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CONTABILIDADE GERAL 1 - final

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3 
 
As Autoras 
 
Doraci Batista de Tolêdo Manguci possui graduação em CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
e em DIREITO pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Pós-
Graduada em Prática Jurídica, Direito Tributário e Processo Tributário, Pós-
Graduanda em Ciências de Segurança Pública pela Universidade Estadual de Goiás 
(UEG), Mestra pela PUC-GO, Professora de Graduação e Pós-Graduação e MBA, 
leciona a mais de sete anos nos cursos de Contabilidade, Administração, Gestão 
Comercial e Direito. Orientadora de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), 
trabalhos acadêmicos na graduação, como Artigos Científicos, Monografias. Na pós-
graduação orienta artigos científicos. Tem experiência na área de Assessoria, 
Consultoria e Administrativa, com ênfase em Ciências Contábeis. E-mail: 
mangucci.toledo@gmail. 
 
Soraya Pedroso Coqueiro possui graduação em CIÊNCIAS CONTÁBEIS pela 
PUC-GO, Pós-Graduada em Auditoria e Gestão Governamental, Mestra pela PUC-
GO em Desenvolvimento e Planejamento Territorial, Professora na Graduação. 
Leciona a mais de nove anos nos cursos de Contabilidade, Administração e Gestão 
Comercial. Orientadora de TCC, trabalhos acadêmicos na graduação, como 
artigos científicos, monografias. Atua na área de Contabilidade Pública Municipal. 
E-mail: sorayapedrosoc@gmail.com. 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
 
M277c Manguci, Doraci Batista de Toledo 
 Contabilidade geral I / Doraci Batista de Toledo 
Manguci; Soraya Pedroso Coqueiro – Goiânia: NUTEC, 
2017. 
 66 p. : il. - (Educação a distância Araguaia). 
 
 Possui bibliografia. 
 
 1. Contabilidade. 2. Educação a distância – 
Contabilidade. 3. Educação superior. I. Faculdade Araguaia. 
II. Título. 
ISBN: 978-85-98300-25-2 
 CDU: 
657(07) 
 
 
 
mailto:mangucci.toledo@gmail
 
4 
 
 
FACULDADE ARAGUAIA – FARA 
1º Edição – 2016 
 
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer 
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais. 
 
DIRETORIA GERAL 
Professor Mestre Arnaldo Cardoso Freire 
DIRETORIA FINANCEIRA 
Professora Adriana Cardoso Freire 
DIRETORIA ACADÊMICA 
Professora Ana Angélica Cardoso Freire 
DIRETORIA ADMINISTRATIVA 
Professor Hernalde Menezes 
DIRETORIA PEDAGÓGICA 
Professora Mestra Rita de Cássia Rodrigues Del Bianco 
VICE-DIRETORIA PEDAGÓGICA 
Professor Mestre Hamilcar Pereira e Costa 
COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Professora Especialista Terezinha de J. Araújo Castro 
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 
Professora Doutora Tatiana Carilly Oliveira Andrade 
Professora Mestra MonikeHyasmin Gomes Miranda 
Professor Especialista Guilherme Augusto Montes 
COORDENAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO EM VÍDEO E WEB 
Professora Doutora Tatiana Carilly Oliveira Andrade 
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL 
Bruno Adan Vieira Haringl 
Isabela De Souza Takahashi 
 
FACULDADE ARAGUAIA 
Unidade Centro – Polo de Apoio Presencial 
Endereço: Rua 18 nº 81 - Centro - Goiânia-GO, CEP: 74.030.040 
Fone: (62) 3224-8829 
Unidade Bueno 
Endereço: Av. T-10 nº 1.047, Setor Bueno - Goiânia-GO, CEP: 74.223.060 
Fone: (62) 3274-3161 
Site Institucional 
www.faculdadearaguaia.edu.br 
 
 
 
 
 
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Polo Goiânia: Unidade Centro 
Correio eletrônico: nutec@faculdadearaguaia.edu.br 
 
 
5 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 7 
TERMINOLOGIAS APLICADAS À CONTABILIDADE .............................................. 8 
UNIDADE I – NOÇÕES PRELIMINARES................................................................. 12 
1.1 A História da Contabilidade ......................................................................... 12 
1.2 Contabilidade: Conceito ............................................................................... 14 
1.3 Objetivos da Contabilidade ........................................................................... 15 
1.4 Objeto da Contabilidade ............................................................................... 16 
1.5 Usuários da Informação Contábil ................................................................ 17 
1.6 Principais informações contábeis de acordo com as necessidades dos 
usuários ......................................................................................................... 17 
ATIVIDADES ........................................................................................................ 20 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 21 
 
UNIDADE II – PATRIMÔNIO ................................................................................... 22 
2.1 Conceito de Patrimônio ................................................................................ 22 
2.2 Aspectos Qualitativos e Quantitativos do Patrimônio ............................... 22 
2.3 Representação Gráfica do Patrimônio ........................................................ 25 
2.4 Configurações do Estado Patrimonial ........................................................ 26 
2.5 Procedimentos Contábeis Básicos ............................................................. 27 
2.5.1 Contas ................................................................................................. 36 
2.5.2 Débito e Crédito ................................................................................... 37 
2.5.3 Contas do Ativo ................................................................................... 37 
2.5.4 Contas do Passivo e Patrimônio Líquido ............................................. 37 
2.5.5 Método das Partidas dobradas ............................................................ 38 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 40 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 41 
 
UNIDADE III – AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................. 42 
3.1 Despesa, Receita e Resultado ..................................................................... 42 
3.2 Período Contábil ........................................................................................... 42 
3.3 Apuração do Resultado do Exercício .......................................................... 43 
3.4 Regime de competência ............................................................................... 43 
3.5 Registros Contábeis .................................................................................... 44 
3.5.1 Elaboração do balanço patrimonial por meio do inventário geral ...... 44 
3.5.2 Registros contábeis por meio de balanços sucessivos ..................... 44 
3.5.3 Registros contábeis por meio de partidas dobradas .......................... 44 
3.5.4 Estruturação das demonstrações contábeis a partir do registro ........ 45 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 50 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 51 
 
UNIDADE IV – DEMONSTRAÇOES CONTABEIS .................................................. 52 
4.1 Balanço Patrimonial (BP) ............................................................................. 52 
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ...................................... 54 
4.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ................. 55 
4.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ..................56 
4.5 Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) ..................................................... 57 
 
6 
 
4.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas e Parecer 
de Auditoria ......................................................................................................... 60 
4.7 Operações Com Mercadorias ....................................................................... 61 
4.7.1 Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) ....................................... 61 
4.7.2 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ........................................ 62 
4.7.3 Métodos de avaliação de estoques ................................................. 63 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 70 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 71 
 
 
 
7 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A disciplina Contabilidade Geral I foi desenvolvida para iniciar seus 
conhecimentos na ciência contábil. Estruturada de maneira objetiva, permitirá 
conhecer o início da ciência contábil e, ainda, aprofundar seus conhecimentos sobre 
o objeto da contabilidade, que é o patrimônio. Ao fazer a disciplina, descobrirá as 
formas utilizadas pela contabilidade para o controle patrimonial e o desenvolvimento 
da entidade. 
A disciplina aborda o conteúdo de forma teórica e prática, com aplicação de 
exercícios que simulam a realidade de uma empresa, colocando o aluno num contato 
próximo com a realidade empresarial e contábil. 
Na primeira Unidade, você conhecerá os conceitos básicos que servirão de 
suporte para a disciplina; na Unidade II, adquirirá conhecimento sobre o patrimônio e 
as formas de registro e controle; em seguida, na Unidade III, aprenderá sobre as 
variações patrimoniais e como se chegar ao resultado econômico; finalizaremos com 
a Unidade IV, quando confeccionaremos as Demonstrações Contábeis e 
trabalharemos as operações com mercadorias. Todo esse conhecimento será um 
subsídio para se tornar um grande gestor. Então, vamos lá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
TERMINOLOGIAS APLICADAS À CONTABILIDADE 
 
Na área da Contabilidade, é fundamental para o estudante o uso dos termos 
técnicos para aplicação de maneira correta. Porém, o uso impróprio poderá trazer 
compreensão equivocada para o entendimento técnico científico. Dessa forma, 
seguem algumas terminologias que utilizaremos durante a disciplina. 
 
ATIVO – é um conjunto de Bens e Direito de uma empresa. 
 
ATIVO CIRCULANTE – é um grupo de contas na contabilidade que registra todas as 
disponibilidades, a curto prazo, isto é, prazo de 12 meses após o balanço. Tais como 
conta caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras. 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE – grupo que inclui todos os bens duradouros (automóvel 
ou máquina de lavar roupa), que destinam o funcionamento da sociedade de maneira 
satisfatória. 
 
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO – é qualquer conjunto de bens e direitos que 
irão realizar-se após o término do exercício subsequente. 
 
AÇÕES EM TESOURARIA – são ações da empresa pela própria empresa e mantidas 
em tesouraria no limite do saldo dos lucros e reservas com a finalidade de vendas 
futuras. 
 
BALANÇO PATRIMÔNIAL – demonstração contábil e/ou financeira que apresenta o 
estado patrimonial em data específica, com a representação dos bens, dos direitos e 
das obrigações. 
 
BENS – conforme CPC 00, representam benefícios econômicos futuros e que podem 
ser quantificados monetariamente. 
 
CONCILIAÇÃO – é o estudo dos saldos das contas contábeis, em conjunto com sua 
movimentação, visando ao ajuste de seus saldos com a realidade de forma que a 
 
9 
 
contabilidade seja confiável. 
 
