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A Crise da Economia Clássica
Roteiro: a crise da economia clássica
1. Modelos sobre a evolução da teoria econômica
2. Críticas à teoria clássica
3. A revolução marginalista
Introdução
• Questões fundamentais
1. em que medida existe uma “escola clássica”?
2. quais foram os fatores que geraram seu declínio?
3. a disciplina passou por uma revolução científica?
• Sugestões de respostas
1. conceito de escola de pensamento como simplificação
teórica com utilidade parcial: existe economia clássica, mas
não como corpo homogêneo de doutrinas
2. fatores principais: limitações teóricas, desempenho das
previsões no longo prazo, potencial da teoria rival
3. evolução, não revolução marginalista: mudança gradual
1. MODELOS SOBRE A EVOLUÇÃO 
DA TEORIA ECONÔMICA
Economia Política Britânica
• Início: Riqueza das Nações de Smith (1776)
– explicação para o crescimento econômico
– teoria do valor trabalho
• Desenvolvimento – Ensaios sobre o Princípio da População de Malthus (1798)
– teoria da população e salários no longo prazo
• Desenvolvimento – Princípios de Economia Política e Tributação de Ricardo (1817)
– modelo ricardiano de crescimento
– teoria das vantagens comparativas
• Maturidade – Princípios de Economia Política de Mill (1848)
– sistematização e incorporação de alguns elementos da teoria contemporânea
• Declínio
– fracasso das previsões do modelo
– limitações teóricas
• Fim: 1871 – Revolução marginalista
– sobrevivência de diversos elementos clássicos em diferentes tradições
• Questão
– Trajetória se encaixa na descrição da evolução do conhecimento
de Popper, Kuhn ou Lakatos?
escola clássica
escola neoclássica
18711776
revolução marginalista
2000
1758
escola fisiocrata
Fase pré-
paradigmática
Modelo kuhniano: o paradigma clássico
• formação de escolas em sentido histórico-sociológico do termo
• Economia política britânica: paradigma em torno de “caixa de ferramenta” analítica
• abordagem macroeconômica
• modelo de reprodução e crescimento de riqueza material
• teoria do valor trabalho
• Economia marginalista: paradigma em torno de “caixa de ferramenta” analítica
• abordagem microeconômica
• marginalismo: modelo de trocas com agentes racionais maximizadores
• teria do valor utilidade
Modelos de Crescimento do 
Conhecimento em Economia
Evolução do paradigma / programa de pesquisa “clássico”
• Smith
– aumento da capacidade 
produtiva
• Ricardo
– como distribuição afeta 
crescimento
• Mill
– separação entre produção 
e distribuição
• Marx
– teoria da exploração
Usos da teoria do valor e modelo plutológico
Evolução do Pensamento Metodológico
Revolução 
EmpiricistaApriorismo Empirismo
1930
Revolução 
Formalista
Economia 
“literária”
Economia 
Matemática
1871
1871 1930
Revolução 
formalistaJ.S. Mill
FriedmanJ. N. Keynes
Revolução 
empiricista
Economia “literária” clássica Teorias algébricas: matemáticas sem números Empirismo: econometria
Escola Clássica Escola Neoclássica
Caracterização Plutologia (riqueza) Catalaxia (trocas)
foco na Produção (meio)
Relação entre produção (meio) e consumo 
(fim)
Problema principal geração e distribuição de riqueza material
alocação de recursos escassos a fins 
alternativos 
Teoria do valor objetiva subjetiva
Causa do valor custos de produção, trabalho utilidade marginal
Autores principais Smith, Ricardo, Mill Menger, Walras, Jevons
Modelos de Crescimento do 
Conhecimento em Economia
• Modelo lakatosiano: os programas de pesquisa
• John Hicks: ‘Revolutions’ in Economics
• escreve texto kuhniano em volume dedicado a Lakatos!
