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Direitos e garantias individuais e coletivos Parte 1

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Teoria Constitucional e Direitos Fundamentais
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Situação-problema: STF CONDENA EDITOR POR RACISMO. LÉO GERCHMANN da Agência Folha, em Porto Alegre. O STF (Supremo Tribunal Federal) condenou o proprietário da Editora Revisão, Siegfried Ellwanger, 71, a dois anos de reclusão por crime de incitação ao racismo. Por ser primário, ele ficará em liberdade. O editor obteve a suspensão condicional da pena, mas terá de prestar serviços à comunidade. Em seu livro "Holocausto: Judeu ou Alemão -Nos Bastidores da Mentira do Século", Ellwanger rechaça a existência de campos de concentração e a morte de 6 milhões de judeus na 2ª Guerra Mundial. O livro defende que as vítimas foram os 
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alemães. Trata-se do primeiro caso de condenação definitiva por anti-semitismo na América Latina, segundo o MJDH (Movimento de Justiça e Direitos Humanos) do Rio Grande do Sul. Como o STF é a última instância da Justiça, Ellwanger não há mais recurso. (...) Em "Holocausto: Judeu ou Alemão", Ellwanger diz que os judeus "lutam contra nós mais eficazmente que os exércitos inimigos. (...) É de lamentar que todo Estado, há tempo, não os tenha perseguido como a peste da sociedade e como os maiores inimigos da felicidade da América" (p.59). Sobre o médico Joseph Mengele: "O dr. Mengele era, na realidade, uma pessoa de elevadíssima instrução e cultura (...) Descobri que essa figura, acusada como frio assassino até de crianças, não matava nem galinha" (p.170).? O caso acima apresentado trata de uma situação real da publicação de um livro que nega a ocorrência do holocausto. Quais são os limites do direito fundamental à liberdade de expressão?
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Quais são os limites do direito fundamental à liberdade de expressão?
Art. 5º (...)
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
O caso concreto trata-se de veiculação de discurso de ódio contra determinada etnia, incitação ao racismo, o que é crime, fato que por interpretação da unidade da constituição e pelo princípio da dignidade da pessoa humana não se coaduna à realidade de um Estado Democrático de Direito como o nosso.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
“Habeas Corpus nº 82.424 - Diário da Justiça - 19/03/2004
A construção da definição jurídico-constitucional do termo “racismo” requer a conjugação de fatores e circunstâncias históricas, políticas e sociais que regeram a sua formação e aplicação. O crime de racismo constitui um atentado contra os princípios nos quais se erige e se organiza a sociedade humana, baseada na respeitabilidade e dignidade do ser humano e de sua pacífica convivência.
(...)
Assentou-se, por fim, que, como qualquer direito individual, a garantia constitucional da liberdade de expressão não é absoluta, podendo ser afastada quando ultrapassar seus limites morais e jurídicos, como no caso de manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal. Por isso, no caso concreto, a garantia da liberdade de expressão foi afastada em nome dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica. Vencidas a tese que deferia a ordem para reconhecer a prescrição da pretensão punitiva e a tese que deferia habeas corpus de ofício para absolver o paciente por atipicidade da conduta. Consequentemente, o Plenário do Tribunal, por maioria de votos, denegou a ordem.” (19/03/2004, STF).
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
Antes de começar a estudar o art. 5º é importante compreender que ele é em verdade um rol de princípios (não taxativo). 
São direitos fundamentais que trazem princípios de ordem fundamental para informar todo o ordenamento jurídico. 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Trataremos dos principais trazidos no caput:
Igualdade entre estrangeiros residentes e não-residentes no Brasil:
O caput fala somente em estrangeiros residentes no Brasil, mas já foi tratado pelo STF a equiparação entre os residentes e não-residentes para os direitos individuais, pois caso contrário, por exemplo, se negaria a um turista estrangeiro um direito de habeas corpus, por exemplo.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Princípio da inviolabilidade do direito à vida: é o direito de continuar vivo, de não ser morto, bem como de ter uma vida digna.
1º) desdobramento: proibição de pena de morte;
Uma nova Constituição poderia instituir pena de morte?
