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INTRODUÇÃO FÍSICA • Árdua • Desafiante • Física Clássica • Teorias Quânticas • Fórmulas Matemáticas • Forma Simples • Conceitos • RM a partir núcleo atômico • Formação de Imagem “A física da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) aplicada à formação de imagens é complexa e abrangente, uma vez que tópicos como eletromagnetismo, super- condutividade e processamento de sinais têm de ser abordados em conjunto para o entendimento deste método.” INTRODUÇÃO MAGNETISMO & ELETRICIDADE Magnetismo é a propriedade fundamental da matéria. Todas as substâncias possuem alguma forma de magnetismo. Fenômenos magnéticos são em sua natureza fundamentalmente elétricos (toda carga elétrica que gira cria em torno de si um campo magnético). Ferromagnetos devem suas propriedades às ações de cooperação elétrica dos átomos. Um campo magnético cria movimento de elétrons, se tivermos um campo magnético oscilante ao redor de um fio, induzindo uma voltagem, haverá corrente elétrica no fio. Na RM a corrente é induzida e dá origem ao sinal. A regra da mão direita: a corrente elétrica se move na direção do polegar da mão direita e o campo magnético se espalha perpendicularmente em direção aos dedos FUNDAMENTOS Matéria consiste em átomos. Um átomo difere do outro pelo número de Nêutrons, Prótons(+) e Elétrons(–) Os princípios da RM têm por base o movimento giratório de núcleos específicos, ou ativos em RM, presentes em tecidos biológicos sob a ação de um campo magnético homogêneo e uniforme. Núcleos ativos em RM se caracterizam por sua tendência em alinhar seu eixo de rotação a um campo magnético aplicado. Átomos que produzem sinal na RM: hidrogênio, sódio, fósforo e carbono. O núcleo do hidrogênio (com apenas 1 próton = momento magnético bem definido), constitui a base da imagem por RM por ser abundante no corpo humano (70 – 80% água). Próton de hidrogênio é o que produz a maior intensidade de sinal. Se diz que ele possui Spin ( s ) com sentido definido p S O núcleo do átomo de Hidrogênio é constituído de um único próton (p) A carga atribuída ao próton (+) também se movimenta ao redor do próprio eixo O movimento de cargas elétricas gera uma corrente elétrica Uma corrente elétrica cria um campo magnético ao seu redor Com um pólo norte, um pólo sul e um momento magnético ( ) Ou seja, os núcleos dos átomos de hidrogênio podem ser vistos como pequenos ímãs Este próton gira constantemente ao redor do seu próprio eixo HIDROGÊNIO x íMÃ Olhando vários prótons de hidrogênio vemos uma porção de barras magnéticas girando em torno de seus próprios eixos, equilibrando forças magnéticas. Uma partícula giratória carregada possui momento magnético característico e pode ser descrita como um dipolo magnético criando um campo magnético semelhante a um magneto em barra “A imagem por ressonância Magnética (IRM) é, resumidamente, o resultado da interação do forte campo magnético produzido pelo equipamento com os prótons de hidrogênio do tecido humano, criando uma condição para que possamos enviar um pulso de radiofrequência e, após, coletar a radiofrequência modificada, através de uma bobina ou antena receptora. Este sinal codificado espacialmente por gradientes de campo magnético é coletado, processado e convertido numa imagem ou informação.” DEFINIÇÃO Na natureza os momentos magnéticos dos núcleos de hidrogênio não têm uma orientação definida. Quando colocamos uma pessoa em contato com o campo magnético gerado por um magneto, algumas coisas acontecem com os prótons de hidrogênio: 1º se alinham com o campo magnético - paralelo e antiparalelo 2º realizam um movimento chamado de precessão PRINCÍPIOS FÍSICOS Paciente dentro da sala de exames Paciente recebendo rádiofrequência Campo Magnético Física da RM RF F:/MRI excitation and recovery of spins.mpg A maioria dos núcleos alinham-se na mesma direção do eixo do campo (paralela) sendo considerados de baixa energia ou rotação positiva, uma pequena parte alinha-se na direção oposta(antiparalela) são de alta energia ou de rotação negativa. Os fatores determinantes de alinhamento são a potência do campo magnético e o nível de energia térmica dos núcleos. A diferença da somatória de prótons paralelos e antiparalelos é representada por uma vetor resultante (Vetor de Magnetização Efetiva – VME), cuja direção é a mesma do campo magnético. Potência campo magnético VME Sinal obtido Alinhamento Paralelo Estado de menor energia Alinhamento Anti-Paralelo Estado de maior energia A maioria dos núcleos alinham-se na mesma direção do eixo do campo (paralela) sendo considerados de baixa energia ou rotação positiva, uma pequena parte alinha-se na direção oposta(antiparalela) são de alta energia ou de rotação negativa. Os fatores determinantes de alinhamento são a potência do campo magnético e o nível de energia térmica dos núcleos. A diferença da somatória de prótons paralelos e antiparalelos é representada por uma vetor resultante (Vetor de Magnetização Efetiva – VME), cuja direção é a mesma do campo magnético. Potência campo magnético VME Sinal obtido VETOR RESULTANTE Como a população com estado de menor energia (paralelo) é maior, o vetor resultante fica no sentido do campo externo Bo Magnetização longitudinal (ML ) Graficamente o que acontece com o vetor? Imaginamos um espaço de rotação = conjunto de eixos X, Y e Z, sendo Z sempre na direção do campo magnético principal e X e Y em ângulos retos a partir de Z. Cada núcleo de hidrogênio que constitui o VME está girando sobre seu próprio eixo. Sob influencia do campo (B0 0) o VME apresenta rotação secundária, movimento circular em torno do eixo do campo(precessão) O número de movimentos de precessão na unidade de tempo é denominado frequencia de precessão(), com valor medido em megahertz e obtido pela Equação de Larmor: Onde: = frequencia de precessão B0= potência do campo magnético U = razão giromagnética A razão giromagnética é a relação entre o momento angular e o momento magnético de cada núcleo ativo em RM. È uma constante para cada um destes núcleos, para um campo de 1T, sendo expressa em MHz/T. U do hidrogênio é = 42,57MHz/T 1.0 = 63,85MHz/T 1.5 PRECESSÃO = x B0 NÃO!!! Para conseguir imagem de RM não é o suficiente colocar o paciente dentro do magneto e pensarmos em precessão. Temos mais alguns passos até a captura de sinal: Excitação, Relaxamento, Computação e Exibição Que veremos a seguir.. E ai, já temos as imagens? Pulso de freqüência que provoque o fenômeno da ressonância, leva energia ao sistema e faz com que ocorra um aumento de núcleos antiparalelos em detrimento do número de núcleos paralelos. É devido exclusivamente à transferência de energia ao sistema pela fonte de RF A diferença de energia entre as populações de núcleos com rotação positiva e negativa corresponde a energia necessária para produzir ressonância por excitação. EXCITAÇÃO Potência campo magnético Diferença energia Energia excitatória Magnetização longitudinal ML Magnetização transversal MT Como consequência da aplicação do pulso de RF observa-se que o VME afasta-se do alinhamento em relação a linha paralela de B0 (longitudinal), criando um angulo entre ele e B0 chamado de Flip Angle (ângulo de inclinação). A magnitude deste ângulo depende da amplitude e duração do pulso de RF. Portanto para inclinar-se 90° o VME deve receber energia suficiente do pulso de RF para mover-se 90° em relação a B0 e neste caso, o VME passará para a posição transversa, efetuando rotação à freqüência de Larmor. Núcleos entram em fase ficando numa mesma posição na trajetória precessional. Ao desligar o pulso de RF, os momentos dos átomos de hidrogênio que se encontram em fase passam a perder energia e, em consequência, passam a fora de fase. O VME passa a sofrer influência de B0, tentando o realinhamento. Durante essa “volta”, chamada de Relaxamento, o grau de magnetização longitudinal aumenta gradualmente(recuperação) em detrimento à magnetização transversal (declinio). Portanto Relaxamento = desaparecimento magnetização transversal e reaparecimento da magnetização longitudinal RELAXAMENTO Diminuindo MT diminuímos progressivamente a magnitude da voltagem induzida na bobina receptora até zero (Declínio de Indução Livre – DIL) Durante essa “volta”, é o momento que podem ser mensuradas as ponderações T1(ao longo eixo Z) e T2(plano X-Y). Mo 37% T2 Tempo Tempo Magnetização Longitudinal MagnetizaçãoTransversal DECAIMENTO Mo 63% T1 RECUPERAÇÃO A razão da recuperação é um processo exponencial, com o tempo de recuperação constante denominado T1 (tempo necessário para recuperação de 63% da magnetização longitudinal, através da liberação de energia pelos núcleos ao ambiente) A razão do declínio (relaxamento) também é exponencial e representa o tempo necessário para que a magnetização transversa (T2) diminua de 37% de seu valor inicial, através da troca de energia entre os núcleos. Durante os processos de relaxamento os átomos liberam seu excesso de energia, adquiridos do pulso de RF 90°, na forma de ondas de rádio. Para captar essas ondas precisamos de uma bobina receptora, que pode ser a mesma transmissora ou outra, que deve estar posicionada em ângulos retos com o campo magnético. A obtenção de imagem por RM depende de uma combinação de fatores intrínsecos (característica do paciente) e extrínsecos (parâmetros escolhidos), que influenciam na ponderação, resolução espacial e contraste da imagem. AQUISIÇÃO IMAGENS TR (Tempo de Repetição) – Intervalo de tempo entre um pulso de 90°(1ª excitação) e outro pulso de 90° (2ª excitação) TE (Tempo de Eco) – Intervalo de tempo entre um pulso de 90° (1ª excitação) e a leitura do sinal (eco) FATORES EXTRÍNSECOS TR / TE PONDERAÇÕES Imagem Ponderada em T2 Imagem Ponderada em T1 Imagem Ponderada em Dp TR curto / TE curto? TR longo / TE longo? O que temos com variações TR / TE? Uma imagem ponderada em T1 é aquela em que o contraste, predominantemente, depende das