• discute revolução científica de 1871
• mas pode ser interpretado como caracterização de núcleo duro dos
programas de pesquisa “clássico” e “neoclássico”
Modelos de Crescimento do 
Conhecimento em Economia
Modelo popperiano
• foco nos problemas e nas condições institucionais para sua solução
• crescimento do conhecimento quando existe pluralismo e crítica 
(ou conjecturas e refutações ou variação e seleção)
•epistemologia evolucionária: coexistência de múltiplas tradições rivais
Problema: 
riqueza
Tentativa de solução 1: 
moeda
Tentativa de solução 2: 
terra
Tentativa de solução 3: 
trabalho
Tentativa de solução 4: 
utilidade total
Problema: 
distribuição
Tentativa de solução 1: 
população
Tentativa de solução 2: 
exploração
Tentativa de solução 3: 
tecnologia
Tentativa de solução 3: 
atividade empresarial
Problema: 
trocas
t. de solução 1: 
equilíbrio parcial
t. de solução 2: 
equilíbrio geral
t. de solução 3: 
processo
Modelos de Crescimento do Conhecimento em Economia
Modelo popperiano
• revolução x evolução científica
• Dawkins (2011): a tirania da mente descontínua
• teorias antiga e moderna são diferentes
• evolução contínua entre elas
• diferenças centrais
• teoria do valor: custo e utilidade
• problema central: produção e troca
• continuidade
• valor subjetivo entre clássicos continentais
• primeira geração de marginalistas: muda teoria do valor
• segunda geração de marginalistas : muda problema fundamental
• sob perspectiva evolutiva, descontinuidades podem ser fruto de
desconhecimento de influencia de autores menos conhecidos
• evolução dos problemas e interpretação da história
• centralidade do ricardianismo não seria exagerada, dada a influência
das opiniões de Marx sobre a história da disciplina?
Exemplo: revolução marginalista
• Blaug (1972) oferece análise gradualista da evolução da teoria
– descoberta simultânea (Menger, Jevons, Walras) requer explicação
– heterogeneidade de ambientes descarta respostas baseadas em 
• sociologia do conhecimento marxista: interesses de classes
• clima intelectual
– Lausanne: racionalismo cartesiano
– Viena: kantianismo
– Manchester: utilitarismo empiricista 
– Respostas possíveis
• descobertas são em geral simultâneas em ciências maduras
• lógica situacional: limitações da teoria antiga levam a necessidade de modelar demanda
• trio não trata de mesmos problemas
– Blaug afirma que não existe revolução, mas evolução (p. 277)
– problema (“visão”) central da nova teoria é o problema alocativo
– percepção de revolução se relaciona com adição gradual posterior da teoria
2. CRÍTICAS À ECONOMIA CLÁSSICA 
A Teoria da População
• Teoria da população não foi unânime 
– ingleses: efeitos dos retornos decrescentes sobrepujam 
efeitos do progresso técnico
– franceses: ênfase no progresso técnico
• Blaug (1997): freios positivos e negativos esvaziam 
conteúdo empírico da teoria da população
– Lakatos: avaliação ao longo do tempo rouba credibilidade da 
teoria (programa degenerativo)
• fator chave: determinantes do progresso técnico
– determinantes institucionais: tragédia dos comuns
– The Ultimate Resource (J. Simon): conhecimento
• outro fator: comportamento das famílias com 
enriquecimento
A Teoria da População
• População e produção de alimentos no longo prazo
O Fundo de Salários
• evolução
– Fisiocratas
• produção requer tempo: modelo continuous input – point output
• investimento como adiantamento produtivo
• capital como fundo homogêneo expresso em termos monetários
– Clássicos 
• corn model: capital = capital circulante
• fundo de salários = valor total poupado no período anterior
• salário médio = fundo de salário / número de trabalhadores
• Preocupação de malthisiana de J. S. Mill: contenção de L
• Preocupação dos críticos 
– limite superior da “fatia” reservada ao trabalho
– ação sindical seria inócua
• Em 1869 Mill rejeita em artigo a doutrina do fundo de salários
O Fundo de Salários: Ekelund (1976)
• Controvérsias
– confusão: falta de clareza sobre fundo – conceito real (rígido 
no CP) ou monetário (elástico)
– confusão: doutrina macro ou micro sobre w?
