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TRABALHO E SOCIABILIDADE 
APRESENTAÇÃO 
 
Professor Esp. Anderson de Castro Moura 
 
● Mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência da Inovação Tecnológica 
(Universidade Estadual de Maringá - UEM) 
● Graduando em Ciências Econômicas (Universidade Estadual de Maringá - UEM) 
● Bacharel em Administração com Habilitação em Comércio Exterior (UniCesumar). 
● Especialista em Docência do Ensino Superior (UniCesumar). 
● Especialista em Tecnologias Educacionais (UniCesumar). 
● Professor Conteudista EAD - UniCesumar. 
● Professor Conteudista EAD - Faculdade Católica Paulista 
● Tutor na Especialização de Gestão da Saúde na disciplina de Políticas Públicas 
para a Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). 
● Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/2176464642941477 
 
Pesquisador da Economia Política e História do Pensamento Econômico, tem 
publicações sobre o Comércio Exterior e a dependência tecnológica que o Brasil tem 
para com os países centrais. Estudioso da Filosofia Política e das decisões que os 
agentes privados têm nas suas tomadas de decisão em investimentos. Quero com o meu 
savoir-faire esclarecer os discentes sobre o panorama econômico e político brasileiro. 
Ampla experiência em EAD, já trabalhei em todos os setores, desde atendimento geral 
até estruturar uma IES para o credenciamento e autorização desta modalidade de ensino 
que muito cresce no nosso país. 
 
 
Professora Esp. Irení Alves de Oliveira 
 
● Especialista em Docência no Ensino Superior - Unicesumar (2016) 
● Tecnóloga em Marketing - Unicesumar (2016) 
● Bacharel em Serviço Social (2015) 
● Pós-Graduanda em Design Thinking e Criatividade nas Organizações - 
Unicesumar 
● Pós-Graduanda em MBA em Coaching aplicado à Gestão de Pessoas - 
Unicesumar 
● Professora Formadora EAD - Unicesumar 
● Supervisora Acadêmica de Estágio - Unicesumar 
● Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/6087805875284804 
 
Assistente Social. Supervisora Acadêmica com programa de treinamento e 
acompanhamento de equipe de supervisores acadêmicos e Professora formadora da 
disciplina de estágio supervisionado curricular obrigatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
 
Olá, caro(a) aluno(a) é uma imensa satisfação apresentar os conteúdos contidos 
neste livro “Trabalho e Sociabilidade”, nesse sentido, vamos abordar informações 
importantes para agregar no seu processo formativo, acreditamos que no final das 
quatro unidades, você conseguirá entender as relações sociais do trabalho, trabalho na 
sociedade capitalista, categoria do trabalho e a crise da sociedade e do trabalho, 
informações que se tornaram títulos das unidades, compreendendo que se fez 
necessário apresentar uma ramificação de tópicos e subtópicos em relação a cada 
unidade, a partir disso, convidamos você a conhecer e se apropriar das teorias e fatos 
que estarão presentes ao longo das próximas páginas. 
 Dessa forma, na unidade I você irá se aprofundar no trabalho como fundamento 
ontológico do ser social, neste tópico ressaltaremos como o trabalho surgiu e a sua 
importância na vida do homem enquanto ser social e, para isso, será preciso conhecer 
a ontologia a partir das bases teóricas de Marx, bem como o ser social, pontos essenciais 
que destacam a importância de compreender fatores históricos e que faz todo o sentido 
dentro da profissão. No segundo tópico, salientaremos sobre a divisão social do trabalho, 
abordando a sua origem e a função, enfatizando, a partir das bases teóricas de Karl Marx 
e Émile Durkheim, grandes filósofos que abordam este fato de formas diferentes mesmo 
ter realizados as pesquisas praticamente no mesmo período, ou seja, no início do 
processo de industrialização mundial. No terceiro tópico, enfatizaremos sobre o capital 
como uma relação social do trabalho, a qual este sistema se apropria da força de trabalho 
para aumentar a sua riqueza. No quarto tópico, será abordado sobre o Exército de 
reserva, uma teoria destacada por Marx para entender os trabalho ativos e os inativos e 
porque são importantes para o capital. 
 Já na unidade II, será conceitualizado como o trabalho é destacado dentro do 
sistema capitalista e, para isso, vamos iniciar apresentando a perspectiva do trabalho a 
partir dos estudos de Karl Marx e Émile Durkheim ,e para entendê-los, apresentaremos 
o ponto de vista de cada pensador, enfatizando que as informações que serão 
apresentadas, de certa forma, reflete na atualidade. Em seguida, apresentaremos sobre 
o trabalho e alienação, que para Marx é um forma do sistema capitalista para manter a 
força de trabalho ativa, em relação ao tempo de trabalho necessário é apresentar as 
teorias de Marx para compreender que a carga horária de trabalho não é o mesma que 
o tempo gasto para produzir uma determinada mercadoria. Por fim, a reestruturação 
produtiva que foi idealizada após a crise de produção do sistema fordista/taylorista. 
 Na sequência, na unidade III falaremos a respeito do trabalho produtivo que gera 
mais valor para o capital e improdutivo que se faz necessário para manutenção desse 
sistema, bem como as suas diferenças, a qual fica evidente que beneficia somente a 
classe capitalista. Na segunda parte, apresentaremos sobre o trabalho coletivo em que 
de um lado é essencial para a realização do trabalho, mas do outro, só contribuiu ao 
sistema capitalista que acaba separando o trabalho manual do intelectual, mas que de 
certa forma, se apropria de ambos, para benefício próprio. Na terceira parte, enfatizamos 
sobre as formas Contemporâneas de trabalho e o que eles representam na sociedade e, 
por fim, as questões etnico-raciais, gênero e sexualidade no mundo do trabalho que são 
pontos de atenção e que são considerados relevantes dentro da categoria. 
 Em nossa unidade IV, vamos finalizar o conteúdo deste livro com pontos 
importantes para entender a crise da sociedade e do trabalho que, em um primeiro 
momento, reflete na acumulação flexível através da urbanização, do empobrecimento e 
desenvolvimento da informalidade e da produção capitalista. Na segunda parte, 
destacamos sobre a mundialização do capital, como ocorreu a superacumulação, o 
império informal e a globalização financeira. Na terceira, apresentaremos sobre o 
desemprego estrutural, as causas e consequências e, por fim, na quarta parte, 
trataremos sobre a contra reforma neoliberal do Estado no Brasil, considerada como um 
ponto de atenção para entender as mudanças na sociedade. 
Desejamos uma excelente leitura/estudo! 
 
UNIDADE I 
RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO 
Professor Esp. Anderson de Castro Moura 
Professora Esp. Irení Alves de Oliveira 
 
 
Plano de Estudo: 
• O trabalho como fundamento ontológico do ser social; 
• A divisão Social do Trabalho; 
• Capital - Uma Relação Social de Trabalho; 
• Exército de Reserva. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Contextualizar o trabalho na perspectiva de fundamento ontológico do ser social; 
• Apresentar a divisão social do trabalho; 
• Compreender o capital como forma de relação social do trabalho; 
• Explorar o conceito do exército de reserva. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), nesta primeira unidade, você irá estudar quatro pontos 
importantes em relação ao trabalho e o capital, pontos estes que são fundamentais 
dentro do curso de bacharelado em Serviço Social. E para entender melhor esses 
pontos, vamos destacar algumas informações que julgamos necessárias a serem 
apresentadas nesta introdução. 
Na primeira parte, vamos contextualizar o trabalho como fundamento ontológico 
do ser social, para isso, foi necessário dividir esta parte em três momentos, no primeiro, 
iremos focar nos fundamentos e na essência do termo trabalho, em seguida, a ontologia 
a partir dos estudos de Marx, um grande filósofo do qual temos as bases fundamentaisda profissão, as teorias marxista e, por fim, entender o ser social. 
Já na segunda parte, será apresentada a divisão social do trabalho e para 
entender esse conceito, vamos abordá-lo em quatro momentos: no primeiro, 
abordaremos sobre a origem da divisão do trabalho, no segundo, a função da divisão 
social do trabalho e, no terceiro, a divisão social do trabalho para Durkheim e por fim no 
quarto momento a divisão social para Marx, é muito importante que você caro(a) aluno(a) 
tenha o entendimento a partir de dois pensadores influentes e que aborda esse assunto 
em perspectiva diferente. 
Na terceira parte, compreenderemos sobre o capital como uma relação social do 
trabalho e, para isso, vamos nos aprofundar no trabalho e no capital, esta relação de 
exploração, mão-de-obra barata e, ao mesmo tempo, a busca pela riqueza e o aumento 
do capital. 
Por fim, a quarta parte, da qual vamos explorar o conceito do exército de reserva 
uma teoria muito bem apresentada por Marx, a partir de uma crítica realizada, a 
economia política e para entender esse estudo, foi preciso dividir esta parte em quatro 
momentos,pelos quais você irá estudar sobre a superpopulação a partir de uma 
produção progressiva, depois o capital como fonte de riqueza e, por fim, os dois últimos 
momentos que serão abordados sobre o desemprego e o modo de produção capitalista. 
 
