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PRO JET O DE VID A Cecilia J unque i ra Sallow icz Zanotti e E r ic Brandão Ma cha do M i fu ne MEU PLANO DE AçÃo MANUAL DO PROFESSOR G U I A P N L D G U I A P N L D PRO JET O DE VID A MEU PLANO DE AçÃo Cecilia Junqueira Sallowicz Zanotti Graduada em Administração de Empresas pela EAESP – FGV. Atua como facilitadora de projetos que envolvem arte e criatividade. Gestora de projetos e consultora para organizações de impacto social. Eric Brandão Machado Mifune Graduado em Administração Pública pela EAESP – FGV. Atuou no mercado financeiro, em diversos setores da economia. Consultor em gestão e finan- ças com foco em governança, captação de recursos para startups, desenvolvimentos de novos negócios e negócios de impacto. São Paulo, 1a_ edição, 2020. MANUAL DO PROFESSOR G U I A P N L D © 2020 Kit’s Editora Direção administrativa Jane Soraya Apolinário Direção editorial Lourisnei Fortes Reis Coordenação editorial Wellington Oscar Equipe M10 Editorial Projeto gráfico de capa e miolo: Thais Ometto Edição: Alessandra Corá Assistência editorial: Henrique Augusto Nogueira Produção editorial: Fernanda Azevedo Vanessa Alves Coordenação da diagramação: Eduardo Enoki Diagramação: Fanny Sosa Nathalia Scala Preparação e revisão: Brenda Silva Raquel Reinert Ilustrações: Alexandre Romão Iconografia: Denis Domingues Kit’s Editora Comércio e Indústria Ltda. - EPP Rua Henrique Sam Mindlin, 576 - Piso Superior Jardim do Colégio - São Paulo - SP CEP: 05882-000 Tel.: (11) 5873-4363 www.kitseditora.com.br/ CNPJ 19.893.722/0001-40 Rua Cel. Joaquim Tibúrcio, 869 - Belo Horizonte/MG. CEP.: 31741-570 Contato: (31) 9 8837-8378 | contato@edocbrasil.com.br www.edocbrasil.com.br DECLARAÇÃO A eDOC BRASIL declara para os devidos fins que a ficha catalográfica constante nesse documento foi elaborada por profissional bibliotecário, devidamente registrado no Conselho Regional de Biblioteconomia. Certifica que a ficha está de acordo com as normas do Código de Catalogação Anglo Americano (AACR2), as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e com a Lei Federal n. 10.753/03. É permitida a alteração da tipografia, tamanho e cor da fonte da ficha catalográfica de modo a corresponder com a obra em que ela será utilizada. Outras alterações relacionadas com a formatação da ficha catalográfica também são permitidas, desde que os parágrafos e pontuações sejam mantidos. O cabeçalho e o rodapé deverão ser mantidos inalterados. Alterações de cunho técnico-documental não estão autorizadas. Para isto, entre em contato conosco. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG) Zanotti, Cecilia Junqueira Sallowicz. Z33p Projeto de vida: meu plano em ação: manual do professor / Cecilia Junqueira Sallowicz Zanotti, Eric Brandão Machado Mifune. – São Paulo, SP: Kit's Editora, 2020. 20,5 x 27,5 cm Inclui bibliografia ISBN 978-85-66526-57-8 1. Educação. 2. Orientação profissional. 3. Planejamento – Estudos. I. Mifune, Eric Brandão Machado. II. Título. CDD 371.26 Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422 G U I A P N L D Caro(a) aluno(a), “O analfabeto do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.” Alvin Toffler, escritor norte-americano, conhecido por seus escritos sobre a revolução digital e a relevância da tecnologia e seu impacto na vida das pessoas. Realmente esperamos que você esteja tão entusiasmado(a) com o Projeto de Vida quanto nós ficamos quando recebemos o convite para elaborar este material e, mais ainda, ao longo de todo o processo de desenvolvê-lo. Nós, você e seus professores temos a oportunidade de participar, em primeira mão, de uma ver- dadeira mudança na lógica do ensino no Brasil. Mais do que apenas pensar em conteúdos de conheci- mento, o que se tem agora é um foco maior em competências para a vida. O principal objetivo deste livro, em conjunto com uma participação ativa de seu(sua) professor(a) como um(a) atento(a) facilitador(a) do desenvolvimento, é estimular a autonomia, o protagonismo e a responsabilidade para que você seja capaz de fazer escolhas e tomar decisões em relação a seus pro- jetos presentes e futuros, formando uma sociedade mais ética, justa, inclusiva, sustentável e solidária. Por meio da leitura, de muitas conversas, discussões, atividades em grupo e projetos, você está convidado(a) a dar um mergulho que traga participação, reflexão, ação, aprendizagem e alegria, pro- movendo, assim, uma formação integral, ou seja, apoiando seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, para resolver demandas complexas do cotidiano, exercer cidadania e atuar no mercado de trabalho. Complementando a parte teórica e as diversas atividades, buscamos estimular a curiosidade e a investigação, fornecendo ferramentas, métodos e fontes de pesquisa de forma bastante plural, para que cada um de vocês possa se aprofundar nos assuntos que mais lhe interessarem e possam contri- buir para a construção de seu Projeto de Vida. Desejamos um ótimo trabalho, belas descobertas e planos de vida para cada um dos estudantes que participarem deste processo. Os autores Apresentação G U I A P N L D Módulo 1 DIMENSÃO PESSOAL - Autoconhecimento: o encontro consigo Capítulo 1 – Construindo minha identidade ...........................10 1. Meu projeto de vida ........................................................10 2. Meu RG ..........................................................................14 3. De onde venho ...............................................................17 4. Meu potencial criativo ................................................... 20 Capítulo 2 – Meus valores .......................................................24 1. O que são valores ...........................................................24 2. Gostos e interesses ........................................................27 3. Comunicando bem .........................................................32 4. Eu em um poema ...........................................................37 Capítulo 3 – Uma vida com sonhos .........................................42 1. Minha vida como um rio .................................................42 2. Roda da Vida ................................................................. 45 3. Soltando a imaginação no teatro ...................................47 4. Meus sonhos em um poema ......................................... 54 Módulo 2 DIMENSÃO CIDADà - Expansão e exploração: o encontro com o outro e o mundo Capítulo 1 – Mapeando a comunidade .................................. 62 1. O raio X da comunidade ................................................ 62 2. Comunidades inspiradoras: força pessoal e força coletiva 71 3. Intervindo na comunidade .............................................77 4. Objetivos do desenvolvimento sustentável .................. 82 Capítulo 2 – Participando na política ...................................... 88 1. Os três poderes na política ......................................... 88 2. Política e participação política ......................................93 3. Verdade ou mentira? .................................................. 100 SUMáRIO 4 G U I A P N L D Capítulo 3 – Respeito à diversidade e igualdade de direitos e oportunidades ................................................... 118 1. Diversidade ................................................................. 118 2. Desigualdade racial .....................................................125 Módulo 3 DIMENSÃO PROFISSIONAL - Planejamento: o encontro com o futuro e o nós Capítulo 1 – Equilíbrio e conquistas .....................................140 1. Esferas da vida .............................................................1402. Histórias de conquistas ...............................................144 Capítulo 2 – E depois do Ensino Médio? ............................152 1. A difícil escolha ...........................................................152 2. Mercado de trabalho ..................................................158 Capítulo 3 – Finalizando o projeto de vida .......................... 176 1. Começar cedo é o melhor planejamento financeiro ... 176 2. Elaborando o currículo ................................................181 3. Minha apresentação pessoal .......................................183 5 G U I A P N L D Conheça seu livro Como utilizar este livro Por meio de conteúdo, mas principalmente de atividades facilitadas por seu(sua) profes- sor(a), ao longo deste trabalho, você terá subsí- dios para a construção do seu próprio Projeto de Vida. Em cada capítulo, há a sugestão de uma ati- vidade e de uma reflexão que devem ser feitos por você em material separado (caderno, fichá- rio, folhas sulfite, computador etc.) e guardados para formar um portfólio do seu Projeto de Vida. Você pode customizar o material escolhido para registro com desenhos, imagens ou pala- vras que são importantes para você. Além disso, poderá consultá-lo sempre que quiser, para se lembrar dos seus pontos fortes, seus pontos a melhorar, seus talentos, sonhos e desejos. E po- derá também seguir preenchendo-o por quanto tempo quiser, para registrar suas conquistas e realizações e usá-lo como um guia para even- tuais mudanças de rumo. Seu livro está organizado de forma a ser um guia para você elaborar seu Projeto de Vida e está dividido em três módulos que terão como foco as seguintes dimensões: pessoal, cidadã e profissional. 