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Apostila - Direito Administrativo Aplicado

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AULA 2 – DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO – Data: 15.08.2022
I - SERVIÇOS PÚBLICOS
Base Jurídica: Art. 175, CF/88 e Lei 8.987/95
Conceito: É toda atividade de oferecimento de utilidade e comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas utilizado singularmente pelos administrados, que o Estados assume como pertinente a seus deveres e presta por se mesmo ou por quem lhes faça às vezes, sob um regime de direito total ou parcialmente público.
O serviço público pode ser executado por terceiros, mas a titularidade pertence sempre a administração pública e é intransferível. 
Os instrumentos normativos (lei) deverão delimitar quais são as atividades que deverão ser nomeadas como serviços públicos.
Exemplo: Art. 25, §2° da CF/88
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Art. 30 – Compete aos Municípios: 
V - Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
Conforme o Art. 175 da CF/88 é atribuído ao Poder Público a titularidade dos Serviços Públicos:
Art. 175 - Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - O regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - Os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - A obrigação de manter serviço adequado.
O Serviço Público pode ser prestado de forma DIRETA ou INDIRETA.
· Consoante o Art. 21, XI e XII da CF/88: verificamos as possibilidades de autorização, concessão ou permissão dos serviços públicos. A regra é a concessão ou permissão, mas é possível a autorização. 
Ex.: Autorização para serviço de transporte público de táxi.
· Atenção: a delegação de um serviço público não transfere a sua titularidade. Quando a atividade é delegada ao particular, temos prestação indireta de serviço público do Estado.
É relevante também destacarmos que alguns serviços públicos podem ser desenvolvidos pelos particulares, setor privado, sem estar submetido ao regime de concessão. Tais atividades podem ser observadas nos direitos sociais (art. 193 da CF/88). Esses serviços exercidos diretamente pelo setor privado, caracteriza-se “serviço privado”. A titularidade desses serviços não é exclusiva do poder público.
Ex. Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
AULA 3 – DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO – Data: 22.08.2022
CONTINUAÇÃO...
A C.F./1988 destaca a educação é facultada à livre iniciativa, por exemplo. Nestes casos, o Poder Público exercerá o controle, o Poder de Polícia etc. Ademais, nesta situação não teremos um serviço público prestado indiretamente, mas sim, um serviço privado, regido pelo regime de direito próprio.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;          
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;          
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;         
**ATENÇÃO: Ver a Lei 8987/95
CDC e Lei 8987/95 Conflito aparente entre o CDC e a Lei n. 8.987/95: O conflito já se encontra pacificado na doutrina e jurisprudência, pela aplicação do critério da especialidade, haja vista que a Lei 8987/95 busca disciplinar relação especial de consumo (usuário de serviço público). Sendo assim, o CDC não se aplica irrestritamente aos serviços públicos, mas apenas de forma subsidiária.
· IMPORTANTE:
Lei 8987/95 Art. 6o:
Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
PRINCÍPIOS DA CONTINUIDADE E DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO também importam nas relações jurídicas dos serviços públicos prestados. (art. 6º, § 3º, II da Lei 8987/95)
1- PRINCÍPIOS APLICÁVEIS: (Art. 6º,§ 1º da Lei 8987/95)
Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
1.1- Continuidade: o serviço público, em regra, não pode ser interrompido, a não ser em situações especiais.
*Atenção:
 Lei 8987/95 
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
1.2- Generalidade: De acordo com este princípio todos os usuários que satisfaçam as condições legais fazem jus à prestação do serviço, sem qualquer discriminação, privilégio, ou abusos de qualquer ordem. O serviço público deve ser estendido ao maior número possível de interessados, sendo que todos devem ser tratados isonomicamente. Este princípio é conhecido como princípio da impessoalidade ou universalidade.
1.3- Eficiência: deve o Estado prestar seus serviços com a maior eficiência possível. A eficiência reclama que o Poder Público se atualize com os novos processos tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa com o menos dispêndio.
1.4- Modicidade: os serviços públicos devem ser prestados a preços módicos e razoáveis. Sua fixação deverá considerar a capacidade econômica do usuário e as exigências do mercado, de maneira a evitar que o usuário deixe de utilizá-lo em razão de ausência de condições financeiras, sendo, por esta razão, excluído do universo de beneficiários do serviço público.
1.5- Cortesia: o destinatário do serviço público deve ser tratado com cortesia e urbanidade. Frise-se que o serviço prestado é decorrente de um dever do Poder Público, ou de quem lhe faça as vezes, devidamente pago, de forma direta ou indireta pelo usuário/contribuinte, que tem o direito ao serviço.
CASO CONCRETO
Maria, jovem integrante da alta sociedade paulistana, apesar de não trabalhar, reside há dois anos em um dos bairros nobres da capital paulista, visto que recebe do Estado de São Paulo pensionamento mensal decorrente da morte de seu pai, exservidor público. Ocorre que, após voltar de viagem ao exterior, foi surpreendida com a suspensão do pagamento da referida pensão, em razão de determinação judicial. Em
razão disso, deixou de pagar a conta de luz de sua casa por dois meses consecutivos o que acarretou,
após a prévia notificação pela concessionária prestadora do serviço público, o corte do fornecimento de
luzem sua residência.
Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) À luz dos princípios da continuidade e do equilíbrio econômicofinanceiro do contrato de concessão de serviço público, é lícito o corte de luz realizado pela concessionária?
O corte de luz é lícito porque, em que pese o princípio da continuidade, em caso de inadimplemento pode haver a interrupção (exceptio non adimpleti contractus). Princípio da Continuidade.
