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Conceitos Fundamentais em Ergonomia Lailah Vilela Auditora-fiscal do Trabalho/Médica 2020 Introdução As condições de trabalho � recursos que possibilitam a realização do trabalho � envolvendo as instalações físicas, � os materiais e insumos disponíveis � equipamentos e meios � condições de emprego � as condições objetivas em que processo de trabalho é realizado, pressões e os “constrangimentos” (contraint) presentes no ambiente físico e organizacional em que as tarefas são desenvolvidas. � organização do trabalho As condições de trabalho As Condições e a Organização do trabalho exprimem de modo determinado a sociedade de que fazem parte. Ou seja, são uma expressão histórica. No tempo, no espaço e na cultura. demandas do cliente flutuações do mercado Estratégia de obter produtos de qualidade em curto prazo •política de treinamento •capacitação profissional •proteção social •contratos de trabalho precários •subcontratação em cascata •externalização de riscos e responsabilidades •redução de salários e de empregos Transformações econômicas Reestruturação produtiva Saúde e Trabalho Assunção,A.A. Precariedade do emprego • Sem contrato • Contrato temporário Precariedade do estatuto do emprego • Terceirizado • Parcial • Domiciliar Precariedade do ambiente de trabalho • Ausência de meios • Importação de riscos • Exposição a microorganismos desconhecidos • Ambiente psicológico nocivo • Ausência de segurança Precariedade da organização do trabalho • Horários extremos • Polivalência • Novas exigências tecnológicas • Novas demandas dos cidadãos • Avaliação quantitativa dos resultados EMPREGO TRABALHO P R E C A RI Z A Ç Ã O Ser Humano ¢Dimensão biológica: hiper-solicitação, posturas, ambientes físicos, etc.; ¢Dimensão cognitiva: esforço de memorização, sobrecarga de informação, pressão temporal, etc. ¢Dimensão psíquica: construção da identidade no trabalho, auto- estima, reconhecimento; ¢Dimensão coletiva: isolamento, estratégias coletivas impossíveis, a ideologia do bom profissional, etc. As transformações no trabalho ¡ do conteúdo do trabalho ¡ das técnicas de gestão ¡ dos objetivos globais da produção ¡ Os danos à integridade física acidentes e as mortes ¡ Os danos à inserção inapropriada ou excessiva dos seres humanos no trabalho Lesões por Esforços Repetitivos ¡ Os danos à dignidade e à auto- estima humilhação Conceitos Ergonomia - Conceitos Ergos Atividade Nomos Leis Naturais • Ergonomia estuda as leis naturais que regulam a atividade humana – compreensão da interação entre os humanos e os outros elementos de um sistema. • Torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e dificuldades das pessoas. “Ciência da configuração de trabalho adaptada ao homem” Etienne Grandjean Ergonomia • “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”. • Ergonomics Research Society (1949) • “Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relacionados ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência”. Wisner (1987) • 1994: Saber técnico científico E Saber do Trabalhador Objetivos Alvo – Desenvolver bases científicas para adequação das condições de trabalho às capacidades e realidades da pessoa que trabalha (Grandjean,E) A ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade neles existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro (ABERGO, 2000) Classificação •International Ergonomics Association vErgonomia Física – posto de trabalho, ambiente físico, aspectos biomecânicos (posturas) vErgonomia Cognitiva – Todo trabalho tem um processo mental que antecede os atos propriamente ditos. Envolve o raciocínio, aprendizado, experiencia e a tomada de decisão Classificação vErgonomia Organizacional • Repartição de tarefa no tempo • Sistemas de comunicação • Rotinas e procedimentos • Avaliação de desempenho • Mecanismos de seleção mão de obra • Métodos de treinamento Macroergonomia • Contextualizar a empresa v Aspectos socioeconômicos e culturais v Porte, origem v Cultura organizacional v Estrutura hierárquica v Gestão de pessoas e de segurança do trabalho Macroergonomia vInterface humano-organização vEquilíbrio entre tecnologia, pessoas