CAPITAL SOCIAL – corresponde à parte do patrimônio líquido que os sócios 
subscrevem na empresa, conforme o contrato social. 
 
CONTABILIDADE – é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, 
controle e registro relativas à administração econômica (conceito formado no I 
Congresso Brasileiro de Contabilistas, em 1924, na Cidade do Rio de Janeiro). 
 
CONTAS REDUTORAS (Retificadoras) – são contas que têm o funcionamento 
contrário ao grupo que elas pertencem e que servem para ajustar o valor da conta à 
qual ela retifica ao valor real. 
 
CUSTO – é o conjunto de todos os gastos envolvidos para o desenvolvimento de 
certos produtos. 
 
DESPESAS – conforme CPC 00, são decréscimos nos benefícios econômicos, 
durante um período, sob a forma de saída de recursos, redução de ativos sem o 
concomitante no passivo ou surgimento de passivo sem o concomitante no ativo. 
 
DESEMBOLSO – prestação resultante da compra de um bem ou serviço. 
 
DIREITOS – são haveres da empresa em mão de terceiros (aquilo que temos a 
receber). 
 
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL – são atos administrativos e fatos contábeis praticados 
na empresa. Os atos administrativos não ocasionam variações no patrimônio, como, 
por exemplo, a assinatura de um contrato. Porém, os fatos contábeis provocam 
alterações nos valores patrimoniais. 
 
ESTOQUES – conjunto de mercadorias, produtos finais ou em elaboração que ficam 
à disposição da empresa. 
 
 
10 
 
GASTO – na área da indústria, gastos são os bens e serviços adquiridos, a sua 
efetivação considera-se no momento do lançamento contábil, seja no reconhecido da 
dívida assumida ou no pagamento com redução (ativo), o acontecimento de fato 
ocorre na transmissão do bem ou serviço da propriedade da entidade, ou seja, 
momento da entrega ou promessa de entrega de ativos. 
 
INVESTIMENTOS – para a indústria, o gasto aplicado referente à vida útil ou 
atribuição de benefícios futuros, para aquisição de bens e serviços, denominados de 
gastos, estes serão armazenados na entidade no ativo para, posteriormente, mediante 
fatos contábeis, tais como baixa ou amortização de venda, ou mesmo para gastos ou 
mesmo para dissipação ou depreciação. 
 
IMOBILIZADO – conjunto de bens destinados à manutenção das atividades fins da 
empresa. 
 
INTANGÍVEL – conjunto de bens incorpóreos que compõem o patrimônio da empresa. 
 
OBRIGAÇÕES – são recursos de terceiros em poder da empresa. 
 
PASSIVO – representa a parte negativa do patrimônio, onde são registradas as 
origens de recursos de terceiros (passivo exigível) e de recursos próprios (patrimônio 
líquido). 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PASSIVO NÃO EXIGÍVEL) – no início da empresa, 
representa o capital dos sócios, à medida do desenvolvimento da empresa representa 
as reservas e os lucros ou prejuízos acumulados. 
 
PERDA – prejuízo com o desperdício do bem ou do serviço, por exemplo, perdas de 
estoques. 
 
RESERVA DE CAPITAL – são valores acumulados recebidos de proprietários ou 
terceiros (exceto correção monetária). 
 
 
11 
 
RESERVAS DE LUCROS – têm origem no lucro da empresa constituídos em forma 
de reservas para uso futuro. 
 
TRIBUTOS – é toda prestação paga em dinheiro, obrigatória, que não seja multa, 
descrita em lei, cobrada pelo ente público. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
UNIDADE I – NOÇÕES PRELIMINARES 
 
Estudaremos, nesta unidade, a História da Contabilidade e sua evolução. 
Abordaremos também noções sobre o método das Partidas Dobradas utilizado para 
os registros contábeis mencionado pelo frei franciscano Luca Pacioli. Traremos, ainda, 
o conceito de Contabilidade e Patrimônio. Demonstraremos, também, o Patrimônio e 
seu campo de aplicação nas entidades econômicas. Evidenciaremos a contabilidade 
como ciência social. 
 
1.1 A História da Contabilidade 
 
A história da contabilidade se confunde com a história da civilização. Desde 
as primeiras manifestações humanas houve a necessidade de proteção à sua 
propriedade. Quando o homem começou a controlar a produção agrícola e animal e 
passou a existir excedente na sua provisão de subsistência, inicioua preocupação 
para o controle do seu patrimônio e à proporção que este aumentava houve a 
necessidade de registros. O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram 
a consequência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, que 
no século X experimentou grande crescimento, transformando e fortalecendo a 
sociedade burguesa. 
O método das Partidas Dobradas utilizado para os registros contábeis até os 
dias de hoje teve sua origem na Itália e ficou conhecido com a obra Summa de 
Arithmetica, Geometria proportioni et propornaliti, do Frei Luca Pacioli, em 1494. 
Luca Pacioli era um mestre do Renascimento. Apesar de ser considerado o 
pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas, mas sim seu grande 
divulgador (SÁ, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Figura 01 – Luca Pacioli, um mestre do Renascimento 
 
Fonte: SÁ, Antonio Lopes. Luca Pacioli um mestre do renascimento. Brasília: 
Fundação Brasileira de Contabilidade, 20041. 
 
O frei franciscano Luca Pacioli é considerado o primeiro codificador da 
Contabilidade, em seu livro de 1494, já mencionado, que tratava, especialmente, de 
matemática, mais tarde foi incluída no livro uma seção sobre o sistema de escrituração 
das partidas dobradas (QUINTANA, 2014). 
O estudo da Contabilidade pauta-se em entender como controlar o patrimônio 
das empresas, isto quer dizer registrar os fatos ocorridos diariamente, como, por 
exemplo, em uma empresa comercial na aquisição de compras de mercadoria, 
vendas, entradas e saídas no caixa da entidade, interpretação dos gastos nela 
ocorridos, movimentação financeira. Sendo assim, essas informações, tanto a 
conciliação como os registros contábeis, têm como base o fornecimento de 
informações que alteram o resultado econômico da empresa. 
 
1Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Livro_lucapacioli.pdf>. 
Acesso em: 09 fev. 2015. 
 
14 
 
A Contabilidade é uma ciência social, embora muitos achem que é exata, em 
razão de os números serem instrumentos usados para estudo das ações humanas 
sobre o componente. Os números são dados que geram informações de natureza 
econômica, financeira e física do patrimônio, usados em forma de registro, 
demonstrações, auxiliando em análises, diagnósticos expressos por meio de 
pareceres, tabelas, planilhas e outros meios. 
 
1.2 Contabilidade: conceito 
 
“A Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos 
ocorridos nas empresas e no patrimônio, mediante o registro com a finalidade de 
oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado 
econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial” (FRANCO, 1997). 
 Existem inúmeras abordagens de vários autores acerca do conceito de 
contabilidade, mas todos tendem a evidenciar a coleta e o registro de informações 
com a finalidade do controle patrimonial, dessa forma, podemos afirmar que o objeto 
da contabilidade é o patrimônio, então: 
 
É o patrimônio e seu campo de aplicação o das entidades econômico- 
administrativas, assim chamadas aquelas que para atingirem seu 
objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e 
necessitam de um órgão administrativo que pratica os atos de 
natureza econômica e financeira necessária a seus fins (FRANCO, 
1997, p. 19). 
 
 
A Resolução 774 do Conselho Federal de Contabilidade estabelece que, 
 
na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma Entidade, definido 
como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros, 
pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre 
nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer 
natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir 
lucro (BRASIL, 1994). 
 
Como a Ciência Contábil surgiu juntamente com as civilizações e tendo por 
objeto o patrimônio, podemos definir como seu objetivo básico o fornecimento de 
informações econômicas para os vários usuários, de forma que propiciem decisões 
racionais (IUDÍCIBUS, 1995), podendo ser aplicada a todas as entidades econômico-
administrativas com fins lucrativos ou não. 
 
15 
 
Alexandre Costa Quintana, em sua obra Contabilidade Básica, traz o conceito 
de Contabilidade como o “instrumento para geração de informações sobre as 
situações econômicas-financeiras das entidades” (QUINTANA, 2014, p. 01). 
É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, 
mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a 
interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – 
necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas 
variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. 
(FRANCO, 1996, p. 21 apud QUINTANA, 2014). 
O método de partidas dobradas escrito primeiro por Pacioli era usado para 
verificar se o “crédito foi superado por seu débito”, embora não houvesse 
conhecimento sobre números negativos. 
Segundo Sergio de Iudícibus, em sua obra Introdução à teoria da contabilidade, 
relata-se que o frade franciscano Luca Pacioli era um matemático. 
 
Nota-se que Luca Pacioli, um frade franciscano, era um matemático e 
que o mecanismo das partidas dobradas é, basicamente, um 
mecanismo algébrico com premissas iniciais convencionais (o fato de 
o lado esquerdo do balanço ser, por convenção, o lado do ativo força 
a que, como consequência, o lado esquerdo de uma conta de ativo 
deva ser debitado pela criação de ativos ou por seus incrementos) 
(IUDÍCIBUS, 1995, p. 12). 
 
Na visão de Alexandre Costa Quintana (2014), “a contabilidade, desde seu 
surgimento, é tratada como uma ciência, arte ou técnica, dependendo do autor e das 
correntes do conhecimento que este segue”. Ainda conforme o autor, a contabilidade 
pode ser definida como a ciência que registra as transações ocorridas em uma 
entidade, com a finalidade de resumir esses fatos em demonstrativos, que possam 
expressar situação patrimonial e resultado da entidade, como o objetivo principal de 
gerar informações que contribuam para a tomada de decisões (QUINTANA, 2014). 
 
