem do vaso, conforme vemos na Tabela 9 42 Tabela 9 – Processo de soldagem e consumíveis Fonte: Catálogo chapas e placas de aço – Tenax Aços Especiais Figura 9 – Tabela 1A ASME II Part D – METRIC Identificação do material Figura 10 – Tabela 1A ASME II Part D – METRIC Resistência a tração PROCESSO DE SOLDAGEM CONSUMÍVEIS ASTM A285 A, B e C Eletrodos revestidos Eletrodos E7016, E7018 MAG Arame ER 70S-6 Gás (a) CO2 ou misturas Ar+CO2 ou AR+O2 Arame tubular Arame E71T-1, E71T- 4 e E71T- 5 Gás (a) (b) CO2 Arco submerso Combinação arame/fluxo F7xxEL12 F7xx- EM12k Na tabela 1A do ASME II Part D – METRIC, temos a resistência a tração e a tensão admissível aceita pelo código, demonstrado nas figuras 9, 10 e 11. 43 Figura 11 – Tabela 1A ASME II Part D – METRIC Tensão admissível Em posse desses dados podemos descobrir o fator de segurança requerido pelo código ASME utilizando a seguinte equação: 𝐹𝑆 = 𝐿𝑅 𝐿𝐸 Onde: (3) FS: Fator de segurança requerido pelo código ASME; LR: Limite de resistência a tração; LE: Limite de escoamento requerido pelo código ASME. Assim temos: 𝐹𝑆 = 380 108 → 𝐹𝑆 = 3,52 (3) 44 Gráfico 1 – Tensão x Deformação ASTM 285 Gr C 8 CALCULO MECÂNICO DOS TAMPOS Neste tópico serão desenvolvidos os principais cálculos para concepção de um projeto mecânico de vaso de pressão. As fórmulas e critérios utilizados nos cálculos seguem rigorosamente o código ASME VIII, Divisão 1. Esse código só considera o efeito da pressão interna ou externa, ficando os demais carregamentos inteiramente a critério do projetista, não só quanto à forma de calculá-los, como também quanto à necessidade ou não de serem calculados. A parte UHT do código ASME, Seção VIII, Divisão 1, referente a vasos de pressão com aços de alta e média resistência, admitetodos os tipos de tampos mencionados. Para o projeto que está sendo abordado, serão utilizados tampos elípticos por oferecerem maior segurança para operação do vaso de pressão em questão. Todos os cálculos seguem rigorosamente o parágrafo UG-32 do código ASME, Seção VIII, Divisão 1. GRÁFICO TENSÃO x DEFORMAÇÃO – ASTM A285 Gr C 45 Figura 12 – Tampo elíptico Um tampo toriesférico que atende de maneira satisfatória as necessidades impostas pelo projeto teria um processo de fabricação mais complicado e por consequência o custo seria maior. O tampo hemisférico para este projeto não seria viável pela questão de custo, pois sua fabricação é extremamente complexa e possivelmente teria que ser importado. Podemos observar na Figura 12 a geometria básica do tampo elíptico: 9 BIBLIOGRAFIA Onde: t : Espessura do tampo; r : Raio de junta; L: Raio de coroa; R: Raio do vaso de pressão; D: Diâmetro do vaso de pressão; h: Altura do tampo. Nos tampos elípticos o raio de coroa tem valor aproximado de cerca 90% do raio do vaso e o raio de junta, por sua vez, possui cerca de 18% do valor do raio do vaso. 46 Iremos utilizar neste projeto um tampo elíptico com relação de semi-eixos de 2:1, ou seja, R/h =2. Dessa maneira a espessura mínima do tampo, calculada para a pressão interna de projeto pode ser expressa pela equação 4, de acordo com o parágrafo UG-32 do código ASME, seção VIII, Divisão 1.: 𝑡 = 𝑃. 𝐷 2. 𝑆. 