6 G U I A P N L D Conheça seu livro Informações adicionais Em todos os capítulos, além do conteúdo, há boxes adicionais: » Objetivos de aprendizagem: descrição do que se pretende transmitir de conhecimento. » Competências: traz as principais Competências gerais da Base Nacional Comum Curricular – BNCC, Competências específicas e habilidades que serão desenvolvidas e 10 habilidades de vida da Organização Mundial da Saúde (OMS). Você pode consultar o documento da BNCC no endereço: http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/base- nacional-comum-curricular-bncc » Você sabia?: uma curiosidade ou aprofundamento sobre algum assunto que tenha sido tratado. » Para saber mais: referências de pesquisa para aqueles que quiserem se aprofundar no tema. » Atividade: orientação para a atividade em sala de aula sobre o capítulo e que muitas vezes fará parte do portfólio do seu Projeto de Vida. » Momento de reflexão: chamadas para um questionário de reflexão e autoavaliação. » Roda de conversa: momento de compartilhar ou discutir temas pertinentes à construção do Projeto de Vida. 7 G U I A P N L D Dimensão pessoal1 K61_PV_M1_CAP1_shutterstock_1329337250.jpg 8 G U I A P N L D K61_PV_M1_CAP1_shutterstock_1329337250.jpg Autoconhecimento: o encontro consigo » Quem eu sou? » Quais são meus interesses? » Quais são meus valores? Neste módulo, você vai descobrir e refletir so- bre seus desejos, interesses e potenciais, além de pensar sobre os próprios desafios. Pr o st o ck -s tu d io / Sh ut te rs to ck 9 G U I A P N L D 1. Meu Projeto de Vida A construção de um Projeto de Vida no ambiente escolar envolve conhecer-se, projetar metas, sonhos e objetivos a serem alcançados ao longo da vida escolar e fora dela. É uma rica opor- tunidade de conhecer quais são seus interesses e habilidades e o que é necessário fazer para atingir seus objetivos. O equilíbrio entre todas as áreas é um objetivo que deve estar em foco nesse processo e na busca de um sentido para a vida. As dimensões O material está estruturado em três dimensões que se comple- mentam para uma formação mais integral. Dimensão pessoal O primeiro foco do estudo neste módulo é o autoconhecimen- to, o encontro consigo. Envolve aprender a se aceitar, a se valori- zar, desenvolvendo a capacidade de confiar em si, de se apoiar nas próprias forças e de crescer em situações adversas. Autoconhecer- se é também compreender as próprias limitações. Construindo minha identidade OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Entender como este livro está organizado, quais são as dimensões a serem trabalhadas e estabelecer acordos para a construção de seu Projeto de Vida ao longo do curso. » Conhecer as competências abordadas ao longo do Projeto de Vida. » Dar início à construção do Projeto de Vida. COMPETÊNCIA GERAL DA BNCC » Competência geral 6: Trabalho e Projeto de Vida HABILIDADES DA OMS » Empatia » Pensamento criativo » Autoconhecimento 1 . Autoconhecer-se é uma busca contí- nua pela compreensão de si mesmo. D av id P ra d o Pe ru ch a/ S hu tt er st o ck 10 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Dimensão cidadã A busca por uma compreensão do bem comum, das questões envolvidas na convivência e na atuação coletiva também serão ob- jeto do nosso estudo. Dirigir o olhar à sua inserção no mundo do trabalho, sensibilizando-o para a autorrealização e para a necessidade de planejamento. Dimensão profissional Ainda tão importante quanto as demais dimensões, teremos o foco de identificar interesses, habilidades e conhecimentos que correspondam às aspirações profissionais, abrindo caminho sólido à elaboração de metas e estratégias viáveis para um trabalho signi- ficativo para o mundo e para a sociedade. Compreender-se, de forma mais sistematizada, como parte de um coletivo e como parte interdependente de redes locais e virtuais é perceber-se como um cidadão, que integra a construção da vida familiar, escolar, comunitária, nacional e internacional. hp o liv ei ra / Sh ut te rs to ck M o nk ey B us in es s Im ag es / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 1 | CONSTRUINDO MINHA IDENTIDADE | 11 G U I A P N L D COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece as referên- cias para a construção dos currículos das escolas brasileiras. Alinhada a uma perspectiva de formação ampla, voltada para cidadania, auto- nomia e protagonismo, estabelece dez competências gerais conforme mostra o quadro a seguir. Neste projeto serão priorizadas as compe- tências 6, 7 e 8 por serem essenciais à formação integral do aluno. Conheça as competências gerais para a Educação básica. PARA SABER MAIS Base Nacional Comum Curricular – BNCC » http:// basenacionalcomum. mec.gov.br 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) parase comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo- se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. BRASIL. BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de- -educacao/base-nacional-comum-curricular-bncc. Acesso em fev. de 2020. 12 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Habilidades listadas pela Organização Mundial da Saúde Subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi criada em 1948 e seu objetivo é desenvolver o máximo possível o nível de saúde de todos os po- vos. Em sua definição, saúde não é a ausência de uma doença ou enfermidade, mas um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Em um documento de 1997, a OMS cunhou o conceito de Habilidades de Vida como as capaci- dades emocionais, sociais e cognitivas que podem ajudar os indivíduos a lidar melhor com situações conflituosas do cotidiano. As 10 habilidades listadas e usadas nesse material em conjunto com as com- petências da BNCC são: » tomada de decisões; » resolução de problemas; » pensamento criativo; » pensamento crítico; » comunicação eficaz; » relacionamento interpessoal; » autoconhecimento; » empatia; » lidar com emoções; » lidar com estresse. ATIVIDADES A construção do Projeto de Vida só fará sentido se houver comprometimento e engajamento de todos. Reflita individualmente: 1. Como você acredita que mergulhar em sua história e identidade para conhecer o que o(a) faz único(a) pode ser valioso para a sua vida? 2. Como você imagina que seja possível ex- plorar sonhos e desejos para ampliar as possibilidades para o seu futuro? 3. Você está disposto a investigar formas de cons- truir uma vida cheia de realizações para você mesmo, para sua comunidade e para o mundo? 4. No seu portfólio, registre um acordo afir- mando que aceita comprometer-se com a construção do seu Projeto de Vida. Você pode seguir um modelo assim: Acordo comigo mesmo(a) Eu, (nome do(a) estudante), declaro que quero fazer um mergulho em mim mesmo(a), com alegria e profundidade, conhecer melhor o que me faz ser único(a) por minhas características, para me auxiliar a compreender minha vida no presente, além de me abrir para explorar possibilidades, sonhos e desejos que me ajudem a construir uma vida cheia de realizações para mim, para minha comunidade e para o mundo, desafiando-me constantemente a ser uma pessoa melhor, sabendo que não preciso ser perfeito(a). (Local e data --- nome da cidade, dia, mês e ano) (assinatura) CAPÍTULO 1 | CONSTRUINDO MINHA IDENTIDADE | 13 G U I A P N L D Momento de reflexão Sempre que essa chamada aparecer, você deve fazer uma pau- sa para refletir e fazer uma autoavaliação sobre a temática que está sendo trabalhada em sala de aula. Para isso, consulte o questioná- rio da página 191 e as orientações do professor. A ideia é que, além de preencher o questionário, você também possa fazer alguma reflexão no instrumento que escolheu para acompanhar o desenvolvimento do projeto. Roda de conversa • De que maneira vocês acreditam que construir o Projeto de Vida poderá ser um apoio para o seu futuro? 2. Meu RG Vamos começar o mergulho na identidade pessoal por meio de um processo de autoconhecimento e autocuidado, que es- tão presentes na Competência geral 8 da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essa competência trata da necessidade de aprender a cuidar da saúde física e do equilíbrio emocional. Para ter uma vida mais feliz e com realizações e conquistas, ou seja, sucesso profissional e satisfação pessoal, conhecer-se é importante. Ser capaz de identificar pontos fortes e fragilidades, reconhecer, entender e saber como lidar com as próprias emoções, promover e manter a saúde física e o equilíbrio emocional são habilidades úteis para a vida inteira. Cada pessoa tem características pessoais que a fazem única em todo o planeta. Além das inúmeras particularidades físicas, te- mos comportamentos, pensamentos e sentimentos que nos fazem únicos na personalidade, no nosso jeito de sentir, compreender e agir no mundo. ATIVIDADES 1. Para dar o primeiro passo, ajudá-lo a olhar para si mesmo e a registrar algumas das suas características, você irá elaborar no seu portfólio do Projeto de Vida o seu RG, ou OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Refletir e aprender sobre a identidade de cada um, identificando características que fazem você ser quem é. