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Relação Risco e Retorno Apresentação O entendimento da relação de risco e retorno é essencial para investidores e organizações financeiras que captam recursos financeiros, sendo que cabe ao tomador de decisão procurar aquela que maximize o seu valor investido. Para isso, existem diferentes opções no mercado, que combinam risco e retorno e podem ser compatibilizadas com diferentes perfis relacionados com o próprio ciclo de vida pessoal do investidor. Esses investidores também precisam compreender que é possível e necessário comparar investimentos, títulos com maior e menor exposição ao risco e outros fatores essenciais ao processo decisório. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a relação risco e retorno, discutir os diferentes perfis de investidores e também de investimentos. Bons estudos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever a relação entre risco e retorno.• Discutir os diferentes perfis de investidores.• Definir os diferentes tipos de investimentos.• Desafio Você foi contratado por um grupo de três investidores — André, Bruno e Carlos — para realizar a atividade de consultoria de investimentos para eles. No entanto, o trabalho a ser feito será de caráter individualizado, ou seja, você atenderá à demanda de cada um de maneira exclusiva. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0187508e-50da-44a9-8eb6-6c3a02e6120d/3e51a366-28a1-44e2-9176-681e4ab237c9.png Com base nessas características, sua tarefa será a seguinte: a) Identificar o perfil de cada investidor, sinalizando atributos que justifiquem a associação ao perfil escolhido e comentando sobre alguns aspectos relevantes de cada perfil. b) Indicar alternativas de investimento para cada investidor, de acordo com seu perfil, sinalizando os principais aspectos que justificam tal indicação. Infográfico Existem diferentes tipos de investimentos disponíveis no mercado, cada um deles com diferentes níveis de relação entre risco e retorno. Além disso, há diferentes perfis de investidor, cada um apresentando distintos comportamentos frente à relação risco e retorno. Veja, no infográfico, alguns dos principais tipos de investimentos disponíveis no mercado e a demonstração da relação risco e retorno em cada uma delas, além de algumas das principais características dos diferentes perfis de investidor, que lhe permitirá pensar sobre quais os melhores tipos de investimento para cada perfil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ce4f4e49-fe9a-492e-a6bc-aea590782211/b72d0bc5-e824-4d6a-8ac1-c01f8012e1a3.png Conteúdo do livro O capítulo Relação risco e retorno, do livro Análise de riscos, aborda alguns elementos fundamentais da relação entre risco e retorno e do processo decisório envolvido, bem como os diferentes perfis de investidores e tipos de investimentos disponíveis no mercado financeiro. ANÁLISE DE RISCOS Tatiane Antonovz Relação risco e retorno Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever a relação risco e retorno. � Discutir os diferentes perfis de investidores. � Definir os diferentes tipos de investimentos. Introdução O entendimento da relação do risco e retorno é essencial para inves- tidores e organizações financeiras que captam recursos financeiros. Cabe ao tomador de decisão procurar aquela relação que maximize o seu valor investido. Para isso, existem diferentes opções no mercado que combinam risco e retorno e que podem ser compatibilizadas com variados perfis relacionados ao próprio ciclo de vida pessoal do investidor. Esses investidores também precisam compreender que é possível e necessário comparar investimentos, títulos com maior e menor exposição ao risco e outros fatores essenciais ao processo decisório. Neste capítulo, você vai estudar a relação risco e retorno. Além disso, vai discutir os diferentes perfis de investidores e também de investimentos. Risco e retorno Você já deve ter observado que no mercado financeiro o risco dos investimentos é um fator tão importante para os investidores quanto o retorno esperado em relação aos ativos. O retorno esperado é o valor que representa a média de vários resultados ponderada pela probabilidade atribuída a cada um desses valores, ou seja, que está relacionada com a ocorrência de cada um desses eventos. O risco está associado à capacidade de se mensurar determinado estado de incerteza de uma decisão. Esse estado de incerteza pode ser associado a uma probabilidade ligada à ocorrência de um resultado ou valor. Nessas análises de probabilidade é que o investidor irá avaliar a possibilidade de ocorrer determinado evento. Esses eventos, por sua vez, podem estar ligados, por