 
 
1 O TRABALHO COMO FUNDAMENTO ONTOLÓGICO DO SER SOCIAL 
 
Imagem de Tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/harvesting-people-set-vector-flat-hand-
1148016464 
 
 
Caro(a) aluno(a), entender sobre os fundamentos do trabalho na vida do ser 
humano faz toda a diferença, principalmente para você - futuro assistente social, pois é 
por meio do trabalho que nós nos configuramos enquanto ser social. E para entender a 
base fundamental da ontologia será preciso estudar a natureza do homem, a sua 
existência, bem como a própria realidade, ou seja, a ontologia do ser social. 
Nesta parte da unidade, vamos nos aprofundar nos fundamentos do trabalho, a 
ontologia e o ser social, entendendo esses conceitos a partir das teorias de grandes 
filósofos, bem como grandes autores do Serviço Social, mas é importante que os seus 
estudos sejam aprofundados, buscando a partir desta apostila novos conhecimentos, 
pois entender sobre o trabalho na vida do ser humano é muito importante na sua trajetória 
acadêmica e profissional. Afinal, nós enquanto assistentes sociais também estamos 
inseridos na divisão social e técnica do trabalho, mesmo que a nossa prática profissional 
esteja focada no trabalho e nas suas relações sociais. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/harvesting-people-set-vector-flat-hand-1148016464
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 1.1 O Trabalho e Seus Fundamentos 
Imagem de Tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/autumn-gathering-men-women-
children-collecting-1868018245 
 
Para Marx (1988, p.188) “trabalho é, antes de tudo, um processo entre o homem 
e a natureza, processo este em que o homem, por sua própria ação, medeia, regula e 
controla seu metabolismo com a natureza”, ou seja, o homem precisa da natureza para 
realizar o processo de trabalho, a qual transforma o meio natural em objetivo, passando 
a utilizar para a sua sobrevivência, processo este que está enraizado na natureza do 
homem e que foi se modificando com o passar dos tempos, melhorando seus recursos 
e suas habilidades, mas, o fato é que “não se pode considerar o ser social como 
independente do ser da natureza”( LUKÁCS, 1979, p. 17). 
Com isso, pode se dizer que o homem dispõe da matéria natural como uma 
potência para o seu processo de trabalho, aprimorando-a por meio da utilização da força 
de trabalho das quais são operadas através dos braços, pernas, cabeça e mãos, criando 
produções que passa a modificar a natureza e, ao mesmo tempo, a si próprio, mantendo 
as forças em domínio de pequenos grupos. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/autumn-gathering-men-women-children-collecting-1868018245
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Partindo dessa analogia, Marx (1988, p. 189) destaca que o meio de trabalho 
pode ser considerado como uma coisa ou um complexo de coisas do qual o trabalhador 
intercala entre o objeto e a si próprio, “utilizando das propriedades mecânicas, físicas e 
químicas das coisas para fazê-las atuar sobre outras coisas, de acordo com o seu 
propósito”, com isso o trabalhador acaba se apoderando do objeto, desconsiderando os 
meios de subsistência encontrados na natureza, um exemplo bem simples deste 
conceito é a coleta de frutas, da qual os órgão corporais do ser humano que já 
mencionamos, acaba servindo como um meio de trabalho e aqui já não é mais 
considerado como objeto de trabalho, mas sim o meio de trabalho. 
Se você rever as histórias que descreve o período das antigas cavernas, irá 
encontrar informações de que as ferramentas e armas dos homens eram de pedra, 
também tinha-se madeiras, ossos e conchas e os animais eram domesticados e tinha 
um papel importante em relação ao meio de trabalho. Acreditamos que você deve estar 
se perguntando, mas o que isto tem a ver com o processo de trabalho, e pode-se dizer 
que tudo, pois isso é uma característica específica do ser humano, ou seja, que desde 
esse período já se tinha o uso de um meio de trabalho e o homem como o idealizado de 
suas próprias ferramentas, mas é claro que para os dias atuais tanto o processo de 
trabalho quanto o meio e as ferramentas foram aprimoradas, mas o conceito inicial do 
trabalho não, este foi modificado. 
Caro(a) aluno(a), como você pode notar, o trabalho é a base fundamental do ser 
humano em meio à sociedade, pois é através do trabalho que o homem consegue criar 
e se desenvolver, conforme destacado por Lukács (1978) é por causa do trabalho que o 
homem passa de um ser natural para um ser social, tendo respostas para que o meio de 
trabalho aconteça, mas para que o termo trabalho de fato possa ter sentido, sendo 
considerado como uma base dinâmica e estruturante na vida do ser humano, é 
indispensável que se tenha um certo grau de desenvolvimento em relação ao processo 
de reprodução orgânica. 
Nesse sentido, o autor supracitado considera que a essência do trabalho deve ir 
além da obsessão dos seres humanos em relação à competição biológica dentro do seu 
próprio mundo ambiente, ou seja, o trabalho precisa transcender a um determinado 
produto produzido em massa, e isso se dá por meio da consciência, que eleva este ser 
 
humano a outro nível, algo era tido na origem do trabalho, mas que com o passar dos 
tempos o trabalho que era considerado como objeto passou a ser o meio e com isso 
precisou-se de um processo, nesse sentido, a atividade do homem que se tornou o meio 
de trabalho acabou operando na transformação do objeto, tornando-o em um produto de 
consumo que, por sua vez, é considerado como valor de uso. Nesse sentido, o trabalho 
passou a incorporar o produto e, com isso, o que antes tinha-se o trabalho como objeto, 
agora tem se o trabalho como meio de um processo. 
Para simplificar o processo de trabalho, transforma o objeto a partir da produção 
e ao modificar o seu estado natural, para o que deseja, o homem adquire novas 
habilidades e conhecimentos que se externalizam, tanto no objeto quanto em si próprio. 
 
Titulo da imagem: Processo de trabalho 
Link da Imagem: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/working-routine-process-teamwork-concept-male-
1570952854 
 
 O fato é que as mudanças objetivas e subjetivas produzidas pelo processo de 
objetificação da externalização são irreversivelmente impostas ao indivíduo, 
principalmente aos novos comportamentos teleológicos,normalmente o homem passa a 
ser orientado a responder às novas situações criadas por suas ações, o que significa 
iniciar um novo comportamento, passando a viver em um processo com um nível social 
cada vez mais avançado e com novas objetivações que só podem ser a realização 
material de um propósito ideal, induzido pela nova situação de socialização. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/working-routine-process-teamwork-concept-male-1570952854
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/working-routine-process-teamwork-concept-male-1570952854
 
Caro(a) aluno(a), conforme destacamos aqui o trabalho inicialmente era tido com 
um objeto para o homem se desenvolver, mas com o passar dos tempos, o trabalho 
passou a ser considerado como um processo para o seu meio de sobrevivência, 
mudando, assim, o sentido real do trabalho, porém não podemos deixar de destacar que 
o trabalho - na sua essência é fundamental e sempre fez parte na vida do ser humano, 
mas devemos ter em mente que com a ascensão do capitalismo e os avanços 
tecnológicos, o trabalho passou a ter outras configurações na sociedade. 
Acreditamos que você pode estar refletindo e/ou se perguntando, mas, por que, 
eu, enquanto aluno do curso de Serviço Social, preciso estudar e entender sobre essa 
mudança na essência do “trabalho”. E essa é uma excelente reflexão ou pergunta, pois 
de acordo com Netto e Braz (2006, p. 33) a partir da “incompatibilidade da economia 
política clássica com os interesses da burguesia convertida em classe dominante e 
conservadora” é que surge a criação de valores ou o mais conhecido por muitos filósofos 
o “valor é o produto do trabalho”. Segundo os autores supracitados, para entender tal 
mudança no conceito do “trabalho”, Marx buscou na economia e na vida social a 
compreensão da teoria valor-trabalho, estudo este que destaca que “o valor de todas as 
mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho incorporada nelas” 
(RICARDO.1996, p. 11). 
 
REFLITA 
 
 O valor de uma mercadoria, ou a quantidade de qualquer outra pela qual pode 
ser trocada, depende da quantidade relativa de trabalho necessário para sua produção, 
e não da maior ou menor remuneração que é paga por esse trabalho. 
 
Fonte: Ricardo, 1996, p. 23. 
 
#REFLITA# 
 
Neste sentido, Marx (1988) enfatiza que a teoria ricardiana do valor-trabalho só 
tem sentido quando a distribuição do produto social apresenta uma exploração ao 
 
trabalhador, sendo constituída dentro do eixo do sistema econômico da sociedade 
burguesa, considerando o valor como algo social na base de troca, neste caso, o valor é 
determinado pelo tempo no trabalho, que só se configura na base de troca-dinheiro, 
validando o tempo gasto na produção, mas que para o trabalhador se caracteriza por 
meio de salário a partir da jornada de trabalho, assunto que veremos mais a frente. 
Mas, o que tudo isso tem a ver com o Serviço Social, pois bem, de acordo com 
Iamamoto e Carvalho (2006) foi a partir das relações sociais e das lutas de classe que 
houve um reconhecimento do trabalho e dos trabalhadores, mesmo que tenhamos a 
personificação das categorias econômicas. Nesse sentido, as discussões acerca da 
profissão e a relação com o trabalho teve uma fundamentação na crítica econômica e 
política a partir da teoria de Marx que buscou entender o valor do trabalho e foi a partir 
disso que os autores citados acima destacam que o Serviço Social passou a ser 
considerado como uma categoria especializada no trabalho coletivo, bem como inserida 
na divisão social e técnica do trabalho, participando e contribuindo com o processo de 
produção e reprodução social e diante desses fatos é que entender e estudar sobre o 
trabalho passa a ser fundamental para o curso de Serviço Social. 
 