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência 8: Autoconhecimento e autocuidado » Competência específica LGG 5 » EM13LGG503 HABILIDADES DA OMS » Autoconhecimento » Pensamento criativo 14 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D » COMPETÊNCIA GERAL 8 “Conhecer-se, apreciar- se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.” (BNCC, p. 10.) seja, a sua Carteira de Identidade, com as informações abaixo: 2. Além disso, você fará seu autorretrato. Observe-se no espelho durante 1 minuto. Preste atenção em cada detalhe, na cor dos seus olhos, pele e cabelo, no comprimento dos cabelos, formato do rosto, olhos, nariz, boca, como são suas sobrancelhas, e depois disso faça um desenho que retrate essas características. Lembre-se de que essa não é uma prova de artes. É apenas mais uma forma de expressão que va- mos usar. Temos o compromisso de experimentar coisas novas. B -D -S Pio tr M arcinski/ Shuttersto ck B -D -S Pio tr M arcinski/ Shuttersto ck B -D -S P io tr M ar ci ns ki / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 1 | CONSTRUINDO MINHA IDENTIDADE | 15 G U I A P N L D VOCÊ SABIA O nome DISC vem do acrônimo (palavra formada pelas iniciais de outras palavras) dos quatro perfis para avaliar o comportamento das pessoas. O criador da Análise DISC, William Moulton Marston, era inventor, foi o criador da personagem Mulher Maravilha em 1941 e do teste usado no detector de mentiras. Marston era psiquiatra, professor de Harvard e pesquisador. Ele pesquisou como o ser humano lida com o ambiente e por quais motivos reage de certa maneira a uma situação. Estudos indicam que é possível começar a obter informações consistentes na avaliação DISC a partir dos 16 anos, e na internet é possível encontrar diferentessites que possibilitam que você conheça a sua combinação de características gratuitamente. » Procure descobrir os pontos com os quais se identifica em cada perfil como forma de ampliar o seu autoconhecimento. Mas lembre-se de que os perfis se complementam e que não são fixos. AS ANÁLISES DE PERFIS COMPORTAMENTAIS Nas áreas da psicologia e psiquiatria, existem várias formas de fazer análises de perfis comportamentais. Perfil comportamental é uma forma de classificar as possíveis reações de alguém a uma determinada situação ou estímulo. Conhecer o próprio perfil, entendendo por que reagimos de determinada maneira a uma situação, é mais uma maneira de nos conhecer melhor para nos relacionar com mais qualidade com os outros, trazendo maior satisfação para nossa vida. Uma das análises de perfis comportamentais muito conhecida é a Análise DISC, que já foi aplicada em mais de 50 milhões de pessoas em mais de 75 países. A ciência por trás da avaliação DISC afirma que as pessoas possuem quatro perfis de comportamento em diferentes graus de intensidade. Não existe um perfil melhor do que o outro e normalmente uma pessoa apresenta a combinação de dois perfis, dificilmente apresentando 100% das características de um único perfil. Os quatro perfis de comportamento presentes na análise DISC são: » Dominância: Em geral pessoas com alto resultado no perfil D são voltadas para tarefas e resultados, competitivas, diretas e autoconfiantes. Não têm medo de conflito e podem apresentar dificuldade para ouvir. Podem ficar impacientes com perfis mais lentos. » Influência: Em geral, pessoas com alto resultado no perfil I são voltadas à interação, comunicação e pessoas. São ótimos comunicadores, persuasivos, confiáveis e otimistas. Podem ser sentimentalistas e desorganizados em tarefas e documentos. » Estabilidade (em inglês Stability): Em geral pessoas com alto resultado no perfil S (de stability) são boas ouvintes, persistentes, além de confiáveis. São calmas e reagem de forma passiva mesmo em ambientes com pressão. Podem apresentar medo de conflitos. » Conformidade: Em geral, pessoas com alto resultado no perfil C têm ênfase na qualidade, organização e competência. Gostam de dados e planejamento. São racionais, cautelosas. Não gostam de correr riscos e podem ser mais lentas ao agir e duras consigo mesmas. 16 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D OBJETIVO DE APRENDIZAGEM » Refletir sobre a própria identidade fazendo um mergulho na história familiar e comunitária. COMPETÊNCIA GERAL DA BNCC » Competência 7: Argumentação HABILIDADES DA OMS » Autoconhecimento » Pensamento crítico » Relacionamento interpessoal » Comunicação eficaz Momento de reflexão Consulte o questionário da página 191 e faça o registro das re- flexões do que viu até esse momento. Roda de conversa • Cada pessoa tem características pessoais que a fazem única em todo o planeta. Qual é a característica mais marcante que o(a) faz único(a)? 3. de onde venho A árvore genealógica é a representação das pessoas de uma família. Em geral, ela começa com o ancestral mais antigo conhecido e vai se ramificando a partir dos filhos, irmãos e cônjuges. É usada para conhecer e resgatar a história de uma família. De acordo com o dicionário Houaiss, genealogia é o estudo que tem por objetivo estabelecer a origem de um indivíduo ou de uma família, ou seja, a origem, evolução e dispersão das famílias e seus sobrenomes. M o nk ey B us in es s Im ag es / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 1 | CONSTRUINDO MINHA IDENTIDADE | 17 G U I A P N L D ATIVIDADE 1. Você vai começar a desenvolver seu portfólio. Para tanto, desenhe a sua árvore genealógica colocando abaixo do nome das pessoas um valor ou característica que você admira nelas. Se quiser, inspire-se em um dos modelos de árvore genealógica. PAI IRMà IRMÃO EU MÃE TIO TIA PRIMO PRIMA VOCÊ SABIA O Instituto Fazendo História trabalha com voluntários para que construam vínculos afetivos com crianças e adolescentes separados de suas famílias. A dupla criança-adulto se aproxima afetivamente por meio da leitura, que oferece recursos para os meninos e as meninas elaborarem suas vivências; desperta conversas e incentiva a construção de um álbum de histórias, contendo relatos, depoimentos, fotos e desenhos que fazem parte de suas vidas, para que assim construam uma versão própria para sua trajetória de vida. Le re m y/ S hu tt er st o ck ya ya sy a/ S hu tt er st o ck Se nt av io / Sh ut te rs to ck G eo rg e R ud y/ S hu tt er st o ck 18 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D 2. Conceição Evaristo retoma sua ancestralidade para falar de temas importantes em sua história. Vozes-Mulheres A voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio. Ecoou lamentos de uma infância perdida. A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos-donos de tudo. A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta no fundo das cozinhas alheias debaixo das trouxas roupagens sujas dos brancos pelo caminho empoeirado rumo à favela. A minha voz ainda ecoa versos perplexos com rimas de sangue e fome. A voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes recolhe em si as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas. A voz de minha filha recolhe em si a fala e o ato. O ontem – o hoje – o agora. Na voz de minha filha se fará ouvir a ressonância O eco da vida-liberdade. EVARISTO, Conceição. Poemas de recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017. p. 10-11. Agora escreva um poema sobre sua família e junte ao seu portfólio. VOCÊ SABIA Em 2016 foi gravado o documentário Brasil DNA África, que retrata a história de cinco cidadãos comuns que se submetem a um teste de DNA para descobrir suas origens africanas e viajam ao continente para conhecer seus antepassados. Você pode assistir a esse documentário acessando alguma plataforma de compartilhamento de vídeo. PARA SABER MAIS » A história de vida de Conceição Evaristo por Conceição Evaristo. Disponível em: www. letras.ufmg.br/literafro/ autoras/188-conceicao- evaristo?fbclid=I wAR18tAM55Kty_ w6jhUL_BWtKB U0GHM6gaYTqU26 xfvITkPpdIIJtMDKiGtc. Acesso em: 24 fev. 2020. el en a m o is ee va / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 1 | CONSTRUINDO MINHA IDENTIDADE | 19 G U I A P N L D OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Entrar em contato com a própria criatividade e aumentar a autoconfiança na sua capacidade de criar e se expressar. COMPETÊNCIA GERAL DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência específica LGG 5 » EM13LGG503 HABILIDADES DA OMS » Pensamento criativo » Relação interpessoal » Comunicação Momento de reflexão Consulte o questionário da página 191 e faça o registro das reflexões da aula. Roda de conversa • Este é um momento muito interessante para o conhecimento entre os colegas da turma. Assim, quem desejar poderá compartilhar os poemas criados. • Quem são as pessoas que têm maior relevância em sua vida? Por quê? 4. Meu potencial criativo Somos todos criativos Neste livro, partimos do princípio de que todos somos criativos. Ao entendermos criatividade como nossa capacidade de imagi- nar e fazer acontecer, conseguimos compreender que usamos nossa capacidade de criar o tempo todo. Ao imaginar um prato pronto, misturar os ingredientes e cozinhá-lo, estamos exercendo profunda- mente nossa criatividade. Ao pensar em um caminho e quais meios de transporte e rotas possíveis temos para chegar lá, também. Entretanto, quando crescemos, algo acontece e vamos per- dendo a confiança na nossa própria criatividade, acreditando que se trata de um dom exclusivo dos artistas, de quem sabe escrever, 20 G U I A P N L D desenhar ou pintar bem, cantar ou dançar. Se perguntarmos para uma turma de crianças quem é criativo, a maioria vai levantar a mão. Mas, se perguntarmospara um grupo de adultos, a maioria provavelmente não vai. Para dar um mergulho no nosso potencial criativo, vamos reali- zar uma atividade de “visualização criativa”. ATIVIDADES 1. Encontre uma posição bem confortável na sala e siga as orientações do(a) seu(sua) professor(a). Vocês vão imaginar uma viagem em busca do seu eu criativo. Após a visualização do seu eu criativo, você fará o registro por meio de um desenho. 