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Tópicos de Ciências Exatas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Vinícius Azevedo Borges Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Estudo de Casos de Engenharia • Introdução; • Barragem de St. Francis (1928); • Avião Comet que se Desintegrava no Ar (1954); • Mal de Minamata (1956); • Incêndio no Edifício Joelma (1974); • Passarela do Hyatt Regency (1981); • Acidente de Chernobyl (1986); • Um Avião Conversível da Aloha Airlines (1988); • Atualização de Software da AT&T (1990); • Acidente de Ayrton Senna (1994); • Economia de Bits em Foguete Ariane 5 (1996); • Orbitador Climático de Marte (1999); • Os Mortos-Vivos do Hospital St. Mary’s Mercy (2002); • Ponte de Laufenburg (2003); • Edifício 20 Fenchurch Street (2013); • Trens Fora de Medida da SNCF (2014); • O Celular Explosivo da Samsung (2016); • Volkswagen Investe na Indústria 4.0 (2017); • Atraso nos Relógios Europeus (2018). • Levar à compreensão de que as etapas de um projeto de engenharia devem ser pensadas de maneira multidisciplinar, buscando prever possíveis falhas ao longo de seu desenvolvimento. OBJETIVO DE APRENDIZADO Estudo de Casos de Engenharia Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia Introdução Mesmo com muito estudo, a realização de um projeto pode ser desafiadora, e qual- quer pequeno detalhe que seja desprezado pode ser catastrófico. Um erro de cálculo, unidades trocadas, problemas de comunicação entre quem projeta e quem executa, negligência com sistemas e regras de segurança, falta de análise de risco ambiental, qualquer desses e vários outros detalhes definem o fracasso certo de um projeto. Barragem de St. Francis (1928) Ao se construir qualquer edificação, um dos primeiros passos é a sondagem do solo. Isso é feito para se conhecer as propriedades do solo na região da constru- ção. Essas propriedades indicam quais deverão ser as características da infraestru- tura, aquela parte que fica abaixo da estrutura, responsável por suportar todo o peso da construção. A sondagem do solo no Brasil deve seguir as normas da ABNT NBR 6484 – cada país possui sua própria regulamentação. Com a sondagem do solo, é possível conhecer a composição mineral e espessura das camadas que o compõe, sua re- sistência mecânica e possível existência e localização de lençóis freáticos. Depen- dendo dos resultados da sondagem, o projeto pode sofrer alterações ou até mesmo ser inviabilizado. Figura 1 – Barragem de St. Francis em 1927, antes de ser destruída Fonte: Wikimedia Commons A barragem de St. Francis, estado norte americano da Califórnia, foi inaugu- rada em 1926, e contava com uma largura de 185 metros e 59 metros de altura. Pouco tempo após sua inauguração, a barragem começou a apresentar rachaduras. O engenheiro responsável não achou que fosse motivo para preocupação em uma obra desse porte. O problema é que o engenheiro que projetou a obra não conferiu a resistência do solo, se era suficiente para suportar a barragem e toda a quantidade de água que ela deveria represar. 8 9 Na última inspeção realizada em 1927, por Mulholland, o engenheiro responsá- vel pela obra, já se viam rachaduras consideráveis e vazamento de água através da barragem. Mas para ele, tudo estava dentro dos padrões esperados. Poucas horas depois dessa inspeção, a barragem cedeu e algo em torno de 47 milhões de litros de água atravessou o vale de Santa Clarita, devastando a cidade de Santa Paula e parte do município de Ventura. Calcula-se que a tragédia tenha matado pelo menos 450 pessoas. Avião Comet que se Desintegrava no Ar (1954) Pressão é definida como a força exercida em uma determinada área. A pressão atmosférica é a força que toda a massa de ar acima da superfície da terra exerce sobre essa mesma superfície, e a intensidade dessa pressão é aproximadamente a mesma que uma coluna de água de 10 m de altura exerce sobre um objeto. Quando mergulhamos, a cada 10 m de profundidade que descemos, a pressão em nosso corpo aumenta o equivalente a uma atmosfera. Figura 2 – Avião De Havilland Comet, similar aos que se desintegraram Fonte: Wikimedia Commons O avião De Havilland DH 106 Comet foi o primeiro avião comercial a utilizar propulsores a jato, e oferecia muito mais conforto que as outras aeronaves comer- ciais existentes na época. Porém, em 1954, ele se tornou inviável para a aviação civil devido a dois acidentes. Na época, a maioria dos aviões não voava muito alto, e não sofriam com mu- danças significativas na pressão atmosférica. Mas aviões a jato não devem voar a baixas altitudes, pois serão expostos a turbulências devido à sua velocidade. Na altitude que os aviões a jato voam, a pressão atmosférica é consideravelmen- te mais baixa que na superfície da Terra, e eles precisam ser preparados para compensar essa diferença de pressão em seu interior, pois o ser humano perde a consciência em baixas pressões. 