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Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica Graduação em Engenharia Mecânica Disciplina: Química dos Materiais Tomo III: Metalurgia Extrativa e Siderurgia – Produção do Aço Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos Conteúdo a ser abordado 1 Produção do aço Processo de produção do aço Fabricação do aço Ano: 2017 Fonte: Instituto Aço Brasil ../Preliminar_Agosto_2019_996798864.pdf Materiais Metálicos Não Ferrosos Ligas Leves Ligas Cu Ligas Ni Inconel Hastalloy Ferrosos Ligas Fe-C Ferros FundidosAços Sem Liga Baixa Liga HSLA Ligados Outras Fe Fabricação do aço Fabricação do aço Local destinado à produção do aço: aciaria Objetivo: reduzir, de forma controlada, a concentração dos diversos elementos que compõem o ferro gusa. Como alcançar o objetivo? Utilizando-se agentes oxidantes, os quais podem ser de natureza: 1. Gasosa (exemplo: ar e oxigênio) 2. Sólida (exemplo: minérios na forma de óxidos) Processos para a produção do aço 1. Processos pneumáticos 2. Processos Siemens-Martin; 3. Processos Elétricos; 4. Processos Duplex; 5. Etc. agentes oxidantes são substâncias sólidas contendo óxidos agente oxidante é ar ou oxigênio Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Cerca de 1m 1. Conversor Bessemer Processos Pneumáticos Conversor Bessemer • Este forno não precisa de combustível; • Há a combinação do oxigênio com o ferro, formando o óxido de ferro que, por sua vez, se combina com o silício, o manganês e o carbono, eliminando as impurezas sob a forma de escória e gás carbônico. Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Comparativo dos percentuais dos elementos químicos antes e depois das operações no conversor Bessemer Elementos Ferro Gusa Aço Carbono 4,0 – 4,5% Inferior a 0,10% Manganês 0,40 – 0,70% Inferior a 0,50% Silício 1,10 – 1,50% 0,02 - 0,1% Fósforo 0,090% máximo 0,080% Enxofre 0,030% máximo 0,025% Fabricação do aço – Processos Pneumáticos 2. Conversor Thomas • Semelhante ao Bessemer; • Diferença: revestimento refratário básico (feito à base de dolomita ou magnesita); oResiste ao ataque da escória à base de cal; oPermite trabalhar com gusa com alto teor de fósforo. • Desvatagens: o gusa deve ter baixo teor de silício, pois o revestimento interno é atacado por tal elemento. Além disso, não elimina o enxofre do gusa. Fabricação do aço – Processos Pneumáticos 3. Conversor de sopro pelo topo – Conversor L-D ou BOP • Um dos métodos mais utilizados na produção de aço líquido mundial; • Capacidade superior a 100 toneladas de carga; • Sopragem por meio da lança; Fabricação do aço – Processos Pneumáticos 3. Conversor de sopro pelo topo – Conversor L-D ou BOP ✓ Oxigênio puro é soprado sob pressão na superfície do gusa líquido; ✓ Temperaturas mais elevadas, provocando reação violenta e imediata além de enérgica agitação do banho, facilitando e acelerando as reações de oxidação. ✓ Pouca contaminação por nitrogênio devido ao uso de oxigênio puro. Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Descrição Conversor Seu formato permite colocá-lo na posição horizontal, para a carga do gusa e descarga do aço. Não utiliza combustível e seu revestimento refratário é de sílica. A injeção de oxigênio sob pressão, no gusa líquido, é feita pela parte de cima do conversor, por meio de uma lança metálica. A contaminação do aço, por nitrogênio, é muito pequena. O revestimento refratário é feito com material básico que resiste ao ataque da escória à base de cal e ainda permite trabalhar com gusa com alto teor de fósforo. Na zona de impacto do oxigênio com o gusa, a temperatura chega a atingir entre 2.500°C e 3.000°C. Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Descrição Conversor Seu formato permite colocá-lo na posição horizontal, para a carga do gusa e descarga do aço. Não utiliza combustível e seu revestimento refratário é de sílica. Bessemer A injeção de oxigênio sob pressão, no gusa líquido, é feita pela parte de cima do conversor, por meio de uma lança metálica. A contaminação do aço, por nitrogênio, é muito pequena. O revestimento refratário é feito com material básico que resiste ao ataque da escória à base de cal e ainda permite trabalhar com gusa com alto teor de fósforo. Na zona de impacto do oxigênio com o gusa, a temperatura chega a atingir entre 2.500°C e 3.000°C. Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Descrição Conversor Seu formato permite colocá-lo na posição horizontal, para a carga do gusa e descarga do aço. Não utiliza combustível e seu revestimento refratário é de sílica. Bessemer A injeção de oxigênio sob pressão, no gusa líquido, é feita pela parte de cima do conversor, por meio de uma lança metálica. A contaminação do aço, por nitrogênio, é muito pequena. LD ou BOP O revestimento refratário é feito com material básico que resiste ao ataque da escória à base de cal e ainda permite trabalhar com gusa com alto teor de fósforo. Na zona de impacto do oxigênio com o gusa, a temperatura chega a atingir entre 2.500°C e 3.000°C. Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Descrição Conversor Seu formato permite colocá-lo na posição horizontal, para a carga do gusa e descarga do aço. Não utiliza combustível e seu revestimento refratário é de sílica. Bessemer A injeção de oxigênio sob pressão, no gusa líquido, é feita pela parte de cima do conversor, por meio de uma lança metálica. A contaminação do aço, por nitrogênio, é muito pequena. LD ou BOP O revestimento refratário é feito com material básico que resiste ao ataque da escória à base de cal e ainda permite trabalhar com gusa com alto teor de fósforo. Thomas Na zona de impacto do oxigênio com o gusa, a temperatura chega a atingir entre 2.500°C e 3.000°C. Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Descrição Conversor Seu formato permite colocá-lo na posição horizontal, para a carga do gusa e descarga do aço. Não utiliza combustível e seu revestimento refratário é de sílica. Bessemer A injeção de oxigênio sob pressão, no gusa líquido, é feita pela parte de cima do conversor, por meio de uma lança metálica. A contaminação do aço, por nitrogênio, é muito pequena. LD ou BOP O revestimento refratário é feito com material básico que resiste ao ataque da escória à base de cal e ainda permite trabalhar com gusa com alto teor de fósforo. Thomas Na zona de impacto do oxigênio com o gusa, a temperatura chega a atingir entre 2.500°C e 3.000°C. LD ou BOP Fabricação do aço – Processos Pneumáticos Vantagens na utilização de conversores Desvantagens na utilização de conversores Alta capacidade de produção Impossibilidade de trabalhar com sucata Dimensões relativamente pequenas Perda de metal por queima Simplicidade de operação Dificuldade de controle do processo com respeito à quantidade de Carbono Altas temperaturas geradas pelo calor que desprende no processo de oxidação dos elementos que constituem a carga de gusa líquido, e não pela queima de combustível Presença de considerável quantidade de óxido de ferro e de gases, que devem ser removidos durante o vazamento Fabricação do aço – Siemens-Martin • Processo inventado visando a utilização de combustíveis como óleos e gás, ao invés de aquecimento elétrico como é nos outros fornos utilizados em aciarias; • Estes fornos são carregados com: 1.Ferro gusa líquido vindo dos altos-fornos ou da redução direta do minério de ferro; 2.Sucata de ferro (40-60%); 3.Aditivos (fundentes). • A oxidação das impurezas não se dá através do oxigênio injetado, e sim pela redução dos óxidos de ferro das sucatas sob altas temperaturas que liberam oxigênio capaz de oxidar tais impurezas; Fabricação do aço – Siemens-Martin • A grande dificuldade deste forno é o tempo utilizado para o processo (8 a 16 horas), muito superior a dos Conversores LD ou Fornos a Arco (cerca de 15 minutos), e a necessidade de utilização de muita sucata; • Sua capacidade pode chegar a 600 toneladas; • Utiliza regeneradores para aumentara eficiência térmica do processo por meio do pré-aquecimento da mistura de gás e ar. Fabricação do aço – Fornos elétricos • Podem operar com até 100% de sucata; • Ocorre a fusão do gusa e da sucata, sob condições controladas de temperatura e de oxidação