exemplo, à avaliação do risco em certo tipo de investimento. A Figura 1 apresenta o valor esperado dos investimentos A e B. Figura 1. Resultados ou retornos esperados de um investimento. Fonte: Adaptada de Gitman e Joehnk (2005) e de Ross et al (2015). Quando você observa apenas o valor ou retorno esperado de um inves- timento, não é possível determinar o risco associado. Para isso é necessário conhecer o grau de dispersão dos resultados em relação a esse valor/retorno Relação risco e retorno2 esperado. Dessa forma, se pode decidir qual dos investimentos é o mais atrativo levando em consideração a relação risco/retorno, conforme a Figura 2. Figura 2. Dispersões associadas ao risco de um investimento. Fonte: Adaptada de Gitman e Joehnk (2005) e de Ross et al (2015). Observando a dispersão dos resultados esperados desses investimentos, é possível determinar o risco. Este, por sua vez, quando combinado com o retorno, oferece ao investidor uma medida compressível para o processo de tomada de decisão sobre um investimento. Quanto maior a dispersão de determinado ativo, maior o seu risco. Então, esse ativo precisa oferecer um retorno maior para que se torne atrativo. Já por outro ponto de vista, quanto menor a dispersão, menor o risco. Assim, esses investimentos acabam por oferecer menores retornos em função da segurança que oferecem aos seus investidores. A preferência dos investidores por determinados níveis de risco e retorno é algo relacionado a escolhas pessoais. Em cada uma dessas escolhas, o in- vestidor irá buscar alternativas de investimento que maximizem o seu retorno esperado dentro do nível de risco que está disposto a correr. 3Relação risco e retorno O processo decisório A escolha por um investimento é realizada por meio de um processo decisório que tem diferentes etapas. Por meio dessas etapas, são tratadas questões como a busca pela diminuição dos riscos e a obtenção dos melhores retornos possíveis. Para a definição de uma política de investimentos, não basta conhecer apenas o retorno dos investimentos. É necessário também conhecer o risco envolvido, como este influencia o valor do investimento ao longo do tempo e, por conse- quência, as decisões dos investidores, que naturalmente buscam alternativas para mitigação dos riscos. Afinal, existem diferentes tipos de investimento disponíveis no mercado, cada um com uma combinação de risco e retorno. A fim de formar um cenário que permita ilustrar essa situação, Ross et al. (2015) apresenta o exemplo a seguir (Quadro 1). Esse exemplo é baseado na rentabilidade média dos retornos anuais ocorridos em determinado período considerando as cinco principais aplicações do mercado americano e seus respectivos riscos (desvio padrão). Fonte: Adaptado de Ross et al. (2015). Alternativas de investimento Média dos retornos Desvio padrão Carteira de ações de pequenas empresas 16,5% 32,5 Carteira de ações de grandes empresas 11,8% 20,3 Títulos de dívida corporativa delongo prazo 6,4% 8,4 Títulos de longo prazo do Tesouro 6,1% 9,8 Títulos de médio prazo do Tesouro 5,5% 5,7 Letras do Tesouro dos Estados Unidos 3,6% 3,1 Inflação 3,1% 4,2 Quadro 1. Retornos anuais de cinco diferentes alternativas de investimento. Relação risco e retorno4 Avaliando o quadro, você pode perceber que a carteira de ações de pequenas empresas possui, claramente, maior rentabilidade média se comparada com qualquer outro investimento, correspondendo a 16,5%. Porém, seu desvio padrão é de 32,5% – o maior de todos, evidenciando um comportamento de risco bastante relevante. Nesse contexto, revela-se uma importante etapa do processo de tomada de decisão sobre investimentos, que consiste na realização de comparações entre alternativas. Comparar, por exemplo, títulos que envolvem retorno inte- ressante, mas que são acompanhados de considerável risco, com aqueles que possuem baixa variabilidade no mercado financeiro, ou seja, menor risco e, consequentemente, menor retorno. Como exemplo destes últimos, você pode considerar as letras do Tesouro Norte-Americano, que possuem baixo retorno comparado com os outros tipos de ações, mas também uma garantia de mer- cado bastante grande, podendo assim serem consideradas bastante seguras. Da comparação entre investimentos decorre outra importante etapa do processo decisório: a verificação do retorno excedente. Sendo associado a ativos com risco, o retorno excedente consiste na diferença entre os retornos de investimentos arriscados e os retornos de investimentos livres de risco – valor que pode ser positivo ou negativo. Assim, o retorno excedente pode ser interpretado como uma recompensa pelo risco assumido, motivo pelo qual é muitas vezes também denominado