e organização vAspectos relativos aos sistemas produtivos como um todo vGarantir projetos com interação ótima de humanos com as ocupações, máquinas e sistemas. Intervenção • Possibilidades de intervenção v Mudança maior do sistema de trabalho já agendada v Mudanças de tecnologia v Reposição de equipamentos v Transferência para uma nova planta v Mudanças de objetivos, escopo e direção Intervenção • Possibilidades de intervenção vElevado índice de acidentes de trabalho vDoenças do trabalho vRedução da produtividade – absenteísmo, retrabalho, queda da motivação vQualidade de vida no trabalho Intervenção • Possibilidades de intervenção vIntervenção ergonômica – transformação positiva das condições de trabalho vErgonomia participativa – envolve empregados de todos os níveis da organização no processo do projeto vProjeto com abordagem organizacional vErgonomia de Concepção Legislação • CLT – Capítulo V – Lei 6514/77 vArt 175 – iluminação vArt.176, 177 e 178 – conforto térmico vArt. 183 – levantamento carga vArt. 198 – limite peso – 60 Kg vArt 199 - assentos Ergonomia e Trabalho Parte I Norma Regulamentadora 17 • 17.1 – Esta norma regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. CONFORTO ? CONFORTO ? Características Psicofisiológicas • Individuais. • capacidades sensitivas, motoras, psíquicas e cognitivas. • Antropometria • Gênero • Idade • Experiência • Mecanismos de execução dos movimentos: reflexos, postura, equilíbrio, coordenação motora. • Níveis de vigilância, sono, motivação e emoção; memória e aprendizagem. • Variam entre os indivíduos e no mesmo indivíduo a cada momento Algumas características psicofisiológicas do ser humano • Prefere escolher livremente sua postura dependendo das exigências da tarefa e do estado de seu meio interno. Algumas características psicofisiológicas do ser humano • Tolera mal tarefas fragmentadas com tempo exíguo para execução e, pior ainda, quando este tempo é imposto por uma máquina, pela gerência, pelos clientes ou colegas de trabalho, ou seja, o trabalhador prefere impor sua própria cadência ao trabalho. Algumas características psicofisiológicas do ser humano • É compelido a acelerar sua cadência quando estimulado pecuniariamente ou por outros meios, não levando em conta os limites de resistência de seu sistema músculo-esquelético. Algumas características psicofisiológicas do ser humano • Sente-se bem quando solicitado a resolver problemas ligados à execução das tarefas, logo, não pode ser encarado como uma mera máquina mas sim como um ser que possui competências e deseja aumentá-las. Algumas características psicofisiológicas do ser humano • Tem capacidades sensitivas e motoras que funcionam dentro de certos limites, limites que variam de um indivíduo a outro e ao longo do tempo para um mesmo indivíduo. Algumas características psicofisiológicas do ser humano • Organiza-se coletivamente para gerenciar a carga de trabalho, ou seja, nas atividades humanas a cooperação tem um papel importante, muito mais que a competitividade. Algumas características psicofisiológicas do ser humano • Suas capacidades sensório-motoras modificam-se com o processode envelhecimento mas perdas eventuais são amplamente compensadas por melhores estratégias de percepção e resolução de problemas desde que possa acumular e trocar experiências e competências. Ergonomia e Trabalho Parte II Análise Ergonômica do Trabalho • AET • Vários Métodos • Contexto socioeconômico • Biomecânica • Organização do Trabalho • Questões Psicossociais Trabalho PRESCRITO X Trabalho REAL • Tarefa - aquilo que se apresenta ao trabalhador como dado: • a máquina em si • o seu funcionamento • o meio físico que rodeia o posto de trabalho • as instruções • os objetivos • Atividade - processo complexo, original e em evolução, destinado à adaptar- se à tarefa, mas também, a transformá-la. • Variabilidade • Estratégias Conceitos Variabilidade do indivíduo Variabilidade interindividual - Estratégias operatórias - Modos operatórios - Resolução de problemas - Aprendizagem Variabilidade intraindividual - Ciclo circadiano - Alterações hormonais - Fadiga - Aprendizagem Análise Ergonômica do Trabalho • Tarefas complexas: • Variabilidade da tarefa Matéria Prima Meios Meio ambiente Equipamentos Equipe Organização do trabalho Produto Compreendendo o trabalho • Estratégia O termo agrupa os procedimentos em que o operador é confrontado a um problema ‘mal colocado e nem mesmo colocado.’ O operador tenta organizar sua atividade, definindo progressivamente subobjetivos para a construção progressiva de uma decisão.” (Montmollin, 1986) O caso do minério O caso do empréstimo no posto de enfermagem Grandes áreas da Ergonomia Biomecânica Biomecânica Biomecânica Trabalho Estático e Dinâmico: Posturas Movimentos Repetitivos • MÉTODOS PARA ANÁLISE BIOMECÂNICA • Susanne Rodgers • OWAS (Ovako Working Posture Analysing System), • RULA (Rapid Upper Limb Acessment) • OCRA (Occupational Repetitive Actions) • LPR (Limite de Peso Recomendável) NIOSH • Modelos articulados bidimensionais • Check list de Couto • ... Trabalho Estático e Dinâmico � Trabalho dinâmico • ativo - quando se contrai • resistente - quando se distende • provoca um deslocamento dos segmentos ósseos • corresponde aos movimentos efetuados durante a execução de uma tarefa • há consumo de oxigênio • direção, amplitude, velocidade, precuisão, frequência � Trabalho estático • quando se contrai sem que haja modificação na sua extensão • imobilização dos segmentos ósseos • corresponde à permanência no espaço dos segmentos corporais • obstáculo à circulação sanguínea Trabalho Estático e Dinâmico Sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da AET Pausas para descanso!! Postura • é o arranjo relativo das partes do corpo • A postura adotada pelo trabalhador não é uma casualidade. • Não é de livre escolha • Ela é a maneira inteligente de organização dos segmentos corporais para atender aos objetivos globais e específicos da produção. Postura • Espaços não são planejados para o trabalho humano. • As posturas adotadas serão as possíveis nas condições dadas. Fatores de risco para dor e lesões Literatura: À flexão de 60º, após 120 minutos, ocorrência de dor intensa. Fatores de risco para dor e lesões Literatura: Abdução de mais de 60º ou flexão por mais de 1h/dia. A POSIÇÃO DA NÓRIA DETERMINA A POSTURA Postura determinada pelas condições de trabalho Posição da bancada Exigência de força Piso escorregadio Risco da serra Recomendações: Adotar postura correta???? Postura determinada pelas condições de trabalho Zonas de Alcance Zona de alcance? FLEXÃO/ EXTENSÃO DOS BRAÇOS, FLEXÃO/TORÇÃO do pescoço Elevação de membros superiores Desvio de punhos e inclinação do tronco Quais os problemas neste trabalho? E a coluna? Espaço para movimentação livre de segmentos corporais? Postura Correta? Grandes áreas da Ergonomia Biomecânica II Trabalho em pé • Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. Trabalho em pé • a tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio dificulta a execução de tarefas de precisão; • a penosidade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda de manter posturas inadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção de tronco, etc.; Trabalho em pé • A manutenção da postura em pé imóvel tem ainda as seguintes desvantagens: • tendência à acumulação do sangue nas pernas, o que predispõe ao aparecimento de insuficiência valvular venosa nos membros inferiores, resultando em varizes e sensação de peso nas pernas; • sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos, quadris); Trabalho em pé • A escolha da postura em pé só está justificada nas seguintes condições: A tarefa exige: • deslocamentos contínuos como no caso de carteiros e pessoas que fazem rondas; • manipulação de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg; • alcances amplos frequentes, para cima, para frente ou para baixo; no entanto, deve-se tentar reduzir a amplitude desses alcances para que se possa trabalhar sentado; • operações frequentes em vários locais de trabalho, fisicamente separados; • exige a aplicação de forças para baixo, como em empacotamento. • Fora disso, não devemos aceitar! Trabalho em pé • Indústria calçadista • A tarefa não poderia ser realizada na posição sentada? Trabalho em pé Trabalhos que devam ser realizados