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Falência e Recuperação Judicial

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1) Quem pode falir?
R.: O regime jurídico da Lei de Recuperação e Falência é aplicável às pessoas
que desenvolvem atividades empresariais (ou seja, o empresário), salvo as seguintes
exceções:
a) empresas públicas e de economia mista;
b) bancos públicos ou privados, consórcios;
c) seguradoras, empresas de previdência privada, operadoras de planos de
saúde;
d) sociedades de capitalização, cooperativas de crédito;
e) outras que possam ser equiparáveis a essas (p.ex., corretoras de valores
mobiliários);
f) cooperativas em geral (para fins de falência, por força da Lei n.
5.764/71, art. 4º);
g) atividades intelectuais: literária, artística e científica (configuradas pelo
parágrafo único do art. 966 do Código Civil).
2) Qual o prazo de defesa no pedido litigioso de falência?
R.: A Lei 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, dispõe, com clareza solar, em seu artigo 98, caput, que “citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias”.
3) Qual o efeito da falência julgada procedente com a garantia do depósito elisivo?
R.: Com a garantia do depósito elisivo, caso o pedido de falência seja julgado procedente, a falência não será decretada, mas, sim, o juiz ordenará o levantamento do valor depositado em favor do autor.
4) Quais os recursos cabíveis das decisões que decretam ou indeferem o pedido de falência?
R.: Os recursos cabíveis são o de agravo, em caso de sentença que decreta a falência, pois não é uma sentença que termina o processo, e sim uma decisão interlocutória que abre uma nova fase processual. E o de apelação, no caso de indeferimento do pedido de falência, por se tratar de decisão que finaliza o processo.
5) Defina recuperação judicial.
R.: Recuperação judicial é o processo por meio do qual uma empresa em crise econômico-financeira busca renegociar dívidas e pagamentos junto a credores, colaboradores e fornecedores. O principal objetivo da recuperação judicial é a manutenção da atividade econômica, dos empregos e da função social da empresa.
6) Quais os requisitos da petição inicial?
R.: 1) exposição das causas da crise econômico-financeira;
2) relação completa dos credores;
3) relação dos empregados e débitos pendentes;
4) extratos bancários atualizados;
5) certidões de cartórios de protesto;
6) relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores;
7) certidão de regularidade no Registro Público de Empresas Mercantis – Junta Comercial;
8) relação das ações judiciais em que for parte (autor e réu);
9) demonstrações contábeis dos 3 últimos exercícios;
10) demonstrações contábeis levantadas exclusivamente para instruir o pedido, compreendendo balanço patrimonial, demonstrações de resultados, etc.
7) Qual o prazo de apresentação do plano de recuperação judicial?
R.: A partir da publicação da decisão que deferiu o processamento da recuperação judicial, o devedor terá o prazo, improrrogável, de 60 dias para apresentar em juízo o plano de recuperação judicial.
8) Quais créditos se submetem à recuperação judicial?
R.: Somente alguns dos créditos (relacionados no art. 83 da Lei n.11.101/2005, que serão estudados adiante) estão sujeitos à recuperação judicial, vencidos ou a vencer (LRF, art. 49), ou seja, os credores trabalhistas e acidentários, os quirografários, os com garantia real, os com privilégio especial ou geral e os subordinados.
Não são abrangidos pela recuperação judicial os seguintes créditos:
1) de natureza tributária (LRF, art. 57 c/c CTN, art. 187);
2) dos credores do devedor (em recuperação judicial) contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso (LRF, art. 49, § 1º);
3) decorrentes de importâncias entregues ao devedor como adiantamento em contrato de câmbio para exportação – ACC (LRF, art. 49, § 4º, c/c art. 86, II);
4) do arrendador mercantil (contrato de leasing), do proprietário fiduciário, do promitente vendedor de imóvel cujos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, do proprietário em contrato de venda com reserva de domínio 
9) Quais as condições para a aprovação do plano de recuperação judicial?
R.: O plano de recuperação judicial deve conter os seguintes requisitos (LRF,
art. 53, I a III):
1) meios detalhados de recuperação a ser utilizados (conforme o art. 50);
2) laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor,
subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada;
3) demonstração de sua viabilidade econômica.
A demonstração da possibilidade de se recuperar do ponto de vista econômico deve ser convincente, sob pena de não aprovação do plano pelos credores em assembleia (o que acarretará a decretação da falência). Essa credibilidade poderá ser maior quando houver um relatório assinado por especialista em recuperação e, se possível, no segmento em que a empresa atua.
10) Qual o prazo de duração da recuperação judicial? 
R.: A partir da decisão que conceder a recuperação judicial, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram as obrigações previstas no plano que vencerem em até 2 anos, a partir dessa decisão que concedeu a recuperação (LRF, art. 61, caput). Esse é o denominado prazo de supervisão judicial da recuperação. Em outras palavras, o plano pode ter obrigações com vencimentos superiores a 2 anos, mas a recuperação judicial durará até 2 anos.

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