1.3 Objetivos da Contabilidade 
 
A contabilidade tem como objetivo referir as informações econômicas, 
financeiras com reflexo social, isto quer dizer aos usuários, tanto internos quanto 
externos, da empresa de forma estruturada. Estudar o patrimônio e suas mutações, 
para melhor entender os seus elementos essenciais para a tomada de decisões pelos 
 
16 
 
seus gestores. Para atingir seu objetivo, a contabilidade, de acordo com Franco 
(1996), citado por Quintana (2014), utiliza-se de: 
a) escrituração contábil – registro dos fatos que ocorrem no patrimônio; 
b) demonstrações contábeis – Balanço Patrimonial, Demonstração do 
Resultado do exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, 
Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos 
Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado; 
c) auditoria contábil – exame de documentos, livros e registros, obedecendo 
a normas específicas de procedimentos; 
d) análise de demonstrações contábeis – permite decompor, comparar e 
interpretar as demonstrações, oferecendo dados analíticos e interpretações 
sobre os componentes do patrimônio e sobre os resultados da atividade 
econômica desenvolvida pela entidade (QUINTANA, 2014, p. 03). 
 
1.4 Objeto da Contabilidade 
 
Alexandre Costa Quintana (2014, p. 10) menciona que “o objeto da 
Contabilidade é o patrimônio, que corresponde a um conjunto de bens, direito e 
obrigações vinculados à entidade econômica-administrativa”. Ressalta, ainda, que os 
bens, os direitos e as obrigações precisam ser analisados em moeda corrente 
nacional. 
Podemos mencionar que tudo aquilo que seja apropriado para suprir as 
necessidades das pessoas e tenha condiçõesde ser avaliado, economicamente, 
poderá ser considerado bens. 
Para Quintana (2014), os bens podem ser de dois tipos. Então, vejamos: 
 
a) Materiais, tangíveis ou corpóreos: são os objetos que a empresa 
tem para uso, troca ou consumo. Exemplos: equipamentos de 
informática, máquinas, dinheiro, mercadorias, material de 
expediente, entre outros. 
b) Imateriais, intangíveis ou incorpóreos: não possuem existência 
física, correspondem a determinados gastos que, por sua 
natureza, a legislação brasileira determina que façam parte do 
patrimônio. Exemplos: direito de uso de marcas, patentes de 
invenções, fundo de comércio, entre outros (RIBEIRO, 2010 apud 
QUINTANA, 2014, p. 10). 
 
Podemos entender por direitos tudo aquilo que temos a receber de terceiros, 
 
17 
 
isto quer dizer valores a receber de aquisição a prazo efetivada pelas empresas, 
podemos destacar títulos, duplicatas, empréstimos concedidos. Logo, podemos 
entender por obrigações dívidas ou compromisso assumidos perante terceiros, ou 
bens de terceiros que se encontram em nossa posse, como, por exemplo, duplicatas, 
salários e notas promissórias a pagar, entre outros (QUINTANA, 2014, p. 10). 
 
1.5 Usuários da Informação Contábil 
 
Essas informações que servirão de base para as tomadas de decisões são de 
interesse para as pessoas físicas ou jurídicas que direta ou indiretamente se 
preocupem com o desempenho da entidade e se dividem em usuários internos, como 
os administradores, que usam as informações para tomar decisões vitais para o 
sucesso do negócio; os proprietários, quando querem saber a rentabilidade da 
empresa, e os funcionários, para saber se a empresa tem condições de pagar seus 
salários. Temos, ainda, os usuários externos, como os fornecedores que se 
preocupam em saber da situação financeira da empresa e o consequente risco de se 
vender a prazo; os bancos, com o interesse de saber se a empresa consegue cumprir 
com seus compromissos de financiamentos, e o governo na preocupação de obter 
dados a fim de melhorar a sua arrecadação fiscal. 
 
1.6 Principais Informações Contábeis de Acordo com as Necessidades dos 
Usuários 
 
Os interessados nas informações contábeis são aqueles que as usam de 
maneira direita ou indireta, esses interessados são os investidores, empregados, 
credores por empréstimos, fornecedores, clientes, governo e público. 
Os investidores são pessoas interessadas e que se preocupam com o risco 
referente ao investimento e o retorno que ele produz, eles são as pessoas que 
investem na empresa. Os empregados são presentes diante das informações, tanto 
pela estabilidade do emprego quanto a lucratividade para que eles possam manter a 
remuneração, o emprego e futuros benefícios de aposentadoria. Os credores por 
empréstimo possuem interesse que a empresa consiga honrar seus empréstimos e 
juros em tempo hábil. Os fornecedores são interessados em saber se a empresa tem 
 
18 
 
condições financeiras de pagar o valor no tempo do vencimento. Os clientes são 
interessados na continuidade a longo prazo da empresa ou dependem dela como 
fornecedor. O Governo tem interesse na permanência da atividade empresarial que 
envolva destinação de recursos e regular sua atividade, ainda estabelecer políticas 
fiscais. O público possui interesse em relação às informações, tendo em vista que as 
atuações da empresa possam afetar o ambiente das pessoas (QUINTANA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
RESUMO DA UNIDADE 
 
A história da contabilidade demonstra desde os primórdios da civilização 
proteção aos seus pertences, isto quer dizer propriedade, como os produtos agrícola, 
animais, e provisionar para controlar as despesas para a sua própria sobrevivência e 
de seus familiares. Assim, podemos destacar o controle de patrimônio e a 
necessidade de registros. 
Podemos compreender a contabilidade como ciência que estuda o controle e 
registro dos acontecimentos, sendo realizado por meio dos registros contábeis dos 
atos e fatos nas demonstrações dos resultados obtidos. 
O objetivo da contabilidade é fornecer informações contábeis qualitativas aos 
gestores para tomada de decisão. Sendo o objeto da contabilidade o patrimônio das 
empresas, tanto as econômicas quanto as administrativas. Precisamos evidenciar que 
o patrimônio é o conjunto de Bens, Direito e Obrigações da empresa. 
As informações da contabilidade devem ser eficientes e eficazes e seus 
usuários são os internos e externos. Os internos são os empresários, sócios e 
acionistas, já os externos são as instituições financeiras e fornecedores, o Governo 
em sua atividade de fiscalizar, auditores externos. 
 Podemos destacar os internos como todos os indivíduos que fazem parte da 
entidade, sendo os externos aqueles que tenham interesses direitos e indiretos em 
relação à empresa. 
A qualidade básica das informações contábeis de acordo com as 
necessidades dos usuários pode ser destacada como o usuário ter conhecimento 
razoável dos negócios, ou seja, da atividade da empresa, com uma contabilidade que 
possa atender os públicos com capacidade de interpretar os valores registrados. Nas 
principais informações contábeis de acordo com as necessidades dos usuários 
das demonstrações contábeis estão inseridos os investidores, empregados, credores, 
fornecedores, governos e o público. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
ATIVIDADES 
 
Você deve elaborar um resumo explicativo sobre o texto. Seu resumo deve 
conter entre 20 e 25 linhas explicando sobre os principais conceitos apresentados no 
texto lido. Seu texto precisa ser escrito com os conceitos (ideias) do texto, mas com 
suas palavras. Cópias da internet serão zeradas. O texto deve ser todo feito em forma 
de paráfrase dos conteúdos estudados até agora. Você precisa ler, compreender e 
explicar o que está no texto. Você deve construir o texto em um documento do Word 
com letra Times New Roman tamanho 12, espaçamento entrelinhas 1,5, texto 
justificado (formatação ABNT) e postar na plataforma para a correção pelo tutor. 
 
 
 
21 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 774. CFC. 
Brasília, DF, 1994. 
 
FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1997. 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 
 
QUINTANA, Alexandre Costa. Contabilidade básica. São Paulo: Atlas, 2014. 
 
SÁ, Antonio Lopes. Luca Pacioli um mestre do renascimento. Brasília: Fundação 
Brasileira de contabilidade, 2004. Disponível em: 
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Livro_lucapacioli.pdf>. 
Acesso em: 09 fev. 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
UNIDADE II – PATRIMÔNIO 
 
Apresentaremos, nesta unidade, o Estudo do Patrimônio e os Procedimentos 
Contábeis Básicos. 
 
2.1 Conceito de Patrimônio 
 
O patrimônio, conforme Alexandre Costa Quintana (2014), é o “conjunto de 
bens, direitos e obrigações vinculados à entidade econômico-administrativa”. 
Desse modo, podemos entender que o patrimônio é a grandeza de uma 
empresa, sendo a contabilidade a ciência que estuda e controla o patrimônio para 
demostrar os resultados da riqueza patrimonial. 
Conforme Coelho (2012, p. 95), 
 
O patrimônio de uma empresa ou pessoa comum é a soma de suas 
riquezas, de suas conquistas materiais, tangíveis ou intangíveis, 
fungíveis e que tenham a possibilidade de demonstrar posse 
financeira, status e solidez. 
 