𝐸 − 0,2𝑃 + 𝐶 (4) Onde: P: Pressão interna de projeto, de acordo com a Tabela 5; D: Diâmetro interno do vaso de pressão, de acordo com a Equação 2; S: Tensão admissível para o material, de acordo com a Figura 11, transformada para unidade de medida Bar; E: Eficiência de solda, de acordo com a Tabela 15; c: Sobre espessura de corrosão, estabelecida conforme norma Petrobras N-0253 localizada na Tabela 4. Assim temos: 𝑡 = 11,768 ∗ 800 2 ∗ 1080 ∗ 0,8 − 0,2 ∗ 11,768 + 1,5 (4) 𝑡 = 6,95𝑚𝑚 O tampo para obter seu formato elíptico será submetido a um processo de conformação, como foi abordado de maneira mais eficiente. Até 50 mm de espessura este processo pode ser realizado a frio, para uma espessura maior que 50 mm o processo mais indicado é a quente. No caso em questão o tampo será submetido a um processo de conformação a frio no qual ocorre geralmente uma perda de espessura entre 18 a 21%, ou seja, após o cálculo da espessura mínima deve-se considerar esta perda de espessura para o processo de conformação mecânica, adotaremos um acréscimo de 25% na espessura do tampo: 𝑡 = 6,95 ∗ 1,25 → 𝑡 = 8,69 𝑚𝑚 (5) 47 Tabela 10 – Espessura comerciais de chapas Fonte: Fabricante de FABRIFER Então para se obter uma espessura de 6,95mm devemos obter chapas de aço de espessura nominal no valor mínimo de 8,69mm. Existem espessuras de chapas padronizadas que são comercializadas no mercado brasileiro, assim devemos selecionar a espessura que mais atende a partir do valor calculado. Os valores podem ser consultados na Tabela 10. Desta forma, a espessura da chapa para fabricação dos tampos elípticos deverá ser 8,73mm conforme vemos a tabela do fabricante FABRIFER 48 Tabela 11 – Tabela 1-4-1 Código ASME, Seção VIII, Divisão I Desta forma, a espessura da chapa para fabricação dos tampos elípticos deverá ser: 𝑡 = 8,73𝑚𝑚 A espessura após o processo de conformação será: 𝑡 = 6,89 𝑚𝑚 De posse da espessura do tampo, agora é possível realizar o cálculo da pressão máxima de trabalho admissível PMTA, utilizando a Equação 6: 𝑃𝑀𝑇𝐴 = 2. 𝑆. 𝐸. 𝑡 𝐾. 𝐷 + 0,2𝑡 (6) Onde: K: é retirado da tabela 1-4-1 do Código ASME, Seção VIII, Divisão I VALORES DE K PARA CÁLCULO DE TAMPOS ELIPTICOS R/h 3,0 2,9 2,8 2,7 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0 K 1,83 1,73 1,64 1,55 1,46 1,37 1,29 1,21 1,14 1,07 1 Então, conforme a Tabela 11 temos a seguinte equação: 𝑅/ℎ (7) R: Raio interno do vaso, conforme Figura 13; h: Altura do tampo, conforme Figura 13. 400 200 = 2 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝐾 = 1 (7) 𝑃𝑀𝑇𝐴 = 2 ∗ 1080 ∗ 0,8 ∗ 6,89 1 ∗ 800 + 0,2 ∗ 6,89 (6) 𝑃𝑀𝑇𝐴 = 14,86 𝐵𝑎𝑟 49 Tabela 12 – Critérios para projeto do tampo elíptico Figura 13 – Medidas do tampo elíptico Para projetar o tampo elíptico devemos seguir rigorosamente os critérios do ASME VIII, Divisão I, em posse do diâmetro interno de 800mm é possível determinar as outras medidas, conforme a Tabela 12. 50 10 CÁLCULO MECÂNICO DO CASCO O cálculo mecânico de um casco cilíndrico deve seguir rigorosamente o parágrafo UG-27 do código ASME, seção VIII, Divisão 1. Deve ser calculado conforme a equação 8: 𝑡 = 𝑃. 𝑅 𝑆. 𝐸 − 0,6𝑃 + 𝐶 (8) Onde: P: Pressão interna de projeto, de acordo com a Tabela 5; R: Raio interno do vaso de pressão, de acordo com a Figura 5; S: Tensão admissível para o material, de acordo com a Figura 11, transformada para unidade de medida Bar; E: Eficiência de solda, de acordo com a Tabela 15; C: Sobre espessura de corrosão, estabelecida conforme norma Petrobras N-0253 localizada na Tabela 4. 