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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: FARMÁCIA DISCIPLINA: IMUNOLOGIA CLÍNICA NOME DO ALUNO: PRISCILA MENDES YAMADA R. A.: 2008431 POLO: SANTOS – BOQUEIRÃO DATA: 14/10/2022 1 TÍTULO DO ROTEIRO: IMUNOLOGIA CLÍNICA 1. INTRODUÇÃO A Imunologia é o estudo do sistema imunológico e de suas respostas aos microorganismos invasores. A função fisiológica do sistema imunológico do sistema imunológico é prevenir as infecções e erradicar as infecções estabelecidas.(BRASIL, 2007). O sistema imunológico, também chamado de sistema imune, é o que garante proteção ao nosso corpo, evitando que substâncias estranhas e patógenos afetem negativamente nossa saúde. É um sistema complexo que envolve uma série de células e órgãos que funcionam, em conjunto, como uma grande barreira de proteção.(SANTOS, 2022). Para que haja uma resposta do sistema imunológico, são necessários antígenos e anticorpos. Os antígenos são substâncias capazes de desencadear uma resposta imunológica, sendo específico para cada microrganismo, e que se liga diretamente ao linfócito ou a um anticorpo para gerar a resposta imune, que normalmente resulta na destruição do microrganismo e, assim, fim da infecção (AROSA, 2012). O sangue é composto por plasma sanguíneo, dois tipos celulares (eritrócitos e leucócitos) e fragmentos celulares nomeados plaquetas. Os eritrócitos, leucócitos e plaquetas são chamados elementos figurados do sangue (SANTOS, 2022). No teste de aglutinação direta, o antígeno faz parte naturalmente da célula, e haverá aglutinação dessas células promovida por anticorpos contra esses antígenos. São exemplos usuais desses testes a identificação de antígenos eritrocitários na tipagem sanguínea utilizando anticorpos específicos (VAZ, 2007). O diagnóstico da doença de Chagas se dá em sua grande maioria por exames de sangue, sendo que o diagnóstico do agente causador poderá ser identificado por meio de métodos laboratoriais de visualização do parasito direto ou indiretamente, e por presença de anticorpos no soro. Também podem ser utilizados para a identificação testes específicos como Imunofluorescência Indireta (IFI), Hemaglutinação Indireta (HAI) e enzimas (ELISA). Testes moleculares utilizando reação em cadeia da polimerase (PCR) acoplado à hibridização com sondas moleculares, e o “western blot” (WB) têm apresentado resultados promissores e podem ser utilizados como teste confirmatório em qualquer fase da doença. (FIOCRUZ, 2017). 2 O ELISA é um teste sorológico imunoenzimático cuja metodologia se baseia em reações antígeno-anticorpo detectáveis através de reações enzimáticas. Existem vários modelos de ELISA, e eles envolvem testes usando anticorpos como reagentes (ABBAS, 2015). 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO AULA 1 – ROTEIRO 1: Visualização de Células Sanguíneas. O objetivo desta aula prática foi a identificação dos elementos figurados do sangue e a diferenciação das principais células de defesa do sistema imune presentes na circulação sanguínea. E, fazer a correlação da morfologia com a função dessas células. PROCEDIMENTO • Colocado a objetiva de menor aumento na direção da luz por meio de movimento do revólver. • Colocado a lâmina (com lamínula para cima) na platina, encaixando-a no charriot. • Encostado o condensador na lâmina e ligar a luz. • Por meio do movimento do parafuso macrométrico, focalizado o esfregaço sanguíneo (Figura 1) em imagem nítida. • Aperfeiçoado o foco com o parafuso micrométrico e observado a imagem e os elementos figurados detectados nesse aumento. • Repetido o processo utilizando as outras objetivas até a objetiva de 40X. • Ajustado a iluminação. • Na objetiva de 100X, adicionado previamente uma gota do óleo de imersão na lâmina (ajustado a iluminação e o foco com parafuso micrométrico). • Nesse aumento, foi identificado as diferenças morfológicas entre neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e, se encontrados, basófilos (Figura 2, 3, 4, 5 e 6). • Não é possível verificar diferenças morfológicas entre linfócito T, linfócito B e células NK, apesar de possuírem funções bastante distintas na resposta imune. 