2.2 Aspectos Qualitativos e Quantitativos do Patrimônio 
 
Os aspectos qualitativos são aqueles mencionados na natureza do patrimônio 
como uma representação dos bens, do direito e das obrigações da empresa. Desse 
modo, podemos entender por bens: dinheiro, veículo, máquina. Devem também 
perceber por direito: as duplicatas a receber e as promissórias a receber. Em seguida, 
podemos compreender obrigações: duplicatasa pagar e impostos a pagar. 
Para entender os aspectos quantitativos do patrimônio, precisamos 
compreender a sua dimensão diante da empresa. Assim, os aspectos quantitativos 
são aqueles que representam os valores inseridos nos bens, nos direitos e nas 
obrigações, de tal modo que nos levam a conhecer o tamanho do patrimônio da 
empresa. 
 O objeto da contabilidade é o patrimônio que corresponde a um conjunto de 
bens, direitos e obrigações. 
 
23 
 
 
Tipos de bens: 
Disponibilidades caixa, banco conta movimento, aplicações 
de liquidez imediata 
Bens de venda estoques de mercadorias 
Bens tangíveis imóveis, veículos, móveis e utensílios 
Bens de renda imóveis (alugados a terceiros), obras de arte 
Bens intangíveis patentes, marcas, fundo de comércio. 
 
Exemplos de contas representativas de Direitos: 
 duplicatas a receber; 
 notas promissórias a receber; 
 contas a receber; 
 impostos a recuperar etc. 
 
 
 
BENS
São itens tangíveis e intangíveis quantificáveis em dinheiro e que
integrarão o patrimônio da entidade para a utilização imediata
(MONTOTO, 2012, p . 52).
DIREITOS
São a parte da riqueza da entidade que a ela pertence, mas que está em 
poder de terceiros (MONTOTO, 2012, p. 53). 
OBRIGAÇÕES
São direitos de terceiros em poder da entidade 
(MONTOTO, 2012, p. 54). 
 
24 
 
Exemplos de contas representativas de Obrigações: 
 duplicatas a pagar; 
 notas promissórias a pagar; 
 contas a pagar; 
 salários a pagar; 
 impostos a recolher etc. 
 
Exemplos de contas representativas do Patrimônio Líquido: 
 capital social; 
 reservas; 
 capital a integralizar etc. 
Chamamos de Ativo o conjunto de bens e direitos. 
 
 
 
Chamamos de Passivo o conjunto de obrigações + o Patrimônio Líquido. 
 
 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
É o resultado matemático do somatório dos bens e direitos, subtraídas 
as obrigações que recaem sobre esse patrimônio 
(MONTOTO, 2012, p. 54). 
BENS 
DIREITOS 
ATIVO 
OBRIGAÇÕES 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
PASSIVO 
 
25 
 
Conforme o CPC 00 Estrutura Conceitual: 
 
(a) ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios 
econômicos para a entidade; 
(b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de 
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de 
recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos; 
(c) patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade 
depois de deduzidos todos os seus passivos (CPC, 2011). 
 
2.3 Representação Gráfica do Patrimônio 
 
A seguir, consta a representação gráfica do Balanço Patrimonial. 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Caixa Fornecedores 
Banco conta movimento Contas a pagar 
Estoques 
Contas a receber 
Ativo não Circulante Passivo não Circulante 
Veículos Contas a pagar longo prazo 
 PL 
 Capital social 
Total ativo Total passivo 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
 
26 
 
Conforme o Método das Partidas Dobradas, há sempre uma contrapartida para 
cada operação. Convencionou-se que as contas do Ativo seriam de natureza 
devedora (aumentam pelo débito) e as do Passivo de natureza credora (aumentam 
pelo crédito). 
Exemplo: 
Constituição de uma empresa – subscrição de capital inicial no valor de R$ 
50.000,00, integralizados em dinheiro no caixa. 
Onde: debita-se a conta caixa pelo valor de $ 50.000,00 e em contrapartida credita-se 
a conta capital social pelo mesmo valor. 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Caixa R$ 50.000,00 
 PL 
 Capital social R$ 50.000,00 
Total ativo R$ 50.000,00 Total passivo R$ 50.000,00 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
 
2.4 Configurações do Estado Patrimonial 
 
Estados Patrimoniais 
 
Podemos ter três casos de estados patrimoniais, situações diferentes entre as 
posições do ativo, passivo e patrimônio líquido. Conforme abaixo: 
1º Caso – quando o ATIVO for maior que o PASSIVO e a Situação Líquida for maior 
que zero. 
 
 
 
27 
 
Nesse caso, teremos: 
Situação Líquida Positiva 
Situação Líquida Ativa 
Situação Líquida Superavitária 
 
2º Caso – quando o ATIVO for igual ao PASSIVO, ou seja, a Situação Líquida for igual 
a zero. 
Então, teremos: 
Situação Líquida Nula 
 
3º Caso – quando o ATIVO for menor que o PASSIVO, ou seja, a Situação Líquida 
menor que zero. 
Nesse caso, teremos: 
Situação Líquida Negativa 
Situação Líquida Passiva 
Situação Líquida Deficitária 
Passivo a Descoberto 
 
2.5 Classificação Contábil – Procedimentos Contábeis Básicos 
 
Conforme as normas contábeis, toda empresa necessita de manter suas 
escriturações em conformidade com a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) e o 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e demais legislações vigentes. Porém, 
as operações, como compras, vendas, despesas, receita, entre outras, são 
registradas na contabilidade conforme a natureza das contas. 
Para registrar, temos como base a análise das documentações fidedignas, isto 
é, sem rasuras, podemos citar como exemplo dessa documentação notas fiscais, 
recibos etc. É interessante explicitar que a data da emissão do documento é a que 
determina o registro contábil. Podemos ressaltar que as notas fiscais de entrada de 
mercadorias são contabilizadas por entrada definitiva na empresa. 
Podemos demonstrar a contabilização com o lançamento por data do registro 
contábil, ou seja, data do fato, com um registro a débito e um outro a crédito ou um 
registro a débito e vários a crédito; e ainda vários registros a débito e um a crédito; 
 
28 
 
assim como poderá ter também vários registros a débito e vários a crédito. 
Na contabilidade, é necessário classificar as contas, isto é, uma conta 
representa debitar em contrapartida a outra que representa creditar, conforme cada 
movimentação concretizada, assim nascem os registros contábeis, inseridos nos 
livros Diário, Razão, entre outros, dando origem aos Balanços Patrimoniais e 
balancetes contábeis. 
Para a classificação de qualquer movimentação contábil, primeiramente, 
necessitamos observar as modificações que elas irão impactar em seu patrimônio. 
Podemos salientar que existem contas tanto do ativo (parte positiva) quanto do 
passivo (parte negativa), também do Patrimônio Líquido. 
Para definir o débito ou crédito das contas, necessitamos saber qual a sua 
origem, ou seja, um direito – conta do ativo ou uma obrigação –, conta do passivo, ou 
até mesmo um componente do patrimônio líquido. 
Observações: no ativo, as contas possuem saldo devedor; no passivo, o saldo 
credor. 
Sendo o Patrimônio Líquido positivo terá o saldo credor, portanto, sempre será 
aumentado pelo crédito. Desse modo, o Patrimônio Líquido negativo será sempre 
debitado, ou seja, terá saldo devedor. 
As contas do ativo que representam bens ou direitos serão sempre debitadas 
pelo aumento. Mas as contas que representam as obrigações são contas do passivo 
e são sempre creditadas. Podemos destacar, ainda, conforme já citado, que as contas 
do Patrimônio Líquido (PL) como as despesas são debitadas e as receitas creditadas. 
 
Quadro 01 – Representação das contas credoras e devedoras 
CONTA (ATIVO) 
CONTA (PASSIVO) 
Representa um bem 
CAIXA – DÉBITO (D) 
FORNECEDORES – CRÉDITO (C) 
Representa uma obrigação 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Escrituração 
 
Escrituração é uma das técnicas contábeis que consiste em registrar os 
acontecimentos que possam alterar o patrimônio da entidade, que também chamamos 
de fatos contábeis. O Código Civil Brasileiro (2002), em seus artigos 1.179 e 1.180, 
obriga a utilização dos livros contábeis. 
 
Livros Diário e Razão 
 
Na contabilidade, o Livro Diário é considerado o principal, isto é, o livro básicoonde são registrados todos os acontecimentos contábeis na empresa, dia a dia, assim 
podemos afirmar que nestes livros há os registros contábeis, ou seja, todas as 
informações completas servindo de provas tanto para a auditoria quanto para a perícia 
contábil. Todavia, na contabilidade, o próprio nome Livro Razão deixa claro que este 
livro registra todos os motivos, ou seja, as razões, cada conta é específica e 
individualizada, lançando todos os débitos e créditos de cada período correspondente, 
chamadas conta “T”, sendo do lado esquerdo os débitos e, no lado direito, lançados 
os créditos, assim permite apurar seus saldos para o balanço. 
 
Figura 2 – Livro razão 
 
Fonte: Quintana (2014), adaptado pelas autoras. 
São livros obrigatórios para todo o tipo de empresa, exceto o 
microempreendedor individual – MEI. 
São itens essenciais aos lançamentos2 no livro Diário: data, conta a ser 
debitada e creditada, histórico e valor. 
 
2Lançamento de um fato contábil. 
Caixa Nome da Conta
Registro de débitos Registro de Créditos
 
30 
 
Exemplo de escrituração – 1º fato: 
Livro Diário: 
Constituição de uma empresa – subscrição de capital inicial no valor de R$ 50.000,00, 
integralizados em dinheiro no caixa. 
 