B) O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado irrestritamente à relação entre usuários e
prestadores de serviços público?
Diante do caso em tela, o CDC não poderá ser aplicado, pois a doutrina e a jurisprudência entendem que, o CDC apenas será aplicado de forma subsidiária, prevalecendo a lei 8987/95 pelo critério da especialidade.
AULA 4 – DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO – Data: 29.08.2022
2- FORMAS DE EXECUÇÃO (SERVIÇO PÚBLICO):
2.1- Direta: Realizada pela própria administração através de seus órgãos. Nesta forma de execução o serviço público pode ser desconcentrado, ocorrendo a troca de órgãos na execução, mas na mesma estrutura administrativa.
2.2- Indireta: Realizada pela administração pública por meio de outorga (entidades da administração pública indireta), delegação para particulares por meio de concessão, permissão ou autorização.
* ATENÇÃO:
3- INSTRUMENTOS PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO:
3.1- Outorga: Entidades da Administração Pública Indireta 
3.2- Delegação: Entidades privadas não integrantes da Adm. Pública.
EX.: 	OUTORGA: AUTARQUIA, EMPRESA PÚBLICA etc.
DELEGAÇÃO: EMPRESAS PRIVADAS CONCESSIONÁRIAS ou PERMISSIONÁRIAS.
4- ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA
Administração
Pública
 Direta Indireta
União Autarquias
Estado Fundações
Distrito Federal Empresas Públicas
Municípios Sociedades de Economia Mista
Art. 21(CF/88) ...
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;        
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;              
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
5- CONCEITOS RELEVANTES:
5.1- Autorização: É um ato administrativo que possibilita ao particular (pessoa física ou jurídica) a realização de algo do seu interesse particular, ou, ainda para usar um bem público.
Ato discricionário (facultativo), precário e unilateral.
Interesse predominantemente privado.
Ex.: Bancas de jornais.
Exercício de Fixação: 
Supondo que a Prefeitura tenho autorizado comércio ambulante ao redor de determinada praça pública, podendo funcionar das 17h às 23h de segunda à sexta-feira. Acontece que 30 dias após a Prefeitura revogou a Autorização e os comerciantes questionaram o prejuízo. A Prefeitura deverá indenizar os comerciantes? 
Resposta: Não deve haver indenização porque a autorização é precária, pode ser retirada a qualquer tempo.
5.2- Permissão: É um ato administrativo com a forma de contrato de adesão, permite ao particular (pessoa física ou jurídica) o exercício de alguma atividade no interesse da coletividade.
 
Art. 2º, inciso IV (Lei 8987/95)- permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Formalização: Contrato de adesão.        
Art. 40. (Lei 8987/95)- A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
 Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
Ato discricionário (facultativo), precário e unilateral, mas com licitação.
Pode ser revogado a qualquer tempo, sem indenização (prazo determinado). 
Permissão para uso de bem público e delegação de serviço público.
* Há divergências doutrinárias sobre a Permissão ser um ato ou contrato. A Lei 8987/95 define como contrato de adesão.
5.3- Concessão: É um contrato para execução de um serviço público, mediante tarifa.
· Pessoa jurídica ou Consórcio.
· Prazo determinado, cabe indenização.
ATENÇÃO:
 
a. Há também entendimentos no sentido de reconhecer a Administração Pública decorrente dos Serviços Públicos prestados por concessionárias e permissionárias.
b. Art. 175 (CF/88): Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos (ver também a Lei 8987/95).
c. Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
d. Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
e. Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Formalizada por meio de contrato de adesão (Art. 40 da Lei 8987/95)
f. Art. 223 (CF/88): Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
... § 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.
6- PARCERIA PÚBLICO PRIVADA (P.P.P.) – REGULAMENTAÇÃO: LEI 11079/04:
Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade de concorrência.
A P.P.P. é um contrato administrativo de concessão e pode ser patrocinada ou administrativa. 
Art. 2º (Lei 11079/04) Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta,ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
§ 3º Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
O contrato deverá ser de 5 até 35 anos.
Art. 5º (Lei 11079/04) As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no art. 23 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo também prever:
I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;
Na Parceria Público-Privada o pagamento pode ser direto do Poder Público (administrativa) ou tarifas e recursos públicos (patrocinada).
A licitação é na modalidade de CONCORRÊNCIA e o julgamento MENOR PREÇO, MELHOR TÉCNICA ou MELHOR TÉCNICA E PREÇO.
*Atenção:
· Modalidade de licitação:
Art. 10. (Lei 11079/04) A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada a:...
· Tipos de Licitação (modalidade de julgamento)
Art. 12 (Lei 11079/04)
II – o julgamento poderá adotar como critérios, além dos previstos nos incisos I e V do art. 15 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, os seguintes:
a) menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração Pública;
b) melhor proposta em razão da combinação do critério da alínea a com o de melhor técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no edital;
6.1- Da Sociedade de Propósito Específico (S.P.E.) - (ART. 9º, Lei 11079/04)
Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
§ 1o A transferência do controle da sociedade de propósito específico estará condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos do edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
§ 2o A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado.
§ 3o A sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de governança corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento.
§ 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades de que trata este Capítulo.
§ 5o A vedação prevista no § 4o deste artigo não se aplica à eventual aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de contratos de financiamento.
6.2- Consórcios Públicos e Convênios:
a. Constituição Federal:
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
A associação pública criada por meio de consórcio público, conforme Art. 1º, § 1º, da Lei n. 11.107/2005 c/c Art. 41 do Código Civil, possui personalidade jurídica de direito público e, portanto, admite que lhe seja outorgado o Poder de Polícia.
