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PROBLEMA 3 
1. Identificar as classificações da infância por faixa etária.
Fonte: Série Cadernos de Atenção Básica; n. 11/ Saúde da criança /acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil
Do ponto de vista didático, observa-se que o desenvolvimento vai transcorrendo por etapas ou fases, que correspondem a determinados períodos do crescimento e da vida, em geral. Cada um desses períodos tem suas próprias características e ritmos ainda que não se deva perder de vista que cada criança tem seu próprio padrão de desenvolvimento
Fonte: Desenvolvimento e crescimento humano da concepção à puberdade- Lília Maria de Azevedo Moreira- 2011 (livro)
Fase da Primeira Infância: Do nascimento até os 4 anos de idade. 
Fase Pré-escolar: Abrange dos 4 aos 6 anos de idade. 
Fase da Segunda Infância: Dos 6 anos até a puberdade
Fase da Adolescência dos 10 até os 18 anos
Fonte: Apostila crescimento e Desenvolvimento- UNIFRAN
Período neonatal/ recém- nascido: 0 a 28 dias.
Infância: de 29 dias a 12 anos.
· Lactente/ primeira infância: 29 dias a 2 anos.
· Pré-escolar/ segunda infância: 2 a 7 anos.
· Escolar: 7 a 12 anos.
Adolescência: de 12 anos a 18 anos.
 
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria
Fonte: Tratado de Pediatria Nelson
Classificação de acordo com o desenvolvimento psicológico
· 1ª infância: nascimento aos 3 anos; 
· 2ª infância: 3 aos 6;
· 3ª infância: 6 aos 12; 
· Adolescência: 13 aos 16.
Fonte: Políticas intersetoriais em favor da infância
Primeira Infância dos 0 aos 6 anos 
 Primeira Infância ( 0 aos 3 anos): resultados do seu crescimento e desenvolvimento baseados nos cuidados físicos que receberá (aleitamento materno até 2 anos de idade, estimulação, higiene e alimentação), associados ao desenvolvimento dos sentimentos que os pais lhe proporcionarão. 
· Após o nascimento, os bebês já apresentam algumas habilidades de interação com o mundo exterior, como seguir um estímulo visual colocado próximo a seu rosto, sorrir, responder a alguns ruídos e abrir e fechar os braços. 
· Ao final do primeiro mês de vida, ele já é capaz de estender as pernas, girar a cabeça para os lados, fixar o olhar na luz e ter movimentos corporais de acordo com a voz que o estimula. 
· A amamentação é também um fator muito importante nesta fase. o “Regras de propriedade da criança” nessa fase, que são: 1 - O que eu vejo é meu. 2 - Se é teu e eu quero, é meu. 3 - Se é meu, é meu para sempre. 
A partir dos 2-3 anos de idade, aumenta progressivamente a habilidade de guardar lembranças de atos e fatos, para depois recuperá-los e imitá-los, comum ver uma criança de 2-3 anos “fingindo” que está cozinhando, fazendo a barba, varrendo o chão ou falando ao telefone. 
 Segunda Infância ( 3 aos 6 anos) 
· Aos 4 anos, em geral, a criança está completamente desenvolta, fazendo amigos, vivendo em ambientes diferentes, aprendendo milhares de novidades excitantes. 
· É o final do pensamento mágico e início do pensamento lógico, que é acompanhado de complicações: “a escola é divertida, mas os professores logo querem que a gente fique sentado, em grupos, calados e prestando atenção.
· A gente em geral sabe lidar com os amigos, mas eles ainda nos irritam e magoam de vez em quando. 
· Ela aprende a comunicar-se com clareza, trocar emoções, ceder a vez de falar e brincar. o Aprende a compartilhar, aceitar regras para suas brincadeiras, a ter conflitos e resolvê-los, a compreender os sentimentos, as vontades e os desejos do outro. 
· Aprimoramento das habilidades até então adquiridas, em especial a capacidade de comunicação, locomoção (andar e correr com segurança, subir escadas, etc.), manuseio de objetos e jogos simbólicos. o Brincar de faz de conta propicia o desenvolvimento emocional da criança. 
Medos” ( do abandono, do escuro, dos pesadelos, dos conflitos entre os pais, da morte)
 Terceira Infância ( 6 anos 12 anos) 
· Começando a conviver com mais pessoas e a saber o que é influência social 
· Fica cheia de exigências sobre o estilo de suas roupas, de sua mochila, o tipo do tênis e o tipo de atividades que os outros estão vendo que ela pratica.
· Implicância, bullying
· Por volta dos 10 anos, o raciocínio lógico desenvolve-se consideravelmente em muitas crianças. 
· Para ele, os adultos são hipócritas, e zombar deles e ridicularizá-los passa a ser sua “emoção” predileta. Começa a preocupar-se muito com o que é moral e justo 
· Começa a ter dúvidas, a desafiar, a pensar por si mesmo...
2) Identificar as doenças infecciosas mais prevalentes na infância, indicando os dados epidemiológicos
FONTE: Doenças infecciosas em crianças pré-escolares brasileiras assistidas em creches – Revista Ciência & Saúde Coletiva
Integralidade na assistência à criança: a estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes da Infância no Programa de Saúde da Família, Revista de Pediatria 
Atenção integrada às doenças prevalentes na infância e o enfoque nos cuidadores: revisão integrativa da literatura
Em termos mundiais, ocorrem quase 11 milhões de mortes de crianças menores de 5 anos. A maioria das causas são doenças infecciosas, entre ela pneumonia, diarreia, malária e sarampo (associadas ou não à desnutrição). Responsável por cerca de 20 a 30% das mortes de menores de 5 anos mundialmente, podendo chegar até em 50% em alguns países da América. No Brasil, a pneumonia e a diarreia ainda estão entre as principais causas de mortalidade infantil. 
Dessas, cerca de 4 milhões ocorrem no primeiro mês de vida e grande parte poderia ser evitada se todas as crianças tivessem cobertura de intervenções já existentes.
Ademais, estudos demonstram que crianças que frequentam creches adoecem mais que as cuidadas exclusivamente em casa, sendo as doenças infecciosas as mais prevalentes. Ademais, destaca-se que os pré-escolares constituem uma parcela da população biologicamente vulnerável à aquisição de doenças, devido a imaturidade do sistema imune. Além disso, estima-se que 55,3% das crianças no Brasil apresentam infecção por enteroparasitas, sendo as principais de etiologia viral ou bacteriana
FONTES: Boletim Epidemiológico de Doenças- Ministério da Saúde / Tratado de Pediatria(Nelson) 18ª Ed/ Manual AIDPI Criança 2017
Caxumba ou papeira: é uma infecção viral aguda e contagiosa que pode atingir qualquer tecido e nervoso do corpo humano, mas é mais comum afetar as glândulas parótidas, as submandibulares e sublinguais. Nem todas as pessoas contaminadas pelo vírus da caxumba irão desenvolver sintomas. Cerca de 20 a 30% não costumam apresentar sintomatologia, no máximo queixas inespecíficas que passam praticamente despercebidas.
Sintomas: nos pacientes sintomáticos, 95% apresentam a parotidite, com dor e edema (inchaço) das glândulas parótidas, provocando a clássica manifestação clínica da caxumba.
Contágio: Por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro)./ Por toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta)/ Por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas).
Distribuição universal, de alta morbidade e baixa letalidade. Mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade. Costumam ocorrer surtos da doença no inverno e na primavera. Normalmente, tem evolução benigna, mas em alguns raros casos podem apresentar complicações como surdez, meningite e, raramente, levar à morte. Após a puberdade, pode causar inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade. A caxumba já foi mais comum no Brasil, mas após a vacina de prevenção o número de casos reduziu drasticamente.
Coqueluxe
Doença bacteriana infecciosa, transmissível e de distribuição universal. 
Provocada pelo bacilo Bordetella pertussis e compromete especificamente o aparelho respiratório da pessoa. 
A principal característica é a tosse seca, uma tosse que parece um "grito", os sintomas incluem coriza, congestão nasal e espirros. Em crianças menores de 6 meses é mais comum apresentar complicações e inclusive levar à morte.
Contágio: Porgotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro)/ Por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas).
Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três doses da vacina e desde de 2015 observou uma enorme decaída nas incidências. 
O ser humano é o único reservatório natural do bacilo causador da coqueluche. Apesar de ainda não ter sido constatada a existência de portadores crônicos da doença, podem ocorrer casos sem sintomas e/ou com pouca importância na disseminação da infecção
Diarreia
Geralmente definida como a ocorrência de 3 ou mais evacuações amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. Considerando que o normal varia de acordo com a dieta e a idade da criança. Os lactentes amamentados de forma exclusiva geralmente têm fezes amolecidas, não devendo isto ser considerado diarreia 
Causas: costumada ser causada por um vírus ou por alimentos contaminados. Com menos frequência, pode ser um sinal de outro problema, como uma doença inflamatória do intestino.
Existem vários tipos de doenças diarreicas, mas por exemplo, na Doença Diarreica Aguda – é um síndrome que também é causada por diferentes agentes etiológicos e sua manifestação predominante é o aumento do número de evacuações de pouca consistência. Acompanhada de vômito, febre e dor abdominal. Com duração limitada, entre 2 a 14 dias e as complicações variam desde desidratação até distúrbios eletrolíticos. 
A doença diarreica aguda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil no Brasil, especialmente nas crianças menores de 6 meses que não estão em aleitamento materno exclusivo. 
Na região Norte e Nordeste, o risco de morte por diarreia em crianças menores de 5 anos é cerca de quatro a cinco vezes maior do que na Região Sul, representando cerca de 30% do total das mortes após o período neonatal, durante o primeiro ano de vida.
No Brasil, segundo a OMS, observou-se redução importante na mortalidade infantil que passou de 70 óbitos por mil nascidos vivos na década de 1970 para cerca de 15 óbitos por mil nascidos vivos na década atual. Parcela considerável desta redução foi decorrente da diminuição do número de óbitos por diarreia e desidratação. 
O rotavírus é a causa mais comum de diarreia grave com desidratação em crianças pequenas entre três e quinze meses de idade – vacina no 2,4 e 6 mês
Meningite: doença inflamatória nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, pode ser causada por agentes infecciosos ou por processos não infecciosos como medicamentos e neoplasias. Porém, as meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública e clinico devido a sua capacidade de gerar surtos.
A meningite no Brasil é endêmica, sendo a meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno, e das virais na primavera-verão. 