3 Limpeza do microscópio: Ao finalizar a análise, as lentes do microscópio foram limpas, iniciando da lente de menor aumento e finalizado com a de maior aumento, evitando assim que as objetivas de menor aumento ficassem sujas com o óleo de imersão utilizado na objetiva de 100X. O descarte do material utilizado em todas as aulas práticas seguiu as normas internacionais de segurança. Figura 1. Esfregaço de sangue analisado em microscópio óptico. Neutrófilos : São glóbulos brancos que apresentam núcleos constituídos por dois a cinco lóbulos e possuem dois tipos de grânulos no citoplasma: grânulos específicos e azurófilos (SANTOS, 2022). Figura 2. Neutrófilos. Microscópio óptico, aumento de 100 vezes. 4 Linfócitos: São pequenos e apresentam um grande núcleo circular e importante papel na resposta imune. Essas células podem ser classificadas em dois tipos principais: linfócitos B e linfócitos T (SANTOS, 2022). Figura 3. Linfócitos. Microscópio óptico, aumento de 100 vezes. Monócitos: São células grandes que possuem um único núcleo com formato de rim. Essas células realizam diapedese e caem no tecido conjuntivo, onde se desenvolvem em macrófagos, células de alto poder fagocitário (SANTOS, 2022). Figura 4. Monócitos 5 Eosinófilos: São células que apresentam grânulos que se coram ao utilizar eosina e um núcleo com dois lobos conectados por um filamento. Apresentam como principal função fagocitar o complexo antígeno-anticorpo. Essas células aumentam quando o paciente apresenta reações alérgicas ou infecções parasitárias (SANTOS, 2022). Figura 5. Eosinófilos Basófilos: São células que apresentam grânulos maiores que os dos neutrófilos e eosinófilos e núcleo grande e de formato irregular que lembra a letra “S”. Sua função é liberar histamina e heparina, funcionando, respectivamente, em respostas alérgicas e evitando a coagulação do sangue (SANTOS, 2022). Figura 6. Basófilos AULA 1 – ROTEIRO 2: Técnicas de Diluição. O objetivo desta aula foi aprender sobre técnicas de diluição. 6 A diluição é o ato de tornar mais fraca uma dada solução. Isso é conseguido geralmente adicionando-se a uma solução que se pretende diluir um diluente tal como água ou cloreto de sódio a 0,85%. Usualmente se expressam as diluições como uma unidade da solução original sobre o total de unidades da solução final. Portanto, uma solução diluição 1/10 significa que uma unidade da solução concentrada foi diluída para um volume total de 10 unidades, ou seja, uma unidade em um total de 10 unidades. As diluições não devem ser interpretadas como significando uma unidade mais 10 unidades. As diluições podem ser representadas como 1:10, 1:50 etc. Quando colocamos, por exemplo, 0,5 mL de NaCl a 0,85% em um tubo e adicionamos a essa solução 0,5 mL de soro, ficamos com uma diluição do soro a 1:2, pois há 0,5 mL de soro em um volume total de 1,0 mL de solução, portanto, uma diluição de 1:2 ou 1/2. Em imunologia clínica, o título indica a concentração de anticorpo no soro do paciente. O título de anticorpo de um soro é a diluição mais alta de soro que reage com o antígeno. Por exemplo, se o último tubo que demonstra reação contém um volume de 1 mL e o soro nesse tubo é uma parte em um total de 640 partes, o título é 640 unidade/mL de soro. Procedimento Preparado diluições seriadas 1:2 1- Separado 5 recipientes de igual volume (tubos de ensaio). 2- Pipetado10 mL do diluente em todos os tubos. 3- Adicionado 10 mL da solução concentrada ao primeiro tubo. 4- Homogeneizado. 5- Transferido 10 mL do primeiro tubo para o segundo tubo. 6- Homogeneizado. 7- Repetido o procedimento anterior até o tubo 5. 