diferenças entre os tempos T1 do tecido adiposo e da água. O TR controla o grau de recuperação T1. Para a ponderação T1 o TR tem de ser curto. As imagens T1 se caracterizam por tecido adiposo brilhante e H20 escura. PONDERAÇÃO T1 Uma imagem ponderada em T2 é aquela em que o contraste , predominantemente, depende das diferenças entre os tempos T2 do tecido adiposo e da água. O TE controla o grau de declínio T2. Para a ponderação T2 o TE tem de ser longo. As imagens T2 se caracterizam por H20 brilhante e tecido adiposo escuro ou com baixo sinal. PONDERAÇÃO T2 TR longo e TE curto, O que temos ? Seqüência ponderada em Densidade de Prótons (Dp) É baseada na diferença no número de prótons por unidade de volume • TR longo diminui a influência T1 • TE curto diminui a influência T2 Este é o contraste básico da RM. É a diferença na intensidade do sinal dos tecidos que são decorrentes de seu número relativo de prótons por unidade de volume. O contraste por DP está sempre presente e depende do paciente e da área que está sendo examinada. As imagens DP se caracterizam por: áreas com elevada densidade de prótons (brilhantes), e áreas com baixa densidade de prótons (escura). PONDERAÇÃO DP FORMAÇÃO DA IMAGEM Até o presente momento comentamos sobre os aspectos gerais da física da RM e de como codificar o sinal. Partiremos agora para como o sinal é adquirido e armazenado antes de se transformar em imagem. CODIFICAÇÃO DE SINAL A RM só pode se tornar útil como método de obtenção de imagens do corpo humano com o desenvolvimento da codificação espacial do sinal através do uso de gradientes de campo magnético. Com a introdução dos gradientes de campo podemos variar linearmente em uma dada direção a intensidade do campo magnético. O novo campo criado fará com que a freqüência de precessão mude e passe a ser usada para localizar espacialmente o sinal. O acionamento de um gradiente de campo também altera a fase dos spins, sendo esta alteração proporcional ao tempo que o gradiente fica ligado e amplitude do mesmo. Juntas, fase e freqüência poderão fornecer informações espaciais ao sistema. São necessárias 3 etapas para a codificação do sinal de forma a obter uma imagem de RM, cada etapa representa o acionamento de gradientes em uma determinada direção. CODIFICAÇÃO DE SINAL 1. Seleção de corte: quando o gradiente de seleção de corte for acionado numa direção, os outros dois gradientes (codificação fase/frequência) serão acionados nos eixos que restaram. 2. Codificação de fase: quando acionado alteramos a fase dos spins proporcionalmente a sua localização. É necessário acioná-lo n vezes, alterando a amplitude do gradiente cada vez que é acionado 3. Codificação de freqüência: No momento da leitura do sinal, o gradiente de codificação de freqüência (ou de leitura) e acionado na direção restante Temos a determinação do gradiente em um slice (Gz) Simultaneamente, aplica-se um pulso de 90° para oscilar a rede de magnetização no plano X-Y Então a Fase de Codificação do gradiente (Gy) é utilizada para a 1ª codificação de fase Em seguida é feita a Codificação de Frequência com decaimento da indução magnética (Gx) ESPAÇO K - O que é? Não é um local físico no equipamento de RM e sim um conceito abstrato. Visualizamos o espaço K como uma matriz que cada linha será preenchida com um eco. Cada ponto da matriz corresponde a uma intensidade de sinal e a uma posição no tempo, e representa a amplitude de sinal recebido pela bobina naquele instante. Os eixos de coordenadas (x e Y) são respectivamente gradiente de codificação de freqüência e o de fase. O seu preenchimento linha a linha irá ocorrer a medida que o gradiente de codificação de fase na seqüência de pulso variar sua amplitude. Seus extremos serão preenchidos com sinal de baixa amplitude, devido próprio acionamento do gradiente causar maior defasagem e redução do sinal As linhas centrais conterão sinal de maior amplitude, o que na imagem resultará em contraste (preto e branco) ESPAÇO K - Características Não existe correspondência entre um ponto do espaço K e um ponto da imagem. Em cada ponto do espaço K existe informação de todo o corte (artefato num ponto pode propagar para toda imagem). Quanto maior o número de linhas do espaço K, maior é a quantidade de sinal coletado, porem maior o tempo necessário. As linhas centrais estão diretamente relacionadas ao contraste na imagem de RM e a periferia à resolução espacial Uma imagem de RM pode ser formada por mais que um espaço K. A escolha deste número é um parâmetro controlado pelo operador = NEX ESPAÇO K - Formas de preenchimento Cada seqüência de pulso pode se utilizar de uma estratégia para o preenchimento do espaço K. p S RF RF X SINAL ESQUEMATIZANDO RM BIBLIOGRAFIA WESTBROOK, Catherine; KAUT, Carolyn. Ressonância Magnética Prática RINCK, Peter A.Ressonância Magnética NÓBREGA, Almir Inacio. Técnicas em Ressonância Magnética Nuclear http://www.fda.gov/medwatch
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