SAIBA MAIS 
 
A reprodução social não trata de produção de objetos materiais, mas de relação 
social entre pessoas, entre classes sociais que personificam determinadas categorias 
econômicas. 
 
Fonte: Iamamoto, Carvalho, 2006, p. 30. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Lukács (2013) destaca alguns pontos importantes em relação à reprodução social, 
primeiramente, o mundo do trabalho é considerado um processo em que o homem se 
desenvolve constantemente como ser social, esta relação se distingue da própria 
natureza do homem. Segundo o autor supracitado, há um método dialético entre o 
 
trabalho e a reprodução social, isso porque o trabalho é considerado o fundamento 
ontológico da existência do ser humano em meio à sociedade que, por sua vez, só se 
efetiva dentro do contexto da reprodução social. Por fim, o terceiro ponto destacado pelo 
autor é que no processo de acumulação há uma consciência singular tornando o ser 
humano um imediatismo na materialidade objetiva, replicando-a em suas relações 
sociais. O fato é que, nas relações sociais do trabalho ocorre a transformação do 
processo de desenvolvimento humano em alienação, retirando do trabalhador a sua 
capacidade de transformar a natureza e a si próprio. 
Caro(a) aluno(a), um fato muito importante que se deve ter em mente é que se o 
trabalho não potencializar o ser humano, separando-o da sua própria identidade, este 
pode perder e/ou diminuir a sua capacidade física e mental, por exemplo, em um 
processo de produção, um trabalhador realiza a atividade repetitivamente, assim como 
os demais, nesse caso, cada trabalhador tem a sua produção dentro de um processo 
que no final se materializa a mercadoria, porém esses trabalhadores não criam e 
desenvolvem a mercadoria por completo, realizando uma parte do processo várias vezes 
com várias mercadorias. Mas, se esse trabalhador passa a ser compreendido em sua 
totalidade, ou seja, pertencente do processo, agregando a sua identidade, logo passa a 
desenvolver e ter emancipação, algo que não acontece dentro do processo de 
reprodução do sistema capitalista, pois é preciso manter os trabalhadores dependentes 
desse sistema, sendo pago pelo que produz e não se cria. 
Entender sobre os fundamentos do trabalho, a sua origem e a forma como se 
configura dentro do sistema capitalista de fato muda todo o sentido, isso porque tem-se 
a divisão do trabalho, a exploração de um ser humano a outro e a alienação do 
trabalhador que apenas executa o que está exposto e nós, enquanto assistentes sociais, 
precisamos entender esta realidade ontológica do ser social. 
 
 
 1.2 Ontologia: principios Fundamentais de Marx 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/ontology-philosophy-color-icon-vector-
sign-1931509796 
 
 
 Caro(a) aluno(a), esperamos que você tenha entendido que diante do mundo 
capitalista a essência do trabalho modificou-se, não tendo-o mais como um objeto 
fundamental na vida do ser humano, mas algo para manter-se em meio à sociedade, 
porém se você ainda ficou com dúvidas, fique tranquilo, nesta parte da unidade nós 
vamos nos aprofundar na ontologia, uma termo que abrange as questões gerais que 
normalmente estão relacionadas à existência do ser. 
O filósofo alemão Christian Wolff deu origem ao termo “ontologia” considerada 
como a filosofia primeira ou a ciência do ser, que ao longo dos séculos foi analisada e 
estudada por grandes pensadores, que passou a considerar a ontologia como ramo da 
filosofia, que está ligada no geral da metafísica, como, por exemplo, Karl Marx, filósofo 
do qual vamos nos aprofundar a partir dos estudos realizados por Lukács. Vejamos um 
exemplo na Figura 1: 
 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/ontology-philosophy-color-icon-vector-sign-1931509796
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/ontology-philosophy-color-icon-vector-sign-1931509796
 
Figura 1 - Da Filosofia para a Ontologia 
 
Fonte: Os autores (2021). 
 
A ontologia é, portanto, uma ciência que estuda o ser e, como tal, não se pode 
traduzir de outra forma e a partir dos estudos de Lukács (2013) é que a ontologia produz 
ainda mais surpresas. A regrafundamental dessa ciência é buscar não apenas os 
princípios fundamentais do ser, mas também assegurar sua harmonia. Por exemplo, 
quando Aristóteles afirma contra Platão a eternidade do mundo, ele deve introduzir outro 
princípio para explicar a mudança, o que nos leva ao primeiro motor. Um primeiro 
princípio como a matéria também impõe a Lukács outros princípios complementares que 
ele não havia previsto quando se propôs a escrever uma ontologia marxista. 
De fato, como explicar a mudança e a gênese dos seres a partir da matéria? Em 
seguida, o trabalho como criação requer a reformulação da noção de consciência. Em 
resumo, uma ontologia como ciência pode quebrar um sistema de pensamento e impor 
mudanças essenciais a ele. Mas ao mesmo tempo impõe uma unidade que nos permite 
seguir as reflexões do autor, no nosso caso Lukács, sobre a estética e a alienação. 
 Encontramos vestígios dessas importantes reversões ao longo de todo o trabalho 
de Lukács. Depois de ter a primeira parte da sua estética, ele queria escrever o esboço 
detalhado sobre a ética, mas logo de seus estudos percebeu que isso exigiria uma tal 
introdução que lançaria as bases da ontologia do ser social. 
Em seus estudos Lukács (2013) descobriu as formas preparatórias da transição 
de um tipo de ser para outro, que são as mais complexas e as mais simples, em linhas 
gerais são aquelas da reprodução da vida considerada como complexa e as simples de 
 
se tornar outra adaptação ativa que transforma conscientemente o ambiente, ao invés 
de em oposição a uma adaptação meramente passiva. 
Também ficou claro que a forma mais simples de ser, apesar de todas as 
categorias transitórias que pode produzir, está separada por um salto do verdadeiro 
nascimento da forma mais complexa de ser. Esta última é algo qualitativamente novo, 
cuja gênese nunca pode ser simplesmente "deduzida" da forma mais simples de ser. 
De tal salto segue-se o fortalecimento da nova forma de Ser, embora algo 
qualitativamente novo esteja nascendo constantemente, esta novidade não parece ser 
nada mais, em muitos casos, do que uma variação das modalidades de reação do ser 
fundador em novas categorias de efetividade, aquelas que são o que é propriamente 
novo neste novo ser constituído. 
 
REFLITA 
 
 As formas de objetividade do ser social se desenvolvem, à medida que surge e se 
explicita a práxis social, a partir do ser natural, tornando-se cada vez mais claramente 
sociais. 
 
Fonte: LUKÁCS, 1979, p. 17 
 
#REFLITA# 
 
Pense na forma como a luz, que ainda age de forma puramente físico-química 
sobre as plantas (desencadeando efeitos vitais específicos aqui, é claro), desenvolve 
formas específicas de reações biológicas ao meio ambiente na visão de animais 
superiores. 
Assim, o processo de reprodução em natureza orgânica assume sempre a forma 
correspondente ao seu verdadeiro ser, claramente se torna um ser “sui generis”, embora 
o ser fundado nunca possa ser desligado dos fundamentos originais do Ser. Sem poder 
aludir apenas a este complexo de problemas, que se note aqui que o maior 
desenvolvimento do processo de reprodução orgânica, que se torna no verdadeiro 
sentido cada vez mais puramente e explicitamente biológico, também forma uma espécie 
 
de consciência com a ajuda da percepção dos sentidos, um importante epifenômeno, 
bem como um superior de seu funcionamento eficaz. 
Um certo grau de desenvolvimento do processo de reprodução orgânica é 
indispensável para que o trabalho, como base dinâmica de estruturação, de um novo tipo 
de ser, possa surgir. Também aqui devemos deixar de lado os muitos contornos de 
trabalho existentes, que permanecem apenas neste formato e, também aqueles becos 
sem saída que não só deram origem a um tipo de trabalho, mas também à necessária 
continuação de seu desenvolvimento, a divisão do trabalho, porque estes últimos, na 
medida em que são fixados como diferenciação biológica dos espécimes das espécies, 
não poderiam, tornar-se um princípio de continuidade do desenvolvimento em direção a 
um novo tipo de ser, mas permanecendo uma estabilidade sem desenvolvimento. 
A essência do trabalho consiste precisamente no fato de que ele vai além desse 
confinamento de seres vivos no confronto biológico com seu ambiente. Não é a 
realização dos produtos que forma o momento essencialmente separatório, mas o papel 
da consciência, que justamente aqui deixa de ser um mero epifenômeno de reprodução 
biológica. 
Como apresentado por Lukács (2013, P.198 ) Marx destaca que o produto é um 
resultado que estava no início do processo, já presente na representação do trabalhador, 
mas que passou a ser considerado como uma forma ideal em que “as categorias 
econômicas aparecem como as categorias da produção e da reprodução da vida 
humana, tornando, assim, possível uma exposição ontológica do ser social sobre bases 
materialistas” o que nos leva a considerar que o trabalho é o meio para garantir as 
categorias no poder, tendo o ser humano para manter as bases materiais/produção. 
Pode parecer surpreendente atribuir um papel tão decisivo à consciência, 
precisamente na delimitação materialista entre o ser de natureza orgânica e o ser social. 
Entretanto, não devemos esquecer que os problemas mais complexos que aqui surgem 
(seu tipo mais elevado é o da liberdade e da necessidade) só podem receber um 
verdadeiro significado, que o significado ontológico - precisamente - somente através de 
um papel ativo de consciência. Em que a consciência não se tornou um poder efetivo do 
ser, esta oposição não pode sequer aparecer. Por outro lado, onde quer que a 
consciência seja objetivamente dada tal papel, a solução deve carregar essas oposições. 
 