Contágio: Por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro). Os sintomas incluem dor de cabeça, febre e torcicolo.
Todas as faixas etárias podem ser acometidas pela doença, porém o maior risco de adoecimento está entre as crianças menores de 05 (cinco) anos, especialmente as menores de 01 (um) ano de idade. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença. 
Na doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além das crianças, os adolescentes e adultos 
jovens têm o risco de adoecimento aumentado em surtos. Na meningite pneumocócica (causada pelo Streptococcus pneumoniae) idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos ou de doenças imunossupressoras também apresentam maior risco de adoecimento. 
Pneumonia
Infecção pulmonar aguda que mais mata criança de 0 a 5 anos, que pode ser causada por vírus, fungos, bactérias ou parasitas. 
Mas na maior parte das vezes a pneumonia em bebês e crianças é de causa viral e os vírus normalmente envolvidos são o vírus sincicial respiratório, parainfluenza, influenza, adenovírus e o vírus do sarampo
Os sintomas de pneumonia infantil são parecidos com uma gripe, no entanto duram mais tempo e podem ir agravando. Além disso, podem variar de acordo com a idade do bebê ou criança. Os principais sintomas que chamam atenção dos pais é a febre alta, acima de 38ºC e a tosse com catarro.
Gripe
A gripe é uma doença aguda que acomete as vias respiratórias. Ela ocorre quando organismo é infectado pelo vírus influenza
A gripe pode ocorrer em surtos ao longo do ano, mas é mais frequente no inverno ou em períodos mais frios. No Brasil, a temporada de gripe ocorre geralmente entre abril e outubro
Crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas ou imunidade baixa correm alto risco. A transmissão do vírus da gripe acontece por via respiratória, geralmente pela inalação partículas de secreção infectada em suspensão no ar. 
Os sintomas incluem febre, calafrios, dores musculares, tosse, congestão, coriza, dores de cabeça e fadiga. Uma vacina anual pode ajudar a prevenir a gripe e limitar suas complicações
Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas. Quando ocorrem, os sintomas geralmente incluem tosse (às vezes, com sangue), perda de peso, sudorese noturna e febre.
Contágio: Por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro)/ Por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas).
No Brasil, a doença é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais.  A epidemia do HIV e a presença de bacilos resistentes tornam o cenário ainda mais complexo. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. 
De acordo com as estimativas da OMS, a taxa atual de mortalidade em casos de tuberculose em crianças de 0-14 é de 21% no mundo.
Doenças respiratórias outro grupo de doenças de importância na população infantil, descritas como a causa mais frequente de mortalidade infantil nos países em desenvolvimento, atingindo principalmente crianças menores de cinco anos de idade. 
Responsável por 25% a 33% do total das mortes observadas na população infantil sejam causadas por infecções respiratórias agudas. Para crianças usuárias de creches, cita-se, por exemplo, que a prevalência de pneumonia pode ser de 2 a 12 vezes maior e que o risco de adoecer mais por infecção respiratória aguda pode passar de três para cinco quando a permanência em instituições eleva-se de 15 para 50 horas semanais.
Poliomelite
Também chamada paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus
A poliomielite é transmitida por água e alimentos contaminados ou contato com uma pessoa infectada.
Muitas pessoas infectadas com o poliovírus não ficam doentes nem apresentam sintomas. No entanto, aquelas que ficam doentes desenvolvem paralisia, o que pode ser fatal.
Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus selvagem (da poliomielite) desde 1990. A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas 
Candidíase oral ou monilíase oral (Sapinho)
É uma infecção causada pelo excesso de fungo Candida albicans na boca, que causa infecção, geralmente, em bebês, devido a sua imunidade ainda pouco desenvolvida, ou em adultos com o sistema imune enfraquecido devido a gripes, doenças crônicas ou HIV,
O aparecimento de sinais e sintomas de infecção, como placas brancas na boca e dor e ardência na região. Aparecimento de aftas na língua ou na bochecha; Sensação de algodão dentro da boca;
Esse tipo de candidíase é mais comum em bebês e recebe o nome de sapinho, isso porque como o fungo pode ser passado através do beijo e o sistema imunológico do bebê ainda está em desenvolvimento
O fungo do gênero Candida sp. é encontrado naturalmente na pele e nas mucosas, no entanto quando há alterações na imunidade ou presença de fatores que favoreçam o seu crescimento, como má higiene oral ou grandequantidade de açúcar no sangue, é possível que esse fungo prolifere
Difteria 
Infecção causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, transmitida de pessoa para pessoa através de contato físico e respiratório. Atinge amígdalas, faringe, laringe, nariz e(ocasionalmente) outras partes do corpo, como pele e mucosas. Dependendo do tamanho e de onde as placas aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade de respirar. A presença de placas na cor branco-acizentada nas amígdalas e partes próximas é o principal sintoma da difteria. Em casos mais graves, porém raros, podem aparecer inchaços no pescoço e gânglios linfáticos.
 
Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o número de casos de difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a melhor, mais eficaz e principal forma de prevenir a difteria.
 
A difteria ocorre durante todos os períodos do ano e pode afetar todas as pessoas que não são vacinadas, de qualquer idade, raça ou sexo. Acontece com mais frequência nos meses frios e secos (outono e inverno)
A doença ocorre com maior frequência em áreas com precárias condições socioeconômicas, onde a aglomeração de pessoas é maior e onde se registram baixas coberturas vacinais. 
RUBÉOLA. A Rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus da família Togaviridae. A doença também é conhecida como “Sarampo Alemão”. No campo das doenças infecto-contagiosas, a importância epidemiológica da Rubéola está representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-nascido cujas 
mães se infectaram durante a gestação. A infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras).
No Brasil o último caso confirmado de rubéola ocorreu no mês de dezembro de 2008 no estado de São Paulo. De janeiro de 2012 a dezembro de 2015, foram notificados 16.739 casos de rubéola, todos foram encerrados pelo critério laboratorial ou vínculo epidemiológico. O Brasil no dia 23 de abril de 2015 recebeu do Comitê Internacional de Experts o documento da verificação da eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita.
Sarampo: doença infecciosa aguda, causada por vírus, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade. Em 27 de setembro de 2016, o País recebeu do Comitê Internacional de Experts o documento da verificação da eliminação do Sarampo.
Varicela ou catapora: doença infecciosa, altamente contagiosa, mas geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com maior frequência em crianças e com incidência no fim do inverno e início da primavera. A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo vírus, ou seja, contato direto ou de secreções respiratórias. Por isso, comum em crianças pré-escolares e escolares.
Deve-se afastar a criança da creche ou escola por 7 dias, a partir do início do aparecimento das manchas vermelhas no corpo. No Brasil, no período de 2012 a 2016, foram registrados 649 casos de óbitos por varicela com ou sem outras complicações (Tabela 5), com destaque na faixa etária de 1 a 4 anos com 217 (33,4%). 
Extra: 
A OMS em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência desenvolveu a estratégia AIDPI - Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância que tem por finalidade promover uma rápida queda na mortalidade em crianças menores de cinco anos. Trata-se de uma nova abordagem da atenção à saúde na infância, desenvolvida originalmente pela Organização Mundial de Saúde - OMS e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência - UNICEF, caracterizando-se pela avaliação simultânea e integrada do conjunto de doenças de maior prevalência na infância, ao invés do enfoque tradicional que busca abordar cada doença isoladamente.
A estratégia AIDPI busca reduzir não somente as mortes, mas também a frequência e gravidade de doenças, evitando sequ elas e contribuindo assim para um crescimento e desenvolvimento saudável da criança menor de cinco anos. Combina aspectos específicos voltados para um manejo melhor da criança doente com aspectos nutricionais, imunização e outros fatores importantes, que estão envolvidos na saúde da criança, incluindo a saúde materna.
No Brasil, a estratégia AIDPI enfoca pneumonia, diarréia, otite, doença febril, anemia e desnutrição, além do incremento nutricional e promoção ao aleitamento materno, imunização e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. No momento atual, outros componentes estão sendo organizados: neonatal, asma e doenças bronco-obstrutivas e violência/acidentes (comunicação pessoal Dr. Benguigui, Y.). A estratégia utiliza sinais e sintomas que apresentam uma boa relação de sensibilidade e especificidade. A avaliação destes sinais e sintomas, associada a uma sistematização de atendimento, prioriza a gravidade e integra várias condições das quais a criança pode estar sofrendo. 
Os pilares da estratégia são: manejo dos casos, através da habilidade profissional, organização do sistema de saúde e participação da comunidade.
Conjuntivite/ Malária (mosquito)/ Herpes 
3) Caracterizar as principais doenças exantemáticas, descrevendo as manifestações clínicas e identificando os sinais patognomônicos de cada uma delas (Sarampo, Escarlatina, Rubéola, Eritema infeccioso, Roséola ou Exantema súbito, Doença de Kawasaki e Varicela).
Fontes:  Rotinas de Diagnóstico e Tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia- 2ª edição, revista e ampliada (portal)
Tratado de Pediatria volume 1 – quarta edição (portal)
Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso, 8ª edição, Ministério da Saúde, 2010.
Pediatria: consulta rápida – José Cauduro 
Doenças Exantemáticas febris -
Doenças exantemáticas: doenças infecciosas em que a erupção cutânea é a principal característica. O exantema pode ter diferentes tipos de apresentação de morfologia, pode ser único ou vários, assim como apresentar somente em um região específica ou por todo o corpo, de forma disseminada (rash localizado e rash disseminando)
Causas: são inúmeras, mas geralmente são de curta duração e ocorrem em doenças febris de origem infecciosa (virais ou bacterianas) ou parasitária, ou ainda em intoxicações medicamentosas. 