prêmio de risco. Isso demonstra que, caso um investidor resolva assumir os riscos vinculados a determinado ativo, deverá ser remunerado com um valor adicional. Ou seja, o retorno deverá ser maior quando comparado com outros ativos, como forma de atrair o investidor. Para ilustrar essa questão, veja um exemplo. Suponha que um investidor tenha avaliado duas alternativas de investimento retiradas da tabela anterior- mente apresentada: ações de grandes empresas e letras do Tesouro (Quadro 2). Fonte: Adaptado de Ross et al. (2015). Alternativas de investimento Média dos retornos Desvio padrão Carteira de ações de grandes empresas 11,8% 20,3 Letras do Tesouro dos Estados Unidos 3,6% 3,1 Quadro 2. Alternativas de investimento. 5Relação risco e retorno Considere que esse investidor tenha decidido positivamente pelo investi- mento em ações de grandes empresas, cujo desvio padrão é maior do que o apresentado pelas letras do Tesouro. Isso significa que as ações de grandes empresas correspondem a um investimento mais arriscado do que as letras do Tesouro. Porém, comparando as médias dos retornos das alternativas consideradas, é possível também verificar que o retorno das ações de grandes empresas supera o retorno das letras do Tesouro. Assim, apurando a diferença entre elas, você tem: 11,8% – 3,6% = 8,2%. Esse valor corresponde ao prêmio de risco que é oferecido ao investidor, sendo o retorno adicional pelo risco assumido. O processo de tomada de decisão sobre alternativas de investimento costuma considerar também outras importantes questões. Ele leva em consideração o perfil dos investidores, combinado aos diferentes tipos de ativos envolvendo distintos riscos e retornos, como você verá a seguir. O perfil do investidor Gitman e Joehnk (2005) criaram um conceito relacionado ao ciclo de vida para definir o perfil dos investidores. Com base nessa ideia, eles pretendem mostrar como os investidores se comportam na busca por alternativas de investimento. Para os autores, é comum que os investidores sigam filosofias diferenciadas à medida que passam por fases em seu ciclo de vida. Com esse raciocínio, os investidores tendem a ser mais agressivos quando são jovens e mais conservadores à medida que envelhecem, como você pode ver no Quadro 3. Assim, pode-se dizer que os investidores passam pelas seguintes fases: Fonte: Adaptado de Gitman e Joehnk (2005). Jovens (até 45 anos) Meia idade (entre 46 e 60 anos) Próximos da aposentadoria (de 61 anos em diante) Orientados para o crescimento Orientados para a consolidação dos investimentos Orientados para a renda Quadro 3. Fases da vida de um investidor. Relação risco e retorno6 Nesse contexto, é possível inferir que os investidores jovens tendem a preferir investimentos orientados para o crescimento e que enfatizem os ganhos de capital em vez da renda corrente. É comum que esses jovens não tenham muitos recursos para investir e que mesmo esta não sendo a maneira mais correta, busquem de forma rápida a especulação como modo de formar capital. Os jovens preferem instrumentos especulativos, que são orientados para o crescimento, representados por ações ordinárias de alto risco, opções e títulos futuros (GITMAN; JOEHNK, 2005). Na fase da meia idade ou consolidação, existe um aumento da demanda e das responsabilidades familiares, como despesas com saúde e educação dos filhos. Outro ponto é que esses indivíduos passam a se preocupar também com a aposentadoria. Assim, a carteira de investimentos deve passar por uma transformação, passando a alocar títulos com maior qualidade. Nesse caso, são geralmente utilizados como forma de diversificação ações de baixo risco e preferenciais, conversíveis, títulos de dívida, fundos mútuos e outros que remetam a maior segurança. Já aqueles investidores que se encontram mais próximos da aposentadoria buscam a preservação do capital com um alto nível de renda. Afinal, procu- ram manter seu padrão de vida alcançado durante os anos de trabalho. Caso existam ganhos de capital, estes são encarados como meros subprodutos dos investimentos e não mais como uma necessidade, como no caso dos investi- dores mais jovens. Nessa fase, a carteira de investimentos é diferenciada por ser altamente conservadora, sendo geralmente formada por ações de baixo risco, títulos de dívida do governo, títulos privados de qualidade, certificados de depósito bancário (CBDs), assim como outros instrumentos de curto prazo. Nesse ponto, ocorre a colheita dos investimentos, e não mais riscos e apostas, tendo sido a diversificação realizada ao longo de todo uma vida. Como você já viu, dentro do mercado financeiro a metodologia mais comumente utilizada é comparar, ao longo do tempo, carteiras de ações de alto risco e retorno com aquelas que possuem baixo risco e retorno. Com base nisso, são estabelecidos perfis, aos quais os tomadores de decisões sobre possíveis investimentos são associados. 