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PROCESSO PENAL E DELAÇÃO PREMIADA

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PROCESSO PENAL E DELAÇÃO PREMIADA:
Lei 12.850/13
DIFICULDADE PROBATÓRIA NOS CRIMES ECONÔMICOS:
Processo probatório mais dificultoso;
Crimes Societários;
Crimes cometidos com sofisticadas operações estruturadas
Pactos de silêncio → oferece vantagens para que o membro ofereça informações sobre a estrutura investigada;
Insuficiência de recursos para investigar.
COLABORAÇÃO COMO RESPOSTA:
Possibilidade de obtenção de informações de difícil acesso;
Reunião de documentos;
Ações controladas → o colaborador com acompanhamento da polícia
PANORAMA ANTES DA LEI 12.850/13:
Lei 7.942/86
Lei 8.072/89;
Lei 8.137/90;
Lei 9.613/98;
Lei 9.807/99
Lei 10.409/02.
A LEI Nº12.850/13: PROCESSUALIZAÇÃO DA COOPERAÇÃO:
Segurança para o colaborador → tem controle do acordo e certeza de que será de fato beneficiado;
Barganha → negociação;
Permanência em vigor dos demais diplomas: sistema de justiça negocial → a lei 12.850/13 não revoga nenhuma das leis anteriores;
Estabelece procedimento padrão para todo sistema de justiça negocial (todos os crimes);
O QUE É A COLABORAÇÃO PREMIADA?
Diferente do plea bargain → não há substituição da pena
Negócio Jurídico Processual → mas atenção porque também implica direito material: redução de pena, perdão...
Meio de obtenção de prova → NÃO é prova → forma como adquire a prova, como a busca, a interceptação; → também é uma estratégia de defesa do colaborador.
PROCEDIMENTO:
Boa-fé objetiva → é um contrato bilateral (com polos opostos) (art. 3º-B)
O colaborador sempre acompanhado de seu defensor (art. 4º, §15)
O juiz não deve participar das negociações (art.4º, §6º)
Pode ser celebrado mesmo após da sentença (art.4º, §5º)
ORIENTAÇÃO CONJUNTA nº 01/18 do MPF sobre o passo- a- passo
-Colaborador apresenta uma proposta de acordo (art.3º B, §5º e 3º- C)
-Essa proposta inicia as negociações e marca o início da confidencialidade (art. 3º- B)
-A proposta é retratável (art. 4º, §10)
NÃO SE TRATA DE DIREITO SUBJETIVO, SENDO, TODAVIA, NECESSÁRIA DECISÃO FUNDAMENTADA PARA NEGAR;
-Caso não aceita ou retratada, o Estado não poderá se valer de tais informações art. 3º-B, §6º
art. 4º §6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
CONTROLE JUDICIAL:
 
Homologação:
Sobre o acordo → fase em que entra o juiz → análise de legalidade e homologação; caso entenda que não poderá ser homologado devolve as partes, mas não decide sobre o acordo;
Art. 4º §7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na homologação: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Voluntariedade:
Agente capaz, manifestação livre; ciência dos termos do acordo, repercussões e fatos a si imputados; acompanhamento por defensor;
Colaboração de réu preso? 
Não se pode decretar a prisão preventiva com o fim de obter a colaboração;
Discussão se o réu preso, de fato, é livre para fazer o acordo, mas é possível
ADEQUAÇÃO DOS RESULTADOS: 
Art. 4º: I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
BENEFÍCIOS:
Perdão judicial, 
Reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade
Substituição por restritiva de direitos;
→ Atenção para qual finalidade pretendida: existe jurisprudência no sentido de não ser permitido o benefício se não atingiu a finalidade da colaboração, trecho final do art. 4º; mas é necessário reconhecer a contribuição do colaborador.
 
Benefícios atípicos: tem sido comum após o Pacote Anti Crime → e tem sido aceito, ex.: prisão domiciliar, mas sempre deve respeitar o patamar mínimo da legalidade;
REGULARIDADE E LEGALIDADE: 
Alguns direitos não podem ser renunciados ou negociados;
No âmbito da Lava- Jato houve acordo de delação onde barganhavam a renúncia de direitos que não estavam à disposição;
Cabe ao juiz fazer esse controle de legalidade.
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