2. Escreva um texto reflexivo de como foi a experiência, o que você visualizou, como se sentiu e o que descobriu sobre si mesmo, sobre seus colegas e outras aprendizagens adquiridas. b o d ia p hv id eo / Sh ut er st o ck Cozinhar é uma forma de exercer a criatividade. 21 G U I A P N L D POR QUE AS ARTES? Praticar a criatividade é mais uma questão de estar aberto(a) para experimentar coisas novas do que ter um talento específico. Vamos ver por que as artes são uma ferramenta poderosa. A criatividade é um direito de nascença e você não precisa ser um artista profissional para usar diferentes formas de expressões artísticas. Inclusive, é importante para a sua saúde emocional praticá-las. Isso ocorre porque temos o desejo genuíno de ser vistos e ouvidos. Quando somos jovens e estimulados a assumir um risco criativo, produzindo e apresentando alguma coisa, um ciclo de afirmação se desenvolve. Pode ser algo simples como desenvolver um jogo teatral ou inventar um movimento e todos repetirem. Essa resposta apreciativa aumenta a coragem de assumir novos riscos. As artes e práticas criativas trazem oportunidades de alimentar a autoconfiança de cada membro do grupo e do grupo como um todo. As artes despertam alegria – brincar com as artes, em um ambiente sem julgamento, é simplesmente muito divertido e ajuda a nos concentrar no momento presente. A criatividade ajuda na promoção da saúde – muitos cientistas sociais já estudaram os benefícios da expressão criativa na saúde. As pesquisas do Dr. James W. Pennebaker indicam que escrever sobre sua experiência de vida de forma emotiva pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico. Aumenta a confiança – comunidades de aprendizagem onde se trabalha com arte oferecem oportunidades para que todos brilhem e sejam vistos uns pelos outros –, muitas vezes pela primeira vez. Quando uma pessoa assume um risco criativo e é recebida com apreciação por seus colegas e mentores, sua autoconfiança se eleva perceptivelmente. Por meio de oportunidades sucessivas de assumir riscos criativos, a confiança é construída naturalmente. Desenvolve empatia – cientistas descobriram que nós temos neurônios- -espelhos, que se conectam quando percebemos as emoções de outros. Jovens facilmente entram em um campo de apoio quando ouvem a expressão autêntica de pensamentos e emoções de seus colegas. Aumenta o aprendizado – a expressão criativa engaja as respostas emocionais e, segundo a neurociência, quando as emoções são incluídas, o aprendizado é mais rápido e profundo. O cérebro se transforma fisicamente quando aprendemos, e essas mudanças são intensificadas pela presença de neuroquímicos associados a emoções, como a dopamina, adrenalina e serotonina. O aprendizado também é fixado pela repetição, e nós repetimos mais facilmente aquilo que é mais divertido ou interessante. Conecta pessoas por meio das diferenças – respostas emocionais comunicadas por expressões faciais são surpreendentemente coerentes entre várias culturas. A risada e a música são linguagens universais. A expressão criativa ajuda a derrubar muros e construir confiança. Fonte: Material traduzido e adaptado do Manual do Facilitador dos Parceiros para o Empoderamento da Juventude. 22 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D VOCÊ SABIA A ONU (Organização das Nações Unidas) tomou a frente na adoção da criatividade e inaugurou, em 2018, o Dia Mundial da Criatividade e Inovação para promover eventos e encontros criativos por todo o mundo. A data é dia 21 de abril e o objetivo é valorizar, incentivar e celebrar a criatividade e a inovação para o desenvolvimento sustentável. Você pode se inscrever nas várias ações criadas para o Dia Mundial da Criatividade acessando o site: www. worldcreativityday.com/brazil. ATIVIDADES Após a leitura do texto, na sala de aula, discutam em grupo: 1. Você participa ou já participou de atividades artísticas? Quais? 2. Como você se sentiu? 3. Como você acredita que as artes podem contribuir para o seu desenvolvimento? Momento de reflexão Faça o registro das reflexões da aula consultando o questionário da página 191 e a autoavaliação de como se sentiu. Roda de conversa • Discuta com os colegas como o ambiente escolar poderia ajudar a propiciar momentos que fomentem a criatividade. • Listem as possibilidades e analisem se é possível a implantação de algumas delas. PARA SABER MAIS LIVRO: » Organização Parceiros para o Empoderamento da Juventude: https:// partnersforyouth.org. SITE: » ROBINSON, Ken. Somos todos criativos: os desafios para desenvolver uma das principais habilidades do futuro. São José dos Campos: Benvirá, 2019. R ep ro d uç ão CAPÍTULO 1 | CONSTRUINDO MINHA IDENTIDADE | 23 G U I A P N L D 1. O que são valores Os valores são parte constituinte de nossa identidade e ex- pressam princípios, crenças de um grupo ou sociedade. Valores são nosso eixo norteador. A partir deles tomamos decisões e inter- pretamos o mundo, e são eles que nos fazem admirar e respeitar determinada ação, ideia ou pessoa. Conhecer nossos valores nos ajuda a tomar decisões, uma vez que é a partir deles que atribuímos importância ao que achamos ser mais relevante na vida. Além disso, tomar consciên- cia dos nossos valores pode ajudar a nos posicionar em diferen- tes situações. meus valores OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Refletir e identificar quais são meus valores pessoais. COMPETÊNCIA GERAL DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência específica LGG 6 » EM13LGG604 HABILIDADE DA OMS » Autoconhecimento 2 . Lo re ly n M ed in a/ S hu tt er st o ck 24 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D A educação com foco em valores tem como objetivo princi- pal proporcionar as ferramentas para viver coletivamente e con- sigo mesmo. Vamos investigar quais são os seus valores mais relevantes nes- se momento da sua vida. ATIVIDADES 1. Viver coletivamente envolve reconhecer as diferenças entre as pessoas e a necessidade de termos direitos e oportunidades iguais. Liste alguns dos direitos relacionados a essa convivência. D m yt ro Z in ke vy ch / Sh ut te rs to ck Pr o st o ck -s tu d io / Sh ut te rs to ck H al fp o in t/ S hu tt er st o ck tx ki ng / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 25 G U I A P N L D 2. A partir da nuvem de palavras, registre em uma folha ou caderno, que irá compor seu portfólio, uma lista dos dez valores pessoais que considera mais relevantes hoje. PARA SABER MAIS » Filme: Treino para a vida. 136 min., direção: Thomas Carter, 2005. Baseado em fatos reais, o dono de uma loja de artigos esportivos aceita ser técnico do time de basquete de sua antiga escola. E para tornar o time imbatível, aplica uma disciplina rígida. 3. Escreva um texto refletindo sobre quais desses são os cinco valores mais importantes para você e por quê. Reflita com os seus colegas: • Você já se sentiu desrespeitado por alguém? • Você já desrespeitou alguém? • Quais pequenas mudanças são possíveis de serem feitas na escola para que todos se sintam mais respeitados? C ul tu ra E sc ri ta m el it as / Sh ut te rs to ck 26 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Momento de reflexão Você deve registrar em seu caderno ou fichário as reflexões sobre a aula, consultando o questionárioda página 191 e como se sentiu pensando sobre os valores. Roda de conversa • Quais são os cinco valores mais relevantes para você? Reúna os cinco mais importantes de cada colega e calcule a quantidade e a porcentagem de alunos que escolheram cada valor como prioritário. Discutam e registrem quais são as ações necessárias para colocá-los em prática na escola e fora dela. VOCÊ SABIA O esporte é uma poderosa ferramenta para a educação e o trabalho com valores. Ao praticar um esporte, é possível aprender sobre disciplina, trabalho em equipe e cooperação, por exemplo. Inclusive, o esporte é um dos agentes que causam impacto social em muitas localidades, atuando em todas as dimensões: pessoal, cidadã e profissional. E aflora o sentimento de pertencer a um grupo e compartilhar de seus valores. Escolha um esporte de que goste e pesquise os valores relacionados a ele e uma personalidade que o represente. » Agora reflita: há somente valores positivos nos esportes? OBJETIVO DE APRENDIZAGEM » Identificar gostos e interesses pessoais. COMPETÊNCIA GERAL DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida HABILIDADE DA OMS » Autoconhecimento 2. Gostos e interesses De acordo com os estudos da pesquisadora Brené Brown, com doutorado em serviço social e autora de diversos livros, as pessoas com maior sentimento de plenitude são aquelas que têm a cora- gem de ser imperfeitas. Segundo a pesquisadora, elas possuem a compaixão de ser gentis consigo mesmas primeiro e depois com os outros, porque, se não somos capazes de ser gentis conosco, não podemos