Podemos descrever corretamente o homem que trabalha, o animal que se tornou 
um homem através do trabalho, como um ser que responde. Pois, não há dúvida de que 
toda a atividade laboral é constituída como uma solução que responde às necessidades 
que a desencadearam. No entanto, não veríamos a essência da coisa se supuséssemos 
aqui uma relação de imediatismo. 
Pelo contrário, o homem torna-se um ser que responde precisamente 
generalizando suas necessidades, as possibilidades de sua satisfação - cada vez mais, 
em paralelo ao desenvolvimento social - em perguntas e, em sua resposta à necessidade 
que a desencadeia, ele funda e enriquece sua atividade através de mediações tão 
frequentemente ramificadas. 
Assim, não é apenas a resposta, mas também a pergunta que é imediatamente 
um produto da consciência que guia a atividade. Mas por tudo isso, a resposta não deixa 
de ser complexa, para ser ontologicamente primária neste complexo móvel. A 
necessidade material, como força motriz do processo reprodutivo, tanto individual como 
social, realmente coloca o complexo do trabalho em primeiro lugar e todas as mediações 
só existem, de acordo com o ser, para satisfazê-lo. 
Com a mão-de-obra, portanto, é dada, ao mesmo tempo, ontologicamente, a 
possibilidade de seu desenvolvimento dos homens que a exercem um resultado de 
transformação passiva, que é o processo reprodutivo para o meio ambiente, por sua 
transformação consciente e ativa, o trabalho não se torna apenas um fato, pelo qual a 
nova especificidade do ser social se expressa, mas o caso modelo - ontológico - de toda 
a nova forma de ser social. 
 
 1.3 Ser Social 
 
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Caro(a) aluno(a), por considerar que as teorias de Marx foram importantes para 
a fundamentação metodológica e teórica da profissão e que vamos nos aprofundar 
nos estudos do schaff (1967) para entender o conceito do ser social na visão de Marx. 
De acordo com o autor supracitado, o homem é considerado um ser social que 
sempre estará ligado às condições sociais, portanto sempre será o ponto de partida 
em relação ao desenvolvimento em meio à sociedade e issoacontece simplesmente 
pelo fato de convivermos uns com os outros, mas é importante destacar que a partir 
das habilidades de criar ferramentas e desenvolver técnicas é que o homem passou 
a alterar tanto a natureza externa quanto interna. 
É fato que a partir das novas criações e desenvolvimentos que o homem 
acabou aumentando o seu nível de organização social, isso porque passaram a 
conviver com grupos de pessoas maiores, ou seja, além daquele habitacional, logo 
precisou dividir tarefas levando-os a sobreviver em grupo. 
Se você, caro(a) aluno(a), rever os contextos históricos em relação à forma de 
como era conduzido o trabalho, principalmente antes do surgimento das indústrias irá 
observar que em muitas situações o processo era realizado do início ao fim por um 
único indivíduo, mas a partir dessa mudança houve a necessidade de que o processo 
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fosse realizado em massa, tendo um acordo social, o que nos leva a compreender 
que o homem não precisa produzir e/ou caçar o seu próprio alimento “sozinho”, pois 
ao estar inserido em uma sociedade, a sua sobrevivência passa a ser em grupo, 
organizada por uma sociedade complexa, em que cada indivíduo tem a sua função 
social dentro de um processo de produção e reprodução. 
Nesse sentido, criamos e desenvolvemos uma identidade grupal, ou seja, as 
nossas características são baseadas em conceitos ideológicos já empregados em 
uma sociedade organizada, levando- nos a construir o nosso “eu” a partir desses 
ideais que estão enraizados na sociedade e, essa construção surge por meio das 
diversas relações sociais das quais convivemos diariamente em que, muitas vezes, 
influenciamos, mas também somos influenciados. 
Caro(a) aluno(a), ao analisar todos os estudos aprendidos até aqui, você 
poderá observar que o trabalho de certa forma está ligado às relações sociais e 
ambos, de certa forma, potencializa o ser humano enquanto ser social, nesse sentido, 
podemos considerar que o ser social torna-se um produto do trabalho, logo da 
sociedade. E ao refletir sobre o ser social, não podemos abordar esse conceito de 
forma isolada, isso porque as relações que o homem tem, tanto com a natureza 
(trabalho/objeto) quanto com os demais seres humanos devem ser entendidos em 
sua totalidade. 
Portanto, você, enquanto futuro assistente social deve ter em mente que o 
trabalho é a base fundamental na vida do homem, porém a partir das relações sociais 
esse conceito passou por alterações que precisam ser analisadas em sua totalidade 
entendendo que nós, seres humanos, estamos inseridos em uma sociedade 
organizada que necessita manter uma ordem, levando em consideração as bases 
fundamentais do ser e o que pode ser modificado/alterado para que possamos 
continuar vivendo em sociedade. 
 
 
2 A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 
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Caro(a) aluno(a), a “divisão social do trabalho” está ligada às diversas formas de 
processos de especializações do trabalho, criada pela sociedade para que possamos 
nos reproduzir de forma social. Em linhas gerais, a divisão social do trabalho nada mais 
é do que um processo produtivo com diferentes níveis de especialização, do qual o 
trabalhador passa a realizar tarefas mais específicas em uma determinada produção, 
com isso, tem-se um aumento na velocidade produtiva e uma eficiência por realizar a 
mesma atividade várias vezes. 
E para entender toda essa lógica é que vamos nos aprofundar nas teorias de 
grandes pensadores que dedicaram anos de pesquisas, apresentando fundamentos e 
conceitos para que as diversas áreas do conhecimento pudessem estudar e entender a 
importância da divisão social do trabalho na sociedade. 
 
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2.1 A Origem da Divisão do Trabalho 
 
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De acordo com Smith (1996, p. 73) “a divisão do trabalho, da qual derivam tantas 
vantagens, não é, em sua origem, o efeito de uma sabedoria humana qualquer, que 
preveria e visaria esta riqueza geral à qual dá origem”, ou seja, a divisão do trabalho não 
beneficia todas as classes sociais, porém todas acabam tendo o seu papel dentro desse 
conceito, principalmente, porque a divisão do trabalho acaba sendo uma consequência 
tão necessária, por mais que seja considerada um processo em evolução, pois “de uma 
certa tendência ou propensão existente na natureza humana que não tem em vista essa 
utilidade extensa, ou seja: a propensão a intercambiar, permutar ou trocar uma coisa 
pela outra”. 
Para o autor supracitado, o homem sempre necessitará de ajuda simplesmente 
pelo fato de estar inserido em uma sociedade e quando atingir a sua maturidade e 
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dependência a partir do seu estado natural, acabará buscando a necessidade de ajudar 
outras pessoas e isso, faz parte do instinto do ser humano, mas a questão é que nem 
sempre a “ajuda” vem através da bondade e sim a busca por algo em troca e ao alcançar 
a seu favor a atenção de outras pessoas acaba tendo uma vantagem para alcançar 
outras “coisas” que julgar necessário, tornando-se o loop constante. 
O fato é que sempre necessitamos de algo e quando queremos, fazemos de tudo 
para alcançar, principalmente se o que “queremos” se torna um objetivo, mesmo que 
seja por intermédio de uma negociação e/ou “por escambo ou por compra que 
conseguimos uns dos outros a maior parte dos serviços recíprocos de que necessitamos, 
da mesma forma é essa mesma propensão ou tendência a permutar que originalmente 
gera a divisão do trabalho” (SMITH, 1996, p. 74). 
Isso porque sempre estamos produzindo e consumindo para satisfazer uma 
necessidade seja ela para a sobrevivência e/ou conforto de forma que trocar o tempo, 
oferecendo a força de trabalho por um salário, nos leva a dedicarmo-nos e 
especializármo-nos em uma determinada ocupação, buscando por um aperfeiçoamento 
para executar com excelência, bem como a aprovação das demais pessoas. 
Outro ponto importante destacado por Smith (1996) e que deve ser analisado ao 
compreender a origem da divisão do trabalho é a diferença de talentos entre as pessoas, 
pois são a partir dos talentos que as pessoas se destacam, sejam dentro da própria 
profissão ou em outra, principalmente quando atinge a maturidade. Mas em alguns casos 
não é tanto a questão de talento e sim o efeito da divisão do trabalho. 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Sem a propensão à barganha, ao escambo e à troca, cada pessoa precisa ter 
conseguido para si mesma tudo o que lhe era necessário ou conveniente para a vida que 
desejava. 
 
Fonte: Smith, 1996, p. 75. 
 