9 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia Os aviões a jato, então, quando estão em grandes altitudes, possuem uma pres- são em seu interior muito maior que no exterior, e isso não foi bem planejado pelos projetistas do DH 106 Comet, que utilizaram janelas e outras peças da fusela- gem em formato retangular. Os ângulos retos dessas peças concentravam tensões. Então, devido à diferença de pressão, as peças começavam a trincar e rachar, causando a desintegração da aeronave em pleno voo. A partir da realização de vários testes investigativos, descobriu-se também um problema de que não se tinha conhecimento, a fadiga do metal, que faz com que o material falhe com tensões bem abaixo das tensões nominais de resistência devido aos esforços aplicados de maneira cíclica. Comet: https://youtu.be/a_I-87xEBgI Ex pl or Mal de Minamata (1956) Uma das principais preocupações de qual- quer indústria deve ser o destino de seu lixo e dejetos. Cada tipo de material a ser descarta- do na natureza deve ser previamente proces- sado a fim de se eliminar ou, ao menos, redu- zir o impacto provocado. Caso contrário, as consequências à natureza podem ser as mais diversas, desde desequilíbrios no ecossistema até envenenamento do solo, águas, animais e humano.Ao se implantar uma indústria em deter- minada localização, deve ser realizado um estudo de impacto ambiental que identifique possíveis despejos irregulares e indique solu- ções para minimização dos riscos ambientais. A companhia hidrelétrica Chisso, que também produzia fertilizantes químicos, foi identificada como responsável pelo descarte de dejetos contendo mercúrio des- de 1930 na baía de Minamata, no Japão. Na década de 1950 foram observados sintomas de contaminação nos animais da baía. Em 1956, começaram a surgir os casos de contaminação humana. Primeiramente em uma criança, que apresentava danos cerebrais. Em dezembro do mesmo ano, já eram 4 pacientes internados com os mesmos sintomas, surtos de psicose, perda de consciência, convulsões e coma. Nenhum deles sobreviveu. Pouco tempo depois, mais treze pessoas receberam o mesmo diagnóstico e também morreram. A equipe de pesquisa médica relacionou os sintomas desses pacientes ao con- sumo de peixes contaminados com mercúrio. Ao todo, as vítimas humanas desse Figura 3 – Memorial de Minamata às vítimas Fonte: Wikimedia Commons 10 11 envenenamento passaram de 700. Uma pesquisa realizada em 2001 indicou que a contaminação através da ingestão de peixes dessa região devia atingir em torno de 2 milhões de pessoas. Incêndio no Edifício Joelma (1974) Um projeto de construção civil não passa apenas por engenheiros civis. Outro profissional responsável por parte do projeto é o engenheiro eletricista, encarrega- do das instalações elétricas da construção. Esse profissional analisa a função da edificação e prevê, com base nas normas vigentes, o consumo esperado de cada ponto de energia, seja de luz, tomada ou terminais específicos. A partir dessa previsão, ele indica no projeto quais deverão ser os tipos de fios utilizados, a espessura desses fios para cada circuito e cada trecho, os tipos de eletrodutos e como serão instalados, entre vários outros fatores, sempre considerando que a instalação elétrica deve suportar todos os equipamen- tos previstos. Seguir as normas estabelecidas deve ser uma garantia de segurança na enge- nharia. Mas é de extrema importância a constante atualização profissional e análise crítica da aplicabilidade da norma para as condições onde estão sendo aplicadas. Uma norma para instalações elétricas do ano de 1934 pode não ser aplicável em uma obra de 1972, que deve suportar uma quantidade de equipamentos elétricos e eletrônicos não previstos no ano de publicação da norma. Além disso, apesar da responsabilidade do engenheiro eletricista em projetar e implementar toda a instalação elétrica, é dever, também, do usuário, a correta ma- nutenção e uso adequado dessa instalação. Sobrecarregar tomadas, por exemplo, é uma prática muito comum e extremamen- te perigosa, e pode causar aquecimento da fiação, queima de equipamentos, e até mesmo incêndio. Esses fatores foram determinantes para o que aconteceu neste caso. Logo após sua construção, o edifício Joelma, localizado na região central de São Paulo, foi alugado ao Banco de inves- timentos Crefisul. Mas antes de concluir a mudança de seus departamentos, um in- cêndio tomou conta do prédio. A perícia concluiu que o incêndio havia se originado de um curto circuito em um aparelho con- dicionador de ar no 12° andar. Figura 4 – Edifício Joelma em incêndio de 1974 Fonte: Wikimedia Commons 11 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia O edifício não possuía escadas de incêndio, e as escadarias comuns foram blo- queadas pelo fogo e fumaça apenas quinze minutos após o curto-circuito. Algumas