em pé ASSENTOS PARA DESCANSO UTILIZADOS POR TODOS OS TRABALHADORES DURANTE AS PAUSAS Movimentos Repetitivos • Trata-se da execução de ciclos similares de trabalho que ocorrem mais de uma vez durante a realização de uma tarefa Movimentos Repetitivos - Dois conceitos • Trabalho repetitivo designa a execução de ciclos similares, com duração inferior a 30 segundos de trabalho, que ocorrem mais de uma vez durante a realização de uma tarefa. • Ou quando o ciclo fundamental de trabalho constitui 50 % da jornada. • A literatura sugere, ainda como parâmetro, a existência de um ciclo mais curto que dois minutos, o qual é repetido durante a jornada. (Kilbom, 1994; Kuorinka & Forcier, 1995). Movimentos Repetitivos • Ausência da pausa necessária para que a fibra muscular retorne ao seu estado inicial de repouso, o que permite adequada reperfusão sanguínea do tecido muscular Movimentos Repetitivos • Além das exigências de movimentos repetitivos, os elementos de cada ciclo de trabalho possuem exigências posturais estáticas, principalmente envolvendo a musculatura cervical e dorsal, exigências visuais e exigências mentais. Movimentos Repetitivos • Mesmo em situações fortemente repetitivas, com ciclos curtos, existe uma variabilidade da matéria-prima, do tipo de demanda, do estado do maquinário etc., que levam o trabalhador a mudar seu modo operatório, exigindo, portanto, planejamento da ação – isto é, comportam exigências cognitivas. • A exigência de responsabilidade e atenção aumenta a contração muscular estática chamada nestes casos de atividade muscular adicional ou involuntária Movimentos Repetitivos • As tarefas comportam ao mesmo tempo uma sobrecarga pela frequência elevada dos gestos e movimentos e uma subcarga individual de trabalho. • Essa situação gera um conflito: de um lado, o pequeno leque de possibilidades de criação, e de outro, a intensidade da atividade requerida. UNICEP Grandes áreas da Ergonomia Aspectos Cognitivos e Psicossociais Cognição n Mecanismos mentais que agem sobre a informação sensorial, buscando a sua interpretação, classificação e organização n Conjunto de atividades e processos pelos quais um organismo adquire informação e desenvolve conhecimentos. Aspectos Cognitivos e Psicossociais •Processos Cognitivos •Memória •Categorização •Atenção •Resolução de Problemas: tipos de raciocínio•Linguagem Processos perceptivo e cognitivo Objeto Características: - cor - textura - tamanho - formato - profundidade Captação pelo Sistema Sensorial Cérebro Estrutura s corticais Sistema Cognitivo Processo Perceptivo Processos Cognitivos Interpretação e Integração das características do objeto aos conhecimentos do sujeito R E S P O S T A S •Memória •Categorização •Atenção •Resolução de Problemas: tipos de raciocínio •Linguagem Júlia Abrahão Ergonomia Cognitiva • Estuda os processos mentais que afetam a relação do ser humano com os sistemas: • Percepção Sensorial • Visão, tato, olfato, audição, paladar • Memória • Racionalização • Resposta motora – comportamento. Carga Mental • Trabalho altamente demandante ou pouco demandante (monótono) • Responsabilidade • O risco do erro • Lidar com pessoas diversas todo o tempo • Necessidade de lidar com diversos problemas simultaneamente. • Necessidade do uso intenso da memória e atenção • Interação com sistemas • Tomada de decisões • Gestão de múltiplas tarefas Ergonomia Cognitiva e aspecto Psicossocial • Escassez de pessoal • Sobrecarga qualitativa • Sobrecarga quantitativa • Conflito de atribuições • Ambiguidade de atribuições • Insatisfação no Trabalho • Falta de reconhecimento • Impossibilidade de ascensão na carreira • Conflitos hierárquicos Ergonomia Cognitiva e aspecto Psicossocial • Trabalho emocional • Contato entre pessoas • Necessidade de moldar emoções • A dimensão emocional faz parte da tarefa (Hochschild, 1983; Soares, 2002) Poder do cliente • Possuir o dinheiro, maior interesse da empresa – Ex: estudantes de escolas particulares. • Lay-out permite grande proximidade do cliente em alguns serviços • Placar de avaliação do funcionário • Tratar o funcionário como servo, não-humano ou invisível. Ex: faxineiras • Discriminações de