 
#SAIBA MAIS# 
2.2 A Função da Divisão do Trabalho 
 
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1545820256 
 
 
Durkheim (1999, p. 13) destaca que ao analisar o significado da palavra “função” 
verificou-se que pode ser empregado de duas formas, bastante diferentes. Para o autor 
supracitado “ora designa um sistema de movimentos vitais, fazendo-se abstração de 
suas consequências, ora exprime a relação que existe entre esses movimentos e 
algumas necessidades do organismo”, comparando a primeira forma como a digestão 
que tem a função de “reparar as perdas a partir da incorporação no organismo das 
substâncias líquidas ou sólidas”, enquanto a segunda, a respiraçãotem a função de 
“introduzir tecidos necessários à manutenção da vida”. 
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E a partir da segunda forma que se chegou a percepção da função da divisão do 
trabalho, pois é por meio desse conceito que se tem um aumento da força produtiva e 
das habilidades dos trabalhadores, nesse sentido, a divisão do trabalho passa a ser 
considerada como uma condição necessária do desenvolvimento intelectual e material 
da sociedade, ou seja, é a fonte para a civilização com um certo nível de moralidade a 
partir da progressão do indivíduo no coletivo. 
Com isso, entende-se que a falta de moral enraizada na sociedade pode excluir o 
indivíduo do seu meio social e, por esse motivo, é que a moral está ligada à divisão do 
trabalho, pois compreende que um indivíduo considerado como imoral pode não atingir 
o nível de progressão ao realizar uma determinada tarefa, implicando na qualidade e no 
processo produtivo. Nesse sentido, Durkheim (1999) destaca que se trata de uma 
insolúvel antinomias, ou seja, comportamentos inconvenientes que levam à imoralidade 
e na divisão do trabalho, este tipo de comportamento é visto como o não cumprimento 
do que precisa ser feito, considerado como falta de caráter moral. 
Acreditamos que você deve estar se perguntando, mas por que estamos 
estudando isso? Bom, caro(a) aluno(a), a partir dos estudos do autor supracitado 
podemos observar que a análise da função da divisão do trabalho estava relacionada à 
moralidade como meio de manter o indivíduo em um processo constante, tanto quando 
estava realizando as suas tarefas quando em sua vida pessoal e ambos deveriam estar 
ligados, isto é algo enraizado na sociedade como uma forma de manter a ordem social 
e não ter indivíduos que se rebelassem contra o sistema. 
Para Durkheim (1999) o estudo da natureza e das formas de vida social faz parte 
da busca por compreender a evolução da sociedade, entendo que somos diferentes uns 
dos outros, mesmo com as regras morais impostas na sociedade, pois cria uma relação 
entre indivíduos que devem ir além do ego (além de seu próprio interesse), mas com a 
moralidade enraizada na divisão do trabalho, acaba tecendo laços que os ligam uns aos 
outros como uma forma de facilitar o processo de produção e também como forma de 
evitar a desordem e criar coesão na sociedade. 
Nesse sentido, a lei e moralidade passa a ser considerado como um conjunto de 
laços que unem as pessoas, tendo na sociedade uma grande massa de indivíduos sendo 
agregado a um todo de forma coerente, o que nos leva a compreender que as regras, a 
 
lei e a moralidade acaba sendo impostas aos indivíduos para integrá-los e torná-los 
conformes os objetivos que vão além dos próprios indivíduos, mas que a lei e a moral 
são os meios pelos quais a sociedade funciona em sua totalidade, de forma organizada 
e coerente. 
O que nos leva a compreender que o "todo" e a "sociedade" são coisas que 
somam mais que a individualidade, permitindo aos indivíduos encontrar prazeres reais 
quando está inserido em um grupo, obtendo uma fonte de satisfação que não se limita 
ao consumo de bens, mas cria relacionamentos e tece laços. 
O que nos leva a compreender que a função da moralidade é como cimento da 
sociedade, ou seja, é essencial, considerada como uma fonte de solidariedade que 
regula os movimentos do indivíduo para algo além do seu “eu” considerado como um 
sistema de direitos e deveres que vincula os indivíduos de uma forma duradoura a partir 
dos fatos sociais. 
 
REFLITA 
 
O fato social é uma forma de agir, pensar e sentir, algo que está além do indivíduo, 
simplesmente pelo fato de não ser o originador das regras sociais que ele segue. 
Considerada também como uma restrição, visto que o indivíduo é obrigado a respeitar 
as regras, sob pena de sanções. 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
#REFLITA# 
 
Para Durkheim (1999) os fatos sociais podem ser estudados da mesma forma que 
os fenômenos naturais e julgamentos espontâneos, mas o rigor da análise reside na 
definição precisa dos fenômenos em estudo. Nesse sentido, um fato social deve ser 
explicado por outro fato social, mas, nem sempre um fato social pode ser explicado por 
 
motivações individuais, muito menos pelo apelo dos fatos econômicos, biológicos ou 
psicológicos. 
Com isso o fato social não deve ser realizado a partir de uma ação individual 
simplesmente por existir uma força exterior compreendida como a consciência coletiva. 
O que nos leva a compreender que o fato social tem as suas características e as 
principais delas são: generalidade que acontece quando os fatos sociais passam a ser 
coletivos e individuais, ou seja, quando atinge a sociedade como um todo. Depois temos 
a exterioridade que designa os fatos sociais que estão fora, ou seja, exterior ao 
indivíduo, sendo organizado após o nascimento. E, por fim, a coercitividade que está 
ligada ao poder ou as forças determinadas a partir dos padrões culturais determinados 
na sociedade. 
Durkheim (1999) procede a uma análise profunda da sociedade, classificando em 
duas categorias, que são: sociedades mais baixas ou tradicionais/primitivas e as 
sociedades mais elevadas ou complexas/modernas. Cada um desses dois tipos de 
sociedade é caracterizado pela solidariedade social que, por sua vez, é baseada na 
tradição e nos costumes para que todos os indivíduos possam compartilhar das mesmas 
ações, garantindo, assim, a coesão (ordem) social, tendo o trabalho como o principal 
gerador da solidariedade que, por sua vez, é classificado como mecânica e a orgânica, 
assunto que vamos nos aprofundar na segunda unidade. 
 
SAIBA MAIS 
 
Existente uma solidariedade social proveniente da divisão social do trabalho. É 
uma verdade evidente, pois a divisão do trabalho é muito desenvolvida nela e produz a 
solidariedade. Mas é preciso determinar sobretudo em que medida a solidariedade que 
ela produz para contribuir a integração geral da sociedade, pois somente então 
saberemos até que ponto essa solidariedade é necessária, se é um fator essencial da 
coesão social, ou então, ao contrário, se nada mais é do que uma condição acessória e 
secundária. 
 
Fonte: Durkheim, 1999, p. 31. 
 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
2.3 Divisão Social do Trabalho para Durkheim 
 
Titulo da imagem: divisão do trabalho 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/man-woman-business-organization-circle-
gear-1813145632 
 
Caro(a) aluno(a), Émile Durkheim nasceu em 1858 na frança e faleceu em 1917, 
vivido a maior parte da sua vida na Alemanha foi um grande sociólogo, antropólogo, 
cientista político, psicólogo social e filósofo, influenciado pela ideia positivista de Auguste 
Comte passou a estudar a sociedade e com o passar dos tempos acabou tendo as suas 
próprias teorias, como a divisão do trabalho social. Teoria esta que vamos apresentar 
para você. 
De acordo com as informações descritas na obra de Durkheim “da divisão do 
trabalho social” o principal fator que une as pessoas dentro de uma sociedade é a moral, 
simplesmente pelo fato de gerar um sentimento de solidariedade entre os indivíduos que 
realizam a mesma função, tendo na divisão social do trabalho uma forma de manter uma 
ordem entre o indivíduo e o sistema pelo qual está inserido. Para este sociólogo quanto 
maior e mais complexas for uma sociedade maior será a divisão social do trabalho, na 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/man-woman-business-organization-circle-gear-1813145632
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verdade, o aumento populacional acaba sendo responsável por esta divisão do trabalho, 
simplesmente pelo fato de manter a ordem social. 
Enquanto Smith (1996) vê a divisãodo trabalho como um meio de aumentar a 
produtividade e a riqueza (divisão técnica do trabalho dentro das unidades de produção), 
Durkheim (1999) a vê como um fenômeno social (divisão social do trabalho) baseado na 
partilha de funções antes comuns a todos os indivíduos e que irá gerar laços sociais. 
Ao envolver uma diversificação de atividades e a especialização de indivíduos, 
estimula o intercâmbio de habilidades e relações interdependentes, ou seja, o indivíduo 
se revela enquanto está ligado a outros porque não consegue sobreviver sozinho. Esta 
especialização, reconhecida por Durkheim, permitirá, acima de tudo, que os indivíduos 
vivam em harmonia porque cria uma ligação inevitável entre si. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Em economia e sociologia, o termo "divisão do trabalho" refere-se à distribuição 
das atividades de produção entre diferentes entidades especializadas em campos 
complementares. 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
#SAIBA MAIS# 
 