O Art. 4º, XI, c, da Lei n. 11.107/2005, admite a autorização da delegação dos serviços do consórcio.
Lei n. 11.107/2005
Art. 1o 
Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
§ 3o Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS.
· Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.
· Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.
6.3- Setores da Sociedade 
a. Primeiro setor:
É o próprio Estado, reunindo as entidades que integram a Administração Pública Direta e Indireta.
b. Segundo setor:
É a iniciativa privada, as indústrias, o agronegócio, o comércio e os serviços em geral.
c. Terceiro setor:
É o setor social ou “Sistema S”. 
Terceiro Setor” ou Setor “S”: Ainda que não integrantes da Administração Pública, desempenham atividades em parceria e relevantes para o Poder Público, São exemplos deste setor “S”: as Organizações Sociais (OS), Serviços Sociais Autônomos, as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
· As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP’s) estam aptas a formalizar “termos de parceria” com o Poder Público e são qualificações jurídicas conferidas pelo Poder Público, por ato administrativo, às pessoas privadas sem fins lucrativos e que desempenham determinadas atividades de caráter social, atividades estas que, por serem de relevante interesse social, são fomentadas pelo Estado. A partir de tal qualificação, tais entidades integram o que a doutrina chama de “Terceiro Setor”, isto é, uma nova forma de organização da Administração Pública por meio da formalização de parcerias com a iniciativa privada para o exercício de atividades de relevância social.
· Dispensam a licitação formal nos termos da Lei n. 8666/93. Entretanto, a Administração Pública não pode deixar de observar os princípios do art. 37 da CRFB/88 na escolha da entidade para o desempenho de certa atividade pública.
· O entendimento que tem prevalecido na jurisprudência é no sentido de ser realizado procedimento licitatório simplificado a fim de garantir a observância dos princípios da Administração Pública, como forma de restringir a subjetividade na escolha da OSCIP a formalizar o “termo de parceria”.
· Sendo assim, como as ideias de “mútua colaboração” e a ausência de “contraposição de interesses” são inerentes a tais ajustes, o “termo de parceria” tem sido considerado pela doutrina e pela jurisprudência como espécies de convênios e não como contratos, tendo em vista a comunhão de interesses do Poder Público e das entidades privadas na consecução de tais atividades. 
· No tocante a contratação de pessoal as OSCIP’s não se submetem às regras de concurso público, nos termos do art. 37, II, da CRFB. 
Ex.: OSCIP, O.S., Senai, Sesc, etc.
BIBLIOGRAFIA:
1. Meirelles, Hely L. – Curso de Direito Administrativo – Ed. Malheiros.
2. Knoplock, Gustavo M. – Manual de Direito Administrativo – Ed. Campus. 
3. Di Pietro, Maria S. Z. – Direito Administrativo – Ed. Atlas.
4. Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo – Ed. Malheiros.
5. Oliveira, Rafael Carvalho Rezende - Curso de Direito Administrativo – Ed. Método.
6. Nohara, Irene Patrícia – Direito Administrativo – Ed. Saraiva – 7ªEd. /2017
7. Marinela Fernanda - Direito Administrativo – Ed. Impetus – 7ªEd. / 2013
8. Carvalho Filho, José dos Santos, Manual de Dir. Administrativo – 31ª Ed. – Ed. Gen/Atlas
INTERNET:
1. www.stf.jus.br
2. www.planalto.gov.br
AULA5 – DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO – Data: 05.09.2022
FALTEI...
AULA 6 – DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO – Data: 12.09.2022
I – TREDESTINAÇÃO:
Ocorre a Tredestinação quando o destino dado ao bem expropriado não se sujeita ao motivo que originou o ato administrativo.
· A Tredestinação pode ser lícita ou ilícita:
1.1- Tredestinação Lícita: ocorre quando, apesar de alterada a destinação, o ato administrativo alcança a coletividade.
· Interesse público:
a.1- Primário: coletividade diretamente alcançada
a.2- Secundário: a administração pública é diretamente alcançada e a coletividade é indiretamente alcançada.
 Ex.: Desapropriação para construir um hospital público, mas a Administração Pública opta por construir uma escola pública. 
1.2- Tredestinação Ilícita: ocorre quando a mudança do destino não alcança o interesse da coletividade, ou seja, não há obra ou serviço público.
 Ex.: Desapropriação para construção de uma creche e, depois o bem é desafetado e negociado para construção de um posto de gasolina.
* A regra é a afetação ou desafetação expressa em lei. Todavia, admite-se, em certos casos em razão do desuso (fato da natureza ou da administração) a possibilidade tácita.
Art. 519 do Código Civil (Lei 10406/02):
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.(grifo nosso)
* Ocorre “ADESTINAÇÃO” quando o bem expropriado não tem nenhuma destinação.
Atenção:
A) Desapropriação Indireta: Ocorre quando a Administração Pública de forma ilícita se apropria do bem particular de outrem, sem submeter ao procedimento de desapropriação, evitando com isso a indenização.
Admite-se, neste caso, que o particular que se sentir lesado, ingresse com uma ação judicial para obter a indenização.
Segundo a Jurisprudência do STJ o prazo será de 10 anos, em face do disposto no novo Código Civil (2002).
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. PRESCRIÇÃO. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. SÚMULA 119/STJ. CÓDIGO CIVIL DE 2002. PRESCRIÇÃO DECENAL. REDUÇÃO DO PRAZO. REGRA DE TRANSIÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 2.028 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
I - Com fundamento no art. 550 do Código Civil de 1916, o STJ firmou a orientação de que "a ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos". Enunciado n. 119 da Súmula do STJ.
II - Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, "considerando que a desapropriação indireta pressupõe a realização de obras pelo Poder Público ou sua destinação em função da utilidade pública/interesse social, com base no atual Código Civil, o prazo prescricional aplicável às expropriatórias indiretas passou a ser de 10 (dez anos)", observada a regra de transição do art. 2.028 do Código Civil de 2002 (STJ, AgRg no AREsp 815.431/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 11/02/2016). Nesse sentido: STJ, REsp 1.449.916/PB, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 19/04/2017; REsp 1.654.965/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 27/04/2017; AgInt no AREsp 1100607/SC, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 30/06/2017 ).
III - Especificamente no caso dos autos, considerando que o prazo prescricional foi interrompido em setembro de 1999, com a publicação do Decreto expropriatório, e que não decorreu mais da metade do prazo vintenário previsto no Código revogado, consoante a disposição do art. 2.028 do CC/2002, incide o prazo decenal a partir da entrada em vigor do novel Código Civil (11.1.2003). Assim, tendo em vista que a ação foi proposta em 16.7.2012, antes do transcurso de 10 (dez) anos da vigência do novel Código Civil, não se configurou a prescrição.
IV - Agravo interno improvido.
(AgInt no AREsp 973.683/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 28/08/2017)
“A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, é de dez anos o prazo de prescrição aplicável nas ações de desapropriação indireta. A Turma entendeu que incide nessas hipóteses o mesmo prazo previsto para o usucapião extraordinário por posse-trabalho, previsto no parágrafo único do artigo 1.238 do Código, observadas as regras de transição prevista no artigo 2.028 da Lei.
A desapropriação indireta é um fato administrativo pelo qual o estado se apropria de bem particular, sem observância dos requisitos da declaração e da indenização prévia. E a qualificação por posse-trabalho está relacionada ao fato de o possuidor realizar obras ou serviços de caráter produtivo no imóvel.
A Segunda Turma definiu o prazo de prescrição aplicável nas ações de desapropriação em um recurso interposto pelo Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) contra um particular de Santa Catarina, que teve propriedade expropriada em 1981 para construção da Rodovia SC-469.
O particular ajuizou ação de indenização por desapropriação indireta, visando à condenação do Deinfra ao pagamento de indenização pelo apossamento administrativo ocorrido quando a matéria ainda estava disciplinada pelo Código Civil de 1916. Segundo a Súmula 119 do STJ, fundamentada no artigo 550 do código então vigente, a ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos.” (Internet: Jusbrasil)
B) Direito de Extensão: Entende-se como o direito que assiste ao proprietário de exigir que na desapropriação se inclua a parte restante do bem expropriado, que se tornou inútil ou de difícil utilização.
C) Retrocessão: Se após a desapropriação a Administração não executar a obra pretendida, desaparece o pressuposto do instituto ante ao expropriado. Ora, vez que o bem que lhe pertencia, não se mostra necessário para a satisfação do interesse público, nada obsta que este possa reivindicá-lo. Assim, retrocessão é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não tenha o destino para que se desapropriou.
EXERCÍCIO:
O Prefeito do Município XYZ desapropriou um sítio particular para instalação de um novo centro de atendimento médico de emergência. Entretanto, antes do início das obras, o Estado ABC anunciou que o Município XYZ receberá um novo Hospital Estadual de Atendimento Médico Emergencial. Responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) O Município pode desistir da construção do centro de atendimento médico e destinar a área desapropriada à construção de uma escola? SIM
B) Com o anúncio feito pelo Estado, o antigo proprietário do sítio desapropriado pode requerer o retorno da área à sua propriedade, mediante devolução do valor da indenização? NÃO
C) Na hipótese de o Município alterar a destinação e construir uma nova Secretaria Municipal de Administração, acarretará tredestinação ilícita? Justifique: Não. Na hipótese acima, ocorrerá a manutenção do interesse público, ainda que secundário.
II – MODALIDADE DE INTERVENÇÃO RESTRITIVA:
2.1- Requisição Administrativa:
É o atributo de que dispõe o Poder Público para requisitar bens móveis ou imóveis, inclusive serviços de particulares em situações especiais, conforme disciplina a Constituição Federal.
· A Requisição Administrativa pode ser:
 A) Civil – no caso de iminente perigo público;
 B) Militar – no caso de guerra.
A Requisição Administrativa tem sempre natureza transitória.
É possível a indenização, desde que ULTERIOR, se comprovada a existência de danos.
Ex.: Uso compulsório de uma escola particular para abrigar pessoas que ficaram sem casa por conta de um grande temporal numa dada localidade.
Atenção: 
Art. 5º...XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;...(CF/88)
Compete à União legislar sobre a requisição administrativa civil e militar (Art. 22, III da CF/88).
A Requisição Administrativa se confunde com a Ocupação Temporária quando recai sobre bensimóveis. A diferença está na qualidade do uso. Na ocupação temporária o uso é para prover uma utilidade pública ( um canteiro de obras, sede provisória de órgão governamental)
· A indisponibilidade do interesse público pode ser analisada sob dois aspectos:
a. Interesse Público Primário: os interesses da coletividade em geral.
b. Interesse Público Secundário: os interesses do Estado, enquanto Administração Pública.
Apenas admite-se o interesse público secundário (gestão administrativa), quando não contraria o interesse público primário. 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
O Poder Judiciário pode anular o ato de Requisição Administrativa por entender que não há "Iminente Perigo Público"? 