Exemplo de escrituração – 1º fato 
Livro Razão: 
Constituição de uma empresa – subscrição de capital inicial no valor de R$ 50.000,00, 
integralizados em dinheiro no caixa. 
Caixa 
D 50.000,00 
 
Capital Social 
 50.000,00 C 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
Legenda: 
D – Débito 
C – Crédito 
 
Exemplo de escrituração – 2º fato: 
Livro Diário: 
Aquisição de veículo no valor de R$ 25.000,00 a prazo. 
Goiânia, 15 de fevereiro de X1 Débito Crédito 
Caixa R$ 50.000,00 
a Capital social R$ 50.000,00 
Pela integralização do capital social, 
conforme Contrato Social 
 
31 
 
 
Exemplo de escrituração – 2º fato: 
Livro Razão: 
Aquisição de veículo no valor de R$ 25.000,00 a prazo. 
Veículos 
D 25.000,00 
 
Financiamentos a pagar 
 25.000,00C 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
Legenda: 
D – Débito 
C – Crédito 
 
Perceba que os mesmos valores foram escriturados tanto no livro Diário quanto 
no livro Razão, a diferença é que no livro Razão os lançamentos são feitos em locais 
separados que chamamos de razonetes, ou seja, a escrituração é individual por conta 
e no livro Diário os lançamentos são feitos por dia com todas as contas envolvidas. 
Após a escrituração, o contador irá proceder à emissão do Balancete de 
Verificação mensal. 
 
Goiânia, 15 de fevereiro de X1 Débito Crédito 
Veículo R$ 25.000,00 
a Financiamentos a pagar R$ 25.000,00 
Pela aquisição de veículo, 
conforme nota fiscal n. xxx 
 
32 
 
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO – trata-se de uma Demonstração Contábil ou 
Financeira que elenca a relação das contas com seus respectivos saldos, pode conter 
até oito colunas de valores de acordo com a necessidade do contador. 
Balancete de Verificação 
Contas Movimento Saldo 
 Débito Crédito Devedor Credor 
Caixa 50.000,00 50.000,00 
Veículos 25.000,00 25.000,00 
Financiamentos a 
pagar 
 25.000,00 25.000,00 
Capital social 50.000,00 50.000,00 
TOTAL 75.000,00 75.000,00 75.000,00 75.000,00 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
O artigo n. 1.179 do novo Código Civil Brasileiro torna obrigatória a 
apresentação do Resultado Econômico e do Balanço Patrimonial uma vez ao ano. 
Sua apresentação pode vir de forma sobreposta (ativo anteposto ao passivo) ou 
justaposta (ativo ao lado do passivo). 
 
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil (financeira) 
destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa 
determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade 
(RIBEIRO, 2013, p. 377). 
 
O balanço patrimonial é representado em um gráfico em forma de “T”, como 
o “T” tem dois lados, ficou convencionado que o lado esquerdo é o lado do Ativo e que 
 
33 
 
o lado direito é o lado do Passivo. Podemos perceber que o Balanço Patrimonial é 
composto de duas partes, que são o Ativo e o Passivo. Sendo o lado direito 
representando o Passivo, que é composto de obrigações e Patrimônio Líquido, revela 
a origem dos recursos, isto é, o capital que a empresa tem a sua disposição e que 
estão aplicados no patrimônio. As obrigações que denominamos como Passivo 
Exigível representam os recursos derivados de terceiros, que são os capitais de 
terceiros, já o Patrimônio Líquido representa o Passivo Não Exigível, assim 
representando a origem dos recursos derivados dos proprietários, isto é, capitais 
próprios. Então, podemos afirmar que o ativo representa a aplicação total do Capital, 
dessa maneira, deixa claro que a empresa investiu todo o capital, tanto o próprio 
quanto de terceiros. 
Do lado do ativo temos dois grupos: o circulante e o não circulante, são 
classificadas no ativo circulante as contas com disponibilidade até o final do exercício 
subsequente; no não circulante, aquelas com disponibilidade após o final do exercício 
subsequente (RIBEIRO, 2013). 
 
 BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens Obrigações (Passivo Exigível) 
Direitos Patrimônio Líquido (Passivo não Exigível) 
 
Fonte: RIBEIRO, 2013, p. 378. 
A disposição das contas do Ativo é pela ordem decrescente de liquidez ou 
disponibilidade. Já no lado do Passivo, também temos o circulante e o não circulante 
cuja diferenciação é pela exigibilidade: passivo circulante – contas exigíveis até o final 
do exercício subsequente – e não circulante – após o final do exercício subsequente. 
As contas estão dispostas em ordem decrescente de exigibilidade. 
No Patrimônio Líquido, estão classificadas as origens de recursos próprios da 
entidade, ou seja, os recursos integralizados pelos sócios no momento da 
constituição. Podemos ter, além do mais, contas retificadoras que representam a 
parcela ainda não integralizada do capital social, contas de prejuízos acumulados e 
contas de reservas de lucros. 
Segue a representação do Balanço Patrimonial de forma justaposta. 
 
34 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Caixa R$ 50.000,00 Financiamentos a pagar R$ 25.000,00 
Ativo não Circulante 
Veículos R$ 25.000,00 
 PL 
 Capital social R$ 50.000,00 
Total ativo R$ 75.000,00 Total passivo R$ 75.000,00 
Fonte: Araújo (2009), adaptado pelas autoras. 
 
Informações sobre a estrutura financeira são utilizadas para prever as futuras 
necessidades de financiamentos e como os lucros futuros e os fluxos de caixa serão 
distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade (QUINTANA, 2014, p. 11). 
 
ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Fonte: Quintana (2014) adaptado pelas autoras. 
 
Vejamos alguns exemplos apresentados por Alexandre Costa Quintana 
(2014, p.12-13) e adaptados pelas autoras. 
1) Constituição do capital da empresa que inicia suas atividades com R$ 80.000,00, 
sendo 50% em dinheiro, 20% em mercadorias para o estoque e o restante em bens 
permanentes integralizados pelos sócios. Esses bens representam máquinas a 
serem utilizadas na atividade-fim da entidade. 
 
35 
 
ATIVO PASSÍVO EXIGÍVEL PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
Caixa 40.000,00 
Estoque 16.000,00 Capital Social 80.000,00 
Máquinas 24.000,00 
TOTAL 80.000,00 TOTAL 
 
80.000,00 
 
 Fonte: Quintana (2014), adaptado pelas autoras. 
 
2) Compra à vista de mobiliários no valor de R$ 2.000,00 e equipamentos de 
informática no valor de R$ 3.500,00. 
ATIVO PASSÍVO EXIGÍVEL 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
Caixa 34.500,00 
Estoque 16.000,00 Capital Social 80.000,00 
Máquinas 24.000,00 
Moveis 2.000,00 
Equipamentos de 
Informática 3.500,00 
TOTAL 80.000,00 TOTAL 
 
80.000,00 
 
Fonte: Quintana(2014), adaptado pelas autoras. 
 
 
3) Aquisição a prazo de mercadorias para estoque no valor de R$ 5.000,00. 
ATIVO 
PASSÍVO EXIGÍVEL 
 
Caixa 34.500,00 
Estoque 21.000,00 Capital Social 5.000,00 
Máquinas 24.000,00 
Moveis 2.000,00 
 PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
Equipamentos de 
Informática 3.500,00 Capital 80.000,00 
TOTAL 85.000,00 TOTAL 
 
85.000,00 
 
 
Fonte: Quintana (2014), adaptado pelas autoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
4) Depósito para abertura de conta bancária no valor de R$ 30.000,00. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Quintana (2014), adaptado pelas autoras. 
 
5) Pagamento das obrigações com fornecedores de mercadorias, por meio de 
recursos disponíveis em nossa conta corrente. 
ATIVO 
PASSÍVO EXIGÍVEL 
 
Caixa 4.500,00 
Banco 25.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Estoque 21.000,00 Capital 80.000,00 
Máquinas 24.000,00 
Moveis 2.000,00 
Equipamentos de 
Informática 3.500,00 
TOTAL 80.000,00 TOTAL 
 
85.000,00 
 
Fonte: Quintana (2014), adaptado pelas autoras. 
 
2.5.1 Das contas e classificação 
 
O local onde registramos toda a movimentação de compra e venda da empresa, 
o que ela recebe ou paga é o elemento identificador que chamamos de CONTA. Para 
designar uma conta, depende da necessidade de registrar acontecimentos, isto é, os 
fatos contábeis. Conta “é o dado para identificar tudo o que a empresa compra, vende, 
recebe ou paga. É pelas contas que a empresa pode analisar de forma mais realista 
sua situação econômico-financeira, conhecendo os valores de cada bem, direito e 
obrigação (COELHO et al., 2008, p. 14-15 apud QUINTANA, 2014, p. 29). 
ATIVO 
PASSÍVO EXIGÍVEL 
 
Caixa 4.500,00 
Banco 30.000,00 Fornecedores 5.000,00 
Estoque 21.000,00 
Máquinas 24.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Moveis 2.000,00 Capital 80.000,00 
Equipamentos de 
Informática 3.500,00 
TOTAL 85.000,00 TOTAL 
 
85.000,00 
 
 
37 
 
As Contas são Classificadas em Contas Patrimoniais e Contas de Resultados. 
As Contas Patrimoniais representam os elementos ativos e passivos, porém as 
Contas de Resultados são as que registram as variações patrimoniais, tais como as 
despesas3 e receitas, ainda demonstram o resultado do exercício (DRE). 
 
2.5.2 Débito e crédito 
 
Os lançamentos a débito aumentam as contas do Ativo e reduzem as contas 
do Passivo. Os lançamentos a crédito aumentam as contas do Passivo e reduzem as 
contas do Ativo. 
Observação: lembramos que as contas retificadoras têm o funcionamento 
contrário ao grupo que elas pertencem. 
 