7Relação risco e retorno Existe ainda outra forma de classificação que liga o perfil dos investidores a possíveis estratégias. Assim, os investidores são classificados como conser- vadores, dinâmicos ou agressivos. Porém, você deve se lembrar de que, assim como no ciclo de vida, tanto o perfil quanto a estratégia podem mudar ao longo da vida do investidor. Afinal, esses fatores estão atrelados a mudanças como aumentos de salário, nascimento de filhos, aposentadoria, entre outros. O perfil de investidor denominado conservador busca segurança para seus investimentos. Assim, investidores com esse perfil procuram manter um alto percentual em renda fixa, além de alguma parte do capital em renda variável. Também costumam apostar em investimentos de curto prazo, considerando que podem precisar dos recursos e não querem ter perdas motivadas por re- tiradas antecipadas ou ainda pela carência que existe em algumas aplicações de longo prazo. Já o perfil moderado é aquele que busca certo equilíbrio, investindo tanto em títulos de renda fixa como de renda variável, mas ainda assim buscando retornos acima da média. Esse investidor busca fundos de investimentos com risco mínimo a moderado, como aqueles provenientes de renda fixa e fundos balanceados. Por fim, o perfildinâmico, também denominado arrojado ou agressivo, é aquele em que o investidor concentra a maior parte de sua renda em aplicações de renda variável, de médio e longo prazo. Essas aplicações têm mais potencial para gerar maiores retornos – ainda que associados a maiores riscos, mas podendo proporcionar o rendimento desejado por esse perfil. Tipos de investimentos Segundo Gitman e Joehnk (2005), as instituições financeiras competem entre si pelo uso dos recursos dos investidores. Sai ganhadora aquela que oferecer melhor benefício do que as concorrentes. Entre esses benefícios estão os melhores retornos com os menores riscos, entre outras questões que podem levar um determinado perfil de investidor a decidir positivamente por certo tipo de investimento. Porém, você precisa se lembrar de que os investidores são diferentes e julgam os tipos de investimentos com critérios diferenciados de escolha. Entre esses investimentos, existem aqueles “praticamente” certos, como a poupança, que oferece baixo retorno porém com risco quase nulo. Por outro lado, há aqueles que podem triplicar o valor investido, entretanto com um risco bastante alto em relação aos recursos. Com isso, pode-se afirmar que Relação risco e retorno8 os investimentos dependem dos recursos do investidor, dos seus objetivos e de sua personalidade. Segundo Gitman e Joehnk (2005), os investimentos podem ser classifica- dos como diretos ou indiretos. Um investimento direto é aquele em que há a reivindicação direta sobre um título ou propriedade. Por exemplo, a compra de ações com o fim de obter rendimentos pode ser considerado um investi- mento direto. Já o indireto é aquele feito em carteira, ou ainda o conjunto de títulos ou propriedades. Como exemplo, você pode considerar uma quota de um fundo mútuo. Os autores ainda apresentam alguns dos principais tipos de investimentos: � Títulos ou propriedades: representados por dívidas, propriedade ou direito legal para aquisição ou venda de propriedades. Exemplos de títulos são ações, títulos de dívidas, opções e compra de opções. Já a propriedade consiste em investimentos em bens móveis ou imóveis. � Dívida, capital próprio ou títulos derivativos: a compra de instru- mentos de dívidas, como um título de dívida de empresa, significa um empréstimo à empresa. No final do período, será pago o valor empres- tado acrescido dos juros correspondentes. Já no caso do investimento por capital próprio, existe o investimento permanente em um negócio ou propriedade, sendo que este pode ser feito com ações. As ações mais comuns são as do tipo ordinário. Por fim, os títulos derivativos podem ser representados, por exemplo, pelas opções em que um investidor compra um ativo com um preço específico durante um período e depois negocia esse valor no mercado. Veja as características básicas e o comportamento da relação risco e retorno de alguns tipos de investimento: � Ações: dão direito a uma parte da propriedade de uma empresa. Quando compra ações, a pessoa se torna sócia da companhia e tem sua parti- cipação determinada pela quantidade de ações adquiridas. As ações de empresas são negociadas nas Bolsas de Valores por intermédio de corretoras, e os