• críticas tratam incorretamente de diferenças salariais
• A rejeição da doutrina por Mill (1869)
– resenha de On Labour, de W.T. Thornton na Fortnightly Review
– Mill distingue capital de sua renda. Esta última poderia ser 
reduzida em favor de salários
• Ekelund:Mill não distingue entre fundo no longo e curto 
prazos nem em termos reais e nominais
– doutrina do fundo de salários se refere ao curto prazo
O Fundo de Salários: Ekelund (1976)
• Pressupostos da doutrina:
– capital: point input - point output
– 3 setores: i) capital fixo, ii) bens de subsistência (wage goods) e iii) bens de 
luxo (consumo dos capitalistas)
– bens ofertados sob competição, sem substituição entre demandas
– oferta de moeda, população e produtividade constantes
• Estática comparativa:
– diminuir renda do capital reduz demanda por iii) e aumenta de ii)
– como produção é fixa (determinada em período anterior),
aumenta preço de ii) e diminui preço de iii)
– Mill confunde salário real com nominal:
• salário aumenta, mas preço do trigo também aumenta
– Longo prazo:
• oferta de ii) aumenta e de iii) diminui → preços voltam ao custo
• Como doutrina é de fato abandonada:
– Sincronização: eliminação do fator tempo da produção
– Imputação pelo valor do produto marginal dos fatores
setor ii – wage goods
q
p
setor iii – bens de luxo
q
p
S
S
D
D
D’ 
D’ 
A Teoria do Valor Trabalho
• Dois usos da teoria do valor trabalho
– macro: medida estável de riqueza material – mais tarde, usam-se índices de preços
– micro: preços relativos e alocações
• Dois fatores responsáveis pelo abandono da teoria
– limitações da teoria
– desenvolvimento de teoria alternativa
• Limitações
– falta de fundamentação em modelo geral de ação humana
– restrita a equilíbrio competitivo de longo prazo com fatores reprodutíveis em modelo 
de equilíbrio parcial e retornos constantes de escala
– monopólio, oligopólio: requer desenvolvimento de teoria da demanda
– determinantes dos custos (problemas de circularidade): requer desenvolvimento de 
teoria de equilíbrio geral
A Teoria do Valor Trabalho
• Desenvolvimento de alternativa durante período clássico
– Condillac, Storch: valor subjetivo, utilidade e escassez em modelo de trocas
– Say: modelo de escolha do consumidor em termos de preferências, renda, 
substituição
– Bastiat: valor é noção prospectiva, não retrospectiva
– Rossi, Cournot, Dupuit: valor em monopólio depende de determinantes da demanda
– Gossen: utilidade na margem e escolha diante da escassez
• Gradualismo
– Molinari, Mill, Courcelle-Seneuil adotam elementos da teoria subjetiva do valor, mas acreditam 
em continuísmo, não em ruptura 
– Previsão de Mill (Princípios, livro 3, cap. 1):
“Felizmente, não há nada nas leis do Valor que resta para o presente ou qualquer
escritor futuro esclarecer; a teoria do assunto está completa: a única dificuldade a ser
superada é a de expô-la de modo a resolver antecipadamente as principais
perplexidades que ocorrem ao aplicá-la.”
O Homo economicus
Mill: Da Definição de Economia Política e do Método de Investigação próprio a ela
• Definição de Economia
• A ciência que investiga o aspecto social do processo de produção e distribuição de 
riqueza material:
“A ciência que traça as leis daqueles fenômenos da sociedade que surgem das operações
combinadas da humanidade para a produção de riqueza, na medida em que esses fenômeno
não são modificados pela busca de qualquer outro objeto.”
• Noção de Homo oeconomicus:
– Não há talvez uma única ação na vida de um homem em que ele não esteja sob a influência,
imediata ou remota, de algum impulso que não seja o simples desejo de riqueza. Sobre esses
atos a economia política nada tem a dizer. Mas há também certos departamentos dos afazeres
humanos nos quais a obtenção de riqueza é o fim principal e reconhecido. A economia política
leva em conta unicamente estes últimos.