Vedação ao retrocesso e Tratados Internacionais
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
2º) desdobramento: células-tronco embrionárias – ADI 3510
Questionou o artigo 5º da Lei de Biossegurança nº 11.105/2005
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
(...)
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
O STF entendeu pela constitucionalidade de que as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, pois em verdade trata-se de dignidade da pessoa humana, de livre exercício de direitos individuais do indivíduo-pessoa já nascido.
Bem como que a vida humana começaria com o surgimento do cérebro, que, por sua vez, só apareceria depois de introduzido o embrião no útero da mulher. Assim, antes da introdução no útero não se teria cérebro e, portanto, sem cérebro, não haveria vida.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Por que o uso de pesquisa com células-tronco embrionárias?
A pesquisa com as células-tronco é fundamental para entender melhor o funcionamento e crescimento dos organismos e como os tecidos se mantêm ao longo da vida adulta. 
Esse conhecimento é fundamental para compreender o que se passa com o organismo durante uma doença. O desenvolvimento de células-tronco fornece aos pesquisadores ferramentas para modelar doenças, testar drogas e desenvolver terapias efetivas.
A terapia celular, que consiste na substituição de células doentes por células saudáveis, é um dos potenciais usos das células-tronco no combate a doenças. 
Em teoria, qualquer doença em que haja degeneração de tecidos poderia ser tratada através da terapia celular. Ex. leucemia, doenças cardíacas, etc.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
3º) desdobramento: aborto no caso de fetos anencéfalos – ADPF 54
A ação pleiteava a interrupção da gravidez de feto anencéfalo, desde que comprovado, por laudos médicos, com 100% de certeza, que o feto não tem cérebro e não há perspectiva de sobrevida.
O STF entendeu que a imposição da manutenção da gravidez viola a dignidade da pessoa humana, a liberdade, a autodeterminação, a saúde e o reconhecimento pleno dos direitos sexuais e reprodutivos de milhares de mulheres. 
Não incidindo em delito de aborto a interrupção de gravidez por fetos anencéfalos.
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4º) desdobramento: direito de dispor sobre a própria vida e de morrer com dignidade
Eutanásia: abreviar a vida de doente incurável e terminal, procurando diminuir sua dor ou sofrimento
Distanásia: morte lenta e comintenso sofrimento, onde o tratamento é inútil
Suicídio assistido: nesse caso, a pessoa em estágio terminal é assistida para implementação da morte praticando ela mesma todos os atos que levarão à sua morte
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Ortotanásia: morte em seu tempo adequado, não combatida com os métodos extraordinários e desproporcionais utilizados na distanásia, nem apressados por ação intencional externa, como na eutanásia. 
É uma aceitação da morte, pois permite que ela siga seu curso.
 É prática sensível ao processo de humanização da morte, ao alívio das dores e não incorre em prolongamentos abusivos com aplicação de meios desproporcionados que imporiam sofrimentos adicionais.
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É o direito de se opor ao prolongamento artificial da própria vida em caso de doença incurável. 
Direito de morte com dignidade.
Mas não se confere aos médicos ou pessoal de saúde qualquer direito de abstenção de cuidados em relação aos pacientes.
Tema polêmico, devendo ser tratado com bom senso e razoabilidade. 
Ingo sarlet: não há nenhuma vedação constitucional expressa sobre o direito de morrer com dignidade.
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Princípio da igualdade: este princípio não se resume à igualdade formal, mas sim à igualdade material também. O princípio da igualdade do caput, assim como o da liberdade recebe vários outros tipos de desdobramentos. Grande repercussão foram os casos das cotas raciais ADPF 186, PROUNI ADI 3330 e da Lei Maria da Penha ADC 19.
Ações afirmativas: proteção de grupos que, mereciam tratamento diverso, em razão de uma realidade histórica de marginalização social ou de hipossuficiência decorrentes de outros fatores . 
Estabelecimento de medidas de compensação, ao menos em parte, uma igualdade de oportunidades com os demais indivíduos que não sofreram as mesmas espécies e restrições.