Caro(a) aluno(a), é importante ter em mente que a divisão do trabalho é um dos 
fundamentos da organização das sociedades, sejam elas humanas ou animais. Em 
humanos, a divisão do trabalho tem uma origem muito distante e aparece já no período 
neolítico com o desenvolvimento da agricultura e da criação de animais. Em nosso 
tempo, o desenvolvimento da divisão do trabalho está associado ao desenvolvimento do 
capitalismo e do comércio, à disseminação do dinheiro e ao crescimento da população 
e da produção de bens e serviços e à verdadeira função da divisão do trabalho é criar 
 
um senso de solidariedade entre as pessoas, contribuir para a integração geral da 
sociedade e ser um fator essencial de coesão social. 
Outro ponto importante que se deve ter em mente é que a origem da divisão social 
do trabalho não é a busca do progresso econômico (aumentando a quantidade de 
riqueza na economia), mas refere-se à especialização de tarefas dentro de uma 
determinada sociedade, entre os mais diferentes indivíduos, ocupações ou grupos 
sociais. Sendo considerada como uma divisão de tarefas dentro de uma empresa em 
uma série de tarefas fragmentadas, confiadas a indivíduos ou grupos de indivíduos 
especializados e muitas vezes pouco qualificados. 
A divisão social do trabalho se manifesta de várias formas. Segundo Durkheim 
(1999) une indivíduos em áreas tão diversas como a economia, a família e a política, 
mas também se configura na divisão de tarefas, considerado como um fenômeno muito 
amplo que afeta o mundo inteiro. 
 Através de numerosos exemplos, o autor supracitado apresenta as dimensões 
sociais da divisão do trabalho. Vejamos algumas situações. 
Tabela 1 - As dimensões da divisão social do trabalho 
Relações entre amigos 
Baseiam-se na complementaridade, cada um desempenhando um 
papel que não é definido pelo outro (caráter, interesses, entre outros) e 
aproveitando ao máximo suas habilidades. A divisão do trabalho tem 
aqui um efeito moral, ela cria solidariedade entre duas ou mais pessoas. 
Relação familiar 
Neste caso, destacamos a relação de casal em que cada cônjuge 
assume uma função que permite um equilíbrio relacional dentro do 
casal, assim a divisão do trabalho é sexual, visa criar e fortalecer a 
solidariedade conjugal. 
Relação política 
Aqui, cada político tem uma função em seu nível de investidura que 
complementa os outros, por exemplo, o ministro complementa o 
trabalho de um conselheiro regional. As funções políticas são assim 
complementares umas às outras. Cada um traz sua contribuição 
(competência, ideias, notoriedade,) para o edifício político. 
Fonte: Durkheim, 1999, p. 117. 
 
 Caro(a) aluno(a), entender a divisão social do trabalho a partir das teorias de 
Durkheim faz muito sentido, visto que houve um aprofundamento para entender a 
sociedade, porém, agora vamos destacar este conceito na visão de Karl Marx. 
 
 
 
2.4 Divisão Social do Trabalho para Marx 
 
Titulo da imagem: Divisão do trabalho 
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Karl Marx, nascido em Tréveris na Alemanha em 1818 foi um grande filósofo e 
revolucionário socialista, criador da base comunista e um crítico ao sistema capitalista 
teve suas teorias aprofundadas pelas diversas áreas do conhecimento, principalmente 
no Serviço Social que tem em seus fundamento metodológicos as teorias marxista. 
Dentre seus estudos, Marx (1988) destaca que é gerado uma hierarquia social a 
partir das especialidades da qual a classe dominante (burguesia) estabelece sobre a 
classe dominada (proletariado), detendo os meios de produção. Essas especializações 
estabelecem atividades produtivas e uma sociedade complexa que para o autor passa a 
ser compreendida como divisão social do trabalho que por um lado utiliza-se da moral e 
do outro a ordem. O fato é que com a divisão social do trabalho os indivíduos acabam 
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buscando meios de sobrevivência como forma de superar as necessidades mais básicas 
até identificar que precisam criar outras formas de superação. 
Para que esse contexto possa fazer sentido para você, vejamos um trecho do que 
Marx (1988, p. 101) nos apresenta em seu livro O Capital - volume 01 em que “no 
conjunto dos diferentes valores de uso ou corpos de mercadorias aparece um conjunto 
igualmente diversificado, dividido segundo o gênero, a espécie, a família e a subespécie, 
de diferentes trabalhos úteis – uma divisão social do trabalho”. Mas o que isso 
exatamente quer dizer? 
Ora, caro(a) aluno(a) é a partir da divisão que se tem a produção de mercadorias 
e após o processo de finalização chega-se ao valor de uso determinado na atividade 
produzida pelo trabalho útil, ao analisarmos a sociedade, identificamos produtores de 
mercadorias que tem em seu processo a execução de uma determinada atividade de 
forma separada, nesse caso, os trabalhadores precisam satisfazer uma determinada 
necessidade social, ou seja, “conservar a si mesmos como elos do trabalho total, do 
sistema natural-espontâneo da divisão social do trabalho” (MARX, 1988, p. 123). 
No entanto, ao analisar as informações acima, podemos compreender que os 
trabalhadores só podem satisfazer as necessidades dos proprietários (donos dos meios 
de produção) quando o trabalho passa a ser privado, no entanto estes trabalhadores não 
podem se comparar como produto de trabalho, pois seus valores ou o tipo de troca é 
diferente, ou seja, os trabalhadores oferecem o seu tempo por um salário e em troca da 
venda da força de trabalho, a qual é realizada por meio de um processo de produção. 
Nesse sentido, pode-se compreender que na divisão social do trabalho as tarefas 
tornam-se unilaterais e ao mesmo tempo multilaterais, ou seja, o processo de produção 
é único, mas a realização é diversa, considerando o trabalho como valor de troca, dentro 
do meio de produção que passa a ser fragmentada, mas, originalmente distintas e 
independentes entre si. 
Segundo Marx (1988) o lema do “capital” não é um clima tropical e um solo fertil, 
mas a diversidade em seus produtos e isso é a base natural para a divisão social do 
trabalho, pois incentiva o homem a mudar as suas condições naturais em que vive, pela 
diversificação da sua vida. Sistema este que precisa controlar a força natural na 
sociedade e manter a sua relação social com o trabalho. 
 
3 CAPITAL - UMA RELAÇÃO SOCIAL DE TRABALHO 
 
Título da imagem: Trabalho X Capital 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/rich-banker-sitting-supermarket-
trolley-whips-1790299850 
 
Caro(a) aluno(a), este primeiro significado da palavra capital está na origem de 
expressões como “capitalismo ou sociedade capitalista”,que designam um sistema 
econômico em que os meios de produção são, em grande parte, de propriedade de 
indivíduos privados. Essas pessoas, os capitalistas, contratam trabalhadores, compram 
matérias-primas sendo os detentores dos locais, para produzir bens com o objetivo de 
obter lucro, nesse sentido, o sistema capitalista é, portanto, aquele que governa, pois 
tem os meios para fazê-lo. 
Nessa perspectiva, Marx (1988) destaca que a sociedade passa a ser concebida 
como um conjunto de classes sociais, sendo a principal divisão entre os proprietários dos 
meios de produção (burgueses) e aqueles que vendem sua força de trabalho a eles (os 
assalariados). Entre os primeiros, pode-se fazer uma distinção entre os próprios 
capitalistas (que têm o poder de comprar os ingredientes da produção, incluindo a mão-
de-obra) e os proprietários de terras, minas e outros recursos naturais (alugados aos 
capitalistas), cuja remuneração é descrita como aluguel. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/rich-banker-sitting-supermarket-trolley-whips-1790299850
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A visão de classe da sociedade e as relações entre eles em termos de produção 
desempenha um papel importante nas análises dos fundadores da economia política, 
como Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823), e nas de Karl Marx (1818-
1883), que colocaram ênfase particular no capital como relação social. Para eles, o 
produto da sociedade, essencialmente fruto do trabalho, é compartilhado entre as três 
grandes classes sociais de trabalhadores, capitalistas e latifundiários. 
Essa divisão depende, de forma complexa, do equilíbrio de poder entre grupos 
sociais, do salário de subsistência dos trabalhadores e da existência de uma tendência 
e a divisão do trabalho parece ser um elemento essencial para compreender os 
mecanismos que levaram ao surgimento do capitalismo e da indústria em larga escala 
em nossas sociedades. 
Caro(a) aluno(a), a análise da indústria feita por Smith (1996) e Marx (1988) nos 
permite compreender melhor o trabalho e a abordagem contida no processo industrial. 
De um lado, temos análise de Smith, em que a harmonia social nasce do mercado e, do 
outro, a análise de Marx, em que há exploração e alienação do trabalhador. 
Esses dois autores são frequentemente apresentados como irredutivelmente 
opostos. No entanto, essa oposição é um tanto artificial na medida em que ambos nunca 
se encontraram, ou tiveram um diálogo e, menos ainda, nunca discutiram. E, mesmo 
assim, as suas análises sobre o sistema capitalista e a relação com o trabalho ainda é 
um tema que até hoje está sendo debatido, principalmente dentro da nossa categoria 
profissional. 
O fato é que a relação que o capital tem com o trabalho é o de exploração, pois 
quando se tem um aumento da força produtiva, consequentemente, há um aumento do 
lucro do capital. Nesse sentido, esse sistema vive quase que exclusivamente dos “meios 
de trabalho que podem suportar muito facilmente uma quantidade de trabalho 
aumentada” (MARX, 1988, p. 445). 
 
