Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS CURSO DE DIREITO NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Resenha crítica do livro “Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável”. SÃO PAULO 2022 NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA RA: 2404238 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Resenha crítica do livro “Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável”. Trabalho da matéria Direito das Empresas Aplicado como requisito para obtenção de nota da atividade prática supervisionada. Orientadora: Carlos Alberto Garbi SÃO PAULO 2022 O livro “Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável da teoria à prática” foi escrito pelos autores José Carlos Barbieri e Jorge Emanuel Reis Cajazeira. A obra possui 256 páginas e já se encontra na sua terceira edição e com publicação feita pela editora Saraiva. O autor José Carlos Barbieri é doutor em Administração pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. Ele desenvolveu diversas pesquisas no campo de gestão do meio ambiente e da inovação e possui outros livros publicados, como: Gestão Ambiental Empresarial e Desenvolvimento Sustentável das Origens à Agenda 2030. Já em relação ao autor Jorge Emanuel Reis Cajazeira, ele é engenheiro mecânico pela Universidade Federal da Bahia, foi responsável pela coordenação de trabalhos para a criação da primeira versão da norma NBR 16001 – Responsabilidade Social e foi eleito presidente para gerenciar um comitê internacional da ISO, o Working Grouo on Social Responsibility. Estas são algumas das principais qualificações e contribuições dos autores no campo de atuação de seus trabalhos. O livro é dividido em oito capítulos que têm como foco apresentar os dois principais movimentos que promovem soluções para as adversidades que presentes nos tempos atuais, como a poluição, o impacto negativo do campo empresarial na sociedade por decisões equivocadas etc. Os movimentos abordados são a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável que devem estar atrelados com a atividade empresarial. Estes termos concernem com a necessidade de solucionar problemas sociais com o objetivo de atingir a todos: empresa, empregados, corpo social, entre outras figuras interessadas. No início da obra, os autores elucidam sobre a fundamentação teórica, tratando de diversas teorias que apresentam a sua perspectiva no que tange a responsabilidade da empresa. A primeira teoria apresentada é a Teoria do Acionista, elaborada pelo economista Adam Smith e que defende a ideia de que a atividade empresarial não deve estar apenas pautada nos interesses dos acionistas, mas também da sociedade. A segunda teoria é a Teoria das Partes Interessadas, na qual sugere que uma empresa deve buscar atender as necessidades daqueles que possuem participação em sua atividade (clientes, fornecedores, investidores, comunidade e funcionários). Já a terceira teoria enunciada no livro é a Teoria do Contrato Social, em que os autores comentam que por meio de um contrato, a empresa ganha uma responsabilidade social empresarial. As teses transmitidas no capítulo um são apresentadas de forma a mostrar os seus prós e contras. No entanto, os escritores procuram também trazer para conhecimento do leitor as principais ideias de filósofos importantes, como Rousseau, Thomas Hobbes, John Locke, John Raws, entre outros, visto que estes contribuíram muito para a construção da política, economia e entendimento sobre a sociedade que se tem no mundo contemporâneo e que influencia diretamente na atividade empresária. No segundo capítulo, os autores apresentam os modelos preponderantes de gestão que estão correlacionados com a responsabilidade social empresarial, como o modelo das Quatro Dimensões da Responsabilidade Social Empresarial e o modelo dos Três Domínios da Responsabilidade Social. O primeiro explica que a responsabilidade social das empresas engloba as expectativas éticas, legais, econômicas e discricionárias que o corpo social possui no tocante às organizações em determinado intervalo de tempo. Já o segundo foi criado devido às críticas que o primeiro modelo recebeu e este novo apresenta os domínios da responsabilidade social empresarial, no caso, o domínio econômico, ético e legal e estes são mostrados na forma de Diagrama de Venn para exemplificar a relação que os campos possuem entre si. É notável que nesta parte do livro, os escritores preocuparam-se em elucidar os modelos de uma forma clara e objetiva a partir do uso de figuras para explicá-los, o que torna a compreensão mais fácil ao leitor. O terceiro capítulo tem o objetivo de relacionar a responsabilidade social empresarial com a ética por meio da apresentação de quatro colocações a respeito disso. O primeiro trata de dizer que ética e responsabilidade social da empresa são sinônimos. O segundo os diferencia, pela alegação de que responsabilidade social