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1º) Cotas raciais ADPF 186: considerou a constitucionalidade da política de cotas étnico-raciais para seleção de estudantes na Universidade de Brasília, por questão de busca de igualdade material para suplantar desigualdades ocasionadas por situações históricas.
2º) PROUNI ADI 3330: considerou constitucional em razão de importante fator de inserção social, pois o programa estabelece redução de desigualdade social, bem como fomenta o princípio da igualdade de condições ao acesso ao ensino superior.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
3º) Lei Maria da Penha nº 11.340.2006: ADC 19
STF entendeu pela constitucionalidade da lei Maria da Penha, pois adotou medidas mais protetivas às mulheres, em nítida ação afirmativa de intimidar a prática de violência doméstica. 
Utilizou-se dos argumentos do princípio da igualdade, bem como do combate ao menosprezo às famílias, sendo considerada a mulher uma célula básica familiar. 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Princípio da liberdade: este princípio é muito mais abrangente do simples ir e vir, ou de se dizer o que se pensa, mas de liberdade em outros desdobramentos, como liberdade do corpo da mulher, liberdade escolha conjugal, liberdade na formação das famílias. 
Grande repercussão foi o caso da possibilidade da união estável em uniões estáveis homoafetivas em julgamento pelo STF – ADPF 132.
Reconheceu constitucionalidade das uniões estáveis homoafetivas pelos princípios da liberdade e da igualdade.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Princípio igualdade entre homens e mulheres: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
A Constituição coloca a igualdade, mas diante de alguns casos ela mesma coloca a distinção.
Art. 7º (...) 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Lei nº 13.257/16 permite prorrogação por mais 15 dias de licença-paternidade além, dos 5 que já eram dispostos por art. 10, parágrafo 1º do ADCT.
 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Princípio da legalidade:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Princípio que surge ainda na formação do Estado de Direito para se opor a forma autoritária do poder absolutista.
Por este princípio no âmbito das relações particulares, pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia da vontade privada.
OBS: lembrando a questão sobre a eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
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Princípio da não-tortura:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Primeira vez que este princípio sofreu constitucionalização no Brasil.
Fato se deu após o regime da ditadura militar.
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Desdobramento : Lei da Anistia nº 6.683/79 - ADPF 153
Lei da Anistia:
“É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02.09.61 e 15.08.79, cometeram crimes políticos ou conexos com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus diretos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares,”
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O STF entendeu que a Lei da Anistia foi uma decisão política assumida naquele momento político de transição conciliada em 1979 e que a referida lei é uma lei-medida e não uma regra para o futuro. 
Não é dotada de abstração e generalidade, portanto há que ser interpretada no momento em que foi criada.
STF entendeu como lei recepcionada pela Constituição.
OBS: Caso Gomes Lund e outros – Corte Interamericana de Direitos Humanos (OEA)
OBS: Nova ADPF no STF para cumprimento da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (OEA)
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Princípio da liberdade de manifestação do pensamento e Direito de resposta:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
A Constituição assegurou a liberdade de manifestação de pensamento, vedando o anonimato, mas em seguida deixou claro que caso cause dano material, moral ou à imagem, assegura-se o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização.
Ela coloca o direito de liberdade de manifestação do pensamento e ela mesma já faz a restrição, deixando muito claro que o direito de liberdade de manifestação do pensamento não é um direito absoluto. Como nenhum direito fundamental é.
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 Direito de liberdade religiosa e consciência:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
 
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Exemplo:
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. 
Lei nº 8.239/91 (serviços administrativos)
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Este princípio relaciona-se com o princípio da tolerância e o respeito à diversidade.
Na liberdade de escolha de crença entra a liberdade de escolha da religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade de mudar de religião, mas também a liberdade de não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu. 
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Direito de liberdade de expressão:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;   
 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
A finalidade deste dispositivo é vedar a censura de natureza política, ideológica, artística, intelectual, de comunicação e científica.
Na mesma lógica de liberdade de manifestação do pensamento onde a constituição colocou a liberdade e já colocou em seguida a restrição, assim também o fez com a liberdade de expressão.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Qual a diferença entre liberdade manifestação do pensamento e liberdade de expressão? 