ser gentis com outros. Seus estudos também revela- ram que essas pessoas têm fortes conexões interpessoais e, como resultado da sua autenticidade, elas estão dispostas a abandonar quem pensavam que deveriam ser para se tornarem quem real- mente são. E, por último, aquelas que abraçam a vulnerabilidade e compreendem que o que as tornam vulneráveis as tornam também pessoas empáticas. CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 27 G U I A P N L D Em suas pesquisas, ela escutou exemplos de vulnerabilidade, tais como: dizer “eu te amo” primeiro, antes que o parceiro ou a parceira tivessem dito; fazer algo que não se tem garantia do resultado, como investir em um relacionamento que pode ou não dar certo; a coragem de ligar para o médico depois de um exame de mamografia; ser demitido ou demitir alguém; convidar alguém para sair sem saber se o outro irá aceitar. Todos esses são exem- plos de vulnerabilidade. O que ela aprendeu com seu processo pessoal e sua pesquisa é que é impossível anular ou anestesiar a vulnerabilidade, o medo, a ver- gonha e evitar senti-los; porque, se anestesiamos os sentimentos desa- gradáveis, anestesiamos também a alegria, a gratidão, a felicidade. G -S to ck S tu d io / Sh ut te rs to ck 28 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Outra coisa que ela aprendeu foi que o que todos precisam para se sentir plenos é serem vistos e ouvidos, inclusive com suas vulnerabilidades. Amar mesmo que não haja garantias, praticar gratidão e alegria e, por último, acreditar que somos suficientes. Dizer para si mesmo “sou suficiente”. Suficientemente bom, inteli- gente, responsável. Suficiente e perfeitamente imperfeito. Uma das etapas para aprofundar nosso autoconhecimento é identificar e diferenciar o que nos faz felizes e quais são as coisas de que não gostamos. Nossos gostos e afinidades nos ajudam a ter uma ideia mais clara sobre nós mesmos. Vulnerabilidade: qualidade ou estado do que é ou se encontra vulnerável, ou se- ja, frágil ou prejudicado. M o nk ey B us in es s Im ag es / Sh ut te rs to ck R aw p ix el .c o m / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 29 G U I A P N L D ATIVIDADES 1. Para que você possa aprofundar seu estudo e autoconhecimento, fique em silêncio e procure listar em um papel cinco coisas que lhe trazem alegria e que enchem o seu coração de emoções boas. 2. Pense agora em cinco coisas que não lhe trazem alegria ou o incomodam, e anote-as também. 3. Observe a tirinha e reflita por que Calvin acha que Hobbes parece feliz. O que traz felicidade a um traz a todos? Calvin and Hobbes by Bill Watterson for April 17, 1986. Disponível em: www. gocomics.com/calvinandhobbes/1986/04/17. Acesso em: 24 fev. 2020. 30 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D VOCÊ SABIA A Universidade de Harvard faz um estudo desde 1938 sobre felicidade, que monitora o estado físico, emocional e mental de pessoas. Muitas conclusões foram tiradas, mas o que faz as pessoas mais felizes e saudáveis ao longo da vida é a qualidade dos relacionamentos que elas possuem, segundo Robert Waldinger, quarto diretor do estudo em andamento. “Uma relação de qualidade é uma relação onde você se sente seguro, em que você pode ser você mesmo. Não necessariamente é uma relação fácil”, diz ele. Já a solidão pode ser altamente tóxica e prejudicial à saúde. De acordo com Waldinger, a pergunta que devemos nos fazer sempre é: Estou fazendo as coisas que têm significado para mim? Momento de reflexão Consulte o questionário da página 191 e as orientações do professor. Roda de conversa • A partir da reflexão individual feita sobre o que lhe traz alegria, analise as respostas dadas pelos alunos dessa turma . Agrupem as respostas e calculem o número de alunos que mencionaram cada uma delas e a porcentagem. • Que conclusões podem ser tiradas a partir dos dados obtidos? • Há muitas semelhanças entre o que foi falado como fonte de alegria? • Há muitas diferenças entre o que foi falado? • Considerando as pesquisas mencionadas no capítulo e a discussão em sala de aula, o que você acredita que pode fazer para trazer mais alegria para a sua vida? PARA SABER MAIS » TED TALK: O poder da vulnerabilidade, Brené Brown: https:// www.ted.com/talks/ brene_brown_the_power_ of_vulnerability?utm_ campaign=tedspread&utm_ medium=referral&utm_ source=tedcomshare. CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 31 G U I A P N L D PARA SABER MAIS LIVROS: » BROWN, Brené. A coragem de ser imperfeito. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. Viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser ruim. Como mostra Brené Brown, a vulnerabilidade não quer dizer fraqueza, mas a melhor definição de coragem. Quando fugimos de emoções como medo, mágoa e decepção, também nos fechamos para o amor, a aceitação e a criatividade. Mas quem se expõe e se abre para coisas novas é mais autêntico e realizado, ainda que se torne alvo de críticas e de inveja. É preciso lidar com os dois lados da moeda para se ter uma vida plena. Neste livro, ela apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas, e nos desafia a mudar a maneira como nos relacionamos. » LAMA, Dalai; TUTU, Desmond. Contentamento: o segredo para a felicidade plena e duradoura. Principium, 2017. O livro surge do encontro entre dois grandes homens da nossa era: Dalai Lama e o Arcebispo Emérito da África do Sul, Desmond Tutu, ambos ganhadores do Nobel da Paz. A obra traz os diálogos dos líderes religiosos e apresenta reflexões para a compreensão da plenitude da vida. Ao longo das conversas, eles compartilham o que aprenderam em suas vidas e respondem a uma pergunta essencial: como podemos encontrar contentamento diante do sofrimento inevitável da vida? 3. Comunicando bem O que é comunicar? Comunicar, de acordo com os dicionários, é transmitir para outra pessoa mensagem, informação, ordem ou ideia. Ainda, comunicar é conseguir que o outro compreenda o que você quer transmitir. Portanto, mais do que simplesmente falar, é es- tar atento a como falar. Relembre os acordos que vocês fizeram no início do ano. É im- portante que a escuta atenta e o falar com intenção sejam estabe- lecidos durante o percurso do trabalho com o Projeto de Vida. Isso significa ouvir com todo o corpo, ouvir com ocoração e falar com clareza pensando em si e em quem está ouvindo. Vamos experimentar nos nossos corpos como a comunica- ção acontece. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Desenvolver a capacidade de se comunicar bem. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência 7: Argumentação » Competência específica LGG 3 » EM13LGG301 HABILIDADE DA OMS » Comunicação eficaz 32 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D ATIVIDADE 1. Vocês serão conduzidos pelo(a) professor(a) a desempenhar três papéis: comunicador, ouvinte e observador. • Em um primeiro momento, comunicador e ouvinte se sentam de costas um para o outro e desenham em seu caderno, em um minuto, uma figura usando as formas: círculo, triângulo e quadrado. Não mostre ao colega. • O observador em pé examina. Em seguida, o comunicador diz ao ouvinte o que desenhou com riqueza de detalhes para que ele reproduza o desenho. • O observador fica atento ao que um comunica e ao que o outro desenha. • Depois de três minutos, comparem as figuras feitas e, com a ajuda do observador, identifiquem o que, na comunicação, ajudou e o que impediu o cumprimento do objetivo. Fonte: Escola de Liderança Feminina – Programa ELAS. Disponível em: programaelas.com.br. Ao final, registre em seu portfólio alguns pontos da atividade: a. O que aprendi hoje sobre comunicação? b. Como me avalio como comunicador? c. Consigo falar com clareza? Eu me preocupo com o que acontece no outro quando eu falo? d. Sou um ouvinte que escuta com profundidade e sem julgamentos? e. Quero e consigo fazer uma pergunta sincera e curiosa em vez de julgar o outro? f. Deixo as pessoas terminarem de falar para colocar minha opinião? g. Consigo colocar minha opinião ou, em geral, prefiro me calar? h. Em geral, meu estilo de comunicação favorece conversas mais extensas ou causa conflito e resistência? i. O que eu gostaria de melhorar no meu estilo de comunicação? j. Como vou me desafiar a fazer isso nos próximos meses? Im ag en s: P et r Va cl av ek / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 33 G U I A P N L D Comunicação não violenta - CNV “Por trás de todo comportamento tem uma necessidade. E por trás de todo ato violento tem uma necessidade não atendida.” Marshall Rosenberg (2006) A Comunicação Não Violenta foi criada na década de 1960 pe- lo psicólogo estadunidense Marshall Rosenberg e é uma forma de se comunicar para criar conexão com o outro de forma desarmada. É uma maneira de falar sem machucar e, ao mesmo tempo, sem “engolir sapo”, além de ser uma forma de ouvir sem se ofender. Marshall explica que todas as pessoas possuem necessidades por trás dos comportamentos. E que, ao buscarmos identificar essas necessidades, fica mais fácil compreender a reação das pes- soas, e não apenas julgá-las ou acusá-las, intensificando o conflito. Segundo Rosenberg, existem quatro passos para colocar a Comunicação Não Violenta em prática. São eles: 1. Observar sem julgar; 2. Identificar sentimentos; 3. Assumir responsabilidades; 4. Fazer pedidos. Em primeiro lugar, devemos observar sem julgar. Para isso, um exercício importante é diferenciar o que é um fato daquilo que é um julgamento. É comum começarmos um filme na nossa cabeça ao ouvir alguém ou ver alguém com algum comportamento, sem que isso seja verdade para o outro. Imagine a cena de um professor chegando a uma sala de aula. Você pode pensar: “ele não gosta de mim, fui mal na prova etc.”