gênero, raça, cultura. Grandes áreas da Ergonomia Organização do Trabalho Organização do Trabalho Organização do Trabalho: normas, regras e prescrições que visam determinar a forma de realizar o trabalho – ritmo, pausas, horários, treinamento, estrutura hierárquica. Relações rígidas entre organização do trabalho e trabalhador, com a impossibilidade de adaptar regras e criar estratégias defensivas podem gerar insatisfação e sofrimento psíquico. Paraguay, 2003; Abrahão, Torres & Assunção, 2003; Lima, 2000) Organização do Trabalho • A organização do trabalho deve levar em consideração, no mínimo: a) as normas de produção; b) o modo operatório; c) a exigência de tempo; d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho; f) o conteúdo das tarefas. Organização do Trabalho a) As normas de produção • Todas as normas, prescrições, regulamentos, exigências que o trabalhador deve obedecer quando executa sua tarefa. • Para realizar bem a sua tarefa, o trabalhador deve atender as exigências de diversos setores, clientes etc. • Em alguns casos, estas exigências são contraditórias. O ergonomista deve evidenciar estas contradições. Organização do Trabalho • ModoS operatórioS • Designa todos os atos praticados para se atingir os objetivos da tarefa. • Dependendo de sua idade, sexo, experiência, formação, estado de saúde, meios disponíveis etc. o trabalhador adota o modo operatório mais econômico. • Em certas situações, ele é minuciosamente prescrito. Modo Operatório Organização do Trabalho • OT mais flexíveis permitem que o trabalhador adote o melhor modo operatório conforme a variabilidade individual ou conforme variabilidades externas. Ferramentas, máquinas, matérias primas... • Padronizações, métodos japoneses, ISO • A produção só é garantida pela habilidade dos trabalhadores em contornar imprevistos, eventos aleatórios etc. • O caso dos bolinhos • Operação Padrão • Controladores de voo – habilidade consiste em saber quais as regras podem ser infringidas sem causar danos – às vezes falha e o trabalhador é culpabilizado. Modo Operatório Organização do Trabalho A exigência de tempo “Toda atividade humana se desenvolve dentro de um quadro temporal: em um momento dado (horários), durante um certo tempo (duração da jornada), com uma certa rapidez, em uma certa frequência e com uma certa regularidade (velocidade, cadência, ritmo).” (Daniellou et alii, 1989) • Quanto deve ser produzido em um determinado tempo, imposição • Capacidade produtiva é variável entre os indivíduos e para o mesmo indivíduo ao longo do tempo – exigência pode superar a capacidade de alguns e por alguns períodos Organização do Trabalho A determinação do conteúdo do tempo • Como o trabalhador reparte seu tempo entre diversas subtarefas? • Quanto tempo se utiliza em cada subtarefa e na gestão de problemas. • A secretária deve: • atender ao telefone • prestar informações • digitar textos • Etc. • “ENXERGAR O TRABALHADOR TRABALHANDO” Organização do Trabalho • Cadência: aspecto quantitativo. Instalar 30 rodas por hora. • Ritmo: aspecto qualitativo. O trabalhador deve acompanhar a velocidade da esteira. A costureira ganha por peça costurada. O caixa é pressionado pela fila. O teleatendente só ganha se houver adesão ao cartão de crédito. O ritmo de trabalho Organização do Trabalho O conteúdo das tarefas • São socialmente relevantes? • Fazem sentido? • Ajudam na autoestima? • São estimulantes? • Permitem novas habilidades? • Trazem sobrecarga? • Exigem gestão de múltiplas situações simultaneamente? • São compatíveis com os meios dados para realização? Trabalho em Turnos e Noturno • Jornadas prolongadas, 12 horas ou mais • Dobra de turnos • Dois ou mais empregos • Sobretempo na troca de turnos • Impactos na qualidade de vida: Sono, distúrbios alimentares, gastrointestinais, excesso de peso, prejuízos na vida social e familiar... • Maior possibilidade de erros por fadiga em atividades que não admitem erros. Grandes áreas da Ergonomia Mobiliário e Equipamentos Mobiliário bom garante boas condições ergonômicas? Mobiliário • ASSENTOS – REQUISITOS MÍNIMOS DE CONFORTO CARACTERÍSTICAS DE POUCA OU NENHUMA CONFORMAÇÃO NA BASE DO ASSENTO ALTURA AJUSTÁVEL À