𝑡 = 11,768 ∗ 400 1080 ∗ 0,8 − 0,6 ∗ 11,768 + 1,5 (8) 𝑡 = 7,00𝑚𝑚 Da mesma forma realizada com os tampos, devemos agora selecionar a espessura da chapa que mais atende as condições de projeto de acordo com a Tabela 10, a espessura da chapa para fabricação do casco cilíndrico deve ser: 𝑡 = 7,14𝑚𝑚 De posse da espessura do casco, agora é possível realizar o cálculo da pressão máxima de trabalho admissível, seguindo a equação 9: 𝑃𝑀𝑇𝐴 = 𝑆. 𝐸. 𝑡 𝑅 + 0,6𝑡 (9) 51 𝑃𝑀𝑇𝐴 = 1080 ∗ 0,8 ∗ 7,14 400 + 0,6 ∗ 7,14 (9) 𝑃𝑀𝑇𝐴 = 15,26 𝐵𝑎𝑟 11 CÁLCULO MECÂNICO DOS BOCAIS O cálculo mecânico dos bocais é realizado a fim de se determinar os seguintes dados: Espessura da parede do bocal; Necessidade do uso de reforços; Dimensionamento de reforços; Seleção de flanges. A espessura da parede do bocal e os devidos reforços são determinados de acordo com o parágrafo UG-37 do código ASME, Seção VIII, Divisão 1. A parede do bocal tem sua espessura calculada da maneira demonstrada na equação 10: 𝑡 = 𝑃. 𝑅 𝑆. 𝐸 + 0,4𝑃 + 𝐶 (10) P: Pressão interna de projeto, de acordo com a Tabela 5; R: Raio do bocal; S: Tensão admissível para o material, de acordo com a Figura 18 e transformada em Bar; E: Eficiência de solda, de acordo com a Tabela 15; C: Sobre espessura de corrosão, estabelecida conforme norma Petrobras N-0253. localizada na Tabela 4. 52 Figura 14 – Compensação de área Os bocais são basicamente aberturas realizadas no casco ou no tampo do vaso de pressão e constituem regiões de fragilidade. Estas regiões devem possuir reforços quando necessário para prover a segurança necessária à operação do vaso de pressão. O reforço dos bocais é realizado através de um método conhecido como compensação de áreas. A partir da Figura 14 é possível obter uma melhor explanação do método em questão. Onde: 𝑡𝑛 = Espessura nominal da parede do tubo; 𝑡𝑟 = Espessura mínima do casco/tampo; 𝑡𝑒 = Espessura do anel de reforço; 𝑡𝑟𝑛 = Espessura mínima da parede do tubo; 𝑡 = Espessura nominal do casco/tampo; 𝑑 = Diâmetro do bocal; 𝐿 = Largura do anel de reforço. 53 Pode-se estimar a partir da Figura 14, quatro tipos diferentes de área: → Área requerida; → Área disponível no casco/tampo; → Área disponível da projeção externado bocal; → Área disponível pelo reforço do anel. Com base nas áreas determinadas acima é possível estabelecer uma condição para verificar se o reforço é necessário no bocal: 𝐴2 + 𝐴3 > 𝐴1 Se a condição acima for satisfeita o bocal não necessita ser reforçado, caso contrário o anel de reforço se faz necessário. A área do anel de reforço é indicada por A4, que proporciona uma nova condição para verificar se o reforço dimensionado atende às exigências do bocal: 𝐴2 + 𝐴3 + 𝐴4 > 𝐴1 Se a condição acima for atendida o anel de reforço atende de maneira satisfatória, caso contrário o reforço deve ser redimensionado. Durante o dimensionamento dos bocais existem algumas exigências da norma ASME que devem ser rigorosamente seguidas: Para efeito de cálculo a projeção externa máxima deve ser 2,5 vezes a espessura; A espessura máxima da chapa do anel de reforço é igual a espessura da chapa onde o bocal está sendo instalado; A largura máxima do anel de reforço não deve exceder o diâmetro interno do bocal. 