pessoas conseguiram se salvar descendo pelo elevador, até que ele parasse de fun- cionar quando as chamas danificaram seu sistema elétrico. Um dos episódios mais dramáticos deste incêndio foi acompanhado pela multi- dão na rua. Uma criança foi salva pela mãe, que saltou do 15° andar com ela nos braços. A mãe não sobreviveu ao impacto, mas a criança foi rapidamente socorrida e levada ao hospital. No momento do incêndio, estima-se que houvesse 756 pessoas no edifício. Dessas, 191 morreram, e o saldo de feridos passou de 300. Dois anos antes, outro incêndio havia ocorrido no edifício Andraus, também provocado por sobrecarga na instalação elétrica. Esses dois incidentes evidencia- ram as deficiências dos sistemas de prevenção e de combate a incêndios das edifi- cações e a defasagem do Código de Obras do Município de São Paulo, datado de 1934 e ainda utilizado para regulamentação das construções civis. Incendio no Edificio Joelma em São Paulo Centro: https://youtu.be/-3RRsCQb1kY Ex pl or Passarela do Hyatt Regency (1981) O conhecimento dos diferentes tipos de materiais, suas propriedades e compor- tamento quando submetidos a esforços é essencial para o desenvolvimento e execu- ção de projetos. Ao se substituir um tipo de material por outro ou uma estrutura por outra, deve ser analisado se o novo ma- terial ou estrutura possuem características similares ou superiores de resistência às condições do projeto. Modificações reali- zadas durante a execução de um projeto devem atender aos requisitos calculados no desenvolvimento dele. O hotel Hyatt Regency Crown Center, um edifício de 40 andares, começou a ser construído em 1978, apresentou uma falha estrutural no teto em 1979, mas conseguiu iniciar suas atividades em 1980. Era então o edifício mais alto do estado americano Figura 5 – Passarelas destruídas dos Hyatt Regency Hotel em 1981 Fonte: Wikimedia Commons 12 13 do Missouri. Possuía um conjunto de passarelas suspensas de concreto que cruza- vam seus andares no átrio do edifício e marcavam a identidade da obra. Uma competição de dança reuniu em torno de 2 mil pessoas no hotel no dia 17 de julho de 1981. Com o lobby do prédio repleto de visitantes, as passarelas foram rapidamente ocupadas. Durante a execução da obra, foram realizadas algumas modificações no projeto. A passarela do segundo andar, que ficava exatamente abaixo da passarela do quarto andar, deveria ser suspensa por três pares de tirantes ligados diretamente ao teto, de acordo com o projeto original. A modificação realizada durante a execução da obra separou os tirantes na altura da passarela do quarto andar. Dessa forma, a passarela do quarto andar era suspensa pelo teto, enquanto a passarela do segundo andar pas- sou a ser suspensa pela passarela do quarto andar. O aço utilizado nos tirantes possuía resistência mecânica à tração suficiente para suportar as duas estruturas. Porém, após a modificação do projeto, a estrutura da passarela inferior passou a ser suportada pelas vigas de concreto da passarela su- perior, que não havia sido projetada para suportar esse esforço. Com a realização do evento e as passarelas ocupadas por muitas pessoas, a estrutura da passarela do quarto andar não suportou e falhou. A do quarto andar colidiu sobre a do segundo andar, e ambas foram ao chão. O incidente matou 114 pessoas e deixou mais de 200 feridos. Este foi considerado, na época, o colapso estrutural com maior fatalidade dos Estados Unidos. Acidente de Chernobyl (1986) Alguns projetos são de simples desenvolvimento e execução. Outros são mais complexos e críticos. O sistema eletrônico de um avião, conhecido como aviônica, por exemplo, é um sistema crítico, pois a comunicação entre todos os módulos eletrônicos deve ser rápida e sem perda de dados, com algoritmos redundantes, garantindo a integridade de todos os componentes. Uma usina nuclear é outro exemplo de projeto complexo, devido aos vários fa- tores a serem considerados, desde as estruturas, as reações nucleares, sistemas de segurança e contenção, estudo de impacto ambiental da usina em funcionamento e soluções de minimização de risco de acidentes e vazamentos radioativos. Como a funcionalidade de uma usina nuclear envolve reações nucleares e os comportamentos quânticos e clássicos relacionados a elas, é necessário que todo o projeto e as especificações sejam revisadas por profissionais especializadosem física nuclear, bem como o acompanhamento detalhado da construção da usina. Da mesma maneira que um avião a jato não deve ser pilotado por uma pessoa sem experiência e muito conhecimento técnico, uma usina nuclear não deve ser operada por pessoas sem os conhecimentos físicos necessários. 