ESTATURA DO TRABALHADOR E À NATUREZA DA FUNÇÃO EXERCIDA Mobiliário • ASSENTOS – REQUISITOS MÍNIMOS DE CONFORTO BORDA FRONTAL ARREDONDADA ENCOSTO COM FORMA LEVEMENTE ADAPTADA AO CORPO PARA PROTEÇÃO DA REGIÃO LOMBAR Mobiliário • ASSENTOS – REQUISITOS MÍNIMOS DE CONFORTO Encosto adaptado ao corpo??? Mobiliário Assento improvisado Sem estofado Mobiliário Estofado improvisado Regulagem de altura improvisada Mobiliário - isso pode?? Mobiliário – semiassento “meia bunda” Mobiliário - Apoio para os pés PODERÁ SER EXIGIDO SUPORTE PARA OS PÉS, QUE SE ADAPTE AO COMPRIMENTO DA PERNA DO TRABALHADOR Mobiliário - Apoio para os pés Mobiliário • altura e características de superfície Bancadas Mobiliário • Bancadas • alcance e visualização Mobiliário • Bancadas • posicionamento e movimentação adequados Equipamentos • Processamento eletrônico de dados ângulo visibilidade teclado independente distancia olho tela, olho teclado e olho documento iguais altura ajustável monitor muito baixo Equipamentos Monitor lateralizado Monitor muito alto Equipamentos Ajuste à iluminação do ambiente Presença de reflexos de tela Grandes áreas da Ergonomia Transporte de Cargas e outros pontos Transporte Manual de Cargas CLT 60 KG NR17 SEGURANÇA DO TRABALHADOR NIOSH Transporte Manual de Cargas vPeso não pode comprometer a saúde. vTreinamento ou instruções satisfatórias vMeios técnicos apropriados vMulheres e jovens peso inferior ao dos homens vLevantar – puxar - empurrar Transporte Manual de Cargas • Avaliar esforço desproporcional Verificar o tipo de pega e de rodízios, manutenção, peso... Transporte Manual de Cargas • Equipamentos mecânicos de ação manual Pega muito baixa Transporte Manual de Cargas tipos de pegas Transporte Manual de Cargas tipos de pegas TransporteManual de Cargas tipos de pegas Transporte Manual de Cargas tipos de pegas Transporte Manual de Cargas tipos de pegas Transporte Manual de Cargas • Meios técnicos auxiliares Revista proteção nº 291 - 03/2016 NIOSH 2007 Transporte Manual de Cargas • Meios técnicos auxiliares Revista proteção nº 291 - 03/2016 Transporte Manual de Cargas • Levantamento de peso Evitar peso >25 Kg Reduzir frequência Aproximar do corpo Manter coluna ereta Evitar movimentos bruscos Melhorar pega Condições Ambientais NÍVEIS DE RUÍDO TEMPERATURA EFETIVA VELOCIDADE DO ARUMIDADE RELATIVA DO AR ILUMINAMENTO Análise Ergonômica do Trabalho - AET Situações Críticas: o que não pode passar Posturas extremas por tempo prolongado Aceleração do ritmo Trabalho em pé Sobrecarga estática ou dinâmica sem pausas Movimentos repetitivos Análise Ergonômica do Trabalho • Análise da Atividade • Comportamentos sobre os instrumentos e sobre as máquinas • Comportamentos de tomada de informações • Comportamentos de comunicação (gestuais e verbais) • Comportamento de tomada de decisão • medidas • registros • gravações Reagrupados em uma história com os motivos Será?? AET • Etapas da AET 1) A análise da demanda e do contexto 2) A análise global da empresa 3) A análise da população de trabalhadores 4) Definição das situações de trabalho a serem estudadas 5) A descrição das tarefas prescritas, das tarefas reais e das atividades desenvolvidas para executá-las, estratégias com autoconfrontação. 6) Estabelecimento de um pré-diagnóstico 7) Observação sistemática da atividade 8) O diagnóstico ou os diagnósticos 9) Validação do diagnóstico - entrevistas 10) O projeto de modificações 11) O cronograma de implementação das modificações 12) O acompanhamento das modificações e suas repercussões As análises ergonômicas do trabalho devem contemplar, no mínimo • a)descrição das características dos postos de trabalho no que se refere ao mobiliário, utensílios, ferramentas, espaço físico para a execução do trabalho e condições de posicionamento e movimentação de segmentos corporais; • b)avaliação da organização do trabalho demonstrando: • 1.trabalho real e trabalho prescrito; • 2. descrição da produção em relação ao tempo alocado para as tarefas; • 3.variações diárias, semanais e mensais da carga de atendimento, incluindo variações sazonais e intercorrências técnico-operacionais mais frequentes; • 4.número de ciclos de trabalho e