preços são determinados pela oferta e demanda. Acionistas que investem no mercado de ações podem ganhar dinheiro com o recebimento dos dividendos, calculados com base no lucro das empresas, ou com a venda de ações que se valorizaram. � Fundos de investimentos: são junção de vários investidores, cotistas, que compartilham recursos buscando maximizar lucros e diminuir 9Relação risco e retorno riscos. Esses recursos são administrados por um gestor especializado, e a divisão dos lucros é realizada proporcionalmente aos investimentos dos cotistas. Assim, o investidor não precisa se preocupar com as osci- lações do mercado. Existem sete categorias de fundos de investimento: curto prazo, referenciados, renda fixa, ações, dívida externa, cambiais e multimercados. � Títulos públicos: são certificados de dívida, utilizados e emitidos pelo governo federal com o objetivo de financiar as suas atividades e obter recursos para financiamento da dívida pública. Os títulos podem ser adquiridos em leilões ou diretamente com a Secretaria do Tesouro Nacional, órgão responsável pela emissão e controle dos títulos, via Tesouro direto. � LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio): são investimentos de renda fixa isentos de Imposto de Renda que costumam ser mais rentáveis que a caderneta de poupança. São emitidos por um banco e lastreados por empréstimos imobiliários (LCI) e empréstimos concedidos ao setor de agronegócio (LCA). Os dois são bem similares, sendo melhor ao investidor o que tiver maior rentabilidade. � Debêntures: são títulos emitidos por empresas. O comprador dos títulos empresta dinheiro à empresa em troca do recebimento do dinheiro e dos juros. Esses acordos são escritos e acordados em termos de prazos e juros para a devolução de uma dívida. O comprador pode ficar com o título até que seja reembolsado, ou pode vendê-lo antes a outra pessoa. O prazo dos títulos é variável, e, normalmente, quanto maior o prazo, maiores as taxas de juros. � Poupança: é o tipo de investimento financeiro mais popular e tradicional no Brasil, normalmente indicado aos investidores conservadores que não estão dispostos a correr riscos. Apesar de ser um investimento seguro, a poupança pode ter rendimentos baixos ou até nulos em períodos de alta inflação. A vantagem é que não há limite mínimo de aplicação e menores de idade podem investir em poupanças. � CDB (Certificado de Depósito Bancário) e o RDB (Recibo de De- pósito Bancário): assim como títulos vendidos por empresas privadas e pelo governo federal, o comprador pode também emprestar dinheiro ao banco em troca do recebimento dessa quantia acrescido de taxas de juros. Ambos se configuram como modalidades de renda fixa. A diferença entre o CDB e o RDB é que é possível negociar o vencimento do primeiro, enquanto o segundo, mais rígido, é inegociável e também intransferível. Relação risco e retorno10 Veja um resumo desses investimentos no Quadro 4. Tipo de investimento Vantagens Desvantagens Ações � Potencial de alto retorno � Retorno em longo prazo � Alto risco � O ideal é que inicialmente sejam investidas quantias maiores que R$ 1000,00 � Pagamento de taxas às agências corretoras Fundos de investimentos � Simplicidade e praticidade � Menores riscos � Diluição de custos � Pagamento de taxas de administração Títulos � Segurança de retorno � Ideal para investimentos com retirada a médio-prazo � Taxa de custódia LCI e LCA � Segurança de retorno � Ideal para investimentos com retirada a médio-prazo � Rendimentos maiores que a poupança � Não possui rendimentos tão altos � Máximo de investimento: R$250.000,00 Debêntures � Possibilidade de maiores rendimentos que os de títulos públicos � Maiores riscos que títulos emitidos pelo governo federal � Baixa liquidez Poupança � Investimento seguro � Não há limite mínimo de aplicação � Menores de idade podem investir em poupança � Rendimentos reais baixos ou nulos em períodos de alta inflação CDB e RDB � Baixo risco � RDB não oferece liquidez, indicado para longo-prazo � CDB se retirado antes do prazo pode comprometer rendimento Quadro 4. Tipos de investimento e suas características básicas. 