3.1 Capital e Trabalho 
 
Título da imagem: capital e trabalho 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/icon-illustrations-finance-businesses-that-
illustrate-639843892 
 
 
De acordo com Marx (1988) existem dois formatos que originam a riqueza do 
capital, o trabalho e a terra, sendo por meio desses, que o sistema capitalista adquire o 
poder de expansão, ampliando elementos cumulativos, além dos limites aparentemente 
determinados pela sua própria grandeza, ou seja, pela qualidade do valor e dos meios 
de produção. Outro fator importante destacado pelo autor supracitado, é a acumulação 
de capital e o grau de produtividade do trabalho social. 
Nesse sentido, à medida que a produtividade do trabalho aumenta, a quantidade 
de produtos que representam um determinado valor também aumenta, como isso, temos 
a ampliação da mais-valia de uma determinada quantidade. Mas, se a proporção dos 
produtos excedentes divididos em renda e capital adicional permanecer a mesma, o 
consumo capitalista aumentará sem reduzir o processo de acumulação, ou seja, a escala 
proporcional da acumulação pode crescer a partir do consumo e do baixo custo das 
mercadorias, permitindo que o capital obtenha o mesmo ou até aumentar o seu grau e 
meios de satisfação através da produção em massa. 
Caro(a) aluno(a), é importante compreender que o aumento da produtividade do 
trabalho é acompanhado por uma diminuição dos custos do trabalho, portanto, mesmo 
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que os salários aumentem, a taxa de mais-valia também aumentará, esse aumento não 
acontecerá na mesma proporção que a produtividade do trabalho. Portanto, o mesmo 
valor do capital variável irá gerar mais trabalho, manifestando-se constantemente nos 
meios de produção, ou seja, mais meios de trabalho; materiais de trabalho e materiais 
auxiliares, proporcionando, assim, mais fabricantes de produtos e de valor e/ou 
absorvedores de trabalho. 
Marx (1988) apresenta alguns fatores imprescindíveis, o primeiro, é partindo da 
analogia do valor do capital adicional que mantém um ritmo constante e decrescente, 
tendo uma acumulação acelerada, não ocorrendo apenas na escala de reprodução, mas 
na produção de mais-valia que passa a crescer rapidamente em relação ao valor do 
capital adicional. Com isso, o desenvolvimento do trabalho produtivo também responde 
ao capital original ou ao capital já descoberto, principalmente no processo de produção, 
nesse sentido, uma parte do capital passa a ser constante em operação e composta nos 
meios de trabalho, passando a ser consumidos em um período de tempo relativamente 
longo, sendo reproduzidos ou substituídos por novas cópias do mesmo tipo. 
O que nos leva a compreender um outro fator destacado pelo autor supracitado, 
do qual podemos considerar importante, é que uma parte dos meios de trabalho que 
pode atingir a meta final de uma função produtiva, mas o que isso exatamente nos 
apresenta? Ora, caro(a) aluno(a), é essa parte que se destaca na fase produtiva diária, 
repondo novas mercadorias do mesmo formato, agora imagina se essa mesma função 
produtiva for ampliada em alta escala, adquirindo mais máquinas, aparelhos e técnica, 
substituindo o trabalho humano de uma forma mais eficaz, considerando que o volume 
de um determinado rendimento passe a ser mais barato. Isso nos leva a considerar que 
podemos ter mais desempregos e, ao mesmo tempo, um sistema capitalista com um 
processo mais produtivo “abstraindo das contínuas alterações de detalhes nos meios de 
trabalho existentes” (MARX, 1988, p. 447). 
Com isso, temos um aumento na exploração da força de trabalho e, ao mesmo 
tempo, uma potência de ampliação do capital, cuja potência originou-se a partir do 
processo de renovação, ou seja, o capital passou a se incorporar de uma forma mais 
rápida a partir da progressão social e do aperfeiçoamento do seu formato antigo (pré- 
indústria) e, ao mesmo tempo, da depreciação de alguns capitais em desenvolvimento. 
 
Na proporção que essa depreciação acontecia, a concorrência se torna menor, 
acelerando ainda mais o acúmulo dos grandes capitalistas, porém esse processo era 
mais penoso para os trabalhadores, pois, com isso, buscava-se aumentar os meios de 
produção aumentando, assim, a exploração. 
Com isso, o trabalho passou a transferir para o produto o valor real dos meios de 
produção, porém, esse valor e a produção em massa só podem ser considerados com 
uma crescente, a partir do momento que a proporção do trabalho se torna mais produtivo, 
ou seja, mesmo que a quantidade de trabalho passa a agregarum valor em um 
determinado produto ele só passa a ter lucro quando a produção é feita em massa e em 
um formato mais acelerado e constante. 
 
SAIBA MAIS 
 
Quando um trabalho é realizado em massa, o seu valor está na quantidade e no 
tempo gasto pela produção. Por exemplo, dois trabalhadores realizam a mesma função 
com a mesma quantidade de horas e na mesma intensidade, ambos gastam 1 dia para 
produzir uma determinada mercadoria, neste sentido os valores são considerados iguais, 
mas o lucro passa a ser maior. 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), é importante compreender que dentro do sistema capitalista a 
sua relação com o trabalho passa a ser considerada a partir da ampliação da eficiência 
do volume e dos meios de produção através da força do trabalho. Nesse sentido, o 
processo de acumulação do sistema capitalista permanece constante e perpétuo, em 
que, de um lado tem a força do trabalho da qual conserva o capital e, do outro, a venda 
dessa força para manter a própria sobrevivência, considerando que “todas as forças do 
 
trabalho se projetam como forças do capital, assim como todas as formas de valor se 
projetam como formas de dinheiro” (MARX, 1988, p. 448). 
Também podemos destacar a importância de compreender que, com o aumento 
do capital tem-se a ampliação da produção em massa e o valor de trabalho empregado, 
nesse sentido, acaba ficando difícil de distinguir o trabalho dos meios de produção 
capitalista do caráter escravista, visto que a força de trabalho é realizada em conjunto, 
ao mesmo tempo, e com um grande nível de produção para manter a lucratividade do 
capital. 
O que nos leva a analisar que o grau de exploração da força de trabalho e a 
produção em massa em relação ao mais-valor passa a ser determinado pelo número de 
trabalhadores sendo explorados em conjunto e cada vez que aumenta-se este número, 
há um aumento da grandeza do capital e quanto mais o capital cresce através do 
processo de acumulação, mais tem-se a soma do valor atribuído no processo de 
produção, levando o sistema capitalista ao nível de controle, tanto nos meios de 
produção quanto no consumo adquirido. 
O trabalho é fundamental na vida do ser humano, o fato é que, através do capital, 
houve uma modificação na sua essência, tornando o homem dependente dos meios do 
trabalho e trocando o seu tempo e força para manter a sobrevivência por meio de valor 
fixo e, paralelo a isso, ampliando a lucratividade do capital por meio da produção em 
massa, o que nos leva a considerar que, para melhor efeito em relação ao aumento do 
lucro do capital, é preciso manter uma grande massa de trabalhadores a seu favor, 
aceitando receber qualquer coisa em troca de trabalho, se sujeitando às piores tarefas 
para manter a sua sobrevivência e/ou de seus familiares, com isso, o capital cria um 
grande exército de trabalhadores a seu favor, assunto que vamos abordar a seguir. 
 
 
4 EXÉRCITO DE RESERVA 
 
Título da imagem: Substituição do homem para as máquinas 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/humans-vs-robot-job-market-insecurity-
1343199608 
 
Caro(a) aluno(a), na origem do capital, a sua acumulação era entendida com uma 
ampliação quantitativa, porém com o passar dos anos houve a busca pelo aumento da 
sua riqueza, necessitando de uma produção mais específica e que correspondia à força 
produtiva do trabalho em massa. Com isso, o capital passou de um sistema simples para 
um sistema complexo, ampliando, cada vez mais, o seu modo de produção e precisando 
de uma grande massa de trabalhadores para aumentar ainda mais a sua base de lucros. 
Nesse sentido, o capital busca por ampliar a sua escala de produção através do 
desenvolvimento da força produtiva do trabalho por meio de um volume crescente de 
trabalhadores, com isso quanto maior o número de pessoas disponíveis para realizar o 
processo de produção, maior é a lucratividade do capitalismo, visto que, quanto maior a 
procura, menor as dispensas que o capital tem em relação ao valor pago pela força de 
trabalho, criando, assim, um exército de reserva, principalmente, se esse sistema tem ao 
seu favor, a superpopulação. 
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4.1 Superpopulação, uma Produção Progressiva 
 
Título da imagem: superpopulação 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/crowd-buisness-people-standing-line-
vector-1573287409 
 
 
Mas se uma população trabalhadora excedente é um produto necessário da 
acumulação ou do desenvolvimento da riqueza com base capitalista, essa 
superpopulação se converte, em contrapartida, em alavanca da acumulação 
capitalista, e até mesmo numa condição de existência do modo de produção 
capitalista. Ela constitui um exército industrial de reserva disponível, que 
pertence ao capital de maneira tão absoluta como se ele o tivesse criado por sua 
própria conta (MARX, 1988, p. 462). 
 