Componentes morfológicos dos exantemas: 
· Eritema: vermelhidão da pele, difuso ou salpicado, que desaparece à pressão 
· Mácula (mancha): lesão plana, não palpável, constituída por uma alteração circunscrita da cor da pele o 
· Pápula: lesão firme e elevada, com bordas nítidas e diâmetro que varia de 1 a 5 milímetros 
· Placa: lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a 1 cm 
· Vesícula: lesão papular preenchida com líquido claro 
· Pústula: elevação da pele contendo pus, de até 1 cm de diâmetro
· Petéquia: lesão hemorrágica, que não desaparece à pressão, cujo tamanho não ultrapassa alguns milímetros Púrpura: lesão hemorrágica de cor vinhosa, que não desaparece à pressão, com diâmetro superior a 1 cm
Classificação dos exantemas 
Exantema maculopapular: manifestação cutânea mais comum nas doenças infecciosas sistêmicas. Mais comumente associado a vírus, porém também observado em várias doenças de etiologia bacteriana, parasitária, riquetsioses, micoplasmose e intoxicações medicamentosas ou alimentares. Pode ser caracterizado em diversos tipos: 
• Morbiliforme: pequenas maculo-pápulas eritematosas (3 a 10 mm), avermelhadas, lenticulares ou numulares,permeadas por pele sã, podendo confluir. É o exantema típico do sarampo, porém pode estar presente na rubéola, exantema súbito, nas enteroviroses, riquetsioses, dengue, leptospirose, toxoplasmose, hepatite viral, mononucleose, síndrome de Kawazaki e reações medicamentosas. 
• Escarlatiniforme: eritema difuso, puntiforme, vermelho vivo, sem solução de continuidade, poupando a região perioral e áspero (sensação de lixa). Pode ser denominado micropapular. É a erupção típica da escarlatina; porém, pode ser observada na rubéola, síndrome de Kawazaki, reações medicamentosas, miliária e em queimaduras solares. 
• Rubeoliforme: semelhante ao morbiliforme, porém de coloração rósea, com pápulas um pouco menores. É o exantema presente na rubéola, enteroviroses, viroses respiratórias e micoplasma.
 • urticariforme: erupção papuloeritematosa de contornos irregulares. É mais típico em algumas reações medicamentosas, alergias alimentares e em certas coxsackioses, mononucleose e malária. 
Exantema papulovesicular: presença de pápulas e de lesões elementares de conteúdo líquido (vesicular). É comum a transformação sucessiva de maculo-pápulas em vesículas, vesico-pústulas, pústulas e crostras. Pode ser localizado (ex. herpes simples e zoster) ou generalizado (ex. varicela, varíola, impetigo, estrófulo, enteroviroses, dermatite herpetiforme, molusco contagioso, brucelose, tuberculose, fungos, candidíase sistêmica). 
Exantema petequial ou purpúrico: alterações vasculares com ou sem distúrbios de plaquetas e de coagulação. Pode estar associado a infecções graves como meningococcemia, septicemias bacterianas, febre purpúrica brasileira e febre maculosa. Presente também em outras infecções como citomegalovirose, rubéola, enteroviroses, sífilis, dengue e em reações por drogas.
Sinais patognomônicos: Termo médico que se refere a um sinal ou sinais específicos de uma determinada doença, o que, por sua vez, a difere de outras.
Período prodrômico: período de tempo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos sinais ou sintomas, que baseia o estabelecimento do diagnóstico.
SARAMPO 
Agente: Vírus de RNA, o causada pelo Morbilivirus (família Paramixoviridae).
Faixa etária: Todas. Pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença são suscetível, mas especialmente crianças entre 6 e 12 meses, faixa etária com maior taxa de incidência.
Forma de transmissão: Por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro).
Por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas).
Por toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta).
Por contato com a pele (apertos de mão ou abraços).
De mãe para bebê durante a gravidez, parto ou amamentação.
Estação do ano: ocorre com mais frequência no inverno e na primavera.
Quadro clínico: Febre alta, acima de 38,5ºC, exantema maculopapular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de koplik (enantema patognomônico de aspecto esbranquiçado localizado na mucosa bucal, antecedendo o exantema).
Exantema: progressão cefalo-caudal e inicia-se no pavilhão auricular(retro auricular), disseminando -se para o pescoço, a face e o tronco até nos primeiros 2 dias, até atingir as extremidades dos membros no terceiro dia.
Nessa ocasião, ele começa a desaparecer na mesma ordem de progressão e toma uma cor acastanhada. Posteriormente, ocorre uma fina descamação nas áreas de maior envolvimento; e em poucos casos envolve mãos e pés. 
A febre aumenta gradativamente, é alta, atinge seu clímax no início da fase exantemática e desaparece em queda após 3 a 4 dias do início do exantema. 
Período de incubação: de 1 a 2 semanas 
Período prodrômico: dura em torno de 1 a 7 dias/ já em outra forte encontrei de 3 a 5/ com febre, coriza, tosse, conjuntivite, mialgias (dor muscular) e cefaleia 
Período de transmissão: É de 4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema, até 4 dias após. 
Sinal patognomônico: sinal de Koplik consiste em pequenos pontos de cor branco-acinzentada, sobre base eritematosa, localizados principalmente na face interna das bochechas
Extra: doença de notificação compulsória.
 
ESCARLATINA
Agente: causada pelo Streptococcus pyogenes, uma bactéria beta hemolítica do Grupo A.
O aparecimento da escarlatina não depende de uma ação direta do estreptococo, mas de uma reação de hipersensibilidade (alergia) às substâncias que a bactéria produz (toxina)
Faixa etária: Acomete principalmente crianças de 2-10 anos de idade/ outras fontes de 5 a 15 anos
Forma de transmissão: por gotículas respiratórias ou saliva 
Estação do ano: pico ao final do outono, no inverno e no início da primavera/ 
Quadro clínico: inicia-se de maneira abrupta, com febre alta, cefaleia, vômitos e faringite. Passadas 12 a 48 horas, surge exantema típico, que é eritematoso micropapular, com pápulas não maiores do que 1 mm, que dão à palpação uma sensação de pele em áspera. 
O exantema surge no peito e expande-se rapidamente para tronco, pescoço e membros, geralmente mais intenso e hiperpigmentado em regiões de dobras cutâneas, como virilhas e axilas (Sinal de Pastia), e poupando palmas e plantas.
Pode poupar a região perioral, determinando palidez nessa região (sinal de Filatov). Ocorre um revestimento esbranquiçado na língua, além de edema e hiperemia das papilas linguais. Esse revestimento branco descama-se após 2 a 3 dias, gerando o aspecto clássico de língua em framboesa
Período de incubação: Em geral, de 2-4 dias, podendo, no entanto, variar de 1 a 7 dias.
Período prodrômico: início súbito com febre, mal-estar, dores de garganta, por vezes, vômitos, dor de barriga e prostração.
Período de transmissão: 10-21 dias em pacientes não tratados e sem complicações.
Sinal patognomônico: sinal de Filatov (fila tovi)
Rubéola: também conhecida como sarampo escarlatinoso Apresenta-se sob duas modalidades: na forma congênita e a forma adquirida. 
Agente: Rubivirus, Togavírus, cujo genoma é o RNA
Faixa etária: São suscetíveis todas as pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença. Antes da vacinação em massa, acometia principalmente indivíduos entre 5 e 14 anos, sendo rara antes de um ano. Atualmente, é mais comum em menores de um ano.
 
Forma de transmissão: Por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro) e por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas) – forma direta.
A transmissão indireta, mesmo sendo pouco frequente, ocorre mediante contato com objetos contaminados 
Estação do ano: pico no final inverno e no início da primavera
Quadro clínico: caracterizado por exantema maculopapular e puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para tronco e membros. Febre baixa e linfadenopatia ((aumento palpável de ≥ 1 nos linfonodo) nas regiões retroauricular, occiptal e cervical posterior 
Formas inaparentes são frequentes, principalmente em crianças. 
Período de incubação: de 14 a 21 dias (média de 16 dias) antes do aparecimento do exantema, porém a viremia ocorre antes do exantema. 
Período prodrômico: crianças, geralmente não há pródromos, mas em adolescentes e adultos, pode-se observar febre baixa, cefaleia, coriza, conjuntivite e linfadenopatia dolorosa retroauricular, suboccipital e cervical
Período de transmissão: varia de 7 dias antes até́ 5 dias após a erupção. 
Sinal patognomônico:  sinal de Forchheimer - corresponde a máculas eritematosas ou manchas marrom-arroxeadas localizadas na transição entre palato duro e o palato mole
Rubéola congênita: As lesões fetais mais frequentes provocadas pelo vírus são: doença cardíaca, catarata, coriorretinite, microcefalia, retardamento mental, surdez, hepatoesplenomegalia, púrpura trombocitopênica, retardamento do crescimento uterino, pneumonia intersticial e miocardite. 
As anomalias vão ocorrer de acordo com a fase gestacional da viremia materna. O recém-nascido infectado vai se transformar em reservatório do vírus, propagando a doença aos seus contatos, já́ que a eliminação pode se dar até́ 18 ou 24 meses de idade.
Extra: Desde 1996, passou a fazer parte da lista de doenças de notificaçãocompulsória. A infecção pode ser assintomática em 25% dos casos e cerca de 70% a 90% da população adulta apresenta imunidade. Tem vacina.
Eritema infeccioso ou Quinta moléstia 
Agente: Parvovírus B19. Trata-se de vírus de DNA. O eritema infeccioso constitui a forma mais benigna entre o amplo espectro de infecções imputadas ao parvovírus humano. 
Faixa etária: com maior frequência crianças de 2 a 14 anos de idade ou em indivíduos com anemia ou pacientes imunocomprometidos;
Forma de transmissão : contato com gotículas contaminadas, sendo o sexo feminino mais facilmente acometido. 
Estação do ano: primavera
Período de incubação parece situar-se entre 7 a 18 dias. 
Período de transmissão: é contagiosa antes mesmo de os sintomas aparecerem. Depois que eles aparecem, ela deixa de ser transmissível.
Período prodrômico: apresenta sintomas prodrômicos em até́ 60% dos casos, ocorrendo febre baixa, dor de garganta e mal-estar geral.
Quadro clínico: O primeiro e único sinal aparente da doença é o aparecimento do exantema que costuma se iniciar na face, onde é confluente, com aspecto de “face esbofeteada”. 
Em 1 a 4 dias, ele se espalha para tronco e membros, e o posterior clareamento de áreas centrais dá a ele um aspecto característico. 
Dias a semanas após o quadro exantemático, algumas crianças evoluem com quadro de Artropatia, que se manifesta por poliartralgia de mãos e extremidades, ou mesmo artrites, simulando um quadro de artrite reumatoide (inflamação nas articulações)
Em pacientes com anemias hemolíticas (p. ex., anemia falciforme, esferocitose), a infecção pelo parvovírus B19 pode gerar crise aplástica transitória, que se caracteriza por anemia com baixa reticulocitose. A crise aplástica transitória pode ocorrer inclusive na ausência de exantema. Em indivíduos imunossuprimidos, pode ocorrer infecção crônica, com aplasia crônica.