11Relação risco e retorno Renda fixa e renda variável Renda fixa é o tipo de investimento em que a remuneração ou sua forma de cálculo é conhecida no momento da aplicação. Os investimentos de renda fixa são, portanto, menos arriscados e recomendados para os investidores de perfil cauteloso. São eles: � Caderneta de Poupança; � Títulos Públicos; � Certificados de Depósito Bancário (CDB); � Letras de Crédito (LCI e LCA); � Fundos de Renda Fixa; � Debêntures. Outra divisão desses investimentos é a diferenciaçãoentre pré-fixados, em que já se sabe na hora de aplicar a rentabilidade exata do título, e os pós- -fixados, em que não se sabe a rentabilidade do título, apenas a forma de cálculo da rentabilidade. Eles estão atrelados a algum índice, que pode ou não sofrer oscilações – por exemplo, a Taxa Selic. Renda variável, por outro lado, é o tipo de investimento em que remuneração ou sua forma de cálculo não é conhecida no momento da aplicação, pois pode variar de acordo com o mercado. Os investimentos de renda variável são, portanto, mais arriscados e recomendados para investidor de perfil estrategista. O exemplo mais conhecido deste tipo de investimento são as ações. O fato é que a classificação dos investimentos está fortemente relacionada com o risco a ele atrelado. Gitman e Joehnk (2005) relembram que o risco pode ser compreendido como a probabilidade de os retornos reais sobre investimentos diferirem dos retornos esperados. Logo, quanto mais amplas forem as gamas de valores ou retornos possíveis que estejam ligadas a um investimento, maior será o seu risco. Entretanto, dependendo do perfil do investidor, maior será a sua procura por investir capital nesse tipo de investimento ou combiná-lo com outros que possam otimizar sua carteira de investimentos. Nesse contexto, investimentos de baixo risco são aqueles considerados mais seguros em relação ao possível recebimento de um retorno positivo. Já os investimentos de alto risco são também considerados especulativos, ou seja, possuem retornos incertos. Relação risco e retorno12 A ótica do tempo também pode ser utilizada para a classificação dos investimentos. Estes podem ser classificados como de curto e longo prazos. Os investimentos de curto prazo são aqueles que possuem vencimento ou ainda resgate em um período de até um ano. Os definidos como de longo prazo possuem vencimentos mais longos, ou em muitos casos não possuem data para sua expiração, como as ações ordinárias, sem data para seu resgate. Gitman e Joehnk (2005) ainda comentam que o perfil dos investidores também pode ser considerado uma forma de classificação. Até alguns anos atrás, no Brasil, a maioria dos investidores optava por alternativas conhecidas como investimentos domésticos formados por títulos de dívidas e ações, as- sim como derivativos de empresas nacionais. Entretanto, outra classificação se destacou em função da mudança de perfil e acesso maior ao mercado internacional: os investimentos estrangeiros. Estes podem ser do tipo direto ou indireto (que você já viu como diferenciar) e costumam oferecer retornos atraentes e menores riscos do que os domésticos. O acesso a informações e a facilidade de investimento em títulos estrangeiros acabaram por promover a popularização desse tipo de investimento, permitindo assim uma melhor diversificação ao investidor nacional. GITMAN, L. J.; JOEHNK, M. D. Princípios de investimentos. São Paulo: Addison Wesley, 2005. ROSS, S. A. et al. Administração financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. Leituras recomendadas ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. HIGGINS, R. C. Análise para administração financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. SECURATO, J. R. Decisões financeiras em condições de risco. 2. ed. São Paulo: Saint Paul, 2012. 13Relação risco e retorno Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor Para que uma instituição possa captar recursos, é fundamental conhecer o perfil de seus clientes. Afinal, somente assim poderá oferecer produtos e serviços que se alinhem às suas necessidades. No vídeo, você vai entender o que deve ser levado em consideração na hora de avaliar o perfil de um investidor. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/bd944c64554c656f4343dbe26054d9e0 Exercícios 1) No mercado financeiro, o risco associado aos investimentos é compreendido como um fator ________________ o retorno esperado de um investimento. Afinal, o risco está associado à capacidade de se ______________________ de um determinado resultado, trazendo ___________________ ao cenário dos investimentos. Qual das alternativas, a seguir, completa adequadamente a frase? A) mais importante que; mensurar a probabilidade de ocorrência; incerteza B) menos importante que; garantir a ocorrência; certeza C) tão importante quanto; mensurar a probabilidade de ocorrência; incerteza D) mais importante que; mensurar a probabilidade de ocorrência; incerteza E) tão importante quanto; medir a ocorrência; certeza 2) Avaliando o gráfico a seguir, é correto afirmar: A) Os investimentos A e B possuem resultados com dispersões diferentes, mas mesmo nível de risco. B) Os investimentos A e B possuem diferentes níveis de risco, mas com a mesma