8- Descartado os 10 mL após homogeneização do tubo 5 (para todos os tubos ficarem com igual volume) (Figura 7). 7 Figura 7. Diluição seriada 1:2. Preparo de diluições seriadas 1:10 1- Separado 5 recipientes de igual volume (tubos de ensaio). 2- Pipetado 9 mL do diluente em todos os tubos. 3- Adicionado 1 mL da solução concentrada ao primeiro tubo. 4- Homogeneizado. 5- Transferidor 1 mL do primeiro tubo para o segundo tubo. 6- Homogeneizado. 7- Repetido o procedimento anterior até o tubo 5. 8- Descartado 1 mL após homogeneização do tubo 5 (para todos os tubos ficarem com igual volume) (Figura 8). 8 Figura 8. Diluição seriada 1:10. Discutir a figura 9 a seguir: Figura 9. Concentração crescente de antígeno... AULA 2 – ROTEIRO 1: Aglutinação. O objetivo desta aula prática foi observar as reações de formação do complexo antígeno-anticorpo in vitro. Aglutinação passiva: determinação de proteína C-Reativa Finalidade: teste de aglutinação passiva para detecção da Proteína C-Reativa no soro humano. A Proteína C-Reativa (PCR) em altas concentrações está associada a 9 infecções agudas, situações necróticas e a uma variedade de estados inflamatórios. A monitorização dos níveis de PCR nos permite avaliar a eficácia do tratamento e a recuperação do paciente. Princípio: as partículas de látex são sensibilizadas com anticorpos humanos anti- PCR. Quando se mistura a suspensão de látex contendo elevados níveis de PCR, irá produzir uma aglutinação nítida em um período máximo de 2 minutos. Procedimento: teste qualitativo Utilizado Kit disponível no laboratório e seguido seu protocolo. Em cada círculo da placa foi colocado: Círculo número 1 Círculo número 2 Círculo número 3 Controle negativo 25 µL - - Controle positivo - 25 µL - Amostra número 1 - - 25 µL **Látex FR 1 gota 1 gota 1 gota Após, misturado com auxílio de espátula utilizando toda a extensão de cada círculo da lâmina. Agitado a lâmina com movimentos circulares por dois minutos. Observado os resultados (Figura 10). Como esperado o poço número 1 apresentou ausência de aglutinação, mostrado pela suspensão homogênea. Os poços 2 e 3 que eram controles positivos apresentaram nítida aglutinação. A B 10 Figura 10. Resultado do teste de aglutinação, sendo: 1) controle negativo, 2) controle positivo, 3) controle positivo. A: reação após término da homogeneização. B: reação após 5 minutos. Aglutinação passiva: determinação de fator reumatoide Finalidade: teste de aglutinação passiva para o diagnóstico de fator reumatoide (FR). Princípio: partículas de látex sensibilizadas com IgG. A aglutinação é visível em amostra com concentração de FR igual ou superior a 8 UI/mL, de acordo com as referências estabelecidas. Este teste não foi realizado em aula prática. EXERCÍCIOS PROPOSTOS (NÃO OBRIGATÓRIO) 1) Nos testes de hemaglutinação para toxoplasmose e doença de Chagas, pede-se: a) Qual suporte foi empregado? R: Hemácias de aves. b) Realizou-se a pesquisa de anticorpos. Que tipo de antígeno foi empregado? R: Hemácias de aves sensibilizadas com antígenos de Toxoplasma gondii ou Trypanossoma cruzi. c) Quais cuidados devem ser observados na realização do teste? R: Realizar boas práticas de manipulação. d) Qual tipo de resposta imunológica foi ativada? Explique. R: Durante a infecção por Trypanosoma cruzi, respostas imunes inata e adquirida são executadas por macrófagos, linfócitos T e B e citocinas. Estas respostas controlam a parasitemia durante a fase aguda, mas o parasita persiste durante a vida em tecidos do hospedeiro. A resposta imune do hospedeiro frente à toxoplasmose é complexa e envolve dois tipos de resposta: humoral e celular. e) Suponhamos que tenha se detectado na pesquisa da paciente a presença de IgM (IgM+ - ou reagente), o que significa? Qual a relevância da positividade de uma IgM em uma gestante? R: Indica que a pessoa está com a doença em sua fase aguda. E indica passagem vertical para o