13 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia O acidente nuclear de Chernobyl, ocorrido entre 25 e 26 de abril de 1986, ocorreu durante um teste de segurança que simulava uma falta de energia. Para realização do teste, foram desligados intencionalmente os sistemas de segurança de emergência e regulagem de energia. Uma série de falhas no projeto e na operação do reator provocou o descontrole das reações nucleares, causando, inicialmente uma explosão de vapor da água de resfriamento, seguida do lançamento de grafite e produtos da reação de fissão na atmosfera. Um relatório oficial publicado ainda em 1986 responsabilizou os operadores da usina pelo acidente. De acordo com esse relatório, o acidente teria sido causado pela violação de várias regras e regulamentos operacionais. Mais tarde, em 1992, um novo relatório forneceu novas informações e perspectivas sobre as causas do acidente, apontando falhas na construção do reator e peculiaridades da física que não foram consideradas na operação. Um dos defeitos apontados pelo novo relatório era referente ao projeto das hastes de controle, o componente responsável por diminuir a reação de fissão nuclear. As hastes de controle, construídas conforme estavam descritas no projeto, teriam um comportamento contrário ao esperado, e, ao invés de reduzir as reações imediatamente ao serem ativadas no reator, elas aumentavam as reações de fissão nos primeiros segundos para depois começarem a reduzir. Outro fator determinante para o acidente é que o reator possuía uma fração de vazio muito alta. A fração de vazio indica a quantidade de vapor de ar formada na água de resfriamento. Esse vapor forma bolhas, e essas bolhas de vapor não reduzem as reações na mesma intensidade que a água. Assim, quanto mais bolhas presentes na água de resfriamento, maior a taxa de fissão nuclear. Esse comportamento não era intuitivo e, muito provavelmente, não era conhecido pelos operadores da usina. Chernobyl: A História Completa: https://youtu.be/DiGqjYkRQ6o Ex pl or Figura 6 – Fotografia aérea do reator tirada no dia seguinte à explosão Fonte: Wikimedia Commons 14 15 Um Avião Conversível da Aloha Airlines (1988) Vários fatores são determinantes para a escolha de materiais que deverão ser aplicados em um projeto. Um dos mais importantes é a resistência mecânica, que indica quanto de esforço cada material suporta. Porém, suportar determinado esforço uma ou duas vezes não significa que o material sempre suportará essa mesma quantidade de esforço. Quando um material é carregado com esforços de forma cíclica, ou seja, ora suportando a carga, ora relaxado, isso durante determinado período de tempo, pode falhar com níveis de tensão muito inferiores aos previstos. Essa falha abaixo do nível de resistência nominal é chamada de fadiga. A resistência à fadiga indica a capacidade do material de suportar carregamentos cíclicos sem afetar a resistência nominal durante um grande número de ciclos, e esse é um fator de extrema importância a ser considerado na construção de máqui- nas ou estruturas que possuirão ciclos de carga e relaxamento, como a fuselagem de um avião, por exemplo. Figura 7 – Fuselagem do Boeing 737-297 após o incidente Fonte: Wikimedia Commons Em 28 de abril de 1988, o Boeing 737 da companhia Aloha Airlines decolou do aeroporto de Hilo, Havaí, para uma viagem de rotina até Honolulu. Após um pouco de turbulência no início da viagem e o sinal de atar cintos constantemente ligado, o avião de 19 anos de uso teve parte de seu teto arrancado assim que esta- bilizou sua altitude em 7 mil metros. Uma comissária de bordo que estava de pé no momento da falha foi sugada para fora no mesmo instante. A habilidade do piloto garantiu um pouso de emergência bem-sucedido em um aeroporto próximo, e, com exceção da comissária de bordo, todos sobreviveram. As investigações sobre o acidente indicaram como causa a fadiga dos elementos estruturais da fuselagem. A partir de então, os testes de fadiga em materiais se tornaram obrigatórios para aplicações críticas como esta. Além disso, as manutenções passaram a ser mais rigorosas a fim de prever falhas dos materiais. 15 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia Atualização de Software da AT&T (1990) A AT&T é uma grande companhia de telecomunicações que oferece serviços de voz, dados, vídeos e internet para residências, empresas e alguns órgãos e agências do governo americano. Chegou a cobrir 94% do território dos EUA em seu auge de operações. Com a informatização e automação do setor de comunicações, muitos operado- res perderam seus empregos para as máquinas. Todas as operações passaram a ser controladas por computadores. Figura 8 – Sede corporativa da AT&T no Texas Fonte: Wikimedia Commons Em 1990, uma atualização de software que havia sido implementada para ace- lerar chamadas continha um erro em uma das linhas de código. Quando um dos switches de um dos 114 centros de controle sofreu um problema mecânico, fez com que seu centro inteiro fosse desligado. O erro no código criou um efeito em