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Farmacologia dos contraceptivos hormonais ● contraceptivos hormonais ○ início do século XX (1928-1930): progesterona e estrógenos ○ obtenção sintética ○ controle populacional ○ decaimento na década de 70 e aumento nas posteriores Ciclo ovariano ● GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas, hipotalâmico): ○ estrutura determinada em 1971 por Schally ○ composição/estrutura ainda em discussão: LHRH e FSHRH ○ controle controle de secreção → neurônios (GnHérgicos) recebem aferências de vias adrenérgicas, peptidérgicas de opiáceos endógenos, prolactina, hormônios esteroides naturais, etc ○ regulação da síntese e liberação de FSH e LH ● FSH (hormônio folículo-estimulante, adeno-hipofisário) ○ hormônio glicoproteico ○ atuação na maturação dos folículos ovarianos, bem como na síntese de esteróides ○ importantes no desencadeamento da ovulação, que se completa com o LH ○ efeitos indiretos (periféricos) ● LH (hormônio luteinizante, adeno-hipofisário) ○ hormônio glicoproteíco ○ atuando na síntese de androgênios (convertidos sob ação do FSH) e de progesterona (teca) ○ responsável pelo ovulação ○ efeitos indiretos (periféricos) ● estrogênios (gonadal) ○ B-estradiol, estrona e estriol ○ sintetizados a partir do colesterol ○ afinidade variável com as proteínas do plasma (SHBG e albumina) ○ síntese e liberação pode ser influenciada por FSH e LH ○ efeitos variados dependendo do tecido/órgão ○ origem natural ou sintética ○ naturais: estradiol, estrona e estriol (principais) ○ sintéticos e semissintéticos: podem ser esteroides e não esteroides ○ esteroidais: etinilestradiol, mestranol, quinestrol, entre outros ○ não esteroidais: dietilestilbestrol, clorotrianiseno, metalenestrila, entre outros ● progestinas (gonadal) ○ progesterona e 17a –hidroxiprogesterona ○ sintetizadas a partir do colesterol ○ afinidade por SHBG, albumina e, principalmente CBG ○ síntese e liberação pode ser influenciada por FSH e LH ○ pró-gestágeno, condições propícias para a concepção ○ progesterona: progestina natural mais importante nos seres humanos ○ progestinas sintéticas e semissintéticas: hidroxiprogesterona, medroxiprogesterona, megestrol e outros (der. progesterona) + noretisterona, norgestrel, etinodiol, desogestrel, gestodeno e muitos outros (der. da testosterona) ○ classificação ● mecanismo geral de atuação dos estrogênios e progestinas ○ interação entre os receptores de esteroides (estrógenos e progesterona) e seus ligantes: fração livre do hormônio atravessa a membrana (são lipofílicos) → liga-se ao seu receptor nuclear (os receptores de esteroides sexuais são, principalmente, nucleares) e sofre dimerização → dímero liga-se a elementos de respostas aos estrógenos ou progesteronas (ERE e PRE, respectivamente) em regiões promotoras → atuação de co-promotores ou co-repressores (aumenta ou inibe a transcrição de genes específicos) ○ receptores de estrógenos (ERα – Erβ) ○ receptores de progesterona (PR) - REATIVIDADE CRUZADA → efeito virilizante Contracepção hormonal oral ● tipos de preparações ○ associações entre estrogênios e progestinas ○ progestinas isoladamente ● classificação dos agentes de associação: de acordo com as concentrações específicas dentro do ciclo ○ monofásica: concentração única em todos os comprimidos do ciclo ○ bifásica: 2 concentrações diferentes ○ trifásica: 3 concentrações diferentes ● associações mais usadas: ○ estrógenos: etinilestradiol, mestranol ○ progestinas: 1ª ger. Noretindrona; 2ª ger. Norgestrel e Levonorgestrel; 3ª ger. Etinodiol, norgestimato, gestodeno e desogestrel ● associações monofásicas ● associações bifásicas ● associações trifásicas ● combinados: eficácia > 99% ● estrógeno “isolado”: maior dose e pode promover crescimento endometrial (exacerbado) → risco de câncer endometrial + demais efeitos associados a doses maiores ● progestinas: atuam de forma cruzada em receptores androgênicos ● mecanismos de ação ○ administração de pequenas doses regulares de E+P: supressão dos fatores hipotalâmicos-hipofisários: resultando em secreções deficientes de FSH e LH + alterações no peristaltismo das tubas + altera a receptividade endometrial + secreção do muco cervical ● minipílulas: progestinas de forma isolada ○ principais progestinas utilizadas: norestiterona, levonogestrel e etinodiol ○ alternativa viável para mulheres nos quais os estrógenos