• Crítica 1: Mill teria negado existência de motivos não econômicos
– tentativa de identificar utilitarismo com materialismo hedônico
– crítica aparece em vários ambientes
• Inglaterra: Ruskin, Carlyle, Dickinson: pig-philosophy, dismal science
• Inglaterra: Ingram, Cliffe Leslie
• Alemanha: Roscher, Hildebrand, Knies, Schmoller: manchesterismus
• EUA: Veblen: o glóbulo de cálculo de prazeres e dores
– réplica: Mill não nega outros valores, apenas isola analiticamente um
O Homo economicus
• Crítica 2: restringe economia à um tipo de atividade
– de fato, compare com a definição de Robbins (1932):
“Economia é a ciência que estuda o comportamento humano como uma relação
entre fins e meios escassos que têm usos alternativos.”
– para esta, não existe atividade econômica, mas aspecto econômico de qualquer
atividade, desde que haja escassez
– exemplos: atividade artística, religiosa, amorosa, etc. envolvem escolhas de tempo
escasso.
• teoria moderna define a Economia como ciência de meios, não de fins
– dicotomias diferentes: individualismo x coletivismo ; egoísmo x altruísmo
• críticos continuam a imputar crítica 1 à teoria moderna
– conceito de utilidade como ordenamento: o problema da escolha não se
preocupa com fins
– autores marginalistas evitaram usar a palavra “utilidade” para se distanciar dessa
crítica
• Cuhel: egency, Pareto: ophemelity, Fisher: wantability
História e Instituições
• Metodologia da Economia Clássica 
– Say, Senior, Mill, Cairnes, J. N. Keynes
– complexidade do objeto impede método indutivo
– alternativa: simplificações, dedução a partir de princípios básicos
– separação entre ramos teórico e histórico ou aplicado
• Evolução
– Smith alia teoria pura e aplicada
– Ricardo adota abordagem mais teórica
• Schumpeter: o “vício ricardiano”: conclusões práticas a partir de modelos muito 
simplificados
– Reação: crítica historicista
• Críticos: escola histórica alemã (com seguidores ingleses e 
franceses), institucionalismo americano
História e Instituições
• Escola Histórica Alemã
– Roscher, Hildebrand, Knies (1ª geração); Schmoller, Brentano, Wagner (2ª 
geração); Spiethoff, Sombart, Weber (3ª geração)
• Programa metodológico
– oposição à teoria formal ricardiana: a-histórica e não institucional
– defesa de indutivismo, historicismo, holismo metodológico
– coleta de informações históricas seguidas de generalizações indutivas
– busca pela descoberta de leis de desenvolvimento histórico
• Crítica historicista e a crise da economia clássica
– methodenstreit: debate entre Schmoller e Menger
• existe teoria econômica geral (válida em todo tempo e local)?
– crítica é dirigida à economia política britânica e marginalismo austríaco
• Teoria e história depois da revolução marginalista
– argumento da similitude formal entre sistemas econômicos contra o historicismo:
• toda economia deve resolver o problema alocativo
– mas assim como o ricardianismo, o formalismo moderno tende a negligenciar 
instituições
– aos poucos, porém, teoria e história se combinam, como no neoinstitucionalismo
3. A REVOLUÇÃO MARGINALISTA
precursores e elementos centrais da nova teoria
Evolução Marginalista: alguns precursores da teoria moderna
• Escola de Salamanca
– Diego de Covarrubias y Leyva (1554)
• “O valor de um artigo não de sua natureza essencial, mas da estimativa subjetiva dos homens, 
mesmo sendo esta tola.”
– Luis Saravia de la Calle (1544)
• “aqueles que medem o preço justo pelo trabalho, custo e riscos incorridos cometem grande 
erro. O preço justo é encontrado não pelo cômputo dos custos, mas pela estimação comum”. 