RESPOSTA: O poder judiciário não avalia a discricionariedade do ato administrativo. Entretanto, o poder judiciário verifica os “motivos determinados”, eis que, a administração pública, está vinculada aos motivos do ato. Sendo assim, é possível anular o ato administrativo, quando não houver motivo de deitreto que justifique o motivo de fato. (teoria dos motivos determinados)
2.2- Ocupação Temporária:
É o poder de que dispõe a Administração Pública para utilizar a propriedade particular, destinando o seu uso no caso de utilidade pública.
A Ocupação Temporária recai sobre o bem imóvel e é sempre por tempo certo.
É uma restrição temporária aos poderes de usar e gozar relativos ao direito de propriedade.
ATENÇÃO: 
Não há necessidade do perigo iminente, como ocorre na Requisição Administrativa.
Conceito: Ocupação provisória ou temporária é a modalidade de intervenção do Estado na propriedade de bens particulares em apoio à realização de obras públicas ou à prestação de serviços públicos, mediante utilização discricionária, auto executável, remunerada ou gratuita e transitória.
Ex.: A Administração Pública do Município ocupa durante período determinado a propriedade imóvel de um particular com o objetivo de instalar provisoriamente a sede da Prefeitura, que foi completamente destruída por um incêndio produzido por uma inundação na Cidade.
Observe a existência da utilidade pública e do bem imóvel. (interesse público SECUNDÁRIO)
Atenção:
A Ocupação Temporária tem como base o mesmo Art. 5º, inciso XXV da CF/88, usado para a Requisição Administrativa.
É importante também ver o art. 36 do DL3365/41:
Art. 36.  É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. O expropriante prestará caução, quando exigida.
A expressão “expropriante” usada no DL3365/41 não é apropriada, eis que, não há desapropriação.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
Tendo por base uma enchente que atingiu o prédio onde funcionava a Secretaria Municipal de Administração, o Prefeito, com base na Lei, resolveu requisitar temporariamente uma edificação particular, para instalar a Secretaria Municipal, em caráter extraordinário, durante a realização dos reparos no prédio onde funcionava a respectiva Secretaria. Neste caso, determine a modalidade de medida interventiva adotada pelo Poder Público.
RESPOSTA: Ocupação temporária.
2.3- Servidão Administrativa:
 	É a modalidade de intervenção do Estado na propriedade que tem por objeto a restrição aos direitos de uso e gozo em favor de um interesse coletivo ou do bem público.
Importante: A servidão administrativa recai sobre bens imóveis, é um direito real.
Conceito de Maria Silvia Z. Di Pietro: A servidão administrativa é o direito real de gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de propriedade alheia, com base em lei, por entidade pública ou por seus delegados, em face de um serviço público ou de um bem afetado a fim de utilidade pública.
 - A servidão administrativa tem natureza perpétua. Entretanto, pode ser extinta.
 - É instituída (formal) por Decreto ou Lei.
· Servidão Administrativa:
1. Insituição formal: Decreto ou Lei
2. Instituição Material: São atos necessários a materialização da Servidão Administrativa.
Atenção: Excepcionalmente, a Servidão poderá ser instituída (material) por acordo judicial ou extrajudicial.
Importante: A declaração de utilidade pública é um ato administrativo que deverá emanar do poder executivo, conforme Art. 6º do Decreto-lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, que dispõe sobre desapropriação e instituição de servidão administrativa por utilidade pública.
Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da República, Governador, Interventor ou Prefeito.
A declaração de utilidade pública é a um ato administrativo que declara que um determinado objeto será necessário para a prestação de um serviço público. A partir daí poderá o poder judiciário proceder com a desapropriação desse objeto ou instituição servidão administrativa sobre esse objeto.
A Lei 9.074, de 7 de julho de 1995, delegou à ANEEL a competência de declarar de utilidade pública as áreas de terra necessárias à implantação de instalações de outorgados de energia elétrica.
Art. 10. Cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, declarar a utilidade pública, para fins de desapropriação ou instituição de servidão administrativa, das áreas necessárias à implantação de instalações de concessionários, permissionários e autorizados de energia elétrica.
ATENÇÃO : Concessionária não pode declarar a utilidade pública, mas poderá praticar atos materiais para executar/promover a instituição de servidão administrativa.(Art. 3º, do Decreto Lei n. 3.365/41, c/c o Art. 29, Inciso VIII, da Lei n. 8.987/95).
 - inexistência de autoexecutoriedade (decorre de acordo ou sentença judicial)
 - Regra geral: indenização.
 * Atenção: Qualquer ente da federação pode ser SUJEITO ATIVO na Servidão Administrativa.
 * Excepcionalmente a Servidão poderá ser instituída em decisão judicial, no procedimento para Desapropriação (art. 40 do D.L. 3365/41).
Ex. : Uso do imóvel (coisa serviente) para a construção de rede elétrica (coisa dominante).
Atenção: 
Art. 40.  O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei. (DL 3365/41)
1. A expressão “expropriante” usada no DL3365/41 não é apropriada, eis que, não há desapropriação.
2. A Servidão administrativa é um ônus real que permite à Administração usar um bem para a prestação de um serviço público ou para uma obra pública, a servidão não afeta o caráter absoluto do direito de propriedade.
3. Ocorrem servidões em relação ao Tombamento, eis que, o bem tombado será o dominante sobre os bens dos vizinhos que serão os servientes, já que ficarão limitados em sua possibilidade de fazer obras que impeçam ou retirem as razões do bem tombado.
4. As concessionárias de serviços públicos podem executar ou promover a instituição de servidão administrativa, mas não podem declarar a Servidão Administrativa (Art. 3º do D.L. 3365/41).
