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unidade 3

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CONTABILIDADE GERAL
ESCRITURAÇÃO
escrituração é uma técnica que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa etc.) todos os fatos administrativos que ocorrem na empresa.
É através dos fatos administrativos que ocorre a gestão do Patrimônio das empresas, e esses fatos são registrados por meio da escrituração.
LIVROS UTILIZADOS NA ESCRITURAÇÃO
Dos vários livros usados pelas empresas, vamos mencionar apenas os utilizados pela contabilização dos atos e fatos administrativos. Os principais livros utilizados pela Contabilidade a serem estudados nessa disciplina são:
a) Livro Diário
b) Livro Razão
LIVRO DIÁRIO
O Diário é um livro obrigatório pela legislação comercial. Por ser obrigatório, o Diário está sujeito às formalidades legais extrínsecas e intrínsecas.
As Formalidades extrínsecas (ou externas) dizem que o livro Diário deve ser encadernado com folhas numeradas em sequência, tipograficamente. Deve conter, ainda, os termos de abertura e de encerramento e ser submetido à autenticação do órgão competente do Registro do Comércio.
As Formalidades intrínsecas (ou internas) dizem que a escrituração do Diário deve ser completa, em idioma e moedas nacionais, em forma mercantil, com individuação e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e transportes para as margens.
Exemplo:
LIVRO RAZÃO
O Razão é um livro de grande utilidade para a contabilidade, porque registra o movimento de todas as contas. A escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991 (artigo 14 da Lei nº 8.218, de 29/8/91).
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro Razão ou fichas, utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no livro Diário, mantidas as demais exigências e condições previstas na legislação, observando-se que:
a) a escrituração deverá ser individualizada, obedecendo à ordem cronológica das operações;
b) a não manutenção do livro Razão, nas condições determinadas, implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica;
c) estão dispensados de registro ou autenticação o livro Razão ou fichas que o substituam.
LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
Os fatos administrativos são registrados através do lançamento, inicialmente no livro Diário, mediante documentos que comprovem a legitimidade da operação (Notas Fiscais, Recibos, Contratos etc.). O lançamento, de acordo com o método das partidas dobradas, é feito em ordem cronológica (data), e os elementos que o compõem obedecem a uma determinada disposição.
Como é que se faz um lançamento no livro Diário. Suponhamos o seguinte fato ocorrido na empresa:
Compra à vista (em dinheiro) de um veículo Fiorino, marca Fiat, conforme
Nota Fiscal nº. 486, da Concessionária Gaúcha, de R$ 22.000.
Todo lançamento deve ter obrigatoriamente os seguintes elementos essenciais para ser escriturado:
a) local e data da ocorrência do fato contábil;
b) conta a ser debitada;
c) conta ser creditada;
d) histórico;
e) valor.
Para elaborar um lançamento você deve seguir os seguintes passos:
a) Verificar o local e a data da ocorrência do fato. No caso do nosso exemplo, considere a sua cidade e a data de hoje.
b) Verificar que documento foi emitido na operação. Se não houver documento idôneo que comprove a ocorrência do fato, este não poderá ser contabilizado.
No nosso exemplo, o documento emitido foi a Nota Fiscal n. 486.
c) Todo fato administrativo, objeto de escrituração, envolve, no mínimo, dois elementos patrimoniais ou de resultado. Então, este passo consiste em identificar quais são esses elementos envolvidos na operação. Relendo o exemplo, notamos o seguinte: compra à vista de um veículo.
1º elemento: compra à vista; significa que movimentamos dinheiro. Logo, o 1º elemento é dinheiro (caixa).
2º elemento: um Fiorino. Logo, o 2º elemento é veículo.
d) Verificar, no Plano de Contas, que conta deveremos utilizar para registrar cada um dos elementos identificados na letra c.
Temos:
Dinheiro será registrado na conta Caixa.
Fiorino será registrada na conta Veículos.
e) Preparar o histórico do problema.
O histórico consiste em relatar o fato. Este relato deve conter apenas dados necessários para o bom esclarecimento do evento. Nunca se deve esquecer de identificar a espécie e o número do documento comprobatório, a coisa transacionada, bem como o nome da empresa com quem se transaciona.
Logo:
Compra de um veículo Fiorino, marca Fiat, conforme Nota Fiscal n. 486, da
Concessionária Gaúcha Ltda.
f) Identificar que conta será debitada e que conta será creditada.
a conta a ser debitada: é a conta Veículos, porque um “Bem” está entrando para o Patrimônio da empresa. Sendo o Fiorino registrado em Conta do Ativo (Veículos), isso acarreta aumento do Ativo.
a conta a ser creditada: é a conta Caixa, porque está saindo dinheiro da empresa. Logo, diminuirá o Ativo, assim, a regra diz: que toda vez que diminuir o Ativo, CREDITAR a respectiva conta. A respectiva conta que, no caso, está acarretando diminuição para o Ativo é a conta Caixa.
O Registro do fato contábil será representado pelo seguinte lançamento
contábil:
FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
No exemplo visto anteriormente, tivemos apenas uma conta debitada e uma conta creditada. Porém, um mesmo lançamento poderá conter mais de uma conta debitada ou mais de uma conta creditada. Daí a existência de quatro fórmulas de lançamentos.