• F. Galiani (1728-1789)
– Da Moeda (1751)
• valor “é a idéia da relação entre a posse de uma coisa a de outra na mente dos homens” 
• Elementos
– Utilidade: capacidade que tem uma coisa de nos proporcionar felicidade
– Raridade: a relação que existe entre a quantidade de uma coisa e o uso que dela se faz
• Paradoxo do Valor:
– Davanzati: “um bezerro vivo é mais nobre do que um bezerro de ouro, mas vale menos.”
– Galiani: “se um bezerro vivo fosse tão raro como um de ouro, teria um valor maior que o de um
bezerro de ouro exatamente na mesma proporção em que a utilidade e a necessidade do primeiro é
maior do que a do segundo.”
• Condillac (1715-1780)
– Governo e Comércio (1776)
• Valor subjetivo
• Excedente do consumidor para avaliar ganhos de trocasAlguns Precursores
• J.B. Say (1767 – 1832)
– valor subjetivo: descrição do problema do consumidor
– atividade empresarial
– custo de produção varia conforme demanda de outros bens pelos insumos
• Hermann H. Gossen (1810-1858)
– primeira lei
• a grandeza final do prazer (utilidade marginal) decresce com o consumo maior de um bem
– segunda lei
• para maximizar a soma total dos prazeres, a última unidade monetária gasta em cada bem deve gerar o 
mesmo prazer.
• Hans K. E. von Mangoldt (1824-1868)
– gráficos de oferta e demanda
– utilidade marginal e produto marginal, este para explicar preços de fatores
– atividade empresarial separada do capitalista
• Antoine A. Cournot (1801-1877)
– função demanda
– modelos de monopólio e duopólio
• Jules Dupuit (1804-1966)
– relação entre demanda e utilidade marginal
– excedente do consumidor
A Revolução Marginalista
• 1871: descoberta simultânea de nova teoria do valor
• Autores
– Jevons – A Teoria da Economia Política (1871)
– Menger – Princípios de Economia Política (1871)
– Walras – Elementos de Economia Política Pura (1874)
• Rejeição da teoria clássica do valor trabalho
• Elementos da nova teoria
– revolução subjetivista → valor não é propriedade dos objetos, mas categoria
relativa a planos
– revolução formalista → utilidade na margem e uso do cálculo
• Abandono da distinção entre valor de uso e valor de troca
• Com o marginalismo, abandono de concepção moral sobre valor
– valor de algo concreto, em contexto específico
– economia como ciência de meios, não de fins
• O formalismo matemático passa gradualmente a ser modo dominante de
expressão
A Revolução Marginalista
Rejeição da teoria clássica do valor
• Jevons – A Teoria da Economia Política (1871)
– Um estudante de Economia não poderá jamais ter esperança de alcançar
ideias claras e corretas em sua ciência se conceber o valor de algum modo
como uma coisa ou um objeto, ou mesmo como algo que esteja numa coisa ou
objeto.
– Nos últimos meses descobri felizmente o que não tenho dúvidas em classificar
de a verdadeira Teoria Econômica, tão minuciosa e consistente que não posso
ler sem me indignar outros livros sobre o assunto.
– As pérolas não são caras porque os homens mergulham atrás delas, mas ao
contrário, os homens mergulham por elas porque elas têm um alto preço.
• Menger – Princípios de Economia Política (1871)
– Não há nenhum nexo causal necessário e direto entre a medida do valor do
bem em pauta e a quantidade maior ou menor (ou nula) de trabalho, ou de
outros bens de ordem superior, que foi necessária para produzir o referido bem
... Com efeito, quando alguém faz a avaliação de um bem, não investiga a
história da origem do mesmo...
Conceitos centrais: escolha
• Lionel Robbins: An Essay on the Nature and Significance of Economic Theory
(1932)
• Capítulo 1: O objeto de Investigação da Economia
– definição materialista (plutológica) x definição “de escassez”
– definição proposta:
• I – diversos fins não atendidos
• II - tempo e meios limitados
• III - capazes de emprego alternativo
• IV – fins com importâncias diferentes
• Condições necessárias e conjuntamente suficientes: I, II, III, IV => LÓGICA DA ESCOLHA
"Economia é a ciência que estuda o
comportamento humano como uma relação entre
fins e meios escassos que têm usos alternativos.”