2.4- Limitações Administrativas:
Limitação administrativa é toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública, condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências do bem-estar social (Sia- ESTACIO)
· São restrições impostas a propriedades indeterminadas, alcança todas que estiverem na situação comum.
Apesar do Texto Constitucional não estabelecer expressamente a “Limitação Administrativa” o princípio implícito da supremacia do interesse público, de um lado, e a enunciação da função social da propriedade (art. 5.º, XXIII e art. 170, III, ambos da CRFB/88). 
As Limitações Administrativas constituem medidas previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas, negativas ou permissivas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social. Por se tratar de uma imposição geral (atinge a todos que estão em dada situação).
A Limitação Administrativa não gera o direito de indenizar; um exemplo de limitação administrativa é a lei de trânsito, que condiciona nossa liberdade e nossa propriedade para resguardar o bem-estar social: 
RECURSO ESPECIAL Nº 750.050 - STJ:
“Sendo imposiçõesde ordem geral, as limitações administrativas não rendem ensejo à indenização em favor dos proprietários. As normas genéricas, obviamente, não visam a uma determinada restrição nesta ou naquela propriedade, abrangem quantidade indeterminada de propriedades. Desse modo, podem contrariar interesses dos proprietários, mas nunca direitos subjetivos. Por outro lado, não há prejuízos individualizados, mas sacrifícios gerais a que se devem obrigar os membros da coletividade em favor desta.” (José dos Santos Carvalho Filho in “Manual de Direito Administrativo”, Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2005, p. 610) 
Ex.: A proibição para não construir um edifício além de determinada altura (gabarito imobiliário). (Limitação Negativa)
 Obrigar o proprietário a limpar o terreno (Limitação Positiva)
Algumas escolas jurídicas ao se referirem às vistorias, falam nas Limitações de Permitir, caracterizando uma outra forma do poder público atuar na limitação administrativa.
Ex. Fiscalização de saúde, postura etc. 
Atenção:
1. Na limitação administrativa o proprietário não perde nenhum dos poderes inrentes ao domínio (usar, gozar e dispor).
2. Na limitação administrativa as restrições impostas dizem respeito ao fazer ou não fazer alguma coisa.
3. Não gera indenização. Atenção: quando gera perda de propriedade.
Ex. Limtação que gera recuo e reduz a propriedade.
4. Sempre são establecidas em face do interesse coletivo.
5. A limitação administrativa pode atingir, excepcionalmente, bens móveis e serviços. Limitação para detereminados estabelecimentos comerciais de venderem certos produtos. 
Ex. Proibição para Loja do Comércio de Roupas, vender medicamentos.
*Ex vi Lei 10257/01 – Estatuto da Cidade.
2.5- Tombamento:
É a modalidade de intervenção do estado na propriedade particular cujo objetivo é a proteção do patrimônio histórico e artísitico.
A competência básica para legislar sobre o Tombamento é da União. Entretanto, Os Estados, Distrito Federal e Municípios também têm competência para legislar sobre o tema, conforme o disposto no art. 24, VII e art. 30, I e II da CF.
ART. 24 (CC/88) . Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.  
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.           
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Art. 1º do DL 25/1937
      Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Art. 216 (CF):
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. (grifo nosso)
O Decreto-lei n.º 25/37é o diploma legal que disciplina o tombamento e o processo é tratado na Lei 6292/75.
· Considerações Importantes:
Ocorre em propriedades determinadas.
Finalidade: proteger o patrimônio.
Em regra, não há indenização. 
· Espécies:
 a) voluntário: acordo com o proprietário do bem.
 b) “ex ofício” : sobre bens públicos.
 c) involuntário (compulsório): sobre propriedade particular quando não há acordo.
O Tombamento deve ser registrado no Registro de Imóveis, conforme dispõe o art. 13 do Dec-Lei n. 25/37:
“Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade particular será, por iniciativa do órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito para os devidos efeitos em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio.”
- Obrigações do tombamento:
1) Negativas: Consiste em não permitir que o proprietário destrua ou mutile o bem tombado e nem produza alterações, sem prévia autorização do IPHAN.
2) Positivas: O proprietário do bem está obrigado a algumas condutas positivas, sempre com vistas à conservação da coisa tombada.
- Livro do Tombo: onde fica registrado (averbação) o Tombamento.
ATENÇÃO: 
1. Caso não tenha condições financeiras deverá comunicar ao IPHAN, conforme o art. 5.º, l do Decreto-lei n.º 3.365/41 c/c DL 25/37, art. 19, caput e § 1.º (*A União deverá arcar com os custos).
2. O Tombamento impõe uma fiscalização constante da autoridade competente.
3. Art. 1072, inciso I do CPC, revogou o Art. 22 do DL nº 25/1937, que tratava do direito de preferência. 
Sendo assim, se o proprietário pretender alienar o bem tombado de sua propriedade, poderá fazê-lo livremente, conforme acordar com o interessado no bem, sem necessidade de comunicar aos entes públicos. Extinguiu-se, por conseguinte, o direito de preferência previsto no DL25/1937.
No Decreto-Lei 25/1937 a União tinha preferência, seguida pelos Estados e Municípios, o Decreto-Lei apontava um regime hierárquico para o exercício do direito de preferência. 
No modelo constitucional democrático de 1988 não há como falar em hierarquia entre os entes que integram a federação. 
4. Admite-se, excepcionalmente o cancelamento do Tombamento.
5. Qualquer pessoa pode requerer o Tombamento de determinado bem, sendo ou não o seu proprietário.
6. O STF firmou entendimento no sentido de não reconhecer no direito brasileiro o instituto do “Tombamento de Uso”. Neste caso, o procedimento deve ser o de desapropriação.