trata das atividades empresárias e a ética é somente uma conduta. O terceiro acredita que não existe nenhuma relação entre os dois e que são temas distintos. E por fim, o quarto posicionamento defende a ideia de que a ética é um elemento que compõe a responsabilidade social (ideia consonante com o pensamento dos autores do livro). Neste momento da obra, há também a criação de diversas relações da ética com a moral e com o direito pela apresentação de tópicos que os aproximam e outros que os afastam. No quarto capítulo é aprofundando a explicação sobre a ética pelo prisma normativo. Neste ponto, há a retomada de conceitos de diversos filósofos que possuem distintos pontos de vista em relação à ética, como Aristóteles, São Tomás de Aquino, Immanuel Kant, entre outros, com o objetivo de utilizar de suas bases teóricas para elucidar com mais profundidade o conceito de ética para depois apresentá-la no campo empresarial. Neste meio, possui a questão da ética da responsabilidade, na qual diz que a sociedade e as sociedades empresárias devem trabalhar juntas para a criação de soluções para os problemas que elas mesmas criam. Com isso, ocorre ao final do capítulo a introdução do tema sobre a prática da sustentabilidade e a importância do meio ambiente. No quinto e sexto capítulo ocorre um afastamento da teoria para dar enfoque às práticas que podem auxiliar as empresas em exercer a sua responsabilidade social, no caso, o que elas podem fazer para exercerem seus compromissos junto à sociedade e assim, consequentemente, alcançar a sustentabilidade empresarial. No decurso destes dois capítulos é apresentado uma série de documentos e instrumentos gerenciais normativos (Agenda 21, Carta da Terra, Pacto Global etc.) que as sociedades empresárias devem estar de acordo para que consigam agir conforme a sua responsabilidade social e para se tornarem mais sustentáveis. Ademais, vale ressaltar que as normas gerenciais apresentadas servem para facilitar a gestão empresarial, com o objetivo de tornar efetivo para as empresas o seu comprometimento com a responsabilidade social atrelada com o desenvolvimento sustentável. No capítulo sete há uma explicação minuciosa no que tange a norma ISO 26000 e seu impacto para a sociedade e atividade empresarial. E por fim, o capítulo oito traz as considerações finais dos autores. A partir da leitura da obra é notório a preocupação dela em demonstrar para o leitor os diversos pontos de vista sobre o mesmo tema: responsabilidade social empresarial, pela retomada de várias teorias de diferentes pensadores. O que contribui para a construção de um pensamento crítico pela elucidação de diferentes ideias e visões sobre o mesmo assunto. Além disso, é possível analisar que o texto tem como tema central responder como as empresas podemgerenciar a sua responsabilidade social de uma forma que contribua positivamente para o desenvolvimento sustentável. O livro não apresenta todos os meios para alcançar este objetivo, visto que são vários, no entanto aborda sobre as principais práticas, diretrizes e documentos que podem auxiliar para esse fim, como a norma ISO 26000. Uma vez que a atividade empresarial é a principal responsável pelos problemas socioambientais presentes na atualidade e que ganham mais espaço na mídia e na sociedade como tópico de discussão e de preocupação, o que cria diversos movimentos de desenvolvimento de conceitos como organização sustentável e empresa sustentável. Por meio da leitura do livro, conclui-se que as sociedades anônimas e limitadas podem se apresentar como empresas sustentáveis, a partir do compromisso em seguir as principais normas e documentos que tratam de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade mais sustentável, como a Carta da Terra, Agenda 21, Declaração Tripartite de Princípios Fundamentais no Trabalho da OIT, entre diversos outros documentos. Já em relação a função social da empresa, o empresário consegue cumprir com ela por meio da tomada de decisões que visam o bem comum, ou seja, criar um equilíbrio em lucrar e ao mesmo tempo sem gerar prejuízos para o corpo social, no caso, gerando empregos, fomentando o mercado, criando programas sociais que integrem a empresa com a comunidade, promover ou patrocinar projetos que visem benefício coletivo e a preservação do meio ambiente. Em conclusão, utilizando-se de um juízo de ponderação crítica sobre a obra, pode-se afirmar com veemência que o livro possui um conteúdo riquíssimo sobre os deveres que as sociedades empresariais possuem com a sociedade e com o meio ambiente, sendo de extrema valia para as pessoas conhecerem sobre estes tópicos para que consigam se aproximar mais deste tema tão importante na contemporaneidade, como forma de reivindicar das empresas um posicionamento em relação ao meio ambiente e sobre qual é o seu comprometimento com o impacto que ela causa à sociedade e com os recursos naturais.
Compartilhar