cascata com os demais centros de controle, deixando toda a empresa parada du- rante 9 horas. Essa falha custou à AT&T aproximadamente 75 milhões de ligações e 200 reser- vas aéreas perdidas, além de manchar a imagem da empresa no mercado. Acidente de Ayrton Senna (1994) O fim de semana entre 30 de abril e 1° de maio de 1994 ficou marcado para a Fórmula 1 com duas tragédias. No sábado, o piloto Roland Ratzenberger perdeu a asa dianteira do carro em uma curva rápida do circuito e não conseguiu controlar o carro, chocando-se contra o muro a mais de 300 km/h. No domingo, dia 1° de maio, a corrida já começou tensa, quando um dos pilotos deixou seu carro morrer causando um acidente e levando o safety car à pista por 16 17 cinco voltas. A corrida foi recomeçada, Senna fez a melhor volta da corrida e já abriu vantagem em relação aos outros pilotos. Na sétima volta, ao perder o controle do veículo, Senna tentou reduzir sua velocidade, mas não foi o suficiente para evitar a colisão com o muro de concreto a aproximadamente 200 km/h. Figura 9 – Momento do acidente que matou Sena Fonte: Wikimedia Commons As investigações apontaram a quebra da coluna de direção como causa do acidente, sugerindo negligência da equipe técnica em um reparo realizado na peça. De acordo com a perícia, uma solda na coluna da direção teria sido o motivo da quebra. A causa da morte do piloto foi um pedaço da suspenção dianteira direita que quebrou no impacto e perfurou seu capacete, atingindo e danificando seu lobo frontal de forma irreversível. Outros dois traumas graves foram identificados, uma fratura na base do crânio devida ao impacto do acidente e fraturas na têmpora com rompimento da artéria temporal. Esse acidente levou a várias considerações, alterações e atualizações das normas de segurança da competição e dos carros. Além disso, as manutenções passaram a ser muito mais minuciosas e vários sensores foram espalhados pelo carro a fim de prever defeitos. Acidente de Ayrton Senna: https://youtu.be/FDK22odZZLc Ex pl or Economia de Bits em Foguete Ariane 5 (1996) O primeiro lançamento do foguete francês da série Ariane 5 foi um grande fracasso. Isso porque, menos de um minuto após lançado, ele se autodestruiu no ar. Imediatamente foi constituída uma comissão para investigar as causas do acidente. 17 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia A investigação apontou como causa uma falha no software de controle. As condições meteorológicas no dia do lançamento foram consideradas aceitáveis, e não teriam influência no acidente, com exceção do critério de visibilidade, que não era totalmente satisfatório.A ignição dos propulsores e a decolagem ocorreram conforme o esperado, até que, 37 segundos após o lançamento, o foguete desviou bruscamente a rota traçada, explodindo em seguida, a uma altitude de aproximadamente 4 mil metros. O sistema de controle de voo do Ariane 5 não era muito diferente de sistemas de outros tipos de foguetes. As informações de velocidade, ângulos e acelerações eram obtidas de sensor giroscópio a laser, e acelerômetros, e tratadas por um com- putador de bordo responsável pela tomada de decisões relativas ao controle dos sistemas de propulsão. Por padrão, considerando a natureza crítica de operação, onde os menores erros podem ser catastróficos, os sistemas de controle eram redundantes, contendo dois conjuntos de hardware executando os mesmos softwares. Um bit é capaz de armazenar apenas um dado binário. Zero ou um, ligado ou desligado, aceso ou apagado, verdadeiro ou falso, certo ou errado, e por aí vai. Imagine um bit como um espaço de memória que cabe somente uma bolinha, e podemos indicar se esse espaço está preenchido pela bolinha ou não através de 0 (falso) ou 1 (verdadeiro). Logo, um bit é capaz de escrever apenas dois números, o zero e o um. Se utilizarmos dois bits, poderemos escrever 4 números diferentes. Eles são representados como uma combinação dos valores desses dois bits. As combinações e suas possíveis designações são 00 para o número 0, 01 para o número 1, 10 para o número 2 e 11 para o número 3. Seguindo a mesma lógica, que é utilizada para representações numéricas em computação, um valor de 3 bits nos permite escrever até 8 número, um valor de 4 bits possibilita até 16 números, e assim por diante, sempre seguindo potências de base 2, ou binária. O problema detectado no software do Ariane 5 era referente à conversão de um número decimal de 64 bits para outro inteiro de 16 bits. No momento da falha, o número que precisava ser convertido não era possível de ser escrito em apenas 16 bits, resultando em um valor inválido. Figura 10 – Foguete modelo Ariane 5 Fonte: Wikimedia Commons 18 19 Orbitador Climático de Marte (1999) A maioria dos professores de física do colégio são lembrados por sua exigência na representação das unidades em contas e resultados. Para muitos, esses