A estrutura do lançamento tem por alicerce o secular método das "partidas dobradas", segundo o qual todo débito deve, concomitantemente, ser correspondido por um crédito. Contabilmente, "partida" tem o mesmo significado de lançamento ou assentamento.
Para registrar qualquer fato contábil existem quatro fórmulas (ou modalidades) de lançamentos, a saber:
Primeira fórmula
A primeira fórmula caracteriza-se pela simplicidade. Requer uma conta devedora e uma conta credora e pode ser assim representada:
A operação contábil utilizada para exemplificar a 1ª fórmula foi a de pagamento de duplicata de fornecedor, no prazo.
Segunda fórmula
A segunda fórmula trata-se da modalidade de lançamento de complexidade intermediária, que requer uma conta devedora e duas ou mais contas credoras, como se observa abaixo:
Para demonstrar a 2ª fórmula utilizamos como exemplo o recebimento de duplicata em atraso, acrescida de juros de mora
Terceira fórmula
A terceira fórmula, igualmente de complexidade intermediária, requer duas ou mais contas devedoras e apenas uma credora, como segue:
Para exemplificar a 3ª fórmula utilizamos a operação contábil de pagamento de fornecedor após o vencimento, com encargos monetários.
Quarta fórmula
A quarta fórmula é menos usual e mais complexa do que as anteriores; ela requer duas ou mais contas devedoras e duas ou mais contas credoras, como se vê no seguinte exemplo:
A operação contábil utilizada para representar a última fórmula foi a de pagamento de duplicata, em atraso, com incidência de juros de mora, sendo parte em dinheiro e parte mediante emissão de cheque.
INVENTÁRIO PERIÓDICO 
O sistema de Inventário Periódico pressupõe a não existência de controle permanente dos estoques feito em fichas para acompanhamento mediante registro de todas as transações de entradas e saídas, mas apenas se faz um levantamento físico das quantidades estocadas em determinados períodos de tempo. Assim, as quantidades e os valores exatos estocados só serão conhecidos após um levantamento e contagem física dos itens estocados.
Sistema de Inventário
Periódico, a contagem dos estoques é feita com duas finalidades:
a) a primeira é identificar o saldo de mercadorias em estoque na data da elaboração do balanço patrimonial;
b) a segunda é permitir a determinação do Custo das Mercadorias Vendidas – CMV durante o período que está se encerrando.
O Custo das Mercadorias Vendidas – CMV é denominado como sendo o custo das mercadorias adquiridaspara revenda que foram vendidas. Assim, é importante salientar que o Custo das Mercadorias Vendidas – CMV é uma despesa avaliada pelo “custo” ou valor de compra. Cabe ressaltar que o CMV é despesa.
APLICAÇÃO DA FÓRMULA DO CMV
A determinação do saldo da conta de Mercadorias em estoque é feita diretamente pela contagem e avaliação dos produtos existentes. 
A determinação do Custo das Mercadorias Vendidas é feita pela aplicação da seguinte equação:
EXEMPLO
Suponhamos que a empresa “ABC” seja constituída em 20/04/2007 com um capital no valor de 5.000,00, sendo este composto por dinheiro – 4.000,00 e mercadorias – 1.000,00. Suponhamos ainda que durante o ano houve aquisições (compras) de mercadorias para revenda no valor de 3.000,00 em dinheiro. No final do ano (em 31/12/07) ela verifica que as suas vendas (também realizadas à vista) totalizaram 4.000,00 e que existem ainda 800,00 de mercadorias em estoque.
Livro pág.147
INVENTÁRIO PERMANENTE
O inventário permanente é um sistema de controle de estoques que proporciona informações para a apuração de resultados. Consiste no controle de forma contínua e permanente das mercadorias, registrando as entradas pelas compras, dando baixa em cada venda, pelo custo dessas mercadorias vendidas – CMV. 
O inventário permanente permite que a empresa controle todas as entradas e saídas de mercadorias por meio de fichas desenvolvidas especificamente para esse fim.
O INVENTÁRIO PERMANENTE 
apresenta vantagens de permitir à empresa determinar, a qualquer momento, o valor de seus estoques e o custo das mercadorias vendidas. Vantagem essa que supera também o sistema de inventário periódico, o qual permite essa apuração apenas no final de cada período.
O sistema de inventário permanente possui basicamente três métodos de controle: o PEPS, UEPS e a Média Ponderada Móvel.
PEPS
O método PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai tem por objetivo avaliar o estoque final pelas aquisições mais recentes (últimas) e o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) pelas aquisições mais antigas (primeiras). Esse método pressupõe que as primeiras mercadorias que entraram no estoque da empresa serão as primeiras a serem vendidas.
UEPS
O método UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai tem por objetivo avaliar o estoque final (EF) pelas aquisições mais antigas (primeiras) e o custo das mercadorias vendidas (CMV) pelas aquisições mais recentes (últimas). Esse método funciona da forma oposta ao PEPS, ou seja, as últimas mercadorias que entraram no estoque serão as primeiras a saírem.
MÉDIA PONDERADA MÓVEL
O método Média Ponderada Móvel – MPM tem por objetivo avaliar o Estoque Final (EF) com relação ao custo das mercadorias vendidas (CMV) pela média entre as primeiras e as últimas aquisições.
Neste método, em economia inflacionária, tanto o Estoque Final (EF) quanto o CMV são avaliados pelo preço médio ponderado.

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