são contraindicados ○ efeitos contraceptivos “menos” confiáveis, quando comparados aos efeitos das associações ○ atenção redobrada na utilização: perder uma dose, pode comprometer o método ○ mecanismo de ação: impede a ocorrência da ovulação em 70-80% das vezes + alteração na frequência dos pulsos de GnRH e diminuição da responsividade da adenohipófise ao GnRH → diminuição/inibição de LH + alterações no peristaltismo das tubas + altera a receptividade endometrial (maturação irregular) + secreção do muco cervical (dificulta a passagem dos espermatozoides) ● contracepção pós-coito ○ em geral: anticoncepcionais orais apenas com progestinas ○ existem opções com estrógenos (isolado) e associações (Método Yuzpe) ○ tratamento iniciado dentro de 72 h (eficácia de 99%) ○ pode ser utilizado com antieméticos ○ mecanismo de ação (levonorgestrel 0,75 mg): capaz de bloquear o pico de LH + produção de alterações endometriais que impedem a implantação do ovócito ● contracepção hormonal de longa duração ○ podem ser aplicados via intramuscular (IM) - mensalmente ou cada 3 meses ○ constituídos de progestinas (de forma isolada): 3 meses de contracepção ○ constituído de estrogênios e progestinas: 1 mês de contracepção ○ seguro e eficiente – a infertilidade pode perdurar por meses após o uso contínuo (após cessar o tratamento) ○ pode gerar sangramento irregular no início ○ recomendado para: mulheres com dificuldade de tomar a pílula no horário + pacientes com algum tipo de deficiência mental ● outras apresentações/ formulações: ○ adesivo transdérmico: semanalmente ○ implante de etonogestrel (implanon): inibição prolongada da ovulação (5 anos) - aprovado para 3 anos no Brasil → alterações endometriais (principal) ○ DIUs medicados com levonogestrel Farmacocinética Estrogênios ● rapidamente absorvidos ● metabolismo hepático - citocromo p450 ● convertido em estrona e estriol e também em conjugados com o ác. sulfúrico e glicurônico) ● excretados na bile e reabsorvidos, após hidrólise enzimática – flora bac. ● liga-se fortemente a SHBG e a albumina (naturais) ● concentração plasmática máx. 1 – 2 horas ● eliminação entre 9 e 27 horas - através da via renal (glicorunídeos e sulfatos) Progestinas ● rapidamente absorvidos ● metabolismo hepático - citocromo p450 ● convertida em pregnenolona e pregnanodiol ● liga-se fortemente albumina e a CBG em menor proporção a SHBG ● meia-vida plasmática curta: 5 min ● armazenamento temporário (peq. quantidades) - tecido adiposo ● eliminação através da urina conjugada ao ácido glicurônico Administração Contraceptivos orais combinados ● 1º cpr no 1º dia do ciclo menstrual ou no máximo até o 5º ● utilizar até o término, ao final dos 21 cpr – pausa de 7 dias. (se for 22 – pausa de 6 dias) ● alguns tipos apresentam 7 cpr placebo Minipílulas ● lactantes: 6 sem/pos-parto ● não lactantes: uso contínuo Injetáveis ● Progestina isolada (150mg - trimestral) 1º ao 5º dia do ciclo ● combinados - 1º ao 5º dia do ciclo Efeitos ● sobre tecidos/ órgãos: função endócrina, função gastro-hepato-biliar, metabolismo dos lipídeos e açúcares, glândula mamária, comportamentos social e sexual, sistema cardiovascular, sistema músculo-esquelético, sistema nervoso central, pele ● adversos: ○ náuseas, vômitos, tontura, cefaleia, cansaço, aumento do apetite e do peso ○ irritam a mucosa gástrica (tomados em jejum) ○ retenção de sódio ○ podem alterar levemente a libido ○ efeito virilizante no caso das progestinas (hirsutismo, alopecia, acne, hipermenorreia, etc) ○ alterações no estroma endometrial e no muco no período pós-uso ○ hemorragiade escape (manchas) ○ infecção do trato urinário ○ repercussão sobre a epiderme (cloasma, rasácea, eczema) ○ distúrbios vasculares: distúrbios tromboembólicos → ocorrência 3 vezes maior, quando comparado à mulheres que não fazem uso de contraceptivos orais (fumantes, o risco é maior) + resistência à proteína C reativa e Alteração dos fatores de coagulação, como antitrombina III + infarto do miocárdio + doença vascular cerebral + formulações (minipílulas) – esses riscos são quase inexistentes ● interações medicamentosas: ○ anticonvulsivantes: barbitúricos, hidantoínas arbamazepina, primidona ○ antibióticos (principalmente a rifampicina) ○ fungicidas (principalmente griseofulvina) ○ antirretrovirais para o controle do HIV (estrógenos)
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