professores se passam por metódicos demais, mas no mundo real essa exigência se faz necessária. Todas as medidas possuem pelo menos dois elementos, um valor numérico e uma unidade correspondente. Ao se medir a altura de uma pessoa, por exemplo, é necessário expressar o valor numérico encontrado na escala utilizada e indicar qual tipo de medida essa escala utiliza, como em 1,70 m ou 72”. Ao omitir a unidade de medida, o valor numérico perde completamente o sentido. Imagine, por exemplo, que você pare seu carro num posto de combustível para abastecer e só possua R$ 30,00 para pagar pela gasolina, que nesse posto custa R$ 4,00. Ao ser questionado pelo frentista, você pede que ele coloque 30 de gasolina. Então ele abastece 30 litros de gasolina e você terá que pagar R$ 120,00 por não se comunicar corretamente. Figura 11 – Sonda Mars Climate Orbite sendo montada Fonte: Wikimedia Commons O Orbitador Climático de Marte era para ser uma sonda espacial americana que tinha como objetivo estudar o clima marciano. Ele foi construído e lançado em 1998, e alcançou Marte no ano seguinte, porém, acabou sendo destruído na atmosfera marciana por conta de um erro de navegação. A altitude de órbita da sonda deveria ser entre 140 e 150 km, mas as manobras necessárias para colocar a sonda em movimento orbital começaram quando ela já estava a menos de 60 km de altitude. 19 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia Esse erro ocorreu devido às diferenças entre as unidades de medidas utilizadas pela sonda e pela equipe que a comandava da Terra. A sonda operava em unidades do sistema métrico (metros, centímetros, quilômetros), enquanto que a equipe de terra enviou os parâmetros em medidas inglesas (jardas, polegadas, milhas). Os Mortos-Vivos do Hospital St. Mary’s Mercy (2002) Quando programas de computador apresentam problemas, os resultados podem ser desastrosos. Neste caso, apenas causaram transtorno e muita confusão. Por conta de um erro no software que operava nos sistemas do hospital St. Mary’s Mercy em 2002, em torno de 8500 pacientes que estavam vivos e registrados no hospital foram declarados como mortos. Parentes foram surpreendidos com notificações e contas, o governo foi notificado dos óbitos e também as empresas de seguros e outras com vínculos com os pacientes. Figura 12 – Hospital St. Mary’s Mercy Fonte: Wikimedia Commons Quando os testes de funcionamento de softwares necessários não são realiza- dos corretamente, transtornos como esse têm grandes chances de acontecer, e a possibilidade de a empresa que utiliza o software e os programadores ou enge- nheiros responsáveis podem perder a credibilidade e ainda serem implicados em processos jurídicos. Ponte de Laufenburg (2003) A ponte que liga a parte suíça à parte alemã da cidade de Laufenburg é um bom exemplo de como os referenciais são importantes. Ela foi construída em 2003 20 21 para solucionar o problema de tráfego, que já não era suportado pela antiga ponte. Ela deveria possuir 225 m de comprimento e cruzar o rio Reno. Não deveria ser nenhuma obra grandiosa, apenas funcional. Figura 13 – Ponte que interliga a parte suíça de Laufenburg à parte alemã Fonte: Wikimedia Commons A construção foi iniciada simultaneamente em ambos os lados do rio e era previsto que as duas partes se encontrassem no meio. O problema foi percebido conforme a obra avançava. Os engenheiros perceberam uma diferença de 54 cm de altura entre os dois lados. Essa diferença aconteceu devido aos padrões de referência da altura do nível do mar que ambos os países utilizam. A Alemanha mede o nível do mar em relação ao Mar do Norte, enquanto a Suíça utiliza como referência o Mediterrâneo. Ao iniciarem as construções, cada país usou sua própria referência como altura do nível do mar. Um erro simples, que poderia ter sido evitado com maiores detalhamentos no projeto ou uma execução acompanhada pela mesma equipe em ambos os lados. Para a conclusão da obra, o lado Alemão precisou ser rebaixado. Edifício 20 Fenchurch Street (2013) O edifício que recebeu o mesmo nome de seu endereço, 20 Fenchurch Street, e foi apelidado de “Walkie Talkie”, devido ao seu formato, foi construído em Londres em 2009, e possui 35 andares, cobertos externamente por vidros. A arquitetura do prédio, em formato côncavo, aliada ao acabamento de vidro, criou uma estrutura similar a um espelho côncavo, que concentra toda a luz que incide sobre ele em uma região denominada de foco. No caso do prédio, a luz que ele concentra é a luz do sol, juntamente com seu calor, com o foco localizado do outro lado da rua. 21 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia Figura 14 – Edifício 20 Fenchurch Street Fonte: Wikimedia Commons Esse problema só foi percebido depois que o edifício estava pronto, após derreter parte da lataria de um veículo Jaguar que estava estacionado no local e causar um pequeno incêndio em uma barbearia localizada em frente. Uma solução temporária encontrada para contornar o problema foi a construção de uma proteção na calçada, que fazia com que a luz refletida do sol não chegasse à região de foco. Mais tarde, optou-se por utilizar uma cobertura de tecido nos vidros para reduzir a reflexão da luz. Prédio reflete luz do sol e jornalista frita ovo na calçada em Londres. Disponível em: https://youtu.be/tGD93f39isAE xp lo r Trens Fora de Medida da SNCF (2014) Sabe aquelas aproximações como o número Pi ser aproximadamente 3, ou a gravidade aproximadamente 10 m/s²? Muitas vezes, elas podem ser válidas, mas em determinadas circunstâncias a precisão é definitiva para o resultado correto. 