Sinal patognomônico: Não encontrei
Roséola infantil ou exantema súbito
Agente: Herpes-vírus humano 6 e 7 
Faixa etária: Ocorre tipicamente na infância, em especial nos menores de 4 anos
Forma de transmissão: contado com gotículas contaminadas
Estação do ano: primavera
Tempo de incubação: 5 a 15 dias; 
Quadro clínico: : Início súbito, febre alta (39º/40ºC) e a criança fica extremamente irritada
O exantema é do tipo maculopapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não unidas. Em geral, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, a região cervical e a raiz dos membros, sendo de curta duração (24 a 72 horas sem descamação).
Fase prodrômica: Cerca de 10% das crianças com essa apresentação clinica desenvolvem crises convulsivas febris na fase prodrômica. 
Linfonodomegalia cervical é achado muito frequente, assim como a hiperemia (aumento do volume sanguíneo) na cavidade interna nasal. Após 3 a 4 dias de febre, quando esta cessa bruscamente, aparece o exantema, também de modo súbito, constituído por lesões maculopapulares rosadas que se iniciam no tronco e se disseminam para a cabeça e as extremidades. A erupção é de curta duração, de algumas horas a 2 ou 3 dias, desaparecendo sem deixar descamação ou hiperpigmentação. O exantema pode passar despercebido.
Sinal patogomônico: A característica mais marcante é o recrudescimento da febre seguido de rash cutâneo maculopapular morbiliforme, que pode durar desde algumas horas até́ 5 a 7 dias.
Doença de Kawasaki 
Condição que causa inflamação nas paredes de alguns vasos sanguíneos do corpo.
Agente: desconhecido, mas parece ser de natureza infecciosa. Vários agentes virais já́ foram implicados, inclusive toxinas produzidas pelo Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes que funcionariam como superantígenos. O mais provável, entretanto, é que múltiplos agentes possam desencadear uma resposta imune anormal em pessoas geneticamente predispostas, embora esses agentes ainda não tenham sido identificados ou confirmados.
Faixa etária: predominante em criança menores que 5 anos. É mais comum em lactentes e crianças pequenas.
Estação do ano: inverno e nas primeiras semanas da primavera. 
Período prodrômico: Os estágios iniciais incluem irritação na pele e febre alta e descamação cutânea.
Quadro clínico: O início da doença é abrupto com a presença de hiperemia difusa de orofaringe, lábios discretamente edemaciados (com edema), com rachaduras e fissuras. A língua também se apresenta hiperemiada, com papilas proeminentes, dando um aspecto de língua em framboesa ou morango.
O exantema é variável, com aspecto maculopapular, morbiliforme, escarlatiniforme e urticariforme. 
Após 7 a 10 dias de exantema, um número pequeno de crianças pode apresentar miliária(brotoeja) pustulosa em áreas onde houve intenso exantema, principalmente nas regiões extensoras. 
Nos olhos, encontramos uma hiperemia conjuntival não exsudativa na fase inicial da doença, o que pode ser manifestação precoce ou tardia. 
As manifestações clínicas são variadas e podem ser divididas em fases. 
A aguda ocorre de 1 a 11 dias de doença. Com febre alta e aparecimento das lesões cutâneas. 
A fase subaguda corresponde de 11 a 21 dias até́ o desaparecimento da doença. 
A fase de convalescença vai de 21dias até 60 dias com a normalização das provas de atividade inflamatória. 
Na crônica, ocorre após 60 dias da doença. As manifestações mucocutâneas são variadas, surgem cerca de 1 a 3 dias após o início da febre e tendem a desaparecer após a fase aguda.
O acometimento cardíaco ocorre em cerca de 30% dos pacientes. Na fase aguda, podemos observar pericardite, insuficiência mitral, endocardite, miocardite e insuficiência cardíaca. Na fase subaguda, podem ser vistos aneurismas coronarianos e trombose coronariana com infarto do miocárdio. Icterícia leve pode ser encontrada, sobretudo, nas fases iniciais da doença e, geralmente, secundária à colestase. O comprometimento renal é raro, podendo manifestar-se com proteinúria passageira. A uretrite pode estar presente nas fases iniciais da doença.
O acometimento do aparelho respiratório ocorre com a presença de pneumonite, otite média e rinorreia. Encontra-se a linfonodomegalia universalmente, mas, em casos excepcionais, observa-se a presença de linfonodo cervical único, com diâmetro superior a 1,5 cm.
VARICELA 
Agente: Também conhecida como catapora, causada pelo  vírus DNA, o Herpesvirus varicellae. 
Faixa etário: Todos. Pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença são suscetíveis.
Período de incubação: varia de 10 a 21 dias (comumente entre 14 e 16 dias). Após a infecção, a maioria das pessoas apresenta manifestações clínicas. Algumas vezes, no entanto, as manifestações são muito discretas e a infecção pode passar despercebida. 
Período de transmissão: o maior risco de transmissão inicia 48 h antes do aparecimento das VESÍCULAS, porém pode transmitir de 5 a 7 dias antes, até́ o desaparecimento das lesões. Em indivíduos com imunodeficiência, pode ser mais prolongado (até́ meses), perdurando por todo o período de surgimento de novas lesões (vesículas). A transmissão do vírus se faz diretamente do doente para o hospedeiro suscetível. Cerca de 90% dos contactantes domiciliares suscetíveis podem adquirir a doença.
Período toxêmico: A ocorrência de superinfeção viral ou bacteriana é facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. São frequentes as complicações, principalmente nas crianças até dois anos, especialmente as desnutridas e os adultos jovens.
Devido à labilidade do vírus, dificilmente a transmissão poderá́ ocorrer de forma indireta nos objetos contaminados com a secreção das vesículas. É possível ainda a transmissão da varicela durante a gestação, por meio da placenta.
Estação do ano mais frequente: o inverno e início de primavera.
Quadro clínico: Em crianças, em geral, as manifestações iniciais são as lesões de pele. A fase prodrômica é mais comum em crianças escolares, adolescentes e adultos, apresenta alguns sintomas, como febre, indisposição, anorexia, cefaleia e menos comumente dor abdominal, antes doaparecimento do exantema. O exantema possui como característica o aspecto polimórfico. São lesões maculosas que evoluem para pápulas, vesículas com umbilicação central e crostas em um período médio de 8 h a 12 h. Esse quadro persiste durante 1 semana. Durante a fase aguda, os pacientes podem apresentar quadro febril em torno de 38,3°C. 
Não é comum a presença de linfadenopatia. O comprometimento pulmonar pelo vírus varicela-zoster (pneumonite) é mais comum em adultos. Na maioria das vezes, ocorre entre 3 e 5 dias após o início da doença e se caracteriza pelo aumento da frequência respiratória, tosse, falta de ar e febre. Em geral, nos casos leves, a pneumonite tem resolução espontânea em 24 h a 72 h. Entretanto, até́ 30% dos casos com manifestações mais exuberantes podem evoluir de forma grave, progredindo rapidamente para insuficiência respiratória e óbito.
Embora as manifestações neurológicas (ataxia cerebelar e encefalite) não sejam comuns, podem estar associadas a sequelas. A ataxia cerebelar é a apresentação que ocorre com mais frequência nas crianças, ocorrendo em aproximadamente 1 em cada 4.000 crianças infectadas com menos de 15 anos de idade. É caracterizada por perda de coordenação dos movimentos, vômitos, alteração da fala, tontura e tremores. As manifestações surgem cerca de 1 semana após o início das lesões cutâneas, mas podem aparecer até́ 21 dias depois. Em geral, a resolução espontânea acontece em 2 a 4 semanas. A encefalite, que é um acometimento mais difuso e grave, ocorre mais em adultos, em cerca de 4 a cada 10.000 infectados, com letalidade de até́ 37%.
É caracterizada por diminuição do nível de consciência, dor de cabeça, vômitos, febre e convulsão. Dos indivíduos que sobrevivem, em torno de15% permanecem com algum grau de sequela neurológica.
A varicela hemorrágica é relativamente incomum. A ocorrência de plaquetopenia pronunciada e persistente pode resultar em sangramentos e até́ culminar em um curso fulminante. As manifestações hemorrágicas surgem de forma súbita, na maior parte das vezes no 2o ou 3o dia após o aparecimento das lesões cutâneas, e são marcadas por um agravamento do esta- do geral. Inicialmente, observam-se sangramentos espontâneos pelas lesões da pele e também pela mucosa nasal (epistaxe), oral (gengivorragia) e do trato urinário (hematúria), podendo evoluir com perdas sanguíneas mais intensas pelas fezes (mele- na) e pelo trato respiratório (hemoptise).
Em cerca de 10% a 20% dos indivíduos que tiveram a doença, sobretudo em idosos e em imunodeficientes, a reativação do vírus pode ocorrer, na maioria das vezes, vários anos após a doença levando ao aparecimento do herpes-zoster. O herpes-zoster é caracterizado pelo aparecimento de pequenas vesículas dolorosas acompanhando o trajeto nervoso na pele, geralmente no tronco, mas também pode acometer face e membros. A principal complicação é a dor no local que permanece mesmo após a cicatrização das lesões. O comprometimento facial pode estar associado a alterações oculares, incluindo a cegueira.
Extra: Taxa de letalidade em crianças saudáveis é de 2 para cada 100.000 casos, já́ nos adultos é de 15 a 40 vezes maior. A infecção confere imunidade permanente, embora o sistema imunológico não seja capaz de eliminar o vírus. 
Após a infecção, o vírus varicela-zoster com muita frequência permanece latente no organismo (gânglios das raízes nervosas dorsais e do nervo trigêmeo) por toda a vida. 
1. VARICELA CONGÊNITA: A infecção intrauterina ocorre com menos de 4 a 5 meses de gestação e, geralmente, em 2% dos casos. Os efeitos da doença vão depender da idade gestacional da infecção. Caso o recém- nascido apresente no nascimento cicatrizes, malformações ou qualquer outra sequela, considera-se que ele tenha a síndrome da varicela congênita. A doença manifesta-se com baixo peso, cicatrizes cutâneas, hipoplasia das extremidades, contratura articular, coriorretinite, anisocoria, microftalmia, catarata, hipoplasia do nervo ótico. Nas vias urinárias, podemos observar hidronefrose e bexiga neurogênica. Além da presença de alterações neuromusculares, como paralisia das cordas vocais e diafragmática. Outras complicações neurológicas são microcefalia, retardamento mental, paralisia motora, paralisia bulbar, convulsões e atrofia cortical.