Liberdade de manifestação do pensamento: dizer o que se pensa sobre coisas diversas
Liberdade de expressão: está relacionada em produção intelectual, artística, científica e comunicação
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Desdobramentos:
1º) Lei da Imprensa Lei nº5.250/67 – ADPF 130
STF entendeu pela não recepção da lei da imprensa, pois estava marcada por aspectos não democráticos, ou seja, dispositivos que ensejam censura. A censura na CF/88 ficou proibida.
 Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. (...)
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
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2º) Biografias não autorizadas ADI 4815: 
SFT declarou constitucionalidade para autorizar as biografias não autorizadas em razão da liberdade de pensamento, da liberdade de expressão, de criação artística, de produção científica, de liberdade de informação e de proibição de censura, sendo inexigível o consentimento da pessoa biografada, MAS, reafirmou o direito à inviolabilidade da intimidade, da privacidade, da honra e da imagem da pessoa e que, no caso de transgressão, haverá o direito de resposta proporcional ao agravo e o dever de indenizar.
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Princípio da inviolabilidade domiciliar: 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;  
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Princípio do sigilo de correspondências, dados e comunicações:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
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Há 4 tipos de sigilo de comunicações:
Correspondência (hoje e-mail também)
Comunicações telegráficas
Dados (bancários, fiscais, telefônicos)
Comunicações telefônicas
Nas primeiras três a Constituição não foi expressa com relação à ressalva de quebra por sigilo por meio judicial, mas o é.
Na última somente é que foi expressa. 
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A Constituição salvaguarda o sigilo da correspondência e sigilo de comunicações telegráficas, mas também prevê a hipótese de suas violações em caso de estado de defesa e estado de sítio:
Art. 136. (...)
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
(...)
b) sigilo de correspondência;
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 Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
(...)
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
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Sobre dados:
STF garante ao Fisco acesso a dados bancários dos contribuintes sem necessidade de autorização judicial
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento de processos que questionavam dispositivos da Lei Complementar (LC) 105/2001, que permitem à Receita Federal receber dados bancários de contribuintes fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização judicial. Por maioria de votos – 9 a 2 – , prevaleceu o entendimento de que a norma não resulta em quebra de sigilo bancário, mas sim em transferência de sigilo da órbita bancária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros. A transferência de informações é feita dos bancos ao Fisco, que tem o dever de preservar o sigilo dos dados, portanto não há ofensa à Constituição Federal. ADIs 2390, 2386 e 2397.
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LC nº 105/2001 - Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras e dá outras providências 
(...)
Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
	
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 Direito de liberdade profissional:
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Norma constitucional de eficácia contida, podendo o legislador infraconstitucional limitar seu alcance, para fixar condições, requisitos para o pleno exercício da profissão, sem que haja inconstitucionalidade.
Exemplo : Exame da Ordem Estatuto da OAB Lei nº 8.906/94
Requisito: bacharel em Direito, aprovação no exame e juramento.
STF RE 603.583  
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Direito de informação: 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
Refere-se ao direito de informar e de ser informado.
Ressalvado o sigilo da fonte para salvaguardar exercício profissional.
Inclusive com previsão penal para tal. Vejamos:
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 Violação do segredo profissional (CP)
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: (...)
        
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Direito de ir e vir (direito ambulatorial):  
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
A Constituição coloca o direito de ir e vir, mas coloca também exceções quando do estado de defesa e do estado de sítio.
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Estado de Defesa
Art.136. (...)
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delitoà autoridade policial;
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 Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
(...)
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
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Direito de reunião (direito-meio):
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
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O direito de reunião por mais que seja um direito pessoal ele se opera de modo coletivo.
É chamando de direito-meio, pois as pessoas se reúnem para externarem ideias que possuem em comum
Tema central do Estado Democrático de Direito, pois meio dele as pessoas podem exprimir seu exercício de liberdade de expressar livremente suas opiniões, críticas ao poder, fazer exigências, se opor contra injustiça e opressão
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Seus requisitos:
Reunião pacífica;
Sem armas;
Em locais abertos ao público;
Independentemente de autorização;
Desde que não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local;
Sendo apenas exigido aviso prévio à autoridade competente. 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Marcha da Maconha: ADPF 187 
STF considerou legítimo o movimento em razão dos princípios constitucionais da livre manifestação do pensamento, do direito de reunião.