2.5.3 Contas do ativo 
 
Para entender as contas do Ativo, primeiramente, precisamos entender o que 
vem a ser Ativo na Contabilidade. Ativo engloba o conjunto de valores econômicos, 
normalmente apresentados sob forma de bens e direitos, obtidos no passado e que 
geram ou podem gerar benefícios futuros. Compreende os itens que estão aplicados 
os recursos econômicos da entidade fornecidos pelos proprietários ou por terceiros 
(ARAÚJO, 2009). 
 
2.5.4 Contas do passivo e patrimônio líquido 
 
Para entender as Contas do Passivo e Patrimônio Líquido, é necessário 
entender o que vem a ser o Passivo na Contabilidade. O Passivo é dividido em 
Passivo exigível e Patrimônio Líquido. O Passivo exigível representa as origens de 
recursos de terceiros e o Patrimônio Líquido as origens de recursos próprios. 
 
3Despesa – para a obtenção de receitas, considera-se bem ou serviço consumido direta ou 
indiretamente para aquisição de receitas, ou seja, para manter a entidade, por meio de vendas diretas 
ou indiretas dos produtos, como, por exemplo, os materiais de escritório, salários da administração, 
lanche com o administrativo. 
 
 
38 
 
2.5.5 Métodos das partidas dobradas 
 
Conforme abordado anteriormente, o Método das Partidas Dobradas 
representa que para cada débito há pelo menos um crédito de igual valor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
RESUMO DA UNIDADE 
 
O Patrimônio das entidades é um conjunto de bens, direitos e obrigações, 
constituindo a parte positiva de bens e direitos e também recebe o nome de Ativo. A 
parte negativa do patrimônio representada pelas obrigações recebe o nome de 
Passivo. Quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio, 
podemos afirmar que os aspectos qualitativos são uma representação de bens, direito 
e obrigações da empresa; já os aspectos quantitativos são aqueles que representam 
os valores inseridos nos bens, nos direitos e nas obrigações, de tal modo que nos leva 
a conhecer a dimensão da entidade. 
A representação gráfica do patrimônio, baseada no Balanço Patrimonial, é 
apresentada pelos componentes do Ativo do lado esquerdo e os componentes do 
Passivo do lado direito, ressaltamos, ainda, que, no Ativo, constam os bens e direitos; 
no Passivo, as obrigações (passivo exigível) e o Patrimônio Líquido (recursos 
próprios). As configurações do Estado Patrimonial apresentam-se de três formas: 
positiva, negativa e nula. Quando o ativo for maior que o passivo e a situação líquida 
for maior que zero, configura situação positiva; quando o passivo for igual ao ativo, a 
situação líquida é nula; e quando o ativo for menor que o passivo, a situação líquida é 
menor que zero, temos o Estado Patrimonial negativo. 
Nos procedimentos contábeis básicos, temos que classificar as contas, isto 
é, uma conta representa debitar em contrapartida a outra que representa creditar, 
conforme cada movimentação concretizada, assim nascem os registros contábeis, 
inseridos nos livros Diário, Razão, entre outros, dando origem aos Balanços e 
Patrimônios e Balancetes de Verificação. As contas do Ativo têm a natureza devedora 
e as contas do Passivo e PL a natureza credora. O Método das Partidas Dobradas 
representa o lançamento duplo, com pelo menos um lançamento a débito para cada 
lançamento a crédito de igual valor. 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
ATIVIDADES 
 
Você deve reler a Unidade II e construir um texto que contenha entre 20 e 25 
linhas falando sobre o Patrimônio, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido e o Método das 
Partidas Dobradas. Seu texto deve ser claro, coerente e estar totalmente relacionado 
ao conteúdo da disciplina. Ele precisa ser escrito com os conceitos (ideias) do texto, 
mas com suas palavras. Cópias da internet serão zeradas. O texto deve ser todo feito 
em forma de paráfrase dos conteúdos estudados até agora. Você precisa ler, 
compreender e explicar o que está no texto. Você deve construir o texto em um 
documento do Word com letra Times New Roman tamanho 12, espaçamento 
entrelinhas 1,5, texto justificado (formatação ABNT) e postar na plataforma para a 
correção pelo tutor. 
 
 
 
41 
 
REFERÊNCIAS 
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos. Introdução à contabilidade. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009. 
 
COELHO, Antonio Fernando. Contabilidade para iniciantes. 1. ed. São Paulo: 
Avercamp, 2012. 
 
CPC. PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO (R1). Brasília, 2011. 
 
 
MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012. 
 
QUINTANA, Alexandre Costa. Contabilidade básica. São Paulo: Atlas, 2014. 
 
RIBEIRO, Osmi Moura. Contabilidade intermediária. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
UNIDADE III – AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Estudaremos, nesta unidade, as Variações do Patrimônio Líquido e os 
Registros Contábeis. 
Variações Patrimoniais são aquelas que alteram quantitativamente o 
Patrimônio Líquido. Essas variações, conforme CPC 00 Estrutura Conceitual, são as 
seguintes: 
 
A receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é 
designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, 
honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis. A definição de 
despesas abrange tantoas perdas (desperdícios) quanto as despesas 
propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da 
entidade (CPC, 2011). 
 
3.1 Despesas, Receitas e Resultado 
 
Conforme CPC 00 Estrutura Conceitual, receitas são aumentos nos benefícios 
econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do 
aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do 
patrimônio líquido e não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos 
instrumentos patrimoniais. 
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de 
passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e não estejam 
relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais. 
 
3.2 Período Contábil 
Regime Contábil 
 
Conforme o CPC 00 Estrutura Conceitual, é de aplicação obrigatória para todas 
as empresas a adoção do regime de competência, “a fim de atingir seus objetivos, 
demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de 
competência” (CPC, 2011). 
 O Regime da Competência determina que os efeitos das transações e outros 
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independente do 
 
43 
 
recebimento ou pagamento. Ou seja, consideram-se incorridas as receitas e despesas 
no momento em que ocorre o fato gerador, independente do pagamento ou 
recebimento. 
 
3.3 Apuração do Resultado do Exercício 
 
 
 
 
 
3.4 Regime de Competência 
Regime Contábil 
 
 Conforme o CPC 00 Estrutura Conceitual, é de aplicação obrigatória para 
todas as empresas a adoção do regime de competência, considerando-se o 
reconhecimento das receitas e das despesas no período dos fatos contábeis. 
 
APURANDO O RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
 
 
 
APURAÇÃO DO 
RESULTADO DO 
EXERCÍCIO 
RECEITAS 
DESPESAS 
RECEITA > DESPESA 
DESPESA > RECEITA 
LUCRO 
PREJUÍZO 
 
44 
 
APURANDO O RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.5 Registros Contábeis 
3.5.1Elaboração do balanço patrimonial por meio de inventário geral 
 
No final do exercício social, com base nos dados levantados a respeito dos 
elementos patrimoniais, entre eles os estoques e o ativo imobilizado, será realizado o 
inventário geral. Assim sendo, de posse dessas informações serão elaboradas as 
Demonstrações Contábeis e entre elas o Balanço Patrimonial. 
 
3.5.2 Registros contábeis por meio de balanços sucessivos 
 
A elaboração de Balanços Sucessivos após cada evento quer dizer após cada 
transação. 
 
3.5.3 Registros contábeis por meio de partidas dobradas 
 
 Conforme abordado em unidades anteriores, o método das partidas dobradas 
afirma que para cada débito corresponde um crédito de igual valor. 
 
AUMENTAM 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
LUCROS 
DIMINUEM 
PREJUÍZOS 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
45 
 
3.5.4 Estruturação das demonstrações contábeis a partir do registro de 
operações 
 
 Os lançamentos contábeis deverão ser estruturados em conformidade com as 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC –TG) e o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC 00). 
 
Exemplo: 
 
A empresa Silva apresentou os seguintes saldos nas contas: 
Caixa R$ 10.000,00 
Bancos Conta Movimento R$ 5.000,00 
Estoques R$ 2.000,00 
Fornecedores R$ 7.000,00 
Capital social R$ 10.000,00 
 
Apresentou as seguintes contas de resultado: 
 Pagamento de despesa de aluguel R$ 3.000,00 
 Recebimento de receita de serviços R$ 7.000,00 
 Pagamento de despesa de energia R$ 800,00 
 
Pede-se: apuração do resultado do exercício e Elaboração do Balanço Patrimonial. 
 