2. VARICELA NEONATAL TARDIA (PERINATAL): Ocorre em gestantes doentes até́ 5 dias antes do parto ou 2 dias após. Apresenta um quadro grave exantemático entre os 5 e 10 primeiros dias. A mortalidade pode estar presente em até́ 30% dos casos. Nos casos de varicela perinatal, deve-se usar aciclovir na dose de 30 mg/kg/dia, divididos em 3 doses de 8 h/8 h.
4. Caracterizar negligência infantil quanto à: frequência, tipos, causas, consequências e sinais de alerta, diferenciando-a de abuso infantil.
Fonte: Manual do MSD e Negligência Infantil - Universidade São Francisco 
Negligência infantil: é uma forma de maus tratos, em que ocorre a omissão ou falha em prestar os cuidados e proteção à criança, esses necessários para o seu normal desenvolvimento e bem estar;
Incluindo a ausência de alimentação adequada, higiene, vestuário, cuidados médicos, afeto, atenção, vigilância e educação.
Dois critérios são necessários para caracterizar a negligência: a cronicidade (deve-se observar a ocorrência reiterada e contínua de algum indicador para determinar um caso como negligência) e a omissão (um responsável deve ter deixado de satisfazer alguma necessidade da criança). 
Embora haja a discussão a respeito de quem é o responsável pelos cuidados da criança (Estado, sociedade, família), e das repercussões que as dificuldades socioeconômicas podem ter na sua vida, considera-se que a negligência ocorre quando não se satisfazem as necessidades básicas da criança. 
Mesmo em condições de pobreza, a família possui um estoque de possibilidades para prover os cuidados de que a criança necessita. 
Abuso infantil: é quando uma criança está sendo ferida e isso pode acontecer de três formas: abuso físico, emocional e sexual. Ele também pode incluir o abuso infantil em um contexto médico
Qual a diferença entre abuso e negligência?
O abuso é uma forma de maus tratos em que há uma ação que atinge a criança, a negligência é um tipo de maus tratos por omissão, em que a criança se encontra em risco por não lhe serem prestados os cuidados adequados. 
Normalmente, a negligência e o abuso infantil com frequência ocorrem ao mesmo tempo e com outras formas de violência familiar. Mas o abuso infantil é mais explícito do que a negligência infantil. 
Tanto o abuso infantil como a negligência infantil têm a capacidade de prejudicar o crescimento de uma criança, além dos danos imediatos (risco de vida), problemas de longa duração, incluindo problemas de saúde mental e abuso de substâncias. 
O abuso físico: maltratar ou ferir uma criança, o que inclui infligir punição física excessiva. Exemplos específicos incluem chacoalhar, deixar cair, bater, morder e queimar. 
Crianças de todas as idades podem sofrer abusos físicos, mas bebês e crianças pequenas são particularmente vulneráveis porque essas crianças não conseguem se manifestar. Além de crianças com temperamento difícil ( exigentes ou hiperativas) ou com necessidades especiais (deficiências de desenvolvimento ou físicas) estão mais propensas a sofrer abuso físico.
Além disso, durante esses períodos, as crianças estão geralmente passando por algumas fases que têm mais propensão de causar frustração aos cuidadores e fazer com que eles percam o controle sobre seus impulsos, incluindo crises de raiva, aprender a usar o banheiro, padrões de sono inconsistentes e cólica. O estresse familiar contribui para o abuso físico e pode resultar de situações de desemprego, mudanças frequentes, isolamento social de amigos ou parentes , violência familiar contínua, 
O abuso físico é a causa mais comum de traumatismos cranianos graves nas crianças e o abuso físico (incluindo homicídio) está entre as 10 principais causas de morte entre as crianças. 
O abuso emocionalocorre por meio de ameaças, repressão, isolamento ou ignorar e aterrorizar a criança, maltratando psicologicamente. Isso faz com que a criança se sinta indesejada e não amada. 
Ademais, o abuso emocional pode ser tão doloroso quanto o abuso físico para uma criança e pode afetar negativamente. O abuso emocional tende a ocorrer durante longos períodos.
O abuso emocional inclui
· Repreender severamente, com tom de voz elevado ou aos gritos
· Desprezar as capacidades e as conquistas da criança
· Incentivar o comportamento transgressor ou criminoso, como cometer crimes ou abusar de álcool ou drogas
· Praticar bullying, ameaçar ou assustar a criança
O abuso sexual qualquer ato com uma criança visando a gratificação sexual de um adulto ou de outra criança significativamente mais velha, como o uso da força de intimidação
Na maioria dos casos, crianças pequenas acreditam que são responsáveis ​​pelo ato e sentem-se deprimidas, trazendo severos danos psicológicos 
· Penetração da vagina, ânus ou boca da criança
· Tocar a criança com uma intenção sexual, mas sem penetração (molestamento)
· Expor os órgãos genitais do agressor ou mostrar pornografia a uma criança
· Forçar uma criança a participar de um ato sexual 
· Usar uma criança para criar pornografia
Por volta dos 18 anos de idade, 12 a 25% das meninas e 8 a 10% dos meninos já foram abusados sexualmente. A maior parte dos praticantes de abuso sexual são pessoas conhecidas das crianças, frequentemente um padrasto, tio ou companheiro da mãe. O abuso por parte de mulheres é menos comum.
Certas situações aumentam o risco de abuso sexual. 
· Crianças que têm vários cuidadores ou um só cuidador com vários parceiros sexuais
· Isolamento social, 
· Baixa autoestima, 
· Ter parentes próximos que também sofreram abuso sexual 
O abuso infantil em um contexto médico
Neste tipo menos comum de abuso infantil (antigamente denominado síndrome de Münchausen por procuração e agora chamado de transtorno factício imposto a outro), um cuidador intencionalmente tenta fazer com que os médicos pensem que uma criança saudável está doente. Normalmente, o cuidador fornece informações falsas sobre os sintomas da criança, como por exemplo, ao declarar que a criança tem tido vômitos ou está se queixando de dor abdominal. Contudo, às vezes, os cuidadores também fazem coisas para causar os sintomas como, por exemplo, dar medicamentos à criança. Às vezes, os cuidadores fazem com que uma criança pareça estar doente ao acrescentar sangue ou outras substâncias a amostras que serão analisadas pelo laboratório.
Tipos 
· Negligência física: não fornecer adequadamente alimentação, vestuário, abrigo, supervisão e proteção contra possíveis danos. 
· Negligência emocional: não dar afeto, amor ou outros tipos de apoio emocional. As crianças podem ser ignoradas ou rejeitadas ou impedidas de interagir com outras crianças ou adultos. 
· Negligência médica: não fornecem os cuidados médicos adequados para a criança, como o tratamento necessário para lesões ou distúrbios de saúde física ou mental. Os pais podem retardar os cuidados médicos da criança quando esta está doente, colocando-a em risco de doenças graves e até de morte. 
· Negligência educacional: não matriculam a criança na escola nem garantem que a criança esteja frequentando uma escola em um contexto tradicional, como uma escola pública ou particular ou receba educação em casa. 
Quais são as consequências? A negligência tem consequências idênticas ao abuso, interferindo no desenvolvimento físico e emocional normal da criança, causando-lhe sofrimento e podendo até provocar- lhe a morte. 
1. Negligência física: pode sofrer de desnutrição, atraso de crescimento, aumento da susceptibilidade a doenças infecciosas e acidentes, por vezes fatais, como quedas, queimaduras, envenenamento, afogamento, etc.
2. Negligência emocional : desenvolver insegurança, baixa autoestima, depressão, dificuldades de aprendizagem, consumo de álcool e drogas, risco de suicídio, agressividade, comportamentos destrutivos, etc. 
3. Negligência educativa: interfere na aquisição de conhecimentos básicos, pode levar ao abandono escolar e à marginalidade e diminui as hipóteses de sucesso educativo, profissional e integração social.
Fatores de risco para negligência e abuso infantil
A negligência e o abuso resultam de uma complexa combinação de fatores individuais, familiares e sociais pode tornar um pai ou mãe mais propenso a praticar negligência ou abuso contra a criança
· Ser mãe ou pai solteiro; pais de primeira vez; pais adolescentes e pais que já têm vários filhos com menos de cinco anos de idade
· Condição financeira. Identificada com uma frequência 12 maior nas crianças que vivem em condições de pobreza, mas ressalta que todos os tipos de violência ocorrem em todos os grupos socioeconômicos
· Adultos que sofreram abusos físicos ou sexuais quando crianças são mais propensos a abusar dos seus próprios filhos
· Ter problemas com o abuso de drogas ou álcool e/ou ter um problema mental (como distúrbios da personalidade ou baixa autoestima) . 
· Violência doméstica durante a gestação ou que não buscam cuidados pré-natais,
· Às vezes, não ocorre o desenvolvimento de laços afetivos fortes entre pais e filhos. Esta ausência de laços afetivos ocorre com mais frequência em bebês prematuros ou bebês doentes que são separados dos pais no início da primeira infância ou com crianças sem relacionamento biológico (por exemplo, enteados), e isso aumenta o risco de haver abuso.
Muitas das vezes as negligência não é intencional e geralmente resulta de uma combinação de fatores como má criação, capacidade ruim de lidar com o estresse, sistemas familiares sem assistência e circunstâncias de vida estressantes. 
Sinais
A negligência e o abuso são frequentemente difíceis de reconhecer, a menos que as crianças aparentem desnutrição grave ou lesões óbvias, ou que outras pessoas testemunhem a negligência e o abuso. A negligência e o abuso podem não ser reconhecidos durante anos. 
Existem vários motivos que evitam o reconhecimento da negligência e do abuso como: 
· As crianças abusadas podem pensar que o abuso é parte normal da vida e não o mencionar. 
· Vergonha, ameaças de retaliação ou até por acharem que merecerem o abuso, 
· Juramente de guardar de guardar segredo ou está tão traumatizadas que elas não conseguem conversar a respeito do abuso e podem até mesmo negar o abuso quando questionadas especificamente.