Que mera proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confundiria com ato de incitação à prática de crime, nem com o de apologia de fato criminoso.
Constitui ato legítimo desde que presentes os requisitos do direito de reunião e desde que não haja consumo de entorpecentes no exercício do direito de reunião.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Direito de associação:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Estudo de Caso
Estudo de Caso: Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, sem autorização judicial ou fora das hipóteses legais, é ilícita a prova obtida mediante abertura de carta, telegrama, pacote ou meio análogo. A deliberação se deu na sessão virtual encerrada em 17/8, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1116949, com repercussão geral reconhecida (Tema 1041) [...]. No caso concreto, um policial militar, lotado na Coordenadoria de Defesa Civil do Paraná, durante o expediente, deixou no protocolo geral na sede do governo estadual uma caixa para remessa pelo serviço de envio de correspondência da administração pública. Os servidores responsáveis pela triagem, desconfiados do peso e do conteúdo da embalagem, abriram o pacote e constataram a existência de 36 frascos com líquido transparente. Ficou constatado que os frascos continham ácido gama-hidroxibutírico e cetamina, substâncias entorpecentes sujeitas a controle especial. O juízo do Conselho Permanente da Justiça Militar de Curitiba condenou o policial a três anos de reclusão, substituídos por penas restritivas de direitos, em razão da prática do delito de tráfico de drogas cometido por militar em serviço. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) considerou a prova lícita e manteve a condenação [...] A maioria do Plenário seguiu o voto divergente do ministro Edson Fachin, para quem a abertura da correspondência não observou as cautelas legais nem foi precedida de autorização judicial, a indicar que a prova que fundamentou a condenação foi incompatível com a garantia do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas (artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal). (Disponível em: http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=450194&ori=1) 
Com base na notícia veiculada no site do Supremo Tribunal Federal, indaga-se: no caso em comento é possível falar-se em colisão de direitos fundamentais?
Estudo de Caso
Sim. Liberdade de ir e vir , sigilo de correspondência e proibição de uso de prova ilícita.
Art. 5º
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Atividade Autônoma
Questão 01: Há restrições quanto ao exercício de direitos, quando há uma imposição restritiva do conteúdo juridicamente garantido de um direito fundamental, na própria Constituição. Assinale situações em que ocorre essa restrição, de direitos fundamentais. 
a) A polícia, as 21 horas invade uma residência, pois há denúncias de prática de violência doméstica em andamento 
b) Menor de 16 anos é contratado para trabalhar, sem vínculo, entre as 18 e 6 da manhã, no recolhimento de lixo de containers (Art. 7º, XXXIII CF/88)
c) Prática religiosa nova através da criação da Igreja Amor e ódio 
d) Reunião de funcionários em assembleia para deliberarem sobre progressão de salário 
e) Publicação de Livro LGBTQI+ em plataforma on line
Atividade Autônoma
As eleições presidenciais acirram os ânimos quanto aos defensores de posições políticas diferentes. De um lado José organiza adeptos das ideias do candidato X a se reunirem na praça Central da cidade, para um comício. Do outro Maria, defensora das ideias do candidato Y, que ao saber do evento de José, conclama seus seguidores via redes sociais para se reuniram no mesmo lugar e atrapalhar o evento. Assim, a luz da sistemática de direitos na Constituição federal, assinale a alternativa correta: 
a) José nada poderá fazer, pois o princípio da democracia se sobrepõe a qualquer direito individual 
b) Maria poderá ser impedida de realizar seu evento, pois ele fere direito de José, tendo em vista que ele manifestou primeiro o seu evento (art 5º XVI CF/88) 
c) O direito de reunião assiste aos dois, caberia bom senso tão somente 
d) O direito de Maria se baseia na liberdade de expressão, portanto ela pode se reunir 
e) José poderá ser impedido pois seu evento fere direito de Maria

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