. Ao observar sem julgar, você deixa o silêncio, a curiosidade e uma pergunta ocuparem o lugar dos seus pensamentos julga- dores. Você pode olhar para ele e comentar: “Professor, aconte- ceu algo?”. 34 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Em segundo lugar, você pode identificar o seu sentimento e ex- pressá-lo, além de buscar entender o sentimento da outra pessoa. Depois de reconhecer o ponto exato que o fez ter aquele senti- mento, em vez de acusar a pessoa dizendo “você é isso, você é aqui- lo”, experimente começar a frase da seguinte forma: “Quando você faz tal coisa, eu me sinto (relatar o sentimento)”. Portanto, procure focar em fatos ocorridos e que sentimentos esses fatos causaram em você, evitando colocar a culpa no outro. Isso trará maior chance de a pessoa que o escuta parar para refletir sobre o próprio comportamento. Ao acusar ou julgar alguém, a outra pessoa, em geral, tenderá a reagir com ainda mais violência, irritar-se e intensificar o conflito, em vez de refletir e mudar de postura futuramente. Exemplo de pensamento: “Ei, quando você não me escuta e fica no celular, eu me sinto só e acho que não tenho valor”. Esse exem- plo nos mostra o terceiro passo, que é assumir a responsabilidade pelos nossos sentimentos e entender que colocar a culpa no outro não colabora para melhorar nossas relações. Ou seja, devemos focar no que se passa dentro de nós e o que exatamente nos fez ou faz ter aquele sentimento. Por último, ao sentir algo negativo, devemos identificar, nomear e fazer um pedido claro para o outro, que é o quarto passo da Comunicação Não Violenta. Exemplo: no lugar de “Mãe, você nunca me escuta. Você é uma péssima mãe”, experimente: “Mãe, quando você não me escuta e fica no celular, eu me sinto só e triste porque acho que não tenho valor. Gostaria de pedir que nas refeições a gen- te pudesse conversar sobre qualquer coisa e não ficar no celular”. Ao fazer um pedido sincero a partir dos seus sentimentos, sem acusar o outro, você terá muito mais chances de estabelecer e man- ter relações mais saudáveis. Fo to s: K ra ke ni m ag es .c o m / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 35 G U I A P N L D Momento de reflexão Consulte o questionário da página 191 e faça o registro das reflexões da aula. Roda de conversa • Discuta com os colegas como anda a comunicação da turma. Os alunos escutam com atenção, respeitam quem fala ou reagem e falam um por cima do outro? Isso gera conflito em algum momento? • Elaborem, a partir dos pontos levantados, um manual coletivo de boa comunicação da turma. • Vocês podem também organizar uma campanha envolvendo as outras turmas da escola. VOCÊ SABIA Ao conversar com alguém pela primeira vez, tendemos a achar que a pessoa gostou menos de nós do que realmente gostou. Um estudo publicado em 2018 na Psychological Science avaliou as percepções das pessoas sobre o seu desempenho ao conversar com estranhos em um primeiro encontro. Os resultados mostraram que a maioria das pessoas subestimou o quanto a outra pessoa gostou de conversar com ela. E ainda avaliaram que o outro era mais interessante do que ela mesma, ou seja, era mais agradável e tinha um papo melhor. Conhecer pessoas novas pode gerar ansiedade e ser intimidador. Acrescentando uma severa autocrítica a este fato, muitos podem ficar mais preocupados com seu próprio desempenho, a ponto de não conseguirem avaliar com clareza como o outro está se sentindo na conversa. Portanto, vamos novamente afastar os “papagaios” da autocrítica, aquela voz interior, tentar relaxar e procurar sempre nos divertir ao conhecer uma pessoa nova, lembrando que temos sim nosso valor pessoal! Fonte: A máquina da emoção – psicologia e autoaperfeiçoamento para o século XXI. Disponível em: www.theemotionmachine.com/the- liking-gap-we-underestimate-how-much-people-will- like-us-when-we-first-meet/. Acesso em: 24 fev. 2020. 36 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D 4. Eu em um poema Eu venho do cheiro do mar da praia da Enseada, e do cheiro de peixe do Perequê Eu venho da máquina de costura da minha bisavó que fazia vestidos para nossas bonecas iguais aos que costurava para nós. Eu venho da broa de fubá, das rosquinhas de cerveja da ieié. E da volta olímpica onde procurávamos trevos de quatro folha. Eu venho do por do sol nopico do Jaraguá. Eu venho do cheiro da calda de chocolate da minha mãe e dos sons dos passarinhos de um bairro cujas ruas ainda tem nome de pássaro, mas pássaro mesmo tem pouco. Eu venho da brincadeira de escoteiro do meu pai de fazer com uma faca nas plantas, N ou Balão. Eu venho do banho dos galhos de árvores molhadas que Gigi balançava nos passeios depois que parava de chover. Eu venho desses momentos - Trincados, antes que eu brotasse - Queda de folhas da árvore da família. Texto inspirado com base no poema Where I’m from, de George Ella Lyon. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Refletir sobre a própria identidade e expressar- se por meio de um poema. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência 8: Autoconhecimento » Competência específica LGG 1 » EM13LGG103 HABILIDADES DA OMS » Autoconhecimento » Pensamento crítico » Pensamento criativo PARA SABER MAIS VÍDEOS » “Comunicação não violenta na prática”, com Giovana Camargo. Minas que manjam #17, disponível em: www.youtube.com/ channel/UCB0v4pTZmShxavIxX1In7bA/featured. Acesso em: 24 fev. 2020. » Para início de conversa. Carolina Nalon. TEDxPedradoPenedo. Disponível em: www.youtube.com/channel/UCsT0YIqwnpJCM- mx7-gSA4Q. Acesso em: dez. 2019. LIVRO: » ROSENBERG, Marshall. Comunicação não violenta. Ágora, 2006. Q va si m o d o ar t/ S hu tt er st o ck CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 37 G U I A P N L D ATIVIDADES 1. Analise o poema. Que objetos fizeram parte da infância da autora? O que esses objetos representam? 2. Quais sentidos sensoriais a autora utiliza para descrever de onde ela vem? 3. Quais membros da família foram importantes para a autora de acordo com a sua memória e de que momentos ela se lembra? 4. Agora, fique em silêncio por alguns instantes e reflita: • Quais objetos fizeram parte da sua infância? • O que havia no seu bairro, casa ou na vida e no trabalho dos adultos com quem você morava? • De quais sabores você se lembra? De quais cheiros? • Que sensação tátil você tinha das coisas de que gostava? • Você se lembra de algum elemento, da época de infância da natureza que foi relevante para você, tais como árvores, rios, como eram o céu, as frutas, as plantas, os animais? • Quais pessoas foram importantes na sua infância e de que fatos você se lembra que foram marcantes para você? • Que outras coisas você tem vontade de escrever sobre o lugar de onde você vem? 5. A partir dessa reflexão, fique em silêncio por alguns minutos e escreva em seu portfólio o seu poema pessoal “De onde eu venho”, inspirado no poema de George Ella Lyon. Você pode usar a estratégia de fazer um decalque do texto, em que se repetem as principais marcas: De onde eu venho Por: (SEU NOME), Eu venho de... Eu sou dos... Eu venho de... Do lugar de onde venho... Eu venho desses momentos... 38 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D A história de Raphaele Godinho Raphaele Godinho, aluna de escola públi- ca da cidade de Mairinque (SP), é um exemplo de como as palavras mudam vidas. Ela, que se considerava tímida, escolheu se inscrever na oficina eletiva “Gladiadores das palavras” da sua escola, que ensinava na prá- tica os alunos a debaterem. Durante os anos na escola, participou de diferentes grupos de debate, como o “Não me calo”, “As Atenas da palavra” e o “Penso, logo falo”, e venceu o torneio final quatro vezes. Raphaele foi repre- sentante de sala e presidente do grêmio. Ao perceber que os livros didáticos se referiam exclusivamente a lideranças mascu- linas, fazendo com que apenas os meninos tivessem inspirações para se destacar e mu- dar o mundo, Raphaele escreveu o projeto “Resgatando e valorizando as mulheres”, no Parlamento Juvenil do Mercosul, que foi o mais votado na internet por jovens do país inteiro. Para isso, ela fez campanha, passou nas salas de aula, postou vídeos e fez jingle pedindo votos. Aos 16 anos, viajou pela primeira vez de avião, sozinha, para Brasília a fim de representar São Paulo no Parlamento Juvenil do Mercosul. Conheceu o Ministério da Educação, onde teve sua cerimônia de posse. Durante o evento, ela foi a mais votada para representar o Brasil no Uruguai no Encontro Internacional do Mercosul e viajou de novo. Em 2017, na Câmara dos Deputados, ela enfren- tou um grande desafio em uma outra simulação parlamentar. O grupo de jovens precisava eleger um presidente e um vice para formar um parti- do. Um menino e ela se candidataram a presi- dente e uma outra menina a vice. E Raphaele, como de costume, foi a mais votada. Porém, os meninos não aceitaram e fizeram uma contrapro- posta nada democrática: colocar um menino na presidência para ter mais igualdade de gênero. E o menino que não tinha ganhado nos votos acabou virando o presidente do partido. Ela experimentou o machismo na política de forma bastante real. Apesar de ter contestado e resis- tido, não conseguiu mudar a decisão e desistiu, porém, foi em frente com seus novos projetos. Em 2018 fez faculdade de relações internacionais como bolsista do ProUni e criou, no mesmo ano, o Parlamento Jovem Mairinquense, a fim de tra- zer mais jovens para a política da sua cidade. Um dia, Raphaele era uma menina tímida e no outro, a partir de uma oficina de debate, re- presentava o Brasil em um evento internacional, com muitas portas se abrindo. O que era apenas um sonho se tornou uma ambição real e muito viável para ela: trabalhar em um órgão internacio- nal. Raphaele já deu muitas entrevistas, inclusive na TV, e seu projeto foi premiado por uma com- petição da revista Change. Se você está no primeiro ou no segundo ano do Ensino Médio, pode fazer como Raphaele e se inscrever no Parlamento Juvenil do Mercosul. Acompanhe pelos sites www.mercosur.int/ pt-br/ e pjm.mec.gov.br a abertura das inscri- ções para o Parlamento Juvenil do Mercosul (acesso em: 24 fev. 2020). D iv ul g aç ão CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 39 G U I A P N L D ATIVIDADES 1. Que características pessoais Raphaele tinha antes de se inscrever na oficina eletiva “Gladiadores da palavra”? 