Resolução: 
Pelo pagamento da despesa 
Debita despesa de aluguel e credita caixa 
Caixa Saldos 
10.000,00 10.000,00 D 
 3.000,00 7.000,00 D 
 
 
Despesa de Aluguel Saldos 
3.000,00 3.000,00 D 
 
 
 
 
46 
 
Pelo recebimento da receita de serviços 
Debita caixa e credita receita de serviços: 
 
Caixa Saldos 
10.000,00 10.000,00 D 
 3.000,00 7.000,00 D 
7.000,00 14.000,00 D 
 
Receita de serviços Saldos 
 7.000,00 7.000,00 C 
 
 
Pagamento de despesa de energia 
Debita despesa de energia e credita caixa 
Caixa Saldos 
10.000,00 10.000,00 D 
 3.000,00 7.000,00 D 
7.000,00 14.000,00 D 
 800,00 13.200,00 D 
 
Despesa de energia Saldos 
800,00 800,00 D 
 
 
 
Apurando o resultado do exercício 
 
Como as contas de resultado (receitas e despesas) não podem ir para o 
Balanço Patrimonial (nele se configuram apenas as contas patrimoniais), temos que 
apurar o resultado e transferir o saldo para uma conta patrimonial. 
Utilizaremos para a apuração uma conta chamada Apuração do Resultado do 
Exercício (ARE), encerraremos as contas de resultado transferindo os saldos para a 
conta ARE. Esse procedimento será possível com lançamentos inversos à natureza 
das contas de resultados e a contrapartida na conta ARE, como segue: 
 
Despesa de Aluguel Saldos 
3.000,00 3.000,00 D 
 
 3.000,00 0,00 
 
 
47 
 
Receita de serviços Saldos 
 7.000,00 7.000,00 C 
7.000,00 0,00 
 
Despesa de energia Saldos 
800,00 800,00 
 
 800,00 0,00 
 
ARE Saldos 
3.000,00 3.000,00 D 
 7.000,00 4.000,00 C 
800,00 3.200,00 C 
 
 
Após a Apuração do Resultado do Exercício, temos o saldo da conta ARE 
credora em R$ 3.200,00 – isso significa que as receitas ultrapassaram as despesas 
nesse valor. 
Agora, precisamos transferir o saldo da conta ARE para uma conta patrimonial 
para que o saldo possa ir para o Balanço Patrimonial. 
Para tanto, precisamos zerar o razonete da conta ARE, com o lançamento 
inverso à natureza de seu saldo e a contrapartida será em conta patrimonial. 
Se temos um saldo credor em R$ 3.200,00, então, faremos um débito do 
mesmo valor e um crédito na conta lucros acumulados (conta patrimonial). 
 
ARE Saldos 
3.000,00 3.000,00 D 
 7.000,00 4.000,00 C 
800,00 3.200,00 C 
 
3.200,00 0,0 
 
Lucros acumulados Saldos 
 3.200,00 3.200,00 C 
 
 
Pronto, concluímos que a Apuração do Resultado do Exercício é um lucro de 
R$ 3.200,00, valor que após reunião com os dirigentes da empresa será direcionado 
a outras propostas (por exemplo, poderá ser revertido em reservas). 
 
 
48 
 
Elaboração do balanço patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Ativo Passivo 
Caixa 13.200,00 Fornecedores 7.000,00 
BCM 5.000,00 
Estoques 2.000,00 PL 
 Capital social 10.000,00 
 Reservas de lucros 3.200,00 
 
Total do Ativo 20.200,00 Total do Passivo 20.200,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
RESUMO DA UNIDADE 
 
As variações do Patrimônio Líquido pautam-se no movimento das receitas e 
despesas, que serão responsáveis pelo resultado econômico. O período contábil é 
aquele correspondente ao lançamento dos acontecimentos em tempo hábil, 
representando o regime de competência. Os registros contábeis se configuram com 
os lançamentos contábeis, isso significa a concretização do fato contábil. A 
elaboração do Balanço Patrimonial por meio do inventário geral se dá após o 
levantamento das informações no decorrer do exercício e, ainda, com o levantamento 
do inventário incluindo os estoques e o ativo imobilizado. Os balanços são elaborados 
de forma sucessiva, com base no método das partidas dobradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
ATIVIDADES 
 
Ler a aula e responder às questões abaixo. 
1. Na CPC 26, está definido o Regime de Competência para consideração da 
existência de receita e despesa. Cite o conceito da Competência? 
2. Conforme o Pronunciamento Contábil CPC 00, qual a definição de receita? 
3. Conforme o Pronunciamento Contábil CPC 00, quando a despesa deve ser 
reconhecida? 
4. Analise o Balanço Patrimonial. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Caixa R$ 35.000,00 FornecedoresR$ 1.300,00 
Mercadorias R$ 5.000,00 Duplicatas a pagar R$ 500,00 
Duplicatas a receber R$ 4.500,00 
Móveis e utensílios R$ 10.000,00 Capital social R$ 52.700,00 
Total R$ 54.500,00 Total R$ 54.500,00 
Responda: 
a) Qual o valor das origens de recursos de terceiros? 
b) Qual o valor das origens de recursos próprios? 
c) Qual o valor dos recursos aplicados no patrimônio? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
REFERÊNCIA 
 
CPC. PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO (R1). Brasília, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
UNIDADE IV – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Caros alunos, durante o curso, já tivemos a oportunidade de estudar o Balanço 
Patrimonial e as Variações Patrimoniais, nesta unidade, estudaremos a 
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros e Prejuízos 
Acumulados, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos 
Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado, também veremos as Notas 
Explicativas e faremos uma introdução aos Pareceres de Auditoria. 
 As Demonstrações Contábeis são exigidas pela Lei n. 6.404/1976 – Lei das 
Sociedades Anônimas –, pelo Regulamento do Imposto de Renda – RIR –, pelo 
Conselho Federal de Contabilidade – CFC –, mas os tipos de Demonstração que cada 
entidade deve apresentar vai depender do formato de sua constituição e porte. 
 Conforme a Lei n. 6.404/1976, em seu artigo 176, ao final de cada exercício 
social, cada entidade deve apresentar as seguintes Demonstrações: 
I – balanço patrimonial; 
II – demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, 
III – demonstração do resultado do exercício; 
IV – demonstração dos fluxos de caixa; 
V – demonstração do valor adicionado. 
 
4.1 Balanço Patrimonial (BP) 
 
O Balanço Patrimonial é o resultado dos saldos de todas as contas de uma 
empresa, é por meio dele que a empresa tem uma posição de como foi o seu 
desempenho em período ou exercício, esta demonstração apresenta todos os bens e 
direitos da empresa, como também todas as obrigações em determinada data. 
O Balanço Patrimonial é obrigatório em todas as empresas (exceto Micro 
Empreendedor Individual – MEI), é com ele que a entidade tem a ciência do que 
obteve de crescimento tanto nos seus recursos. 
O balanço patrimonial é a demonstração responsável por mostrar em um 
determinado momento, normalmente, quantitativa e qualitativamente o patrimônio 
líquido de uma organização. O balanço pode ser apresentado em colunas justapostas, 
ou seja, Ativo de um lado e Passivo + Patrimônio Líquido (PL) do outro lado, ou em 
 
53 
 
colunas sobrepostas, sendo uma em cima do outro, sempre na ordem Ativo, Passivo, 
PL. 
Os grupos de contas do balanço já sofreram várias modificações desde o 
surgimento dessa demonstração, a última alteração ocorreu com a Lei n. 11.941, de 
2009. Com essa alteração, o balanço passou a ter a seguinte estrutura conforme o 
art. 178: Ativo Circulante, Ativo Não Circulante (Realizável a Longo Prazo; 
Investimentos; Imobilizado; Intangível), Passivo Circulante; Passivo Não Circulante; 
Patrimônio Líquido. 
O ativo é o grupo onde se localizam os bens e direitos da organização, dividido 
naqueles de curto e longo prazos, mostra para o usuário de que forma foi investido o 
capital da empresa. O passivo é onde ficam as obrigações da empresa, ou seja, suas 
dívidas e compromissos. O passivo também se divide naqueles de curto e longo 
prazos, ficando os de curto prazo no Circulante e os de longo prazo no Não Circulante. 
Essa parte do passivo é chamada de capital de terceiros, pois é obtido por intermédio 
de empréstimos, financiamentos, compra a prazo, em suma, recursos de outras 
pessoas ou empresas emprestadas à organização para manutenção de sua operação. 
Patrimônio Líquido (PL), também chamado de capital próprio, é onde fica a 
fonte de recursos próprios da empresa, que são o capital social (recursos ou estruturas 
cedidas pelos sócios para composição da empresa), os lucros, as reservas, entre 
outras. 
 
Patrimônio Líquido corresponde à parcela do patrimônio que 
pertence ao proprietário do negócio. Os elementos do 
Patrimônio Líquido são constituídos pelo capital, representado 
pela soma de investimentos realizados pelo proprietário, pelos 
sócios, pelas reservas de capital e de lucros, entre outros 
(ARAÚJO, 2009, p. 15). 
 
O passivo total (que é a soma do capital de terceiros e o capital próprio) é 
chamado de origem dos recursos. O passivo tem suas contas organizados pela ordem 
de exigibilidade. A ordem de liquidez do ativo significa o quão liquida é a conta, ou 
seja, com que velocidade ela se transformará em dinheiro (espécie), por esse motivo 
as contas caixa e banco serão sempre as contas mais líquidas do ativo, assim como 
contas de terrenos e outros imobilizados que têm uma certa dificuldade na venda ou 
demora no processo de recebimento serão contas de menor liquidez. 
No passivo, a ordem de exigibilidade se dá na forma que serão pagas as 
 
54 
 
dívidas e os compromissos, logo, aquelas que serão pagas mais cedo serão as 
primeiras na ordem de classificação. Essa ordem de liquidez/exigibilidade ajuda o 
usuário a ter conhecimento de quais são seus compromissos mais urgentes ou 
recebimentos, de forma a manter um melhor controle de seu capital de giro. 
 
Estrutura Básica do Balanço Patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
- Disponível PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
- Créditos PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
- Estoques - Capital Social 
- Despesas do exercício seguinte - Reservas de capital 
ATIVO NÃO CIRCULANTE - Ajustes de avaliação patrimonial 
- Realizável a longo Prazo - Reservas de lucros 
- Investimentos - Ações em tesouraria (-) 
- Imobilizado - Resultados acumulados (+/-) 
- Intangível 
Fonte: Quintana (2012, p. 66) apud Quintana (2014). 
 