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.lancs.ac.uk/staff/ecagrs/Photo%20Gallery%20of%20Economists_files/robbins.jpg&imgrefurl=http://www.lancs.ac.uk/staff/ecagrs/gallery.htm&usg=__idQziRZHhDrEjzAT4A8vMdmSBpQ=&h=399&w=292&sz=22&hl=pt-BR&start=1&tbnid=X9EJoIlSd4SppM:&tbnh=124&tbnw=91&prev=/images?q=robbins&gbv=2&hl=pt-BR
Conceitos centrais: escolha
• Robbins Capítulo 2: Fins e Meios
– Economia neutra em relação a fins:
• Não existem fins econômicos
– Críticos querem transformar economia em moralismo
• Ruskin, Carlyle, Dickins: “pig-philosophy”
• Visita de Savonarola: sibaritas se tornam ascetas - muda a alocação de meios de 
orgias para artigos religiosos!
– problema econômico x problema técnico da escolha
• Crítica a Marx: escolhas técnicas
• Hans Mayer: “o problema técnica surge quando existe um fim e uma multiplicidade 
de meios, o problema econômico quando ambos os meios e os fins são múltiplos.” 
Problema Técnico Problema Econômico
Meios Fins Meios Fins
Conceitos centrais: preferências e trocas
• A nova definição implica escolha na margem
– Avaliação de porções concretas dos bens
• A nova definição implica valor subjetivo
– A “escola psicológica”: um mesmo objeto tem valores 
diferentes para pessoas diferentes
– preferências ou lógica situacional diferentes
• A nova definição implica a centralidade das trocas
– cataláxia: καταλλάσσω (katallasso): “trocar” ou “admitir na 
comunidade”
– Meios para obter os fins
• troca
• produção (troca com a natureza)
– Daí se conclui que a produção industrial visa a uma dupla meta: primeiro,
multiplicar a quantidade das coisas úteis que apenas existem em quantidade
limitada; em seguida, transformar as utilidades indiretas em utilidades diretas.
(Walras, Compêndio, pg. 25)
Conclusão
• Questões fundamentais
1. em que medida existe uma “escola clássica”?
2. quais foram os fatores que geraram seu declínio?
3. a disciplina passou por uma revolução científica?
• Elementos da resposta
1. plutologia: modelo de reprodução de riqueza 
material 
2. “rendimentos decrescentes” da ferramenta teórica 
antiga, previsões não se materializaram no longo 
prazo, surgimento de teoria alternativa viável
3. gradualismo: da plutologia à catalática
Bibliografia
• BLAUG, M. Economic Theory in Retrospect. Cambridge: Cambridge University Press, 
1997.
• BRUE, S. História do Pensamento Econômico São Paulo: Thomson, 2000.
• EKELUND, R. B. A History of Economic Theory and Method New York: Mc Graw-Hill, 
1997.
• HICKS, J. ‘Revolutions’ in economics. In LATSIS, S. (org.) Method and Appraisal in 
Economics. Cambridge: Cambridge University Press, 1976.
• KUHN, T. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 2006 [1962].
• LAKATOS, I. Falsificação e Metodologia dos Programas de Investigação Científica. 
Lisboa: Edições 70, 1999.
• MILL, J.S. Princípios de Economia Política. Os Economistas. São Paulo: Nova Cultural, 
1996.
• RICARDO, D. Princípios de Economia Política e Tributação . Os Economistas. São Paulo: 
Nova Cultural, 1996.
• SPIEGEL, H. W. The Growth of Economic Thought. Durham: Duke University Press, 
2002.
• SCHUMPETER, J. A. (1954). History of Economic Analysis. Oxford: Oxford University 
Press. 
• SMITH, A. Uma Investigação sobre as Causas da Riqueza das Nações. Os Economistas. 
São Paulo: Nova Cultural, 1996.

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