Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIFACS PSICOLOGIA CATALINA AMITY ADORA PITANGA GALVÃO DE CARVALHO UMA INTRODUÇÃO SOBRE BASES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Salvador 2021 Catalina Amity Adora Pitanga Galvão de Carvalho UMA INTRODUÇÃO SOBRE BASES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: Artigo apresentado como requisito para obtenção da nota avaliativa referente à primeira unidade. Orientador: Prof. Gilcimar Dantas Salvador 2021 1 UMA INTRODUÇÃO SOBRE BASES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Catalina Amity Adora Pitanga Galvão de Carvalho Gilcimar Dantas Resumo: O artigo busca por meio dos ensinamentos vistos em sala de aula e nos materiais de apoio disponibilizados no portal universitário pincelar sobre a história da avaliação psicológica, o que no trajeto da psicologia foi importante para a sua concepção, e conceituar pontos importantes como o que é um constructo, o que é um fator, diferenciar avaliação de teste psicológico e trazer as fontes necessárias para sua validação. Palavras-chave: Constructo. Fator. Avaliação psicológica. 1 INTRODUÇÃO Quando se propõe falar de bases para a avaliação psicológica busca-se fazer um recorte da psicologia como um todo; será aquela área da psicologia que irá estudar a criação e a regulamentação dos diversos instrumentos psicométricos utilizados em testes, e como estes testes, aliados a criação de laboratórios de pesquisa, ajudaram concomitantemente a trazer um status quo de ciência para a psicologia. O ser humano, em si, é um ser social; os seus processos individuais vão construir a sociedade, esta que por sua vez influenciará em como o indivíduo criará esses seus processos inerentes. Por isto, a criação e aplicação de testes inseridos na avaliação psicológica como um todo foi se tornando tão necessário para a manutenção da sociedade e também para honrar o compromisso da psicologia para com ela, de propor uma melhor condição, qualidade e desenvolvimento de vida. 2 O CONSTRUCTO, A AVALIAÇÃO E A TESTAGEM PSICOLÓGICA Como na construção de qualquer ciência, alguns conceitos vão se estabelecendo e tornando-se necessários para a produção científica daquela área. Para a avaliação psicológica, conceitos como o constructo, a avaliação, a testagem e o fator são alguns destes que se destacam. 2 2.1 O constructo O constructo é um conceito abstrato, uma ideia abstrata, na qual se quer utilizar como objeto de estudo. Estes conceitos são criados para estudar um fenômeno, podendo se utilizar dele para o estudo de qualquer teoria, e no caso aplicado sendo utilizado como medida para um teste psicológico. Muitas ideias desenvolvidas para estudos não são palpáveis, porém seus efeitos são sentidos na sociedade. O constructo vem para questionar o quanto o indivíduo em sociedade pensa sobre aquela ideia, o quanto se adere a ela, o quanto concorda com ela. Como exemplo, o machismo, uma ideia não palpável, não se enxerga, porém se vê os seus efeitos dentro daquela sociedade, como pessoas que se identificam com o gênero feminino estão afastadas de cargos de poder, como recebem salários menores que o gênero masculino, como seu papel social (aquilo que a sociedade espera que venhamos a cumprir) seja a de dona de casa, dentre outros. Este processo e forma de pensamento de achar que pessoas que se identificam com o gênero feminino cumpra seu papel social, a criação do conceito do machismo por trás disso, é o constructo. Logo, utiliza-se o constructo como temas para a realização de testes psicológicos. O tema do conceito do teste é o constructo, o fenômeno que se quer medir. Um teste pode ser criado como esquema de ranqueamento para avaliar o quanto um indivíduo em sociedade espera que a mulher ocupe estes espaços posicionados fora da esfera do poder. Como se percebe, se nota, mas não se vê, cria-se o constructo para que a apropriação do estudo seja realizada e um tema para o teste psicológico seja baseado. Desta maneira, se fala, criam-se pesquisas, se mensuram e estudam fenômenos porque há um constructo para se apropriar desse acontecimento. 2.2 A avaliação psicológica e a testagem A profissão do psicólogo foi regulamentada a partir da Lei Federal 4.119/62, e nesta lei se dizia como função privativa do psicólogo a utilização de técnicas e métodos psicológicos. 