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada de forma 
qualitativa e quantitativa da posição patrimonial e financeira, o objetivo é fornecer 
informações sobre a posição patrimonial e financeira, resultado e o fluxo financeiro de 
uma entidade, são úteis para os usuários na tomada de decisões. 
 Os usuários internos das informações contábeis, para fins de administração da 
entidade, como o titular da firma, ou seja, empresário, sócios, acionistas, diretores, 
utilizam essas informações para as tomadas de decisão. Os usuários externos são 
governo, bancos, fornecedores, auditores, eles concentram suas atenções nas 
demonstrações contábeis, devem ser suficientes para a avaliação da situação 
patrimonial da entidade e das mutações ocorridas em seu patrimônio. 
Demonstração do Resulto do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil 
que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do 
patrimônio líquido entre duas datas. Ela deve ser apresentada de forma dedutiva, isto 
 
55 
 
é, inicia-se com receita bruta operacional e dela deduz-se custos e despesas, para 
apurar o lucro líquido. Ela demonstra a situação dinâmica da empresa. 
A DRE é uma demonstração que tem o objetivo de mostrar a situação 
econômica real da entidade, seja lucro ou prejuízo. 
A Lei n. 6.404/1976 em seu artigo 187 descreve a DRE: 
 
art. 187. A Demonstração do Resultado do Exercício discriminará: 
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos; 
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e 
serviços vendidos e o lucro líquido; 
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas 
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais; 
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras 
despesas [...] (BRASIL, 1976). 
 
 
Conhecendo a DRE 
Receita bruta – total geral das vendas 
(-) Deduções – impostos cobrados do consumidor/devoluções 
(=) Receitalíquida – total das vendas menos os impostos 
(-) custos da mercadoria vendida – gastos de produção 
(=) lucro bruto – receita líquida menos o CMV 
(-) despesas – gastos operacionais 
(=) lucro/prejuízo operacional – resultado após os gastos operacionais 
(-) outras despesas – gastos imprevistos 
(=) lucro antes do Imposto de Renda – lucro antes do IR 
(-) Despesa com IR – parcela com IR 
(-) Participações Estatutárias sobre o Lucro – distribuição do lucro 
(=) Lucro /Prejuízo Líquido – parcela da entidade 
 
4.3 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 
 
Demonstração do lucro ou prejuízo acumulados (DLPA) é a demonstração que 
tem o objetivo de apresentar todas as alterações no saldo da conta de prejuízos ou 
lucros acumulados no Patrimônio Líquido que ainda não foram divididos entre os 
acionistas ou sócios. O detalhamento de como aconteceram essas modificações no 
 
56 
 
patrimônio deve ser feito. É obrigatória para as sociedades limitadas e algumas outras 
empresas determinadas pela legislação do Imposto de Renda. 
A DLPA deve apresentar as modificações de todas as contas que compõem o 
Patrimônio Líquido da entidade. O lucro do exercício acarretará um lançamento credor 
no PL na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados e o prejuízo credor. Após a apuração 
do lucro nas entidades, é necessário saber o que fazer com ele, normalmente uma 
parcela do lucro é distribuída aos donos da empresa (acionistas ou sócios) em 
dinheiro, remunerando o capital investido, em forma de dividendos. Outra parcela 
pode retornar à entidade, em forma de reservas. Esta parcela é conhecida como lucro 
retido (não distribuído) e, mais cedo ou mais tarde, será incorporada ao Capital Social. 
Após a apuração do lucro, soma-se ao lucro já existente e faz-se as destinações 
específicas. A legislação brasileira estabelece que o lucro não pode ser influenciado 
por valores anteriores. A DLPA representa um elo entre o Balanço Patrimonial e a 
Demonstração do Resultado do Exercício. 
Após a apuração do lucro, o resultado será anunciado aos sócios para a 
indicação das tomadas de decisões. 
 
4.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) expõe a 
movimentação das contas do Patrimônio Líquido ocorrida durante o exercício. Assim, 
todo aumento e a diminuição do Patrimônio Líquido são apresentados por meio desta 
demonstração, também evidencia na formação e utilização das reservas. A DMPL não 
é obrigatória pela lei 6404/1976, mas sua publicação é exigida pela CVM em sua 
instrução n. 59, de 22 de dezembro, de 1986, para as companhias abertas. A DMPL, 
dada sua amplitude inclui, a DLPA. 
 
Fatos contábeis que aumentam o patrimônio líquido: 
 lucro líquido do exercício; 
 ajustes credores de exercícios anteriores; 
 aumento do capital por integralização dos sócios; 
 constituição de reservas de capital. 
 
 
57 
 
 
Fatos contábeis que diminuem o patrimônio líquido: 
 prejuízo do exercício; 
 ajustes devedores de exercícios anteriores; 
 distribuição de dividendos. 
 
Fatos contábeis que não alteram o patrimônio líquido: 
 aumento do capital com utilização de reservas; 
 formação de reservas criadas a partir do saldo da conta lucros ou prejuízos 
acumulados; 
 reversões de reservas; 
 compensação de prejuízos com reservas. 
 
4.5 Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) 
 
A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) deve fornecer informações 
importantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de determinado 
período, apresentando as transações de caixa oriundas das seguintes atividades: 
operacionais, de investimentos e de financiamento. As informações contidas na DFC, 
em conjunto com outras demonstrações contábeis, devem ser suficientes para que 
seus usuários possam conhecer e avaliar a capacidade de geração de caixa da 
empresa. Pode ser elaborada pelo método direto ou indireto. 
Esta Demonstração tem o objetivo de apresentar toda a movimentação ocorrida 
no caixa durante o exercício social. Lembrando que a DFC apresenta a movimentação 
da conta caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo (equivalente de caixa). 
 A DFC deve apresentar as variações do caixa, nos três segmentos: 
operacionais, investimentos e financiamentos. Ela pode ser apresentada da forma 
direta ou indireta, a diferença principal está na maneira de apresentação das 
atividades operacionais, as atividades de investimentos e financiamentos se 
apresentam da mesma forma em ambas. 
As atividades operacionais estão ligadas ao esforço para a realização das 
atividades finalísticas da entidade e podem acontecer em forma de ingressos ou 
saídas. 
 
58 
 
Como exemplos de ingressos operacionais temos recebimentos de receitas, 
comissões ou desconto de duplicadas; como saídas temos os pagamentos à vista de 
fornecedores, despesas financeiras e indenizações. 
As atividades de investimentos estão ligadas a aplicações financeiras e podem 
ser em forma de aquisição de títulos do mercado financeiro, empréstimos e 
adiantamentos e/ou recebimento de venda de títulos, e amortizações de empréstimos 
ou adiantamentos concedidos. 
Nas atividades de financiamento, temos como exemplo os aumentos de capital 
pelos sócios ou distribuição de dividendos. 
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO DIRETO 
Fluxos de caixa das atividades operacionais: 
Recebimento de clientes (+) 
Pagamentos de Fornecedores (-) 
Pagamentos de empregados (-) 
Pagamentos de seguros (-) 
Pagamentos de impostos e outras despesas legais (-) 
Recebimentos de seguros (+) 
Caixa líquido resultante das atividades operacionais (=) 
Fluxos de caixa das atividades de investimentos: 
Recebimento por venda de imobilizado ou intangível (+) 
Pagamento por aquisição de imobilizado ou intangível (-) 
Pagamento por aquisição de outras empresas (-) 
Caixa líquido resultante das atividades de investimento (=) 
Fluxos de caixa das atividades de financiamento: 
Recebimento por empréstimos obtidos (+) 
Recebimento por emissão de ações (+) 
Pagamento por aquisição de ações próprias (-) 
Caixa líquido resultante das atividades de financiamento (=) 
Aumento/diminuição do líquido de caixa e equivalentes de caixa (=) 
Caixa e equivalentes de caixa – início do ano 
Caixa e equivalentes de caixa – final do ano 
 
Fonte: Quintana (2012, p. 72) apud Quintana (2014). 
 
59 
 
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO 
Fluxos de caixa das atividades operacionais: 
Lucro líquido antes do imposto de renda e da contribuição social 
Ajustes: 
Depreciação e amortização (+) 
Provisão para devedores duvidosos (+) 
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-) 
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-) 
Aumento/diminuição em clientes (+/-) 
Aumento/diminuição em estoques (+/-) 
Imposto de renda e contribuição social pagos (-) 
Caixa líquido resultante das atividades operacionais (=) 
Fluxos de caixa das atividades de investimentos: 
Recebimento por venda de imobilizado ou intangível (+) 
Pagamento por aquisição de imobilizado ou intangível (-) 
Pagamento por aquisição de outras empresas (-) 
Caixa líquido resultante das atividades de investimento (=) 
Fluxos de caixa das atividades de financiamento: 
Recebimento por empréstimos obtidos (+) 
Recebimento por emissão de ações (+) 
Pagamento por aquisição de ações próprias (-) 
Caixa líquido resultante das atividades de financiamento (=) 
Aumento/diminuição do líquido de caixa e equivalentes de caixa (=) 
Caixa e equivalentes de caixa – início do ano 
Caixa e equivalentes de caixa – final do ano 
 
Fonte: Quintana (2012, p. 73) apud Quintana (2014). 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
4.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Nota Explicativa e Parecer de 
Auditoria 
 
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) deve fornecer informações 
relativas à riqueza criada pela empresa e como elas foram distribuídas

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