do metal líquido; • É um processo que permite, também, a adição de elementos de liga que melhoram as propriedades do aço e lhe dão características excepcionais. Fabricação do aço – Fornos elétricos • Revestimento com materiais refratários de natureza ácida ou básica; 1. Oxidação das impurezas e do carbono; • Óxido contido na própria sucata; • Oxigênio livre e gases de atmosfera do forno; • Oxigênio proveniente de calcinação do calcáreo; • Óxido de elementos de ligas adicionados; • Oxigênio injetado no banho. Fabricação do aço – Fornos elétricos 1. Oxidação das impurezas e do carbono; • Praticamente elimina C, Si, Mn e P; • Elevadas temperaturas permitem a subida de inclusões não metálicas que são arrastadas por gases; • O forno é, então, desligado e basculado para que seja removida a escória oxidante. Fabricação do aço – Fornos elétricos 1. Oxidação das impurezas e do carbono; 2. Desoxidação - retirada dos óxidos com a ajuda de agentes desoxidantes; • Desoxidar o banho; • Acertar a composição com a adição de C, Si e Mn; • Aquecer o banho à temperatura de vazamento. 3. Dessulfuração – retirada do enxofre. É um processo que permite o controle preciso das quantidades de carbono presentes no aço. Fabricação do aço – Fornos elétricos Forno elétrico por indução • Para a produção do aço, liga-se o forno, e os pedaços de sucata vão sendo colocados dentro do forno, à medida que a carga vai sendo fundida. • Depois que a fusão se completa e que a temperatura desejada é atingida, adiciona-se cálcio, silício ou alumínio, que têm a função de retirar os óxidos do metal. Fabricação do aço – Fornos elétricos Vantagens na utilização de fornos elétricos Desvantagens na utilização de fornos elétricos Temperaturas mais altas Custo operacional Controle mais rigoroso da composição química do aço Baixa capacidade de produção dos fornos Melhor aproveitamento térmico Ausência de problemas de combustão, por não existir chama oxidante Processamento de sucata Fabricação do aço Assertiva Verdadeiro ou Falso? O gusa é a única matéria-prima utilizada na fabricação do aço. É nos fornos elétricos que ocorre a transformação de 100% de sucata em ferro. Nos fornos elétricos, é impossível controlar a temperatura para a fusão do gusa e da sucata. O processo de transformação da sucata em aço permite, também, a adição de elementos de liga que melhoram as propriedades do aço. Fabricação do aço Assertiva Verdadeiro ou Falso? O gusa é a única matéria-prima utilizada na fabricação do aço. Falso É nos fornos elétricos que ocorre a transformação de 100% de sucata em ferro. Nos fornos elétricos, é impossível controlar a temperatura para a fusão do gusa e da sucata. O processo de transformação da sucata em aço permite, também, a adição de elementos de liga que melhoram as propriedades do aço. Fabricação do aço Assertiva Verdadeiro ou Falso? O gusa é a única matéria-prima utilizada na fabricação do aço. Falso É nos fornos elétricos que ocorre a transformação de 100% de sucata em ferro. Verdadeiro Nos fornos elétricos, é impossível controlar a temperatura para a fusão do gusa e da sucata. O processo de transformação da sucata em aço permite, também, a adição de elementos de liga que melhoram as propriedades do aço. Fabricação do aço Assertiva Verdadeiro ou Falso? O gusa é a única matéria-prima utilizada na fabricação do aço. Falso É nos fornos elétricos que ocorre a transformação de 100% de sucata em ferro. Verdadeiro Nos fornos elétricos, é impossível controlar a temperatura para a fusão do gusa e da sucata. Falso O processo de transformação da sucata em aço permite, também, a adição de elementos de liga que melhoram as propriedades do aço. Fabricação do aço Assertiva Verdadeiro ou Falso? O gusa é a única matéria-prima utilizada na fabricação do aço. Falso É nos fornos elétricos que ocorre a transformação de 100% de sucata em ferro. Verdadeiro Nos fornos elétricos, é impossível controlar a temperatura para a fusão do gusa e da sucata. Falso O processo de transformação da sucata em aço permite, também, a adição de elementos de liga que melhoram as propriedades do aço. Verdadeiro