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Bioquimica clinica Érica Natali de Queiroz álcio, fosfato e magnési Tecido ósseo O tecido ósseo é importante na estrutura corporal, locomoção, respiração e proteção, ele também participa da homeostase mineral, onde tem grande influência no controle dos níveis de cálcio no sangue, além desses, tem também muita importância na hematopoese. Características do tecido ósseo · Compacto – é importante para acúmulo de cálcio, e para evitar deformações e fraturas. · Esponjoso – é importante para absorver os impactos que podem vir a ocorrer e na liberação do cálcio, na verdade tem que existir um equilíbrio entre a porosidade e a densidade para que o íons permaneçam na homeostase. Composição da matriz óssea · Componentes orgânicos · Colágeno tipo I (95%) – ele tem estruturas fibrosas que organizam os cristais de hidroxiapatita para que fiquem mais compactos. Defeito no colágeno tipo I pode causar osteogênese imperfeita, que é a não organização dos cristais, gerando fragilidade nos ossos. · Substâncias não colagenosas 5% (mucoproteína, albumina, ácido hialurônico, etc.) · Componentes inorgânicos · Cristais de hidroxiapatita [Ca10 (PO4) 6 (OH)3], magnésio, sódio, potássio, cloreto, sulfato etc. A deficiência da fosfatase alcalina pode provocar alterações na formação dos cristais de hidroxiapatita. Tipos celulares · Osteoblastos São as células construtoras de matriz, que contribuem para o crescimento do osso, mas ao mesmo tempo elas podem estimular o desgaste, vai depender da sinalização que ela receber. · Sintetizam o colágeno · Concentram o fosfato de cálcio · São células precursoras dos osteócitos (osteócitos são células que se afastaram e emitiram prolongamentos para sobreviver) · Secretam fatores de crescimento e fosfatase alcalina · Mantêm a integridade da matriz · Osteoclastos São as células que promovem o desgaste da matriz óssea. · São derivadas de monócitos · Produzem colagenases, que degradam o colágeno e fragilizam os cristais de hidroxiapatita, permitindo a liberação do cálcio. · Escavação da matriz óssea. · Osteócitos São derivados dos osteoblastos · São localizados nas lacunas da matriz óssea · Contribuem para integridade da matriz Cálcio, fosfato e magnésio Importância do cálcio É importante nas: · Reações intracelulares · Atividade neuronal · Liberação de hormônios · Ativação enzimática · Coagulação sanguínea · Estabilidade óssea dental Importância do fosfato É importante nas: · Estruturas dos nucleotídeos · Reações intracelulares · Metabolismo energético · Controle de pH · Ativação enzimática · Estabilidade óssea e dental Importância do magnésio · Cofator enzimático · Função antagônica a do cálcio no SNC · Manutenção da estrutura de ác. nucléicos · Ativador alostérico de enzimas Metabolismo dos cálcio Considerando uma pessoa de 70 kg, cerca de 1.2 kg corresponde a cálcio, e 99% do cálcio se encontra nos cristais de hidroxiapatita, seu controle hormonal envolve rins, intestino e ossos. Existem dois hormônios que vão ser liberados dependendo da concentração de cálcio no sangue: são o PTH e a calcitonina. Quando ocorre uma diminuição do cálcio no plasma, o hormônio da paratireoide (PTH) é liberado e vai exercer suas funções para controlar o cálcio. Seus principais efeitos são: estimulação do rim, gerando AMP cíclico que leva ativação para síntese de várias moléculas. Ele estimula a síntese da alfa1 hidroxilase, que é uma enzima que prepara a vitamina D na sua forma ativa, quando ativa a vitamina D, indiretamente vai estimular o aumento da absorção do cálcio no intestino, aumento assim seus níveis séricos, diminuir o cálcio na urina. O osteoblasto constroem a matriz óssea, mas quando são estimulados pelo PTH, os osteoblastos liberam moléculas que vão estimular os osteoclastos a trabalharem ativamente promovendo a remodelagem óssea. A calcitonina é liberada pela tireoide, e ela é um ótimo marcador tumoral de tireoide, além disso a calcitonina é o hormônio que vai ser liberado quando os níveis de cálcio estão alto, para diminuir seu níveis. No intestino a calcitonina vai inibir a absorção do cálcio, e no tecido ósseo vai inibir a ação dos osteoclastos diminuindo o desgaste da matriz óssea, levando ao crescimento ósseo. Absorção do cálcio No adulto, cerca de 25% do cálcio ingerido é absorvido, e isso ocorre principalmente no duodeno, quando sua ingestão é menor que 300mg/dL sua absorção aumenta de 25 a 40%, devido ao PTH que vai agir quando os níveis de cálcio estiverem baixos. Já nas crianças o percentual de absorção é de 60% do cálcio ingerido e nos adolescentes cerca de 35% é ingerido. Hormônio da paratireoide (PTH) Na síntese do hormônio PTH, o processo vai começar com uma estrutura de 115 aminoácidos, e no retículo endoplasmático vai ocorrer uma clivagem de 25 aminoácidos restando 90, depois vai para o complexo de golgi onde é perdido 6 aminoácidos ficando com 84 aminoácidos, formando a molécula do paratormônio intacta. Esse hormônio da paratireoide intacto é ativo e tem um tempo de meia vida de 5 minutos, mas quando ele é clivado e fica com 34 aminoácidos ele continua ativo, mas seu tempo de meia vida é de 30 segundos, por isso que na dosagem do hormônio é preferível usar o hormônio intacto. O PTH vai aumentar o cálcio sérico, mas quando ele aumenta a capacidade de reabsorção renal do cálcio, ele diminui a capacidade de reabsorção do fosfato, isso significa que vai perder fosfato na urina, podendo gerar uma hipofosfatemia. Nos rins, tanto o hormônio clivado quanto o intacto vão provocar o efeito de reabsorção nos túbulos renais distais, aumentando os níveis de cálcio sérico, aumentando também a síntese da AMP cíclica, estimulando a síntese da alfa 1 hidroxilase que é a enzima que vai colocar uma hidroxila no carbono 1 da vitamina D, deixando a vitamina D na sua forma ativa. Cálcio Excreção Cálcio PTH Reabsorção de cálcio O hiperparatireoidismo vai levar a hipercalcemia, por que quando o cálcio está baixo, estimula a liberação do PTH que vai elevar o cálcio, e um distúrbio na glândula iria levar a um aumento significativo de PTH, levando assim a uma hipercalcemia. O contrário também ocorre, o hipoparatireoidismo leva a uma hipocalcemia. Nem toda hipocalcemia é provocada por hipocalcemia, como exemplo dieta com baixo teor de cálcio, ou uma insuficiência renal também pode levar a uma hipocalcemia ou hipercalcemia. Vitamina D A vitamina D é derivada do colesterol, o 7 dehidocolesterol por ação dos raios ultravioleta vira vitamina D3, e também a vitamina D2 pode se transformar em D3 por isomerização. A vitamina D3 a nível de fígado vai ter uma estimulação da citocromo P450 para que haja a produção da 25 hidroxilase, que é uma enzima que vai colocar a primeira hidroxila da vitamina D no carbono 25, depois que já está hidroxilada a enzima alfa 1 hidroxilase, nos rins, vai colocar a hidroxila que falta no carbono 1 na molécula da vitamina D3 e passa a se chamar 1,25-diidroxicolecalciferol, e essa vitamina D vai estar ativada.
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