54 Figura 15 – Largura máxima do anel de reforço Figura 16 – Projeção externa para bocais Para efeito de dimensionamento do bocal, a projeção externa pode ser considerada de acordo com a norma Petrobrás N-253 de acordo com Figura 16 Com base nas informações apresentadas, será realizado o dimensionamento dos bocais determinados previamente na etapa de engenharia de processos. O vaso de pressão em estudo possui ao todo 5 bocais que estão divididos da seguinte maneira: 55 2 Bocais de 2 Polegadas; 3 Bocais de ¾ Polegadas Estes bocais estão divididos de maneira proporcional pelo vaso de pressão de maneira que o centro de gravidade fique o mais próximo possível da região central do equipamento. A seguir serão apresentados os principais cálculos referentes ao projeto mecânico dos bocais. Bocais de 2 polegadas: No vaso de pressão estudado existem 2 bocais de 2 polegadas situados no casco cilíndrico, sendo um, com a finalidade de entrada do fluido e o outro para a saída do fluido. Utilizaremos a equação 10 para obter a espessura mínima da parede do bocal. 𝑡 = 𝑃. 𝑅 𝑆. 𝐸 + 0,4𝑃 + 𝐶 (10) Substituindo os valores temos: 𝑡 = 11,768 ∗ 30,15 1010 ∗ 0,8 + 0,4 ∗ 11,768 + 1,5 (10) 𝑡 = 1,937𝑚𝑚 Com base no valor obtido acima, deve-se escolher um tubo com espessura nominal para atender satisfatoriamente às exigências impostas pelos cálculos. O tubo pode ser especificado pelo catálogo do Grupo Aço Tubo, conforme a Tabela 13 56 Tabela 13 – Medidas de tubulações Fonte: Catálogo Grupo Aço Tubo Figura 17 – Tabela 1ª ASME II Parte D – Metric, identificação do material tubo O material escolhido para os tubos foi o ASTM A-53-B, onde tensão admissível para o material foi retirada da tabela 1A do ASME II Part D – METRIC demonstrado na Figura 18. 57 Figura 18 – Tabela 1ª ASME II Parte D – Metric, tensão admissível A norma ASME, bem como a norma N-253 da Petrobrás, recomenda para bocais de pequenos diâmetros a utilização de tubos Sch. 160 ou maiores. Para o cálculo do anel de reforço iremos utilizar um tubo de 2” Sch. 160. 𝐴1 = 𝑑. 𝑡𝑟 + 2. 𝑡. 𝑡𝑛 𝐴1 = 42,82 ∗ 7 + 2 ∗ 7,14 ∗ 8,74 𝐴1 = 424,55𝑚𝑚 2 (11) 𝐴2 = 𝑑. (𝑡 − 𝑡𝑟) − 2. 𝑡𝑛(𝑡 − 𝑡𝑟) 𝐴2 = 42,82 ∗ (7,14 − 7) − 2 ∗ 8,74(7,14 − 7) 𝐴2 = 3,55𝑚𝑚 2 (12) 𝐴3 = 5. 𝑡(𝑡𝑛 − 𝑡𝑟𝑛) 𝐴3 = 5 ∗ 7,14(8,74 − 1,937) 𝐴3 = 242,87𝑚𝑚 2 (13) 𝐴2 + 𝐴3 > 𝐴1 3,55 + 242,87 > 424,55 58 Figura 19 – Furos no anel de reforço Pode-se observar que a desigualdade não é satisfeita, desta maneira o bocal necessita de reforço. A largura mínima do reforço necessário pode ser calculada da seguinte maneira: 𝐿 = 𝑑. 𝑡𝑟 + 2. 𝑡. 𝑡𝑛 − 𝑑(𝑡 − 𝑡𝑟) + 2. 𝑡𝑛(𝑡 − 𝑡𝑟) − 5. 𝑡(𝑡𝑛 − 𝑡𝑟𝑛)/2. 𝑡𝑒 𝐿 = 42,82 ∗ 7 + 2 ∗ 7,14 ∗ 8,74 − 42,82(7,14 − 7) + 2 ∗ 8,74(7,14 − 7) − 5 ∗ 7,14(8,74 − 1,937) /2 ∗ 7,14 (14) 𝐿 = 12,47𝑚𝑚 A espessura utilizada para o 𝑡𝑒 é um anel de chapa, geralmente de mesma espessura do casco, sobreposto ao mesmo e fixado com soldas em ângulo (soldas de filete). Esse sistema é o mais simples, o mais barato e o de mais fácil execução, sendo por isso empregado na grande maioria dos casos. O anel de reforço deve ter sempre um ou dois pequenos furos rosqueados (geralmente com 6 mm de diâmetro), para respiro e para injeção de ar para teste das soldas. Esses furos devem ser deixados abertos e preenchidos com graxa, conforme demonstrado na Figura 19 59 Figura 20 – Flange de Pescoço Para finalizar a especificação do bocal, deve-se selecionar corretamente um flange que atenda ao projeto. Para as condições de projeto abordadas será necessário um flange de pescoço (welding neck) com face de ressalto (raisedface) e de classe #300, logicamente de 2 polegadas, abaixo na Figura 20 temos o modelo do flange do fabricante Valaco com as devidas dimensões. Para os bocais de 2” foi selecionado um tubo Sch.160, um reforço com largura de 12,47mm e 7,14 mm de espessura, além de um flange com pescoço (Welding Neck) ANSI B 16.5 – 300LBS. A projeção externa de acordo com a Figura 16 deve ser 200 mm. Bocais de 3/4 polegadas: No vaso de pressão estudado existem 3 bocais de 3/4 polegadas situados no casco cilíndrico e tampos, com a finalidade de instrumentação e o outro para a drenagem. 