22 23 A companhia operadora de transportes ferroviários SNCF da França protagonizou um erro de dimensionamentomilionário em 2014. Foram adquiridos 2 mil novos veículos, mas eles não couberam nas estações. Figura 15 – Um dos trens da Société Nationale des Dhemins de Fer Français (SNCF) Fonte: Wikimedia Commons Na França existem dois tamanhos de estações diferentes. As estações mais estreitas foram construídas para trens de 50 anos atrás, enquanto as estações mais largas servem para trens de 30 anos atrás. Os novos trens foram adquiridos para circular pelas estações mais antigas, porém, foram encomendados com as dimensões das mais novas. A solução encontrada para esse erro foi reformar e modificar as 1300 plataformas e adequá-las aos novos trens. O custo dessas modificações ficou em torno de 50 milhões de euros. O Celular Explosivo da Samsung (2016) Casos de celulares explodindo pelo mundo não eram novidade em 2016. Alguns casos já eram divulgados sobre aparelhos que explodiam enquanto carregavam, muitas vezes causando queimaduras e outras consequências nos usuários. O aparelho Galaxy Note 7, da gigante coreana Samsung, agitou o mercado de smartphones assim que lançado, devido às suas configurações muito desejáveis por consumidores de tecnologia. Mas não levou muito tempo para se tornar notícia devido a um problema crônico, relatado por um grande número de usuários: ele explodia. O problema foi confirmado pela fabricante que se pronunciou a respeito e realizou campanhas para recolher os aparelhos do mercado. 23 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia A explicação para o problema apontava defeito nas baterias. Na verdade, a bateria é o único componente do celular com capacidade de causar a explosão do aparelho. No caso do Note 7, foram produzidos aparelhos com baterias de duas origens diferentes. Alguns aparelhos foram vendidos com baterias produzidas pela mesma marca e outros com baterias de outra empresa chinesa. Ambas as baterias falhavam devido à compactação exagerada dos componentes do aparelho. Quando o aparelho aquecia, não havia espaço suficiente para a expansão dos eletrodos da bateria, e eventualmente eles encostavam uns nos outros provocando curtos- circuitos e, consequentemente causando a explosão ou incêndio. O projeto de um aparelho de celular não é algo trivial, onde um engenheiro é encarregado de todas as partes. É possível listar várias áreas específicas que são necessárias para a concepção e desenvolvimento de um aparelho smartphone. Qualquer falta de integração entre as diferentes áreas pode se tornar motivo para o fracasso de um projeto com essa dimensão. Volkswagen Investe na Indústria 4.0 (2017) A indústria como conhecemos atualmente se desenvolveu através da história, principalmente nas três revoluções industriais do passado. A primeira revolução industrial ocorreu entre o final do século XVIII e início do século XIX, e foi marcado pela introdução da máquina a vapor. A segunda revolução industrial, ocorrida no início do século XX, foi responsável pela organização das linhas de produção na indústria, e o emprego de mão de obra sem nenhuma instrução. A terceira revolução industrial, ocorrida a partir da década de 1970, introduziu as ideias japonesas de produção, exigindo a especialização da mão de obra e a produção consciente dos produtos, baseada na demanda, o chamado “just-in-time”. A quarta revolução industrial, acontecendo atualmente, denominada de indústria 4.0 como uma alusão à informatização e automação da produção, incorpora a internet, mais especificamente a Internet das Coisas (IoT), muitos sensores, inteligência artificial, e todos os recursos que podem ser providos pela tecnologia e sistemas de comunicação. Na indústria 4.0, todos os elementos da indústria estão conectados entre si, máquinas, robôs, operadores, supervisores e fornecedores. Não há uma centralização Figura 16 – Celular Samsung Galaxy Note 7 Fonte: Wikimedia Commons 24 25 nesse tipo de indústria, e as correções de erros podem ser, na maioria das vezes, realizadas pelos próprios sistemas digitais. Figura 17 – Fábrica da Volkswagen em Wolfsburg Fonte: Wikimedia Commons Esta quarta geração da indústria já está presente nas fábricas brasileiras da Volkswagen. Os sistemas computacionais controlam e gerenciam toda a produção, e garantem a eficiência da produtividade, reduzindo a praticamente zero a quantidade de defeitos na produção. Os veículos iniciam as etapas de produção com todas as informações necessárias, como modelo, versão, cor e até mesmo o local de destino. Como tudo está no sistema e todas as operações possuem o máximo de automatização, a rapidez da produção do veículo é muito maior do que se fosse realizada diretamente por mão de obra humana. Isso não quer dizer que o ser humano é dispensável nesse tipo de indústria, mas que a mão de obra empregada deve possuir cada vez mais conhecimento técnico e especialização para operar os sistemas dessa nova indústria. Quarta Revolução Industrial: https://youtu.be/jTLpqipsw0g Ex pl or Atraso nos Relógios Europeus (2018) Em 2018, os europeus registraram atrasos em seus relógios conectados à rede elétrica. Esses relógios acumularam um atraso de cerca de 6 minutos, e, por mais estranho que pareça, foi devido a uma disputa política entre a Sérvia e Kosovo. Relógios digitais que funcionam pela rede elétrica, como os rádio-relógios, micro- ondas, geladeiras e outros aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos com relógios 25 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia embutidos possuem um método diferente de marcação das horas que outros relógios. Eles utilizam a frequência de oscilação da rede de corrente alternada para marcar o tempo. A frequência de oscilação da rede elétrica europeia é padronizada em 50 Hz. Isso quer dizer que, a cada segundo, ocorrem 50 picos de tensão alternada na rede. Os aparelhos com relógios digitais possuem um conjunto eletrônico que realiza a contagem desses 50 picos e incrementa os segundos. O que aconteceu na Europa foi que, como a Sérvia não reconheceu a declaração de independência de Kosovo em 2008, surgiram conflitos sobre quem administraria a infraestrutura de eletricidade. Em 2017, parte de Kosovo que é habitada majoritariamente por sérvios deixou de pagar a conta da energia elétrica, causando um desequilíbrio no sistema, que provocou uma pequena alteração na frequência fornecida pela rede elétrica, que passou a ser de aproximadamente 49,996 Hz. Esse pequeno desvio da frequência nominal foi o responsável pelo atraso dos 6 minutos nos relógios europeus. Esse é um bom exemplo de como um desbalanço em uma instalação elétrica pode afetar vários sistemas. Situações similares a essas ocorrem o tempo todo em instalações industriais ou residenciais que utilizam máquinas de grande porte ou motores, como elevadores. Ao se acionarem equipamentos de alta potência, a rede sofre o denominado “surto”, e, se não possuir mecanismos de balanço de potência, o consumo energético pode ser ainda mais alto devido à presença da potência reativa, que não passa de um consumo extra de energia elétrica sem proveito algum. Figura 18 – Elizabeth Tower, também conhecida como Big Ben, um dos símbolos mais importantes de Londres Fonte: Wikimedia Commons 26 27 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Projeto Mecânico: Enfoque Baseado na Fadiga e na Mecânica da Fratura DE ALMEIDA, J. C. Projeto mecânico: Enfoque baseado na fadiga e na mecânica da fratura. Elsevier Brasil, 2018. Avaliação e Impacto Ambiental SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental. Oficina de Textos, 2015. Leitura A Importância da Manutenção Preventiva para o Bom Desempenho da Edificação VILLANUEVA, M. M. A importância da manutenção preventiva para o bom desempenho da edificação. Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Engenheira Civil. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015. https://bit.ly/1NskfxN Indústria 4.0: Conceitos e Perspectivas para o Brasil PEREIRA, A.; DE OLIVEIRASIMONETTO, E. Indústria 4.0: Conceitos e Perspectivas para o Brasil. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 16, n. 1, 2018. http://bit.ly/35Nsrsj Indústria 4.0: Desafios e Oportunidades SANTOS, B. P. et al. Indústria 4.0: desafios e oportunidades. Revista Produção e Desenvolvimento, v. 4, n. 1, p. 111-124, 2018. http://bit.ly/2MpZTgC 27 UNIDADE Estudo de Casos de Engenharia Referências ATKINS, P. W.; PAULA, J. de. Físico-química. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 2 v. CALLISTER JUNIOR, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de ma- teriais: uma introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 882 p. PINHEIRO, A. C. da F. B.; CRIVELARO, M. Fundamentos de resistência dos materiais. Rio de Janeiro: LTC, c2016. 193 p. SEARS, F. W.; ZEMANSKY, M. W.; YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I: mecânica . 12. ed. Rio de Janeiro: A. Wesley, 2008. 28
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