Sinais específicos 
· Roupa desadequada para o clima ou suja e mal cuidada
· Maus hábitos de higiene pessoal, sujidade corporal, cabelo sujo e despenteado, piolhos e picadas de pulga
· Emagrecimento ou outros sinais de má nutrição, por vezes acompanhados de apetite voraz perante a comida
· Alterações do comportamento, com agressividade ou atitudes destrutivas, furtos, timidez excessiva e dificuldade de relacionamento com crianças da mesma idade, ou pelo contrário, necessidade extrema de atenção e afeto
· Absentismo escolar persistente e injustificado ou incumprimento dos horários e tarefas escolares
· Acidentes domésticos frequentes
· Falta de cuidados médicos básicos, por exemplo vacinas não atualizadas ou atraso na correção de dificuldades visuais ou auditivas ou recusa de apoios para resolução deste tipo de problemas
· Quando o nível de desenvolvimento de uma criança a impediria de fazer coisas que pudessem resultar em lesão (por exemplo, um bebê acender o fogão) ou quando a criança tem tanto lesões novas como antigas que não parecem ser acidentais.
Às vezes, algumas crianças que sofrem de abuso parecem apresentar sintomas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade  (TDAH) e são incorretamente diagnosticadas com esse transtorno.
Fatores culturais
Culturas diferentes têm maneiras diferentes de disciplinar as crianças. Algumas culturas praticam punição corporal, que inclui dar chibatadas, queimar e causar escaldões, constitui abuso físico. 
Contudo, a linha entre um comportamento socialmente aceito e o abuso não é muito nítida entre as diferentesculturas, no caso de punição corporal mais leve, como bater. 
Alguns especialistas sugerem que a punição corporal que é feita quando a pessoa está com raiva ou com o intuito de machucar a criança ou que resulta em lesões visíveis não é algo legítimo em nenhuma cultura.
Algumas práticas culturais (como a mutilação dos órgãos genitais femininos) são tão extremas que elas constituem abuso. Contudo, alguns remédios caseiros (como a cunhagem e ventosaterapia) frequentemente causam contusões ou queimaduras leves que podem parecer o resultado de punição corporal grave, mas não são.
Em algumas ocasiões, os praticantes de algumas religiões e membros de alguns grupos culturais não buscaram tratamento para uma criança com um problema de saúde com risco de morte (como, por exemplo, cetoacidose diabética ou meningite), resultando na morte da criança. Essa falha em obter tratamento é tradicionalmente considerada como sendo negligência, independentemente da intenção dos pais ou dos cuidadores. 
Além disso, algumas pessoas e grupos culturais nos Estados Unidos têm se recusado a vacinar suas crianças, porque elas estão preocupadas com a segurança ou por motivos religiosos. Não se sabe ainda se essa recusa em vacinar pode ser considerada ou não uma negligência médica de fato.
Dados sobre a negligência – Extra
Sociedade Brasileira de Pediatria -2019: Diariamente, são notificadas no Brasil, em média, 233 agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) contra crianças e adolescentes com idade até 19 anos.
Do total de casos notificados pelos serviços de saúde, 69,5% (59.293) são decorrentes de violência física; 27,1% (23.110) de violência psicológica; e 3,3% (2.890) de episódios de tortura.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Child) dos Estados Unidos recebeu, em 2015, 4,4 milhões de denúncias sobre possível abuso infantil envolvendo 7,2 milhões de crianças. Dessas denúncias, aproximadamente 2,1 milhões foram investigadas minuciosamente e, dentre essas, foram identificadas 683.000 crianças que sofreram abuso ou negligência. Meninos e meninas são igualmente afetados. Bebês e crianças pequenas têm o maior risco de sofrerem abuso.
Dentre as crianças que foram identificadas em 2015, 75,3% sofreram negligência (incluindo negligência médica), 17,2% sofreram abuso físico, 8,4% sofreram abuso sexual e 6,9% sofreram abuso emocional ou outro tipo de abuso. Muitas crianças foram vítimas de vários tipos de abuso.
Aproximadamente 1.670 crianças morreram devido à negligência ou abuso nos Estados Unidos em 2015, sendo que aproximadamente 75% delas tinham menos de três anos de idade. Mais de 70% dessas crianças foram vítimas de negligência e 44% foram vítimas de abuso físico que ocorreu com ou sem outras formas de abuso. Mais de 75% dos praticantes de abuso sexual eram pais agindo sozinhos ou com outras pessoas, e aproximadamente de 25% das mortes foram causadas pela mãe agindo sozinha.
5) Relacionar a responsabilidade social dos profissionais da saúde (especialmente dos médicos) com a identificação e prevenção da violência na infância. 
Fonte: Guia de atuação frente a maus-tratos na infância e na adolescência, 2001
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) 
Centro Latino - Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Carelli (Claves) 
Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) 
FIOCRUZ 
Secretaria de Estado dos Direitos Humanos Ministério da Justiça.
As crianças devem ser protegidas contra a continuidade do maltrato, incluindo por meio do envolvimento da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e/ou agências policiais, hospitalização, terapia psicológica e ajudar a família a prestar cuidados seguros e adequado
Assim, a fim de contribuir com a diminuição da violência e universalização do atendimento adequado, a Sociedade Brasileira de Pediatria instituiu em outubro de 1998 a Campanha de Prevenção de Acidentes e Violência na Infância e Adolescência, tendo como eixo fundamental garantir os preceitos legais contidos na Lei Federal 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no qual afirma que os profissionais da saúde são obrigados a notificar os maus-tratos cometidos contra crianças e adolescentes. 
A notificação dos casos de violência deve ser entendida como um importante instrumento de proteção à criança e de apoio às suas famílias. Além do mais, permite que o profissional de saúde, após o registro e o conhecimento do caso, atue na perspectiva de prevenção da violência, especialmente as de repetição, mediante a orientação e o acompanhamento das famílias quando o evento ocorre no âmbito familiar O trabalho do Conselho Tutelar visa à garantia dos direitos da criança, mediante a adoção de procedimentos necessários para a proteção integral da criança 
E para esse seja cumprido, é preciso sensibilizar e conscientizar os profissionais da área para o problema e capacitar para o diagnóstico e a intervenção. 
A suspeita e identificação dos casos de vitimização de crianças e adolescentes ainda é um desafio para muitos profissionais de saúde. Isto faz com que as patologias e agravos evidenciados sejam diagnosticados e tratados apenas com base em sinais orgânicos evidentes. A suspeita de maus-tratos contra crianças e adolescentes surge, geralmente, no momento em que se procede a anamnese ou no decorrer do exame físico do paciente. Cabe ressaltar que, na maioria das vezes, as vítimas não possuem evidências físicas de maus-tratos. Sendo assim, a anamnese ocupa lugar relevante no esclarecimento dos casos, não apenas pelo relato da ocorrência da violência em si, como também de sintomas sugestivos de que a criança possa estar sendo vitimizada. Sempre que possível, é importante que a avaliação seja feita por equipe multiprofissional, na qual estejam incluídos, além do médico, psicólogo e assistente social. Os pediatras têm um importante papel na prevenção e no atendimento dos casos de maus-tratos, pois participam ativamente do acompanhamento da vida de seus pacientes e podem contribuir para a harmonia familiar, sendo muitas vezes referência de apoio e confiança. 
Diante de qualquer tipo de maus-tratos, todos os dados obtidos a respeito da criança (relatos sobre o episódio de maus-tratos, exame físico e exames complementares) devem ser cuidadosamente registrados no prontuário, uma vez que a Justiça pode solicitar cópias da documentação da unidade de saúde.
E se eu estiver em dúvida sobre o diagnóstico de maus-tratos? Eu não estaria prejudicando o paciente e sua família ao notificar? 
Não. Mesmo em casos de suspeita, a notificação deve ser feita ao Conselho Tutelar. No entanto, é importante fundamentar sua suspeita através de anamnese e exame físico cuidadosos e, quando possível, avaliação social e psicológica. Pode trocar suas impressões com outros colegas, mas não transferir para outro profissional a sua responsabilidade de fazê-lo. A notificação não é uma ação policial, mas objetiva desencadear uma atuação de proteção à criança e de suporte à família.
Nesta mesma linha, recomenda-se que sejam registrados em prontuário os dados de anamnese e dos exames físico e complementar, pois o sistema judiciário poderá solicitá-los à unidade de saúde 
Como eu procedo com a família? Devo avisá-la de que estarei notificando? 
Uma vez que você vai notificar ao Conselho Tutelar, estará rompendo a confidencialidade da situação. Contudo, o Conselho Tutelar tem a obrigação de continuar a garantir esta confidencialidade. 
É eticamente aconselhável que você converse com a família, explicando bem que ela vai se beneficiar de ajuda competente. Desta forma, mantém-se uma atitude de solidariedade e cooperação, pois a família precisará de amparo e de reorganização de vínculos durante o processo de atendimento. É importante orientar a família quanto ao seu papel de proteção, explicando as graves consequências da violência para o crescimento e o desenvolvimento da criança.
Os profissionais de saúde devem, mas não são obrigados a comunicar aos pais que uma denúncia está sendo feita de acordo com a leie que eles possivelmente serão contatados, entrevistados e provavelmente visitados em casa. Dependendo das circunstâncias, as autoridades policiais locais também podem ser notificadas
A denúncia imediata também é obrigatória para todas as pessoas cujo trabalho coloca crianças e jovens com menos de 18 anos sob os seus cuidados. Tais pessoas incluem professores, profissionais envolvidos na assistência a crianças, prestadores de serviços de adoção temporária, membros da polícia e profissionais do direito. Todas as outras pessoas que saibam ou suspeitem de negligência ou abuso são incentivadas a denunciar o fato, mas não são obrigadas por lei a fazê-lo
O que eu faço quando o agressor é alguém do meio familiar da criança ou do adolescente? Geralmente, o agressor é alguém muito próximo da criança/adolescente (mãe, pai, padrasto, entre outros familiares). A orientação educativa é fundamental nessas situações, evitando julgamentos e atribuições de culpa. Esse agressor também precisará ser alvo de atenção e ajuda.
Como fazer a notificação? 
Alguns estados e municípios já têm uma ficha padronizada “Ficha de Notificação/Investigação Individual: Violência Doméstica, Sexual e/ ou Outras Violências Interpessoais” para fazer essa notificação. Nos casos em que não esteja disponível, sugere-se que o profissional faça um relatório o mais completo possível, que pode ser feito por telefone, mas o ideal é que seja por escrito 
Esse relatório deverá ser encaminhado então ao Conselho Tutelar da sua localidade. Se, porventura, não existir um conselho tutelar na região, encaminhar o caso para a Vara da Infância e da Juventude ou para o Ministério Público ou, ainda, para o órgão ou a autoridade competente
Uma boa descrição da situação evitará: que o Conselho precise solicitar a você que complemente as informações e previne que pergunte-se à criança ou ao adolescente e à sua família várias vezes sobre os maus-tratos, aumentando seu sofrimento. A notificação ao Conselho Tutelar não exclui a possibilidade de encaminhar a família, paralelamente, para serviços de apoio existentes, complementando a rede de suporte.