60 Utilizaremos a equação 10 para obter a espessura mínima da parede do bocal. 𝑡 = 𝑃. 𝑅 𝑆. 𝐸 + 0,4𝑃 + 𝐶 (10) 𝑡 = 11,768 ∗ 13,35 1010 ∗ 0,8 + 0,4 ∗ 11,768 + 1,5 𝑡 = 1,69𝑚𝑚 (10) Novamente utilizaremos tubos Sch. 160 para o cálculo do anel de reforço 𝐴1 = 𝑑. 𝑡𝑟 + 2. 𝑡. 𝑡𝑛 𝐴1 = 15,58 ∗ 7 + 2 ∗ 7,14 ∗ 5,56 𝐴1 = 188,46𝑚𝑚 2 (11) 𝐴2 = 𝑑. (𝑡 − 𝑡𝑟) + 2. 𝑡𝑛(𝑡 − 𝑡𝑟) 𝐴2 = 15,58 ∗ (7,14 − 7) + 2 ∗ 5,56(7,14 − 7) 𝐴2 = 0,623𝑚𝑚 2 (12) 𝐴3 = 5. 𝑡(𝑡𝑛 − 𝑡𝑟𝑛) 𝐴3 = 5 ∗ 7,14(5,56 − 1,69) 𝐴3 = 138,16𝑚𝑚 2 (13) 61 Figura 21 – Bocais do vaso 𝐴2 + 𝐴3 > 𝐴1 0,623 + 138,16 > 188,46 Pode-se observar que a desigualdade não é satisfeita, desta maneira o bocal necessita de reforço. A largura mínima do reforço necessário pode ser calculada da seguinte maneira: 𝐿 = 15,58 ∗ 7 + 2 ∗ 7,14 ∗ 5,56 − 15,58(7,14 − 7) + 2 ∗ 5,56(7,14 − 7) − 5 ∗ 7,14(5,56 − 1,69) /2 ∗ 7,14 (14) 𝐿 = 3,48𝑚𝑚 Para os bocais de 3/4” foi selecionado um tubo Sch.160, um reforço com largura de 3,48 mm e 7,14 mm de espessura, neste caso não haverá flange, utilizaremos um tubo internamente roscado, com rosca do tipo NPT. A projeção externa deve ser 50 mm. 62 12 PROCESSO DE SOLDAGEM Antes de se iniciar qualquer serviço de soldagem em vasos de pressão, deve ser feita a qualificação de todos os procedimentos de soldagem e de todos os soldadores e operadores de máquinas de soldagem que serão empregados. Essas qualificações, que consistem em uma série de testes estabelecidos e padronizados por diversas normas, têm por finalidade verificar a adequação dos procedimentos de soldagem e avaliar a capacitação profissional de cada soldador ou operador, em relação ao material a soldar, tipos de soldas e demais variáveis de cada caso particular. Para os vasos de pressão, a norma geralmente seguida é a Seção IX do código ASME (Welding Qualifications), que estabelece rotinas detalhadas que devem ser seguidas em todos esses testes. Muitas firmas fabricantes de vasos mantêm uma rotina permanente de execução e registros desses testes, que podemdispensar a sua repetição para a fabricação de cada vaso em particular. Denomina-se “procedimento de soldagem” a descrição detalhada de todos os parâmetros relativos a uma determinada solda, tais como posição da solda, geometria da solda e dos chanfros, espessura e tipo do material a soldar, processo de soldagem, material, tipo e dimensões de eletrodos, fluxos e outros consumíveis, tipo de preparação, número e sequência de passes, intensidade e polaridade da corrente elétrica, exigências de pré ou pós-aquecimento e de alívio de tensões etc. Para cada variação significativa de qualquer um desses parâmetros teremos um procedimento diferente, que deverá ser devidamente qualificado. A qualificação prévia dos procedimentos de soldagem e dos soldadores e operadores é uma exigência geral de todas as normas de vasos de pressão. O código ASME, Seção VIII, Divisões 1 (parágrafos UW-26 a UW-29) e Divisão 2 (parágrafo AF-210), exige esses testes de qualificação para todas as soldas nas partes do vaso de pressão que sejam pressurizadas ou submetidas a esforços principais (suportes e orelhas de suspensão do vaso, por exemplo) bem como as soldas de ligação dessas partes do vaso a quaisquer outras. É exigido que os testes de qualificação sejam realizados antes de qualquer solda no vaso e que sejam repetidos sempre que houver uma interrupção prolongada do serviço. É exigido também que, em qualquer caso, seja feito e mantido um registro formal e detalhado desse teste. 