feto. 11 f) Qual o valor da pesquisa de IgG para a doença de Chagas? Explique. R: Permite identificar pessoas na fase crônica da doença, onde já se atingiu o coração. O teste apresenta boa sensibilidade. É importante para triagem da doença de Chagas. Já quando se faz o exame com IgM se identifica a fase aguda da doença (parasetemia). AULA 2 – ROTEIRO 2: Aglutinação – Hemaglutinação. O objetivo desta aula foi a identificação da doença de Chagas e toxoplasmose pelo teste de hemaglutinação passiva. Finalidade: teste de hemaglutinação passiva para o diagnóstico sorológico da doença de Chagas. Princípio: hemácias de aves estabilizadas e sensibilizadas com antígenos totais de Trypanosoma cruzi (antígenos solúveis) são aglutinadas quando colocadas em contato com diluições de soros de pacientes chagásicos. Procedimento: teste quantitativo Utilizou-se o kit disponível no laboratório e seu protocolo foi seguido. a) Em um tubo de ensaio, diluído a amostra a 1/40 a ensaiar e os soros controle positivo (R3) e negativo (R4), adicionando: 10ml de amostra + 0,4 μL de diluente (R2A). b) Adicionar na microplaca a partir da 2ª cavidade 50μl de diluente (R2A). c) Transferir 50μl da amostra diluída para a 1ª cavidade. d) Transferir 50μl da amostra diluída a 2ª cavidade, homogeneizar e transferir 50μl para a 3ª cavidade, homogeneizar e transferir 50μl para a 4ª cavidade e assim sucessivamente até a 8ª cavidade, em que após a homogeneização 50μl serão desprezados (observar esquema). e) Controle positivo: seguir o mesmo esquema de diluição (item d), até a 6ª cavidade, em que após a homogeneização 50μl serão desprezados (observar esquema). f) Controle negativo: adicionar 50μl do controle diluído nas 7ª e 8ª cavidades. g) Homogeneizar bem a suspensão de hemácias (R1) por agitação delicada do frasco e adicionar 25μl a cada cavidade. 12 h) Bater levemente nas laterais da placa para homogeneização dos reagentes. i) Deixar a placa em repouso por 1 hora, à temperatura ambiente, em local isento de vibrações. j) Efetuado leitura ao final da incubação (Figura 11). Figura 11. Resultado do ensaio de hemaglutinação. Resultado: O título será a maior diluição que ainda fornecer um resultado positivo. Para validar o teste, deve-se encontrar nas mesmas condições de leitura: o título do soro positivo (R3) indicado na etiqueta ± 1 diluição. Reação positiva: véu uniforme de hemácias recobrindo toda a cavidade, podendo estar às vezes parcialmente retraído nas bordas. Reação fracamente positiva: véu pouco nítido, apresentando pequeno depósito de hemácias no fundo da cavidade. Reação negativa: botão compacto de hemácias no fundo da cavidade. Interpretação dos resultados: Título do soro menor que 1/40: soro não reagente – indivíduo não parasitado. 13 Título do soro maior ou igual a 1/40: soro reagente – indivíduo com suspeita da parasitose. Hemaglutinação passiva para toxoplasmose Finalidade: teste de hemaglutinação passiva para o diagnóstico sorológico da toxoplasmose. Princípio: hemácias de aves estabilizadas e sensibilizadas com antígenos totais de Toxoplasma gondii (antígenos solúveis) são aglutinadas quando colocadas em contato com diluições de soros com anticorpos específicos. Procedimento: teste quantitativo 1) Um kit disponível no laboratório foi utilizado para o teste de hemaglutinação para toxoplasmose. Foi seguido o protocolo estabelecido pelo kit. 2) Em um tubo de ensaio foi preparado a solução diluente,misturando 2 mL de tampão (solução rosa) com 40 μL de solução proteica. 