2. Você acredita que Raphaele se surpreendeu com o resultado depois de ter participado das oficinas? Por quê? 3. Você já experimentou uma sensação semelhante, ou seja, não se sentia seguro(a) em relação a alguma habilidade e, ao experimentar uma nova atividade, descobriu que sim, possuía ou poderia desenvolvê-la? 4. Pesquise na internet como Raphaele foi parar no Álbum das Mulheres Incríveis, de Natália Milano. VOCÊ SABIA Para descobrir um talento, a melhor forma é experimentar coisas novas. E a adolescência é uma das melhores fases para experimentar atividades que irão ajudar a conhecer, construir e afirmar a própria identidade e autonomia. Por isso, experimente, com o apoio do seu(sua) professor(a) e dos colegas, ser poeta hoje! Você pode se surpreender descobrindo algo novo sobre si mesmo(a). O uso das palavras, seja pela oralidade ou escrita, é uma excelente forma de se expressar e pode ser uma eficiente maneira de desenvolvimento pessoal. C ie np ie s D es ig n/ S hu tt er st o ck 40 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Momento de reflexão Consulte o questionário da página 191 e as orientações do professor. Roda de conversa • Pesquise se existe na sua cidade um Parlamento Jovem Municipal que ensine aos estudantes o papel de um vereador e como debater assuntos relevantes para o município. • Você sente vontade de criar algo parecido, caso não exista? Quais seriam os primeiros passos para isso? • Existe na sua escola uma oficina que ensine os alunos a debater como o “Gladiadores da palavra” da escola de Mairinque ou que ensine outras habilidades que você gostaria de desenvolver? Há algo que você possa fazer para criá-la, caso não exista? • Por último, discutam: quais foram as atitudes que contribuíram para que RaphaeleGodinho chegasse onde chegou? PARA SABER MAIS » O Álbum das Mulheres Incríveis, por Natália Milano #16 Espectadora – Raphaele Godinho – www.youtube.com/channel/ UCWzwUGTXEYuhVLlitls9aAA » O Álbum das Mulheres Incríveis, Trailer – www.youtube.com/ channel/UCWzwUGTXEYuhVLlitls9aAA C ie np ie s D es ig n/ S hu tt er st o ck CAPÍTULO 2 | MEUS VALORES | 41 G U I A P N L D uma vida com sonhos 3 . 1. Minha vida como um rio Metáforas são figuras de linguagem, uma forma de expressar uma ideia por meio de uma imagem. Diversos artistas as utilizam para compor letras de músicas e dizer o que sentem e pensam de uma forma não literal, ou seja, não descrevendo exatamente o que é e sim usando uma outra imagem que possa expressar aquele sentimento ou ideia. OBJETIVO DE APRENDIZAGEM » Desenvolver o autoconhecimento e a reflexão por meio da elaboração de uma metáfora da própria história de vida representada pela imagem de um rio. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência 8: Autoconhecimento e autocuidado HABILIDADES DA OMS » Autoconhecimento » Pensamento crítico » Pensamento criativo R ic ca rd o M ay er / Sh ut te rs to ck O recurso da metáfora pode ser usado por todos para escrever um texto. 42 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Um exemplo de metáfora foi usado por uma jovem em deten- ção que disse a seguinte metáfora para expressar como se sentia: “Eu me sinto como uma pena no meio de uma tempestade de vento.” Ou um outro jovem, muito animado, uma vez disse: “Eu me sinto como um jogador ao entrar no estádio e 50.000 pessoas se levantam para me aplaudir”. Fonte: Material traduzido e adaptado do Manual do Facilitador dos Parceiros para o Empoderamento da Juventude. ATIVIDADE Que contexto de vida você é capaz de imaginar que os jovens mencionados no texto estivessem vivendo para expressar seus sentimentos com as metáforas descritas? Um outro exemplo está na letra da música “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, que se tornou famosa na interpretação de Jair Rodrigues. Identifique o significado da metáfora “boiada”. Você conhece outras músicas que contêm metáforas? A l Z ak h/ S hu tt er st o ck CAPÍTULO 3 | UMA VIDA COM SONHOS | 43 G U I A P N L D ATIVIDADE Minha vida como um rio 1. Para realizar esta proposta, vamos utilizar a metáfora de um rio para representar a vida. Um rio nasce de pontos de nascentes onde brota a água, que se juntam e formam um curso. As nascentes podem representar quem veio antes de você. Esse curso começa fininho, representando a sua infância, e vai crescendo e ganhando força, na sua adolescência e juventude. Os rios fazem diferentes curvas, que podem representar momentos de mudança na vida. Ao longo da sua trajetória, outros rios menores ou maiores vão se juntando e estes podem representar pessoas que chegaram à sua vida. Há pontos de corredeira onde a água fica muito agitada, com quedas d’água, que podem representar momentos de turbulência, e pedras, que podem representar desafios passados. E há outras fases de calmaria, em que o rio se alarga e as águas correm tranquilas, nutrindo as margens e as plantas. O rio pode desembocar em um outro rio ou no mar, e essa foz pode representar um lugar ou acontecimento que você quer, com planos ou sonhos, alcançar no futuro. • Com base nas descrições anteriores, vire uma página de papel sulfite na horizontal e desenhe a sua vida como um rio, começando na nascente, fazendo as curvas para cada fase ou momento marcante, represente seus momentos de turbulência ou calmaria e onde você quer que o seu rio desemboque. • Você pode acrescentar símbolos, datas, nomes de pessoas que representem os acontecimentos mais importantes para você desde quando nasceu até hoje, dentro ou fora das margens do seu rio. Fonte: Material traduzido e adaptado do Manual do Facilitador dos Parceiros para o Empoderamento da Juventude. Este é apenas um modelo, não é necessário copiá-lo; solte a sua imaginação e crie o rio que melhor represente a sua vida. Coloque a quantidade de curvas que for mais relevante para os momentos da sua vida, quedas d’água e outros elementos que o representem. Seu rio é único, assim como você e sua trajetória! Escola Esporte Cachoeira Pedras Obstáculos que superei Amigos(a)s desde 9 anos Foz Meu Sonho Grêmio Teatro Nascente Pai Mãe Falecimento vovó 7 anos Casa da mãe 0 a 5 anos Amigos Representação ilustrativa do Rio da Vida. R o m ão / M 10 44 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Momento de reflexão Consulte o questionário da página 191 e as orientações do professor. Roda de conversa • Como foi refletir sobre sua própria vida? E representá-la por meio de desenho? • Discuta com os colegas como seria o rio da turma esse ano. Quais obstáculos ou dificuldades enfrentariam? Quais seriam as conquistas? 2. Roda da Vida A Roda da Vida é uma ferramenta simples e eficaz, muito usada em processos de desenvolvimento pessoal. Ela foi criada para identificar quais áreas estão em har- monia e quais preci- sam de mais cuidado e energia. O meio da roda corresponde a 0 e o ponto mais externo do círculo correspon- de à nota 10. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Refletir sobre as diferentes áreas da vida e avaliá-las para tomar consciência do que fazer para melhorar o que está em desequilíbrio. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência 8: Autoconhecimento e autocuidado HABILIDADES DA OMS » Autoconhecimento » Pensamento crítico VOCÊ SABIA A palavra metáfora vem do grego e é composta por meta (entre) e phero (carregar); quer dizer transportar para outro lugar. Alguns exemplos: Os olhos de Pedro eram duas jabuticabas; Minha sobrinha é uma flor. CAPÍTULO 3 | UMA VIDA COM SONHOS | 45 G U I A P N L D ATIVIDADES 1. Reproduza o modelo da Roda da Vida no seu portfólio, caderno ou folha de sulfite. Dê uma nota de zero a dez para cada uma das áreas da sua vida, como você está se sentindo nesse momento. Pinte de uma cor todo o espaço desde o pontinho central até o nível daquela área a que você atribuiu uma nota. Ao final, verifique quais áreas possuem as notas mais baixas. 2. Anote no seu portfólio quais ações você fará para melhorar a nota daquela área nos próximos meses. E verifique qual área você pode mudar que impactará todas as demais áreas da sua vida positivamente. 