Ex.: Determinar que uma casa seja tombada para uso cultural. O correto é a Desapropriação.
QUADRO ELUCIDATIVO
	MODALIDADES
	NATUREZA
	ALCANCE
	LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
	DIREITO PESSOAL
	GERAL
	SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
	DIREITO REAL
	DETERMINADO
	REQUISIÇÃO
	DIRETO PESSOAL
	DETERMINADO
	OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
	DIREITO PESSOAL
	DETERMINADO
	TOMBAMENTO
	DIREITO PESSOAL
	DETERMINADO
	DESAPROPRIAÇÃO
	DIREITO REAL
	DETERMINADO
BIBLIOGRAFIA:
1. Meirelles, Hely L. – Curso de Direito Administrativo – Ed. Malheiros.
2. Knoplock, Gustavo M. – Manual de Direito Administrativo – Ed. Campus
3. Di Pietro, Maria S.Z.– Direito Administrativo – Ed. Atlas.
4. Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 22ª ed., Ed.Malheiros, 2007.
5. Irene Patrícia Nohara – Direito Administrativo – 7ª Ed., Ed. Atlas/Gen – 2017
6. José dos Santos Carvalho Filho – Manual de Dir.Administrativo – 31ª ed., Ed. Atlas/GEN 
Pesquisa internet:
www.planalto.gov.br
www.stf.jus.br
www.jusbrasil.com.br
AULA 7 – DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO – Data: 19.09.2022
ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
(Art. 170/192 CF-1988)
I – INTERVENÇÃO DO ESTADO (PODER PÚBLICO) NA ORDEM ECONÔMICA
INTRODUÇÃO:
1. Na Constituição Brasileira o tratamento da ordem econômica tem início na Constituição de 1934, inspirada pela Carta Alemã de 1919 (Weimar). Entretanto, na Constituição do Império (1824) havia normas sobre o direito de propriedade em sua plenitude, mas não regulou a ordem econômica.
2. O tratamento da ordem Econômica ganha impulso após o estabelecimento do Estado Social de Direito como uma espécie de complemento ao Estado Liberal de Direito.
3. A necessidade de harmonizar as ideias do estado liberal com o estado social, tem como produto a criação de princípios e fundamentos para a ordem social.
4. O estado brasileiro é capitalista, mas não abandonou a economia social e sustentável estabelecendo a possibilidade de o Estado atuar como interventor para reduzir possíveis injustiças econômicas e sociais na sociedade. O estado brasileiro é social-liberal.
5. A CF/1988 permite a intervençãodo Estado (poder público) na ordem econômica privada visando a dignidade da pessoa humana e a justiça social.
1.1 - FUNDAMENTOS, FINALIDADE E PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA
A. Fundamentos:
Valorização do trabalho humano.
Livre iniciativa. 
B. Finalidade:
Assegurar a todos existências dignas. 
C. Princípio da Ordem Econômica:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;  
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DE CONTEÚDO:
Certo Projeto de Lei estadual, aprovado na Assembleia Legislativa estabeleceu gratuidade de cobrança em estacionamento de veículos privados. O Projeto de Lei foi enviado ao Governador para Sanção ou Veto. Na qualidade de Procurador(a) do Estado, qual seria a sua orientação jurídica ao Governador? Justifique.
RESPOSTA: Veto. Inconstitucionalidade do projeto de Lei, pois, invade a liberdade da atividade econômica. 
Art. 170 (CF/88). A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
EXERCICIO DE FIXAÇÃO:
Supondo que Lei municipal determine a distância mínima de 5 km ente dois estabelecimentos comerciais do mesmo gênero e, na exposição do motivo, os Vereadores alegam que a Lei evitará o prejuízo do comércio local existente, em face da disputa entre comerciantes do mesmo ramo. Analise a lei acima e responda: A Lei municipal tem amparo na Constituição Federal? Justifique.
RESPOSTA: Não. 
Súmula Vinculante 49 – STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
AULA 8 – DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO – Data: 26.09.2022
I – SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA
A Lei 12.529/11 estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica.
1.1 - O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é formado por:
a. Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE: O Cade é entidade judicante com jurisdição em todo o território nacional, que se constitui em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, e competências previstas nesta Lei.
b. Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (S.A.E.): A Secretaria de Acompanhamento Econômico é um órgão do Ministério da Fazenda e tem competência para promover a concorrência entre órgãos de governo e perante a sociedade, emitir pareceres econômicos em atos de concentração e investigar condutas. (Ver o Art.19 da Lei 12.529/11).
- A Lei nº 12.529/2011, ao estruturar o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, prevê uma série de condutas que constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, caso tenham por objeto ou possam produzir como efeito o aumento arbitrário dos lucros. Dentre elas, destaca-se acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma, os preços de bens ou serviços ofertados individualmente ou a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens.
Art. 173, §4º (Constituição Federal 1988)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
Art. 36 (Lei 12.529/11). 
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
§ 1º A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo.
§ 2º Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da economia.
§ 3º As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica:
I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma:
a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente;
b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada de serviços;
c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou períodos;
d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública;
II - promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes;
III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado;
IV - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços;
V - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição;
VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa;
VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de terceiros;
VIII - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar investimentos destinados à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição;
IX - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistas e representantes preços de revenda, descontos, condições de pagamento, quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros;
X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda ou prestação de serviços;
XI - recusar avenda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condições de pagamento normais aos usos e costumes comerciais;
XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;
XIII - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos intermediários ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de equipamentos destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
XIV - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia;
XV - vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de custo;
XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura dos custos de produção;
XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa comprovada;
XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem; e
XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, intelectual, tecnologia ou marca.