3) Diluído a amostra, o controle positivo (CP) e o controle negativo (CN) a 1/16, adicionando: 25 μL de amostra/CP/CN + 0,4 μL de diluente. b) Adicionado na microplaca a partir da 2ª cavidade 50 μL de diluente. c) Transferido 50 μL da amostra diluída para a 1ª cavidade. d) Transferir 50 μl da amostra diluída a 2ª cavidade e homogeneizar e transferir 50 μl para a 3ª cavidade, homogeneizar e transferir 50 μl para a 4ª cavidade e assim sucessivamente até a 8ª cavidade, em que após a homogeneização 50 μl serão desprezados (observar esquema). e) Controle positivo: seguir o mesmo esquema de diluição (item d), até a 6ª cavidade, em que após a homogeneização 50 μl serão desprezados (observar esquema). f) Controle negativo: adicionar 50 μl do controle diluído nas 7ª e 8ª cavidades. g) Homogeneizar bem a suspensão de hemácias por agitação delicada do frasco e adicionar 25 μl a cada cavidade. h) Bater levemente nas laterais da placa para homogeneização dos reagentes. i) Deixar a placa em repouso por 1 hora, à temperatura ambiente, em local isento de vibrações. 14 j) Efetuar leitura ao final da incubação. Figura 12. Ensaio de hemaglutinação passiva para toxoplasmose. Resultado do teste: Negativo. As hemácias se depositaram no fundo da cavidade com um formato semelhante a um botão. Isso significa ausência de anticorpos específicos anti-Toxoplasma gondii ou que estes existem abaixo do limite de detecção. Em um resultado positivo as hemácias se depositariam no fundo da cavidade como um tapete, às vezes com bordas irregulares. A hemaglutinação indireta mede anticorpos que persistem por anos, mas aparecem mais tardiamente. Por esse motivo, não é indicada para diagnóstico e sim como screening. A utilização da IFI no diagnóstico, inquéritos e levantamentos epidemiológicos tem sido de aceitação universal, tanto para a espécie humana como para outras espécies animais, por ser considerada de fácil realização e de grande sensibilidade (ARAUJO, 1999). AULA 3 – ROTEIRO 1: Enzimático – ELISA para HIV. 15 O objetivo desta aula foi observar reações de formação do complexo antígeno- anticorpo in vitro com o emprego de um teste enzimático aplicado na prática de diagnóstico e de triagem. Procedimento 1. Foi utilizado o kit disponível no laboratório (Figura x) Figura x. Kit rápido para teste de HIV. 2. Pipetar 200μl do diluente + 10μl dos controles positivo, negativo e amostra. Fazer um controle branco no qual serão adicionados somente 200μl do diluente. 3. Bater levemente nas laterais da placa. 4. Incubar por 30 minutos a 37 ºC. 5. Desprezar o líquido de cada poço e lavar 5 vezes com tampão de lavagem. 6. Distribuir 50μl do conjugado anti-Ig humano peroxidase. 7. Incubar por 30 minutos a 37 ºC. 8. Lavar como no item 5. 9. Distribuir 50μl do revelador A + 50μl do revelador B (uma gota de cada e cada um dos poços). 10. Incubar por 30 minutos a 37 ºC. 11. Distribuir 50μl do stoper em cada poço. Leitura: proceder à leitura da reação em espectrofotômetro para microplacas utilizando filtro 450 nm. 16 Exercício proposto (não obrigatório) Para as técnicas imunoenzimáticas, responda: a) Explique o princípio do teste imunoenzimático. b) Esquematize um teste ELISA para a pesquisa de anticorpos. c) Explique como em um teste ELISA pode-se determinar a fase da doença, contra qual doença é o anticorpo encontrado na amostra. d) O que é o conjugado empregado no teste ELISA para a pesquisa de anticorpos? Explique. e) Qual o princípio do teste de Western blotting WB? Explique. f) Por que devemos realizar as etapas de lavagem? Qual o objetivo? g) Diferencie o substrato cromogênico do teste ELISA e WB. AULA 4 – ROTEIRO 1: Discussão de Casos Clínicos. CASO CLÍNICO 1 G.F.M.F., sexo masculino, solteiro, 43 anos, hipertenso controlado, marcou uma teleconsulta com seu clínico geral de confiança. Durante a consulta, relatou ao médico que um morador de seu prédio havia testado positivo para o novo coronavírus, motivo pelo qual se encontrava muito ansioso, embora não apresentasse nenhum sintoma respiratório ou outra queixa. 