sua descrição, incluindo trabalho em turnos e trabalho noturno; As análises ergonômicas do trabalho devem contemplar, no mínimo • 5.ocorrência de pausas interciclos; • 6. explicitação das normas de produção, das exigências de tempo, da determinação do conteúdo de tempo, do ritmo de trabalho e do conteúdo das tarefas executadas; • 7. histórico mensal de horas extras realizadas em cada ano; • 8. explicitação da existência de sobrecargas estáticas ou dinâmicas do sistema osteomuscular; As análises ergonômicas do trabalho devem contemplar, no mínimo • c)relatório estatístico da incidência de queixas de agravos à saúde colhidas pela Medicina do Trabalho nos prontuários médicos; • d) relatórios de avaliações de satisfação no trabalho e clima organizacional, se realizadas no âmbito da empresa; • e) registro e análise de impressões e sugestões dos trabalhadores com relação aos aspectos dos itens anteriores; • f) recomendações ergonômicas expressas em planos e propostas claros e objetivos, com definição de datas de implantação. Recomendações • As recomendações ergonômicas deverão ser propostas claras e objetivas, específicas para a realidade da empresa, com definição de datas de implantação. • Validação do diagnóstico e das recomendações • Acompanhamento da implantação • Reavaliação após implantadas – PDCA • Ergonomia é processo de melhoria contínua! Problemas mais comuns nas AET • Não há descrição da atividade, apenas da tarefa • Não se vê o trabalhador refletido nas descrições • Resumem várias atividades completamente diversas em “Grupo Homogêneo” • Descrevem somente mobiliário • Raramente tratam dos seis itens da Organização do Trabalho • Utilizam métodos que não são indicados para o tipo de trabalho realizado no local • Não deixam claro o(s) método(s) utilizado(s). • Check-lists, fotos Problemas mais comuns nas AET • Durante a descrição são citados vários problemas, principalmente quando captados pela fala do trabalhador, que não são utilizados no diagnóstico e, muito menos contemplados nas recomendações • Descrição de problemas da organização e recomendações somente de mobiliário • Recomendações genéricas, como “estudar uma solução para o problema X”, “trocar mobiliário por outro mais ergonômico” • Ou “entender o uso do dispositivo tal no posto x” Problemas mais comuns nas AET • Contratação de consultoria pontualmente • Contratação para uma “etapa” do estudo • Laudo para engavetar • Ingerências da empresa no que vai constar no relatório do Ergonomista • Laudo- Propaganda • “A empresa cumpre a NR 17” • Troca constante da consultoria, gerando uma quebra do processo, com recomeço a cada nova equipe Como pedir a AET? • Por Demandas • Espontâneas • Noções de Ergonomia para todos os trabalhadores • Canal de comunicação fácil • Comitês de Ergonomia • Busca Ativa • Queixas de dor e desconforto • Casos registrados de adoecimento/acidentes • Uso de medicamentos • Absenteísmo por causas gerais • Problemas na produção Obrigada pela atenção! Mini currículo Lailah Vasconcelos de Oliveira Vilela Médica pela Universidade Federal de Minas Gerais em 2001, concluiu residência em Medicina Preventiva e Social com área de concentração em Saúde e Trabalho no Hospital das Clínicas da UFMG em 2003 e Mestrado em Saúde Coletiva/ Saúde e Trabalho na Faculdade de Medicina da UFMG. Atualmente é Auditora fiscal do Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego, trabalha nos grupos de fiscalização da Inclusão de Pessoas com Deficiência/Reabilitadas e de Saúde e Segurança no Trabalho. Já foi Médica Perita do INSS e Analista pericial no Ministério Público do Trabalho. Professora de cursos de pós-graduação em várias escolas, nas áreas de Ergonomia e Saúde e Segurança no Trabalho. Integrante do Grupo Interministerial para criação do Sistema de avaliação e valoração das deficiências e do grupo de elaboração do Índice de Funcionalidade Brasileiro IF-Br e de grupo técnico de validação do IF-BrM. Integrante do grupo de Elaboração da parte de Saúde e Segurança do E-Social. Obs: Agradeço os slides cedidos por colegas, Mara Camisassa, Ada Assunção, Júlia Abrahão e outros
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