dispersão em seus resultados. C) Não é possível tirar qualquer conclusão sobre o nível de risco dos investimentos A e B, pois o gráfico mostra apenas o comportamento dos resultados esperados. D) O investimento A é mais arriscado que o investimento B. E) O investimento B é mais arriscado que o investimento A. 3) Sobre o processo decisório relacionado a investimentos, é correto afirmar: A) O processo decisório é formado por diferentes etapas que buscam basicamente a diminuição dos riscos e a obtenção dos melhores retornos possíveis. B) Para a definição de uma política de investimentos, basta conhecer o retorno requerido pelo investidor. C) Embora o risco seja uma variável a se considerar na tomada de decisão sobre investimentos, apenas o retorno pode influenciar o valor do investimento ao longo do tempo. D) As alternativas de investimentos devem ser comparadas com o retorno esperado pelo investidor, não sendo recomendável a comparação entre diferentes ativos, pois isso pode confundir o investidor. E) A comparação entre alternativas de investimentos é geralmente realizada utilizando como base um ativo de maior risco. 4) Cada investidor possui objetivos específicos, assim como diferentes níveis de tolerâncias ao risco. Esses e outros fatores permitem a definição do perfil dos investidores, que pode ser classificado, por exemplo, como conservador, moderado ou arrojado. Sobre esses perfis, é verdadeiro afirmar: A) O perfil dinâmico é também denominado arrojado ou agressivo. B) O perfil dinâmico costuma demandar retorno no curto prazo. C) O perfil conservador busca o equilíbrio entre risco e retorno. D) O perfil conservador busca resultados no médio e longo prazo. E) O perfil moderado é aquele que prima pelo menor risco. 5) No mercado financeiro, existem diversos tipos de investimentos, dotados de diferentes características e comportamento particular em relação ao risco e retorno. Tomando como base algumas das modalidades existentes, é possível afirmar: A) A poupança é o tipo de investimento financeiro mais popular e tradicional no Brasil. B) Debêntures são títulos emitidos pelo Governo Federal. C) Ações representam uma categoria de investimento com baixo nível de risco. D) O rendimento da poupança costuma superar o rendimento dos títulos públicos. E) Títulos públicos são mais arriscados que as debêntures. Na prática João está avaliando três alternativas de investimento: A, B e C. Nesse momento, ele avalia os dados a seguir, que, embora mínimos, são essenciais para a tomada de decisão em relação aos investimentos em análise. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! De posse desses dados, João dá início à avaliação das alternativas e tira as seguintes conclusões: Os investimentos A e B apresentam o mesmo retorno. Porém, comparando essas duas alternativas, é possível verificar que o investimento A apresenta maior desvio-padrão. Como o desvio-padrão mostra a dispersãoda variável em relação à média e aponta seu risco, significa que a opção B é menos arriscada, se comparada com a opção A. Assim, entre A e B, seria preferível B, por ter o menor risco para um mesmo nível de retorno. Agora, considerando os investimentos B e C, é possível verificar que eles apresentam o mesmo desvio padrão. Porém, a alternativa C apresenta retorno muito maior que B (mais que o dobro). Assim, entre B e C, seria preferível C, pois este apresenta maior retorno para um mesmo nível de risco. Ao avaliar o conjunto inteiro, é possível concluir que a alternativa C é aquela que atinge o objetivo principal de um investidor, que é a maximização do capital investido, sendo a melhor opção, inclusive se comparada com a A. Com base nessas observações, João decide investir seu capital na alternativa C, obtendo o maior retorno com o menor risco possível, entre as alternativas disponíveis. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Assista ao vídeo Melhor investimento a curto prazo, para compreender os principais aspectos de investimentos de curto prazo e como eles funcionam: Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Assista ao vídeo É mais vantajoso investir em LCI ou no Tesouro Direto?, para entender alternativas de investimento e como se comportam no mercado financeiro brasileiro: Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Assista ao vídeo Perfil de investidor, que apresenta os principais aspectos para a definição do perfil de um investidor, levando em conta o risco e outros aspectos: Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/zHmDob3WJVI?rel=0 https://www.youtube.com/embed/L3OO-ogcqqk?rel=0 https://www.youtube.com/embed/xzQknQeDbKE?rel=0
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