17 Estava preocupado, apesar de não ter havido nenhum contato com esse vizinho e estivesse totalmente isolado dentro de casa há quase dois meses (se recordava apenas de ter saído de casa há uma semana para tomar a vacina contra a gripe no posto de saúde). Informou que já havia realizado, por iniciativa própria, um “teste rápido” em domicílio feito por um laboratório da rede particular e que o resultado já se encontrava disponível. O motivo principal da consulta seria para que ele pudesse tirar algumas dúvidas sobre o resultado desse exame sorológico. Seu médico o informou que, em virtude de sua história clínico-epidemiológica, não havia nenhuma recomendação de realização da sorologia, mas já que havia feito, solicitou então que mostrasse o exame. Para a surpresa do médico, o resultado do exame apresentava uma IgM reagente, com IgG não reagente. Frente a esse resultado, o paciente foi informado que havia a possibilidade de estar no curso de uma infecção aguda/recente pelo novo coronavírus. Já que se encontrava totalmente assintomático, foi orientado a permanecer em isolamento social domiciliar, com monitoramento periódico de sinais vitais. Foi solicitada uma nova sorologia em 14 dias, a fim de verificar a soroconversão. Foi informado sobre a necessidade de reavaliação do seu quadro clínico, em dias alternados, por meio de teleconsulta. Durante todo o período recomendado de isolamento, o paciente permaneceu sem sintomas respiratórios e sem queixas. Realizou então nova sorologia (“teste rápido”) duas semanas após o primeiro e entrou em contato com seu médico para mostrar o resultado. Novamente, para espanto do médico, o resultado de ambas as imunoglobulinas (IgM e IgG) veio não reagente. Qual a provável causa da reatividade transitória e isolada da IgM? Justifique sua resposta. Reação cruzada (falso-positivo) Reação antígeno-anticorpo não específico para epítopos similares. CASO CLÍNICO 2 P.C.F., sexo feminino, 5 anos, parda, natural e procedente de Salvador, católica, febre e manchas pelo corpo há 2 dias. Paciente procurou a UPA, trazida pela genitora, a qual referiu que há dois dias começou a apresentar febre não aferida, 18 associada a exantemas que iniciaram na cabeça e que se disseminaram rapidamente pelos braços, pernas e tronco; dor de garganta e dor de cabeça. Geral: afirma febre. Cabeça: refere cefaleia. Paciente nega outros sintomas nos demais sistemas. Nascida de parto natural, sem intercorrências, a termo, Apgar 8, perímetro cefálico 33 cm, 43 cm de comprimento e 3,0 kg ao nascer. Refere ter tido catapora no ano anterior. Nega alergias e outras comorbidades. Não sabe informar sobre o calendário vacinal. Antecedentes familiares Pai hipertenso. Mãe sem comorbidades. Avô paterno diabético e hipertenso. Hábitos de vida Compõe uma família de classe média com casa própria, água encanada, saneamento básico. Encontra-se matriculada na série G4, não possui animais de estimação. Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. Exame físico geral Ao exame físico encontra-se em estado geral regular, lúcida, orientada, hidratada, mucosas coradas e febril a 38,2 ºC, temperatura axilar. Apresenta exantema maculopapular e puntiforme, difusamente pela face e pelo corpo, e linfonodos retroauriculares, occipital e cervical presentes. Orofaringe levemente eritematosa, sem placa de pus. Ao exame físico segmentar, apresenta: Cabeça e pescoço – implantação e distribuição dos cabelos normais; linfonodos palpáveis em cadeias retroauricular, occipital e cervical posterior. Sistema cardiovascular – bulhas rítmicas,normofonéticas, em dois tempos e sem sopros. Sistema respiratório – murmúrios vesiculares bem distribuídos e sem ruídos adventícios. Abdome – flácido, globoso e simétrico; som timpânico à percussão abdominal. Extremidades – sem deformidades, bem perfundidas e sem edemas. Foi orientada a necessidade de isolamento social em domicílio e prescrita medicação para dor e febre. Sugerida realização de exames laboratoriais para confirmação de hipótese diagnóstica. 