Fabricação do aço – Metalurgia Secundária • O tratamento do aço na panela é uma prática comum nas aciarias; • Esta operação permite homogeneizar o calor, ajustar composição química final e ajustar a temperatura do aço; • A maneira mais simples de tratar os aços na panela consiste em adicionar desoxidantes, dessulfurantes, formadores de escória e pequenas quantidades de elementos de liga. Fabricação do aço – Refino Secundário • Desoxidação - remoção do oxigênio; • Dessulfuração - remoção do enxofre; • Desgaseificação - remoção de hidrogênio e nitrogênio; • Desfosforação - remoção de fósforo. Fabricação do aço – Refino Secundário • Desoxidação - remoção do oxigênio; ➢Adição de Al, Si e Mn; ➢Objetivo: Aumentar a temperatura (reação exotérmica) e promover desoxidação do banho; ➢Agitação por borbulhamento de argônio ou por meio eletromagnético para melhorar a transferência de calor no interior da panela, elimina as inclusões de alumina e os gases hidrogênio e nitrogênio. Fabricação do aço – Refino Secundário • Desoxidação - remoção do oxigênio; • Dessulfuração - remoção do enxofre; 3 CaO + 2 Al + 3S → 3 CaS + Al2O3 ➢ Enxofre é fixado na escória como CaS. Fabricação do aço – Refino Secundário • Desoxidação - remoção do oxigênio; • Dessulfuração - remoção do enxofre; • Desgaseificação - remoção de hidrogênio e nitrogênio; ➢ O aço líquido é remetido a uma câmara de vácuo, onde uma considerável queda de pressão faz com que este se desintegre em partes minúsculas; ➢ Este aumento na área de superfície permite uma melhor desgasificação do aço fundido. 2H → H2 (gás) 2N → N2 (gás) – 70% do hidrogênio pode ser removido – 25% do nitrogênio pode ser removido Fabricação do aço – Refino Secundário • Desoxidação - remoção do oxigênio; • Dessulfuração - remoção do enxofre; • Desgaseificação - remoção de hidrogênio e nitrogênio; • Desfosforação - remoção de fósforo. 2P + 5 FeO→ P2O5 + 5Fe ➢ Escória contendo 35 a 40% de CaO para fixação do P2O5; e ➢ Forte agitação. Fabricação do aço – lingotamento • Transforma o aço líquido em formas sólidas de aço; • Lingotamento contínuo e lingotamento convencional. Lingotamento convencional • Forma mais antiga; • O aço líquido é vazado em formas fechadas de ferro fundido chamadas de lingoteiras; • O produto é chamado de lingote; • Menor produtividade; • Menor padronização. Fabricação do aço – lingotamento • O lingotamento contínuo transforma o aço líquido em formas sólidas de aço por meio da solidificação em moldes abertos; • Antes de chegar ao molde, o aço passa pelo distribuidor, que irá controlar a vazão, a temperatura e a composição química; • O aço é moldado e solidificado de maneira progressiva da superfície para o núcleo do veio; • A forma é cortada em comprimentos pré-definidos em função da faixa de peso dos produtos finais; • O produtos podem ser blocos, tarugos ou placas; • Esses produtos poderão ser laminados para barras, chapas ou fios máquina. Fabricação do aço – lingotamento contínuo ../016_o_segredo_das_coisas.mp4 Referências Bibliográficas Referências bibliográficas básicas 1. FILHO, Maurício Prates de Campos. Introdução à Metalurgia Extrativa e Siderurgia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; Campinas: Fundação de Desenvolvimento da UNICAMP, 1981. 2. CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia Mecânica – v.3 Materiais de Construção Mecânica. 2ª ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1986. 3. Seminário apresentado por Mathews Lima dos Santos na Disciplina Química dos Materiais, lecionada pelo Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos,no Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Campina Grande. 4. Callister Jr., W. D., Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2002. 5. CALLISTER, WILLIAM D.; RETHWISCH, DAVID G. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2016. 6. Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia – PUC, Rio 7. Chiaverini, V., Tecnologia Mecânica vol. I, vol. II e vol. III, Ed. Makron Books do Brasil Ltda, 1986. 8. Luiz Antônio Araújo - Siderurgia - Editorial Lema Ltda, 1967. Referências