Caro(a) aluno(a), como você pode observar se existe um grande volume de 
trabalhadores que excede na sociedade acaba, se tornando algo favorável para que o 
capital avance com o seu acúmulo de riquezas, quanto a esse volume de trabalhadores, 
o autor supracitado aborda como superpopulação que, de certa forma, passa a pertencer 
ao capital de um jeito tão natural que passa a ser entendido como algo criado pelo próprio 
capital e, é a partir dos conceitos desse grande filósofo, que vamos nos aprofundar a 
seguir. 
Para Marx (1988) o sistema capitalista, de certa forma, acaba fornecendo as 
necessidade variáveis das quais valorizam a força de trabalho convertendo-a em forma 
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de exploração e, isso, se tinha independentemente do aumento da população, o fato é 
que, a partir desse aumento, a lucratividade, o capital passaram a sofrer uma aceleração 
ainda mais rápida, pois esse sistema se beneficiou da superpopulação para aumentar a 
sua expansão. 
Nesse sentido, o autor supracitado enfatiza que a superpopulação provoca uma 
aceleração na expansão do capital, a partir da produção em massa, no entanto, é 
destacado que independente de ter a maior ou menor absorção em relação ao exército 
industrial de reserva, o capital consegue converter em um grande processo de produção 
e reprodução, o que nos leva a considerar que a produção capitalista não está ligada à 
quantidade de força de trabalho disponível através do crescimento natural da população, 
mas, sim, o que é feito através desta disponibilidade para que se mantenha o aumento 
da lucratividade. 
Um fato importante que se deve ter em mente, caro(a) aluno(a) é que o salário é 
regulamentado a partir da expansão e contração do exército industrial de reserva, nesse 
sentido, é preciso analisar tanto a troca constante dentro dos meios de produção quanto 
a busca pelo trabalho produtivo, identificando o número absoluto da população que pode 
trabalhar, versus o número de trabalhadores ativos e não ativos (reserva), não deixando 
de considerar o aumento e/ou a redução da superpopulação. 
A partir dessa análise, é que se chega ao valor do salário, mantendo os 
trabalhadores ativos sob pressão através da produção e os não ativos como meio de 
garantir a lucratividade e, ao mesmo tempo, os não ativos pressionando os ativos. Nessa 
análise, ainda, pode-se considerar que a superpopulação relativa é um pano de fundo 
que acaba movendo a lei da oferta e da demanda em relação ao trabalho. “Ela reduz o 
campo de ação dessa lei a limites absolutamente condizentes com a avidez de 
exploração e a mania de dominação próprias do capital” (MARX,1988, p. 467). 
 
 
 
4.2 Capital, uma Fonte Regular da Produção de Riqueza 
 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/money-coins-bag-isolated-on-white-
177577832 
 
 
Conforme destacado anteriormente e de acordo com as teorias de Marx (1988) 
com a superpopulação tem-se uma produção crescente, da qual o autor a vê como uma 
das leis da acumulação capitalista e/ou uma fonte que regula a produção de uma grande 
riqueza, da qual a superpopulação está ligada ao crescimento da grande indústria 
capitalista, sendo indispensável para esse sistema em vários estágios do ciclo de 
reprodução do capital, ao ponto de criar um meio de produção capitalista, a partir de um 
exército industrial de reserva que pertence ao capital como se o tivesse levantado e 
disciplinado às suas próprias custas, fornecendo a matéria humana através da sua força 
de trabalho que passa a ser explorável e disponível. 
Marx (1988) aponta que a massa subempregada, sempre coexistiu com o excesso 
de mão-de-obra imposto à fração da classe assalariada que está em serviço ativo e 
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aumentou a pressão para forçar os trabalhadores a se submeterem mais 
obedientemente às ordens do capital. Sem a resistência dos trabalhadores, a não 
exploração do ocioso leva e amplifica mecanicamente a superexploração dos 
trabalhadores. 
Nesse sentido, o autor supracitado cita um folheto de 1863, o qual foi escrito por 
trabalhadores das fábricas têxteis de Bolton, na região de Manchester, protestando 
contra o desejo dos patrões locais de aumentar suas horas de trabalho de 12 para 13 
horas por dia, enquanto milhares de seus camaradas ficaram sem trabalho. As vítimas 
do trabalho excessivo sentem a injustiça tanto quanto aqueles que estão condenados à 
ociosidade forçada. Se o trabalho fosse distribuído de forma justa, haveria trabalho 
suficiente nesse distrito para que todos tivessem uma parte. 
Em relação a escrita mencionada pelo autor supracitado, observou-se que os 
trabalhadores estavam pedindo o direito e convidando seus mestres a encurtar o dia em 
geral, enquanto a situação atual durar, em vez de esgotar alguns com trabalho e forçar 
outros, por falta de trabalho, a viver do alívio da caridade. Finalizando a escrita, os 
trabalhadores enfatizaram que diante do modo de produção que realizam devem 
trabalhar mais que os burgueses da época, eles responderam com a demanda de bom 
senso para a distribuição do trabalho entre todos. 
Mas para Marx (1988) todos aqueles que permaneceram fiéis às perspectivas 
comunistas que ele havia traçado, a única maneira de acabar com o desemprego e todos 
os outros flagelos ligados à exploração capitalista era abolir o trabalho assalariado. 
Exigências destinadas a afrouxar o estrangulamento da exploração eram objetivos de 
luta inseparáveis a partir dessa perspectiva. 
De fato não tem como negar que o capital é uma fonte reguladora da produção de 
riqueza a qual traz consigo a exploração, a mão-de-obra barata e um exército ativo e não 
ativo, mantendo os trabalhadores a seu poder e se apropriando do processo de 
superpopulação para que a sua riqueza possa aumentar, não tendo a consciência dos 
problemas sociais e do desemprego gerado simplesmente para garantir o poder. 
 
 
4.3 Desemprego e o Subemprego 
 
Título da imagem: desemprego e o capital 
Link da imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/recruitment-job-candidate-concept-vector-
businessman-1499468903 
 
Caro(a) aluno(a), ao longo do século XX, o desemprego e todas as formas de 
subemprego que o acompanham têm permanecido características quase que duráveis 
na economia capitalista, os revolucionários ativistas comunistas eram constantemente 
confrontados com esse problema. Em 1917, diante do colapso da economia capitalista 
e da ameaça de fome, a classe trabalhadora russa respondeu impondo seu controle 
através de suas organizações, comitês de fábrica e soviets, controle dos trabalhadores 
sobre a duração do horário de trabalho, contratações, demissões e, de modo mais geral, 
sobre a produção. Isso foi efetivo na maioria das grandes empresas, mesmo antes do 
Partido Bolchevique tomar o poder em outubro. 
Durante a crise dos anos 30, o desemprego em massa, afetou um terço dos 
trabalhadores, tornou-se o sintoma mais concreto, mas também o mais brutal, do grau 
de decomposição de uma economia baseada na propriedade privada dos meios de 
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produção e da lei do lucro. Como todas as crises de superprodução no capitalismo, esta 
Grande Depressão resultou na destruição (ou interrupção) de vastas forças produtivas, 
bens e culturas que não podiam mais ser vendidos nos mercados. 
A partir desses fatos, houve o estatismo que veio em socorro da burguesia, na 
forma brutal do fascismo e do militarismo em vários países europeus, notadamente na 
Alemanha, e na forma da política do New Deal de construção em larga escala e da 
injeção massiva de fundos no sistema bancário nos EUA. Mas na véspera da Segunda 
Guerra Mundial Imperialista, o desemprego ainda afetava, segundo os números oficiais, 
mais de dez milhões de trabalhadores, ou quase 17% da população ativa. Somente a 
marcha para a guerra e a militarização da sociedade de alguma forma remediaria isso. 
Mas foi para mergulhar a humanidade de volta em uma barbárie mais mortal do que 
aquela que havia devastado o mundo um quarto de século antes. 
O relativo boom na produção que se seguiu à Segunda Guerra Mundial levou ao 
relativo desaparecimento do desemprego nas principais cidadelas do imperialismo. A 
burguesia teve mesmo que recorrer novamente a vários países, como França, Grã-
Bretanha ou Estados Unidos, onde este fluxo tinha sido interrompido no ano 1920, a uma 
força de trabalho imigrante, atuando como um exército de reserva. Especialmente porque 
o campo, que já havia sido amplamente esvaziado de sua força de trabalho, não podia 
mais fornecer a mão-de-obra que estava faltando. 
Mas desde o início dos anos 70, a crise de superprodução, com seu rastro de 
falências e redundâncias, que muitos economistas consideravam ser uma coisa do 
passado, voltou a atingir. E, desde então, apesar dos curtos períodos de recuperação na 
produção e no comércio, principalmente ligados a uma nova fase da globalização, o 
desemprego em massa e o subemprego nunca deixaram de pesar sobre a condição da 
classe trabalhadora. 
Na primeira potência imperialista, os Estados Unidos, dados oficiais se escondiam 
atrás do chamado pleno emprego, que os economistas definem quando a taxa de 
desemprego é inferior a 3% ou mesmo 5%, o crescente empobrecimento de uma grande 
fração dos trabalhadores. Todos os governos têm à sua disposição uma ampla gama de 
instrumentos para fingir "resolver" ou "reverter" o desemprego. Os trabalhadores mais 
velhos foram colocados em situação de aposentadoria antecipada ou isentos da procura 
 
de emprego, outros foram colocados em situação de invalidez, baralhados de 
treinamento para treinamento e retirados das estatísticas. 
Essa camuflagem estatística foi acompanhada de repetidos ataques aos 
trabalhadores: reduções drásticas nos direitos e benefícios dos desempregados, 
desafios à legislação trabalhista e a muitos limites legais sobre demissões, inclusive no 
serviço público, horários de trabalho flexíveis, generalização do trabalho a tempo parcial 
imposto, congelamento de salários etc. Em todos os lugares, na ausência de uma reação 
maciça dos trabalhadores, a mesma tendência tem sido observada. 
Os países desenvolvidos em que os números oficiais

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