19 Os exames solicitados foram: sorologia para algumas doenças exantemáticas, entre elas: rubéola, sarampo e dengue. Retornou ao ambulatório com os resultados dos exames negativos para sorologia dessas doenças, exceto o de rubéola que se apresentou positivo, com o valor de IgM 2,10. O tratamento recomendado foi um tratamento sintomático para alívio das manifestações apresentadas pelo paciente. Questões para orientar a discussão do caso 1. Qual o quadro clínico característico da rubéola? R: Exantema 2. Quais os possíveis diagnósticos diferenciais para esse caso clínico? R: Escarlatina (Doença bacteriana) 3. Quais exames podem ser solicitados para o diagnóstico de rubéola? R: Sorologia IgM e IgG. 4. Qual o motivo do isolamento social? R: Transmissão através de gotículas. 5. Qual o tratamento para rubéola? R: Não tem tratamento específico. CASO CLÍNICO 3 Paciente com 21 anos, sexo masculino. Procurou Unidade de Pronto- atendimento após notar o aparecimento de uma lesão no pênis, próximo à glande há aproximadamente 15 dias. Segundo ele, a lesão teve início como um pequeno caroço (sic) na pele, que depois de 4 dias progrediu com características de uma úlcera com bordas endurecidas não dolorosa, negou a presença de qualquer outro sintoma. O paciente afirma ter vida sexual ativa e relacionamento estável, mas revelou ter mantido relações sexuais desprotegidas com outra pessoa enquanto a parceira estava em uma viagem de intercâmbio. Busca o auxílio médico, pois sua namorada está retornando de viagem e ele teme que ela descubra a traição. 20 Exame físico Paciente lúcido, orientado em tempo e espaço. Bom estado geral. Sinais vitais: FC: 80 bpm; FR: 14 irpm; PA: 120 x 80 mmHg, temperatura: 36,5 ºC. Pele, fâneros e mucosas: pele corada e mucosas coradas, unhas e pelos sem alterações. Apresenta lesão ulcerosa com características de cancro no pênis próximo à glande. Cabeça e pescoço: linfonodo submentoniano palpável sem características de malignidade. Sem mais alterações. Sistema respiratório: tórax simétrico com expansibilidade preservada, frêmito toracovocal normal, som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular preservado sem roncos ou sibilos. Sistema cardiovascular: tórax simétrico sem abaulamentos, ictus cordis palpável no 5º EIC LMCE. Ritmo cardíaco regular. Pulsos simétricos de amplitude normal. Aparelho gastrointestinal: abdome plano, sem lesões de pele, cicatrizes, circulação colateral ou herniações. Pulsações arteriais e peristalse não identificáveis à palpação. Peristalse normal, presente nos quatro quadrantes e ausência de sopros em focos arteriais abdominais à ausculta. Hepatimetria medindo cerca de 10 cm (lobo direito) e 6 cm (lobo esquerdo). Traube livre. Abdome timpânico. Sem visceromegalias e sinais de irritação peritoneal. Exames complementares Exame de campo escuro positivo (Presença de várias espiroquetas em esfregaço da base de um cancro). Questões para orientar a discussão do caso 1. Pela história da moléstia atual, exames físicos e exames complementares, qual a suspeita de diagnóstico? R: Sífilis - é uma doença crônica infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, geralmente adquirida a partir do contato com outro indivíduo infectado. 2. Quais são os tipos mais comuns de apresentação dessa doença? 21 R: Adquirida e congênita. 3. Quais os diagnósticos diferenciais mais comuns? R: Cancro mole. 4. Qual o tratamento indicado para esse paciente? R: Antibiótico: penicilina. 3. REFERÊNCIAS ABBAS, Abul K. Imunologia básica. Elsevier Brasil, 2007. Abbas AK, Lichtman AH, Pillai SHIV. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. AROSA, Fernando A.; CARDOSO, Elsa M.; PACHECO, Francisco C. Fundamentos de Imunologia. 2 ed. Lisboa: LIDEL, 2012. 31-37. Gomes YM. Laboratório de imunoparasitologia, Departamento de Imunologia. Fiocruz, 2017. VAZ, A. J.; TAKEI, K.; BUENO, E. C.; Imunoensaios: Fundamentos e aplicações. RJ: Guanabara Koogan, 2007.
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