Arquivar uma via da ficha no serviço ou na unidade de saúde que realizou a notificação ou que seja responsável pelo registro do caso.
Fonte: Caderno 33 da Atenção Básica (Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento) 
Manual AIDPICriança (Ação Integrada às Doenças Prevalentes na Infância) 2017
A Atenção Básica assume um papel importante para a atenção integral à saúde das crianças e de suas famílias. Para tanto, foi criada a linha de cuidado é uma estratégia para a ação, um caminho a ser percorrido para o alcance da atenção integral, uma vez que cria a sinergia entre os profissionais envolvidos e fortalece a responsabilização dos serviços numa cadeia de produção do cuidado em todos os espaços da atenção e de proteção.
 Segurança imediata da criança
 Os casos relatados de abuso infantil passam por triagem para determinar se é necessária uma investigação mais profunda. As denúncias de casos que exigem mais investigação são investigadas por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, que determinam os fatos e fazem recomendações. Os representantes da delegacia podem recomendar serviços de assistência social (para a criança e os membros da família) hospitalização temporária para proteção, acomodação temporária com parentes ou em lares de acolhimento temporários. Médicos e assistentes sociais ajudam os agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente a decidir o que fazer com base nas necessidades médicas imediatas da criança, na gravidade das lesões e na probabilidade de elas continuarem a sofrer negligência ou abuso.
Seguimento do caso na rede de cuidado e de proteção social
A criança deve ser encaminhada e acompanhada para um serviço especializado que seja identificado com a referência, no território nacional, independentemente do nível de atenção, mesmo depois da notificação, pois as funções dos conselhos não substituem as da equipe de saúde no acompanhamento terapêutico de cada caso.
É fundamental que a equipe de saúde que identificou o caso mantenha o vínculo e o acompanhamento da criança e de sua família, monitorando o atendimento pelo serviço especializado, quando for o caso, acolhendo e oportunizando espaço para que tanto a criança quanto a família possam expressar seus sentimentos frequentes (culpa, vergonha, impotência, confusão, ambivalência, tristeza, medo, insegurança e desamparo). É importante também que a equipe esteja alerta para novas situações de risco e novos episódios de violência e garanta à criança e à família o acompanhamento de saúde e a oferta de ações de promoção e proteção. O acompanhamento da criança e da família pela equipe de saúde e pelo serviço de atenção básica ou especializado pode ser determinante para a sua adesão ao tratamento.
Cuidados de acompanhamento: uma equipe de médicos, outros profissionais de saúde e assistentes sociais tentam lidar com as causas e os efeitos da negligência e do abuso. Esta equipe trabalha com o sistema legal para coordenar a assistência à criança. A equipe ajuda os familiares a compreender as necessidades da criança e os ajuda a acessar recursos locais. Uma criança cujos pais não podem pagar por serviços de saúde, por exemplo, pode se qualificar para receber assistência médica pública. Outros programas comunitários e governamentais podem proporcionar assistência com alimentos e abrigo. Os pais com problemas de abuso de substâncias ou de saúde mental podem ser encaminhados a programas de tratamento apropriados. Programas de aconselhamento e grupos de apoio para pais estão disponíveis em algumas áreas. Pode ser necessário que um assistente social, um defensor da vítima ou ambos mantenham contato periódico ou contínuo com a família.
Remoção do lar: objetivo essencial da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente é fazer com que a criança retorne a um ambiente familiar seguro e saudável. Dependendo da natureza do abuso e de outros fatores, as crianças podem ir para casa com seus parentes ou podem ser retiradas de casa e colocadas com parentes ou em ambientes de acolhimento, em situações em que os cuidadores têm a capacidade de proteger a criança de sofrer mais abuso. Esta situação é frequentemente temporária, até que se possa obter moradia ou emprego para os pais, por exemplo, ou até se estabelecer um regime de visitas residenciais regulares por um assistente social. Infelizmente, é comum a recorrência de negligência e/ou abuso. Em casos graves de negligência ou abuso, pode ser cogitada a suspensão de longo prazo ou a perda do poder familiar. Nesses casos, a criança permanece em um ambiente de acolhimento até ser adotada ou se tornar adulta.
Os responsáveis estão conscientes da violência?
Se a resposta é SIM, explicar-lhes que compete ao profissional de saúde realizar a notificação mediante o preenchimento da ficha e da comunicação imediata ao Conselho Tutelar (CT) para que o mesmo possa adotar as medidas necessárias à proteção da criança e da família, em situações específicas.
Informar que a notificação e a comunicação ao CT, em caso de suspeita ou confirmação de violência, é um direito da criança definido por lei (Estatuto da Criança e do Adolescente), assim como os serviços de saúde, a assistência social e as instituições que podem oferecer apoio.
Se a resposta é NÃO, o primeiro passo é ajudá-los a reconhecer que a violência causa muitos danos; depois, deve-se explicar sobre os procedimentos e a importância da notificação.
É importante que os pais/responsáveis saibam que têm o direito e a obrigação de educar as crianças, porém devem evitar qualquer forma de castigo (físico ou emocional). Pode ser necessário que a equipe de saúde identifique outro membro da família que possa proteger a criança, caso verifique a inadequação dos acompanhantes presentes.
Prevenção
A melhor maneira de evitar o abuso infantil e a negligência é interrompê-los antes de eles começarem. Programas que oferecem apoio paraos pais e ensinam boas práticas para criação de filhos são muito importantes e necessários. Os pais podem aprender como se comunicar de maneira positiva, disciplinar adequadamente e responder às necessidades físicas e emocionais de seus filhos. Os programas que ajudam a prevenir o abuso e a negligência infantis também ajudam a melhorar os relacionamentos entre pais e filhos e oferecem apoio social aos pais.
Estes programas de apoio para pais podem ser realizados na residência dos pais, em escolas, em clínicas médicas ou de saúde mental ou em outros ambientes da comunidade. Os programas podem incluir sessões individuais ou em grupo
Se os pais recusam o apoio ou se a situação é grave deve ser comunicada à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco da área, ou se esta não existir, ao Centro Regional de Segurança Social ou ao Tribunal de Menores. Em caso de dúvida quanto á melhor forma de proceder, poderá contactar uma das linhas telefónicas que, a nível nacional, dão informações e fazem encaminhamento de crianças em situação de risco
Denúncia 
Qualquer pessoa vítima ou testemunha que necessite de orientação anônima pode utilizar o serviço de “disque-denúncia” no âmbito local ou discar 100 (Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes), que é um serviço válido para todo o território nacional e pode ser feito como uma simples ligação local, sem a necessidade de interurbano. O Disque-100 recebe denúncias de violação de direitos humanos de crianças e adolescentes, além de prestar orientações sobre os serviços e as redes de atendimento, defesa e proteção existentes nos estados e municípios brasileiros.
Tratamento
Todas as lesões e distúrbios físicos são tratados. Algumas crianças são hospitalizadas para tratamento de lesões, desnutrição grave ou outros distúrbios. Algumas lesões graves exigem cirurgia. Geralmente, os bebês que sofreram traumatismo craniano por abuso são internados no hospital. Bebês com boa saúde são, às vezes, hospitalizados para protegê-los contra abuso adicional até que um local seguro consiga ser encontrado. O abuso físico, principalmente o traumatismo craniano, pode ter efeitos duradoiros sobre o desenvolvimento.
Algumas crianças que sofreram abusos sexuais recebem medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, incluindo ocasionalmente infecção pelo HIV. As crianças em que há suspeita de estarem sofrendo abuso precisam de assistência imediata. As crianças que sofrem abusos sexuais, mesmo aquelas que de início parecem não estar afetadas, são encaminhadas a um profissional de saúde mental, já que problemas de longa duração são comuns. Aconselhamento psicológico de longo prazo é, com frequência, necessário. Os médicos encaminham crianças que sofreram outros tipos de abuso para aconselhamento caso problemas emocionais ou comportamentais se desenvolvam
6. Caracterizar as etapas do DNPM normal (por trimestre) até o 2º ano de vida, reconhecendo seus principais marcos (de acordo com o Ministério da Saúde)
FONTE: Caderno de Atenção Básica de Saúde da Criança, acompanhamento e desenvolvimento infantil
Caderno Atenção à Saúde da criança primeiro ano de vida, Paraná
Caderno Atenção à Saúde da criança – Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil 
Aspectos neurológicos 
Do ponto de vista biológico, o desenvolvimento neurológico inicia-se desde a concepção. As interações do indivíduo com o seu meio ambiente modelam, ao longo de sua vida (incluindo a intrauterina), tanto a estrutura como o funcionamento do seu sistema nervoso central (SNC) o qual, por sua vez, cresce e se desenvolve com grande velocidade, nos primeiros anos de vida. 
O período de rápida multiplicação celular de um tecido ou órgão é chamado de período crítico e, no organismo, varia de um órgão para outro. No caso do SNC, a maioria das suas células é adquirida até os seis meses de vida extrauterina. Como consequência, o SNC é muito vulnerável durante a gestação, o parto, o período pré-natal e os primeiros anos de vida. Aos 2 anos, o tamanho da cabeça da criança é praticamente o mesmo que terá na idade adulta.
Do ponto de vista clínico, qualquer evento ambiental nocivo, que ocorra na vida fetal (infecções congênitas, fumo, drogas, etc.), durante o parto (anóxia, hemorragias maternas, etc.) e nos primeiros anos de vida (infecções, desnutrição, etc.), podem lesar o SNC. Mas é preciso lembrar que esse é um período de grande plasticidade cerebral, sendo o cérebro capaz de realizar novas funções, transformando de maneira duradoura e sob pressão do meio ambiente, seja os elementos que o compõem, seja a rede de conexões que os une. Quanto mais jovem o indivíduo, mais plástico é o seu cérebro, embora também se saiba que essa plasticidade se conserva em certo grau durante toda a vida, mesmo que na idade adulta seja menor do que na infância.