63 Figura 22 – Pontos de início simultâneo das soldas Antes ainda de se dar início à soldagem deve ser feito também um cuidadoso estudo da sequência de soldagem e de montagem do vaso. O estudo da sequência de soldagem tem por finalidade estabelecer a ordem cronológica em que as diversas soldas devem ser feitas com a finalidade não só de permitir ou facilitar o melhor acesso para a execução e exame de cada solda, como também controlar os seus efeitos de contração e distorção. Em vasos de formato cilíndrico, ou semelhantes, as primeiras soldas são feitas longitudinais (que são as mais solicitadas), ficando formada então uma série de anéis cilíndricos. As soldas circunferenciais de ligação dos anéis entre si, e destes aos tampos, são feitas posteriormente. De um modo geral, a sequência adotada deve dar o máximo de liberdade de contração transversal a cada solda. Deve-se também iniciar a montagem formando subconjuntos, que serão depois associados progressivamente, procurando-se em cada etapa compensar ou corrigir as deformações de soldagem. Na soldagem dos subconjuntos e na montagem final, as soldas devem ser feitas o mais possível simetricamente. As soldas de grande comprimento (como é o caso frequente das soldas circunferenciais) devem ser iniciadas simultaneamente por dois ou mais pontos opostos, prosseguindo os trabalhos no mesmo sentido, como mostra a Figura 22, para reduzir os efeitos de contração e distorção. 64 Figura 23 – Dispositivos de ajuste para solda Os dispositivos auxiliares de soldagem são recursos usados para manter em posição as partes e a abertura correta da raiz de solda. É importante que a movimentação das partes na direção da contração principal da solda não fique completamente impedida, porque quanto mais essa movimentação for contida, maiores serão as tensões residuais decorrentes da soldagem. Na Figura 23, veem-se dispositivos aceitáveis quanto a esse aspecto. É importante também que esses dispositivos sejam usados, no menor número possível, compatível com o ajustamento necessário. É importante notar que empenos ou má formação das partes a soldar, bem como a falta ou insuficiência desses dispositivos resultam em desalinhamento nas soldas, causando graves concentrações de tensões. 65 O código ASME, Seção VIII, exige para as soldas em ângulo ou em Te com chapas de espessura superior a 13 mm, que a borda das chapas seja examinada por partículas magnéticas ou por líquido penetrante, para a determinação de trincas, dupla laminação e outros defeitos. Outro trabalho obrigatório a ser feito antes de qualquer soldagem é a limpeza completa do material a soldar, removendo-se ferrugem, carepas, tintas, óleos, graxas etc. Pelo parágrafo UW-32, do código ASME, Seção VIII, Divisão 1, essa limpeza deve ser feita em uma faixa de pelo menos 13 mm de largura de cada lado ao longo da solda, para os metais ferrosos, e 51 mm, para os não ferrosos. 