3. Seus valores estão alinhados com o que você acredita? Momento de reflexão Consulte o questionário da página 191 e faça o registro das reflexões do que trabalhou. Roda de conversa • Que pequenas atitudes e decisões você pode tomar em uma das áreas da sua Roda da Vida que podem influenciar positivamente outras áreas? PARA SABER MAIS O instrumento da Roda da Vida foi criado pelo americano Paul J. Meyer por volta de 1960. Ele cresceu durante a Grande Depressão e foi paraquedista na Segunda Guerra Mundial. Depois, foi reconhecido como uma das autoridades mais destacadas do mundo nas áreas de estabelecimento de metas, motivação, gerenciamento do tempo e desenvolvimento pessoal e profissional. Fundou o Success Motivation Institute aos 32 anos e tornou-se milionário. Acredita ser a motivação o primeiro passo para desenvolver potenciais. A ideia da Roda da Vida é que ela forneça uma fotografia do seu momento atual e oriente quais caminhos seguir, a qual área dar importância em busca de equilíbrio. 46 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Jogo de improviso de teatro. 3. Soltando a imaginação no teatro Começando a sonhar Você está se aproximando do final da primeira dimensão des- te livro: a dimensão pessoal. Até agora, você aprendeu o que é um Projeto de Vida e começou a elaborar o seu; mergulhou na sua própria identidade refletindoe expressando seus gostos, aprendeu como identificar e expressar sentimentos para se comunicar melhor, entrou em contato com o seu potencial criativo por meio da visuali- zação guiada e do desenho, estabeleceu conexão com suas origens por meio da árvore genealógica, e com a escrita criativa por meio da elaboração do poema “Eu venho de...”, refletiu e priorizou os va- lores que mais refletem quem você é, desenhou sua vida como um rio, refletiu sobre as diferentes dimensões da vida por meio da Roda da Vida e entrou em sintonia rítmica com seus colegas por meio do ritmo corporal, ou seja, da música. Você já trilhou uma bela jornada! Agora é hora de começar a alongar os limites da imaginação na direção ao que você pode e deseja para seu futuro. Vamos fazer isso por meio de uma excelente forma de expressão artística, o teatro. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM » Soltar a imaginação por meio do teatro e treinar a capacidade de falar em público. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC » Competência 4: Comunicação » Competência 6: Trabalho e Projeto de Vida » Competência 8: Autoconhecimento e autocuidado » Competência específica LGG 1 » EM13LGG104 » Competência específica LGG 5 » EM13LGG503 HABILIDADES DA OMS » Pensamento criativo » Autoconhecimento » Comunicação eficaz Você pode conhecer a improvisação teatral assistindo a grupos profissionais, ao vivo, na internet ou na TV, e nem precisa dizer que isso pode ser muito intimidante. A improvisação teatral, em essên- cia, é simplesmente inventar coisas e compartilhar com os outros. É algo que todos podemos fazer. Você não precisa tentar ser en- graçado ou inteligente, só precisa entrar no campo da imaginação com seus parceiros. C hr is ti an B er tr an d / Sh ut te rs to ck CAPÍTULO 3 | UMA VIDA COM SONHOS | 47 G U I A P N L D Existem algumas regras básicas de improvisação teatral que são bons princípios para a vida criativa. Quando você participa de jogos teatrais, pratica essas regras e descobre quanta diversão elas trazem e como ajudam você a se conectar com os outros. Não é surpreendente que a improvisação teatral esteja sendo in- troduzida em organizações e grandes empresas como forma de ensinar as pessoas a construir equipes fortes e unidas. Participe da atividade na qual o(a) seu(sua) professor(a) irá explicar as três regras do teatro de improviso. As três regras do teatro de improviso Regra número 1: Diga “sim”! A improvisação teatral depende de aceitar a realidade que o outro imaginou. Quando dizemos sim uns aos outros, o espaço de imaginação cresce e a criatividade aflora. Quando dizemos não, é como estourar a bola. Não tem jogo. Quando você está improvisando, um dos jogadores faz uma oferta. Em outras palavras, ele joga uma ideia para o outro participante. Por exemplo, ele pode olhar para uma pessoa que não está usando chapéu e dizer: “Irene, eu adorei esse chapéu roxo que você está usando”. Dizer sim significa que a participan- te aceita que ela é Irene e que está mesmo usando um chapéu roxo. Então ela pode dizer: “Ah, você gostou? Eu comprei num brechó. Quer experimentar?”. O participante então pega o cha- péu, experimenta e traz novas informações à cena. 48 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D Se a participante disser: “Que chapéu? Não estou de chapéu. Você está louco?”, não tem jogo. Dizer “sim” requer que você aceite plenamente o que quer que seu colega ofereça e construa a cena a partir dessa realidade. Regra número 2: A primeira ideia é a melhor ideia Nós criamos ideias o tempo todo, mas nossos críticos internos entram em ação mais rápido do que imaginamos e dizem “não”. Essa regra nos diz para seguir nossos instintos e dizer sim às nos- sas ideias, da mesma forma que aceitamos as dos outros se segui- mos a regra número 1. Como a improvisação teatral é uma brincadeira, simplesmente diga sim à sua primeira ideia e veja o que acontece. Não tem pro- blema se der errado, mas é bem provável que você se divirta mui- to mais do que ao trabalhar uma ideia que foi pensada demais. Regra número 3: Ajude seus colegas a se saírem bem A improvisação teatral não pressupõe pregar peças nas pes- soas e fazer o jogo ficar mais difícil para elas. A ideia é genero- sidade, dar a seus colegas material que seja fácil e divertido de trabalhar. Isso permite que eles adicionem suas próprias ideias gene- rosamente e o espaço de imaginação comece a ser construído. Imagine se nós vivêssemos a vida assim, brincando conscientemen- te de formas que ajudem nossos colegas a serem bem-sucedidos? Fonte: Material traduzido e adaptado do Manual do Facilitador dos Parceiros para o Empoderamento da Juventude. K ac hk a/ S hu tt er st o ck CAPÍTULO 3 | UMA VIDA COM SONHOS | 49 G U I A P N L D ATIVIDADES É hora de praticar! 1. Agora que você já conhece as três regras do teatro de improviso, vamos colocar a “mão na massa” e experimentar a improvisação por meio de jogos. Jogo 1: Isto é um(a)... e também... a. Em círculo de cerca de 10 pessoas, um líder segura um objeto e diz: “Isto é um bastão e também um pente”, por exemplo. Então ele demonstra isso, usando o bastão como um pente, fazendo os movimentos e sons apropriados. b. O líder passa o bastão para a pessoa à sua esquerda. c. A segunda pessoa repete a demonstração do pente, copiando os movimentos e sons o mais fielmente possível, enquanto diz “isto é um pente e também é (por exemplo) uma tesoura”. Ela demonstra a tesoura com movimento e sons, e passa o bastão para a próxima pessoa à esquerda. d. E assim vai, passando por todo o círculo. Jogo 2: O que você tá fazendo? a. Em círculo ainda, todos devem usar os nomes das pessoas que estão ao lado. b. O líder imita um movimento fácil de ser entendido, como varrer o chão com uma vassoura. c. A pessoa do lado pergunta: “[nome], o que você está fazendo?”. d. O/a líder responde algo diferente do seu movimento. Por exemplo, se ela está imitando varrer o chão, pode dizer: “tô lavando a louça”. e. A pessoa que perguntou começa, então, a fazer mímica de lavar a louça, e a pessoa do lado dela pergunta: “Fulano, o que você está fazendo?”. O movimento que ela está fazendo é de lavar a louça, mas ela também fala que está fazendo uma coisa diferente. Pode dizer, por exemplo: “estou empinando uma pipa”. 50 | MÓDULO 1 | DIMENSÃO PESSOAL G U I A P N L D f. A terceira pessoa então faz o movimento de empinar uma pipa, e assim por diante, até todos participarem. Fonte: Modelo do Empoderamento Criativo. Material traduzido e adaptado do Manual do Facilitador dos Parceiros para o Empoderamento da Juventude. 2. Depois de participar dos jogos que o(a) professor(a) irá propor, anote no seu portfólio o texto que você falou no jogo de teatro “Sim, e... sobre os seus sonhos” e complemente-o com todas as ideias de que for capaz de imaginar para si mesmo(a). 3. Escreva um texto em seu portfólio a partir das seguintes orientações: imagine-se com 50 anos, como se tivesse encontrado um colega de classe que não viu nos últimos 35 anos, e conte a ele ou ela como está a sua vida. Não economize imaginação! Para facilitar, você pode começar da seguinte forma: “Oi, (nome do colega), que surpresa encontrar você! Como está? Não nos vemos há 35 anos! Vou lhe contar um pouco sobre mim. Depois quero saber sobre você também! Eu sou um profissional da área de XXXXXXXXXX, estudei XXXXXXXXXX. Sim, e durante a escola – você se lembra? –, eu me engajei em um projeto de XXXXXX e também trabalhei como XXXXXXXXXX. Sim, e imagine que essas oportunidades me levaram a dar o próximo passo, que foi conseguir uma vaga de XXXXXXXXXX ou empreender na área de XXXXXXXXXX. Sim, e sabe que eu conheci muitas pessoas e acabei me realizando na vida pessoal escolhendo viver ao lado de XXXXXXXXXX ou sou muito feliz vivendo de forma independente. Sim, e, além disso tudo, eu sempre
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