Do ponto de vista da maturação, o desenvolvimento neurológico não acontece de maneira arbitrária, mas de acordo com um plano contido no potencial genético, através de etapas previsíveis e pré-determinadas, no sentido céfalo-caudal e do centro para a periferia.
Em que o processo de mielinização é decisivo para que o desenvolvimento neuropsicomotor ocorra normalmente e que ocorre de modo sincronizado, em uma sequência ordenada, em fibras de sistemas 
funcionalmente relacionados. Sendo que o RN não tem o seu sistema nervoso completamente desenvolvido. As fibras nervosas ainda não podem exercer plenamente sua função, que é a de transmissão do impulso nervoso. Para que isso ocorra, deverão ser envolvidas pela bainha de mielina, o que permitirá uma condução do impulso a uma alta velocidade, importante para o seu adequado desempenho funcional.
No tronco encefálico, a mielinização tem início, antes do nascimento, em sistemas envolvidos com impulsos de origem vestibular e acústica. Já as vias visuais e auditivas, por exemplo, têm iniciado o processo de mielinização de suas fibras no quinto mês de vida intrauterina e, segundo alguns autores, concluído entre os 15 e 20 anos de idade. 
Passaremos a considerar dois sistemas descendentes, de grande importância para as manifestações motoras, principalmente aquelas dos prematuros a partir do sétimo mês e dos nascidos a termo durante os primeiros três meses de vida. 
· Um é o sistema subcorticoespinhal, com fibras de origem subcortical que têm sua mielinização completada entre o 6º e o 8º mês intrauterino. O processo de maturação dessas fibras é o responsável por uma onda ascendente de aumento do tônus flexor dos membros e reações posturais, extensoras do tronco. 
· O outro é o sistema corticoespinhal: fibras com origem no córtex cerebral, cuja mielinização tem o seu início no 8º do período fetal. Continua-se, então, muito lentamente, podendo estar praticamente concluído esse processo por volta dos 12 anos de idade. A partir do tronco encefálico (ponte) progride tanto superiormente, em direção ao córtex cerebral, quanto inferiormente, para a medula espinhal. 
Estímulos ambientais que "solicitem" o funcionamento de determinadas vias irão acelerar a mielinização. Assim, crianças prematuras, quando completam a idade correspondente ao final da gestação apresentam-se mais desenvolvidas, por exemplo, do ponto de vista de coordenação motora, do que as crianças a termo. A maior parte das fibras nervosas tem a sua mielinização completada antes do segundo ano de vida. 
Durante os primeiros 15 meses, observamos uma fantástica evolução no desenvolvimento psicomotor. O recém-nascido encontra-se em uma fase em que o córtex cerebral está longe da plenitude do seu funcionamento (fase subcortical ou cortical inicial). No entanto, é capaz de aprendizado e de formar reflexos condicionados que constituem a base da evolução psicomotora. Colocado em decúbito dorsal, o RN assim permanece passivamente. O sistema corticoespinhal gradualmente assume o controle. Assim, no decorrer do primeiro ano de vida, vai conseguir sustentar completamente sua cabeça, irá sentar-se, a princípio com e depois sem apoio,e engatinhará. Antes de completar o 15° mês, estará andando e, provavelmente, começando a comunicar-se por meio da fala.
A lenta maturação dessa via explica o desenvolvimento relativamente tardio, apenas na adolescência, de certas habilidades manuais. O desenvolvimento das funções neuromotoras no período do oitavo mês intrauterino até o segundo mês pós-natal explica os sinais clinicamente detectáveis da mudança do controle motor dos centros subcorticais para os centros corticais. 
Quando há uma lesão cerebral perinatal ,frequentemente ela se localiza nos hemisférios cerebrais, envolvendo o córtex cerebral e os tratos corticoespinhais. Essas lesões podem ser expressas como déficits do neurônio motor superior ou como desarmonia entre os dois sistemas motores ou como uma verdadeira supremacia do sistema subcortical. De grande importância para que o processo de mielinização ocorra de maneira adequada é a interação do bebê com o meio .
Desenvolvimento neuropsicomotor
Ao acompanharmos o processo de evolução da criança, devemos ter em mente que há manifestações presentes apenas durante algum tempo : são normais somente durante aquele período, desaparecendo e, eventualmente, retardando em condições patológicas (o reflexo cutâneo plantar em extensão, por exemplo; como sinal patológico: sinal de Babinski). 
Há outras atividades, automáticas ao nascimento (sucção, marcha automática e outras), que serão inibidas, desaparecerão e ressurgirão como atividades mais complexas, voluntárias ou automatizadas em níveis superiores. Reaparecerão aperfeiçoadas, enriquecidas por elementos afetivos e intelectuais. 
Finalmente, há as manifestações ditas permanentes, com as quais a criança nasce e que não se modificam com a evolução. Neste ponto, é importante salientarmos que, ao avaliarmos as habilidades já conquistadas pela criança, devemos nos preocupar com a sequência de aparecimento dessas habilidades. Assim, no caso de incapacidade para realizar uma determinada atividade, é possível que ela nunca tenha atingido tal etapa, mas também é possível que ela tenha regredido a uma etapa anterior do desenvolvimento.
Fonte: Pediatria Ambulatorial, Sociedade Brasileira de Pediatria.
Até o final do 3º mês de vida: O bebê sorri. Sustenta a cabeça. Descobre as mãos e brinca com elas, gosta de levá-las à boca. Fixa e acompanha com os olhos o objeto que lhe interessa. Vira a cabeça para o som. 
Dos 3 aos 6 meses: Busca objetos com as mãos e tenta segurá-los, leva-os à boca, passa-os de uma mão à outra. Vira-se sozinho. Rola na cama. Senta com apoio. Descobre os pés, brinca com eles e leva-os à boca. Acompanha os objetos com os olhos. Localiza o som. A vocalização nos primeiros 6 meses de idade não significa que a criança escuta. Este período assinala o início da fase cortical do desenvolvimento, ausência de memória dos reflexos primários, com mudança significativa do tônus muscular. A criança sente prazer em emitir e ouvir seu próprio som. 
Dos 6 aos 9 meses: Senta sem apoio. Usa os braços e as mãos para se equilibrar. Passa um objeto de uma mão à outra. Expressa suas emoções. Brinca de esconde-achou. Reconhece o rosto da mãe entre os demais e pode reagir à sua ausência com angústia. Gosta de ficar com quem conhece e pode estranhar as pessoas. 
Dos 9 aos 12 meses: Balbucia monossílabos e inibe-se com o “não”. Levanta-se e consegue ficar de pé com apoio, posteriormente, já fica em pé sozinho. Pode engatinhar e tentar dar os primeiros passos. Acompanha com os olhos objetos em qualquer postura. Localiza o som, em qualquer direção. Adquire desde os 9 meses a preensão tipo pinça: segura objetos com os 3 dedos, usando polegar. 
Dos 12 aos 36 meses: As experiências sociais adquiridas, controle dos esfíncteres, andar e falar propiciam maior autonomia.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf - Anexo 1 e 2
FONTE: Semiologia Porto
*Desenvolvimento – Perguntas para rápida avaliação 
1 mês: Quando de bruços é capaz de erguer a cabeça? Fixa o rosto da mãe, quando ela lhe fala? 
2 meses: Sorriso social? 
3 meses: Acompanha com o olhar, um objeto em movimento? Mantém as mãos abertas a maior parte do tempo? 
4 meses: Segura um chocalho? Ri alto? Senta quando apoiada nas costas?
5 meses: É capaz de se virar? (cuidado!). Alcança e segura objetos? 
6 meses :Senta com apoio e os braços esticados para a frente e para baixo? 
7 meses: Senta sem apoio? Transfere objetos de uma mão para outra? Balbucia? 
8 meses :Estranha pessoas? Participa do jogo (“esconde-achou”?) 
9 meses: (avaliar com atenção o desenvolvimento atingido até esta fase) – Mantém-se de pé apoiado nos móveis? Engatinha? (não obrigatório). Pega em pinça polegar-indicador? (cuidado com objetos pequenos). Fala ma-ma, da-da? Ansiedade de separação dos pais? Recupera um objeto escondido por um lenço? 
11 meses – Anda apoiado pelas duas mãos ou apoiado nos móveis? 
12 meses – Anda segura por uma das mãos? Localiza sons produzidos abaixo e acima da cabeça? Obedece comando dado junto com um gesto (“me dá”)? Olha para um objeto que cai ou foi escondido? 
Observação – nas crianças que tem desenvolvimento em “câmara lenta” é importante que esse desenvolvimento seja progressivo, na sequência certa e que cada etapa atingida seja de boa qualidade. 
Sinais de alerta no fim do 1º trimestre
• Ausência de sorriso social
• Olhar vago, pouco interessado
• O menor ruído provoca grande sobressalto
• Nenhuma reação a ruídos fortes (surdez)
• Mãos persistentemente fechadas
Sinais de alarme no fim do 2º trimestre
• Não vira a cabeça para localizar sons (4 meses)
• Hipertonia (rigidez) dos membros inferiores
• Hipotonia do eixo do corpo: controle deficiente da cabeça
• Criança exageradamente lenta e sem interesse
• Movimentos bruscos do tipo “descarga motora”
• Não dá risada • Falta de reação aos sons (surdez?)
Sinais de alarme aos 9 meses. Obrigatório tomar providência
• Não senta sem apoio (hipotonia do tronco)
• Pernas duras, “em tesoura” (espasticidade)
• Pernas moles em “posição de rã” (hipotonia)
• Mãos persistentemente fechadas
• Não tem preensão em pinça
• Incapacidade de localizar um som (surdez?)
• Ausência de balbucio (distúrbio articulatório?)
• Sorriso social pobre
• Não têm interesse no jogo “esconde-achou”
Sinais de alarme no 1º aniversário
• Ausência de sinergia pés-mãos (colocada em pé com apoio não procura ajudar com as mãos)
• Criança parada ou mumificada
• Movimentos anormais
• Psiquicamente inerte ou irritada, sorriso social pobre
• Não fala sílabas; cessação do balbucio (surdez?)
Sinais de alarme no 2º Ano
Desenvolvimento 15 meses: É capaz de andar sozinha? Consegue comunicar seus desejos apontando e emitindo sons? É capaz de construir uma torre de 3 blocos? Fala 3 palavras?
24 meses – É capaz de correr? Consegue subir e descer escadas segurando-se no corrimão? É capaz de se expressar com frase de 2 palavras?
Fonte: Ministério da Saúde – Caderno de Atenção Básica

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