1.2 – Prescrição da Apuração da Infração da Ordem Econômica
Art. 46 (LEI 12.529/11).  Prescrevem em 5 (cinco) anos as ações punitivas da administração pública federal, direta e indireta, objetivando apurar infrações da ordem econômica, contados da data da prática do ilícito ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessada a prática do ilícito. 
§ 1o  Interrompe a prescrição qualquer ato administrativo ou judicial que tenha por objeto a apuração da infração contra a ordem econômica mencionada no caput deste artigo, bem como a notificação ou a intimação da investigada. 
§ 2o  Suspende-se a prescrição durante a vigência do compromisso de cessação ou do acordo em controle de concentrações. 
§ 3o  Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de 3 (três) anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso. 
§ 4o  Quando o fato objeto da ação punitiva da administração também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
II – INTERVENÇÃO DO ESTADO DA ORDEM ECONÔMICA
A CF/88 assegurou a livre inciativa e a proteção à propriedade privada, desde que respeitada a sua função social. Todavia permite que o Estado atue como interventor no domínio econômico com as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, atuando como agente normativo e regulador da atividade econômica (Art. 174 da CF/88).
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
§ 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.
2.1 - O Estado pode atuar no domínio econômico de duas formas:
A. Agente Normativa e Regulador: fiscalização, incentivo e planejamento. (Art. 174)
Atenção: Os serviços públicos poderão ser concedidos ou permitidos, na forma da lei (Art.175 da CF)
Atenção: O proprietário do solo tem direito ao resultado da exploração. (Art. 176, § 2º da CF)
B. Administração Direto da Atividade Econômica: monopólio (Art. 177) e necessidade de segurança nacional ou relevante interesse coletivo (Art. 173)
Atenção: Flexibilização do monopólio: possibilidade de contratar empresas privadas para realização de certas atividades (Art. 177, § 1º da CF).
III – FUNÇÕES ESTATAIS NA ATIVIDADE ECONÔMICA
a) Fiscalização;
b) Incentivo;
c) Planejamento:
c.1 - determinante – para o setor público
c.2 - indicativo – para o setor privado
Obs.: A maneira pela qual o Estado atuará no domínio econômico dependerá do interesse coletivo que será defendido.
3.1 - Competência:
a) Regra Geral: União – Art. 22
b) Regras Especiais: Estados, Distrito Federal e Municípios – art. 23, VI ao VIII; art, 24, I, V e VI)
IV – INSTRUMENTOS DE ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO:
a) Monopólio;
b) Restrição ao abuso do poder econômico;
c) Controle de abastecimento;
d) Tabelamento de preços;
e) Empresas estatais.
4.1- Monopólio: 
Em sentido amplo é uma concorrência imperfeita, eis que, atribui a determinada empresa o exercício do poder econômico de mercado, influenciando diretamente no preço do produto ou serviço exercido. 
O monopólio estatal (público) é a capacidade atribuída ao Poder Público para desempenho exclusivo de certa atividade econômica, sempre no interesse da coletividade.
- Ver o art. 177 da CF/ 88
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
Atenção: 
*1. Note-se no elenco constitucional, que duas são as atividades monopolizadas, uma relativa a atividades petrolíferas e outra concernente a materiais nucleares.
*2. Cabe ressaltar que a atividade petrolífera continua monopolizada, embora atualmente seja possível a concessão de privilégios a outras pessoas (art. 177, incisos I a IV da CF). As atividades mencionadas nos incisos I ao IV poderão ser realizadas por empresas estatais ou privadas, desde que contratadas pela União (Art. 177 § 1º).
Além dessas, há ainda as atividades implicitamente monopolizadas, que são as previstas no art. 21 da CF, entre as quais cite-se a emissão de moedas (inc. VII); o serviço postal (inc. X); a exploração de telecomunicações (inc. XI); e a exploração de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; de serviços de energia elétrica e de aproveitamento dos cursos d’água; da navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; de serviço de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; de serviço de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros de portos marítimos, fluviais e lacustres (inc. XII).
Em todas essas atividades, é a União quem detém o monopólio da atividade econômica. Em muitas delas, pode a União atribuir a exploração direta a terceiro através de delegação.
 Obs.: Diferença entre Monopólio Privado e Público:
a) Particular (privado): visa lucro e é proibido pela Constituição Federal.
b) Estatal (público): não visa lucro e o objetivo é o interessepúblico. Admite-se em certos casos.
 
4.2 - Restrição ao abuso do poder econômico: 
- A possibilidade de o Estado atuar sobre o abuso do poder econômico, tem por finalidade evitar e reprimir a dominação do mercado, a eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros. (art. 173, § 4º)
** Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros
 Ver também: ** Art. 36 (Lei 12.529/11). 
ATENÇÃO: A doutrina reconhece algumas formas de abuso econômico:
A. Truste (Trust): É uma estrutura empresarial em que uma ou várias empresas, que já detêm a maior parte de um mercado, se ajustam ou se fundem para assegurar o controle, estabelecendo preços altos para obter maior margem de lucro. No Truste há a dominação do mercado por uma empresa ou grupo, afastando a concorrência.
B. Cartel: É a composição voluntária explícita ou implícita entre empresas concorrentes (negócios comuns) sobre determinada atuação no mercado, a fim de instituírem uma formação de preços e ouras condições, representando um verdadeiro abuso da atividade econômica.
C. Dumping: É uma prática de comércio na qual uma empresa vende seus produtos em valor bem inferior aos similares, com a finalidade de dominação do mercado.
jh

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