13 SOLDAGEM NO VASO Todas as soldas de emenda de chapas em cascos e tampos de vasos de pressão devem ser soldas de topo, de penetração total, e feitas sempre que possível, por ambos os lados e de tipos facilmente radiografáveis. Quando as dimensões do vaso não permitirem a soldagem pelo lado interno, a solda pode ser feita apenas pelo lado externo, devendo-se nesse caso, adotar um procedimento de soldagem que garanta a penetração total e a qualidade da solda na raiz. O emprego de mata-juntas internos de aço, embora permitidos pelas normas, não é recomendável, podendo-se como alternativa, empregar mata-juntas de cobre, que são facilmente removíveis após a soldagem. Esses requisitos das soldas na parede de pressão são uma exigência geral de todas as normas, veja por exemplo o parágrafo UW-35, do código ASME, Seção VIII, Divisão 1. Sempre que possível essas soldas devem ser feitas pelos dois lados, em vasos de pequeno diâmetro (500mm ou menos), onde não é possível a soldagem pelo lado interno, pode ser feita apenas a solda externa. Dependendo da espessura da chapa, o chanfro para a soldagem pode ser feito por ambos os lados ou por um só. Os chanfros de preparação das bordas das chapas podem ser em V simples, V duplo, U simples e U duplo. Os chanfros em V são mais fáceis de fazer do que os chanfros em U, embora resultem em maior quantidade de solda depositada e maiores distorções. A quantidade de solda requerida por um chanfro em V duplo é a metade da correspondente ao chanfro em V simples. De modo geral, as soldas assimétricas (por um lado só, ou com chanfro assimétrico) produzem maiores tensões e distorções do que as soldas simétricas. 66 Figura 24 – Dimensões para solda de topo por um só lado Geralmente, para espessuras até 19mm adota-se o chanfro em V simples, para espessuras entre 19 e 38mm, o chanfro em U simples ou em V duplo, e para espessuras acima de 38mm o chanfro em U duplo. Deve ser observado que, em cascos cilíndricos e cônicos, as soldas longitudinais são as mais solicitadas, estando sujeitas ao dobro do esforço das soldas circunferenciais, devendo por isso merecer maior cuidado de projeto e de execução. A localização de todas as soldas no vaso deve ser estudada de modo a permitir a sua execução sem dificuldades e também sua inspeção. As soldas do casco e dos tampos devem ser dispostas de tal forma que, tanto quanto possível, não interfiram ou não superponham com as soldas dos suportes do vaso, bocais, bocas de visita e respectivos reforços, nem com as soldas de quaisquer outras peças internas ou externas soldadas à parede do vaso. Em vasos horizontais não deve haver soldas longitudinais do casco na parte inferior do vaso. Todas as soldas devem também, tanto quanto possível, estar em tal posição que possibilite a sua inspeção sem haver necessidade de desmontagem de peças internas do vaso. Nos vasos verticais a solda da saia ao casco do vaso deve ser localizada de forma que não interfira com a solda do casco ao tampo inferior e permita a inspeção dessa solda. Nos vasos horizontais os berços devem também ser localizados de maneira a não interferirem com as soldas circunferenciais do vaso e permitirem a inspeção dessas soldas. 67 Tabela 14 – Processos de solda Em vasos com diâmetro menor que 2m, só se admite uma única solda longitudinal por anel,
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