3 O Conselho Federal de Psicologia foi atualizando e regulamentando esta função privativa e, por meio da Resolução CFP nº 18/2019, reconheceu a avaliação psicológica como especialidade da psicologia. De modo a embasar o artigo, faz-se citação direta sobre seu conceito que diz que “A Avaliação Psicológica é um processo complexo e exige de profissionais da Psicologia habilidades e conhecimentos para: identificar o construto a ser avaliado; selecionar a melhor forma de medi-lo, determinando quais os instrumentos mais adequados ao contexto específico que pretende avaliar; reunir as informações obtidas; e integrá-las de forma a contribuir para a compreensão do funcionamento do indivíduo e sua relação com a sociedade” (Conselho Regional de Psicologia - 23ª Região. CFP publica Resolução que torna a Avaliação Psicológica especialidade da Psicologia. Conselho Regional de Psicologia - 23ª Região, 2019. Disponível em: http://www.crp23.org.br/cfp-publica-resolucao-que-torna-a-avaliacao-psicologica- especialidade-da-psicologia/. Acesso em: 11/10/2021). Deste conceito, destrincha-se os seus itens. Tomando como exemplo, um paciente ao ser ouvido relata que tem apresentado sinais de anedonia (falta de sensação de prazer em atividades que anteriormente lhe eram prazerosas), tem se sentido paralisado, com as emoções anestesiadas, e que sua alimentação está desbalanceada. Daqui, pode se tirar como fenômeno o constructo da depressão. Dessa forma, se identificará o constructo (a depressão), se selecionará a melhor forma de medi-lo (como uma entrevista, o que você vai usar para medir, sendo favoráveis para o caso) e se irá integrá-las (após pegar todos esses instrumentos e técnicas para se entender a pessoa e seu contexto) para compreender o funcionamento do indivíduo e sua relação com a sociedade. A testagem psicológica, por sua vez, é a aplicação do teste que faz parte da avaliação psicológica; está inserida na avaliação. Todo teste psicológico precisa ser validado pelo Conselho Federal de Psicologia e, se for publicado no exterior, necessitará passar pela aprovação do COSMIN (COnsensus-based Standards for the selection of health Measurement Instruments); para isso, ele necessita passar por rigoroso questionamento em que suas fontes de evidência sejam validadas. O teste tem informações referentes ao que cada item representa sobre aquele constructo? São consistentes aqueles itens ao constructo? Se o constructo for 4 depressão, como no exemplo dado, o teste é suficientemente abrangente e representa o constructo da depressão? Essas informações dadas pelo teste estão de acordo com os processos mentais envolvidos? Os itens do teste se relacionam? 2.3 O fator Foi Charles Edward Spearman (1863 – 1945) o primeiro a tratar sobre os fatores na avaliação psicológica, os subtemas inclusos no constructo, o tema do teste. De forma a deixar o conceito mais palatável, se retorna ao exemplo dado anteriormente sobre o machismo. Se pensa “quais são as características do machismo?” Esse constructo (o machismo) será dividido em fatores no teste psicológico: há os fatores desigualdade e abuso; o fator desigualdade se destrincha em perguntas como “as mulheres devem ficar em casa?” ou “acha correto que as mulheres não trabalhem?”, enquanto o fator abuso trará perguntas como “a roupa da vítima justifica o abuso?” ou ainda “deve-se insistir se uma mulher lhe disser não?” Os fatores se criampara que na hora da validação do teste se possa mostrar como os itens no momento da explicação se correlacionam. Se todos estes itens dentro do fator desigualdade do constructo machismo tem correlação, e se há correlação entre os itens dós vários fatores do teste. 6 CONCLUSÃO Estes conceitos introdutórios foram importantes para a história da avaliação psicológica, que se mantém em constante evolução e atualização até hoje. As regulamentações realizadas por leis se mostram como incentivos para que se haja sempre uma revisão sistemática do teste aplicado, de forma que ele cumpra o compromisso traçado pela psicologia para com a sociedade. Medir bem é uma consequência de se referir bem ao fator, o subtema do constructo, e assim pautar uma avaliação psicológica compromissada com a sociedade em que se insere. REFERÊNCIAS Conselho Regional de Psicologia - 23ª Região. CFP publica Resolução que torna a Avaliação Psicológica especialidade da Psicologia. Conselho Regional de Psicologia 5 - 23ª Região, 2019. Disponível em: http://www.crp23.org.br/cfp-publica-resolucao- que-torna-a-avaliacao-psicologica-especialidade-da-psicologia/. Acesso em: 10/11/2021 BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 de agosto de 1962. Capítulo 3, artigo 13º https://www.revide.com.br/blog/jose-aparecido-da/teorias-fatoriais-da-inteligencia/. As teorias fatoriais da inteligência. Revide, 2014. Disponível em: https://www.revide.com.br/blog/jose-aparecido-da/teorias-fatoriais-da-inteligencia/. Acesso em: 10/11/2021. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Reconhece a Avaliação Psicológica como especialidade da Psicologia, Resolução n.º 18/09, 2019
Compartilhar